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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS


Departamento de Engenharia de Estruturas

Notas de Aulas

SET-0601 INTRODUÇÃO AO MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS

Autor:
Prof. João Batista de Paiva

Colaboração:
Rafael Marques Lins
Maria do Socorro Martins Sampaio

São Carlos, Agosto de 2012


AGRADECIMENTOS

Este texto sobre o método dos elementos finitos aplicados à análise estrutural
começou a partir de notas de aulas elaboradas para a disciplina Método dos Elementos
Finitos ministrada na pós-graduação do Departamento de Engenharia de Estruturas da
Escola de Engenharia de São Carlos. Este texto inicial foi então recebendo a contribuição
de alunos da disciplina que o completaram e incluíram listagens de programas por eles
desenvolvidos com trabalho da disciplina. As contribuições foram as seguintes:

Eng. Rafael Marques Lins:

Complementou o texto incluindo o algoritmo para a montagem da matriz de rigidez


global e vetor de cargas nodais equivalentes; o algoritmo para endereçamento das
matrizes de rigidez e vetor de cargas nodais e cálculo dos esforços internos. Os capítulos
3 e 5 foram totalmente elaborados por ele tomando por base as notas de aula.

Enga. Maria do Socorro Martins Sampaio:

Fez uma revisão completa do texto e elaborou os anexos A, B e C incluindo os códigos


computacionais com explicações linha por linha para facilitar o estudo por outros alunos.
E também preparou os exemplos de validação dos códigos apresentados.

Quero aqui expressar meu agradecimento a eles pois sem suas valiosas contribuições este
texto ainda estria muito longe de estar disponível para os demais alunos.

Prof. João Batista de Paiva.

2
SUMÁRIO

1.  O MÉTODO DA ENERGIA __________________________________ 5 


1.1 Introdução __________________________________________________ 5 
1.2 Energia de Deformação _______________________________________ 5 
1.3  Energia de Deformação dos Vínculos Elásticos _________________ 7 
1.4  Energia Potencial das Cargas Externas ________________________ 8 
1.5  Aplicação do Método Energético à Análise de Vigas
Elásticas _______________________________________________________ 11 
1.5.1 Exemplo 1: Viga em balanço ________________________________ 12 
1.5.2 Exemplo 2: Flambagem de colunas ___________________________ 17 
1.5.3 Exemplo 3: Viga apoiada em uma base elástica e com
carregamento transversal ________________________________________ 28

2.  MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS (VIGAS CONTÍNUAS) ______ 35 


2.1   Função Aproximadora _______________________________________ 35 
2.1.1 Exemplo 1: ________________________________________________ 38 
2.1.2 Exemplo 2: ________________________________________________ 42 
2.2   Matriz de Rigidez e Vetor de Cargas Nodais Equivalentes ___ 45 
2.3 Matriz de Rigidez de um Elemento Finito Submetido à Carga
Axial ___________________________________________________________ 47 
2.3.1 Exemplo 3: ________________________________________________ 55 
2.4  Determinação dos esforços internos nodais ___________________ 59

3.  MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS (PÓRTICOS PLANOS) ______ 65 


3.1   Matriz de Rigidez de Elemento Finito para Treliça _________ 65 
3.2   Matriz de Rigidez de Elemento Finito para Pórtico Plano ___ 67 
3.3   Rotação do Sistema de Coordenadas _________________________ 69 
3.4   Esquema de Endereçamento para Pórtico Plano _______________ 72

4.  MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS (PLACAS) _______________ 73 


4.1   Introdução ________________________________________________ 73 
4.2   Hipóteses Básicas de Placa Submetida à Flexão _____________ 74 
4.3   Condições de Equilíbrio de um Elemento de Placa ___________ 75 

3
4.4   Determinação das Tensões para Placas com Efeito do
Esforço Cortante ________________________________________________ 77 
4.5   Determinação dos Esforços _________________________________ 83 
4.6   Equação Diferencial de Placa ______________________________ 84 
4.7   Energia de Deformação de Placas com Efeito do Esforço
Cortante ________________________________________________________ 85 
4.8   Montagem da Matriz de Rigidez do Elemento DKT _____________ 85 
4.9   Algoritmo para Implementação de Elemento de Placa DKT _____ 98 
4.10 Montagem do Vetor de Cargas Nodais Equivalentes do
Elemento DKT ___________________________________________________ 102

5.  MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS (CHAPAS) ______________ 104 


5.1   Introdução _______________________________________________ 104 
5.2   Elemento Finito Triangular _______________________________ 105 
5.2.1 Triângulo com deformação constante (CST): ________________ 105 
5.2.1 Triângulo com deformação linear (LST): ___________________ 114 
5.3   Elemento Finito Retangular _______________________________ 120 
5.3.1 Retângulo com deformação constante (CSR): ________________ 121

6.  REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS _________________________ 128 

4
1. O MÉTODO DA ENERGIA

1.1 Introdução
A energia potencial total de um sistema elástico é
composta de duas parcelas: energia potencial dos esforços
internos, também chamada de energia de deformação, e a energia
potencial das cargas externas. Neste capítulo serão deduzidas
as expressões das energias, acima mencionada, presentes nos
problemas usuais de vigas elásticas. Além da energia de
deformação da viga e da energia potencial das cargas externas,
serão deduzidas as expressões da energia de vínculos elásticos
discretos (molas) e contínuos (base elástica). Será também
determinada a expressão de energia potencial de uma carga
axial, durante a flexão da viga.

1.2 Energia de Deformação


A energia de deformação é a energia que um dado corpo
absorve ao deformar-se sob ação de um carregamento nele
atuante. Esta energia provém do trabalho realizado pelas forças
internas do corpo sobre os respectivos deslocamentos. Esta
energia, para uma determinada estrutura, é dada pela seguinte
expressão:

1
2 v
U= (  x  x + y  y + z  z + xy  xy + xz  xz + yz  yz )dv ... (1.1)

onde a integral é realizada sobre todo o volume da estrutura em


questão.
Para estruturas formadas por barras, como por exemplo,
vigas, pórticos e grelhas, a expressão 1.1, após a integração
nas seções transversais das barras, pode ser reescrita:

5
2
1 M
2
cQ M T2 N 2
U=  ( + + + )dx ... (1.2)
2 est EI GS GJT ES
onde M, Q, MT e N são, respectivamente, momento fletor, força
cortante, momento torçor e força normal, ou seja, os esforços
solicitantes da estrutura e, também, E, I, G, S e JT são,
respectivamente, o módulo de elasticidade longitudinal, o
momento de inércia da secção, o módulo de elasticidade
transversal, a área da secção transversal e momento de inércia
à torção. Entre os dois módulos de elasticidade existe a
seguinte relação:

E
G= ... (1.3)
2(1 + )

onde ν é o coeficiente de Poisson.


Como o presente estudo se restringirá aos problemas de
flexão de vigas elásticas, o momento torçor é nulo, os efeitos
das forças cortante e normal são desprezados e, assim, a
expressão da energia de deformação (1.2) se reduz à:

2
1 M
2  EI
U= dx ... (1.4)

O momento fletor está relacionado com a elástica da viga


através da seguinte expressão:

M =  EIv" ... (1.5)

Substituindo-se M, dado por (1.5), na expressão da


energia, dada por (1.4), obtém-se a seguinte expressão:

2
1 d2 v
U =  EI  2  dx ... (1.6)
2 d x 

6
ou seja, conhecida a elástica de uma viga pode-se calcular,
utilizando (1.6), a energia de deformação acumulada durante sua
flexão.

1.3 Energia de Deformação dos Vínculos Elásticos


Considere a viga com vínculos elásticos indicada na figura
1.1.

Fig. 1.1 – Tipos de vínculos elásticos

onde KD , KR são, respectivamente, as constantes de mola ao


deslocamento e à rotação e KF é a constante de mola da fundação
elástica, suposta bilateral, isto é, trabalhando tanto à
tração quanto à compressão.
A energia de deformação dos vínculos elásticos descritos é
dada por:

1 2
U D = K Di vi ... (1.7)
2

1
K R j v j
2
VR= ... (1.8)
2

onde vi e v'j são, respectivamente, o deslocamento vertical do


ponto i e a derivada do deslocamento do ponto j.
A energia de deformação armazenada na fundação elástica,
durante a flexão da viga é dada por:

1

2
UF= K F v dx ... (1.9)
2

7
1.4 Energia Potencial das Cargas Externas
Obtém-se o trabalho das cargas externas pelo produto entre
a carga e deslocamento de seu ponto de aplicação.
O deslocamento deve ser medido no sentido da carga
aplicada. Deste modo, para uma carga concentrada (ver figura
1.2) o trabalho é dado por:

T F = F i vi ... (1.10)

onde Fi é a intensidade da carga concentrada e vi é o


deslocamento do ponto de aplicação da carga.
Analogamente, para um momento concentrado aplicado em um
ponto j da viga (ver figura 1.2), a expressão do trabalho
realizado é dado por:

Fig. 1.2 – Tipos de carregamentos aplicados à viga


TM = M j vj ... (1.11)

onde Mj e v'j são, respectivamente, o momento fletor aplicado


no ponto j e a derivada do deslocamento transversal neste
ponto.
A expressão do trabalho realizado por um carregamento
distribuído é dada por:

8
T q =  q v dx ... (1.12)

Considere-se agora uma força normal de compressão,


conforme indica a figura 1.3. O trabalho realizado pela força P
pode ser dividido em duas parcelas. A primeira corresponde ao
trabalho realizado pelo encurtamento da barra na ausência de
flexão e a segunda corresponde ao trabalho realizado pelo
encurtamento devido, unicamente, à flexão da barra. Neste
estudo será considerada apenas a segunda parcela.
O trabalho realizado no elemento dx é dado pelo produto da
força P pelo encurtamento do elemento, ao longo de x, durante a
flexão, ou seja:

d T p = P d ... (1.13)

Fig. 1.3 – Posições de uma coluna antes e depois de flambar

O encurtamento dΔ é dado por (ver figura 1.3c):

9
d = dx (1  cos  ) ... (1.14)

Esta expressão pode ser, convenientemente, transformada


em:


d = 2 sen2 ( )dx ... (1.15)
2

Como o ângulo α é suposto pequeno, a expressão 1.15 pode


ser reescrita:

1
d =  2 dx ... (1.16)
2

Sabe-se que:

v = tan  ... (1.17)


e, por ser pequeno o ângulo α:

v   ... (1.18)

e portanto, a expressão do encurtamento fica:

1
d = v 2 dx ... (1.19)
2

Fazendo-se a soma das contribuições de todos elementos dx


da viga, a expressão (1.13) torna-se:

P
 v  dx
2
TP= ... (1.20)
2 1

A energia potencial das cargas externas corresponde ao


trabalho dessas cargas com o sinal trocado, ou seja:

10
 = T ... (1.21)

1.5 Aplicação do Método Energético à Análise de Vigas


Elásticas
A energia potencial total da estrutura é dada pela soma da
energia de deformação com a energia potencial do carregamento
externo aplicado.
Para uma viga submetida a carregamento axial e transversal
e com vínculos elásticos discretos ou não, conforme indica a
figura 1.4, a expressão da energia total é obtida a partir de
(1.6) a (1.12) e de (1.20), e é dada por:

1 1 1 1
=
2  EI v" 2 dx +  K F v2 dx   P v 2 dx +  K Di V i2 
2 2 2
... (1.22)
1
+  K R j v 2j   g vdx  Q vQ  M vM
2

Fig. 1.4 – Viga submetida à carregamentos axial e transversal

Na posição de equilíbrio a energia potencial total é


estacionária, ou seja:

d  = d v+d = 0 ... (1.23)

Assim o objetivo é procurar uma função v que minimize a


energia potencial total (1.22). Esta função é conhecida como
solução de Euler. Para obtê-la, é necessário reescrever a
expressão da energia potencial total, também denominada de
funcional, como se segue:

11
1 1
 =  F ( x,v,v, v ) d x +  K D vi2 +  K R v 2j ... (1.24)
2 i
2 j

A equação de Euler para este funcional é:

2
dF d dF d dF
 ( )+ ( )= 0 ... (1.25)
dv dx dv dx2 dv"

Admitindo-se que os carregamentos, transversal e axial, e


a constante de fundação elástica são constantes, a equação de
Euler para um trecho genérico da viga é dada por:

EIvIV +Pv"+KF v+g =0 ... (1.26)

A resolução desta equação é, em geral, muito trabalhosa.


Uma alternativa a este procedimento consiste em procurar uma
solução aproximada para a elástica da viga. Obviamente esta
função, deve obedecer às condições de vinculação da viga.

1.5.1 Exemplo 1: Viga em balanço


Como exemplo do procedimento para se determinar uma função
aproximadora dos deslocamentos, considere-se a viga em balanço
indicada na figura 1.5a.

(a) (b)
Fig. 1.5 – Viga engastada

Na figura 1.5b está representada a viga após a aplicação


do carregamento. O funcional desta viga é obtido a partir de
1.22 e é dado por:
12
1 EI
= v" 2 (x)dx  F v (l) ... (1.27)
0 2

Pretende-se agora obter uma solução aproximada para a


elástica desta viga. Considere-se inicialmente a seguinte
função:

2
vap (x) = A x + B x + C ... (1.28)

As condições de vinculação

v ap (x = 0) = 0 e v ap (x = 0) = 0 ... (1.29)

implicam em B e C nulos, ficando portanto:

2
vap (x) = Ax ... (1.30)

Na figura 1.6 estão indicados a solução exata e possíveis


posições da função aproximadora (1.30). O objetivo é determinar
o valor de A para o qual a função aproximadora está o mais
próximo possível da solução exata.

Fig. 1.6 – Solução exata e possíveis soluções aproximadas

13
Para cada valor de A e, portanto, para cada função vap,
pode-se obter a energia potencial total correspondente, a
partir de (1.27). Como esta energia é mínima para a solução
exata, quanto mais próximo desta estiver a solução aproximada,
menor será a energia correspondente. Assim, o valor de A
referente à função Vap que mais se aproxima da solução exata é
aquele que minimiza o funcional dado por (1.27) e que também é
um valor aproximado.
Assim pode-se escrever:

1 EI
 ap = 0 v"
2
ap d x  F v ap (l) ... (1.31)
2

A partir de (1.31) e (1.30) obtêm-se:

1
 ap = 
0
2 EI A 2 dx  F A l 2 ... (1.32)

que resulta em:

 ap = 2 EI A 2 l  F A l 2 ... (1.33)

O funcional agora é função de uma única variável, A. No


ponto de mínimo deve-se ter:

d  ap
=0 ... (1.34)
dA

Portanto:

4EI l A  F l 2 = 0 ... (1.35)

que fornece:

14
Fl
A= ... (1.36)
4 EI

e portanto, a função quadrática que mais se aproxima da solução


exata é:

Fl 2
v ap = x ... (1.37)
4 EI

Os valores exatos e aproximados do deslocamento vertical


do ponto B são:

F l3
v ex = ... (1.38)
3 EI
e
F l3
v ap = ... (1.39)
4 EI

O erro cometido no deslocamento do ponto B, com essa


aproximação da elástica, é de 25%. Este erro pode ser reduzido
aumentando-se o grau da função aproximadora.
Embora esta função aproxime razoavelmente os
deslocamentos, o mesmo não se pode dizer do momento fletor e
força cortante, cujas funções aproximadas são obtidas a partir
de 1.37:

Fl
M ap = EI v" ap = ... (1.40)
2 EI
e

Q ap =  EI vap = 0 ... (1.41)

Deve-se observar que, embora na solução exata o momento


varie linearmente, na solução aproximada ele é constante. Já a
força cortante, constante e não nula na solução exata, é nula

15
na solução aproximada. Estes problemas são minorados à medida
que se aumenta o grau da função polinomial aproximadora.
Considere-se, por exemplo, a seguinte função aproximadora:

3 2
vap (x) = A x + B x ... (1.42)

a qual já obedece as condições de vinculação (1.29). A partir


de (1.42), obtêm-se:

v" ap (x) = 6 A x + 2 B
... (1.43)
3 2
v ap (l) = A l + B l

que substituídas na expressão do funcional resulta em:

1 EI
 ap = 0 ( 6Ax + 2B )2dx  F ( Al 3 + Bl 2 ) ... (1.44)
2

obtendo-se:

EI
 ap = ( 12 A2l 3 + 4 B 2l +12A B l 2 )F A l 3F B l 2 ... (1.45)
2

O funcional agora é função de duas variáveis, A e B, e na


posição de mínimo deve-se ter:


= 0
A
... (1.46)

= 0
B

de onde se obtêm o seguinte sistema de equações algébricas:

16
F l3
12 Al 3 + 6 Bl 2 =
EI
... (1.47)
Fl 2
6 Al 2 + 4Bl =
EI

cuja solução fornece:

F
A= 
6 EI
... (1.48)
Fl
B=
2 EI

e o polinômio do terceiro grau que melhor aproxima a elástica


da viga é:

F 3 Fl 2
vap (x)=  x+ x ... (1.49)
6EI 2EI

que neste caso coincide com a solução exata, o mesmo ocorrendo


com as expressões do momento fletor e força cortante.

1.5.2 Exemplo 2: Flambagem de colunas


Considere-se a coluna, indicada na figura 1.7a, submetida
a uma força axial constante P. Na figura 1.7b está indicada a
posição da coluna após a perda da estabilidade. O funcional
dessa coluna é obtido a partir de 1.22 e é dado por:

1 1 P 1
= 
2 0
EI v" 2 dx   v 2 dx
2 0
... (1.50)

17
(a) (b)
Fig 1.7 – Posições de uma coluna antes e depois da flambagem

Adota-se inicialmente um polinômio do segundo grau como


função aproximadora da elástica da coluna. Assim:

2
vap(x)= A x + B x +C ... (1.51)

Esta função deve obedecer às seguintes condições de


vinculação:

Vap(0) = 0

Vap(L) = 0

o que resulta em:

C = 0

B = -AL

Assim, a função aproximadora pode ser escrita:

18
vap (x)= A( x  Lx)
2
... (1.52)

Substituindo-se (1.52) na expressão do funcional (1.50), e


efetuando-se as integrais indicadas obtêm-se:

3
PL 2
 ap = 2EI L A2  A ... (1.53)
6

Da condição de mínima energia potencial total pode-se


escrever:

d  ap 3
= (4EI L  PL )A = 0 ... (1.54)
dA 3

Para que a derivada da energia potencial (1.54) seja nula


tem-se duas possibilidades. A primeira é que o coeficiente A
seja nulo, porém isto implicaria em que a função aproximadora,
(1.52), também seja nula, isto é, não existiria deslocamento
transversal e, portanto, não teria ocorrido a flambagem. A
outra possibilidade é que a expressão entre parênteses seja
nula, isto é:

3
4EIL  PL = 0 ... (1.55)
3

de onde se obtém o valor da carga crítica de flambagem:

EI
p e ap = 12 2
... (1.56)
L

Este valor é 21,6% superior ao valor exato, que é dado


por:

19
pe =
 2
EI
2
... (1.57)
lx
L

Considere agora a seguinte função aproximadora:

vap (x)= A( x  L x)+ B( x  L x)+ C( x  Lx)


4 3 3 2 2
... (1.58)

a qual já obedece as condições de vinculação. Após sua


substituição na expressão do funcional (1.50), e uma vez
efetuadas as integrais indicadas, obtém-se:

EI 144 2 5
 ap = A L + 12 B L + 4 C L + 36 ABL + 16 ACL + 12B CL ] 
2 3 2 4 3 2
[
2 5
... (1.59)
P 9 2 7 4 2 5 1 2 3 6
 [ A L + B L + C L + 2A B L6 + A C L5 + B C L4 ]
2 7 5 3 5

A posição de mínima energia potencial total é obtida


impondo-se que as derivadas parciais de Πap em relação à A, B e
C sejam nulas obtendo-se assim o seguinte sistema de equações:

144 9 3
( EI L5  P L7 ) A + (18 EI L4  P L6 ) B + (8 EI L3  P L5 ) C = 0
5 7 5

4 P
(18 EI L4  P L6 ) A + (12 EI L3  P L5 ) B + (6 EI L 2  L4 ) C = 0
5 2

3 5 P 4 P 3
(8 EI L3  PL ) A + (6 EI L  L ) B + (4 EI L  L ) C = 0
2

5 2 3

Colocando este sistema de equações na forma matricial


obtém-se:

20
 
 144 9 7 18 EIL4  PL6 3 5
 5 EIL  7 PL
5
8 EIL  PL   A   0 
3

 5    
     
 18 EIL4  PL6 4 5 P  =
6 EIL2  L4   B   0 
... (1.60)
 12 EIL3  PL
5 2    
    
    
 8 3 5 P 4 P 3  C   0 
EIL  PL 6 EIL 2  4EIL  L 
3
 L
5 2 3 

Este sistema de equações lineares homogêneas admite sempre


como solução os valores de A, B e C iguais a zero. Entretanto,
esta solução implica na nulidade da equação da elástica (1.58),
e, portanto, não fica caracterizada a flambagem. Para que isto
ocorra deve-se ter como solução do sistema de equações (1.60)
valores não nulos de A, B e C, ou seja, o determinante dos
coeficientes do sistema de equações, (1.60), deve ser nulo,
isto é:

 
 144 9 7 18 EIL4  PL6 3 
 5 EIL  7 PL 8 EIL3  PL5 
5

 5 
 
 18 EIL4  PL6 4 5 P 4 =0 ... (1.61)
 12 EIL3  PL 6 EIL  L 
2

5 2
 
 
 8 3 5 P 4 P 3
EIL  PL 6 EIL2  4EIL  L 
3
 L
5 2 3 

O valor de P para que este determinante seja nulo, isto é,


a carga crítica de flambagem é dada por:

EI
P c ap = 9,875 2
... (1.63)
L

Este resultado está apenas 0,055% acima do valor exato


(1.57).

Considere-se agora a coluna de momento de inércia variável


21
e submetida a carregamento axial, conforme indica a figura
1.8a. A carga crítica desta coluna poderia ser determinada,
utilizando-se uma única função aproximadora para os
deslocamentos, como nos exemplos anteriores. Este procedimento,
entretanto, tendo em vista a descontinuidade da curvatura no
ponto B, faz com que seja necessário utilizar funções
polinomiais de grau elevado para se obter uma boa precisão dos
resultados. A alternativa a este procedimento consiste em se
adotar uma função polinomial para aproximar os deslocamentos do
trecho AB e outra para aproximar os deslocamentos do trecho BC
(ver figura 1.8b). As funções escolhidas são:

V 1ap (x) = A1 x + B1 x + C1 x + D1 0  x  L/3


3 2
... (1.63)

V 2 ap (x)= A2 x + B2 x + C 2 x + D2 L/3  x  L
3 2
... (1.64)

EI

e
B

16·EI

(a) (b)
Fig. 1.8 – Coluna com momento de inércia variável

As funções 1.63 e 1.64 devem obedecer às condições de


vinculação isto é:

v1ap (0) = 0
... (1.65a)
v 2 ap (L) = 0
No ponto B deve haver continuidade das funções tanto no

22
deslocamento quanto na derivada, isto é:

L L
V 1ap ( ) = v 2 ap ( ) ... (1.65b)
3 3
L L
v  1ap ( ) = v  2 ap ( ) ... (1.65c)
3 3

As condições de vinculação dadas por (1.65) já são


suficientes para se obter a carga crítica de flambagem com boa
precisão. Entretanto, com o objetivo de reduzir o número das
variáveis envolvidas, pode-se utilizar condições sobre os
esforços, também denominadas condições mecânicas.
Como já foi visto, o momento fletor se relaciona com a
curvatura através de (1.5):

M =  EIV"

Como o momento fletor é nulo nos dois apoios, pode-se


escrever:

v1" ap (0) = 0 ... (1.65d)

v2" ap (L) = 0 ... (1.65e)

Além disso, o momento fletor no ponto B é contínuo e,


portanto:

L L
E(16I) v1" ap ( ) = EI v 2 " ap ( ) ... (1.65f)
3 3

Em seu conjunto, as condições de vinculação e mecânicas,


dadas por (1.65), fornecem um sistema de sete equações a oito
incógnitas. Assim, pode-se escrever A2, B1, B2, C1, C2, D1, e D2
em função de A1, obtendo-se para as funções aproximadoras:

23
V 1ap (x)= A1 ( x 5  L x)
3 2
... (1.66)

V 2ap (x)= A1 ( 8 x + 24 L x  18 L x + 2 L )
3 2 2 3
... (1.67)

A expressão da energia potencial total aproximada é dada


por:

16EI L/ 3 2 EI L 2 P L/ 3 2 P L 2
ap =  0 ( v1ap ) dx+  L/ 3( v2ap ) d x   0 ( v1ap ) dx   L/ 3( v2ap ) dx
2 2 2 2
... (1.68)

Após a substituição de v1ap e V2ap, (1.66) e (1.67), em


(1.68), e a efetuação das integrais indicadas, obtém-se:

 ap = 117,33 A2 L3 EI  9,348 A2 L5 P ... (1.69)

Esta energia será mínima quando:

d  ap
=0
dA1

isto é:

2A(117,33 L 3 EI  9,348 L 5 P) = 0 ... (1.70)

de onde se obtém os valor da carga crítica:

EI
P e ap = 12,55 2
... (1.71)
L

Este valor é 13% superior ao valor exato.

Pretende-se agora determinar um valor aproximado da carga


24
crítica de flambagem da coluna apoiada, lateralmente, em uma
base elástica, conforme indica a figura 1.9.

(a) (b) (c)


Fig. 1.9 – Coluna com vínculo elástico

Adota-se, como função aproximadora dos deslocamentos de


toda coluna (ver figura 1.9b), um polinômio do quarto grau, o
qual já obedece às condições de vinculação:

v ap (x) = A( x  L x) + B( x  L x) + C( x  Lx)
4 3 3 2 2
... (1.72)

A expressão do funcional para essa coluna é obtida a


partir de (1.22) e é dada por:

EI L KE L 2 P L
 ap =   dx   v  2 dx
2
v" dx + v ... (1.73)
2 0 2 0 2 0

Substituindo (1.72) em (1.73) obtêm-se:

25
EI  144 5 2 
 ap = 
3 2 2 4 3 2
L A + 12 L B + 4 LC + 36 L AB + 16 L AC + 12 L BC
2  5 

 9 8 7 2 L 5 2 11 8 5 7 L BC  
6
+ K E  L A2 + L B + C + L AB + L AC + 
... (1.74)
2  9 105 30 60 42 10 

P  9 7 2 4 5 2 L3 2 6 5 
 
6 4
L A + L B + C + 2 L AB + L AC + L BC 
27 5 3 5 

Da condição de mínima energia potencial total obtêm-se o


seguinte sistema de equações:

 144 9 7 L9 11 3 5 5 7 
 EIL  PL  K F
5 18 EIL4  PL6  K F L8 8 EIL3  PL  K F L 
5
 5 7 9 120 84

 
 11 4 5 8 P 1 
18 EIL  PL  120 K F L 12 EIL3  PL  6 EIL2  L4 
4 6 8
K F L7 K F L6  = 0
5 105 2 20
 
 
 3 5 5 P 4 1 P 3 1 5 
 8 EIL  5 PL  84 K F L 6 EIL2  L  4EIL  L  K F L 
3 7
K F L6
 2 20 3 30 
... (1.75)

A carga crítica é aquela que anula o determinante dos


coeficientes do sistema, e é dada por:

Pap = 8,89 kN

A diferença percentual entre este resultado é o valor


exato é da ordem de 0,01%.
Outra alternativa para se determinar um valor aproximado
dessa carga crítica consiste em se adotar duas funções
aproximadoras para a elástica da viga como, por exemplo (ver
figura 1.9c):

L
3 2
V 1ap (x) = A1 X + B1 X + C 1 x + D1 0x ... (1.76)
2

26
L
3 2
V 2 ap (x) = A2 X + B 2 X + C 2 x + D2 xL ... (1.77)
2

Utilizando-se as seguintes condições de vinculação:

V 1 ap (0) = 0
... (1.78a)
V 2 ap (L) = 0

e as condições que garantem a continuidade da elástica em


L/2 até a primeira derivada:

L L
v1ap ( ) = v 2 ap ( ) ... (1.78b)
2 2

L L
v1ap ( ) = v 2ap ( ) ... (1.78c)
2 2

Obtém-se um sistema de quatro equações a oito incógnitas,


o que permite que se escrevam v1ap, v2ap em função de apenas
quatro variáveis:

3 2
V 1ap (x) = A1 X + B1 X + C 1 X ... (1.79)

5 2 1 3 11 2 3 3
V 2 ap (x) = A2 ( x  2 Lx + L x  L ) + A1 ( 2L x + L x  L ) +
3 2 2

4 4 4 4
... (1.80)
4
+ B1 ( 3 x 2 + 4Lx  L2 ) + C 1 (  x 2 + 5xL)
L

Para essa escolha de funções aproximadoras, a energia


potencial total é dada por:

27
EI L / 2 EI L KF L / 2 2 KF L / 2 2
2 0 2 L / 2 2 0 2 0
= v "
2
1 ap dx + v "
2
2 ap dx + v1 ap dx + v2ap dx 
P L/ 2 P L/ 2
  ( v1 'ap )2 dx   ( v2 'ap )2 dx
2 0 2 L
... (1.81)

Após a substituição de v1ap e v2ap, (1.79) e (1.80), em


(1.81), e a efetuação das integrais indicadas, obtém-se uma
função nas variáveis A1, A2, B1 e C1. Da condição de mínima
energia potencial total obtém-se um sistema de equações
lineares homogêneo de ordem quatro. O valor de P que anula o
determinante dos coeficientes deste sistema é a carga crítica
procurada, isto é:

P r ap = 9,77kN

Pode-se concluir que a função do quarto grau aproxima a


elástica da viga melhor do que duas funções do terceiro grau.
Entretanto, a adoção de uma função aproximadora do terceiro
grau para vários trechos da mesma viga é muito útil,
principalmente pela facilidade de automatização do cálculo, o
que será visto no próximo capítulo.

