Sei sulla pagina 1di 104

CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA

ROTEIRO DAS AULAS

FUNDAMENTOS DE LABORATÓRIO

ELABORADO POR:
Agnes Kiesling Casali
Carlos Alexandre Vieira
Karine Silvestre Ferreira
Maria Arlete Silva Pires
Paula Mendonça Leite

Belo Horizonte
Versão: 2018.2/2

1
SUMÁRIO

ORIENTAÇÕES PRELIMINARES ............................................................................................... 3


INSTRUÇÕES GERAIS PARA TRABALHO EM UM LABORATÓRIO ................................ 3
PROCEDIMENTO DE LIMPEZA DE VIDRARIAS ................................................................... 4
SEGURANÇA NO TRABALHO .................................................................................................... 4
AULA 01: Normas de segurança em laboratório – Biossegurança ............................................... 8
AULA 02: Riscos Químicos e Biológicos nos laboratórios ......................................................... 188
AULA 03: Noções básicas de primeiros socorros no laboratório .............................................. 255
AULA 04: Reconhecimento de Vidraria e material utilizados em laboratório .......................... 31
AULA 05: Manipulação de Balanças – Cuidados e Técnicas de Pesagem ................................. 52
AULA 06: Aquecimento em laboratório. ..................................................................................... 588
AULA 07: Técnicas de pipetagem. ................................................................................................. 62
AULA 08: Preparo de soluções diversas ........................................................................................ 70
AULA 09: Diluição de soluções ..................................................................................................... 766
AULA 10: pH e solução tampão ..................................................................................................... 81
AULA 11: Microscópio óptico: Reconhecimento dos componentes manipulação e cuidados. . 88
AULA 12: Centrífuga e Espectrofotômetro................................................................................... 93
AULA 13: Coleta de sangue venoso..............................................................................................101

2
FUNDAMENTOS DE LABORATÓRIO

ORIENTAÇÕES PRELIMINARES

ATENÇÃO! NÃO SERÃO PERMITIDOS ALUNOS SEM JALECO DE MANGA


COMPRIDA NEM COM TRAJES QUE DESOBEDEÇAM AS REGRAS DE SEGURANÇA
NO LABORATÓRIO!

Ao aluno:

Prepare-se antes de ir para o laboratório, lendo previa e cuidadosamente o texto relacionado à


atividade a ser executada. Confira o material recebido. Ao sair do laboratório, deixe cada coisa em
seu lugar, exatamente como foi encontrado.
Mantenha-se atento e concentrado durante a atividade para um melhor desempenho, e faça um
registro cuidadoso de todas as observações e resultados obtidos. Seja escrupuloso no registro das
observações e não altere os valores obtidos com o intuito de forçar sua coerência com os dados do
problema. Não forje observações que não tenham sido feitas realmente. Se o resultado final for
insatisfatório, procure descobrir a causa do erro e, somente se necessário, refaça a experiência. Siga
as instruções fornecidas.
Em caso de qualquer problema, não aja sem antes consultar o professor ou o responsável pelo
laboratório.

Ao grupo:

 Procurem harmonizar-se durante a execução da atividade para evitar acidentes.


 Mantenham-se nos limites da bancada e com o menor índice de barulho possível.
 Programem a execução das atividades para deixar a bancada sempre organizada.

INSTRUÇÕES GERAIS PARA TRABALHO EM UM LABORATÓRIO

Antes de começar qualquer atividade em um laboratório, o estudante deve estudar cuidadosamente


os detalhes completos da experiência, bem como sua respectiva teoria. Este não deve somente ter a
ideia do que deve ser feito e como se propõe a fazê-lo, mas em todas as vezes deve dar uma resposta
inteligente a perguntas como: o que se está fazendo e por quê? Pode-se então dizer que o exercício
foi verdadeiramente científico e não do tipo livro de receitas para cozinha.

3
O estudante logo perceberá que várias experiências dependem de um longo tempo de aquecimento
ou repouso, durante os quais nem sempre é necessário voltar toda a atenção ao que ocorre. Um bom
operador fará uso deste tempo, por exemplo, para fazer anotações, preparar o material e as condições
necessárias para uma próxima etapa (se houver), limpar e secar vidrarias.
Anotações de peso, volume e outros resultados numéricos podem ser feitas diretamente na própria
apostila de laboratório, no momento em que as observações forem feitas, para não correrem o risco
de ser perdidas. Os resultados de todas as experiências devem ser anotados em um caderno de notas,
no momento em que as observações forem feitas. Se a atividade requer anotações de peso, volume e
outros resultados numéricos, estes devem ser colocados diretamente no caderno de notas e não em
pedaços de papel, que podem vir a ser perdidos e desenvolverem atos de negligência no estudante.
Uma boa indicação da técnica do estudante será a aparência da sua bancada de trabalho. A parte
superior da bancada deve sempre estar limpa e seca.
Materiais frequentemente necessários no laboratório: calculadora científica e pincel para retroprojetor
ou marcador de CDs ou semelhante, nas cores azul e/ou preta.

SEGURANÇA NO TRABALHO

Qualquer acidente deve ser imediatamente comunicado ao professor.


Usar jaleco e outros acessórios de segurança eventualmente exigidos pela atividade: óculos de
proteção, luvas, botas etc.
Quanto aos calçados, estes devem ser totalmente fechados, ou seja, devem cobrir totalmente os
pés e principalmente o peito do pé, por ser esta a área mais exposta a respingos de líquidos.
Conservar limpo o local de trabalho.
Somente utilizar o material perfeitamente limpo.
Seguir cuidadosamente o roteiro da atividade.
Registrar os dados de cada etapa da atividade, inclusive com desenhos e representações esquemáticas.
Enxugar os frascos antes de aquecê-los.
Colocar o material no local de origem, à medida que for sendo liberado, respeitando os critérios de
limpeza.
Não jogar material sólido nas pias e, quando fazer uso da pia para descartar substâncias, manter a
torneira aberta.
Cuidar para que os restos de reagentes sejam devidamente destruídos ou armazenados, conforme
instruções nos roteiros das práticas ou fornecidas pelo professor.
Conservar os frascos sempre fechados, mesmo que outra pessoa vá utilizá-los na sequência, para

4
evitar penetração de umidade, que deteriora os produtos.
Não recolocar nos frascos de origem substâncias deles retiradas, que sobraram ou foram
recuperadas, sem a autorização do professor.
Não misturar substâncias ao acaso.
Evitar levar as mãos à boca ou aos olhos.
Quantidades pequenas de líquidos tóxicos não devem ser pipetadas sem a ajuda de uma pêra de sucção
ou de um pipetador. Na ausência destes, utilize pequenas provetas. Jamais fazer uso da boca.
Para perceber odores ou vapores, puxar com a mão um pouco do vapor em direção ao nariz, em
movimentos circulares.
Solventes voláteis, substâncias corrosivas ou gases tóxicos devem ser manuseados sempre dentro da
capela de exaustão devidamente ligada.
Para introduzir tubos de vidro ou termômetros em orifícios de rolhas, lubrificar com glicerina o
orifício e a peça a ser introduzida, segurar com um pano o material absorvente e introduzir com
movimentos circulares.
Lavar as mãos com água e sabão antes de sair do laboratório.

PROCEDIMENTO DE LIMPEZA DE VIDRARIAS

A limpeza dos materiais utilizados em laboratório é feita pelos técnicos de laboratório. No entanto,
será solicitado aos alunos que, em algumas situações, procedam à limpeza do material utilizado. Neste
caso, proceda à limpeza de acordo com as instruções a seguir.
SIGA RIGOROSAMENTE AS INSTRUÇÕES DO PROFESSOR OU DOS TÉCNICOS DE
LABORATÓRIO COM RELAÇÃO AO DESCARTE DE QUAISQUER RESÍDUOS
PRODUZIDOS NO LABORATÓRIO.
OBSERVAÇÃO: JAMAIS FAÇA MOVIMENTOS BRUSCOS PARA ELIMINAR A ÁGUA
NO INTERIOR DOS RECIPIENTES.

Béqueres, elernmeyers, cálices, vidros relógio, provetas: após ter descartado líquidos ou sólidos
contidos nestes recipientes, sua limpeza deve ser feita como indicado a seguir:
1. Enxágüe o recipiente em água de torneira.
2. Com auxílio de uma esponja ou escova, lave o recipiente com detergente.
3. Enxágüe abundantemente em água de torneira.
4. Enxágüe por três vezes em água destilada.

5
Pipetas, buretas e balões volumétricos: após ter descartado líquidos contidos nestes recipientes, sua
limpeza deve ser feita como indicado a seguir:
1. Enxágüe abundantemente em água de torneira. Aguarde que toda água seja escoada.
2. Enxágüe por três vezes em água destilada.
3. Coloque em suporte próprio para secagem.

6
PRIMEIRA UNIDADE DE ENSINO:
BIOSSEGURANÇA
Disciplina: Fundamentos de Laboratório
Unidade de ensino Biossegurança
Objetivos de aprendizagem Interpretar as normas na segurança laboratorial.
Avaliar os riscos inerentes ao ambiente laboratorial.
Aplicar os procedimentos relacionados aos primeiros
socorros em intercorrências no ambiente laboratorial.
Criar mapa de riscos para laboratórios.
Estratégias de ensino Aula prática
Trabalho Interativo (vídeo, esquete, cena, notícia, jogo)
Mapa conceitual
Exercícios
Cenário Discussão sobre legislação e problemas
Observação do espaço (laboratórios e demais dependências)
Infraestrutura necessária Laboratório de aulas práticas
Laboratório de informática
Biblioteca
Avaliação de aprendizagem Apresentação criativa de uma reportagem relacionada à
Biossegurança

7
AULA 01: Normas de segurança em laboratório – Biossegurança

1. Competências
Identificar a importância da ABNT na segurança laboratorial;
Reconhecer os riscos inerentes ao ambiente laboratorial;
Reconhecer os equipamentos de proteção individual: jaleco, óculos, protetor facial, cabelos presos,
luvas, sapato fechado, máscara;
Reconhecer os equipamentos de proteção coletiva;
Conhecer as legislações aplicadas à biossegurança;
Utilizar o conteúdo para saber se comportar no laboratório em situações normal e em casos de
acidente.

1.1 Correlação com as competências Profissionalizantes:


Biomedicina: Controle de Qualidade em Alimentos; Agentes Infecciosos e Respostas Imunológicas;
Farmacologia; Biologia Molecular e Biotecnologia; Citologia Clínica e Fluidos Corporais;
Bioquímica Clínica; Hematologia Clínica e Banco de Sangue; Controle de Qualidade de Laboratório;
Imunologia Clínica; Análises Toxicológicas e Criminalística; Microbiologia Clínica.
Ciências Biológicas: Biotecnologia Industrial e Ambiental; Biologia Molecular e Biotecnologia;
Imunologia e Microbiologia Aplicada;
Farmácia: Química Analítica e Instrumental; Processamento e Controle de Qualidade de Alimentos;
Agentes Infecciosos e Respostas Imunológicas; Farmacognosia; Farmacotécnica; Biologia Molecular
e Biotecnologia; Tecnologia Farmacêutica, Controle de Qualidade Físico-Químico e Microbiológico;
Parasitologia e Imunologia Clínicas; Hematologia e Banco de Sangue; Cosmetologia; Análises
Toxicológicas e Toxicologia; Microbiologia Clínica; Bioquímica Clínica,

2. Introdução:
Notícia publicada no G1 dia 05/12/2013 Estudante é internada após sofrer intoxicação em aula prática
(http://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/2013/12/estudante-e-internada-apos-intoxicacao-durante-
aula-pratica.html):
Fala da mãe da estudante de 15 anos “Ao descartar o material, ela não tinha os equipamentos apropriados
para que pudesse não haver o que aconteceu: ela inalou. Logo depois de inalar, ela sentiu-se mal, saiu da
sala e depois de alguns minutos ela foi levada para o [hospital] português, ficando só até o meio-dia. Fomos
para casa e às 19h o quadro agravou e tivemos que vir para o centro médico.” Nesse contexto, o que
poderia ter sido feito para evitar essa situação?

