Onde vás pescar com ela, Ó pescador! Que é tão bela, Não se enrede a rede nela, Ó pescador? Que perdido é remo e vela Não vês que a última estrela Só de vê-la, No céu nublado se vela? Ó pescador. Colhe a vela, Pescador da barca bela, Ó pescador! Inda é tempo, foge dela, Deita o lanço com cautela, Foge dela Que a sereia canta bela... Ó pescador! 1. O sujeito poético dirige-se ao pescador “da barca bela”. 2. O sujeito poético pede ao pescador que recolha a vela, “Colhe a vela”, que tenha cuidado ao atirar as redes e com o canto da sereia, “Deita o lanço com cautela, /Que a sereia canta bela…/ Mas cautela”/ e que fuja da sereia “foge dela”. 2.1. Os conselhos são formulados no modo imperativo. 3.1. Na última estrofe, o sujeito poético implora ao pescador que fuja da sereia, uma vez que esta poderia ser um grande perigo para ele, dado o seu poder de sedução. 3.2. A sereia poderá representar a mulher sedutora, fatal. 4. Através da repetição da apóstrofe, o sujeito poético exprime a sua preocupação ao ver o pescador prestes a ser seduzido pela sereia. Gramática 1. a) “Ó pescador!” - Vocativo. b) “Que é tão bela” - Predicativo do sujeito. 2.1. Pescador – nome comum; bela – adjetivo qualificativo; onde – advérbio interrogativo; ela – pronome pessoal; com – preposição; que – pronome relativo; Ó – interjeição.