1.5.3 Exemplo 3: Viga apoiada em uma base elástica e com


carregamento transversal
Considere-se uma viga, apoiada em uma base elástica e
submetida a um carregamento transversal uniformemente
distribuído, conforme indica a figura 1.10. Adota-se,
inicialmente, a seguinte aproximação para o deslocamento
transversal, a qual já obedece às condições de contorno em x =
0 e x = L.

V ap (x) = A( x  Lx)
2
... (1.82)

28
A expressão da energia potencial total para esta viga é:

EI L KF L L
=   v dx  0 q v dx
2 2
v" dx + ... (1.83)
2 0 2 0

Fig. 1.10 – Viga com carregamento transversal e apoiada em base


elástica

Substituindo em (1.83) a expressão de v, dada por (1.82) e


efetuando os cálculos indicados, obtém-se:

5 3
KF L qL
 ap = (2LEI + ) A2 + A ... (1.84)
30 6

Como na posição de equilíbrio a energia é mínima, temos:

d  ap 5
q L3
= 2 ( 2 L EI + K F L )A + =0 ... (1.85)
dA 30 6

De onde se obtém:

q L3
A = 5
... (1.86)
K L
12(2 L EI + F )
30

e portanto, a expressão da elástica aproximada fica dada por:

q L3
v ap (x) =  5
( x2  L x ) ... (1.87)
K L
12(2 L EI + F )
30
29
Para os dados indicados na figura 1.10 obtêm-se o seguinte
resultado, o qual é 22% inferior ao valor exato:

l
v ap ( ) = 0,002325m
2

Considere-se agora a função aproximadora do quarto grau


(1.72), a qual também já obedece às condições de vinculação:

v ap (x) = A( x  L x) + B( x  L x) + C( x  Lx)
4 3 3 2 2
... (1.72)

Substituindo-se (1.72) em (1.83) obtêm-se:

EI 144 5 2
 ap = [ 3 2 2 4
L A + 12 L B + 4 LC + 36 L AB + 16 L AC +
3

2 5
9
8 7 2 L5 2 11 8
+ 12 L 2 BC] + K F [ L A2 + L B + C ++ L AB  ... (1.88)
2 9 105 30 60
6 4 3
5 7 L 3 qL qL
+ L AC + BC]  qL A
5
B C
42 10 10 4 6

Derivando-se (1.88) em relação a A, B e C, obtém-se o


seguinte sistema de equações:

 144 L
9
11 8 5 7 
 EI L
5
+ KF 18EI L4 + L KF 8EI L3 + L KF 
5 9 120 84  A  3 
    q L5 
     10 4 
 4 11 8 8 7 L
6
    qL 
 18EI L + 120 L K F 12 EIL3 + L KF 6EI L 2 + K F  B  =  
105 20 4 
    3
     qL 
 3 5 7 L
6
L
5   C   6 
 8EI L + L KF 6EI L 2 + KF 4EI L + KF 
 84 20 30 
... (1.89)

Para os dados indicados na figura 1.10, o sistema de


equações (1.89) resulta:

30
 23952024 5019165 751795.7   A 729 
    
 5019165 1121965.7 188730   B  = 202.5 ... (1.90)
 751795.7    
 188730 41940  C  45 

Cuja solução fornece:

 A    1.1779  10 
4

   4

B
  = 7.0675  10  ... (1.91)
   
 C   4.0669  10  6 

Substituindo-se estes valores em (1.72) obtém-se, para o


deslocamento do ponto médio da viga:

V ap (L/2) = 0,002990m

Este valor é igual ao fornecido pela solução exata da


equação diferencial desta viga.
Como já foi visto, uma das alternativas para se analisar
esse problema, consiste em se adotar funções aproximadoras para
vários trechos da viga e impondo-se a continuidade do
deslocamento transversal e sua derivada nas funções destes
trechos. Considere-se, por exemplo, a divisão da viga da figura
1.10 em 6 trechos, conforme indica a figura 1.11. Adota-se para
cada elemento uma função aproximadora do tipo:

3 2
vi (x) = Ai x + Bi x + C i x + Di ( i = 1,..., 6 ) ... (1.92)

Para garantir-se a continuidade do deslocamento


transversal e sua derivada nas junções dos trechos, as
seguintes condições de contorno devem ser obedecidas:

vi ( Ji )=vi+1( Ji ) e vi ( Ji )=vi+1( Ji ) ... (1.93a)

31
Fig. 1.11 – Viga dividida em 6 trechos

Devem ser obedecidas também às condições de vinculação,


isto é:

V 1 (0) = 0 e V 6 (L) = 0 ... (1.93b)

A expressão da mínima energia potencial total dessa viga é


dada por:

6
 EI Kf 
 ap =     vapi d x  Li q vapi d x 
2 2
vapi " d x + ... (1.94)
i=1  2 2 
Li Li

A condição de mínima energia potencial total resulta em um


sistema de 12 equações a 12 incógnitas, cuja solução fornece os
valores dos parâmetros em função dos quais estão escritas as
aproximações dos deslocamentos de cada trecho da viga. A partir
deles pode-se obter o deslocamento de qualquer ponto da viga.
Para o ponto central da viga, obtém-se:

32
L
V 3( ) = 0,002990m
2

que coincide com o valor exato e com o obtido com a função


aproximadora do quarto grau (1.72).

Fig. 1.12 – Viga com vinculações e carregamentos genéricos

Como pode ser facilmente avaliado, a divisão da viga em


vários trechos torna a análise do problema praticamente
inviável, devido à ordem do sistema de equações envolvido.
Entretanto este procedimento é facilmente programável e
constitui o fundamento do método dos elementos finitos. Deve-se
ressaltar também que nem sempre se conseguem bons resultados
adotando-se uma única função polinomial, de grau baixo, para
aproximar os deslocamentos de toda a viga. Considere-se, por
exemplo, a viga indicada na figura 1.12. Na solução exata, a
elástica da viga nos trechos correspondentes a L1, L3 e L4 é
dada por funções seno e cosseno hiperbólicos; no trecho
correspondente a L2, a solução exata é um polinômio do quinto
grau e no trecho correspondente a L5, um polinômio do terceiro
grau. Para se aproximar a elástica desta viga por uma única
função polinomial, obviamente o grau deste polinômio deverá ser
elevado, o que torna a análise muito difícil. A adoção de
funções aproximadoras para vários trechos da viga, embora esta
solução seja bem trabalhosa, tem a vantagem de ser facilmente
programável, o que permite que se façam análises bem mais

33
complexas. Por exemplo, a partir de um programa previamente
desenvolvido, o estudo poderia começar dividindo-se a viga em 5
trechos correspondentes a L1 , L2,...(ver figura 1.12). Em
seguida pode-se utilizar uma divisão mais refinada da viga e
assim por diante até que os resultados de duas análises
consecutivas sejam praticamente coincidentes. É exatamente
nisto que consiste o método dos elementos finitos e cada trecho
da viga recebe o nome de elemento finito.

34
2. MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS (VIGAS CONTÍNUAS)

2.1 Função Aproximadora


Seja a viga da figura, com condições de vinculação
qualquer, dividida em vários segmentos. Cada um destes
segmentos é chamado de Elemento Finito. As extremidades de cada
elemento finito são ditas nós do elemento finito. A cada nó
associam-se dois deslocamentos: o deslocamento vertical v e a
rotação v'.

Fig. 2.1 - Viga dividida em elementos finitos

Considere agora um elemento finito genérico da viga:

hi

Fig. 2.2 - Elemento da viga

Para este elemento, adota-se como função aproximadora dos


deslocamentos, um polinômio do terceiro grau:

V = ax 3 + bx 2 + cx + d ... (2.1)

A derivada de primeira ordem é dada por:

35
V  = 3 ax 2 + 2bx + c ... (2.2)

Condições de contorno:

a) x = 0 v = vi d = vi
b) x = 0 v' = v'i c = v'i
c) x = hi v = vj ahi3 + bhi2 + chi + d = vj
d) x = hi v' = v'j 3ahi2 + 2bhi + c = v'j

Resolvendo este sistema de equações, obtém-se:

2 1
a=  (v j  vi )  2 (v' j v'i )
hi3
hi
3 1
b= ( v j  v i )  (v' j 2v'i )
hi2 hi

c = v' i d = vi

Substituindo a, b, c e d na expressão da elástica (2.1)


aproximada, obtém-se:

x 3 x 2 x 3 x 2
v = vi [2( ) - 3( ) + 1] + v j [-2( ) + 3( ) ]+
hi hi hi hi

3 2 3 2
x 2x x x
+ v i [ 2 - + x] + v  j [ 2 - ] ... (2.3)
hi hi hi hi

A derivada de primeira ordem é dada por:

 6 x2 6 x   6 x2 6 x   3x2 4 x 
v'  vi  3 - 2  + v j  3  2   v'i  2  + 1 +
 hi hi   hi hi   hi hi 

 3x 2 2 x 
 v' j  2   ... (2.4)
 hi hi 

A derivada de segunda ordem é dada por:


36
12x 6   12 x 6   6x 4 
v"  vi  3 - 2  + v j  3  2   v'i  2   +
 hi hi   hi hi   hi hi 

 6x 2 
 v' j  2   ... (2.5)
 hi hi 

O quadrado de v' é dado por:

 36 x 4 72 x 3 36 x 2  2  36 x
4
72 x 36 x 
3 2
v'  v  6  5 + 4  + v j  6  5 + 3  +
2 2
i
 hi hi hi   hi hi hi 

 x x x 8x 
+ v i2  9( )4 + 22( )2 + 1  24( )3   +
 hi hi hi hi 

 x x x  72 x4 144 x3 x 
2
+ v  j2 9( )4  12( )3 + 4( )2   vi v j  6  5
+ 72 4
+
 hi hi hi   hi hi hi 

 36 x4 84 x3 60 x3 12 x   36 x4 60 x3 24 x 2 
 vi vi'  5  4 + 3  2   vi v 'j  5  4 + 3  +
 hi hi hi hi   hi hi hi 

 36 x4 84 x3 60 x3 12 x   36 x4 60 x3 24 x2 
 v j vi'  5  4 + 3  2   v j v 'j  5  4 + 3  +
 hi hi hi hi   hi hi hi 

 x x x 4x 
+ v i' v 'j 18( )4  36( )3 + 22( )2   ... (2.6)
 hi hi hi hi 

O quadrado de v" é dado por:

1  x 2 x  2 1  x 2 x 
v" 2  v i2 144( )  144( )  3 6  + v j 144( )  144( ) + 36 +
hi 
4
hi hi  hi 
4
hi h 

1  x x  1  x x 
+ v i2 2 
36( )2  48( ) + 16  + v 2j 2   36( )2  24( ) + 4  +
hi  hi hi  hi  hi h 

1  x x  1  x x 
 vi v j 4 
288( )2  288  72   v i v i 3 144( )2  168  48  +
hi  hi hi  hi  hi hi 

37
1  x x  1  x x 
+ vi v  j 3 
144( )2  120 + 24   v j v  j 3 144( )2  168  48  +
hi  hi hi  hi  hi hi 

1  x x  1  x x 
 v j v i 3 
144( )2  120 + 24  + v i v  j 2 72( )2  72 + 16  ... (2.7)
hi  hi hi  hi  hi hi 

Efetuando-se as integrais das expressões de v'2 e v"2 no


elemento, obtém-se:

hi
6 2 6 2 2 hi 2 2 hi 2 12
 v  2 dx =
0
5hi
vi +
5 hi
vj+
15
v i +
15
v j 
5 hi
vi v j +

1 1 1 1 h
+ vi v i + vi v  j  v j v i  v j v  j  v i v  j ... (2.8)
5 5 5 5 15

hi
12 2 12 2 4 2 4 2 24
 v
0
2
dx =
hi3
vi + 3 v j + v i + v  j  3 vi v j +
hi hi hi hi

12 12 12 12 4
+ 2 vi vi + 2 vi v j  2 v j vi  2 v j v j + vi v j ... (2.9)
hi hi hi hi hi

Utilizando-se as expressões (2.7) e (2.8) para um elemento


finito genérico i, encontra-se a energia total no elemento i. A
energia total de toda a viga é dada pela somatória das energias
de cada elemento em que a mesma foi dividida.

2.1.1 Exemplo 1:
Calcular o deslocamento do ponto de aplicação da carga da
viga da figura considerando toda a viga como um elemento
finito.

38
Fig. 2.3 - Viga submetida a carregamento pontual

h i
EI
 = 
0
2
v  2 d x - P v 2 ... (2.10)

E, como EI = constante:

hi
EI
=  v  2
dx - P v2 ... (2.11)
2 0

EI  12 2 12 2 4 2 4 2 24
= v 1 + 3 v 2 + v 1 + v  2  3 v 1 v 2 +
2  L 3 L L L L
12 12 12 12 4 
+ 2 v1 v 1 + 2 v1 v 2  2 v2 v 1  2 v2 v 2 + v 1 v 2   Pv2 ... (2.12)
L L L L L 

que é uma função nas variáveis v1 , v'1, v2 e v'2.

Da condição de mínima energia potencial total, pode-se


escrever:


=0
 v1

EI  24 v1 24 12 12 
 3
 3 v2 + 2 v 1 + 2 v 2  = 0 ... (2.13)
2  L L L L 
39

=0
 v1

EI 8 12 12 4 
L v  + v  v + v 2 = 0 ... (2.14)
L 
1 2 1 2 2
2  L L


=0
 v2

EI  24 24 12 12 
 3 v2
 3 v1  2 v 1  2 v 2  P = 0 ... (2.15)
2 L L L L 


=0
 v 2

EI 8 12 12 4 
2  L v 2  2 v1  2 v 2  L v 1 = 0 ... (2.16)
 L L 

Rearranjando o sistema de equações, obtém-se:

12EI 6EI 12EI 6EI


3 v1 + 2 v 1  3 v2 + 2 v 2 = 0 ... (2.17)
L L L L

6EI 4EI 6EI 2EI


2 v1 + v 1  2 v 2 + v 2 = 0 ... (2.18)
L L L L

12EI 6EI 12EI 6EI


 3 v1  2 v 1 + 2 v2  2 v 2 = P ... (2.19)
L L L L

6EI 2EI 6EI 4EI


2 v1 + v 1  2 v 2 + v 2 = 0 ... (2.20)
L L L L

Colocando este sistema de equações na forma matricial,


obtém-se:

40
 12 EI 6 EI 12 EI 6 EI 
 L3 
L2 L3 L2  V
 6 EI 4 EI 6 EI 2 EI   1   0 
 2  2  '   
 L L L L  V1    0 
 12 EI 6 EI 12 EI 6 EI  V2   P 
 L3  L2  2     ... (2.21)
L3
L V2'   0 
 6 EI 2 EI 6 EI 4 EI 
 2  2 
 L L L L 

Condições de contorno: v1 = 0 e v'1 = 0


Impondo-se as condições de contorno (retira-se a linha e a
coluna referentes ao deslocamento v1 e v'1), obtém-se:

 12 EI 6 EI 


 
 2
 
 L
3 L2  V   P  ... (2.22)
 6 EI

4 EI   V '   0 
  2   
 L2 L  
 

3
PL
v2 = ... (2.23)
3EI

2
PL
v 2 = ... (2.24)
2EI

Cálculo do momento fletor no ponto [1]:

v"1 = v"(0)

6 6 4 2
v1 =  2 v1 + 2 v2 - v 1 - v  2
L L L L

6 PL3 2 PL2
v1 = 2
.  .
L 3EI L 2EI

PL
v 1 =
EI
41
M1= -EIv"1  M1=-PL , que é o valor exato.

2.1.2 Exemplo 2:
Calcular os deslocamentos e esforços da viga considerando
toda viga como um elemento finito.

Fig. 2.4 - Viga submetida a carregamento distribuído

L L
EI
= v" dx   qvdx
2
... (2.25)
0
2 0

Cálculo da parcela referente ao trabalho das cargas


externas:

L
 =   qvdx ... (2.26)
0

L
x 3 x 2 x 3 x 2
 = - q { v 1[2( ) - 3( ) + 1] + v 2 [-2( )  3( ) ]
0
L L L L
3 2 3 2
x 2x x x
+ v1[ 2
- + x] + v2 [ 2 - ]}dx ... (2.27)
L L L L

42
2 x4 x3 2 x4 x3
 =  q{ v1 [  + x] + v 2 [  + ]
4 L3 L 2 4 L3 L2
4 L
x 2 x3 x2 x
4
x
3
+ v 1 [  + ] + v 2 [  ]} | ... (2.28)
4 L2 3 L 2 4 L 2 3L 0

2 2
L L L L
 =  q( v1 + v 2 + v 1  v 2 ) ... (2.29)
2 2 12 12

A expressão da energia potencial total pode ser escrita da


seguinte forma:

EI 12 v12 12 2 4 2 4 2 24
= { 3 + 3 v 2 + v'1 + v 2  3 v1 v 2 +
2 L L L L L
12 12 12 12 4
+ 2 v1 v 1 + 2 v1 v 2  2 v 2 v 1  2 v 2 v 2 + v 1 v 2 } +
L L L L L
2 2
L L L L
 q[ v1 + v 2 + v 1  v 2 } ... (2.30)
2 2 12 12


=0
 v1

EI  24 24 12 12  L
 3 V1
 3 v 2 + 2 v 1 + 2 v 2   q = 0 ... (2.31)
2 L L L L  2


=0
 v 1

EI  8 12 12 4  L
2

v1 + 2 v1
 2 v2
+ 
v2  q =0 ... (2.32)
2  L L L L  12


=0
 v2

EI  24 24 12 12  qL
 3 v2
 3 v1  2 v 1  2 v 2   =0 ... (2.33)
2 L L L L  2

43

=0
 v 2

EI 8 12 12 4  2
L =0
L v  + v  v + v  + q ... (2.34)
L 
2 2 1 2 2 1
2  L L 12

Rearranjando o sistema de equações e colocando-o na forma


matricial, obtém-se:

 12LEI
3
6 EI
L2

12 EI
L3
6 EI
L2
  ql

 6 EI 2 EI   v1   ql 2 
2
4 EI 6 EI
L   v1   12 

 L2
'
L L2
6 EI    ql 
  12LEI
3
6 EI
 2
L
12 EI
L3
 2  v2
L v2'   2 2 
 6 EI 4 EI 

... (2.35)

 12 
2 EI 6 EI ql
 
 L2 L L2 L 

Condições de contorno:

v1 = 0 , v'1 = 0

 12 EI 6 EI   
   
qL 
  V 
 L3 L2  2 


 2 
 ... (2.36)
 6 EI 4 EI  '  
  V 2   qL 2 
   
 L2 L   12 

4
qL
v2 = ... (2.37)
8EI

3
qL
v 2 = ... (2.38)
6EI

que é a solução exata.

Cálculo do momento no ponto [1]:

44
6 6 4 2
v 1 =  2 v1
+ 2 v2
 v 1  v 2
L L L L

4 3
6 qL 2 qL
v 1 = 2 .  .
L 8EI L 6EI
5 qL 2
v 1 =
12 EI

5 2
M 1 =  EI v 1 =  qL
12

Valor exato M1 = - qL2/2


Erro: 16,6%

2.2 Matriz de Rigidez e Vetor de Cargas Nodais Equivalentes


Considere o caso geral de um elemento finito submetido a
um carregamento distribuído ao longo de seu comprimento
conforme indicado na figura 2.5.

Fig. 2.5 - Elemento submetido a carregamento distribuído

Neste caso a energia potencial total pode ser escrita da


seguinte forma:

hi h
EI i

= v" dx   qvdx


2
... (2.39)
0
2 0

Separando na equação anterior a parcela referente à


energia de deformação da parcela referente à energia potencial

45
das cargas externas pode-se escrever que:

 12 EI 6 EI  12 EI 6 EI 
 h3 hi2 hi3 hi2 
T  i
v 
 vi  6 EI 4 EI  6 EI 2 EI
hi v'     i' 
EI 1  i   hi2 hi hi2 hi   vi 
U= v"
2
dx      v  
0
2 2 v j    12 EI  6 EI 12 EI  6 EI
 j 
v 'j   hi hi2 hi3 hi2  v 'j 
3

 6 EI 2 EI  6 EI 4 EI 
 
 hi hi hi2 hi
2


1
 e T K e  e  ... (2.40)
2

 qh i 
T
 2 
 v i   qh 2 
hi v'   i 
 i   12 
 =  qvdx        e  Pe 
T
qh ... (2.41)
0 v j   i 

 v j   2 
'

  qh i2 
 12 
 

A matriz Ke é a chamada matriz de rigidez do elemento, o


vetor e é chamado de vetor de parâmetros nodais do elemento e o
vetor Pe é denominado de vetor de cargas nodais equivalentes do
elemento.
Para determinação do vetor de parâmetros nodais basta
utilizar a condição de estacionariedade da energia potencial
total. A partir daí basta resolver o sistema linear resultante
(equação 2.42) mediante a aplicação das condições de contorno.
São exemplos deste sistema as equações 2.21 e 2.35 obtidas nos
exemplos 1 e 2, respectivamente.

K e  e   Pe  ... (2.42)

46
2.3 Matriz de Rigidez de um Elemento Finito Submetido à Carga
Axial

hi

Fig. 2.6 - Elemento submetido à carga axial

hi
E i Ii P hi 2
i=  v  dx   v  dx
2
... (2.43)
0
2 2 0

ou seja:

Ei I i [ 12 2 + 12 2 + 4 2 + 4 2  24 12
i= vi v j v i v  j vi v j + +
2 vi v i
2 hi3 hi
3
hi hi hi
3
hi
12 12 12 4
+ 2 vi v j  2 v j vi  2 v j v j + vi v j ] +
hi hi hi hi
P 6 2 6 2 2 2 12
 [ vi + v j + hi vi + hi v j 
2 2
vi v j +
2 5 hi 5 hi 15 15 5 hi
1 1 1 1 h
+ vi vi + vi v j  v j vi  v j v j  vi v j ] ... (2.44)
5 5 5 5 15

Calculando as derivadas em relação a Vi, V'i, Vj, V'j para


o elemento i, obtém-se:

i 12 6 6
= [ E3i I i  P i ] v i + [ E2i I i  P i ] v i +
 vi hi 5 hi hi 10
12 E i I i 6 Pi 6 E i I i Pi
+[ 3
+ ]vj+[ 2
 ] v j ... (2.45)
hi 5 hi hi 10

i 6 E i I i Pi 4 E i I i 2 P i hi
=[  ] vi + [  ] v i +
 v i hi
2
10 hi 15
6 2 h
+ [  E2i I i + P i ] v j + [ E i I i + P i i ] v  j ... (2.46)
hi 10 hi 30
 i 12 E i I i 6 Pi 6 E i I i Pi
=[ + ] vi + [  + ] v i +
vj hi
3
5 hi 2
hi 10
47
12 E i I i 6 6
+[ 3
 Pi ] v j + [  E2i I i + Pi ] v  j ... (2.47)
h i 5 hi hi 10

 i 6 2 h
= [ E2i I i  Pi ] vi + [ E i I i + Pi i ] v i +
 v j hi 10 hi 30
6E I P 4 E i I i 2 Pi hi
+ [  2i i + i ] v j + [  ] v j ... (2.48)
hi 10 hi 15

A matriz de rigidez deste elemento finito é:

 12 hE3i I i  65 hPii 6 E i I i Pi
 
12 E i I i 6 Pi

6 E i I i Pi
 
 6 Ei i I i  Pi 
hi 2 10 hi3 5 hi hi 2 10
4 E i I i 2 Pi hi 6 E i I i Pi 2 E i I i Pi hi

 12hEi2 I 106 P 
   
hi 15 hi2 10 hi 30

  hi3i i  5 hii 
6 E i I i Pi 12 E i I i 6 Pi 6 E i I i Pi
    
hi 2 10 hi3 5 hi hi 2 10

 6 E2i I i  10Pi 2 E i I i Pi hi
 
6 E i I i Pi

4 E i I i 2 Pi hi
 
 hi hi 30 hi 2 10 hi 15

... (2.49)

Esta matriz pode ser escrita de uma forma mais compacta,


como se segue:

 Ki i
K12 i
K13 i 
K14
 11 
Ki i
K22 i
K23 i
K24
 21 
i
K31 i
K32 i
K33 i
K34 ... (2.50)
 i i i i 
K41 K42 K43 K44

que pode ser dividida em 4 sub-matrizes:

48
Kii Kij 
K K  ... (2.51)
 ji jj 

onde:

Kii = é a influência do nó i sobre os deslocamentos do nó i


(influência do nó i sobre ele mesmo);

Kij = é a influência do nó i sobre os deslocamentos do nó j;

Kji = é a influência do nó j sobre os deslocamentos do nó i;

Kjj = é a influência do nó j sobre ele mesmo.

As derivadas da energia potencial total do elemento finito


i em relação a vi, v'i, vj e v'j podem ser escritas em função de
todos os deslocamentos da viga, como se segue (coloca-se na
linha 2i-1 a derivada em relação a vi...):??????

T
 v1  0 ... 0 0 0 0 ... 0  v1 
 ...    
  . ... . . . . ... .   ... 
 v  0 ... K i Ki Ki Ki ... 0  vi 
 i   11 12 13 14  
    ' 
 v'    
 i  0 ... K i Ki Ki Ki ... 0  vi 
1  21 22 23 24  
    
2 v    v 
... K i Ki Ki Ki
 j    j 
0 ... 0 ... (2.52)
31 32 33 34
    
 v'    ' 
 j  0 ... K i Ki Ki Ki ... 0  v j 
41 42 43 44
 ...   . ... . . . . ... .   ... 
    
vn  1  0 ... 0 0 0 0 ... 0 v
 n  1 

49
Considere agora dois elementos finitos i e j:

Fig. 2.7 - Elementos finitos (i) e (j)

A energia potencial total dos dois elementos é dada por:

 ij =  i +  j ... (2.53)

As derivadas em relação aos deslocamentos de i, j e k


podem ser escritas em duas parcelas: as derivadas em relação
aos deslocamentos do elemento i e as derivadas em relação aos
deslocamentos do elemento j.

  ij   i   j
= + ... (2.54)
 ve  ve  ve

  ij   i   j
= + ... (2.55)
 ve  ve  ve

e = i, j, k

A soma das duas parcelas das derivadas da energia


potencial total dos elementos i e j é dada por:

50
T
 v1  0 ... 0 0 0 0 0 0 ... 0  v1 
 ...  . ... . . . . . . ...   ... 
  
 vi  0 ... K11i K12i K13i K14i 0 0 ... 0  vi 
    
    
 vi'  0 i
... K 21 i
K 22 i
K 23 i
K 24 0 0 ... 0  vi' 
    
    
v  0 ... K 31i K 32i K 33i K 34i 0 0 ... 0  v j 
1      
j
... (2.56)
    
2 ' 
v 0 i
... K 41 i
K 42 i
K 43 i
K 44 0 0 ... 0  v 'j 
 j    
    
    
 vk  0 ... 0 0 0 0 0 0 ... 0  vk 
    
 '    
 vk  0 ... 0 0 0 0 0 0 ... 0  vk' 
 ...  . ... . . . . . . ... .   ... 
 '    
vn1  0 ... 0 0 0 0 0 0 ... 0 vn' 1 

Parcela relacionada ao elemento i.