8
Referencial teórico
A biossegurança (vida + segurança) é o conjunto de ações voltadas para a prevenção, proteção do
trabalhador, minimização de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino,
desenvolvimento tecnológico e preacional e amplia-se para a proteção ambiental e a
qualidade. Assim, a biossegurança envolve procedimentos, ações, técnicas, metodologias,
equipamentos e dispositivos capazes de eliminar ou minimizar os riscos inerentes às atividades
realizadas no laboratório.
A biossegurança pode também ser compreendida como um conjunto de normas e medidas que visa à
proteção da população e dos profissionais de saúde. Dessa forma, ao se iniciar um trabalho em
laboratório, é fundamental conhecer-se os procedimentos de segurança que irão permitir uma atuação
com um mínimo de risco.
Risco é a probabilidade de ocorrer um dano, ferimento ou doença. Eles são divididos em 5 categorias
(Portaria do Ministério do Trabalho, MT número 3214, de 08/06/1978) (Figura 1):

Figura 1 – Categorias de risco.


• Riscos biológicos  Os materiais biológicos abrangem amostras provenientes de seres vivos
como plantas, animais, bactérias, leveduras, fungos, parasitas (protozoários e metazoários) e
amostras biológicas provenientes de animais e seres humanos (sangue, urina, escarro,
secreções, derrames cavitários, peças cirúrgicas, biópsias entre outras). Incluem-se também
os organismos geneticamente modificados em que os cuidados são mais relevantes por
albergarem genes com características diferenciadas;
• Riscos ergonômicos  qualquer fator que possa interferir nas características psicofisiológicas
do trabalhador causando desconforto ou afetando a sua saúde;

9
• Riscos físicos  São riscos provocados por algum tipo de energia. Dependem dos
equipamentos de manuseio do operador ou dos ambientes que se encontram nos laboratórios.
Podemos citar alguns casos como calor, frio, ruídos, vibrações, radiações não-ionizantes,
ionizantes e pressões normais. Equipamentos que geram calor ou chamas;
• Riscos químicos  A classificação das substâncias químicas, gases, líquidos ou sólidos,
também devem ser conhecidas pelos seus manipuladores. Nesse aspecto, têm-se solventes
combustíveis, explosivos, irritantes, voláteis, cáusticos, corrosivos e tóxicos. Devem ser
manipulados de forma adequada em locais que permitam a segurança de seu manipulador e
do seu meio ambiente. Este grupo de risco é muito importante, pois os acidentes de
laboratórios com substâncias químicas são os mais comuns e perigosos;
• Riscos de acidentes  Principalmente em decorrência do uso de equipamentos de vidro e de
equipamentos e instrumentos perfurocortantes.

Para evitar esses riscos, algumas recomendações gerais devem ser seguidas:

Normas gerais
1º - A permanência dos alunos nos laboratórios de aulas práticas será apenas permitida mediante o
uso de jaleco branco devidamente abotoado, sapatos fechados e calça comprida. Caso não estejam
devidamente paramentados, os alunos não poderão assistir a essas aulas;
2º - Roupas e EPIs adequados, como calça comprida, jaleco, sapatos fechados, toucas, luvas, máscaras
e óculos de segurança. Conservar os cabelos compridos presos;
3º - A entrada dos alunos nos laboratórios será apenas permitida com a autorização dos professores
responsáveis;
4º - Não ingerir alimentos, bebidas ou fumar nos laboratórios;
5º - Trabalhar com seriedade evitando brincadeiras;
6º - Não deixar materiais estranhos ao trabalho sobre as bancadas. (Cadernos, bolsas, aparelhos
celulares e agasalhos devem ficar nos escaninhos ou assemelhados);
7º - As bancadas e os corredores, bem como as pias, têm de ser mantidas sempre limpas durante toda
a aula. Os resíduos (lixo comum ou químico), devem ser colocados em reservatórios específicos;
8º - Balanças precisam ser cuidadosamente utilizadas; portanto, ao final de cada pesagem, verificar
se a balança está limpa e tomar as devidas providências para deixá-la adequada ao próximo usuário;
9º - Nunca deixar frascos de matérias-primas e solventes destampados. Após pesagem ou medida de
volume, devolvê-los rapidamente ao local de origem para que outros alunos possam também utilizá-
los, evitando-se perdas, quebras e derramamentos acidentais;
10º - Em caso de derramamento providenciar a limpeza o mais rapidamente possível;

10
11º - Nunca abrir um frasco de reagente antes de ler o rótulo, nem testar substâncias químicas pelo
odor ou sabor;
12º - Ao pipetar utilizar sempre uma pêra ou equipamento adequado (pipetador). Nunca pipetar com
a boca;
13º - Nunca usar termômetros como bastão;
14º - Todo material (matérias-primas, vidrarias e utensílios) utilizado pelo aluno deverá ser devolvido
ao local de sua guarda;
15º - Não é permitida a presença de pessoas estranhas à disciplina nos laboratórios;
16º - Devem ser seguidos os cuidados com o descarte de materiais e na lavagem das vidrarias,
observados pelos professores e técnicos de laboratório. Os descartes têm de ser feitos de maneira
correta a fim de preservar a saúde pública e os recursos naturais. Os resíduos comuns devem ser
descartados em lixeiras e os químicos devem ser descartados de acordo com sua natureza - os líquidos,
que não oferecem risco à saúde pública e ao meio ambiente, poderão ser descartados na pia; os sólidos
nunca devem ser descartados na pia e, se não oferecerem risco à saúde pública e ao meio ambiente,
podem ser descartados no lixo comum. Para os resíduos perigosos estão disponíveis frascos coletores
para descarte;
17º - Ao acender o bico de Bunsen, observar a presença de materiais inflamáveis e solventes nas
proximidades e retirá-los. Fechar sempre os bicos de gás não utilizados;
18º - Em caso de incêndio usar a saída específica e chamar socorro para apagar o fogo em roupa de
colegas, abaixar as chamas com toalhas. Nunca usar extintores de incêndio em humanos;
19º - Jamais esquecer que os laboratórios são ambientes de trabalho, submetidos a riscos de acidentes
na maioria das vezes causados por atos inseguros. O trabalho em laboratórios exige concentração e
bom desempenho. Para tanto, o aluno precisa seguir as recomendações e instruções fornecidas pelos
professores. Também deve ser mantido o mínimo ruído possível (silêncio);
20º - Mesmo tomando os devidos cuidados, caso aconteça algum acidente, estarão disponíveis alguns
equipamentos de proteção coletiva como lava olhos e chuveiros de segurança, localizados no
Laboratório de Química e extintores de pó químico pressurizado em todos os laboratórios.

As Boas Práticas de Laboratório estão contempladas na Norma Regulamentadora NR-32 e alguns


aspectos importantes são:
Lavagem das mãos
Esse procedimento é necessário antes e depois da manipulação de materiais dentro do laboratório.
Deve-se usar água corrente e sabão, de acordo com a Figura 2. O uso de luvas de proteção para a
manipulação de materiais biológicos e químicos não substitui a lavagem correta das mãos.

11
Figura 2 – Lavagem das mãos.

Equipamentos de proteção individual


São elementos de contenção, de uso individual, utilizados para proteger o profissional do contato com
agentes biológicos, físicos, químicos, calor ou frio excessivos, entre outros (Tabela 1).
Tabela 1 – Equipamentos de proteção individual e suas características

Equipamentos de proteção coletiva


São equipamentos de contenção que possibilitam a proteção dos profissionais no ambiente de
trabalho:
• Chuveiro de emergência;

12
• Lava-olhos;
• Autoclave;
• Cabines de segurança biológica;
• Extintores de incêndio;
• Kit de derramamento.
Cod. 6020 – kit Mitigação Bolsa 20 litros para Laboratórios e produtos Químicos
30 Manta Absorvente Líquidos Agressivos verde 33x28x0,4cm
4 Travesseiros Absorvente Líquidos Agressivos verde 23x23x5cm
4 Cordões Absorvente Líquidos Agressivos verde 7,6cm x 1,2m
1 Sacos de 1kg de Turfa – Absorvente Natural
5 Sacos de 50 litros para descarte
1 Par de luvas nitrílica
1 Óculos de proteção
1 Bolsa Laranja 60x40x20cm

Os processos de desinfecção também são importantes para a proteção individual e coletiva (Tabela
2).
Tabela 2 – Processos de descontaminação
Processos de
Definição Exemplos
descontaminação
Limpeza Remoção de partículas ou material orgânico. Água e sabão
Eliminação de todos os microrganismos, Álcool 70%
Desinfecção
exceto esporos. Hipoclorito 5%
Garante a eliminação de qualquer forma de Autoclave
Esterilização
vida. Estufa

Descarte
Os procedimentos de descarte também são essenciais para a minimização dos riscos discutidos e esse
descarte varia com o tipo de material em questão.

• Descarte de material biológico:


-Lixo contaminado deve ser embalado em sacos plásticos para o lixo tipo 1 (branco), de capacidade
máxima de 100 litros, indicados pela NBR 9190 da ABNT;
-Os sacos devem ser totalmente fechados de forma a não permitir o derramamento de seu conteúdo,
mesmo se virados para baixo. Uma vez fechados, precisam ser mantidos íntegros até o processamento

13
ou destinação final. Não se admite abertura ou rompimento de saco contendo resíduo infectante sem
tratamento prévio. Deve-se verificar a qualidade do produto ou os métodos de transporte utilizados
caso ocorram rompimentos frequentes dos sacos;
-Havendo derramamento do conteúdo, cobrir o material derramado com uma solução desinfetante,
por exemplo, hipoclorito de sódio a 5% e recolher em seguida, fazendo depois a lavagem do local.
Usar os equipamentos de proteção necessários;
-Todos os utensílios que entrarem em contato direto com o material deverão passar por desinfecção
posterior;
-Os sacos plásticos deverão ser identificados com o nome do laboratório de origem, sala, técnica
responsável e data do descarte;
-Autoclavação a 121º C durante pelo menos 20 minutos para materiais limpos e 45 minutos para
materiais a serem descontaminados;
-As lixeiras para resíduos desse tipo devem ser providas de tampas e devem ser lavadas e desinfetadas,
pelo menos uma vez por semana ou sempre que houver vazamento do saco.

• Descarte de material perfurocortante:


Os materiais perfurocortantes constituem a principal fonte potencial de risco tanto para acidentes
físicos como para contaminação por agentes infecciosos. Exemplos: agulhas, ampolas abertas,
lâminas de bisturi, vidraria quebrada entre outros. Para o descarte seguro, recomenda-se os seguintes
passos:
-Devem ser descartados em recipientes de paredes rígidas com tampa e resistente à autoclavação;
-Os recipientes devem estar localizados tão próximos possíveis da área de utilização dos materiais;
-Os recipientes devem ser identificados com etiquetas contendo informações sobre o laboratório de
origem, técnico responsável pelo descarte e data do descarte;
- Após tratamento para descontaminação, os recipientes devem ser embalados em sacos adequados
para descarte, identificados como material perfurocortantes e descartar como lixo comum, caso não
sejam incinerados;
-A agulha não deve ser retirada da seringa após o uso;
-No caso de seringa de vidro, levá-la juntamente com a agulha para efetuar o processo de
descontaminação;
-Não quebrar, entortar ou recapear as agulhas.

• Descarte de material químico


Para a realização dos procedimentos adequados de descarte é importante observar o grau de
toxicidade e não misturar os resíduos de diferentes naturezas e composições. Estes produtos devem

14
ser tratados antes de descartados e, no armazenamento, devem ser consideradas as compatibilidades
entre os produtos químicos.
As informações de descarte específica para cada produto estão disponíveis nas FISPQs (Ficha de
Informação de Segurança do Produto Químico) e devem estar acessíveis a todos. A Comissão de
Gerenciamento de Resíduos da FMUSP disponibiliza o Guia dos POPs de Resíduos de Serviços de
Saúde, que traz os procedimentos necessários para descarte de resíduos e carcaças, desde a sua
geração até a disposição final, no seguinte endereço: http://www.bioterio.fm.usp.br/pdf.