51
T
 v1  0 ... 0 0 0 0 0 0 ... 0  v1 
 ...  . ... . . . . . . ...   ... 
  
 vi  0 ... 0 0 0 0 0 0 ... 0  vi 
    
    
 vi'  0 ... 0 0 0 0 0 0 ... 0  vi' 
    
    
v  0 ... 0 0 K11j K12j K13j K14j ... 0  v j 
1      
j

    
2 ' 
v 0 ... 0 0 K 21j K 22j K 23j K 24j ... 0  v 'j 
   ... (2.57)
 j 
    
    
 vk  0 ... 0 0 K 31j K 32j K 33j K 34j ... 0  vk 
    
 '    
 vk  0 ... 0 0 K 41j K 42j K 43j K 44j ... 0  vk' 
 ...  . ... . . . . . . ... .   ... 
 '    
vn1  0 ... 0 0 0 0 0 0 ... 0 vn' 1 

Parcela relacionada ao elemento j.

52
T
 v1  0 ... 0 0 0 0 0 0 ... 0 v1 
 ...  . ... . . . . . . ...  ... 
  
 vi  0 ... K11i K12i K13i K14i 0 0 ... 0 vi 
    
    
 vi'  0 i
... K21 i
K22 i
K23 i
K24 0 0 ... 0 vi' 
    
    
v  0 i
... K31 i
K32 i
K33  K11j K24
i
 K12j K13j K14j ... 0 v j 
1     
j

    
2 ' 
v 0 i
... K41 i
K42 i
K43  K21j K44
i
 K22j K23j K24j ... 0 v 'j 
 j    
    
v    
 k  0 ... 0 0 K31j K32j K33j K34j ... 0 vk 
    
 '    
 vk  0 ... 0 0 K41j K42j K43j K44j ... 0 vk' 
 ...  . ... . . . . . . ... .  ... 
 '    
vn1  0 ... 0 0 0 0 0 0 ... 0vn' 1 

... (2.58)

Observar a superposição de elementos nas linhas dos


deslocamentos do nó j.
Isso ocorre porque eles recebem duas contribuições: a do
elemento i e a do elemento j.
Esta mesma superposição é verificada no vetor dos termos
independentes do sistema de equações para as contribuições do
carregamento distribuído, quando houver aplicação deste à
estrutura.
De um modo geral, o sistema de equações de uma viga
dividida em n elementos finitos será:

53
Uma observação importante é lembrar que se por acaso a
numeração dos nós não for seqüencial, isto é, da esquerda para
direita, haverá coeficientes não nulos fora da banda da matriz
de rigidez global. Tal fato é indesejável uma vez que pode
aumentar a área necessária de armazenamento durante a solução
por computador e ainda gerar resíduos na solução do sistema
linear de equações.
Visando a solução do problema de vigas contínuas por via
computacional é ilustrado a seguir um esquema de endereçamento
no qual é indicada a posição na escala global da contribuição
de cada elemento presente na discretização da estrutura. Seja o
elemento ilustrado a seguir formado pelos nós i e j:

Fig. 2.8 - Elemento genérico formado pelos nós i e j

A localização na escala global dos termos da matriz de


rigidez e do vetor de cargas nodais equivalentes deste elemento

54
é apontada pelos chamados índices de posição que neste caso são
2i-1, 2i, 2j-1 e 2j. Abaixo é colocado de que forma é efetuado
este endereçamento.

Coluna a ser ocupada na


matriz de rigidez global

2i-1 2i 2j-1 2j

2i-1  K 11 K 12 K 13 K 14 
Linha a ser 2i
K K 22 K 23 K 24 
ocupada na  21
matriz de
rigidez global
2j-1  K 31 K 32 K 33 K 34 
 
2j
 K 41 K 42 K 43 K 44 

Matriz de rigidez do elemento


formado pelos nós i e j

2i-1
 P1 
Linha a ser
ocupada no vetor  P2  Vetor de cargas nodais

 P3 
2i
de cargas nodais equivalentes do elemento
equivalentes formado pelos nós i e j
2j-1
 P4 
global
2j

Fig. 2.9 – Esquema de endereçamento de vigas contínuas

2.3.1 Exemplo 3:
Objetivando um melhor entendimento do esquema de
endereçamento colocado anteriormente é colocada a seguir uma
viga contínua com deslocamentos nodais a serem determinados
mediante discretização indicada.

55
Dados: g = 10 kN/m
EI = 108 kN·cm2
L = 2 m

x
y

Fig. 2.10 – Viga contínua discretizada em dois elementos

O primeiro passo para solucionar um problema deste tipo é


escrever a matriz de rigidez e o vetor de cargas nodais
equivalentes para cada elemento envolvido na discretização, ou
seja:
Elemento 1:

 12 EI 6 EI

12 EI 6 EI   gL 
 6LEI 2 EI   gL22 
3
L2 L3 L 2
4 EI 6 EI
 L2 
L 
 12 
 
gL 
K1  L L2 e P1
12 EI 6 EI 12 EI
 2 
6 EI

 6 EI
 2
 22
4 EI 
L3 L L3 L

 L2
2 EI 6 EI
 gL 
L 

L L2   12 
Elemento 2:

 48 EI 24 EI

48 EI 24 EI 
 24LEI  2 gL2 
8 EI 
3 2 3 2
L L L

 L2
16 EI

24 EI
L 
 gL3 
 
2 gL 
K2  L L2 e P2
 48 EI 24 EI 48 EI
 2 
24 EI

 24LEI
 2
 gL2 
16 EI 
3
L L3 L
8 EI 24 EI  3
 L2 L

L2 L  
56
O passo seguinte é deixar a escala local que se refere ao
domínio dos elementos e passar para escala global de toda
estrutura. Para tanto é necessário determinar os índices de
posição que irão apontar as posições globais dos elementos
locais.
Elemento 1:

i=1
j=3

2i-1=1 ; 2i=2
2j-1=5 ; 2j=6
Elemento 2:

i=3
j=2

2i-1=5 ; 2i=6
2j-1=3 ; 2j=4

A idéia então é explorar o esquema de endereçamento


indicado na figura 2.9. Por exemplo, foi calculado para o
elemento 1 que o índice de posição 2j-1 é igual a 5,
conseqüentemente, o termo K33 da matriz de rigidez deste
elemento vai ocupar a posição 55 da matriz de rigidez global.
Este procedimento se repete para determinar qual a posição
global de todos os elementos locais, tanto da matriz de rigidez
quanto do vetor de cargas nodais equivalentes. O resultado
final da matriz de rigidez e do vetor de cargas nodais
equivalentes globais é colocado a seguir:

57
 12 EI 6 EI 12 EI 6 EI 
 0 0   gL 
 L3 L2 L3 L2   
 6 EI 4 EI  6 EI 2 EI   2 
 0 0
 L
2
L2 L2 L   gL2 
48 EI  24 EI  48 EI  24 EI   
 0 0  12 
KG

  L3 L2 L3 L2   2 gL 
 24 EI 16 EI 24 EI 8 EI  e PG    gL 
 0 0   3 
 L2 L L2 L   5 gL 
 12 EI  6 EI  48 EI 24 EI 60 EI 18 EI   
 L3 L2 L3 L2 L3 2
L    2 
 6 EI 2 EI  24 EI 8 EI 18 EI 20 EI   gL 2 
  
 L2 L L2 L L2 L   4 

Os termos destacados receberam contribuição dos dois


elementos uma vez que se referem ao nó intermediário.
Impondo as condições de contorno (v1=0; v’1=0 e v2=0)
obtém-se o seguinte sistema linear de equações em sua forma
matricial:

 16 EI 24 EI 8 EI    gL2 
  '  
 L L2 L  v2   3 
 24 EI 60 EI 18 EI     5 gL 
 2   v3    
 L L3 L2   '   2 
 8 EI 18 EI 20 EI   v3   5 gL2 
 L L   
L2  4 

Substituindo os dados do problema tem-se:

 40 
 80000 60000 40000   v 2'    
    3 
 60000 75000 45000   v3    50 
 40000 45000 100000   v '   10 
  3   

cuja solução fornece:

58
 v '   1, 64410 3 rad 
 2  
 v3    2 , 09210 3 m 
 '  4 
 v3   1,83910 rad 

2.4 Determinação dos esforços internos nodais


Voltando ao exemplo anterior para calcular os esforços
internos nos nós basta utilizar as seguintes equações
anteriormente discutidas:

M =  EIv ''
... (2.59a e 2.59b)
V   EIv '''

Elemento 1:

M 1 =  EIv1'' 0  33,219 kN  m


V1   EIv1''' 0  34,138 kN

M 3 =  EIv1'' L   35,058 kN  m
V3   EIv1''' L   34,138 kN

Elemento 2:

M 3 = 4 EIv2'' 0  45,057 kN  m


V3  4 EIv2''' 0  15,862 kN

M 2 = 4 EIv2'' L   13,333 kN  m
V2  4 EIv2''' L   15,862 kN

As respostas acima explicitadas, entretanto são diferentes


dos valores corretos que seriam:

M1 = 36,552 kN  m
V1  44,138 kN

59
M 3 = 31,724 kN  m
V3  24,138 kN
M2 =0
V2  55,862 kN

Tal fato ocorre em virtude de que o método dos elementos


finitos prescreve que o carregamento distribuído seja
transformado em cargas concentradas aplicadas sobre os nós.
Esse fenômeno fica mais evidente ainda quando se trabalha com
um exemplo mais simples como é o caso da viga engastada com
carregamento distribuído ao longo de seu domínio. Basta
conferir que a energia potencial total para a estrutura
submetida a carregamentos distintos colocada na figura 2.11
abaixo é a mesma.

MEF

Fig. 2.11 – Transformação de carregamento distribuído em cargas


nodais

Uma maneira de corrigir a determinação dos esforços


internos para casos como esse é efetuar a diferença entre a
resposta obtida com as equações clássicas da teoria de flexão
de vigas (equações 2.59) e as cargas nodais equivalentes
aplicadas sobre os nós. Cabe salientar neste momento que o
sentido dos esforços considerado positivo na teoria de flexão
de vigas (Figura 2.12a) é diferente daquele utilizado no método
60
dos elementos finitos (Figura 2.12b). Neste caso uma convenção
precisa ser adotada como padrão, por conveniência a convenção
tomada é a do método dos elementos finitos.

2 4 2 4

3 1 3
1
(a) (b)

Fig. 2.12 – Sentido positivo para os esforços para teoria de


flexão de vigas (a) e para o método dos elementos finitos (b)

Tomando como referência as respostas obtidas no exemplo


anterior vem que os esforços devidamente corrigidos seriam:

 Elemento 1

 Esforço Cortante (kN·m):


V1  VTFV
*
 P1  34,138  10  44,138 kN
V3  VTFV  P3  34,138  10  24,138 kN

 Momento Fletor (kN·m):


M 1  M TFV  P2  33,219  3,333  36,552 kN  m
M 3  M TFV
*
 P4  35,058  (3,333)  31,724 kN  m

(*) = indica que foi necessário trocar o sinal já que para os


graus de liberdade atrelado a esses esforços a convenção
adotada (MEF) é diferente da convenção da teoria de flexão de
vigas da qual foi obtida a resposta.

 Elemento 2

61
 Esforço Cortante (kN·m):
V3  VTFV
*
 P1  15,862  40  24,138 kN
V2  VTFV  P3  15,862  40  55,862 kN

 Momento Fletor (kN·m):


M 3  M TFV  P2  45,057  13,333  31,724 kN  m
M 2  M TFV
*
 P4  13,333  (13,333)  0

(*) = indica que foi necessário trocar o sinal já que para os


graus de liberdade atrelado a esses esforços a convenção
adotada (MEF) é diferente da convenção da teoria de flexão de
vigas da qual foi obtida a resposta.

Portanto, em módulo, os valores se igualaram aos corretos,


todavia aonde a convenção do método dos elementos finitos é
diferente daquela colocada para a teoria de flexão de vigas o
sinal está trocado. Como a resposta correta respeita a
convenção da teoria de flexão de vigas é necessário corrigir o
sinal nos graus de liberdade onde a convenção é desrespeitada.
Sendo assim, é preciso corrigir os esforços que se referem aos
graus de liberdade 1 e 4 para cada elemento.
Outra forma mais direta de se determinar os esforços
nodais visando à implementação computacional é multiplicar a
matriz de rigidez de cada elemento por seu respectivo vetor de
parâmetros nodais. Este produto chegaria a respostas iguais em
módulo àquelas obtidas através da teoria clássica de flexão de
vigas. De sorte que para se obter respostas corretas bastaria
fazer a diferença entre este produto e o respectivo vetor de
cargas nodais equivalentes para o elemento em questão. Logo,
para um elemento finito genérico de comprimento hi (figura
2.13) tem-se:

62
 12 EI 6 EI 12 EI 6 EI 
 
 hi3 hi2 hi3 hi2 
 V   6 EI  
 i   4 EI  6 EI 2 EI   vi   P1 
 '  
 M i   hi2 hi hi2 hi   vi   P2 
     
 V j   12 EI  6 EI 12 EI  6 EI   v j   P3 

M   h3
 j hi2 hi3 hi2   v 'j   P4 
i  
 6 EI 2 EI  6 EI 4 EI 
 
 hi
2 hi hi2 hi 

V   K e  e   Pe  ... (2.60)

Mi
hi Mj
i j
E,I
Vi Vj
Fig. 2.13 – Esforços nodais em elemento genérico de viga

Para exemplificar é tomado como modelo o elemento 1 do


exercício resolvido acima. Por conseguinte, empregando a
equação 2.60 vem que:

 V   15000 15000 15000 15000   0   10 


 1      
 M 1   15000 20000 15000 10000   0   3, 333 
     3    
 V3   15000 15000 15000 15000   2 , 09210   10 
 M   15000 10000 15000 20000   1,83910 4    3, 333 
 3     

 V    34 ,138   10    44 ,138 kN 
 1       
 M 1    33, 219   3, 333    36 , 552 kN  m 
        
 V3   34 ,138   10   24 ,138 kN 
 M    35, 058    3, 333    31, 724 kN .m 
 3      

63
Como esperado a resposta foi igual à correta exceto pelos
sinais trocados nos graus de liberdade onde a convenção do MEF
é diferente da convenção de vigas.

64
3. MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS (PÓRTICOS PLANOS)

3.1 Matriz de Rigidez de Elemento Finito para Treliça


No caso das treliças, os parâmetros nodais a serem
determinados são dois deslocamentos longitudinais ui e uj ,
conforme ilustrado na figura 3.1. Nesta mesma figura é mostrado
também as cargas nodais aplicadas Pi e Pj.

Pi i L j Pj
ui E,A uj
x

Fig. 3.1 – Elemento finito de treliça submetido a cargas


externas

Como existem dois parâmetros nodais associados ao elemento


finito é adotada como função aproximadora para os deslocamentos
longitudinais uma reta, isto é:

u ap = Ax  B ... (3.1)

As condições de contorno então são:

a) x = 0 u = ui
b) x = L u = uj

Logo,

u j u i
A=
L
B = ui

Substituindo os coeficientes A e B na equação 3.1 a mesma


pode ser reescrita como:
65
 x x   ui    
u ap  1     x e
 L L  u j  ... (3.2)

A energia potencial total para uma barra submetida a


carregamento axial é dada por:

 =U   ... (3.3)

onde,

U
1
2     
 e T  ' x T EA  ' x  e dx ... (3.4)

T  Pi 
   e      e  Pe 
T
... (3.5)
Pj 

Substituindo as equações 3.4 e 3.5 em 3.3 vem que:

=
1
2     
 e T  ' x T EA  ' x  e dx   e T Pe  ... (3.6)

Porém, da equação 3.2 conclui-se que:

 (x)   L1
' 1
L 
... (3.7)

Substituindo a equação 3.7 na equação 3.6 e realizando


posteriormente algumas simplificações tem-se uma nova energia
potencial total dada por:

 EA EA 
T  L 
 = e    L
1
 e   e  Pe 
T
... (3.8)
2  EA EA 
 L L 
66
Impondo a condição de estacionariedade (∂π = 0) na equação
3.8 obtém-se a seguinte equação:

 EA  EA
 L L ui    Pi   K
  EA EA  u treliça  e   Pe  ... (3.9)
P
    
j j
 L L 

Portanto, a matriz de rigidez do elemento finito de


treliça é dada por:

 EA  EA
 L 
K treliça   L
 EA EA  ... (3.10)
 
 L L 

3.2 Matriz de Rigidez de Elemento Finito para Pórtico Plano


No caso dos pórticos planos, os parâmetros nodais a serem
determinados são dois deslocamentos longitudinais ui e uj, dois
deslocamentos transversais vi e vj e ainda duas rotações θi e
θj, conforme ilustrado na figura 3.2.
uj
θj
j
vj

θi
i
vi
ui
Fig. 3.2 – Elemento finito de pórtico plano
67
Para obtenção da matriz de rigidez deste elemento basta
fazer uma superposição das matrizes de rigidez dos elementos de
viga e treliça discutidos anteriormente. Para tanto é
necessário fazer a correta correspondência entre os graus de
liberdade destes três elementos. A figura 3.3 indica uma
correlação para estes graus liberdades.

Fig. 3.3 – Correspondência entre os graus de liberdade dos


elementos finitos de pórtico, viga e treliça

Portanto, resgatando as matrizes de rigidez do elemento de


viga e do elemento de treliça tem-se:

(2) (3) (5) (6)


 12 EI 6 EI

12 EI  (2)
6 EI

 6 EI
L3

2 3 2
L L L Posições dos elementos
4 EI 6 EI 2 EI
 L2  (3)
da matriz de rigidez

 K viga    12 EI L L do elemento de viga na
L2
6 EI 
matriz de rigidez do
6 EI 12 EI elemento de pórtico de
 L3  2
L L3
 2 (5)
L  acordo com a figura

 6 EI2 4 EI  (6)
3.3.
2 EI 6 EI
 2
 L L L L 

68
(1) (4)
 EA  EA Posições dos elementos da matriz de
 L  (1)
Ktreliça     EA EA 
L rigidez do elemento de treliça na
matriz de rigidez do elemento de
  (4) pórtico de acordo com a figura 3.3.
 L L 

Uma vez estabelecido a posição a ser ocupada por cada


elemento das matrizes de rigidez dos elementos de viga e
treliça dentro da matriz de rigidez do elemento de pórtico a
mesma pode ser escrita para o sistema local de coordenadas
como:

 EA EA 
 L 0 0 0 0 
L
 
 0 12EI 6EI 12EI 6EI 
0
 L3 L2 L3 L2 
 6EI 4EI 6EI 2EI 
 0 0
 K pórtico    L2 L L2 L 
 EA EA  ... (3.11)
 0 0 0 0 
 L L 
 12EI 6EI 12EI 6EI 
 0 0 
 L3 L2 L3 L2 
 6EI 2EI 6EI 4EI 
 0 0
L2 L L2 L 

3.3 Rotação do Sistema de Coordenadas


Na grande maioria dos casos é mais razoável gerar a matriz
de rigidez do elemento finito em relação ao seu sistema de
coordenadas, porém, para a montagem da matriz de rigidez global
da estrutura é necessário fazer com que essa matriz passe a se
referir a um sistema global de coordenadas. Esse processo se
repete para todos os elementos envolvidos na discretização.
Um exemplo típico onde seria conveniente utilizar a
rotação do sistema de coordenadas é apresentado na figura 3.4,
na qual é indicado um pórtico plano formado por dois elementos,
sendo que o elemento inclinado forma um ângulo α entre o
sistema global de coordenadas (X,Y) e o sistema local (x,y).
69
Y(V)
x(u)
y(v) α
X(U)

Fig. 3.4 – Pórtico plano

Sendo U e V, respectivamente, as componentes dos


deslocamentos nas direções dos eixos X e Y e u e v nas direções
dos eixos x e y, respectivamente, e  e  as rotações em torno
de um eixo perpendicular ao plano XY, ou ao plano xy,
respectivamente em relação aos sistemas global e local de
coordenadas, as equações que convertem os deslocamentos
referidos ao sistema local para o sistema global são:

u  U  cos   V  sen
v  U  sen  V  cos ... (3.12)
 

Em forma matricial expandida para o caso de pórtico plano


a equação 3.12 pode ser reescrita como:

ui   cos  sen 0 0 00 Ui 


v    
 i  sen cos  0 0 00  Vi 
i   0 0 1 0 0 0  i 
   
u j   0 0 0 cos  sen 0 U j  ... (3.13)
v j   0 0 0 sen cos  0 Vj 
    
 j   0 0 0 0 0 1  j 

ou, ainda reescrevendo a equação 3.13 de maneira mais compacta:

70
   T  
L
P
G
P ... (3.14)

Escrevendo a energia de deformação (U ) e a energia


potencial das cargas externas (  ) para o caso de pórticos
planos tem-se:

 
1 L
 
T
U P  KPL   PL ... (3.15)
2

  P 
T
    PL L
... (3.16)

Neste caso, as equações 3.15 e 3.16 se referem ao sistema


local de coordenadas, a fim de que as mesmas passem a se
referir ao sistema global basta substituir a equação 3.14
nestas equações. Isto é:

  T 
1 G
 
 KPL  T   PG
T T
U P
2

 
1 G
 
T
U P  KPG   PG ... (3.17)
2

  T  P 
T T
    PG L

  P 
T
    PG G
... (3.18)

Portanto, a matriz de rigidez e vetor de cargas nodais


equivalentes referentes ao sistema global são dados por:

 KPG   T   KPL  T 
T
... (3.19)

P   T  P 
G T L
... (3.20)

71
3.4 Esquema de Endereçamento para Pórtico Plano
Da mesma forma que foi feito para o caso das vigas
contínuas a localização na escala global dos termos da matriz
de rigidez e do vetor de cargas nodais equivalentes para o
elemento de pórtico é apontada pelos chamados índices de
posição que neste caso são 3i-2, 3i-1, 3i, 3j-2, 3j-1 e 3j.
Abaixo é colocado de que forma é efetuado este endereçamento.

Coluna a ser ocupada na


matriz de rigidez global

3i-2 3i-1 3i 3j-2 3j-1 3j

3i-2  K11 K12 K13 K14 K15 K16 


3i-1
K K 22 K 23 K 24 K 25 K 26 
Linha a ser  21
ocupada na 3i  K 31 K 32 K 33 K 34 K 35 K 36 
matriz de
 
 K 41 K 42 K 43 K 44 K 45 K 46 
rigidez global 3j-2

3j-1  K 51 K 52 K 53 K 54 K 55 K 56 
 
3j  K 61 K 62 K 63 K 64 K 65 K 66 
Matriz de rigidez do elemento
formado pelos nós i e j

3i-2
 P1 
Linha a ser
ocupada no vetor
3i-1
P2 
P3 Vetor de cargas nodais

P4 
de cargas nodais 3i
equivalentes do elemento
equivalentes formado pelos nós i e j
3j-2
P5 
global

3j-1

3j
P6 
Fig. 3.5 – Esquema de endereçamento de pórtico plano
72
4. MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS (PLACAS)

4.1 Introdução
São definidos como placa os elementos estruturais
laminares planos, simétricos em relação a um plano médio, que
recebem ações externas na direção perpendicular a esse mesmo
plano. Tal elemento é caracterizado também por possuir uma
dimensão denominada espessura (medida na direção ortogonal ao
plano médio), que pode ser constante ou variável, bem menor que
as outras duas dimensões. Estes elementos estruturais suportam
esforços transversais por efeitos de flexão e de cisalhamento.
As hipóteses teóricas de definição e comportamento
mecânico das placas devem valer também para a definição do
elemento finito de placa (SAVASSI, 2000). Tais elementos são
discretizados em elementos planos reduzidos ao plano médio da
placa e as formas mais comuns são a triangular e a
quadrangular. Considera-se também que os graus de liberdade,
vinculações e carregamento externos das placas devem estar
presentes na formulação do elemento finito de placa.
A idéia deste capítulo é apresentar em um primeiro momento
a formulação geral da teoria de placas para posteriormente se
concentrar na aplicação do elemento finito triangular de placa
DKT (assim chamado por se aplicar a teoria de Kirchhoff nos
pontos nodais) na discretização do domínio da placa. A escolha
por esse elemento se deve ao fato de que segundo BATOZ (1980),
utilizando-se elementos finitos triangulares com deslocamento e
rotações nos pontos nodais localizados nos vértices do
triângulo, caso do elemento DKT, é possível realizar uma
análise de flexão de placas delgadas genérica e eficientemente.
De acordo com este pesquisador, o elemento finito triangular
DKT (Discrete Kirchhoff Theory) se apresentou como sendo um
elemento eficiente sob o ponto de vista teórico, numérico e
computacional.
Tal elemento de placa considera inicialmente o

73
comportamento das placas sob esforço cortante (placas
espessas), para depois desprezar tal contribuição e assim se
formular uma teoria para placas delgadas.

4.2 Hipóteses Básicas de Placa Submetida à Flexão


Seja uma placa de contorno qualquer, submetida a um
carregamento P(x,y) qualquer. Um elemento genérico dx*dy*h da
placa estará sujeito às tensões x, y, z, xy, yx, xz, yz, zx e
zy. Sabe-se que xy=yx, xz=zx e zy=yz. Assim, as tensões atuantes
nas faces do elemento estão indicadas na figura 4.1.

dx y x
dy P
z
yx
h/2

xy Qx Qy
mx mxy myx my
y yz x
xz P
h/2

y yx xy x
xz
(b)
yz Q
(a) mxy
Qx y

myx
mx

my
my P
+(
m
y
/
y)
dy
mx
y
(c)
+(
) dy m
/
y
yx ) dx /
xy

 m x y)
Qy +  Q y dy
/
Qx +  Q x dx
+( dx
m yx
y
( ) +(
m
x
( )
x
mx

Fig. 4.1 – Placa sob carregamento

A orientação dos esforços é dada conforme a seguinte


convenção:
 As tensões  são positivas quando provocam tração na
face do elemento; as tensões  são positivas quando coincidem

74
com o sentido positivo dos eixos.
 Os momentos fletores são positivos se provocam tração
na fibra inferior;
 Os momentos volventes são positivos quando seu vetor é
emergente da face considerada;
 As forças cortantes são positivas se, olhando o eixo
crescente da esquerda para a direita, tendem a girar o elemento
no sentido horário.
Pode-se definir então, os esforços solicitantes que atuam
nas faces do elemento:

h /2
mx    x zdz
 h /2
h /2
my    y zdz
 h /2
h /2 h /2
m yx    yx zdz    xy zdz  mxy ... (4.1)
 h /2  h /2
h /2
Qx    xz dz
 h /2
h /2
Qy    yz dz
 h /2

Na teoria de placas admitem-se válidas as seguintes


hipóteses:
 O material é elástico-linear e segue a lei de Hooke;
 Os deslocamentos verticais w são pequenos comparados
com a espessura h da placa;
 Os deslocamentos horizontais dos pontos do plano médio
são desprezíveis.

4.3 Condições de Equilíbrio de um Elemento de Placa


Considerando-se positivos os sentidos dos esforços
indicados na figura 4.1, podem-se escrever as seguintes
equações de equilíbrio:

a) equilíbrio de forças verticais:

75
 Qx    Qy  
 x  dx  dy   y  dy  dx  Pdxdy  0
     
ou
Qx Qy
  P ... (4.2)
x y

b) equilíbrio do momento em torno do eixo x:

 my    mxy  
  Qy dx  dy    dy  dx    dx  dy  0
 y    x  
ou
my mxy
  Qy ... (4.3)
y x

c) equilíbrio do momento em torno do eixo y:

 m    m yx  
  Qx dy  dx   x dx
  dy    dy  dx  0
 x    y  
ou
mx mxy
  Qx ... (4.4)
x y

Substituindo as equações 4.4 e 4.3 na equação 4.2, tem-se:

 2 mx  2 mxy  2 my
2  2  P ... (4.5)
2 x xy  y

Escrevendo também as equações de equilíbrio de forças em


um elemento infinitesimal:

76
 x  xy  xz
  X 0
x y z
 xy  y  yz
  Y  0 ... (4.6)
x y z
 xz  yz  z
  Z 0
x y z

e as relações elásticas de Hooke:

x 
1
E

 x    y   z  u
x

 y   y    x   z  
1
E
v
y


 z   z    y   x  
1
E
w
z
... (4.7)
1 v u
 xy   xy  
G x y
1 u w
 xz   xz  
G z x
1 v w
 yz   yz  
G z y

4.4 Determinação das Tensões para Placas com Efeito do Esforço


Cortante                                                        
Supõe-se que as tensões x, y e xy variem linearmente.
Assim partindo-se de uma faixa de largura unitária na direção
x, pode-se escrever:

mx
x  z
Iz

Já que:

1 h3
Iz 
12

pode-se escrever x e as demais tensões (y e xy) de maneira


77
análoga da seguinte forma:

12mx
x  z
h3
12m
y  3 y z ... (4.8)
h
12m
 xy  3 xy z
h

A partir da figura 4.1 têm-se as seguintes condições de


contorno:

h
 z   P  x, y  para z
2
h
z  0 para z ... (4.9)
2
h
 xz   yz  0 para z
2

Substituindo as tensões (4.8) nas duas primeiras equações


de equilíbrio (4.6), desprezadas as forças de massa, e
integrando-as ao longo de z, com o auxílio das equações 4.4 e
4.3, bem como da última condição de contorno (4.9), obtêm-se:

3Qx   2 z  
2

 xz  1    
2h   h  
... (4.10)
3Qy   2 z  2 
 yz  1    
2h   h  

Substituindo as tensões dadas em 4.10 na última das


equações de equilíbrio (4.6), desprezada a força de massa,
utilizando a equação 4.2 e integrando-se ao longo de z, com
auxílio da primeira condição de contorno (4.9), obtém-se:

78
3P  2 2 z 1  2 z  
3

z         ... (4.11)
4  3 h 3  h  

Na teoria de placas espessas (REISSNER, 1945), as seções


planas não permanecem planas após as deformações (Figura 4.2).
Assim, com o objetivo de simplificar o tratamento matemático do
problema, calculam-se o deslocamento médio w0 e os giros médios
da seção x e y, e supõe-se que, com estes valores, as seções
permaneçam planas, mas não normais à superfície média deformada
(Figura 4.2). Estes valores são calculados igualando-se o
trabalho realizado para executar os giros médios, e os
deslocamentos médios, ao trabalho das tensões correspondentes
ao efetuar os deslocamentos reais u, v e w, ou seja:

 h /2  h /2
 h /2
 x udz  mx x  h /2
 xy vdz  mxy y
 h/2  h /2
h/2
 y vdz  m y y   h /2
 xy udz  mxy x ... (4.12)
h / 2 h / 2

h / 2
 xz wdz  Q x w0 h / 2
 yz wdz  Q y w0

Fig. 4.2 – Elemento infinitesimal de placa espessa


79
Utilizando-se as equações 4.8 e 4.10, e substituindo-as em
4.12, obtém-se:

12  h / 2
h 3  h / 2
x  uzdz

12  h / 2
 y  3  vzdz ... (4.13)
h h / 2
3 h / 2   2 z  
2

2h  h / 2   h  
w0  w1    dz

Supondo-se que as seções permaneçam planas após as


deformações, como já foi citado anteriormente, tem-se que os
valores dos deslocamentos u e v são os seguintes:

u   z x
... (4.14)
v   z y

Substituindo as tensões (4.10) nas duas últimas relações


dadas segundo a lei de Hooke (4.7), e integrando-se em relação
a z de -h/2 a +h/2, sabendo-se que u/z=-x e v/z=-y (4.14), obtém-se:

u w 6 2 1  
  Qx
z x 5 Eh
... (4.15)
v w 6 2 1  
  Qy
z y 5 Eh

ou:

w _
x  x
x
... (4.16)
w _
y   y
y

onde:

80
_
6 2 1  
x  Qx
5 Eh ... (4.17)
_
6 2 1  
y  Qy
5 Eh

Definindo:

 x   x
... (4.18)
 y   y

pode-se reescrever as relações anteriores como se segue:

w _ _
x     x   w, x   x
x
... (4.19)
w _ _
 y     y   w, y   y
y

onde:

w w
 w, x e  w, y
x y

ou:

_
 x  w, x   x
_
... (4.20)
 y  w, y   y

Assim, os deslocamentos podem ser expressos como segue:

u   z x  z x
... (4.21)
v   z y  z y

Substituindo-se as equações 4.21 nas relações expressas na


lei de Hooke (4.7), obtêm-se as seguintes expressões para as

81
deformações:

 x
x  z  z x , x
x
 y
y  z  z y , y
y
   y 
 xy  z  x    z  x , y   y , x  ... (4.22)
 y x 
_
 xz   x   x  w, x
_
 yz   y   x  w, y

Que podem ser expressas da seguinte forma matricial:

  z ... (4.23)

onde:

 x    x, x 
   
    y  e     y, y 
     
 xy   x, y y,x 

 xz   x    x  w, x 
_

   _  
 yz   y    y  w, y 

sendo  denominado de vetor de curvatura.


Reescrevendo-se as relações de Hooke, de forma que as
tensões estejam em função das deformações (lembrando que z, é
considerada desprezível) resulta em:

σb  z  Db  κ  σ z  Ds ... (4.24)

82
onde:
 é o vetor de curvaturas dado em 4.23.
 x 
 
 b   y  ;
 
 xy 
 
1  0 
E  
Db   1 0 ;

1  2   1  
0 0 
 2 

3P  2 2 z 1  2 z  
3

z        ;
4 1    3 h 3  h  

1
  
Ds  1
1   
0
e:
_
 xz   x    x  w, x 
s     G  _   G  .
 yz   y    y  w, y 
 

4.5 Determinação dos Esforços


Para se obter os esforços em função das deformações, basta
substituir as relações dadas em 4.24, nas relações 4.8, e
integrar no domínio da placa. Assim, para os momentos vem:

M  D  κ  M0 ... (4.25)

onde  é o vetor de curvaturas dado em 4.23, e:

 
 mx 
  Eh 3 1  0 
Ph 2  
1 
 
M   my  , D   1  e M0   1 
m  12 1   2  
0
1  

10  1   
 xy  0 0  0 
 2 

83
E para os esforços cortantes, tem-se:

Q  Dq γ ... (4.26)

onde:

Q x  5 1 0   xz 
Q    , Dq  Gh   e   
Q y  6 0 1   yz 

OBS: COOK et al.(1989) afirma que o coeficiente 5/6 introduzido


em Dq tem a função de corrigir a hipótese de que a distribuição
de tensões cisalhantes (xz e yz) é uniforme. O valor “5/6”
corresponde à consideração de uma distribuição parabólica das
tensões (figura 4.3).

Fig. 4.3 – Correção da hipótese de distribuição uniforme de


tensões cisalhantes

4.6 Equação Diferencial de Placa


Com as equações dadas no item anterior, pode-se obter os
esforços que solicitam a placa num ponto qualquer (mx, my, mxy,
Qx e Qy), conhecendo-se a função que define a elástica na placa
w(x,y). Substituindo-se os momentos (4.25) na equação das placas
(4.5) tem-se:

1 h 2 2  2 
 w P
4
 P ... (4.27)
D 10 1  

84
onde:

 2 2 
 4   2  2 e  2   2  2 
 x  y

4.7 Energia de Deformação de Placas com Efeito do Esforço


Cortante
A energia de deformação compõe-se das parcelas devidas à
flexão Ub e ao cisalhamento Us. Assim:

U  Ub Us ... (4.28)

onde:

1
Ub 
2 A
κ T  D b  κdxdy ... (4.29)

1
Us 
2 A
γ T  D b  γdxdy ... (4.30)

Pode-se então escrever explicitamente as relações para as


energias de deformação:

1 
Eh 3 
 y , x   x, y dxdy
Ub 
     y2, y  2 x , x  y , y 
2
... (4.31)

24 1   2 A
x,x
2 

e:

Us 
Eh

4(1   ) A

w, x   x   w, y   , y  dxdy
2 2
 ... (4.32)

4.8 Montagem da Matriz de Rigidez do Elemento DKT


A partir da expressão 4.28 pode-se obter um elemento
finito com efeito do esforço cortante. Entretanto, esse

85
trabalho tem como objetivo o estudo de placas delgadas. Em tais
placas, o efeito do esforço cortante é desprezível na presença
da parcela devida à flexão. Segundo SORIANO (2003), a
consideração da parcela devido ao efeito cortante é
acentuadamente mais importante em comportamento dinâmico e/ou
em placa sanduíche, casos esses que não serão discutidos aqui.
Portanto, como a idéia aqui é desprezar a parcela de energia
oriunda do cisalhamento a expressão 4.28 pode ser aproximada
por:

U  Ub ... (4.33)

A partir da relação anterior, pode-se desenvolver a matriz


de rigidez de um elemento finito para placas delgadas. Baseado
na hipótese de Kirchhoff para placas delgadas ("pontos da placa
originalmente normais à superfície média indeformada,
permanecem normais à superfície média deformada"), o elemento
usado neste trabalho, chamado de DKT (Discrete Kirchhoff
Theory), tem-se mostrado numericamente preciso na análise de
placas delgadas. Esse elemento possui 9 graus de liberdade
(deslocamento vertical w e as rotações x e y nos vértices),
como pode ser visto na figura 4.4. O seu vetor de parâmetros
nodais é dado como segue:


u T  w1  x1  y1 w2  x 2  y 2 w3  x 3  y 3 
z ,w

3 w3
x y x 3
x y y 3

1
w2
h

w1 x 2
x1 2 y 2
y 1

Fig. 4.4 – Elemento DKT


86
Neste elemento admite-se que x e y variem quadraticamente
sobre o mesmo. Assim, seja a função aproximadora para x:

 x    ... (4.34)

sendo:

 1 
 
 2
 

  1    2   2  e    3 ... (4.35)
 4 
 5 
 
 6 

onde i são as constantes a serem determinadas e  e  são as


coordenadas de área,onde:


I ij  x ij2  y ij2  1/ 2
; xij  x j  xi ; yij  y j  yi ;

 ij  x , nij  ij  x ,  ij  ;  
    S
;
I ij

x  xi  xij ; y  y i  y ij ;

xij y ij
C  cos  ij  ; S  sen  ij  ;
I ij I ij

xk 
1
xi  x j  ; y k  1 yi  y j .
2 2

Aplicando-se a função x nos pontos de 1 a 6, conforme figura


4.5, tem-se:

87
s=lij
j(xj,yj) 
y S n
Mn
k


Mns
3 (x3,y3)

n31 s=0
S n23 i(xi,yi) 
5


S
G 4 x

1(x1,y1) 6

n12 S
 2 (x2,y2)

Fig. 4.5 – Relações geométricas no elemento triangular

  x1  1 0 0 0 0 0   1 
   1 1 0 1 0 0   2 
 x2  
  x 3  1 0 1 0 0 1   3 
    ... (4.36)
  x 4  1 1 / 2 1 / 2 1 / 4 1 / 4 1 / 4  4 
  x 5  1 0 1 / 2 0 0 1 / 4  5 
    
  x 6  1 1 / 2 0 1 / 4 0 0   6 

A partir da equação 4.36, obtém-se:

 1   1 0 0 0 0 0    x1 
   3  1 0 0 0 4    x 2 
 2 
 3   3 0  1 0 4 0    x 3 
    ... (4.37)
 4   2 2 0 0 0  4   x 4 
 5   4 0 0 4  4  4   x 5 
    
 6   2 0 2 0  4 0    x 6 

A partir das relações anteriores 4.34 e 4.37 obtém-se a


expressão para x. De modo análogo se obtém também y. As
expressões são dadas por:

88
6 6
 x   N i  xi e  y   N i  yi ... (4.38)
i 1 i 1

onde xi e yi são os valores nodais nos vértices e nos pontos
médios dos lados, conforme figura 4.5; Ni(,) são as funções de
forma dadas como segue:

1 
N 1  21          
2 
N 2   2  1
N 3   2  1 ... (4.39)
N 4  4
N 5  4 1     
N 6  4 1     

Admite-se também que a função que descreve o comportamento


do deslocamento vertical w, ao longo dos lados, é cúbica. Então
seja a seguinte relação:

ws      ... (4.40)

onde:

  1 s s 2 s3  e  T   0  1  2  3 

onde i são as constantes a serem determinadas e s é a variável


independente definida ao longo do lado ij do elemento, conforme
figura 4.5. Ao se aplicar a função anterior e sua derivada em
relação a s, nos ponto i e j do lado lij, ter-se-á a relação
seguinte:

89
 wi  1 0 0 0   0 
 w  1 l  
 j  
 
ij lij2 l ij3  1  ... (4.41)
 w, si  0 1 0 0   2 
3
w, sj  0 1 2l ij 3lij   3 

da equação 4.41 obtém-se:

 0   1 0 0 0   wi 
   0 0   w j 
 1  0 1
    ... (4.42)
 2   3 / l ij
2
3 / l ij2  2 / l ij  1 / lij   w, si 
 3   2 / l ij3 
 2 / l ij3 1 / l ij2 1 / lij2  w, sj 

Assim, se obtém o deslocamento transversal w ao longo do


lado ij em função de wi, w,si , wj e w,sj como segue:

 3s 2 2 s 3   2 s 2 s 3   3s 2 2 s 3   s 2 s3 
  
w  1  2  3 wi  s   2 w, si  2  3 w j     3  w, sj ... (4.43)
 
 l l   l l ij   l l ij   l ij l 
 ij ij   ij  ij  ij 

onde w,si e w,sj são as derivadas de ws nos pontos i e j. A derivada


de w em relação à variável s é dada por:

 6s 6s 2       
 wi  1  4 s  3s  w, si  6 s  6 s  w j    2 s  3s
2 2 2
w, s    2  3  w, sj ... (4.44)
 l lij   lij l ij2   l2 lij3   lij l ij2 
 ij     ij   

A partir de 4.44 obtém-se a derivada de w em um ponto médio do


lado lij, isto é:

3 1 3 1
w, sk   wi  w, si  w j  w, sj ... (4.45)
2lij 4 2lij 4

onde k é o ponto médio do lado ij.


Nesse elemento admite-se que hipótese de Kirchhoff seja
válida em todos os pontos nodais do contorno do elemento.

90
Portanto, valem as relações seguintes:

  x  w, x  0
      nos pontos 1,2 e 3
  y  w, y  0 ... (4.46)
 , sk  w, sk  0 k = 4,5,6

Outra hipótese admitida para obtenção da matriz de rigidez


do elemento é que n varie linearmente ao longo dos lados, ou
seja:

 nk 
1
 ni   nj  ... (4.47)
2

onde k refere-se aos pontos 4,5 e 6, para os lados 23, 31 e 12,


respectivamente. Com base nas hipóteses e relações anteriores,
passa-se agora ao desenvolvimento da matriz de rigidez desse
elemento. Para tanto a relação para x e y deve ser dada em
função do vetor de parâmetros nodais dado na relação 4.34. Além
disso, são válidas as seguintes relações geométricas no
elemento triangular:

  x  C  S    n 
      ... (4.48)
 y  S C  s 

 w, s  C S   x 
 w,    S  C    ... (4.49)
 n   y 

onde C=cos(x,nij) e S=sin(x ,nij), e:

w, x   y
... (4.50)
w, y   x

91
assim seja a relação 4.38:

1 
 x  2 1             x1    2  1  x 2    2  1  x 3 
2  ... (4.51)
4 x 4  4 1       x 5  4 1       x 6

da imposição da hipótese de Kirchhoff nos nós vem:

 x1   y1
 x2   y2 ... (4.52)
 x3   y3

das relações geométricas dadas em 4.48 e 4.49 pode-se escrever:

x  C  n  S  s

onde C e S são os cossenos diretores dos ângulos formados entre


a normal aos lados, e o eixo X. Calculando x para o nó 4 do
elemento finito, obtém-se:

 x 4  C 23   n 4  S 23   s 4 ... (4.53)

da hipótese dada na relação 4.47, tem-se que:

 n4 
1
 n 2   n 3  ... (4.54)
2

e também que (hipótese de Kirchhoff):

 n  w, n  0   n   w, n

então:

92
 n 2   w, n 2
... (4.55)
 n 3   w, n 3

ainda das relações geométricas 4.48 e 4.49 tem-se:

w, n  S   x  C   y

portanto:

w, n 2  S 23 x 2  C 23 y 2
... (4.56)
w, n3  S 23 x 3  C 23 y 3

assim:

 n 2   w, n 2  S 23 x 2  C 23 y 2 


 n3  w, n3  S 23 x 3  C 23 y 3 
... (4.57)

Da imposição da hipótese de Kirchhoff nos nós do elemento,


e da relação obtida da variação cúbica de w ao longo dos lados,
vem:

 sk   w, sk
3 1 3 1 ... (4.58)
 s 4   w, s 4   w2  w, s 2  w3  w, s 3
2l 23 4 2l 23 4

como:

w, s  C   x  S   y

logo,

w, s 2  C 23 x 2  S 23 y 2
... (4.59)
w, s 3  C 23 x 3  S 23 y 3

93
então, de 4.59 e 4.58 tem-se:

 
w2   C23 x 2  S 23 y 2   w3   C23 x 3  S 23 y 3  
3 1 3 1
 s 4   ... (4.60)
 2l23 4 2l23 4 

a partir de 4.57 e 4.54 obtém-se n4. Substituindo n4 e s4(4.60)


na relação para x4, obter-se-á:

1 
 x 4  C23    S 23 x 2  C23 y 2     S 23 x 3  C23 y 3    
2 
... (4.61)
 3 
w2   C23 x 2  S 23 y 2   w3   C23 x 3  S 23 y 3  
1 3 1
 S 23  
 2l23 4 2l23 4 

Adotando o mesmo procedimento para x5 e x6 ter-se á:

1 
 x 5  C31    S31 x 3  C31 y 3     S31 x1  C31 y1    
2 
... (4.62)
 3 
w3   C31 x 3  S31 y 3   w1   C31 x1  S31 y1  
1 3 1
 S31  
 2l31 4 2l31 4 

e:

1 
 x 6  C12    S12 x1  C12 y1     S12 x 2  C12 y 2    
2 
... (4.63)
 3 
w1   C12 x1  S12 y1   w2   C12 x 2  S12 y 2  
1 3 1
 S12  
 2l12 4 2l23 4 

Ao se substituir x1, x2, x3, x4, x5 e x6 em x, ter-se-á


este último dado em função dos parâmetros nodais. O mesmo
procedimento é adotado para y. As relações resultantes são
dadas a seguir.

 x  H Tx  , u
... (4.64)
 y  H Ty  , u
94
onde u é o vetor de parâmetros nodais dado por 4.34, e Hx e Hy
são as nove componentes do vetor função de forma. As
componentes são funções de Ni; i=1,6 e das coordenadas dos nós,

H Tx  ,   H x1 H x2 H x3 H x4 H x5 H x6 H x7 H x8 H x9 
... (4.65)
H  ,   H y1
T
y H y2 H y3 H y4 H y5 H y6 H y7 H y8 H y9 

as funções Hxi e Hyi são dadas a seguir:

H x1 
3
a 6 N 6  a5 N 5 
2
H x2  b5 N 5  b6 N 6
H x 3  N 1  c5 N 5  c 6 N 6
... (4.66)
H y1  d 6 N 6  d 5 N 5 
3
2
H y 2   N 1  e5 N 5  e 6 N 6
H y3   H x2

as funções Hx4, Hx5, Hx6, Hy4, Hy5 e Hy6 são obtidas das expressões
acima trocando N1 por N2 e os índices 6 e 5 por 4 e 6,
respectivamente. As funções Hx7, Hx8, Hx9, Hy7, Hy8 e Hy9 são
obtidas trocando N1 por N3 e os índices 6 e 5 por 5 e 4,
respectivamente. Tem-se também as seguintes relações:

xij
ak  
lij2
3 xij yij
bk 
4 lij2
1 1 2 1 2
ck   xij  yij 
lij2  4 2 
yij
dk  
lij2
1 1 2 1 2
ek   yij  xij 
lij2  4 2 


lij2  xij2  yij2 
95
onde k=4,5,6 para os lados ij=23,31,12 respectivamente. A partir de
4.64, o vetor de curvaturas dado por 4.23 pode ser reescrito na
seguinte forma:

k  Bu ... (4.67)

onde B é a matriz dada a seguir:

 y 31 H Tx,ξ  y12 H Tx,η 


1  
B ,     x31 H Ty,ξ  x12 H Ty, η  ... (4.68)
2A
 x31 H Tx,ξ  x12 H Tx,η  y 31 H Ty,ξ  y12 H Ty, η 
 

onde 2A=x31y12-x12y31 e u é o vetor de parâmetros nodais.

Partindo das definições para Hx e Hy e das funções de forma


Ni pode-se obter as suas derivadas com relação a  e , que são
dadas a seguir:

 P6 1  2   P5  P6  
 q 6 1  2   q5  q 6  
 
 4  6     r6 1  2    r5  r6 
 
  P6 1  2    P4  P6  
H x,ξ  q6 1  2    q 6  q 4   ... (4.69)
 
  2  6  r6 1  2    r4  r6  
   P5  P4  
 
  q 4  q5  
   r5  r4  
 

96
 t 6 1  2    t 5  t 6  
 1  r 1  2    r  r  
 6 5 6 

  q6 1  2    q5  q6  
 
  t 6 1  2    t 4  t 6  
H y,ξ   1  r6 1  2    r4  r6  ... (4.70)
 
  q 6 1  2    q 4  q6  
   t 4  t 5  
 
  r4  r5  
   q 4  q5  
 

  P5 1  2    P6  P5  
 q5 1  2    q5  q6  
 
 4  6     r5 1  2    r5  r6 
 
  P4  P6  
H x,η   q 4  q6   ... (4.71)
 
   r6  r4  
 P5 1  2    P4  P5  
 
 q5 1  2    q 4  q5  
  2  6  r 1  2    r  r  
 5 4 5 

  t 5 1  2    t 6  t 5  
 1  r 1  2    r  r  
 5 5 6 

  q5 1  2    q5  q6  
 
  t 4  t 6  
H y, η   r4  r6   ... (4.72)
 
   q 4  q 6  
 t 1  2    t  t  
 5 4 5

 1  r5 1  2    r4  r5 
  q 1  2    q  q  
 5 4 5 

onde:

6 xij
Pk    6ak
lij2
3xij yij
qk   4bk
lij2

97
6 yij
tk    6d k
lij2
3 yij2
rk 
lij2

onde k=4,5,6 para ij=23,31,12 respectivamente.

O processo para se obter a matriz de rigidez segue o


procedimento básico do método dos elementos finitos,
minimizando a energia potencial. Substituindo as relações já
obtidas na expressão da energia de deformação, podemos chegar à
matriz de rigidez:

1 1
K DKT  2A  B T Db Bd  d ... (4.73)
0 0

Consegue-se dessa forma obter a matriz de rigidez


desejada. Para se resolver a integral 4.73, usam-se as regras
básicas de integração de funções em domínios triangulares.

4.9 Algoritmo para Implementação de Elemento de Placa DKT


Segue neste tópico o algoritmo genérico de montagem da
matriz de rigidez de um elemento de placa DKT. Foi escolhida
uma linguagem genérica para apenas demonstrar os passos mais
importantes do algoritmo, sendo que o mesmo pode ser
implementado por qualquer linguagem computacional. Deve-se
salientar que tais rotinas se diferem da implementação teórica
da matriz de rigidez do elemento, isto se deve ao fato das
particularidades do processamento digital.

Entrada: Coordenadas dos nós: x1, x2, x3, y1, y2, y3


Características elásticas do Material: E,
Espessura da placa: h
Saída: Matriz de rigidez de placa DKT: KDKT

98
Determinação da matriz de relação constitutiva de placa;

 
Eh 3 1  0 
D3,3   1 0 ;

12 1   2   1  
0 0 
 2 

Determinação das projeções dos comprimentos dos lados do


elemento;

y 23  y 2  y 3 ;
y 31  y 3  y1 ;
y12  y1  y 2 ;
x 23  x 2  x3 ;
x31  x3  x1 ;
x12  x1  x 2 ;
2 A  x31 y12  x12 y 31 ;

Determinação das coordenadas adimensionais dos vértices


intermediários do elemento;

Para k  4 até 6 faça


Se k  4 então i  2; j  3;
Se k  5 então i  3; j  1;
Se k  6 então i  1; j  2;

lij2  xij2  yij2 ;


3xij yij 6 xij
qk  ; Pk   ;
l 2
ij lij2
6 yij 3 yij2
tk   ; rk  ;
4lij2 lij2
Fim para

1 1

Determinação dos termos 


0 0
H x,ξ dd;

99
 P5 
 q 
 5 
  r5 
 
 P4 
1 1 1
I1    q4    H x ,  d d ;
6  0 0

 r4 
P  P 
 5 4

q 4  q 5 
r  r 
 5 4 

1 1

Determinação dos termos 


0 0
H y,ξ dd;

 t5 
 3 r 
 5 
 q5 
 
 t4  1 1
1
I 2    3  q 4     H y,ξ dd;
6  0 0
  q4 
 t  t 
 5 4 
 r4  r5 
 q q 
 5 4 

1 1

Determinação dos termos 


0 0
H x,η dd
;

 P5 
 q 
 6 

 r6 
 
 P4  P6 
1 1 1
I 3  q 4  q6     H x,η dd;
6  0 0
r 
 4 6 r
 P 
 4

 q 4 
 r 
 4 
1 1

Determinação dos termos 


0 0
H y, η dd;

100
  t6 
 q 
 6 

 3  r6 
 
 q6 
1 1 1
I 4   r4  r6     H y , dd; ;
6  0 0
q
 6  q 4
 t 
 4

 3  r4 
 q 
 4 

1 1
L  Bdd;
Determinação de 0 0

 y 31I 1T  y12 I T3 
1  
L 3x9     x31I 2  x12 I 4
T T

2A
 x31I 1T  x12 I T3  y 31I T2  y12 I T4 
 

1 1
S  B T  Dd d
Obtenção do termo 0 0 ;

Para i  1 até 9 faça


Para j  1 até 3 faça
S(9x3)=LT(9x3) D(3x3);
Fim para
Fim para

Obtenção da matriz de rigidez KDKT

Para i=1 até 9 faça


Para j=1 até 3 faça
KDKT(9X9)=S(9x3)B(3x9);
Fim para
Fim para

101
4.10 Montagem do Vetor de Cargas Nodais Equivalentes do
Elemento DKT
O trabalho das cargas externas, para um único elemento
finito, pode ser expresso em coordenadas adimensionais como:

Te   g  1 ,  2 ,  3 w  1 ,  2 ,  3  dA ... (4.74)
A

Onde:
w(ε1, ε2, ε3), g(ε1, ε2, ε3) são as funções interpoladoras do
deslocamento e do carregamento externo distribuído no domínio
do elemento, respectivamente; e A é a área do elemento.
Para efeito de cálculo do vetor de cargas nodais
equivalentes, a função interpoladora dos deslocamentos, assim
como as forças de superfície será admitida variando linearmente
no domínio, conforme indicada na figura 4.6 e podendo ser
expressa por:

w  wi1  w j 2  wk 3 ... (4.75)

Analogamente, as forças de superfície podem ser expressas


por:

g  gi1  g j 2  g k 3 ... (4.76)

Fig. 4.6 – Variação linear do deslocamento transversal e da


força de superfície no interior do elemento finito

Substituindo-se 4.76 e 4.75 em 4.74, obtém-se:

102
Te    gi1  g j 2  g k 3  wi1  w j 2  wk 3  dA ... (4.77)
A

Ao minimizar-se a energia potencial devida às cargas


externas, pode-se escrever:

 Te 
 
w
 Fi   i 

 12 1 2 13   gi 
  Te    
F
  j       1 2  22  23  dA  g j  ... (4.78)
 F   w j  A 2   
 k    13  23 3   g k 
 Te 
 w 
 k 

A integral do tipo  f  ,  ,   dA
A
1 2 3 pode ser calculada como:

1 ! 2 !3 !

1  2  3
 2 3 dA  2 A ... (4.79)
A
1
1  2  3  2 !