A segurança é responsabilidade de todos!

3. Materiais e Métodos:
3.1 Materiais de Consumo (Reagentes)
Luvas
Máscaras
Jaleco
Óculos de proteção
Descarte de Materiais com Hipoclorito.
Álcool 70%
Papel toalha
Materiais para coleta biológica (sangue)

3.2 Materiais Permanentes (Vidrarias/equipamentos)


Caixa de perfurocortantes
Lixo comum
Lixo Biológico
Pia para descarte de materiais

3.3 Procedimentos
Durante o desenvolvimento da prática simularemos um processo de coleta de amostra biológica
(sangue). O professor irá demonstrar de forma prática a importância da utilização dos EPIs
(equipamentos de proteção individual). Será demonstrado:
 A paramentação adequada em laboratório;
 O uso correto dos EPIs e EPCs;
 A correta desinfecção de bancadas antes e após a utilização;
 O procedimento seguro para a utilização de agulhas e perfurocortantes;

15
 Os cuidados com reagentes líquidos e o processo de descarte de substâncias;
 A separação do lixo comum e lixo biológico e seus devidos símbolos;
 Os procedimentos a serem realizados após a quebra de vidrarias e derramamento de reagentes;
 Os procedimentos a serem realizados após o derramamento de material biológico e a
desinfecção do local.

4. Resolução do Problema Levantado


A estudante deveria estar usando os equipamentos de proteção individual pertinentes, além de
manipular o reagente em uma capela para evitar a inalação.

5. Listas de Exercício
1) Identifique os erros na seguinte situação e justifique:
Julia entra em um laboratório químico de calça jeans, blusa e sandália; seus cabelos estão soltos; ela
veste seu jaleco de mangas curtas e se prepara para iniciar os experimentos. Sem luvas, Júlia pesa em
uma balança cloreto de sódio e mede certo volume de água em um béquer. Ela mistura e adiciona
uma gota de ácido sulfúrico. Ela paramenta-se com óculos de proteção, liga a manta térmica e coloca
a mistura sob aquecimento dentro do béquer. Enquanto aguarda a finalização do experimento, Júlia
pega sua garrafinha de água dentro da bolsa e bebe a água. Após isto, Júlia volta ao experimento,
retira o béquer e deixa-o resfriar. Finalizado o experimento, Júlia lava as mãos e deixa o laboratório.
Ela vai ao seu escaninho, no primeiro andar, retira seu jaleco e o guarda.
2) Descreva sucintamente a diferença entre o descarte de materiais biológicos, perfurocortantes e
químicos.
3) Aponte os EPIs e EPCs necessários em cada uma das seguintes situações em um laboratório:
• Experimento envolvendo cultura de células;
• Experimento utilizando água, glicose e cloreto de sódio;
• Experimento envolvendo materiais perfuro-cortantes;
• Coleta de sangue;
• Experimento envolvendo ácidos concentrados;
• Manipulação de material biológico;
• Experimento envolvendo reagentes em pó;
• Manipulação de produto altamente dispersível.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

16
ANVISA. Microbiologia Clínica para o controle de infecção relacionada à assistência à saúde.
Brasília, 2010. 48 p.
COMISSÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO. Manual de Boas Práticas de
Laboratório. Universidade de Lisboa: Lisboa, 2016. 34 p.
GERÊNCIA TÉCNICA. Guia de Boas Práticas Laboratoriais. HC-FMUSP: São Paulo, 2015. 25 p.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA. Boas Práticas em Microbiologia
Clínica. Brasil, 2015. 323 p.
UNISESPE. Manual institucional de biossegurança. 2010. 13 p.

17
AULA 02: Riscos Químicos e Biológicos nos laboratórios

1. Competências
Reconhecer os riscos químicos e biológicos em laboratório;
Compreender o mapa de riscos;
Atuar na prevenção de acidentes químicos e biológicos em laboratório;
Reconhecer os níveis dos laboratórios de acordo com a Segurança Biológica;
Armazenar corretamente os produtos químicos e resíduos gerados.

1.1 Correlação com as competências Profissionalizantes:


Biomedicina: Métodos de análise, investigação e síntese; Parasitologia clínica; Agentes infecciosos
e respostas imunológicas; Análise ambiental; Controle de qualidade de alimentos; Farmacologia;
Biologia molecular e biotecnologia; Vigilância sanitária; Bioquímica clínica; Hematologia clínica e
banco de sangue; Controle de qualidade de laboratório; Imunologia clínica; Análise toxicológica e
criminalística; Microbiologia clínica.
Ciências Biológicas: Métodos de análise, investigação e síntese; Agentes infecciosos e resposta
imunológica; Análises histológicas e citogenéticas; Biologia molecular e biotecnologia; Imunologia
e microbiologia aplicada.
Farmácia: Métodos de análise, investigação e síntese; Química Analítica e instrumental; Agentes
infecciosos e resposta imunológica; Processamento, controle e qualidade de alimentos;
Farmacognosia; Biologia molecular e biotecnologia; Farmacotécnica; Controle de qualidade físico-
quimico e biológico; Parasitologia e Imunologia clínica; Hematologia e banco de sangue;
Cosmetologia; Análises tóxicas e toxicologia; Microbiologia clínica; Bioquímica clínica.

2. Introdução
Um aluno, ao ser o primeiro a chegar em seu laboratório de iniciação científica, percebe que o
ambiente está com um cheiro estranho e vê que houve um derramamento do líquido que estava no
descarte. Como o aluno deve proceder de forma a minimizar os riscos para si, para os transeuntes e
para o ambiente?
Referencial teórico
Os riscos químicos e biológicos são os principais envolvidos nos acidentes em laboratórios:
• Riscos biológicos  Os materiais biológicos abrangem amostras provenientes de seres vivos
como plantas, animais, bactérias, leveduras, fungos, parasitas (protozoários e metazoários) e
amostras biológicas provenientes de animais e seres humanos (sangue, urina, escarro,
secreções, derrames cavitários, peças cirúrgicas, biópsias entre outras). Incluem-se também

18
os organismos geneticamente modificados em que os cuidados são mais relevantes por
albergarem genes com características diferenciadas;
• Riscos químicos  A classificação das substâncias químicas, gases, líquidos ou sólidos,
também devem ser conhecidas pelos seus manipuladores. Nesse aspecto, têm-se solventes
combustíveis, explosivos, irritantes, voláteis, cáusticos, corrosivos e tóxicos. Devem ser
manipulados de forma adequada em locais que permitam a segurança de seu manipulador e
do meio ambiente. Este grupo de risco é muito importante, pois os acidentes de laboratórios
com substâncias químicas são os mais comuns e perigosos;
Uma das ferramentas importantes em um laboratório é o mapa de risco (Figura 1). O mapa de risco é
uma representação gráfica de um conjunto de fatores presentes nos locais de trabalho capazes de
acarretar prejuízos à saúde dos servidores, causando acidentes e doenças do trabalho. É utilizado para
facilitar a visualização dos riscos existentes no local.

Figura 1 – Exemplo de um mapa de risco

Além disso, existem algumas medidas específicas que podem ser adotadas para evitar esses riscos.

Procedimentos básicos de segurança nos laboratórios químicos:


Risco químico é o perigo a que determinado indivíduo está exposto ao manipular produtos químicos
que podem causar-lhe danos físicos ou prejudicar-lhe a saúde. Os danos físicos relacionados à
exposição química incluem, desde irritação na pele e olhos, passando por queimaduras leves, indo até
aqueles de maior severidade, causado por incêndio ou explosão. Os danos à saúde podem advir de
exposição de curta e/ou longa duração, relacionadas ao contato de produtos químicos tóxicos com a
pele e olhos, bem como a inalação de seus vapores, resultando em doenças respiratórias crônicas,
doenças do sistema nervoso, doenças nos rins e fígado, e até mesmo alguns tipos de câncer.
Consideram-se agentes de risco químico as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar
no organismo do trabalhador pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, gases, neblinas,

19
nevoas ou vapores, ou que seja, pela natureza da atividade, de exposição, possam ter contato ou ser
absorvido pelo organismo através da pele ou por ingestão.
As barreiras de contenção para agentes químicos são os dispositivos ou sistemas que protegem o
operador do contato com substâncias químicas irritantes, nocivas, tóxicas, corrosivas, líquidos
inflamáveis, substâncias produtoras de fogo, agentes oxidantes e substâncias explosivas.
Todos os procedimentos relacionados com a manipulação de produtos químicos deverão realizar-se
de modo a garantir a segurança de todos os que trabalham no laboratório e fora dele. Algumas
substâncias apresentam propriedades potencialmente perigosas que implicam procedimentos
laboratoriais e precauções específicos. Dentro destas substâncias incluem-se:
• Solventes inflamáveis;
• Compostos/misturas químicas altamente reativos e oxidantes fortes;
• Gases comprimidos;
• Compostos/misturas corrosiva;
• Compostos/misturas com toxicidade elevada e/ou crónica.
Apresentam-se em seguida alguns procedimentos que devem ser adotados na manipulação de
substâncias químicas:
• Ler com atenção a ficha de segurança e instruções dos produtos químicos, identificá-los e
armazená-los conforme orientação do fabricante;
• A inalação, ingestão acidental e contato com a pele com esses produtos químicos deve ser
evitada;
• Certificar-se do funcionamento dos exautores de modo a minimizar a exposição aos produtos
químicos;
• Realizar as experiências no espaço adequado e não transportar recipiente com reações em
execução para fora do laboratório;
• Reconhecer os pictogramas de perigo;
• Manter os esguichos de água, álcool e outros líquidos devidamente rotulados;
• Manter os recipientes de produtos químicos bem fechados;
• Não abrir nem utilizar recipientes de produtos químicos sem identificação;
• Substâncias inflamáveis devem ser mantidas longe de fontes de calor;
• Os produtos químicos devem ser descartados corretamente.

Procedimentos básicos de segurança nos laboratórios biológicos:

20
São considerados riscos biológicos: vírus, bactérias, fungos, parasitas e protozoários. Os riscos
biológicos ocorrem por meio de microrganismos que, em contato com o homem, podem provocar
inúmeras doenças. Muitas atividades profissionais favorecem o contato com tais riscos. É o caso das
indústrias de alimentação, hospitais, limpeza pública (coleta de lixo), laboratórios, etc.
Entre as inúmeras doenças profissionais provocadas por microrganismos incluem-se: tuberculose,
brucelose, malária e febre amarela. Para que essas doenças possam ser consideradas doenças
profissionais, é preciso que haja exposição do funcionário a estes microrganismos. São necessárias
medidas preventivas para que as condições de higiene e segurança nos diversos setores de trabalho
sejam adequadas.
Os riscos biológicos em laboratórios podem estar relacionados com a manipulação de:
- Agentes patogênicos selvagens;
- Agentes patogênicos atenuados;
- Agentes patogênicos que sofreram processo de recombinação;
- Amostras biológicas;
- Culturas e manipulações celulares (transfecção, infecção);
- Animais.
Todos os itens citados acima podem tornar-se fonte de contaminação para os manipuladores. As
principais vias envolvidas num processo de contaminação biológica são a via cutânea ou percutânea
(com ou sem lesões - por acidente com agulhas e vidraria, na experimentação animal - arranhões e
mordidas), a via respiratória (aerossóis), a via conjuntiva e a via oral.
Há uma classificação dos agentes patogênicos selvagens que leva em consideração os riscos para o
manipulador, para a comunidade e para o meio ambiente. Esses riscos são avaliados em função do
poder patogênico do agente infeccioso, da sua resistência no meio ambiente, do modo de
contaminação, da importância da contaminação (dose), do estado de imunidade do manipulador e da
possibilidade de tratamento preventivo e curativo eficaz. Os materiais biológicos são classificados
segundo seu risco (Tabela 1):
Tabela 1 – Classificação dos grupos de risco dos agentes biológicos

21
• Em locais que ocorrem experimentos que envolvam materiais biológicos, o acesso é restrito
somente ao pessoal autorizado, de acordo com procedimentos implementados;
• O uso de jaleco é obrigatório;
• Deve-se lavar e desinfetar as mãos antes e após a manipulação de materiais biológicos sempre
que retirar as luvas e antes de sair do laboratório;
• É estritamente proibido comer, beber, fumar, colocar/retirar lentes de contato, levar à boca
material de trabalho (lápis, caneta), maquilhar-se e armazenar comida ou bebida para
consumo, no laboratório. Não devem serem usados saltos altos, brincos compridos, colares e
pulseiras nos laboratórios. Os cabelos compridos/longos devem estar devidamente amarrados;
• Os materiais cortantes e perfurantes devem ser utilizados de acordo com os respectivos
protocolos e sempre com EPI (p.e. luvas resistentes a perfuração / corte);
• Os trabalhos devem ser executados de forma a minimizar ou evitar a formação de aerossóis;
• As superfícies de trabalho devem ser descontaminadas no mínimo, antes de iniciar um
trabalho e sempre que o finalizar, com um desinfectante adequado e sempre que ocorrer algum
pequeno derrame de material biológico (álcool de 70% existente nos esguichos);
• O material biológico que for descontaminado em locais fora do laboratório onde foi utilizado,
deve ser transportado num recipiente resistente estanque e fechado, e de acordo com as normas
legais e de boas práticas em vigor.
Além disso, a área física ocupada pelo laboratório deve ter sido planejada de acordo com os materiais
clínicos que serão manipulados e o risco dos agentes porventura isolados e por isso o fluxo de pessoas
e materiais deve ser respeitado para minimizar os riscos.

A segurança é responsabilidade de todos!

22
3. Material e Métodos
3.1 Materiais de Consumo (Reagentes)
Placas de cultivo de micro-organismo de classe I (Lactobacillus spp; Bacillus subtilis) e classe II
(Pseudomonas, Salmonella).
Alças de inoculação (níquel-cromo e descartáveis).
Ácido clorídrico (exemplo)

3.2 Materiais Permanentes (Vidrarias/equipamentos)


FISPQ – Fichas de segurança de produtos químicos.
Produtos químicos e rótulos.
Capela de fluxo laminar

3.3 Procedimentos
A aula será expositiva. O professor irá levantar as principais causas de riscos químicos e biológicos
e demonstrar exemplos práticos:
 Riscos biológicos por meio de micro-organismos de classe I e classe II (visualização de placas
de cultivo).
 Determinar causas de risco potenciais e as precauções de segurança apropriadas antes de
começar a utilizar novos equipamentos ou implantar novas técnicas no laboratório e confirmar
se existem condições e equipamentos de segurança suficientes para implantação de novos
procedimentos.
 Demonstrar a utilização da capela de fluxo laminar.
 Em grupo, os alunos devem reconhecer os efeitos das substâncias químicas observando a
FISPQs – Fichas de segurança de produtos químicos.
 Descrever a rotulagem dos frascos contendo soluções com o nome do produto, a data de
aquisição ou preparação, validade e responsável pela solução. Quando necessário adicionar
informações sobre o risco, perigo e condições de segurança em seu manuseio.
 Lavagem das mãos ao final dos procedimentos de laboratório e remoção de todo o
equipamento de proteção incluindo luvas e jalecos.
 Demonstrar o risco de consumir alimentos e bebidas no laboratório. A separação de alimentos
e bebidas dos locais contendo materiais tóxicos, de risco ou potencialmente contaminados
pode minimizar os riscos de ingestão acidental desses materiais.

4. Resolução do Problema Levantado

23
Em acidentes com derramamento de produtos químicos, deve-se:
• Utilizar EPIs,
• Conter o líquido derramado;
• Cobrir o resíduo com vermiculina ou areia e aguardar sua absorção;
• Recolher todo o resíduo e material utilizado para limpar a área em saco plástico perto para
posterior descarte;
No caso de ser um aluno, ele deveria chamar o responsável pelo laboratório e interditar o local para
que não haja circulação de pessoas. O responsável, então, tomaria as atitudes acima referidas.

5. Listas de Exercício
1) Procure uma ficha FISPQ de um produto químico, analise-a quanto aos riscos e traga uma resenha
para ser apresentada a turma;
2) Cite e explique fatores importantes na organização de um laboratório de forma a prevenir riscos
químicos e biológicos;
3) Descreva o que deveria ser feito para minimizar os riscos da seguinte situação:
• Um técnico deixa cair uma prateleira contendo diversas amostras de sangue. O sangue se
espalha pelo chão, juntamente com pedaços dos tubos e não se sabe se haviam amostras
contaminadas;
4) Pesquise qual os procedimentos de saúde devem ser realizados quando uma pessoa entra em
contato com material suspeito de contaminação com o vírus HIV. Analise criticamente a necessidade
de realização desses procedimentos;
5) Procure alguma incompatibilidade química, analise seu risco e traga para discutir em sala.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANVISA. Microbiologia Clínica para o controle de infecção relacionada à assistência à saúde.
Brasília, 2010. 48 p.
COMISSÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO. Manual de Boas Práticas de
Laboratório. Universidade de Lisboa: Lisboa, 2016. 34 p.
GERÊNCIA TÉCNICA. Guia de Boas Práticas Laboratoriais. HC-FMUSP: São Paulo, 2015. 25 p.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA. Boas Práticas em Microbiologia
Clínica. Brasil, 2015. 323 p.
UNISESPE. Manual institucional de biossegurança. 2010. 13 p.

24
AULA 03: Noções básicas de primeiros socorros no laboratório

1. Competências
Reconhecer os principais procedimentos, materiais e técnicas relacionadas aos primeiros socorros
devido a intercorrências existentes no ambiente laboratorial;
Conhecer os principais procedimentos relacionados à exposição a material químico e biológico no
laboratório.

1.1 Correlação com as competências Profissionalizantes:


Biomedicina: Métodos de análise, investigação e síntese; Parasitologia clínica; Agentes Infecciosos
e Respostas Imunológicas; Análise ambiental; Controle de qualidade de alimentos; Farmacologia;
Biologia molecular e biotecnologia; Vigilância sanitária; Bioquímica clínica; Hematologia clínica e
banco de sangue; Controle de qualidade de laboratório; Imunologia clínica; Análise toxicológica e
criminalística; Microbiologia clínica.
Ciências Biológicas: Métodos de análise, investigação e síntese; Agentes infecciosos e resposta
imunológica; Análises histológicas e citogenéticas; Biologia molecular e biotecnologia; Imunologia
e microbiologia aplicada.
Farmácia: Métodos de análise, investigação e síntese; Química Analítica e instrumental; Agentes
infecciosos e resposta imunológica; Processamento, controle e qualidade de alimentos;
Farmacognosia; Biologia molecular e biotecnologia; Farmacotécnica; Controle de qualidade físico-
quimico e biológico; Parasitologia e Imunologia clínica; Hematologia e banco de sangue;
Cosmetologia; Análises tóxicas e toxicologia; Microbiologia clínica; Bioquímica clínica.

2. Introdução
Durante uma aula prática o professor estava manipulando reagentes para distribuir nos grupos de
alunos quando o vidro do reagente explode. Alguns estilhaços causam cortes no professor e o líquido
espirra em seu rosto. O que os alunos podem fazer até que chegue um atendimento especializado?
Referencial teórico
Primeiros socorros são os atendimentos imediatos e rápidos ao acidentado até seu encaminhamento
ao médico, em casos mais graves. Neste sentido, primeiros socorros são procedimentos de
emergência. É necessário que sejam os mais corretos possíveis para evitar problemas futuros. É
também necessário que o laboratório disponha de uma farmácia de emergência. No laboratório podem
ocorrer, principalmente, vertigens, corpos estranhos e substâncias químicas nos olhos, queimaduras,
cortes e envenenamentos.
ACIDENTES GRAVES

25
• Não deverá mover o acidentado exceto quando estritamente necessário, ou seja, quando este
possa correr ainda mais perigo por inalação ou exposição prolongada ao agente causador do
acidente;
• Se o indivíduo estiver contaminado ou exposto a material perigoso no laboratório, deverá
atuar de modo a proteger a vida e saúde da vítima, bem como a sua. Determine a natureza do
material perigoso para indicar aos serviços de emergência;
• Se o indivíduo estiver em contato com corrente elétrica, NÃO O TOQUE. Desligue primeiro
a eletricidade, desligando os disjuntores no quadro elétrico, ou afastando o fio condutor com
um objeto não-condutor por exemplo uma vareta de vidro;
• Peça auxílio imediato através dos contatos de emergência.

ACIDENTES POUCO GRAVES


Em caso de ocorrerem acidentes que resultem em lesões corporais pouco extensas/danosas, poderão
ser realizados atos de primeiros socorros básicos de acordo com os procedimentos a seguir
apresentados. Quaisquer outros procedimentos mais invasivos exigem formação adequada.
Feridas
Lavar bem as mãos;
Expor o local da ferida;
Remover corpos estranhos visíveis com a pinça;
Objetos cravados profundamente não devem ser removidos;
Lavar a ferida com uma gaze embebida em água limpa ou soro fisiológico (lavar primeiro em volta e
depois do centro para a periferia);
Desinfetar com antisséptico disponibilizado na mala de primeiros socorros existente nas estações de
emergência;
Deixar secar;
Proteger com uma compressa esterilizada;
Cobrir com adesivo ou ligadura;
Encaminhar para assistência médica, se necessário.

Queimaduras por calor


Extinguir eventuais chamas sobre a vítima;
Não tentar remover a roupa;
Deixar cair água corrente na área afetada, até que a dor passe;
Em caso de queimaduras extensas deverá ter atenção ao estado de choque da vítima e tentar mantê-
la aquecida, tendo o cuidado de não contaminar as zonas queimadas;

26
Não aplicar produtos desinfetantes ou gordurosos;
Encaminhar a vítima imediatamente para o hospital em caso de queimaduras de 2.ºgrau e/ou extensas.

Queimaduras por derrames químicos


Identificar o produto que causou a lesão.
VIA CUTANEA
Encaminhar a vítima para o chuveiro, lavar durante pelo menos 10 a 15min, remover o vestuário e
calçado usando luvas e encaminhar a vítima imediatamente para o hospital.
VIA OCULAR
Encaminhar a vítima para o lava-olhos, lavar durante pelo menos 10 a 15 min sob uma corrente de
água fraca, manter as pálpebras abertas (retirar as lentes de contato, se aplicável), cobrir o olho, sem
pressionar, com uma compressa esterilizada e encaminhar a vítima imediatamente para o hospital.

Contaminação com agentes biológicos


Lave muito bem as mãos com sabão desinfetante para as mãos e água;
Caso ocorra exposição e contaminação pessoal: remova o equipamento de proteção individual
contaminado;
Para feridas com agulhas de seringas e outros objetos perfurantes: lave a área ferida com desinfetante
ou antisséptico durante 15min;
Para salpicos no rosto (membranas mucosas do nariz, olhos e boca): utilize o lava-olhos durante
15min na área exposta, mantendo as pálpebras abertas.

Intoxicação
Identificar o produto que causou a intoxicação. Contatar a emergência para obter informação
específica sobre como proceder.
VIA RESPIRATÓRIA
Fechar as torneiras de gases/ fonte de tóxico; desapertar ou remover completamente a roupa
contaminada; retirar, se possível, a vítima do local contaminado e levá-la para um local ventilado;
encaminhar para o hospital.
VIA DIGESTIVA
Não provocar o vômito a não ser que este procedimento tenha sido indicado pelo Centro de
Atendimento Toxicológico; se os lábios ou boca da vítima mostrarem sinais de queimaduras, lave-os
com água; mesmo que a vítima esteja consciente, deve colocá-la em Posição Lateral de Segurança
(PLS) e cobri-la para evitar o choque; encaminhar de imediato para o hospital.