Com isso, o vetor de cargas nodais pode ser dado por:

 Fi   gi 
   
 Fj   Q  g j  ... (4.80)
F  g 
 k  k

Onde:

2 1 1 
A
Q  1 2 1  ... (4.81)
12
1 1 2 

103
5. MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS (CHAPAS)

5.1 Introdução
São definidos como chapa os elementos estruturais
laminares planos, cujo carregamento é aplicado paralelo ao seu
plano médio, sem solicitação atuando perpendicularmente a ele,
conforme ilustrado na figura 5.1. Um exemplo típico de chapa
são as chamadas vigas-parede.

Fig. 5.1 – Chapa solicitada em seu plano médio (ASSAN, 2003)

Devido às características descritas no parágrafo anterior


é razoável afirmar que as chapas trabalham no estado plano de
tensões no qual se admitem as seguintes hipóteses:
a) A espessura é pequena quando comparada com as demais
dimensões.
b) Não existe carregamento atuando perpendicularmente a
seu plano médio, isto é:
px  p y  pz  0 para z   t / 2 onde t se refere a espessura.

c) As forças de volume são planas e independentes de z, ou


seja:
bz  0 bx  x, y  by  x, y  .

d) As forças que atuam em seu contorno são funções de x e


y.
e)  z   xz   yz  0 em todo volume.

104
f)  x ,  y e  xy são funções de x e y e independentes de z, o

que equivale a dizer que:


u  u  x, y  e v  v  x , y  .

g) As equações constitutivas ficam sendo:

 
 x  1  0  x 
  E   
 y    1 0   y 
  1 
2

 xy 
 1    xy 
0 0 
 2 
σ  DSε ... (5.1)

Neste capítulo, serão apresentados alguns elementos


finitos bidimensionais planos usualmente empregados para
discretizar elementos estruturais cujo comportamento estrutural
se enquadra dentro das características das chapas. Neste texto
serão mostrados os elementos finitos triangulares CST e LST e
um elemento retangular CSR. Esses elementos finitos possuem
dois graus de liberdade por nó, que são os deslocamentos u e v,
respectivamente nas direções x e y.

5.2 Elemento Finito Triangular


Para realizar a discretização da chapa em elementos
finitos é possível adotar elementos em forma de diferentes
polígonos. Todavia os elementos triangulares se destacam por
serem capazes de discretizar qualquer contorno de chapas,
inclusive trechos de formato curvo. A seguir são discutidos
dois destes elementos, o elemento CST (Constant Strain
Triangle) e o elemento LST (Linear Strain Triangle).

5.2.1 Triângulo com deformação constante (CST):


Trata-se do elemento finito mais simples para o caso de
chapas. Esse elemento possui três nós de vértice, os quais
apresentam como parâmetros nodais os deslocamentos u e v,

105
respectivamente nas direções x e y, conforme ilustrado na figura
5.2.

Fig. 5.2 – Elemento finito triangular CST (ASSAN, 2003)

Como funções interpoladoras para os deslocamentos u e v


este elemento apresenta os seguintes polinômios de primeiro
grau:

u ( x, y )  1   2 x   3 y
... (5.2)
v ( x, y )   4   5 x   6 y

Coordenadas homogêneas:
Como se trata de um elemento triangular, com o objetivo de
gerar uma maior simplicidade nos cálculos, é comum encontrar
sua formulação baseada em outro tipo de coordenadas – chamadas
coordenadas triangulares ou homogêneas – ao invés das
coordenadas cartesianas.
Neste novo sistema as coordenadas são relacionadas aos
lados do elemento triangular e variam de 0 a 1. Agora a origem
passa a ser o vértice 3 do triângulo, no qual estão definidas a
coordenada 1 , que verifica a distância relativa entre os nós 3

e 1, e a coordenada  2 , que verifica a distância relativa entre


os nós 3 e 2, conforme indicado na figura 5.3.

106
y
3
  2
1

A2 P(x,y)
A1
A3
1
2

x
Fig. 5.3 – Coordenadas homogêneas e triângulo dividido em áreas

As coordenadas 1 e  2 são definidas por:

A1
1 
A ... (5.3)
A2
2 
A

onde A1 e A2 estão indicados na figura 5.3 e A é a área total do


elemento triangular.
Porém, com o auxílio da figura 5.3 sabe-se que as áreas
devem obedecer à seguinte condição:

A  A1  A2  A3 ... (5.4)

Dividindo todos os membros de 5.4 por A tem-se:

A3
1   2  1
A
107
Pode-se definir então mais uma coordenada, 3 , logo é
possível reescrever a relação acima como:

1  2  3  1 ... (5.5)

É bom salientar que as três coordenadas homogêneas não são


independentes, visto que 3 pode ser determinada das outras
duas utilizando a relação 5.5.
Para obter a relação entre as coordenadas cartesianas e as
coordenadas homogêneas são colocadas a seguir todas as áreas
explicitadas na figura 5.3.

1 x y
1 1
A1  1 x2 y 2   x2 y3  x3 y2  x  y2  y3   y  x3  x2  
2 2
1 x3 y3
1 x1 y1
1 1
A2  1 x y   x3 y1  x1 y3  x  y3  y1   y  x1  x3   ... (5.6)
2 2
1 x3 y3
1 x1 y1
1 1
A3  1 x2 y 2   x1 y2  x2 y1  x  y1  y2   y  x2  x1  
2 2
1 x y

Portanto, com o auxílio de 5.6 é possível relacionar as


coordenadas homogêneas com as cartesianas por:

A1 1
1    x2 y3  x3 y2  x  y2  y3   y  x3  x2  
A 2A 
A 1
2  2   x3 y1  x1 y3  x  y3  y1   y  x1  x3   ... (5.7)
A 2A 
A 1
3  3   x1 y2  x2 y1  x  y1  y2   y  x2  x1  
A 2A 

Vale lembrar que a área total A pode ser calculada por:

108
1 x1 y1
1 1
A  1 x2 y 2   x2 y3  x1 y2  x3 y1  x2 y1  x3 y2  x1 y3  ... (5.8)
2 2
1 x3 y3

Uma vez definidas as coordenadas homogêneas é aceitável


reescrever as equações de 5.2, sendo que agora as mesmas
apresentam o novo sistema de coordenadas e os parâmetros
nodais, ou seja:

u  1u1   2u2  3u3


... (5.9)
v  1v1   2v2  3v3

É interessante perceber que as duas igualdades colocadas


em 5.9 se assemelham àquelas colocadas para outros elementos já
estudados, como é o caso de treliças e vigas. Neste caso, os
coeficientes i são as funções de forma. Tais funções permitem
perceber no elemento finito de que forma os deslocamentos
mudam. A variação destas funções está colocada na figura 5.4.

1  1 1  0 1  0
2  0 2  1 2  0
3  0 3  0 3  1
Fig. 5.4 – Variação das funções de forma (ASSAN, 2003)

Matriz de rigidez:
A expressão para a matriz de rigidez do elemento é obtida

109
a partir de:

K e   BT DS B dA ... (5.10)
A

Para formar o integrando é necessário calcular a matriz B,


que relaciona as deformações com os deslocamentos. Para isso o
primeiro passo é reescrever as equações colocadas em 5.9 na
forma matricial, ou seja:

 u1 
v 
 1
u  1 0  2 0 3 0  u2 
    ... (5.11)
 v   0 1 0  2 0 3   v2 
u3 
 
 v3 

Por outro lado, sabe que as deformações são dadas por:

 
 0
  x   x 
     u 
y    0   ... (5.12)
   y   v 
 xy    
 
 y x 

Substituindo 5.11 em 5.12 vem que:

   u1 
 0 v 
  x   x   1
     1 0  0  0  u2 
 y    0    Bd
2 3
0  0  ... (5.13)
   y   1 2 0 3   v2 
 xy     u3 
   
 y x   v3 

Portanto,
110
 
 0
 x 
   1 0  2 0 3 0 
B 0   L ... (5.14)
 y   0 1 0  2 0 3 
 
 
 y x 

Substituindo, o Ds dado em 5.1 e B colocado em 5.14 na


equação 5.10 é possível calcular todos os termos da matriz de
rigidez de um elemento triangular CST.

Vetor de forças nodais equivalentes:


Suponha um elemento submetido a cargas contidas em seu
plano e atuando ao longo do lado ij conforme indicado na figura
5.5. É adotado que tal carregamento apresenta uma distribuição
linear dado por:

px  A  Bs
... (5.15)
p y  C  Ds

onde s contempla a distância entre os nós i e j de acordo com a


figura 5.5.
Impondo as condições de que:
a) para s  0 tem-se px  pxi

b) para s  Lij tem-se p x  p xj

conclui-se que a primeira equação de 5.15 pode ser colocada


como:
 s  s
px   1   pxi  p xj ... (5.16)
 Lij L
  ij

onde Lij é o comprimento do lado ij.


Condições semelhantes àquelas empregadas para definir px
são utilizadas para obter py. Portanto, definindo   s / Lij é

possível reescrever as equações de 5.15 na forma matricial


como:
111
 pxi 
 
 px  1    0 0   pxj 
    ... (5.17)
 py   0 0 1     p yi 
 p yj 

pyj
y
j pxj

pyi
s, 
i pxi
x
Fig. 5.5 – Cargas distribuídas no lado do elemento CST

Sabe-se que para esse elemento o trabalho das cargas


externas desprezando o efeito das forças volumétricas é dado
por:

T
u   p x 
T       dS ... (5.18)
v p
S    y

Para determinação do integrando na equação acima falta


obter o vetor com os deslocamentos. Para tanto se adota uma
distribuição para os deslocamentos igual àquela que foi adotada
para as forças distribuídas, isto é:

112
u  1   2 s
... (5.19)
v  3   4 s

Uma vez que a distribuição dos deslocamentos também é


linear como no caso das forças distribuídas é possível obter os
coeficientes das equações de 5.19 impondo condições de
contornos semelhantes aquelas colocadas para o caso das forças
distribuídas. Seguindo esse raciocínio as relações de 5.19 são
reescritas a seguir na forma matricial como:

 ui 
 
u  1    0 0  u j 
    ... (5.20)
v   0 0 1     vi 
 v j 

A região S em que as cargas estão atuando é o lado ij;


conseqüentemente, o lado direito da equação 5.18 corresponde a
uma integral de linha, sendo escrita como:

T
u   p x 
T       ds ... (5.21)
v   py 

Para o lado ij, o comprimento infinitesimal ds que aparece


em 5.21 é dado:

ds  Lij d  ... (5.22)

Substituindo 5.17, 5.20 e 5.22 em 5.21 o trabalho das


cargas externas passa a ser:

T
 ui  1   0   pxi 
u  1  p 
 j   0  1    0 0  xj 
T   0  0 1     0 0 1  

Lij d    ... (5.23)
 vi   p yi 
 v j     p yj 
 0  

113
Resolvendo a integral da relação 5.23 conclui-se que o
trabalho das cargas externas para o lado ij vale:

T T
 ui  1/ 3 1/ 6 0 0   pxi   ui 
u  1/ 6 1/ 3 0    
 j  0   pxj  u j 
T    Lij    P ... (5.24)
 vi   0 0 1/ 3 1/ 6   p yi   vi 
 v j   
 0 0 1/ 6 1/ 3   p yj   v j 

onde P é o vetor de forças nodais equivalentes do lado ij.

5.2.1 Triângulo com deformação linear (LST):


De acordo com ASSAN (2003) o elemento finito CST tem
comportamento pobre para problemas de flexão e na determinação
de tensões. Em virtude disso melhores resultados exigem que se
considere um número grande de elementos finitos.
Esse elemento possui seis nós, sendo três situados nos
pontos médios dos lados, com dois graus de liberdade (u,v) por
nó, como ilustrado na figura 5.6.

Fig. 5.6 – Elemento finito triangular LST (ASSAN, 2003)

Os deslocamentos u e v são aproximados por polinômios

114
completos do segundo grau em x e y:

u ( x, y )  1   2 x  3 y   4 x 2  5 xy   6 y 2
... (5.25)
v( x, y )  7  8 x  9 y  10 x 2  11 xy  12 y 2

As relações de 5.25 podem também serem escritas em função


das coordenadas homogêneas 1 e 2 , ou seja:

u  1   21   3 2   412   51 2   6 22


... (5.26)
v   7  81   9 2  1012  111 2  12 22

Sendo os coeficientes i (i=1,...,12) obtidos particularizando


as igualdades (5.26) para cada nó do elemento. Desta forma,
tem-se para função u:

Nó 1: 1  1  2  0 3  0 e u  u1  1   2   4

Nó 2: 1  0  2  1 3  0 e u  u2  1  3   6

Nó 3: 1  0  2  0 3  1 e u  u3  1

1 1     
Nó 4: 1  2  3  0 e u  u4  1  2  3  4  5  6
2 2 2 2 4 4 4
1 1  
Nó 5: 1  0  2  3  e u  u5  1  3  6
2 2 2 4
1 1  
Nó 6: 1   2  0 3  e u  u6  1  2  4
2 2 2 4

Resolvendo o sistema anterior obtêm-se todos os


coeficientes i (i=1,...,6). De maneira análoga trocando ui por vi

determinam-se os outros coeficientes i (i=7,...,12). Substituindo


esses coeficientes em 5.26 é possível escrever:

115
6
u   i ui
i 1
6
... (5.27)
v   i vi
i 1

onde:
1  1 (21  1)
2   2 (2 2  1)
3  3 (23  1)
... (5.28)
4  1 2
5   23
6  31
Essas funções de forma quadráticas apresentam valor
unitário no nó onde são calculadas e nulo nos demais.

Matriz de rigidez:
A expressão para a matriz de rigidez do elemento é a mesma
indicada em 5.10 para o elemento CST. Mais uma vez o objetivo é
determinar a matriz B.
Neste caso as deformações passam a ser dadas por:

x 
 
  y   L d  Bd ... (5.28)
 
 xy 
sendo:

 1 (21  1) 0   u1 
 0 1 (21  1)   v 
  1
 2 (2 2  1) 0  u2 
   
   0  2 (2 2  1)   v2 
 0 3 (23  1) 0  u3 
 x     
  T  0 3 (23  1)   v3 
L 0     4   d  u 
 y  0
 1 2
  4
   0 41 2   v4 
    u 
 y x 

4 23 0
  5
 0 4 23   v5 
   
 413 0   u6 
 0 413   v6 

116
As relações entre as coordenadas homogêneas e as
cartesianas são dadas em 5.7 de onde se determina que:

d i b
 i com bi  y j  yk ; i, j , k  1, 2,3
dx 2 A
di a
 i com ai  xk  x j ; i, j , k  1, 2,3
dy 2 A

Sabendo-se que a seqüencia dos índices i, j, k é cíclica,


isto é: i=1, j=2, k=3; i=2, j=3, k=1 e i=3, j=1, k=2, a matriz B
vale:

  41  1 b1 0  41  1 a1 

 0  41  1 a1  41  1 b1 
  4 2  1 b2 0  4 2  1 a2 
 
 0  42  1 a2  4 2  1 b2 
  4  1 b 0  43  1 a3 
 3 3

1  0  43  1 a3  43  1 b3 
BT   ... (5.29)
2 A 4  2b1  1b2  0 4  2 a1  1a2  
 
 0 4  2 a1  1a2  4  2b1  1b2  
 
 4 3b2   2b3  0 4 3 a2   2 a3  
 0 4 3 a2   2 a3  4 3b2   2b3  
 
 4 1b3  3b1  0 4 1a3  3 a1  

 0 4 1a3  3a1  4 1b3  3b1  

A matriz de rigidez do elemento LST é então obtida


substituindo 5.29 e a matriz constitutiva Ds em 5.10.

Vetor de forças nodais equivalentes:


Seguindo o mesmo raciocínio indicado para o elemento CST é
ilustrado na figura 5.7 um elemento submetido a cargas contidas
em seu plano e atuando ao longo do lado ik. Porém, no caso do
elemento LST, é adotado que tal carregamento apresenta uma
distribuição quadrática dada por:

117
px  A  Bs  Cs 2
... (5.30)
p y  D  Es  Fs 2

onde s contempla a distância entre os nós i e k de acordo com a


figura 5.7.
Impondo as condições de que:
a) para s  0 tem-se px  pxi

b) para s  1/ 2 tem-se p x  p xj

c) para s  Lik tem-se px  pxk


conclui-se que a primeira equação de 5.30 pode ser colocada
como:
 2 s 2 3s   4s 4s 2   2s 2 s 
px   2   1 pxi    2  pxj   2   pxk ... (5.31)
 Lik Lik   Lik Lik   Lik Lik 
onde Lik é o comprimento do lado ik.

Mais uma vez é definido que   s / Lik e ainda vale lembrar

que py é calculado de maneira análoga a px. Conseqüentemente, as


relações de 5.30 são reescritas na forma matricial como:

T
 2 2  3  1 0   pxi 
  p 
 4  4
2
0   xj 
 px   2 2   0   pxk 
     ... (5.32)
 py   0 2 2  3  1  p yi 
 0 4  4 2   p yj 
   
 0 2 2     p yk 

118
pyk

y
pyj pxk
k

pxj
j
pyi
s, 
i pxi
x
Fig. 5.7 – Cargas distribuídas no lado do elemento LST

Para esse elemento o trabalho das cargas externas


desprezando o efeito das forças volumétricas é dado também pela
equação 5.18. Deste modo, falta determinar o vetor com os
deslocamentos. No caso do elemento LST é adotado uma
distribuição quadrática para os deslocamentos idêntica àquela
que foi adotada para as forças distribuídas, ou seja:

u  1   2 s   3 s 2
... (5.33)
v   4  5 s  6 s2

Visto que a distribuição dos deslocamentos também é


quadrática como no caso das forças distribuídas é possível
obter os coeficientes das equações de 5.33 impondo condições
similares aquelas colocadas para o caso das forças
distribuídas. Empregando essa idéia as relações de 5.33 são
reescritas a seguir na forma matricial como:

119
T
 2 2  3  1 0   ui 
  u 
 4  4
2
0   j
u   2 2   0  uk 
     ... (5.34)
v   0 2 2  3  1  vi 
 0 4  4 2  v j 
   
 0 2 2     vk 

Prosseguindo com aquilo que foi feito para o elemento CST


o próximo passo é atualizar a equação do trabalho das forças
externas (5.18) com as equações 5.34, 5.32 e 5.22. De sorte que
esse trabalho passa a ser:

T T
 ui   2 2  3  1 0   2 2  3  1 0   pxi 
      
u j   4  4   4  4  pxj 
2 2
0 0 
u   2 2     2 2     pxk 
1
0 0
T  k 0  0
  
2 2  3  1 

2 2  3  1
Lik d   
 vi  0  p yi 
v j   0 4  4 2   0 4  4 2   p yj 
       
 vk   0 2 2     0 2 2     p yk 
 2 1 1 
 15 15  0 0 0 
30
 
T  1 8 1
0   pxi   u T
 ui   15 15 15
0 0
 i
u     pxj  u j 
 j  
 1 0   p   
1 2
uk  0 0
 30 15 15   xk  uk 
T    Lik     P ... (5.35)
 vi  2 1 1   p yi   vi 
 0 0 0  
v j   15 15 30   p yj   v j 
   1 8 1   p yk   v 
 vk   0 0 0    k 
 15 15 15 
 1 1 2 
 0 0 0 
30 15 15 
onde P é o vetor de forças nodais equivalentes do lado ik.

5.3 Elemento Finito Retangular


Ainda que apresentem aplicação mais restringida do que os
elementos triangulares, visto que apenas podem ser utilizados
para discretizar modelos com contorno retangular, segundo ASSAN
(2003), esses elementos têm um comportamento melhor do que os

120
triangulares com funções aproximadoras de mesma ordem. Isto
porque os retangulares têm mais termos nessas funções.

5.3.1 Retângulo com deformação constante (CSR):


Trata-se do elemento retangular mais simples com 4 nós e 2
graus de liberdade (u,v) por nó, conforme indicado na figura
5.8.

y(v)

4 3

b

(xc,yc)
b
x(u)
1 2

a a
Fig. 5.8 – Elemento finito retangular CSR

Para este elemento os deslocamentos são descritos por


funções lineares que podem estar atreladas ao sistema de
referência cartesiano (x,y) cuja origem está situada no nó 1
(figura 5.8) ou então ao sistema de coordenadas adimensionais
baricêntricas (  , ) (figura 5.8), definidas por:

1
  x  xC 
a ... (5.36)
1
   y  yC 
b

121
É adotado aqui o sistema de coordenadas adimensionais
baricêntricas, já que toda formulação fica mais simples
considerando esse sistema. Portanto, os deslocamentos u e v para
esse sistema são:

u  ,   1   2   3   4
... (5.37)
v  ,    5   6   7   8

Particularizando as igualdades de 5.37 para cada nó do


elemento é possível determinar através da resolução de um
sistema linear com oito equações e oito incógnitas quem são os
coeficientes i . Tal procedimento é bem semelhante aquilo que
foi feito no caso dos elementos triangulares. A partir destes
coeficientes é possível reescrever as equações de 5.37 na
seguinte forma:

4
u   i ui
i 1
4
... (5.38)
v   i vi
i 1

sendo as funções de forma dadas por:


1
1  1   1   
4
1
2  1   1   
4
1
3  1   1   
4
1
4  1   1   
4

Matriz de rigidez:
No caso do elemento retangular visto que o sistema de
coordenadas mudou tem-se uma nova equação para determinação da
matriz de rigidez, semelhante aquela colocada em 5.10, dada
por:

122
1 1
K  B DS Babd  d
T
... (5.39)
1 1

A idéia mais uma vez é determinar a matriz B, que


relaciona os deslocamentos com as deformações, para em seguida
utilizar a expressão 5.39 para obter os termos da matriz de
rigidez do elemento.
Primeiramente, é necessário passar as equações de 5.38
para a forma matricial, isto é:

 u1 
u 
 2
u3 
 
u  1 2 3 4 0 0 0 0  u4 
    ... (5.40)
 v   0 0 0 0 1 2 3 4   v1 
 v2 
 
 v3 
v 
 4

Substituindo 5.40 em 5.12 vem que:

 u1 
u 
   2
 0 u3 
  x   x   
     1 2 3 4 0 0 0 0  u4 
y    0     L d ... (5.41)
   y   0 0 0 0 1 2 3 4   v1 
 xy      v2 
   
 y x   v3 
v 
 4

Portanto, a matriz B é dada por:

123
T
 1 1 
  4a 1    0  1    
4b
 
 1 1    0  1    
1
 4a 4b 
 
 1 1    0
1
1    
 4a 4b 
 1 1 
  1    0 1    
 4a 4b 
B = L = ... (5.41)
 1 1 
 0  1     1    
 4b 4a 
 1 1 
 0  1    1    
4b 4a
 
 0
1
1   
1
1    
 4b 4a
 
1 1


0 1     1    

4b 4a

Basta então utilizar a equação 5.39 para calcular todos os


termos da matriz de rigidez de um elemento CSR.

Vetor de forças nodais equivalentes:


As forças nodais equivalentes para esse elemento são
obtidas dos carregamentos mostrados na figura 5.9, de acordo
com aquilo que está exposto em ASSAN(2003).

Fig. 5.9 – Carregamento atuante no elemento CSR (ASSAN, 2003)

124
As cargas q e q para os lados 23 e 12 valem,

respectivamente:

1 1
q  1    q 2  1    q 3
2 2 ... (5.42)
1 1
q  1    q 2  1    q1
2 2

Pode-se escrever a segunda equação de 5.42, referente à


carga que atua no lado 12 , na forma matricial como:

 q 1 
q 
 1 
q 2 
 
 1 1  q 2 
q  0 1    0 1    0 0 0 0     φ ηq
 2 2   q 3 
 q 3 
 
q 4 
q 4 
 

Para um sistema de eixos cartesianos xy localizado no


baricentro do elemento, o vetor de forças nodais equivalentes
verticais, desprezado o efeito das forças de volume, é dado
por:
a
P    T Qdx ... (5.43)
a

Todavia, mais uma vez objetivando facilitar o cálculo da


integral anterior são consideradas as coordenadas adimensionais
 e  , no entanto, neste caso estas coordenadas coincidem com
as coordenadas cartesianas x e y. Para esse novo sistema pode-se
escrever que:

1 1
P    T Qad   a   T φ ηqd  ... (5.44)
1 1

125
Neste caso, para os lados 12 e 34 , o vetor  é formado
exclusivamente pelas funções de forma que compõem a função
aproximadora v(  , ), ou seja, o vetor  T é dado por:

 0 
1 
 1   1    
4 
 0 
 
 1 1   1  
 4    
 
T

 0 
1 
 1   1    
4 
 0 
 
 1 1   1    
 4 

e o vetor Q corresponde a q .

Por conseguinte abaixo têm-se os vetores de forças nodais


equivalentes para os lados 12 (à esquerda) e 34 (à direita):

 0   0 
   
2q1  q 2   0 
 0   0 
   
a q1  2q 2  a 0 
P  ; P    ... (5.45)
3 0  3 0 
 0  q 3  2q 4 
   
 0   0 
   
 0  2q 3  q 4 

A partir da carga q obtêm-se de maneira análoga os

vetores de forças nodais equivalentes para os lados 23 (à


esquerda) e 14 (à direita) que são:

126
 0  2q 1  q 4 
 0   0 
   
2q 2  q 3   0 
   
b 0  b 0 
P  ; P    ... (5.46)
3 q 2  2q 3  3 0 
 0   0 
   
 0  q 1  2q 4 
   
 0   0 

127
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 ASSAN, A.E. (2003), “Método dos Elementos Finitos –


Primeiros Passos”, 2ª Edição, Campinas-SP, Editora Unicamp.

 BATOZ, J.L., BATHE, K.J. e HO, L.W. (1980), “A Study of


Three-Node Triangular Plate Bending Elements”, International
Journal for Numerical Methods in Engineering, v.15, PP. 1771-
1812.

 CARRIJO, E.C., “Aplicação do Elemento Finito DKT à


Análise de Cascas”, Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil)
– Escola de Engenharia de São Carlos / Universidade de São
Paulo, São Carlos – SP, 1995.

 COOK, R.D., MALKUS, D.S. e PLESHA, M.E. (1989),


“Concepts and Applications of Finite Element Analysis”, John
Wiley & Sons, 3rd edition.

 MENDONÇA, A. V. e PAIVA, J. B. (2005), “Análise de


Radiês Simples e Estaqueados via Combinação Método dos
Elementos Finitos com o Método dos Elementos de Contorno”,
Caderno de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v.7, n.22,
PP.1-28.

 REISSNER, E. (1945), “The Effect of Transverse Shear


Deformation on the Bending of Elastic Plates”, Journal of
Applied Mechanics, v.12, PP. 69-77.

 SAVASSI, W. (2000), “Introdução ao Método dos Elementos


Finitos em Análise Linear de Estruturas”, São Carlos-SP, EESC.

128
ANEXO A: ELEMENTO FINITO DE VIGA

A1.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Uma vez que o processo de obtenção do elemento finito de


viga foi apresentado no Capítulo 2, este anexo tem por objetivo
apresentar o procedimento para a implementação computacional do
mesmo considerando a possibilidade da estrutura estar apoiada
sobre base elástica, vínculos elásticos e submetida a
carregamento externo trapezoidal.
Para isto, seja um elemento finito de viga de comprimento
L , módulo de elasticidade E e momento de inércia I submetido à
ação de um carregamento linearmente distribuído q( x ) conforme
mostrado na Fig. A1. Uma vez que, por hipótese, a viga está
submetida aos esforços de flexão, os parâmetros nodais
associados aos nós i e j deste elemento finito são as rotações
e translações (Fig. A2). Considera-se ainda que o elemento
esteja apoiado em base elástica de rigidez Kb e que os nós
podem estar apoiados em vínculos elástico de rotação com
rigidez K m e de translação com rigidez K v .

Figura A1 – Elemento finito de viga.