27
A segurança é responsabilidade de todos!

3. Material e Métodos

3.1 Materiais de Consumo (Reagentes)


Álcool 70%
Algodão
Solução fisiológica
Água e sabão

3.2 Materiais Permanentes (Vidrarias/equipamentos)


Lava Olhos
Tomadas e aparelhos elétricos (diferentes voltagens)
Extintores de incêndio
Portaria para as escadas
Kit de primeiros socorros

3.3 Procedimentos
A aula será expositiva-demonstrativa:
• Demonstração dos principais equipamentos de segurança, onde ficam situados e como são
utilizados:
• Os equipamentos comuns de segurança e emergência incluem extintores, kit de
primeiros socorros, estação de lavagem de olhos e chuveiros de emergência e saídas
de emergência. É necessário que os usuários saibam onde estão e como manejar os
equipamentos de segurança, aprendam o que fazer em uma emergência e se
familiarizem com estes procedimentos.
• Demonstração de como são os primeiros socorros que podem ser executados pelos alunos:
• Divisão da sala em grupo para simulações: queimaduras, cortes, desmaios, etc.
Explicação do procedimento adotado em caso de acidentes.

4. Resolução do Problema Levantado


Deve-se lavar bem com água corrente e sabão os cortes e proteger com uma compressa estéril e lavar
bem os respingos de resíduos químicos. Após isso, o correto é levar a vítima ao hospital para uma

28
avaliação mais profunda e se possível informar no hospital qual era a substância química envolvida
no acidente.

5. Listas de Exercício
1) Classifique as condutas abaixo em aceitável ou não aceitável e justifique:
• Passar óleo em uma queimadura;
• Remover tecidos grudados na pele em queimaduras;
• Estancar hemorragia com compressa;
• Atender à vítima mais grave do acidente antes de verificar se está tudo bem com você;
• Lavar corte com água corrente e sabão;
• Passar álcool 70% em cortes;
• Cobrir queimadura com pasta de dente;
• Provocar vômitos em intoxicações;
• Torniquete para estancar sangramento.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANVISA. Microbiologia Clínica para o controle de infecção relacionada à assistência à saúde.
Brasília, 2010. 48 p.
COMISSÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO. Manual de Boas Práticas de
Laboratório. Universidade de Lisboa: Lisboa, 2016. 34 p.
GERÊNCIA TÉCNICA. Guia de Boas Práticas Laboratoriais. HC-FMUSP: São Paulo, 2015. 25 p.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA. Boas Práticas em Microbiologia Clínica.
Brasil, 2015. 323 p.
UNISESPE. Manual institucional de biossegurança. 2010. 13 p.

29
SEGUNDA UNIDADE DE ENSINO
MANIPULAÇÃO DE EQUIPAMENTOS E VIDRARIAS

Disciplina: Fundamentos de Laboratório


Unidade de ensino Manipulação de Equipamentos e Vidrarias
Objetivos de aprendizagem Avaliar os procedimentos de utilização de equipamentos e
vidrarias.
Diferenciar vidrarias volumétricas e graduadas.
Executar medidas de temperatura, massa e volume.
Estratégias de ensino Aula prática
Mapa conceitual
Exercícios
Cenário Manipulação de equipamentos e vidrarias
Discussão sobre precisão e exatidão
Infraestrutura necessária Laboratório de aulas práticas
Laboratório de informática
Biblioteca
Avaliação de aprendizagem Mapa conceitual

30
AULA 04: Reconhecimento de Vidraria e material utilizados em laboratório

1. Competências
Reconhecer os principais equipamentos e vidrarias utilizadas no laboratório.
Conhecer os principais procedimentos relacionados à utilização dos equipamentos e vidrarias.
Realizar medidas de temperatura, massa e volume; fazer o tratamento de dados experimentais através
de cálculo da média e do desvio padrão; diferenciar vidrarias volumétricas e graduadas; utilizar
algarismos significativos; distinguir os significados de precisão e exatidão; discutir os tipos de erros;
comparar a precisão de vidraria graduada com volumétrica.

1.1. Correlação com as competências Profissionalizantes:


Biomedicina: Métodos de análise, investigação e síntese; Parasitologia clínica; Agentes infecciosos
e respostas imunológicas; Análise ambiental; Controle de qualidade de alimentos; Farmacologia;
Biologia molecular e biotecnologia; Vigilância sanitária; Bioquímica clínica; Hematologia clínica e
banco de sangue; Controle de qualidade de laboratório; Imunologia clínica; Análise toxicológica e
criminalística; Microbiologia clínica.
Ciências Biológicas: Métodos de análise, investigação e síntese; Agentes infecciosos e resposta
imunológica; Análises histológicas e Citogenéticas; Biologia molecular e biotecnologia; Imunologia
e microbiologia aplicada
Farmácia: Métodos de análise, investigação e síntese; Química Analítica e instrumental; Agentes
infecciosos e resposta imunológica; Processamento, controle e qualidade de alimentos;
Farmacognosia; Biologia molecular e biotecnologia; Farmacotécnica; Controle de qualidade físico-
quimico e biológico; Parasitologia e Imunologia clínica; Hematologia e banco de sangue;
Cosmetologia; Análises tóxicas e toxicologia; Microbiologia clínica; Bioquímica clínica

2. Introdução
A execução de qualquer tarefa em um laboratório envolve geralmente uma variedade de
equipamentos que devem ser empregados de modo adequado, para evitar danos pessoais e materiais.
A escolha de um determinado aparelho ou material de laboratório depende dos objetivos e das
condições em que o experimento será executado. Após formado você retorna a sua cidade natal, no
interior de Minas Gerais, para trabalhar no único laboratório de análises clínicas da região. Você
verifica que, apesar do número pequeno de amostras, há a necessidade de realização de antibiogramas
e resolve implantar a metodologia do teste de disco-difusão em ágar, descrito por Bauer e Kirby,
como rotina no laboratório. Relacione os materiais necessários para a realização dessa metodologia.
Referencial teórico

31
As experiências de laboratórios de ciências quantitativas, envolvem frequentemente medidas de
massa, volume e temperatura. Estes dados são posteriormente tratados estatisticamente para uma
avaliação do resultado obtido. Para toda medida que realizamos, temos uma incerteza (ou erro), e
todo trabalho experimental deve ter seus resultados expressos corretamente. Será feita uma
apresentação da utilização correta de alguns instrumentos em laboratórios de química e dos tópicos
principais para expressar corretamente as medidas por meio destes instrumentos.

Manipulação dos instrumentos de medidas de volume, massa e temperatura


Medidas de Volume
Para medidas aproximadas de volume, usam-se provetas ou pipetas graduadas, enquanto que, para
medidas precisas, usam-se buretas, pipetas volumétricas, balões volumétricos (chamadas vidrarias
volumétricas) e, também, provetas.
A medida do volume é feita comparando-se o nível do mesmo com a graduação marcada na parede
do recipiente. A leitura do nível para líquidos transparentes deve ser feita na parte inferior do menisco.
Devemos posicionar o nível dos nossos olhos perpendicularmente à escala onde se encontra o
menisco correspondente ao líquido a ser medido. Este procedimento evita o chamado erro de
paralaxe (Figura 1).

Figura 1 - Procedimentos corretos para leitura do menisco em uma proveta (para líquidos
incolores).

Uso da pipeta

Figura 2 - Pipetas volumétrica (a) e graduada (b).

32
O uso de pêra de sucção ou de pipetador deve ser sempre necessário, mesmo quando forem pipetadas
substâncias inofensivas à saúde. Evite aspirar o líquido com a boca. A pipeta a ser utilizada deve estar
limpa e seca. Certifique-se sempre de que o material a ser usado não possui nenhum contaminante.

Figura 3 - Pêra de sucção (esquerda) e pipetadores (direita).

Etapas a serem seguidas na utilização do pipetador (Figura 3):


i. Encaixar FIRMEMENTE a pipeta;
ii. Mergulhar completamente a ponta no líquido;
iii. Encher a pipeta girando a peça circular;
iv. Ajustar o nível desejado com a mesma peça;
v. Esvaziar apertando a alavanca inferior;
vi. Se necessário, empurrar o êmbolo conforme o tipo de pipeta (TC ou TD).

Pipetas TD (=): deve-se esvaziar completamente (incluir a gotinha final).


Pipetas TC (sem marcação): não se deve esvaziar.

Etapas a serem seguidas na utilização da pêra (Figura 3):


i. Encaixar FIRMEMENTE a pipeta;
ii. Apertar a válvula “A” e, com a válvula apertada, esvaziar o bulbo;
iii. Soltar a válvula e o bulbo;
iv. Mergulhar completamente a ponta no líquido;
v. Encher a pipeta apertando a válvula “S” e soltando-a quando terminar;
vi. Ajustar o nível desejado esvaziando-a com a válvula “E” (com a pipeta fora do recipiente);
vii. Se necessário, tampar o orifício próximo à válvula “E” com um dedo e apertar o pequeno
bulbo próximo para eliminar as últimas gotas, conforme o tipo de pipeta (TC ou TD).

Uso da Bureta

33
As buretas são recipientes volumétricos, usados para escoar volumes variáveis de líquido e
empregadas geralmente em titulações. Ao utilizar uma bureta, seguir as etapas abaixo descritas:
i. Verificar se a torneira, caso seja de vidro esmerilhado, está lubrificada;
ii. Fazer ambiente1 na bureta se não estiver seca;
iii. Encher a bureta e verificar se nenhuma bolha de ar ficou retida no seu interior;
iv. Fixar a bureta ao suporte, com o auxílio de uma garra, de forma a mantê-la na posição vertical;
v. Zerar a bureta (evitar erro de paralaxe);
vi. A leitura do volume escoado de uma bureta é uma medida relativa. Assim, do mesmo modo
que ela foi zerada deve-se ler o volume escoado (atenção para evitar erro de paralaxe).

Figura 4 - Método correto de segurar a torneira de uma bureta.

Uso do balão volumétrico


O balão volumétrico mede um volume exato a uma determinada temperatura (geralmente 20 °C),
podendo ser usado sem erro apreciável em temperaturas de mais ou menos 8 °C acima ou abaixo da
indicada. Usado principalmente para o preparo de soluções e reagentes, quando se deseja uma
concentração a mais exata possível.

Medidas de Massa
As substâncias químicas não devem jamais ser pesadas diretamente nos pratos da balança, e sim sobre
papel apropriado ou num recipiente qualquer tal como béquer, pesa-filtro, vidro relógio ou cápsula
de porcelana previamente pesados. A utilização da balança será explicada pelo professor.

1
Fazer ambiente: lavar internamente com pequena quantidade do líquido a ser medido, descartando o resíduo e, só então, encher a
vidraria com o líquido; após a ambientação da vidraria, a sobra pode ser devolvida ao frasco original, desde que não tenha sido
contaminada.

34
Medida de Temperatura
Em laboratórios de química, os termômetros mais utilizados são os de mercúrio, que contém em seu
interior mercúrio líquido de cor prata. Ao medir a temperatura de um líquido, o bulbo do termômetro
deve ser introduzido no líquido. Quando a altura de mercúrio líquido no interior do termômetro
estabilizar (2 a 3 minutos) pode-se fazer a leitura da temperatura, evitar erro de paralaxe.

Tomada de medidas
Algarismos significativos: as leituras de medidas devem considerar todos os algarismos
significativos, que compreendem os algarismos exatos (os que são fornecidos pela escala) e mais um
(e somente um) algarismo duvidoso, que é sempre o último.
Em instrumentos digitais como balanças, considera-se o último algarismo como duvidoso e os demais
como exatos. Em instrumentos analógicos como provetas, termômetros, réguas etc., proceder
conforme parágrafo a seguir.

Tomada de leituras: usar o valor zero para o algarismo duvidoso quando a leitura coincidir com a
escala; se estiver entre duas marcações, considerar o valor anterior mais o erro instrumental (a metade
da menor divisão), ou seja, considerar a média das duas marcações. Ver exemplo a seguir na Figura
5.

Figura 5 - Exemplo de tomada de leituras em mostrador


analógico. A: 0,55 cm; B: 0,65 cm; C: 0,75 cm; D: 0,90
cm.

Exatidão e Precisão
Exatidão: A exatidão de uma grandeza que foi medida é a correspondência entre o valor medido (x)
e o valor da grandeza (µ). Denota a proximidade de uma medida do seu valor verdadeiro.

35
Precisão: A precisão de uma grandeza é a concordância entre as várias medidas feitas sobre a
grandeza, e indica o grau de dispersão do resultado. Está associada à reprodutibilidade da medida.
É muito difícil obter exatidão sem precisão; porém, uma boa precisão não garante uma boa exatidão.
Não obstante, o analista sempre procura resultados reprodutíveis, pois quanto maior a precisão, maior
é a chance de se obter boa exatidão. Na Figura 4, ilustram-se os conceitos de exatidão e precisão em
uma medida cujo valor verdadeiro deveria ser igual a 3.

Figura 6 - Conjuntos de medidas que ilustram os conceitos de precisão e exatidão: (a) medidas
precisas e exatas, (b) medidas precisas, mas inexatas e (c) medidas imprecisas e inexatas.

Erros
Os dados obtidos por meio de medidas são sempre acompanhados de erros devidos ao sistema que
está sendo medido, ao instrumento de medida e ao operador. O conhecimento destes erros permite a
correta avaliação da confiabilidade dos dados e do seu real significado.
Dois classes de erros afetam a precisão e a exatidão de uma medida: os erros determinados e os erros
indeterminados.
Erros determinados: São aqueles que possuem causas definidas e são localizáveis. Podem ser
minimizados, eliminados ou utilizados para corrigir a medida. Os erros determinados são:
 Erros instrumentais;
 Erros devidos aos reagentes (impurezas, ataque dos recipientes por soluções etc.);
 Erros de operação: erros físicos e associados à manipulação; geralmente independentes dos
instrumentos e utensílios utilizados e não tem qualquer relação com o sistema químico. Suas
grandezas, geralmente desconhecidas, dependem mais do analista do que de outro fator. Por
exemplo: uso de recipientes descobertos, a perda de material por efervescência, a lavagem
mal feita da vidraria ou dos precipitados, o tempo insuficiente de aquecimento, erros de
cálculo. Os iniciantes, por falta de habilidade e de compreensão do processo, podem cometer
erros operacionais sérios sem deles se aperceberem, mas, ganhando experiência e
conhecimentos, tais erros são reduzidos a proporções mínimas.

36
 Erros pessoais: Estes erros são devidos a deficiências do analista. Alguns derivados da
inabilidade do operador em fazer certas observações com exatidão, como o julgamento correto
da mudança de cor nas titulações que usam indicadores visuais. Outros são erros de
predisposição. Estes surgem quando a questão é decidir qual fração de uma escala deve ser
registrada: o operador tende a escolher aquela que tornar o resultado mais próximo da medida
anterior.
 Erros do método: Estes erros têm suas origens nas propriedades físico-químicas do sistema
analítico. São inerentes ao método e independem de quão bem o analista trabalhe.

Erros indeterminados: A segunda classe de erros são os indeterminados, que representam a


INCERTEZA que ocorre em cada medida. Eles são resultantes de flutuações em sucessivas medidas
feitas pelo mesmo operador nas melhores condições possíveis; são derivados de pequenas variações
nos instrumentos, no sistema ou no operador. Como estes erros são devidos ao acaso, não podem ser
previstos, mas podem ser avaliados por meio de tratamento estatístico dos dados.
A influência dos erros indeterminados é indicada pela exatidão da medida, que é descrita pelo desvio
padrão da média de uma série de medidas feitas sob condições idênticas. A precisão da medida não
dá informação de quão exata foi à medida, a menos que se disponha de um número muito grande
delas. Porém é possível, com certa confiança, avaliar o intervalo em que se encontra o melhor valor
da grandeza; esse intervalo é denominado intervalo de confiança da medida. Obviamente, é
impossível eliminar todos os erros devidos ao acaso, mas o analista deve minimizá-los até atingir um
nível de insignificância tolerável.
Para uma única medida realizada, o erro / desvio avaliado é igual ao erro do aparelho (fornecido pelo
fabricante ou, na ausência, por convenção, é a metade da sensibilidade do aparelho - menor divisão).

δ = Desvio associado a uma única medida


δ = δfábrica, atribuído pelo fabricante aos aparelhos não graduados e/ou digitais.
δ = (1/2)S, avaliado em aparelhos graduados;
Sensibilidade (S): menor divisão da escala do instrumento.

As vidrarias utilizadas em um laboratório de química para medidas de volumes dividem-se em


graduadas e volumétricas. O erro absoluto dos equipamentos graduados é dado como a metade da
menor divisão. Já os instrumentos volumétricos têm erros fornecidos pelo fabricante que podem estar
gravados na própria vidraria ou estar tabelado. Na Tabela 1, são mostrados os valores de desvio
padrão para as vidrarias volumétricas mais comuns nos laboratórios.

37
Tabela 1 - Desvio padrão para as vidrarias volumétricas mais
comuns nos laboratórios.
Desvio / mL
Volume / mL
Balão Volumétrico Bureta Pipeta
5 ± 0,02 ± 0,01 ± 0,01

10 ± 0,02 ± 0,02 ± 0,02

25 ± 0,03 ± 0,03 ± 0,03

50 ± 0,05 ± 0,05 ± 0,05

100 ± 0,08 ± 0,10 ± 0,05

500 ± 0,20 - -

1000 ± 0,30 - -

Tratamento Estatístico de Dados Experimentais


População e amostra: inferência estatística
Inferência estatística é o processo pelo qual estatísticos tiram conclusões acerca da população usando
informação de uma amostra (Figura 6).

Figura 7 - Relação entre população e amostra.

A população se refere a todos os casos ou situações as quais o pesquisador quer fazer inferências ou
estimativas. Diferentes pesquisadores podem querer fazer inferências acerca da concentração de
poluentes num determinado lençol freático; predizer a quantidade de petróleo num poço a ser
perfurado e assim por diante.
Uma amostra é um subconjunto da população usado para obter informação acerca do todo.
Uma amostragem é muito útil porque muitas vezes conhecer informações sobre toda a população
requer custo elevado, tempo muito longo e algumas vezes é um procedimento impossível como, por
38
exemplo, o estudo da poluição atmosférica. Características de uma população que diferem de um
indivíduo para outro e as quais temos interesse em estudar são chamadas variáveis. Exemplos são
comprimento, massa, volume, idade, temperatura, número de ocorrências, etc.
A teoria da amostragem é um estudo das relações existentes entre uma população e as amostras dela
extraídas. Podemos, por exemplo, avaliar grandezas desconhecidas da população (como sua média,
sua variância, etc.), frequentemente denominadas de parâmetros, através das correspondentes
grandezas amostrais, denominadas de estatísticas amostrais. A Tabela 2 mostra a associação de
grandezas populacionais e amostrais para diferentes medidas.

Tabela 2 - Simbologia utilizada para os estimadores


populacional e amostral.

Utilizamos estimativas de uma amostra como nosso “melhor chute”' para os verdadeiros valores
populacionais. Exemplos são a média amostral, o desvio padrão amostral, a mediana amostral, os
quais estimam a verdadeira média, desvio padrão e mediana da população (que são desconhecidos).
À medida que a amostra aumenta mais informação nós teremos acerca da população de interesse, e,
portanto mais precisas serão as estimativas dos parâmetros de interesse.
Note que estatísticas são usualmente representadas por letras Romanas, (por exemplo, χ para a média
amostral, s para o desvio padrão amostral), enquanto que parâmetros são usualmente representados
por letras Gregas (por exemplo, µ para a média populacional, σ para o desvio padrão populacional).

Média aritmética e desvio padrão amostral


Em uma série de n medidas repetidas da mesma grandeza física, os valores observados (xi) não são
idênticos: eles diferem apreciavelmente entre si e situam-se dentro de uma faixa de dispersão,
centrada em torno de um valor médio (¯x), obtido pela média aritmética das medidas:

39
O parâmetro mais usado para avaliar a dispersão é o desvio padrão (s), que é definido pela relação
matemática abaixo e pode ser calculado com o auxílio de uma calculadora científica.

Existem várias outras grandezas amostrais que podem ser usadas para o estudo de um conjunto de
dados, mas nesta prática serão utilizados apenas a média e o desvio padrão amostral.

3. Material e Métodos
3.1 Materiais de Consumo (Reagentes):
Água destilada
Papel toalha (três a quatro folhas por grupo).

3.2 Materiais Permanentes (Vidrarias/equipamentos):


Pipeta volumétrica e graduada (diferentes volumes);
Bureta;
Balão volumétrico (diferentes volumes);
Balão fundo chato;
Balão fundo redondo;
Bastão de vidro:
Béqueres (diferentes volumes);
Erlenmeyers (diferentes volumes);
Kitasato (diferentes volumes);
Funil de separação (diferentes volumes);
Funil simples;
Pêras de borracha;
Pipetadores plásticos;
Condensador;
Dessecador;
Provetas (diferentes volumes);
Pisseta ou frasco lavador;
Termômetros;
Tubos de ensaio (diferentes volumes);

40
Vidro relógio (diferentes tamanhos);
Suportes universais;
Garra para fixação do termômetro;
Barras magnéticas (“peixinhos”) (diferentes tamanhos);
Almofariz e pistilo;
Cadinho;
Cápsula;
Funil de Büchner;
Espátulas;
Pinças;
Pinça de madeira;
Argolas (suporte para funis);
Tripé;
Tela de amianto;
Estante para tubos de ensaio;
Chapa de agitação magnética;
Balança analítica;
Estufa;
Mufla;
Bico de gás;
Banho-maria;
Manta elétrica;
Centrífuga;
Espectrofotômetro.

3.3 Procedimentos:
Reconhecer os materiais em exposição na bancada do laboratório e discutir suas aplicações.

4. Resolução do Problema Levantado


Para o teste de difusão em disco (antibiograma) serão necessários os seguintes materiais:
Placas de Petri 150mm x 10mm;
Estufa bacteriológica;
Alças bacteriológicas em platina ou descartáveis;

41
Agar Mueller Hinton;
Tubo com escala 0,5 Mac Farland ou tubidímetro;
Solução salina estéril (NaCl 0,85%);
Termômetro de máxima e mínima para controle da estufa;
Swabs estéreis para espalhamento da suspensão;
Pinças;
Tabelas com os valores esperados de halos inibitórios;
Bico de Bunsen;
Discos de antimicrobianos

5. Listas de Exercício
Identificar os instrumentos a seguir associando o desenho (coluna 1), a nomenclatura (coluna 2) e a
sua aplicação (coluna 3).

INSTRUMENTO NOMENCLATURA APLICAÇÃO


(COLUNA 1) (COLUNA 2) (COLUNA3)
( ) Dessecador ( ) equipamento destinado a
condensação de vapores, utilizado em
destilações ou aquecimentos sob
(1) refluxo; os mais comuns são: a)
condensador reto (apresenta uma
superfície de condensação pequena e
por isso não é apropriado para o
resfriamento de líquidos de baixo ponto
de ebulição); b) condensador de bolas
(empregado em refluxos; contribui para
que os vapores condensados retornem
ao balão de origem); c) condensador de
serpentina (proporciona maior
superfície de condensação e é usado
principalmente no resfriamento de
vapores de líquidos de baixo ponto de
ebulição).