129
Figura A2 – Parâmetros nodais do elemento finito de viga.

A energia de deformação da base elástica é dada por

1
UB 
2  K b w 2 dx , (A1.1)

onde Kb é a constante de mola da base elástica e w é o


deslocamento vertical.
A energia de deformação dos vínculos elásticos é dada por

1 1
Uv  K vi w i2 , U m  K mi w i 2 , (A1.2)
2 2

onde wi e w i são respectivamente o deslocamento vertical do

ponto i e a derivada do deslocamento no ponto i , e K v e K m são


as constante da mola de translação e rotação, respectivamente.
A expressão do trabalho realizado pelo carregamento
distribuído é dada por

q   qwdx , (A1.3)

onde q é o carregamento distribuído e w é o deslocamento


vertical.
Os trabalhos realizados pelas forças aplicadas  F e pelos

momentos aplicados  M são dados, respectivamente, por

 F  Pi w i ,  M  M i w i , (A1.4)

130
onde Pi é a intensidade da carga concentrada, wi é o

deslocamento do ponto de aplicação da carga concentrada, M i é o

momento fletor aplicado no ponto i e w i é a derivada do


deslocamento transversal no ponto de aplicação do momento.
Desta forma, a energia total  do elemento de viga pode
ser expressa por:

 EI(w ) 2  K b (w) 2  dx   K v w 2  K m w 2     q(w)wdx  Pw(x) x  j  Mw (x) x  j .(A1.5)


1 L L x i x i

2 
 0 
 0

Adota-se como aproximação para o carregamento linearmente


distribuído um polinômio do primeiro grau, dada por

q ( x )  b 0  b1 x , (A1.6)

onde b 0 e b1 são coeficientes a determinar a partir das condições


de contorno do elemento.
Estas condições são expressas por

q ( 0)  q i , q ( L )  q j . (A1.7)

Impondo-se as condições de contorno dadas na Eq. (A1.7) na


Eq. (A1.6) chega-se aos valores dos coeficientes b 0 e b1 dados
por.

(q j  q i )
b 0  q i , b1  . (A1.8)
L

Desta forma, o polinômio aproximativo do carregamento


distribuído passa a ser escrito em função dos parâmetros nodais
q i e q j como

131
(q j  q i )
q( x )  q i  x. (A1.9)
L

Reescrevendo-se a função aproximativa, Eq. (A1.9), no


sistema de coordenadas adimensionais, tem-se

q()  (1  )q i  q j . (A1.10)

E as funções aproximativas para o carregamento distribuído


são expressas por

1 ()  (1  ) ,  2 ()   . (A1.11)

Substituindo-se as funções aproximativas no funcional de


energia dado na Eq. (A1.5) reescrito no sistema de coordenadas
adimensionais e fazendo-se todas as operações necessárias
chega-se a um sistema de equações de onde é possível extrair
todas as informações necessárias para automatizar o método.
Estas informações são a matriz de rigidez dos elementos
obtida no Capítulo 2 dada por

 12EI 6EI 12EI 6EI 


 L3 L2 L3 L2 
 
 6EI 4EI 6EI 2EI 
 L2 L2 L , (A1.12)
 K L    12EI L
6EI 12EI 6EI 
 3
 L L2 L3 L2 
 6EI 2EI 6EI 4EI 
 2 
 L L L2 L 

a matriz de rigidez da base elástica, dada por

132
 13 11 9 13 
 35 K b L K b L2 KbL K b L2 
210 70 420
 
 11 K L2 1
K b L3 
1 13
K b L3 K b L2
 b
, (A1.13)
 K B    210 105 420 140
11

 9 KbL 13
K b L2
13
KbL K b L2 
 70 420 35 210 
 13 1 11 1 
 K b L2 K b L3 K b L2 K b L3 
 420 140 210 105 

a matriz de rigidez da contribuição dos vínculos elásticos,


dada por

 K vi 0 0 0 
 0 K mi 0 0 
 K V    0 0 K vj 0 
, (A1.14)
 
 0 0 0 K mj 

o vetor de carregamento nodal equivalente do elemento finito,


dado por

 7 3 
 20 Lq i  20 Lq j 
 
 1 L2 q  1 L2 q 
 i j

 Qeq    20 30
, (A1.15)
 3 Lq  7 Lq 
 20 i 20 j 
 1 1 
 L2 q i  L2 q j 
 30 20 

e o vetor de carregamento nodal aplicado dado por

 Pi 
M 
 i
 Q Apl     . (A1.16)
 Pj 
M j 

Considerando-se que um dado problema pode ser discretizado


em mais de um elemento finito é necessário incidir as
133
contribuições de cada elemento finito nas posições específicas
da matriz de rigidez global KG  e do vetor de cargas globais

FG  .
Estas contribuições para a matriz global são efetivadas
através das relações de incidência que relacionam os nós,
inicial e final, de um dado elemento final com sua posição
final no sistema global da estrutura e são dadas por

2i  1 , 2i , 2 j  1 , 2 j . (A1.17)

Resolvendo-se o sistema de equações dado por

 K G U G   FG  , (A1.18)

onde KG  é a matriz de rigidez global da estrutura com as

condições de contorno e FG  é o vetor de forças global da

estrutura, chega-se aos valores dos deslocamentos nodais U G  .


Com os valores dos deslocamentos determinados podem-se
obter os esforços internos a partir da expressão

VL    K L U L   Qeq  , (A1.19)

onde VL  é o vetor de esforços local do elemento, K L  é a

matriz de rigidez local do elemento, U L  é o vetor de

deslocamentos local do elemento e Q eq é o vetor de

carregamento nodal equivalente do elemento.


As reações de apoio podem ser obtidas a partir da
expressão

R   K viga  U G   Fviga  , (A1.20)

134
onde R  é o vetor das reações de apoio,  K viga  é a matriz de

rigidez da estrutura sem as condições de contorno, U G  é o

vetor de deslocamentos global da estrutura e F 


viga é o vetor de

forças da viga.

A1.2. IMPLEMENTAÇÃO COMPUTACIONAL

O código foi implementado em linguagem FORTRAN, versão


VISUAL COMPAQ 6.6. A estrutura do programa é subdividida em
três fases, o pré-processamento, o processamento e o pós-
processamento. A Fig. A3 mostra um fluxograma das etapas do
programa desenvolvido. Na etapa do pré-processamento, são
fornecidas as características do problema em um arquivo de
texto mostrado na Fig. A4. Estas informações são lidas pelo
compilador e utilizadas pelas sub-rotinas de cálculo da fase de
processamento. Por fim, na fase de pós-processamento, os
resultados do processamento são impressos em um arquivo de
saída.

135
INICIO

PRÉ-PROCESSAMENTO

ENTRADA DE DADOS

PROCESSAMENTO

MONTA A MATRIZ DE RIGIDEZ DOS


ELEMENTOS

PROCESSAMENTO

MONTA O VETOR DE
CARREGAMENTO DOS
ELEMENTOS

PROCESSAMENTO

MONTA A MATRIZ DE RIGIDEZ


GLOBAL DA ESTRUTURA

PROCESSAMENTO

MONTA O VETOR DE
CARREGAMENTO GLOBAL DA
ESTRUTURA

PROCESSAMENTO

IMPOSIÇÃO DAS CONDIÇÕES DE


CONTORNO NO SISTEMA

PROCESSAMENTO

CALCULA OS DESLOCAMENTOS

PROCESSAMENTO

CALCULA OS ESFORÇOS
INTERNOS

PROCESSAMENTO

CALCULA AS REAÇÕES DE APOIO

PÓS-PROCESSAMENTO

SAÍDA DE DADOS

FIM

Figura A3 – Fluxograma do programa para análise de vigas via MEF.

No arquivo de texto mostrado na Fig. A4 devem ser


informados na tabela 1, os valores da quantidade de nós e da

136
quantidade de elemento finitos adotados para a análise.
Na tabela 2, são impostas as características dos nós,
como: identificação, coordenadas x , restrição em deslocamento
na direção y e rotação em torno de z , assim como, os valores
da carga na direção y , momentos concentrados em torno de z e
as constante dos vínculos elásticos de translação KM v e

rotação KM r .
Finalmente, na tabela 3, são impostas as características
dos elementos, tais como a identificação, a conectividade do
elemento, o módulo de elasticidade, momento de inércia,
carregamento distribuído na direção y e constante da base
elástica.

Figura A4 – Arquivo de entrada de dados.

A1.3. DESCRIÇÃO DO PROGRAMA

O programa para análise de vigas é constituído por um


programa principal, um módulo de declaração de variáveis e
alocação de memória e quatorze sub-rotinas. Destaca-se que este
código computacional foi desenvolvido com o propósito de ser o
mais didático possível objetivando a fácil visualização das
definições teóricas e que outras lógicas de programação podem
137
ser empregadas no desenvolvimento de um algoritmo mais
compacto. A seguir descrevem-se o programa principal e cada uma
das sub-rotinas que compõem o programa.

A1.3.1. Programa principal

O programa principal gerencia as sub-rotinas que


constituem o programa. A Fig. A5 mostra a estrutura do programa
principal.

Figura A5 – Programa principal.

0000 – Início do programa principal.


0001 – Comando para que a rotina utilize o módulo onde estão declaradas as
variáveis.
0002 – Comando utilizado para que as variáveis possam ser declaradas
explicitamente no programa.
0003 – Chama a sub-rotina 10 que faz a leitura do arquivo de entrada de
138
dados e faz alocação de memória.
0004 – Início do laço do número de elementos.
0005 – Chama a sub-rotina 11 que calcula o comprimento dos elementos.
0006 – Chama a sub-rotina 12 que monta a matriz de rigidez dos elementos com
ou sem contribuição de base elástica.
0007 – Chama a sub-rotina 13 que monta o vetor de forças dos elementos.
0008 – Chama a sub-rotina 14 que monta a matriz de rigidez global da
estrutura.
0009 – Chama a sub-rotina 15 que monta o vetor de forças global da
estrutura.
0010 – Fim do laço do número de elementos.
0011 – Guarda a matriz de rigidez global da estrutura sem as condições de
contorno para cálculo posterior das reações de apoio.
0012 – Guarda o vetor de forças global da estrutura sem as condições de
contorno para cálculo posterior das reações de apoio.
0013 – Início do laço do número de nós.
0014 – Chama a sub-rotina 16 que introduz a contribuição das forças
aplicadas diretamente sobre os nós no vetor de forças global da estrutura.
0015 – Chama a sub-rotina 17 que introduz a contribuição dos vínculos
elásticos na matriz de rigidez global da estrutura.
0016 – Fim do laço do número de nós.
0017 – Chama a sub-rotina 18 que introduz as condições de contorno do
problema na matriz de rigidez global e no vetor de forças global da
estrutura.
0018 – Chama a sub-rotina 19 que resolve o sistema de equações.
0019 – Chama a sub-rotina 20 que calcula dos esforços internos da estrutura.
0020 – Chama a sub-rotina 21 que calcula as reações de apoio da estrutura.
0021 – Início do laço do número de nós.
0022 – Chama a sub-rotina 22 que calcula as forças nos vínculos elásticos.
0023 – Fim do laço do número de nós.
0024 – Chama a sub-rotina 23 que imprime o arquivo de saída de dados.
0025 – Fim do programa principal.

A1.3.2. Módulo 1 – Declaração das variáveis


As variáveis utilizados pelo programa são declaradas no
módulo 1 mostrado na Fig. A6. Este módulo é utilizado em todas
as sub-rotinas do programa.

139
Figura A6 – Modulo 1.

100 – Início do módulo 1.


101 – Comando para que a rotina utilize o módulo onde estão declaradas as
variáveis.
102 – Comando utilizado para que as variáveis possam ser declaradas
explicitamente no programa.
103 – Declaração das variáveis inteiras utilizadas no programa.
104 – Declaração das variáveis inteiras, alocáveis de dimensão 1.
105-106 – Declaração das variáveis reais, alocáveis de dimensão 1.
107 – Declaração das variáveis reais, alocáveis de dimensão 2.
108 – Declaração das variáveis reais, alocáveis de dimensão 3.
109 – Declaração da variável lógica utilizada na abertura do arquivo de
entrada de dados.
110 – Fim do módulo 1.

A1.3.3. Sub-rotina 10 – Leitura do Arquivo de entrada de dados


e alocação de memória

A sub-rotina 10 mostrada na Fig. A7 faz a leitura do


arquivo de entrada de dados e aloca a memória para realização
das operações.

140
Figura A7 – Sub-rotina 10.

1000 – Início da sub-rotina 10.

141
1001 – Comando para que a rotina utilize o módulo onde estão declaradas as
variáveis.
1002 – Comando utilizado para que as variáveis possam ser declaradas
explicitamente no programa.
1003 – Comando que verifica a existência do arquivo de entrada de dados.
1004 – Comando que faz o teste lógico sobre a existência do arquivo de
entrada de dados.
1005 – Abre o arquivo de entrada de dados se o teste lógico da linha 1004
for verdadeiro.
1006-1012 – Leitura das linhas em branco no arquivo de entrada de dados.
1013 – Leitura do número de nós da estrutura (NNO) e do número de elementos
(NELEM).
1014-1029 – Comando que aloca memória para as variáveis que contêm os dados
do problema. Também se atribui o valor zero a todas as variáveis.
1030-1038 – Leitura das linhas em branco no arquivo de entrada de dados.
1039 – Início do laço do número de nós.
1040 – Comando que faz a leitura do número do nó (K), coordenada X do nó K
(COORDX), coordenada Y do nó K (COORDY), restrição X do nó K (RESTX),
restrição Y do nó K (RESTY), restrição Z do nó K (RESTZ), força aplicada na
direção Y do nó K (VAPLI), momento aplicado no nó K (COORDX), rigidez da
mola de translação no nó K (KMV) e rigidez de da mola de flexão no nó K
(KMR).
1041 – Fim do laço do número de nós.
1042-1050 – Leitura das linhas em branco no arquivo de entrada de dados.
1051 – Início do dó do número de elementos.
1052 – Comando que faz a leitura do número do elemento (M), nó inicial do
elemento M (NOI), nó final do elemento M (NOF), módulo de elasticidade do
elemento M (ELAST), momento de inércia do elemento M (IN), valor da força
distribuída no nó inicial do elemento M (QYI), valor da força distribuída no
nó final do elemento M (QYF), rigidez da base elástica no elemento M (KMB).
1053 – Fim do dó do número de elementos.
1054 – Fim do comando iniciado na linha 1004.
1055 – Comando que fecha do arquivo de entrada de dados.
1056-1075 – Aloca e atribui o valor zero às variáveis utilizadas no
processamento e pós-processamento do programa. COMP (comprimento dos
elementos), KELEM (matriz de rigidez dos elementos), VFORCA (vetor de forças
dos elementos), KGLOBAL (matriz de rigidez global da estrutura), VGLOBAL
(vetor de forças global da estrutura), VAPLELEM (vetor de forças aplicadas
aos nós da estrutura), DESL (vetor de deslocamentos da estrutura), RES
(variável auxiliar que armazena as condições de contorno por elemento
utilizada para montar a variável RESTGLOBAL), RESTGLOBAL (vetor global de

142
restrições da estrutura), UEGLOBAL (variável que guarda os deslocamentos
globais da estrutura por elemento), AUX (variável auxiliar utilizada no
cálculo dos esforços internos da estrutura), EF (vetor de esforços da
estrutura), R (variável auxiliar utilizada para calcular as reações de apoio
da estrutura), REACAO (vetor global de reações de apoio da estrutura), FMV
(vetor de forças das molas de translação), FMR (vetor de forças das molas de
rotação), KGLOBALC (matriz de rigidez global sem condições de contorno para
cálculo das reações de apoio da estrutura), VGLOBALC (vetor de forças global
sem condições de contorno para cálculo das reações de apoio da estrutura).
1076 – Fim da sub-rotina 10.

A1.3.4. Sub-rotina 11 – Cálculo do comprimento dos elementos


finitos

A sub-rotina 11 mostrada na Fig. A8 calcula o comprimento


dos elementos finitos.

Figura A8 – Sub-rotina 11.

1100 – Início da sub-rotina 11.


1101 – Comando para que a rotina utilize o módulo onde estão declaradas as
variáveis.
1102 – Comando utilizado para que as variáveis possam ser declaradas
explicitamente no programa.
1103 – A variável NI recebe o nó inicial do elemento I.
1104 – A variável NF recebe o nó final do elemento I.
1105 – Calcula o comprimento do elemento finito.
1106 – Fim da sub-rotina 11.

143
A1.3.5. Sub-rotina 12 – Montagem da matriz de rigidez dos
elementos com ou sem base elástica

A sub-rotina 12 mostrada na Fig. A9 monta a matriz de


rigidez dos elementos com ou sem base elástica.

Figura A9 – Sub-rotina 12.

1200 – Início da sub-rotina 12.


1201 – Comando para que a rotina utilize o módulo onde estão declaradas as
variáveis.
1202 – Comando utilizado para que as variáveis possam ser declaradas

144
explicitamente no programa.
1203-1218 – Monta a matriz de rigidez dos elementos sem contribuição da
rigidez da base elástica de acordo com a Eq. 1.12.
1219 – Verifica se há valor de rigidez para base elástica, ou seja, se a
rigidez da base elástica é diferente de zero. Caso exista base elástica no
elemento, o programa executará as linhas 1220 a 1235 que calculam as
contribuições dos termos da matriz de rigidez da base elástica para a matriz
de rigidez do elemento de acordo com a Eq. 1.13. Caso não existe base
elástica no problema analisado o programa não executará este comando e a
matriz de rigidez do elemento será dada pelas linhas 1203-1218.
1236 – Fim do comando lógico iniciado na linha 1219.
1237 – Fim da sub-rotina 12.

A1.3.6. Sub-rotina 13 – Montagem do vetor de forças dos


elementos

A sub-rotina 13 mostrada na Fig. A10 monta o vetor de


forças dos elementos.

Figura A10 – Sub-rotina 13.

1300 – Início da sub-rotina 13.


1301 – Comando para que a rotina utilize o módulo onde estão declaradas as
variáveis.
1302 – Comando utilizado para que as variáveis possam ser declaradas
explicitamente no programa.
1303-1306 – Calcula as componentes do vetor de forças do elemento de acordo
com a Eq. 1.15.
1307 – Fim da sub-rotina 13.

145
A1.3.7. Sub-rotina 14 – Montagem da matriz de rigidez global

A sub-rotina 14 mostrada na Fig. A11 faz a incidência da


contribuição das matrizes de rigidez dos elementos na matriz
global da estrutura.

Figura A11 – Sub-rotina 14.

1400 – Início da sub-rotina 14.


1401 – Comando para que a rotina utilize o módulo onde estão declaradas as
variáveis.
1402 – Comando utilizado para que as variáveis possam ser declaradas
explicitamente no programa.
1403 – A variável NI recebe o nó inicial do elemento I.
1404 – A variável NF recebe o nó final do elemento I.
1405-1420 – Faz a incidência da contribuição das matrizes de rigidez dos
elementos na matriz de rigidez global da estrutura de acordo com a Eq. 1.17.
1421 – Fim da sub-rotina 14.

146
A1.3.8. Sub-rotina 15 – Montagem do vetor de forças global

A sub-rotina 15 mostrada na Fig. A12 faz a incidência da


contribuição dos vetores de forças dos elementos no vetor de
forças global da estrutura.

Figura A12 – Sub-rotina 14.

1500 – Início da sub-rotina 15.


1501 – Comando para que a rotina utilize o módulo onde estão declaradas as
variáveis.
1502 – Comando utilizado para que as variáveis possam ser declaradas
explicitamente no programa.
1503 – A variável NI recebe o nó inicial do elemento I.
1504 – A variável NF recebe o nó final do elemento I.
1505-1508 - Faz a incidência da contribuição dos vetores de forças dos
elementos no vetor de forças global da estrutura de acordo com a Eq. 1.17.
1509 – Fim da sub-rotina 15.

A1.3.9. Sub-rotina 16 – Contribuição das forças aplicadas nos


nós no vetor de forças global

A sub-rotina 16 mostrada na Fig. A13 introduz a


contribuição das forças aplicadas diretamente sobre os nós no
vetor de forças global da estrutura.

147
Figura A13 – Sub-rotina 16.

1600 – Início da sub-rotina 16.


1601 – Comando para que a rotina utilize o módulo onde estão declaradas as
variáveis.
1602 – Comando utilizado para que as variáveis possam ser declaradas
explicitamente no programa.
1603 – Verifica se há força vertical aplicada no nó K. Caso exista, a linha
1064 faz a incidência da contribuição desta força no vetor de forças global.
Caso não existe no programa não executa este comando.
1605 – Fim do comando lógico iniciado na linha 1603.
1606 – Verifica se há momento aplicado no nó K. Caso exista, a linha 1067
faz a incidência da contribuição desta força no vetor de forças global. Caso
não existe no programa não executa este comando.
1608 – Fim do comando lógico iniciado na linha 1606.
1609 – Fim da sub-rotina 16.

A1.3.10. Sub-rotina 17 – Contribuição dos vínculos elásticos na


matriz de rigidez global

A contribuição dos vínculos elásticas na matriz de rigidez


global é feita pela sub-rotina 17 mostrada na Fig. A14.

148
Figura A14 – Sub-rotina 17.

1700 – Início da sub-rotina 17.


1701 – Comando para que a rotina utilize o módulo onde estão declaradas as
variáveis.
1702 – Comando utilizado para que as variáveis possam ser declaradas
explicitamente no programa.
1703 – Verifica se há mola de translação nó K. Caso exista, a linha 1704 faz
a incidência da contribuição da rigidez desta mola na matriz de rigidez
global na posição correspondente. Caso não existe no programa não executa
este comando.
1705 – Fim do teste lógico iniciado na linha 1703.
1706 - Verifica se há mola de rotação no nó K. Caso exista, a linha 1707 faz
a incidência da contribuição da rigidez desta mola na matriz de rigidez
global da estrutura na posição correspondente. Caso não existe no programa
não executa este comando.
1708 – Fim do teste lógico iniciado na linha 1706.
1709 – Fim da sub-rotina 17.

A1.3.11. Sub-rotina 18 – Imposição das condições de contorno

A sub-rotina 10 mostrada na Fig. A15 é a responsável pela


imposição das condições de contorno da estrutura no sistema
global.

149
Figura A15 – Sub-rotina 18.

1800 – Início da sub-rotina 18.


1801 – Comando para que a rotina utilize o módulo onde estão declaradas as
variáveis.
1802 – Comando utilizado para que as variáveis possam ser declaradas
explicitamente no programa.
1803-1810 – Estes linhas agrupam as restrições de apoio que foram
armazenadas por tipo e por nó nos elementos.
1811-1818 – Estas linhas agrupam as restrições dos elementos em um vetor
global de restrições da estrutura.
1819 – Início do laço de duas vezes o número de nós da estrutura que
corresponde ao tamanho do sistema de equações.
1820 – Verifica se o nó possui restrição devido aos vínculos de apoio.
1821 – Se o teste lógico realizado na linha 1820 for verdadeiro inicia-se o
laço que atribui o valor zero para a linha e para a coluna da matriz de
rigidez global nas linhas 1822 e 1823, respectivamente.
1824 – Fim do laço iniciado na linha 1821.
1825 – Se o teste lógico realizado na linha 1820 for verdadeiro atribui o

150
valor 1 na diagonal principal da matriz de rigidez global.
1826 - Se o teste lógico realizado na linha 1820 for verdadeiro atribui o
valor zero na posição correspondente do vetor de forças global.
1827 – Fim do teste lógico iniciado na linha 1820.
1828 – Fim do laço iniciado na linha 1819.
1829 – Fim da sub-rotina 18.

A1.3.12. Sub-rotina 19 – Resolução do Sistema de equações

A sub-rotina 19 mostrada na Fig. A16 resolve o sistema de


equações da estrutura.

Figura A16 – Sub-rotina 19.

1900 – Início da sub-rotina 19.


1901 – Comando para que a rotina utilize o módulo onde estão declaradas as
variáveis.
1902 – Comando utilizado para que as variáveis possam ser declaradas
explicitamente no programa.
1903 – A variável X armazena do tamanho do sistema de equações.
1904 – Comando que chama a função para inversão de sistema de equações da
biblioteca do Fortran.
1905 – Fim da sub-rotina 19.

A1.3.13. Sub-rotina 20 – Cálculo dos esforços internos

A sub-rotina 20 mostrada na Fig. A17 calcula os esforços


internos da estrutura.

151
Figura A17 – Sub-rotina 20.

2000 – Início da sub-rotina 20.


2001 – Comando para que a rotina utilize o módulo onde estão declaradas as
variáveis.
2002 – Comando utilizado para que as variáveis possam ser declaradas
explicitamente no programa.
2003-2010 – Este laço associa o vetor de deslocamentos global da estrutura
aos elementos
2011-2020 – Estas linhas calculam os esforços internos na estrutura de
acordo com a Eq. 1.19.
2021 – Fim da sub-rotina 20.

A1.3.14. Sub-rotina 21 – Cálculo das reações de apoio

A sub-rotina 21 mostrada na Fig. A18 calcula as reações de


apoio da estrutura.

152
Figura A18 – Sub-rotina 21.

2100 – Início da sub-rotina 21.


2101 – Comando para que a rotina utilize o módulo onde estão declaradas as
variáveis.
2102 – Comando utilizado para que as variáveis possam ser declaradas
explicitamente no programa.
2103 – A variável R recebe o resultado da operação dada na Eq. 1.20.
2104 – Início do laço do número de nós.
2105 – Verifica se há restrição no nó I.
2106 – Se o teste lógico realizado na linha 2105 for verdadeiro a variável
REACAO na direção (I) recebe o valor correspondente calculado na linha 2103.
2107 – Fim do teste lógico iniciado na linha 2105.
2108 – Fim do laço do número de nós.
2109 – Fim da sub-rotina 21.

A1.3.15. Sub-rotina 22 – Cálculo das forças nas molas

A sub-rotina 22 mostrada na Fig. A19 calcula as forças nos


vínculos elásticos.

153
Figura A19 – Sub-rotina 22.

2200 – Início da sub-rotina 22.


2201 – Comando para que a rotina utilize o módulo onde estão declaradas as
variáveis.
2202 – Comando utilizado para que as variáveis possam ser declaradas
explicitamente no programa.
2203 – Verifica se há mola de translação no nó K.
2204 – Se o teste lógico realizado na linha 2203 for verdadeiro a força na
mola, multiplicando o valor do deslocamento no nó na direção correspondente
pelo valor da constante da mola.
2205 – Fim do teste lógico iniciado na linha 2203.
2206 – Verifica se há mola de rotação no nó K.
2207 - Se o teste lógico realizado na linha 2206 for verdadeiro a força na
mola multiplicando o valor do deslocamento no nó na direção correspondente
pelo valor da constante da mola.
2208 – Fim do teste lógico iniciado na linha 2206.
2209 – Fim da sub-rotina 22.

A1.3.16. Sub-rotina 23 – Impressão dos resultados

A sub-rotina para impressão de resultados foi organizada de forma que


os resultados obtidos bem como os dados iniciais do problema possam ser
visualizados após a execução do programa. Observar que na tabela de
impressão dos esforços internos foi acrescentado um sinal negativo nos
esforços relacionados às posições -EF(I,3) e -EF(I,4) para compatibilização
com a Teoria de Vigas.
A sub-rotina pode ser visualizada na figura abaixo.

154
155
Figura A20 – Sub-rotina 23.

156
A1.4. EXEMPLOS

A1.4.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Nesta seção, são apresentados os exemplos de vigas


testados com a finalidade de validar o código computacional
implementado. Os resultados obtidos são comparados com
resultados de referência gerados com o emprego do software
FTOLL versão educacional 2.11.
Foram testados três exemplos de vigas. O primeiro consiste
em uma viga com carga e momento concentrados em um nó,
solicitada por carregamento uniformemente distribuído e por
carregamento linearmente distribuído no primeiro e no segundo
tramo da viga, respectivamente. O segundo exemplo consiste em
uma viga apoiada em base elástica solicitada pela ação externa
de um carregamento uniformemente distribuído e o terceiro
exemplo consiste em uma viga solicitada por diferentes tipos de
carregamento, em diferentes tramos, apoiada em vínculos
elásticos de translação e rotação.

A1.4.2. EXEMPLO 1

O primeiro exemplo consiste em uma viga que foi


discretizada em dois elementos finitos e três nós. O primeiro
elemento está solicitado por carregamento uniformemente
distribuído e o segundo elemento por carregamento linearmente
distribuído, conforme mostrado na Fig. A20. O nó 1 tem
restrição no giro, 1  0 , e no deslocamento vertical, w 1  0 . O
nó 2 possui um momento e uma força aplicada na direção do
deslocamento vertical e o nó três 3 possui uma restrição no
deslocamento vertical, w3  0. Os dois elementos possuem as
mesmas propriedades físicas e geométricas, ou seja, o módulo de
elasticidade é dado por E  2,5tf / m 2 , a altura é dada por h  0,6m
e a largura é dada por b  0,25m .