42
( ) Vidro de relógio ( ) recipiente largamente utilizado na
análise titulométrica, no aquecimento
de líquidos e na dissolução de
substâncias; pela sua forma cônica, é
(2)
muitas vezes utilizado para conter
soluções durante reações conduzidas
sob agitação; assim como os béqueres,
também não são destinados a medidas
precisas de volume, pois também
possuem uma escala meramente
aproximada.
( ) Proveta ( ) as pinças de Mohr (A) e de
Hoffmann (B) têm por finalidade
impedir ou reduzir o fluxo de líquidos
ou de gases através de tubos flexíveis;
(3)
já a pinça representada em (C) é muito
empregada para segurar objetos
aquecidos, especialmente cadinhos.
( ) Pipeta ( ) vidraria largamente utilizada em
extração, decantação, separação de
líquidos imiscíveis e adição gradativa
de líquidos reagentes durante uma
(4)
reação química; empregado na
transferência de líquidos e em filtrações
simples, utilizando papel de filtro
adequado.
( ) Argola ( ) equipamento empregado na
secagem de materiais por aquecimento;

(5) atinge, em geral, temperaturas de até


200 °C. Após a secagem o material é
encaminhado ao dessecador.

43
( ) Espectrofotômetro ( ) acoplado a uma pipeta, ajuda a
“puxar” e a “expelir” pequenos
volumes de líquidos.

(6)
( ) Chapa Elétrica ( ) frasco próprio para armazenamento
de pequenas quantidades de água
destilada, álcool ou outros solventes; é
usado para efetuar a lavagem de
recipientes ou precipitados com jatos do
líquido nele contido.
(7)
( ) Funil de Büchner ( ) usado na secagem, no aquecimento
e na calcinação de substâncias; pode ser
feito de porcelana, metal ou teflon.
(8)
( ) Estufa ( ) utilizada na calcinação (“queima”)
de substâncias; atinge em geral,
temperaturas na faixa de 1000 a 1500
(9) °C.

( ) Centrífuga ( ) suporte para tubos de ensaio, pode


ser feita de metal, acrílico ou madeira.

(10)
( ) Estante ou grade ( ) destinados a pulverização,
trituração e homogeneização de sólidos,
bem como na maceração de amostras
que devem ser preparadas para
(11)
posterior extração; podem ser feitos de
porcelana, ágata, vidro ou metal.
( ) Bastão de vidro ( ) utilizado no armazenamento e no
aquecimento de líquidos, bem como em
reações que se processam com
desprendimento de gás; deve ser
(12)
aquecido sobre a tela de amianto.

44
( ) Pisseta ou frasco ( ) instrumento que serve para acelerar
lavador a sedimentação de sólidos suspensos
em líquidos; é empregado, também, na
separação de emulsões, e de sangue.

(13)
( ) Banho-maria ( ) recipiente calibrado, destinado a
conter um determinado volume de
líquido, a uma dada temperatura; é
utilizado no preparo e na diluição de
soluções de concentração definida
(soluções-padrão); como o volume
nominal dos balões volumétricos é
(14) geralmente calibrado a 20 °C, não se
deve, em hipótese alguma, colocar
soluções aquecidas no seu interior, nem
submetê-los a temperaturas elevadas ou
muito reduzidas, sob risco de
descalibrá-lo e torná-lo inútil.
( ) Tripé ( ) tela metálica, contendo amianto,
utilizada para distribuir uniformemente
o calor durante o aquecimento de
(15) recipientes de vidro ou metal expostos à
chama do bico de gás.
( ) Espátula ( ) usada como suporte para funis
(16) simples e de separação.
( ) Suporte universal ( ) equipamento calibrado para
medidas exatas de volume; permite o
escoamento controlado de líquido e é
(17) muito utilizada em titulações; possui
uma torneira de vazão controlada na
sua parte inferior; são comercializadas
buretas com capacidades de 5 (cinco) a
100 (cem) mililitros e microburetas
com capacidade mínima de cem

45
microlitros; as buretas automáticas
possuem dispositivos capazes de
abastecê-las automaticamente, evitando
a contaminação do titulante com CO2
do ar.
( ) Pêra ( ) serve para sustentar equipamentos
em geral; quando usado, deve-se

(18) colocar uma toalha de papel embaixo


para proteção e limpeza.
( ) Balão de fundo ( ) utilizadas para solubilização de

(19) chato ou de Florence substâncias por aquecimento. As


temperaturas podem atingir 250 °C.
( ) Manta elétrica ( ) fonte de calor destinada ao
aquecimento de materiais não
inflamáveis. A chama de um bico de
gás pode atingir temperatura de até
(20) 1500 °C. Existem vários tipos de bicos
de gás (ver figura), mas todos
obedecem a um mesmo princípio básico
de funcionamento: o gás combustível é
introduzido numa haste vertical, em
cuja parte inferior há uma entrada de ar
para suprimento de oxigênio, o gás é
queimado no extremo superior da haste.
Tanto a vazão do gás quanto a entrada
de ar podem ser controladas de forma
conveniente.
( ) Funil de ( ) recipiente com ou sem graduação,
separação de forma alta (Berzelius) ou baixa
(Griffin); usado para transferência de
líquidos a partir de recipientes maiores
(frascos comerciais de 1 L, por
(21)
exemplo) no preparo de soluções,
pesagem de sólidos e aquecimento de
líquidos, bem como em reações de

46
precipitação e recristalização; é
freqüentemente confeccionado em
vidro pirex, resistente a temperaturas
elevadas; não resiste a choques nem a
variações bruscas de temperatura; pode
ser aquecido em tela de amianto; não
deve ser usado para medidas confiáveis
de volume, pois sua escala é imprecisa
(aproximada).
( ) Bureta ( ) geralmente utilizado em reações de
testes e em ensaios de precipitação,

(22) cristalização e solubilidade; pode ser


aquecido, com cuidado, diretamente
sobre a chama do bico de gás.
( ) Almofariz e ( ) usado no armazenamento de
pistilo substâncias que devem ser mantidas sob
pressão reduzida ou em condições de
umidade baixa; deve conter material
dessecante (sílica-gel, cloreto de cálcio
etc.) no fundo, abaixo da placa de
(23) porcelana.
( ) Tela de amianto ( ) usado como suporte,
principalmente de telas de amianto e
triângulos de porcelana.
(24)
( ) Balão volumétrico ( ) usada para transferir substâncias
sólidas, especialmente em pesagens;
pode ser fabricada em aço inoxidável,
(25)
porcelana e plástico; possui formatos
variados.

47
( ) Bico de gás ( ) vidraria largamente utilizada em
extração, decantação, separação de
líquidos imiscíveis e adição gradativa
de líquidos reagentes durante uma
reação química.
(26)
( ) Kitasato ( ) Instrumento calibrado para medida
precisa (e, portanto, mais confiável) e
transferência de determinados volumes
de líquidos, a dada temperatura.
Existem basicamente dois tipos de
pipetas: as graduadas (1) e as
volumétricas ou de transferências (2).
As volumétricas são utilizadas para
(27) escoar volumes fixos, enquanto as
graduadas são utilizadas para escoar
volumes variáveis de líquidos; ambas
devem ser usadas somente para
soluções e líquidos límpidos e
altamente fluidos (pouco viscosos).
( ) Termômetro ( ) muito usado em destilações, para
colocação do líquido a ser destilado ou
para a coleta deste após a condensação
do vapor; pode apresentar boca
esmerilhada de diâmetro padronizado;

(28) também na forma de balão de


destilação, possui gargalo longo e é
rovido de saída lateral, por onde passam
gases e vapores; para ser aquecido,
deve estar em manta de aquecimento ou
em banho-maria.

48
( ) Erlenmeyer ( ) são feitas de alumínio ou ferro,
podendo ou não ser dotadas de mufas;
ligam-se ao suporte universal por meio
de parafusos e destinam-se à
sustentação de utensílios com buretas,
(29) condensadores, frascos kitassato, balões
de fundo redondo etc.
(30) ( ) Tubo de ensaio ( ) instrumento utilizado para
determinação de massas com alta
exatidão. As balanças analíticas podem
ser classificadas em duas categorias: a)
balança de braços iguais: efetua a
pesagem mediante a comparação direta.
Foi largamente utilizada até a década de
50, sendo posteriormente substituída
pela balança analítica de prato único. b)
Balança de prato único: possui um
contrapeso que balanceia as massas
conhecidas e o prato (ver figura). Um
objeto é pesado através da remoção de
massas conhecidas até que o equilíbrio
com o contrapeso seja restabelecido;
deste modo, o valor da massa
desconhecida é igual ao total das
massas removidas. Balanças semi-
analíticas são também usadas para
medidas nas quais a necessidade de
resultados confiáveis não é crítica.
( ) Cápsula ( ) equipamento utilizado para
aquecimento e incubação de líquidos a
temperaturas inferiores a 100 °C.
(31)
( ) Béquer ( ) utilizado no recolhimento de
sublimados, na pesagem de substâncias
(32)

49
sólidas, em evaporações e na secagem
de sólidos não-higroscópicos.
( ) Mufla ( ) frasco destinado a medidas precisas
de volume (quase tão precisas quantos
as realizadas em pipetas) e, por isso,
confiáveis; são recomendadas no caso
(33) de líquidos mais viscosos e suspensões;
são encontradas no comércio provetas
com volume nominal variando de cinco
mililitros a alguns litros.
( ) Pinças ( ) usada na evaporação de soluções,
na sublimação e secagem de sólidos e
na preparação de misturas; embora
(34)
semelhante ao gral no formato, possui
paredes bem mais finas e é, portanto,
frágil.
( ) Funil simples ( ) permite análises quantitativas e
qualitativas de amostras, no espectro
visível. Ele pode ser amplamente
(35) utilizado em ensaios clínicos, na
indústria farmacêutica, bioquímica,
petroquímica e nas áreas de proteção
ambiental e controle de qualidade.
( ) Condensador ( ) instrumento apropriado para
medida de temperatura; são
encontrados no comércio termômetros
de mercúrio e de álcool; os primeiros
são mais confiáveis mas, por conterem
mercúrio (metal pesado), devem ser
(36) tratados com ainda mais cuidado, pois
em caso de danos deve-se cuidar para
que não reste nenhuma gotícula de
mercúrio no ambiente.

50
( ) Garras ( ) utilizada no aquecimento de
líquidos contidos em balões de fundo
redondo.

(37)
( ) Balança analítica ( ) frasco cônico de paredes
reforçadas, munido de saída lateral; é
(38) usado em filtrações sob sucção (ou
pressão reduzida).
( ) Balão de fundo ( ) utilizado em filtrações por sucção
redondo (ou sob pressão reduzida), devendo ser

(39) acoplado a um frasco kitassato.

( ) Cadinho ( ) usado na agitação e na transferência


de líquidos; quando envolvido em uma
das extremidades por um tubo de látex
é chamado de "policial" e é empregado
na remoção quantitativa de

(40) precipitados; é frágil e deve ser tratado


como tal.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ATKINS, Peter W.; JONES, Loretta. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio.
5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012.
DIAS, S. L. P. Química Analítica: Teoria e Prática Essenciais. 1. Ed. Brasil: Bookman,2016. 392p.
KOTZ, John C. Química geral e reações químicas: volume 1. 3.ed. São Paulo: Cengage Learning,
2016.
SKOOG, D. A.; CROUCH, S. R.; HOLLER, F. J.; WEST, D. M. Fundamentos de Química Analítica.
1. ed. Brasil: Cengage CTP, 2014. 1088p.

51
AULA 05: Manipulação de Balanças – Cuidados e Técnicas de Pesagem

1. Competências
Manipular adequadamente a balança, conhecendo sua estrutura, precisão, cuidados, tara e fatores que
interferem na sua fidelidade;
Converter medidas de massa.