157
Figura A20 – Detalhe da viga do exemplo 1.

A Fig. A21 mostra o diagrama de esforço cortante da viga


do exemplo 1 obtido com o emprego do software FTOLL.

Figura A21 – Diagrama de esforço cortante da viga do exemplo 1.

A Fig. A22 mostra o diagrama de momento fletor da viga do


exemplo 1 obtido com o emprego do software FTOLL.

Figura A22 – Diagrama de momento fletor da viga do exemplo 1.

A Fig. A23 mostra os resultados dos deslocamentos nodais e


reações de apoio da viga do exemplo 1 obtidos com o emprego do
software FTOLL.

158
Figura A23 – Configuração deformada da viga do exemplo 1.

A Tabela A1.1 mostra o arquivo de entrada de dados para o


código computacional implementado com todas as características
dos nós e dos elementos da viga do exemplo 1.

Tabela A1.1 – Dados de entrada da viga do exemplo 1: características dos nós


e dos elementos.

A Tabela A1.2 mostra o arquivo de saída de dados do código


computacional desenvolvido com os resultados para os
deslocamentos, reações de apoio e esforços internos da viga do
exemplo 1.

Tabela A1.2 – Resultados da viga do exemplo 1: Deslocamentos nodais, reações


de apoio e esforços internos.

159
Observa-se que os resultados obtidos com o código
implementado correspondem aos valores de referência.

A1.4.3. EXEMPLO 2

O segundo exemplo consiste em uma viga apoiada em base


elástica submetida a um carregamento uniformemente distribuído
conforme mostra a Fig. A24.
A viga foi discretizada em dez elementos finitos e onze
nós. Todos os elementos possuem as mesmas propriedades físicas
e geométricas representadas pela relação EI  3360kNm 2 . Este
exemplo foi extraído da apostila de Método da Energia da
disciplina SET5824 - Aplicações do Método dos Elementos Finitos
(PAIVA, 2009).

160
Figura A24 – Detalhe da viga do exemplo 2.

A Tabela A1.3 mostra o arquivo de entrada de dados para o


código computacional implementado com todas as características
dos nós e dos elementos da viga do exemplo 2.

Tabela A1.3 – Dados de entrada da viga do exemplo 2: características dos nós


e dos elementos.

A Tabela A1.4 mostra o arquivo de saída de dados do código


computacional desenvolvido com os resultados para os
deslocamentos, reações de apoio e esforços internos da viga do

161
exemplo 2.

Tabela A1.4 – Resultados da viga do exemplo 2: Deslocamentos nodais, reações


de apoio e esforços internos.

O resultado do deslocamento no meio do vão da viga, ou


seja, em L/2 foi comparado com o resultado fornecido na
apostila de onde o exemplo foi extraído. Nesta referência, o
autor adota uma função aproximativa do 4º grau em deslocamento
e obtém um valor aproximado para o deslocamento no centro da
viga dado por v ap (L / 2)  0,002990 m . Este valor é igual ao valor

fornecido pela solução exata da equação diferencial desta viga


162
(PAIVA, 2009). Comparando-se este valor de referência com o
valor obtido mostrado na Tabela A1.4, observa-se que o código
implementado fornece resultados satisfatórios.

A1.4.4. EXEMPLO 3

O terceiro exemplo consiste em uma viga solicitada por


carregamentos externos e com vínculos elásticos de translação e
rotação conforme mostrado na Fig. A25. A viga foi discretizada
em sete elementos finitos e oito nós. Todos os elementos
possuem as mesmas propriedades físicas e geométricas, sendo o
módulo de elasticidade dado por E  2,5tf / m 2 , a altura dada por
h  0,6m e a largura dada por b  0,20m .

Figura A25 – Detalhe da viga do exemplo 3.

A Fig. A26 mostra o diagrama de esforço cortante obtido


para a viga do exemplo 3 com o emprego do software FTOLL.

Figura A26 – Diagrama de esforço cortante da viga do exemplo 3.

A Fig. A27 mostra o diagrama de momento fletor obtido para


a viga do exemplo 3 com o emprego do software FTOLL.

163
Figura A27 – Diagrama de momento fletor da viga do exemplo 3.

A Fig. A28 mostra os valores dos deslocamentos nodais e


das reações de apoio da viga do exemplo 3 obtidos com o emprego
do software FTOLL.

Figura A28 – Configuração deformada da viga do exemplo 3.

A Tabela A1.5 mostra o arquivo de entrada de dados para o


código computacional implementado com todas as características
dos nós e dos elementos da viga do exemplo 3.

Tabela A1.5 – Dados de entrada da viga do exemplo 3: características dos nós


e dos elementos.

164
A Tabela A1.6 mostra o arquivo de saída de dados do código
computacional desenvolvido com os resultados para os
deslocamentos, forças nas molas, reações de apoio e esforços
internos para a viga do exemplo 3.

Tabela A1.6 – Resultados da viga do exemplo 3: Deslocamentos nodais, forças


nas molas, reações de apoio e esforços internos.

165
Observa-se que os resultados obtidos com o código
implementado correspondem aos valores de referência.

A1.5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSAN, A. E. Método dos elementos finitos: primeiros passos.


Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2003.

PAIVA, J. B. Método da energia. Apostila, São Carlos – SP:


EESC, 2009.

SORIANO, H. L. Método de Elementos Finitos em Análise de


Estruturas. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo,
2003. 580 p.

166
ANEXO B: IMPLEMENTAÇÃO COMPUTACIONAL DO ELEMENTO FINITO DE
PÓRTICO

B1.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS


Uma vez que o processo de obtenção do elemento finito de
pórtico plano foi apresentado no Capítulo 3, este anexo tem por
objetivo apresentar o procedimento para a implementação
computacional do mesmo. Destaca-se que o programa é muito
semelhante ao apresentando para a análise de vigas contínuas no
Anexo A, estando as diferenças apenas nos aspectos distintos
entre as formulações dos elementos conforme apresentado nas
seções subsequentes.

B1.2. IMPLEMENTAÇÃO COMPUTACIONAL


Da mesma forma como para o caso de vigas contínuas, o
código computacional para a análise de pórticos planos foi
implementado em linguagem FORTRAN, versão VISUAL COMPAQ 6.6. A
estrutura do programa é subdividida em três fases, o pré-
processamento, o processamento e o pós-processamento. A Fig. B1
mostra um fluxograma das etapas do programa desenvolvido. Na
etapa do pré-processamento, são fornecidas as características
do problema em um arquivo de texto mostrado na Fig. B2. Estas
informações são lidas pelo compilador e utilizadas pelas sub-
rotinas de cálculo da fase de processamento. Por fim, na fase
de pós-processamento, os resultados do processamento são
impressos em um arquivo de saída.

167
INICIO

PRÉ-PROCESSAMENTO

LEITURA DE DADOS

PROCESSAMENTO

MONTA A MATRIZ DE ROTAÇÃO


DOS ELEMENTOS

PROCESSAMENTO

MONTA A MATRIZ DE RIGIDEZ


LOCAL DOS ELEMENTOS

PROCESSAMENTO

MONTA A MATRIZ DE ROTAÇÃO


TRANSPOSTA DOS ELEMENTOS

PROCESSAMENTO

MONTA A MATRIZ DE RIGIDEZ


GLOBAL DOS ELEMENTOS

PROCESSAMENTO

MONTA A MATRIZ DE RIGIDEZ


GLOBAL DA ESTRUTURA

PROCESSAMENTO

MONTA O VETOR DE
CARREGAMENTO LOCAL DOS
ELEMENTOS

PROCESSAMENTO

MONTA O VETOR DE
CARREGAMENTO GLOBAL DOS
ELEMENTOS

PROCESSAMENTO

MONTA O VETOR DE
CARREGAMENTO GLOBAL DA
ESTRUTURA

PROCESSAMENTO

IMPOSIÇÃO DAS FORÇAS CONCENTRADAS


NOS NÓS NO VETOR DE CARREGAMENTO
GLOBAL DA ESTRUTURA

PROCESSAMENTO

IMPOSIÇÃO DAS CONDIÇÕES DE


CONTORNO NO SISTEMA

PROCESSAMENTO

RESOLVE O SISTEMA DE
EQUAÇÕES: CÁLCULO DOS
DESLOCAMENTOS

PROCESSAMENTO

CALCULA AS REAÇÕES DE APOIO

PROCESSAMENTO

CALCULA OS ESFORÇOS
INTERNOS

PÓS-PROCESSAMENTO

IMPRIME O ARQUIVO DE SAÍDA DE


DADOS

FIM

Figura B1 – Fluxograma do programa para análise de pórticos planos via MEF.

168
No arquivo de texto mostrado na Fig. B2 devem ser
informados na tabela 1, os valores da quantidade de nós e da
quantidade de elemento finitos adotados para discretizar o
domínio de análise.
Na tabela 2, deve-se informar as características dos nós,
tais como: identificação, coordenadas x, coordenada y,
restrição em deslocamento nas direções x e y e rotação em
torno de z , assim como, os valores da carga nas direções x e
y , e os momentos concentrados em torno de z .
Finalmente, na tabela 3, são informadas as características
dos elementos, tais como a identificação, a conectividade do
elemento, o módulo de elasticidade, a área da seção
transversal, o momento de inércia e os carregamentos
distribuídos nas direções x e y .

Figura B2 – Arquivo de entrada de dados para a análise de pórticos planos.

B1.3. DESCRIÇÃO DO PROGRAMA

O programa para análise de pórticos planos é constituído


por um programa principal, um módulo de declaração de variáveis
e alocação de memória e dezesseis sub-rotinas. Destaca-se que
este código computacional foi desenvolvido com o propósito de

169
ser o mais didático possível objetivando a fácil visualização
das definições teóricas e que outras lógicas de programação
podem ser empregadas no desenvolvimento de um algoritmo mais
compacto. A seguir descrevem-se o programa principal e cada uma
das sub-rotinas que compõem o programa.

B1.3.1. Programa principal


O programa principal gerencia as sub-rotinas que
constituem o programa. A Fig. B3 mostra a estrutura do programa
principal.

Figura B3 – Programa principal.


0000 – Início do programa principal.
0001 – Comando para que a rotina utilize o módulo onde estão declaradas as
variáveis.
0002 – Comando utilizado para que as variáveis possam ser declaradas
explicitamente no programa.
0003 – Chama a sub-rotina 10 que faz a leitura do arquivo de entrada de
dados e faz alocação de memória.
0004 – Início do laço do número de elementos.
0005 – Chama a sub-rotina 11 que calcula o comprimento dos elementos.

170
0006 – Chama a sub-rotina 12 que monta a matriz de rotação dos elementos
finitos necessária para a transformação do sistema de coordenadas local para
o global.
0007 – Chama a sub-rotina 13 que monta a matriz de rigidez dos elementos
finitos no sistema de coordenadas local.
0008 – Chama a sub-rotina 14 que monta a matriz de rotação transposta dos
elementos finitos necessária para a transformação do sistema de coordenadas
local para o global.
0009 – Chama a sub-rotina 15 que monta a matriz de rigidez do elemento
finito no sistema de coordenadas global
0010 – Chama a sub-rotina 16 que monta a matriz de rigidez global da
estrutura.
0011 – Chama a sub-rotina 17 que monta o vetor de forças dos elementos no
sistema de coordenadas local.
0012 – Chama a sub-rotina 18 que monta do vetor de forças dos elementos
finitos no sistema de coordenadas global.
0013 – Chama a sub-rotina 19 que monta o vetor de forças global da
estrutura.
0014 – Fim do laço do número de elementos.
0015 – Chama a sub-rotina 20 que monta um vetor com os valores das forças
aplicadas diretamente sobre os nós da estrutura.
0016 – Introduz a contribuição das forças aplicadas diretamente sobre os nós
no vetor de forças global da estrutura.
0017 - Guarda a matriz de rigidez global da estrutura sem as condições de
contorno para cálculo posterior das reações de apoio.
0018 – Guarda o vetor de forças global da estrutura sem as condições de
contorno para cálculo posterior das reações de apoio.
0019 – Chama a sub-rotina 21 que introduz as condições de contorno do
problema na matriz de rigidez global e no vetor de forças global da
estrutura.
0020 – Chama a sub-rotina 22 que resolve o sistema de equações.
0021 – Chama a sub-rotina 23 que calcula as reações de apoio da estrutura.
0022 – Chama a sub-rotina 24 que calcula dos esforços internos da estrutura.
0023 – Chama a sub-rotina 25 que imprime o arquivo de saída de dados.
0024 – Fim do programa principal.

B1.3.2. Módulo 1 – Declaração das variáveis


As variáveis utilizadas pelo programa são declaradas no
módulo 1 mostrado na Fig. B4. Este módulo é utilizado em todas
as sub-rotinas do programa.

171
Figura B4 – Modulo 1.
100 – Início do módulo 1.
101 – Comando para que a rotina utilize a biblioteca necessária para a
resolução do sistema de equações.
102 – Comando utilizado para que as variáveis possam ser declaradas
explicitamente no programa.
103–105 - Declaração das variáveis reais, alocáveis de dimensão 1.
106-107 - Declaração das variáveis reais, alocáveis de dimensão 2.
108 – Declaração das variáveis reais, alocáveis de dimensão 3.
109 – Declaração das variáveis inteiras, alocáveis de dimensão 1.
110 - Declaração das variáveis inteiras utilizadas no programa.
111 – Declaração da variável lógica utilizada na abertura do arquivo de
entrada de dados.
112 – Fim do módulo 1.

B1.3.3. Sub-rotina 10 – Leitura do Arquivo de entrada de dados


e alocação de memória
A sub-rotina 10 mostrada na Fig. B5 faz a leitura do
arquivo de entrada de dados e aloca a memória para realização
das operações.

172
Figura B5 – Sub-rotina 10.
1000 – Início da sub-rotina 10.
1001 – Comando para que a rotina utilize o módulo onde estão declaradas as
variáveis.
1002 – Comando utilizado para que as variáveis possam ser declaradas
explicitamente no programa.
1003 – Comando que verifica a existência do arquivo de entrada de dados.
1004 – Comando que faz o teste lógico sobre a existência do arquivo de

173
entrada de dados.
1005 – Abre o arquivo de entrada de dados se o teste lógico da linha 1004
for verdadeiro.
1006-1012 – Leitura das linhas em branco no arquivo de entrada de dados.
1013 – Leitura do número de nós da estrutura (NNO) e do número de elementos
(NELEM).
1014-1030 – Comando que aloca memória para as variáveis que contêm os dados
do problema. Também se atribui o valor zero a todas as variáveis.
1031-1039 – Leitura das linhas em branco no arquivo de entrada de dados.
1040 – Início do laço do número de nós.
1041 – Comando que faz a leitura do número do nó (K), coordenada X do nó K
(COORDX), coordenada Y do nó K (COORDY), restrição X do nó K (RESTX),
restrição Y do nó K (RESTY), restrição Z do nó K (RESTZ), força aplicada na
direção X do nó K (NAPLI), força aplicada na direção Y do nó K (VAPLI) e
momento aplicado no nó K segundo a direção Z (MAPLI).
1042 – Fim do laço do número de nós.
1043-1051 – Leitura das linhas em branco no arquivo de entrada de dados.
1052 – Início do laço do número de elementos.
1053 – Comando que faz a leitura do número do elemento (M), nó inicial do
elemento M (NOI), nó final do elemento M (NOF), módulo de elasticidade do
elemento M (ELAST), área da seção transversal do elemento M (A), momento de
inércia do elemento M (IN), valor da força distribuída no nó inicial do
elemento M segundo a direção X (QXI), valor da força distribuída no nó final
do elemento M segundo a direção X (QXF), valor da força distribuída no nó
inicial do elemento M segundo a direção Y (QYI) e valor da força distribuída
no nó final do elemento M segundo a direção Y (QYF).
1054 – Fim do laço do número de elementos.
1055 – Fim do comando iniciado na linha 1004.
1056 – Comando que fecha do arquivo de entrada de dados.
1057-1080 – Aloca e atribui o valor zero às variáveis utilizadas no
processamento e pós-processamento do programa: COMP (comprimento dos
elementos), ROTELEM (matriz de rotação dos elementos), COSA (vetor com os
cossenos), SENA (vetor com os senos), KELEM (matriz de rigidez dos
elementos), ROTT (matriz de rotação transposta dos elementos), AUX (matriz
auxiliar para a montagem da matriz de rigidez global dos elementos),
KEGLOBAL (matriz de rigidez global dos elementos), KGLOBAL (matriz de
rigidez global da estrutura), VFORCA (vetor de forças local dos elementos),
VEGLOBAL (vetor de forças global dos elementos), VGLOBAL (vetor de forças
global da estrutura), VAPLELEM (vetor de forças aplicadas aos nós da
estrutura), KGLOBALC (matriz de rigidez global sem condições de contorno
para cálculo das reações de apoio da estrutura), VGLOBALC (vetor de forças

174
global sem condições de contorno para cálculo das reações de apoio da
estrutura), RES (variável auxiliar que armazena as condições de contorno por
elemento, utilizada para montar a variável RESTGLOBAL), RESTGLOBAL (vetor
global de restrições da estrutura), DESL (vetor de deslocamentos da
estrutura), REACAOTOTAL (vetor auxiliar para a obtenção das reações de apoio
da estrutura), REACAO (vetor global de reações de apoio da estrutura),
UEGLOBAL (variável que guarda os deslocamentos globais da estrutura por
elemento), VESF1 e VESF2 (variáveis auxiliares utilizadas no cálculo dos
esforços internos da estrutura), EF (vetor de esforços da estrutura).
1081 – Fim da sub-rotina 10.

B1.3.4. Sub-rotina 11 – Cálculo do comprimento dos elementos


finitos
A sub-rotina 11 mostrada na Fig. B6 calcula o comprimento
dos elementos finitos.

Figura B6 – Sub-rotina 11.


1100 – Início da sub-rotina 11.
1101 – Comando para que a rotina utilize o módulo onde estão declaradas as
variáveis.
1102 – Comando utilizado para que as variáveis possam ser declaradas
explicitamente no programa.
1103 – A variável NI recebe o nó inicial do elemento I.
1104 – A variável NF recebe o nó final do elemento I.
1105 – Calcula o comprimento do elemento finito.
1106 – Fim da sub-rotina 11.

B1.3.5. Sub-rotina 12 – Montagem das matrizes de rotação dos


elementos
A sub-rotina 12 mostrada na Fig. B7 monta a matriz de
rotação dos elementos finitos para a transformação do sistema
de coordenadas local para o global.

175
Figura B7 – Sub-rotina 12.
1200 – Início da sub-rotina 12.
1201 – Comando para que a rotina utilize o módulo onde estão declaradas as
variáveis.
1202 - Comando utilizado para que as variáveis possam ser declaradas
explicitamente no programa.
1203 - A variável NI recebe o nó inicial do elemento I.
1204 - A variável NF recebe o nó final do elemento I
1205 – Calcula o cosseno do elemento.
1206 – Calcula o seno do elemento.
1207-1216 – Monta a matriz de rotação do elemento.
1217 - Fim da sub-rotina 12.

B1.3.6. Sub-rotina 13 – Montagem da matriz de rigidez dos


elementos no sistema de coordenadas local
A sub-rotina 13 mostrada na Fig. B8 monta a matriz de
rigidez dos elementos no sistema de coordenadas local.

176
Figura B8 – Sub-rotina 13.
1300 – Início da sub-rotina 13.
1301 – Comando para que a rotina utilize o módulo onde estão declaradas as
variáveis.
1302 – Comando utilizado para que as variáveis possam ser declaradas
explicitamente no programa.
1303-1322 – Monta a matriz de rigidez dos elementos de acordo com o
equacionamento apresentado no capítulo 3.
1323 – Fim da sub-rotina 13.

B1.3.7. Sub-rotina 14 – Montagem das matrizes de rotação


transpostas dos elementos
A sub-rotina 14 mostrada na Fig. B9 monta a matriz de
rotação transposta dos elementos finitos necessária para a
transformação do sistema de coordenadas local para o global.

177
Figura B9 – Sub-rotina 14.
1400 - Início da sub-rotina 14.
1401 - Comando para que a rotina utilize o módulo onde estão declaradas as
variáveis.
1402 - Comando utilizado para que as variáveis possam ser declaradas
explicitamente no programa.
1403 – Início do laço do número de linhas da matriz local do elemento.
1404 – Início do laço do número de colunas da matriz local do elemento.
1405 – Linha que faz a transposta da matriz ROTELEM obtida na sub-rotina 12.
1406 – Fim do laço iniciado na linha 1404.
1407 – Fim do laço inicial na linha 1403.
1408 - Fim da sub-rotina 14.

B1.3.8. Sub-rotina 15 – Montagem das matrizes de rigidez dos


elementos no sistema global de coordenadas
A sub-rotina 15 mostrada na Fig. B10 monta a matriz de
rigidez dos elementos finitos no sistema global de coordenadas
para incidência na matriz de rigidez global da estrutura.

178
Figura B10 – Sub-rotina 15.
1500 - Início da sub-rotina 15.
1501 - Comando para que a rotina utilize o módulo onde estão declaradas as
variáveis.
1502 - Comando utilizado para que as variáveis possam ser declaradas
explicitamente no programa.
1503-1510 – Sub-rotina que multiplica a matriz de rigidez local dos
elementos e a matriz de rotação.
1511-1518 – Sub-rotina que multiplica a matriz de rotação transposta obtida
na sub-rotina 15 pela matriz auxiliar obtida nas linhas 1503-1510.
1519 - Fim da sub-rotina 15.

B1.3.9. Sub-rotina 16 – Montagem da matriz de rigidez global da


estrutura
A sub-rotina 16 mostrada na Fig. B11 faz a incidência da
contribuição das matrizes de rigidez global dos elementos na
matriz de rigidez global da estrutura.

179
Figura B11 – Sub-rotina 16.
1600 – Início da sub-rotina 16.
1601 – Comando para que a rotina utilize o módulo onde estão declaradas as
variáveis.
1602 – Comando utilizado para que as variáveis possam ser declaradas
explicitamente no programa.
1603 – A variável NI recebe o nó inicial do elemento I.
1604 – A variável NF recebe o nó final do elemento I.
1605-1640 – Faz a incidência da contribuição da matriz de rigidez global dos
elementos na matriz de rigidez global da estrutura conforme apresentado na
seção 3.4 do capítulo 3.

180
1641 – Fim da sub-rotina 16.

B1.3.10. Sub-rotina 17 – Montagem do vetor de forças dos


elementos no sistema de coordenadas local
A sub-rotina 17 mostrada na Fig. B12 monta o vetor de
forças dos elementos no sistema de coordenadas local.

Figura B12 – Sub-rotina 17.


1700 – Início da sub-rotina 17.
1701 – Comando para que a rotina utilize o módulo onde estão declaradas as
variáveis.
1702 – Comando utilizado para que as variáveis possam ser declaradas
explicitamente no programa.
1703-1708 – Calcula as componentes do vetor de forças do elemento de acordo
com o equacionamento apresentado no capítulo 3.
1709 – Fim da sub-rotina 17.

B1.3.11. Sub-rotina 18 – Montagem do vetor de forças dos


elementos no sistema de coordenadas global
A sub-rotina 18 mostrada na Fig. B13 monta o vetor de
forças dos elementos no sistema de coordenadas global
multiplicando-se o vetor de forças no sistema de coordenadas
local pela matriz de rotação do elemento.

181
Figura B13 – Sub-rotina 18.
1800 - Início da sub-rotina 18.
1801 - Comando para que a rotina utilize o módulo onde estão declaradas as
variáveis.
1802 - Comando utilizado para que as variáveis possam ser declaradas
explicitamente no programa.
1803-1807 – Procedimento que multiplica o vetor de forças do elemento no
sistema de coordenadas local pela matriz de rotação.
1808 - Fim da sub-rotina 18.

B1.3.12. Sub-rotina 19 – Montagem do vetor de forças global da


estrutura
A sub-rotina 19 mostrada na Fig. B14 faz a incidência da
contribuição do vetor de forças global do elemento no vetor de
forças global da estrutura.

Figura B14 – Sub-rotina 19.


1900 – Início da sub-rotina 19.
182
1901 – Comando para que a rotina utilize o módulo onde estão declaradas as
variáveis.
1902 – Comando utilizado para que as variáveis possam ser declaradas
explicitamente no programa.
1903 – A variável NI recebe o nó inicial do elemento I.
1904 – A variável NF recebe o nó final do elemento I.
1905-1910 - Faz a incidência da contribuição dos vetores de forças dos
elementos no vetor de forças global da estrutura conforme apresentado na
seção 3.4 do capítulo 3.
1911 – Fim da sub-rotina 19.

B1.3.13. Sub-rotina 20 – Contribuição das forças aplicadas nos


nós no vetor de forças global da estrutura
A sub-rotina 20 mostrada na Fig. B15 introduz a
contribuição das forças aplicadas diretamente sobre os nós no
vetor de forças global da estrutura.

Figura B15 – Sub-rotina 20.


2000 – Início da sub-rotina 20.
2001 – Comando para que a rotina utilize o módulo onde estão declaradas as
variáveis.
2002 – Comando utilizado para que as variáveis possam ser declaradas
explicitamente no programa.
2003 – Início do laço do número de nós.
2004-2006 - Faz a incidência da contribuição das forças aplicadas
diretamente nos nós (caso existam) na posição correspondente no vetor de
forças global da estrutura.
2007 – Fim do laço do número de nós iniciado na linha 2003.
2008 – Fim da sub-rotina 20.
183
B1.3.14. Sub-rotina 21 – Imposição das condições de contorno
A sub-rotina 21 mostrada na Fig. B16 é a responsável pela
imposição das condições de contorno da estrutura no sistema
global.

Figura B16 – Sub-rotina 21.


2100 – Início da sub-rotina 21.
2101 – Comando para que a rotina utilize o módulo onde estão declaradas as
variáveis.
2102 – Comando utilizado para que as variáveis possam ser declaradas
explicitamente no programa.
2103-2112 – Estas linhas agrupam as restrições de apoio que foram
armazenadas por tipo e por nó nos elementos.
2113-2122 – Estas linhas agrupam as restrições dos elementos em um vetor

184
global de restrições da estrutura.
2123 – Início do laço de três vezes o número de nós da estrutura que
corresponde ao tamanho do sistema de equações.
2124 – Verifica se o nó possui restrição devido aos vínculos de apoio.
2125 – Se o teste lógico realizado na linha 2124 for verdadeiro inicia-se o
laço que atribui o valor zero para a linha e para a coluna da matriz de
rigidez global da estrutura, nas linhas 2126 e 2127, respectivamente.
2128 – Fim do laço iniciado na linha 2125.
2129 – Se o teste lógico realizado na linha 2124 for verdadeiro atribui o
valor 1 na diagonal principal da matriz de rigidez global.
2130 - Se o teste lógico realizado na linha 2124 for verdadeiro atribui o
valor zero na posição correspondente do vetor de forças global. Se o teste
lógico realizado na linha 2124 não for verdadeiro, os valores da matriz de
rigidez e do vetor de forças são mantidos.
2131 – Fim do teste lógico iniciado na linha 2124.
2132 – Fim do laço iniciado na linha 2123.
2133 – Fim da sub-rotina 21.

B1.3.15. Sub-rotina 22 – Resolução do Sistema de equações


A sub-rotina 22 mostrada na Fig. B17 resolve o sistema de
equações da estrutura.

Figura B17 – Sub-rotina 22.


2200 – Início da sub-rotina 22.
2201 – Comando para que a rotina utilize o módulo onde estão declaradas as
variáveis.
2202 – Comando utilizado para que as variáveis possam ser declaradas
explicitamente no programa.
2203 – Comando que chama a função para inversão de sistema de equações da
biblioteca do Fortran. 3*NNO é o tamanho do sistema, KGLOBAL é a matriz de
rigidez global da estrutura, VGLOBAL é o vetor de forças global da estrutura
e DESL é o vetor dos deslocamentos da estrutura resultante da inversão do
sistema de equações.
2204 – Fim da sub-rotina 22.

185
B1.3.16. Sub-rotina 23 – Cálculo das reações de apoio
A sub-rotina 23 mostrada na Fig. B18 calcula as reações de
apoio da estrutura.

Figura B18 – Sub-rotina 23.


2300 – Início da sub-rotina 23.
2301 – Comando para que a rotina utilize o módulo onde estão declaradas as
variáveis.
2302 – Comando utilizado para que as variáveis possam ser declaradas
explicitamente no programa.
2303 – A variável REACAOTOTAL recebe o resultado da operação para obtenção
dos valores das reações de apoio. Esta operação é realizada para todos os
nós da estrutura. A atribuição dos valores das reações aos nós com restrição
de apoio é indicada abaixo.
2304 – Início do laço de três vezes o número de nós.
2305 – Verifica se há restrição no nó I.
2306 – Se o teste lógico realizado na linha 2305 for verdadeiro a variável
REACAO na direção (I) recebe o valor correspondente calculado na linha 2303.
2307 – Fim do teste lógico iniciado na linha 2305.
2308 – Fim do laço iniciado na linha 2304.
2309 – Fim da sub-rotina 23.

B1.3.17. Sub-rotina 24 – Cálculo dos esforços internos


A sub-rotina 24 mostrada na Fig. B19 calcula os esforços
internos da estrutura.

186
Figura B19 – Sub-rotina 24.
2400 – Início da sub-rotina 24.
2401 – Comando para que a rotina utilize o módulo onde estão declaradas as
variáveis.
2402 – Comando utilizado para que as variáveis possam ser declaradas
explicitamente no programa.
2403-2412 – Este laço associa o vetor de deslocamentos global da estrutura
aos elementos.
2413-2429 – Estas linhas calculam os esforços internos na estrutura.
2430 – Fim da sub-rotina 24.

B1.3.18. Sub-rotina 25 – Impressão dos resultados


A sub-rotina 25 mostrada na Fig. B20 imprime o arquivo de
saída de dados. Esta sub-rotina foi organizada de forma que os
resultados obtidos bem como os dados iniciais do problema
possam ser visualizados após a execução do programa. Observar
que na tabela de impressão dos esforços internos foi
acrescentado um sinal negativo nos esforços relacionados às
posições -EF(I,1), -EF(I,5) e –EF(I,3) para compatibilização

187
com a Teoria de Vigas.

188
Figura B20 – Sub-rotina 25.

B1.4. EXEMPLOS

B1.4.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS


Nesta seção, são apresentados três exemplos de pórticos planos
testados com a finalidade de validar o código computacional implementado. Os
resultados obtidos são comparados com resultados de referência gerados com o
emprego do software FTOLL versão educacional 2.11.

B1.4.2. EXEMPLO 1
O primeiro exemplo de pórtico plano testado é constituído por uma
barra horizontal, uma vertical e uma inclinada, solicitado por um
carregamento linearmente distribuído conforme mostrado na Fig. B21. O
pórtico foi discretizado em três elementos finitos e quatros nós. Os três
elementos possuem o mesmo módulo de elasticidade e a mesma altura, dados

respectivamente por E  1,5x10 6 tf / m 2 e h  0,30m . A largura da seção

transversal da barra vertical é dada por b  0,30m e das barras horizontal e


inclinada é dada por b  0,60m (ASSAN, 2003).

189
Figura B21 – Detalhe do pórtico plano do exemplo 1.

Para testar este exemplo no código computacional implementado o


carregamento distribuído que atua no elemento inclinado (Fig. B21) foi
convertido para o carregamento mostrado na Fig. B22.

Figura B22 – Transformação do carregamento do pórtico plano do exemplo 1.


A Fig. B23 mostra o diagrama de esforço normal do pórtico plano do
exemplo 1 obtido com o emprego do software FTOLL.

Figura B23 – Diagrama de esforço normal do pórtico plano do exemplo 1 obtido


com o FTOLL.
A Fig. B24 mostra o diagrama de esforço cortante do pórtico plano do
exemplo 1 obtido com o emprego do software FTOLL.

190
Figura B24 – Diagrama de esforço cortante do pórtico plano do exemplo 1
obtido com o FTOLL.
A Fig. B25 mostra o diagrama de momento fletor do pórtico plano do
exemplo 1 obtido com o emprego do software FTOLL.

Figura B25 – Diagrama de momento fletor do pórtico plano do exemplo 1 obtido


com o FTOLL.
A Fig. B26 mostra os resultados dos deslocamentos nodais e reações de
apoio do pórtico plano do exemplo 1 obtidos com o emprego do software FTOLL.

Figura B26 – Configuração deformada do pórtico plano do exemplo 1 obtido com


o FTOLL.
A Tabela A1.1 mostra o arquivo de entrada de dados para o código
computacional implementado com todas as características dos nós e dos
elementos do pórtico plano do exemplo 1.

Tabela A1.1 – Dados de entrada do pórtico plano do exemplo 1:


características dos nós e dos elementos.

191
A Tabela A1.2 mostra o arquivo de saída de dados do código
computacional desenvolvido com os resultados para os deslocamentos, reações
de apoio e esforços internos do pórtico plano do exemplo 1.

Tabela A1.2 – Resultados do pórtico plano do exemplo 1: Deslocamentos


nodais, reações de apoio e esforços internos.

Observa-se que os resultados obtidos com o código implementado


correspondem aos valores de referência.

B1.4.3. EXEMPLO 2
O segundo exemplo de pórtico plano testado é constituído por barras

192
verticais e inclinadas, solicitado por força e momento concentrados em um nó
e carregamento distribuído nos elementos conforme mostrado na Fig. B27. O
pórtico foi discretizado em quatro elementos finitos e cinco nós. Todos os
elementos possuem as mesmas propriedades físicas e geométricas, sendo o

módulo de elasticidade longitudinal dado por E  2,5tf / m 2 , a altura da seção


transversal dada por h  0,40m e a largura da seção transversal dada por
b  0,15m .

Figura B27 – Detalhe do pórtico plano do exemplo 2.

A Fig. B28 mostra o diagrama de esforço normal do pórtico plano do


exemplo 2 obtido com o emprego do software FTOLL.

Figura B28 – Diagrama de esforço normal do pórtico plano do exemplo 2 obtido


193
com o FTOLL.

A Fig. B29 mostra o diagrama de esforço cortante do pórtico plano do


exemplo 2 obtido com o emprego do software FTOLL.

Figura B29 – Diagrama de esforço cortante do pórtico plano do exemplo 2


obtido com o FTOLL.

A Fig. B30 mostra o diagrama de momento fletor do pórtico plano do


exemplo 2 obtido com o emprego do software FTOLL.

Figura B30 – Diagrama de momento fletor do pórtico plano do exemplo 2 obtido


com o FTOLL.

A Fig. B31 mostra os resultados dos deslocamentos nodais e reações de


apoio do pórtico plano do exemplo 2 obtidos com o emprego do software FTOLL.

194
Figura B31 – Configuração deformada do pórtico plano do exemplo 2 obtido com
o FTOLL.

A Tabela A1.3 mostra o arquivo de entrada de dados para o código


computacional implementado com todas as características dos nós e dos
elementos do pórtico plano do exemplo 2.

Tabela A1.3 – Dados de entrada do pórtico plano do exemplo 2:


características dos nós e dos elementos.

195
A Tabela A1.4 mostra o arquivo de saída de dados do código
computacional desenvolvido com os resultados para os deslocamentos, reações
de apoio e esforços internos do pórtico plano do exemplo 2.

Tabela A1.4 – Resultados do pórtico plano do exemplo 2: Deslocamentos


nodais, reações de apoio e esforços internos.

Observa-se que os resultados obtidos com o código implementado


correspondem aos valores de referência.

B1.4.4. EXEMPLO 3
O terceiro exemplo de pórtico plano testado é constituído por barras
horizontais, verticais e inclinadas, solicitado por forças e momentos
concentrados nos nó e carregamento distribuído nos elementos conforme
mostrado na Fig. B32. O pórtico foi discretizado em oito elementos finitos e
sete nós. Todos os elementos possuem as mesmas propriedades físicas e
geométricas, sendo o módulo de elasticidade longitudinal dado por

E  2,5tf / m 2 , a altura da seção transversal dada por h  0,45m e a largura


da seção transversal dada por b  0,20m .

196
Figura B32 – Detalhe do pórtico plano do exemplo 3.

A Fig. B33 mostra o diagrama de esforço cortante do pórtico plano do


exemplo 3 obtido com o emprego do software FTOLL.

Figura B33 – Diagrama de esforço normal do pórtico plano do exemplo 3 obtido


com o FTOLL

A Fig. B34 mostra o diagrama de esforço cortante do pórtico plano do


exemplo 3 obtido com o emprego do software FTOLL.

197
Figura B34 – Diagrama de esforço cortante do pórtico plano do exemplo 3
obtido com o FTOLL.

A Fig. B35 mostra o diagrama de esforço cortante do pórtico plano do


exemplo 3 obtido com o emprego do software FTOLL.

Figura B35 – Diagrama de momento fletor do pórtico plano do exemplo 3 obtido


com o FTOLL.

A Fig. B36 mostra os resultados dos deslocamentos nodais e reações de


apoio do pórtico plano do exemplo 3 obtidos com o emprego do software FTOLL.

198
Figura B36 – Configuração deformada do pórtico plano do exemplo 3 obtida com
o FTOLL.

A Tabela A1.5 mostra o arquivo de entrada de dados para o código


computacional implementado com todas as características dos nós e dos
elementos do pórtico plano do exemplo 3.

Tabela A1.5 – Dados de entrada do pórtico plano do exemplo 3:


características dos nós e dos elementos.

199
A Tabela A1.6 mostra o arquivo de saída de dados do código
computacional desenvolvido com os resultados para os deslocamentos, reações
de apoio e esforços internos do pórtico plano do exemplo 3.

Tabela A1.6 – Resultados do pórtico plano do exemplo 3: Deslocamentos


nodais, reações de apoio e esforços internos.

Observa-se que os resultados obtidos com o código implementado


correspondem aos valores de referência.

200
ANEXO C: IMPLEMENTAÇÃO COMPUTACIONAL DO ELEMENTO FINITO DE PLACA – DKT
(DISCRET KIRCHHOFF THEORY)

C1.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS


O elemento finito DKT é um elemento triangular que possui três nós e
três parâmetros nodais por nó, totalizando nove parâmetros nodais por

elemento. Estes parâmetros nodais são a translação w e duas rotações,  x e

 y . A formulação detalhada deste elemento finito para a implementação


computacional foi apresentada no capítulo 4 e seção 4.9 e baseia-se no
trabalho de Batoz (1981). A estrutura do código computacional implementado é
apresentada nas seções subseqüentes.

C1.2. IMPLEMENTAÇÃO COMPUTACIONAL


O código computacional para análise de placas foi implementado em
linguagem FORTRAN, versão VISUAL COMPAQ 6.6. A estrutura do programa é
subdividida em três fases, o pré-processamento, o processamento e o pós-
processamento. A Fig. C1 mostra um fluxograma das etapas do programa
desenvolvido. Na etapa do pré-processamento, são fornecidas as
características do problema em um arquivo de texto mostrado na Fig. C2.
Estas informações são lidas pelo compilador e utilizadas pelas sub-rotinas
de cálculo da fase de processamento. Por fim, na fase de pós-processamento,
os resultados do processamento são impressos em um arquivo de saída. A sub-
rotina para a montagem das matrizes de rigidez dos elementos foi
disponibilizada pelo professor responsável pela disciplina e implementada de
acordo com a formulação apresentada no capítulo 4. Uma vez calculadas essas
matrizes, monta-se a matriz de rigidez global, determinam-se os parâmetros
nodais e calculam-se os esforços internos.

201
INICIO

PRÉ-PROCESSAMENTO

LEITURA DE DADOS

PROCESSAMENTO

MONTA A MATRIZ DE RIGIDEZ DOS


ELEMENTOS

PROCESSAMENTO

MONTA A MATRIZ DE RIGIDEZ


GLOBAL DA ESTRUTURA

PROCESSAMENTO

MONTA O VETOR DE
CARREGAMENTO EQUIVALENTE

PROCESSAMENTO

MONTA O VETOR DE FORÇAS


GLOBAL

PROCESSAMENTO

IMPOSIÇÃO DAS FORÇAS CONCENTRADAS


NOS NÓS NO VETOR DE FORÇAS GLOBAL DA
ESTRUTURA

PROCESSAMENTO

IMPOSIÇÃO DAS CONDIÇÕES DE


CONTORNO NO SISTEMA

PROCESSAMENTO

RESOLVE O SISTEMA DE
EQUAÇÕES: CÁLCULO DOS
DESLOCAMENTOS

PROCESSAMENTO

CALCULA OS ESFORÇOS
INTERNOS

PROCESSAMENTO

CALCULA OS MOMENTOS MÉDIOS


NO NÓS

PÓS-PROCESSAMENTO

IMPRIME O ARQUIVO DE SAÍDA DE


DADOS

FIM

Figura C1 – Fluxograma do programa para análise de placas via MEF.

No arquivo de texto mostrado na Fig. C2 devem ser informados na tabela


1, os valores da quantidade de nós e da quantidade de elemento finitos
adotados para discretizar o domínio de análise.
Na tabela 2, deve-se informar as características dos nós, tais como:
identificação, coordenadas x , coordenada y , restrição em deslocamento nas
direções x e y e rotação em torno de z e os valores das forças aplicadas

202
no nós na direção z , caso existam.
Finalmente, na tabela 3, são informadas as características dos
elementos, tais como a identificação, a conectividade do elemento, o módulo
de elasticidade, a espessura da placa, o coeficiente de Poisson e o valor do
carregamento distribuído.

Figura C2 – Arquivo de entrada de dados para a análise de placas.

C1.3. DESCRIÇÃO DO PROGRAMA


O programa para análise de placas é constituído por um programa
principal, um módulo de declaração de variáveis e alocação de memória e onze
sub-rotinas. Destaca-se que este código computacional foi desenvolvido com o
propósito de ser o mais didático possível objetivando a fácil visualização
das definições teóricas apresentadas no capítulo 4 e que outras lógicas de
programação podem ser empregadas no desenvolvimento de um algoritmo mais
compacto. A seguir descrevem-se o programa principal e cada uma das sub-
rotinas que compõem o programa.

C1.3.1. Programa principal


O programa principal gerencia as sub-rotinas que constituem o
programa. A Fig. C3 mostra a estrutura do programa principal.

203
Figura C3 – Programa principal.
0000 – Início do programa principal.
0001 – Comando para que a rotina utilize o módulo onde estão declaradas as
variáveis.
0002 – Comando utilizado para que as variáveis possam ser declaradas
explicitamente no programa.
0003 – Chama a sub-rotina 10 que faz a leitura do arquivo de entrada de
dados e faz alocação de memória.
0004 – Início do laço do número de elementos.
0005 – Chama a sub-rotina 11 que calcula matriz de rigidez dos elementos.
0006 – Chama a sub-rotina 12 que faz a incidência da contribuição da matriz
de rigidez da estrutura para o sistema global.
0007 – Fim do laço do número de elementos iniciado na linha 0004.
0008 – Início do laço do número de elementos.
0009 – Chama a sub-rotina 13 que monta o vetor de carregamento equivalente
dos elementos.
0010 – Chama a sub-rotina 14 que faz a incidência da contribuição do vetor
de carregamento equivalente dos elementos no vetor de forças global da
estrutura.
0011 – Fim do laço do número de elementos iniciado na linha 0008.
0012 – Chama a sub-rotina 15 que introduz a contribuição das forças
aplicadas diretamente sobre os nós no vetor de forças global da estrutura.
0013 – Chama a sub-rotina 16 que introduz as condições de contorno do
problema na matriz de rigidez global e no vetor de forças global da
estrutura.
0014 – Chama a sub-rotina 17 que resolve o sistema de equações.

204
0015 – Chama a sub-rotina 18 que calcula dos esforços internos da estrutura.
0016 - Chama a sub-rotina 19 que calcula os momentos médios nos nós da
placa.
0017 – Chama a sub-rotina 20 que imprime o arquivo de saída de dados.
0018 – Fim do programa principal.

B1.3.2. Módulo 1 – Declaração das variáveis


As variáveis utilizadas pelo programa são declaradas no módulo 1
mostrado na Fig. C4. Este módulo é utilizado em todas as sub-rotinas do
programa.

Figura C4 – Modulo 1.
100 – Início do módulo 1.
101 – Comando para que a rotina utilize a biblioteca necessária para a
resolução do sistema de equações.
102 – Comando utilizado para que as variáveis possam ser declaradas
explicitamente no programa.
103-104 – Declaração das variáveis inteiras utilizadas pelo programa.
105-106 – Declaração das variáveis reais.
107 - Declaração da variável lógica utilizada na abertura do arquivo de
entrada de dados.
108 - Declaração das variáveis inteiras, alocáveis de dimensão 1
109 – Declaração das variáveis reais, alocáveis de dimensão 1.
110 - Declaração das variáveis reais, alocáveis de dimensão 2.
111-120 – Declaração das variáveis reais, de tamanho fixo.
112 – Fim do módulo 1.

B1.3.3. Sub-rotina 10 – Leitura do Arquivo de entrada de dados e alocação de


memória
A sub-rotina 10 mostrada na Fig. C5 faz a leitura do arquivo de

205
entrada de dados e aloca a memória para realização das operações.

Figura C5 – Sub-rotina 10.


1000 – Início da sub-rotina 10.
1001 – Comando para que a rotina utilize o módulo onde estão declaradas as
variáveis.

206
1002 – Comando utilizado para que as variáveis possam ser declaradas
explicitamente no programa.
1003 – Comando que verifica a existência do arquivo de entrada de dados.
1004 – Comando que faz o teste lógico sobre a existência do arquivo de
entrada de dados.
1005 – Abre o arquivo de entrada de dados se o teste lógico da linha 1004
for verdadeiro.
1006-1012 – Leitura das linhas em branco no arquivo de entrada de dados.
1013 – Leitura do número de nós da estrutura (NNO) e do número de elementos
(NELEM).
1014-1031 – Comando que aloca memória para as variáveis que contêm os dados
do problema. Também se atribui o valor zero a todas as variáveis.
1032-1040 – Leitura das linhas em branco no arquivo de entrada de dados.
1041 – Início do laço do número de nós.
1042 – Comando que faz a leitura do número do nó (K), coordenada X do nó K
(COORDX), coordenada Y do nó K (COORDY), restrição Z do nó K (RESTZ),
restrição X do nó K (RESTX), restrição Y do nó K (RESTY), força aplicada na
direção Z do nó K (VAPLI).
1042 – Fim do laço do número de nós iniciado na linha 1041.
1044-1052 – Leitura das linhas em branco no arquivo de entrada de dados.
1053 – Início do laço do número de elementos.
1054 – Comando que faz a leitura do número do elemento (M), nó 1 do elemento
M (NO(M,1)), nó 2 do elemento M (NO(M,2)), nó 3 do elemento M (NO(M,3))
módulo de elasticidade do elemento M (ELAST), espessura do elemento M (H),
coeficiente de Poisson do elemento M (V) e o valor da força distribuída no
elemento M segundo a direção Z (QV).
1055 – Fim do laço do número de elementos iniciado na linha 1053.
1056 – Fim do comando iniciado na linha 1004.
1057 – Comando que fecha do arquivo de entrada de dados.
1058-1059 – Aloca e atribui o valor zero às variáveis utilizadas no
processamento e pós-processamento do programa: KGLOBAL (matriz de rigidez
global da estrutura) e DESL (vetor de deslocamentos da estrutura).
1060 – Fim da sub-rotina 10.

C1.3.4. Sub-rotina 11 – Monta a matriz de rigidez dos elementos


A sub-rotina 11 mostrada na Fig. C6. monta a matriz de rigidez

dos elementos no sistema de coordenadas local conforme a


formulação apresentada na seção 4.8 do capítulo 4.

207
208
209
Figura C6 – Sub-rotina 11.
1100 – Início da sub-rotina 11.
1101 – Comando para que a rotina utilize o módulo onde estão declaradas as
variáveis.
1102 – Comando utilizado para que as variáveis possam ser declaradas
explicitamente no programa.
1103-11141 – Monta a matriz de rigidez dos elementos. Esta sub-rotina foi
disponibilizada pelo professor responsável pela disciplina e implementada de
acordo com a formulação apresentada nas seções 4.8 e 4.9 do capítulo 4 e
baseia-se no trabalho de Batoz (1981).
1142 – Fim da sub-rotina 11.

C1.3.5. Sub-rotina 12 – Montagem das matrizes de rigidez global da estrutura


A sub-rotina 12 mostrada na Fig. C7 faz a incidência da
contribuição das matrizes de rigidez global dos elementos na
matriz de rigidez global da estrutura.

210
211
Figura C7 – Sub-rotina 12.
1200 – Início da sub-rotina 12.
1201 – Comando para que a rotina utilize o módulo onde estão declaradas as
variáveis.
1202 – Comando utilizado para que as variáveis possam ser declaradas
explicitamente no programa.
1203-1283 – Faz a incidência da contribuição da matriz de rigidez global dos
elementos na matriz de rigidez global da estrutura conforme apresentado no
capítulo 4.
1284 – Fim da sub-rotina 12.

C1.3.6. Sub-rotina 13 – Montagem do vetor de carregamento nodal equivalente


A sub-rotina 13 mostrada na Fig. C8 monta o vetor de forças dos
elementos no sistema de coordenadas local conforme a formulação apresentada
na seção 4.10.

212
Figura C8 – Sub-rotina 13.
1300 – Início da sub-rotina 13.
1301 – Comando para que a rotina utilize o módulo onde estão declaradas as
variáveis.
1302 – Comando utilizado para que as variáveis possam ser declaradas
explicitamente no programa.
1303-1305 – NI recebe o nó 1 do elemento, NJ recebe o nó 2 do elemento e NK
recebe o nó 3 do elemento.
1306-1308 – Atribuição das coordenadas X dos nós NI, NJ e NK às variáveis
X1, X2 e X3, respectivamente.
1309-1311 – Atribuição das coordenadas Y dos nós NI, NJ e NK às variáveis
Y1, Y2 e Y3, respectivamente
1312-1314 – Calcula as diferenças entre as coordenas Y necessárias para o
cálculo da área do elemento.
1315-1317 – Calcula as diferenças entre as coordenadas X necessárias para o
cálculo da área do elemento.
1318 – Calcula a área do elemento finito.
1319-1327 – Calcula o vetor de cargas nodais equivalentes conforme a
formulação apresentada na seção 4.10.

213
1328 – Fim da sub-rotina 13.

C1.3.7. Sub-rotina 14 – Montagem do vetor de forças global da estrutura


A sub-rotina 14 mostrada na Fig. C9 faz a incidência da contribuição
do vetor de forças global do elemento no vetor de forças global da
estrutura.

Figura C9 – Sub-rotina 14.


1400 - Início da sub-rotina 14.
1401 - Comando para que a rotina utilize o módulo onde estão declaradas as
variáveis.
1402 - Comando utilizado para que as variáveis possam ser declaradas
explicitamente no programa.
1403-1405 – Faz a incidência da contribuição dos vetores de forças dos
elementos no vetor de forças global da estrutura.
1406 - Fim da sub-rotina 14.

C1.3.8. Sub-rotina 15 – Contribuição das forças aplicadas nos nós no vetor


de forças global da estrutura
A sub-rotina 15 mostrada na Fig. C10 introduz a contribuição das
forças aplicadas diretamente sobre os nós no vetor de forças global da
estrutura.

Figura C10 – Sub-rotina 15.


1500 - Início da sub-rotina 15.
1501 - Comando para que a rotina utilize o módulo onde estão declaradas as
variáveis.
1502 - Comando utilizado para que as variáveis possam ser declaradas
explicitamente no programa.

214
1503 - Início do laço do número de nós.
1504 – Faz a incidência da contribuição das forças aplicadas diretamente nos
nós (caso existam) na posição correspondente no vetor de forças global da
estrutura.
1505 - Fim do laço do número de nós iniciado na linha 1503.
1506 - Fim da sub-rotina 15.

C1.3.9. Sub-rotina 16 – Imposição das condições de contorno


A sub-rotina 16 mostrada na Fig. C11 é a responsável pela imposição
das condições de contorno da estrutura no sistema global da estrutura.

Figura C11 – Sub-rotina 16.


1600 – Início da sub-rotina 16.
1601 – Comando para que a rotina utilize o módulo onde estão declaradas as
variáveis.
1602 – Comando utilizado para que as variáveis possam ser declaradas
explicitamente no programa.
1603 – Início do laço do número de nós.
1604-1611 – Verifica se o nó possui restrição devido aos vínculos de apoio
na direção z. Se o teste lógico realizado na linha 1604 for verdadeiro
inicia-se o laço que atribui o valor zero para a linha e para a coluna da
matriz de rigidez global da estrutura, nas linhas 1606 e 1607,
respectivamente, o valor 1 na diagonal, linha 1609, e o valor zero no vetor
de forças global, linha 1610. Se o teste lógico realizado na linha 1604 não

215
for verdadeiro, os valores da matriz de rigidez e do vetor de forças são
mantidos.
1612-1619 – Verifica se o nó possui restrição devido aos vínculos de apoio
na direção x. Se o teste lógico realizado na linha 1612 for verdadeiro
inicia-se o laço que atribui o valor zero para a linha e para a coluna da
matriz de rigidez global da estrutura, nas linhas 1614 e 1615,
respectivamente, o valor 1 na diagonal, linha 1617, e o valor zero no vetor
de forças global, linha 1618. Se o teste lógico realizado na linha 1612 não
for verdadeiro, os valores da matriz de rigidez e do vetor de forças são
mantidos.
1620-1627 - Verifica se o nó possui restrição devido aos vínculos de apoio
na direção y. Se o teste lógico realizado na linha 1620 for verdadeiro
inicia-se o laço que atribui o valor zero para a linha e para a coluna da
matriz de rigidez global da estrutura, nas linhas 1622 e 1623,
respectivamente, o valor 1 na diagonal, linha 1625, e o valor zero no vetor
de forças global, linha 1626. Se o teste lógico realizado na linha 1620 não
for verdadeiro, os valores da matriz de rigidez e do vetor de forças são
mantidos.
1628 – Fim do laço iniciado na linha 1603.
1629 – Fim da sub-rotina 16.

C1.3.10. Sub-rotina 17 – Resolução do sistema de equações


A sub-rotina 17 mostrada na Fig. C12 resolve o sistema de equações da
estrutura.

Figura C12 – Sub-rotina 17.


1700 – Início da sub-rotina 17.
1701 – Comando para que a rotina utilize o módulo onde estão declaradas as
variáveis.
1702 – Comando utilizado para que as variáveis possam ser declaradas
explicitamente no programa.
1703 – Comando que chama a função para inversão de sistema de equações da
biblioteca do Fortran. 3*NNO é o tamanho do sistema, KGLOBAL é a matriz de
rigidez global da estrutura, VGLOBAL é o vetor de forças global da estrutura
e DESL é o vetor dos deslocamentos da estrutura resultante da inversão do
sistema de equações.

216
1704 – Fim da sub-rotina 17.

C1.3.11. Sub-rotina 18 – Esforços internos


A sub-rotina 18 mostrada na Fig. C13 calcula os esforços
internos da estrutura conforme a formulação apresentada na
seção 4.5.

217
Figura C13 – Sub-rotina 18.
1800 - Início da sub-rotina 18.
1801 - Comando para que a rotina utilize o módulo onde estão declaradas as
variáveis.
1802 - Comando utilizado para que as variáveis possam ser declaradas
explicitamente no programa.
1803-18120 – Determina os esforços internos nos elementos de placa de acordo

218
com a formulação apresentada no capítulo 4, seção 4.5.
18121 - Fim da sub-rotina 18.

C1.3.12. Sub-rotina 19 – Valor médio dos momentos nodais


A sub-rotina 19 mostrada na Fig. C14 calcula o valor médio dos
momentos nodais, considerando a existência de elementos finitos com nós
concorrentes..

Figura C14 – Sub-rotina 19.


1900 – Início da sub-rotina 19.
1901 – Comando para que a rotina utilize o módulo onde estão declaradas as
variáveis.
1902 – Comando utilizado para que as variáveis possam ser declaradas
explicitamente no programa.
1903-1933 – Verifica todos os elementos com nós concorrentes, soma a
contribuição dos momentos nestes nós e tira o valor médio.
1934 – Fim da sub-rotina 19.

C1.3.13. Sub-rotina 20 – Impressão dos resultados


A sub-rotina 20 mostrada na Fig. C15 imprime o arquivo de saída de
dados. Esta sub-rotina foi organizada de forma que os resultados obtidos bem
como os dados iniciais do problema possam ser visualizados após a execução
do programa.

219
Figura C15 – Sub-rotina 20.

220

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