1.1 Correlação com as competências Profissionalizantes:


Biomedicina: Controle de Qualidade em Alimentos; Agentes Infecciosos e Respostas Imunológicas;
Farmacologia; Biologia Molecular e Biotecnologia; Citologia Clínica e Fluidos Corporais;
Bioquímica Clínica; Hematologia Clínica e Banco de Sangue; Controle de Qualidade de Laboratório;
Imunologia Clínica; Análises Toxicológicas e Criminalística; Microbiologia Clínica.
Ciências biológicas: Biotecnologia Industrial e Ambiental; Biologia Molecular e Biotecnologia;
Imunologia e Microbiologia Aplicada;
Farmácia: Química Analítica e Instrumental; Processamento e Controle de Qualidade de Alimentos;
Agentes Infecciosos e Respostas Imunológicas; Farmacognosia; Farmacotécnica; Biologia Molecular
e Biotecnologia; Tecnologia Farmacêutica, Controle de Qualidade Físico-Químico e Microbiológico;
Parasitologia e Imunologia Clínicas; Hematologia e Banco de Sangue; Cosmetologia; Análises
Toxicológicas e Toxicologia; Microbiologia Clínica; Bioquímica Clínica.

2. Introdução
Um aluno de iniciação científica chegou ao seu primeiro dia de trabalho, o laboratório foi apresentado
e o projeto em que ele trabalharia também. O projeto envolvia o estudo do efeito de um suplemento
X no ganho de peso de camundongos e a primeira tarefa do aluno seria pesar a dose de suplemento
que seria dada a cada camundongo. Sabendo que a dose do suplemento é de 25mg/kg e que o peso
dos camundongos é, respectivamente 20g, 22g, 19g, 21g e 18g; como o aluno deveria proceder na
pesagem do suplemento?

Referencial teórico
A balança:
A balança é um dos instrumentos mais importantes do laboratório, é também um instrumento delicado
e de preço elevado. A balança mede a massa (a quantidade de matéria do qual um objeto é composto)
de um objeto e quase toda a análise química envolve previamente um processo de pesagem. O peso,
por sua vez, é a força com que a massa é atraída para o centro de gravidade, e por isso é variável. Para

52
seu funcionamento adequado, a balança deve ser calibrada com frequência e o processo de calibração
é feito com pesos padrão.
A diferença entre as balanças está na precisão e na capacidade. A precisão indica o quanto as medidas
repetidas estão próximas umas das outras (Figura 1). A capacidade máxima também deve ser
observada, pois por ser um aparelho de precisão delicado, o uso de cargas excessivas pode gerar
estragos na balança. Normalmente a capacidade máxima da balança está impressa nela.

Figura 1 – Ilustração do significado de precisão e exatidão

Em laboratórios costuma-se utilizar as balanças semi-analíticas e as balanças analíticas. A balança


semi-analítica alcança até 0,001 de precisão, enquanto a balança analítica chega a alcançar até 0,0001.
Além da precisão, a exatidão é um parâmetro importante nesse tipo de medida. A exatidão indica o
quão próximo o valor medido está do valor real. Assim, a escolha da balança deve levar em
consideração a precisão requerida, a massa a ser pesada e a capacidade máxima da balança.
Além disso, todo procedimento analítico está sujeito a erros instrumentais, causados pela falta de
calibração por exemplo, e erros aleatórios, produzidos por fatores sobre os quais o analista não tem
controle. Dessa forma, a manipulação da balança deve ser feita de forma cuidadosa, de forma a
minimizar os erros de aferição, obtendo resultados confiáveis. Para isso, alguns cuidados gerais
sempre devem ser tomados:
 Conhecer as características do material a ser pesado;
 Consultar o Procedimento Operacional Padrão (POP) para conhecer o modo de
funcionamento da balança;
 Verificar se a balança está nivelada e caso ela não esteja, nivelar a balança;
 Retirar sujidades do prato da balança com pincel apropriado;
 Zerar a balança;
 Não pesar substâncias corrosivas, voláteis ou higroscópicas em frascos abertos;
 Centrar o peso no prato da melhor forma possível;

53
 Nunca tocar com as mãos os objetos a serem pesados. Estes devem ser manipulados com
pinça, espátula ou com um pedaço de papel limpo;
 Utilizar recipientes adequados, limpos e secos para a pesagem (pesafiltro, vidro de relógio,
cadinho, papel manteiga), nunca colocar o material a ser pesado diretamente no prato;
 O material a ser pesado deve estar em temperatura ambiente para evitar interferências na
medida;
 Caso a balança seja composta por uma câmara de pesagem, mantê-la fechada durante a leitura;
 Não pesar materiais com peso próximo da capacidade máxima da balança;
 Nunca deixar pesos na balança após a pesagem;
 Zerar a balança sempre que terminar essa operação;
 Conservar a balança limpa: após cada pesagem, garantir que não ficou nenhuma sujidade no
prato;
 Evitar ao máximo mover a balança;
 Evitar aglomeração de observadores durante a determinação de uma massa.
Instruções gerais para o uso de uma balança:
1. Nivelar a balança;
2. Calibrar a balança;
3. Colocar o recipiente no qual o material será pesado, tarar a balança ou anotar o peso do
recipiente;
4. Colocar o objeto a ser pesado;
5. Fazer a leitura e anotar.

Transformação de unidades:
Cada unidade de massa é 10 vezes maior que a unidade imediatamente anterior (Figura 2).

Figura 2 – Conversão de unidades de massa

Cloreto de sódio:
O cloreto de sódio é um composto iônico resultante de interações entre cátions Na+ e ânions Cl-. É
popularmente conhecido como sal comum ou sal de cozinha e sua fórmula química é NaCl.

54
3. Material e Métodos
3.1 Materiais de Consumo (Reagentes)
 Cloreto de sódio (NaCl).
3.2 Materiais Permanentes (Vidrarias/equipamentos)
 2 balanças semi-analíticas com precisão diferente;
 Vidro de relógio (1 por grupo);
 Espátula (1 por grupo).

3.3 Procedimentos
Medidas de volume e de massa:

A) Água
A1) Verifique se a balança está nivelada e, em seguida, ligue-a. Aguarde cerca de 30 segundos e
então zere a balança, tendo o cuidado de antes verificar se há algum resíduo no prato2.
A2) Coloque um béquer de 50 mL na balança e anote sua massa. Em seguida, tare a mesma.
A3) Coloque cerca de 40 mL de água destilada em outro béquer de 50 mL. Encaixe uma pêra ou
um pipetador em uma pipeta volumétrica de 25,00 mL (ver instruções).
A4) Meça 25,00 mL de água destilada na pipeta (atenção com o menisco, consulte as instruções)
e transfira-a para o béquer previamente tarado. Atenção! Para evitar molhar a balança, retire o
béquer desta antes de colocar a água. Em hipótese alguma zere a balança, para não perder a tara
previamente feita.
A5) Anote o valor da massa de água.
A6) Descarte a água do béquer e seque-o cuidadosamente com uma folha de papel toalha.
A7) Repita as etapas de A2 até A6 por mais duas vezes.
A8) Repita as etapas de A2 até A7, usando agora uma proveta de 25,0 mL no lugar da pipeta.

Anotações:
Massas do béquer: __________ / __________ / __________
Massas de água (pipeta volumétrica): __________ / __________ / __________
Massas do béquer: __________ / __________ / __________
Massas de água (proveta): __________ / __________ / __________

2
Zerar ou tarar a balança: ajustar a escala, deixando a mesma indicando zero gramas.

55
B) Cloreto de Sódio
B1) Pesar o vidro de relógio nas duas balanças e anotar a leitura;
B2) Pesar exatamente 2g de NaCl na balança de menor precisão e anotar a leitura;
B3) Pesar o vidro de relógio + 2g de NaCl na balança de maior precisão e anotar leitura;
B4) Calcular a massa de NaCl de acordo com a leitura da balança de maior precisão e comparar
com os 2g obtidos na balança de menor precisão.

Anotações:
Massas do vidro relógio (balança de menor precisão): __________ / __________ / __________
Massas do vidro relógio (balança de maior precisão): __________ / __________ / __________
Massas de NaCl (balança de menor precisão): __________ / __________ / __________
Massas de NaCl (balança de maior precisão): __________ / __________ / __________

4. Resolução do Problema Levantado


O aluno deveria calcular a dose que deveria ser administrada a cada camundongo utilizando a seguinte
regra de três:
25 mg  1000 g (dose por 1kg)
x  20 g (peso do camundongo)
Assim, sabe-se que o as doses seriam respectivamente 0,5mg; 0,55mg; 0,475mg; 0,525; e 0,45mg.
Por isso, a balança adequada para garantir precisão das doses seria uma balança com precisão de pelo
menos 0,0001mg.

5. Listas de Exercícios
1) Complete as tabelas abaixo:
Composto µg mg g kg
A 15
B 0,30
C 0,72
D 5,7

Composto µL ml L
E 3,1
F 52
G 0,05

56
Solução
(Composto de mol/L mg/mL g/mL %m/v
MM= 16g/mol)
1 50
2 2,5
3 0,02
4 10

2) Uma professora está organizando um novo laboratório de aulas práticas e pediu seu aluno de
iniciação científica que fizesse uma lista dos equipamentos necessários. Sabendo-se que nesse
laboratório são testados medicamentos com doses variando de 1 a 100 mg/kg em coelhos (peso
entre 1 e 3 kg) e que esses coelhos têm ingestão de cenoura controlada (50 g por dia), balanças
com que precisão são essências para o laboratório?
3) A prescrição médica é de 125 mg do antibiótico X. Sabendo que o frasco do antibiótico X contém
50 mg/mL, quantos mL devem ser administrados?
4) Sabe-se que para o teste de tolerância à glicose em crianças administra-se 1,75 g/Kg de peso de
glicose (MM=180,16 g/mol). Calcule a dose de glicose em (mol, mg e g) a ser administradas em
4 crianças, com os pesos de respectivamente: 5 kg, 13 kg, 25 kg e 40 kg.
5) Esquematize o procedimento de pesagem de uma amostra de 15,2 g; detalhando as vidrarias a
serem utilizadas e a precisão necessária da balança.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ATKINS, Peter W.; JONES, Loretta. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio.
5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012.
DIAS, S. L. P. Química Analítica: Teoria e Prática Essenciais. 1. Ed. Brasil: Bookman,2016. 392p.
KOTZ, John C. Química geral e reações químicas: volume 1. 3.ed. São Paulo: Cengage Learning,
2016.
SKOOG, D. A.; CROUCH, S. R.; HOLLER, F. J.; WEST, D. M. Fundamentos de Química Analítica.
1. ed. Brasil: Cengage CTP, 2014. 1088p.

57
AULA 06: Aquecimento em laboratório.

1. Competências
Identificar e manusear fontes de aquecimento presentes nos laboratórios.

1.1 Correlação com as competências Profissionalizantes


Biomedicina: Métodos de Aprendizagem, Pesquisa e Análise; Métodos de Análise, Investigação
e Síntese; Parasitologia Clínica; Agentes Infecciosos e Respostas Imunológicas; Análise
Ambiental; Controle de Qualidade em Alimentos; Farmacologia; Biologia Molecular e
Biotecnologia; Vigilância Sanitária; Citologia Clínica e Fluidos Corporais; Bioquímica Clínica;
Hematologia Clínica e Banco de Sangue; Controle de Qualidade de Laboratório; Circulação
Extracorpórea; Imunologia Clínica; Análises Toxicológicas e Criminalística; Microbiologia
Clínica; Interpretação de Exames Laboratoriais
Ciências Biológicas: Métodos de Aprendizagem, Pesquisa e Análise; Métodos de Análise,
Investigação e Síntese; Agentes Infecciosos e Respostas Imunológicas; Análise Histológicas e
Citogenéticas; Biotecnologia Industrial e Ambiental; Saúde Ambiental; Imunologia e
Microbiologia Aplicada
Farmácia: Métodos de Aprendizagem, Pesquisa e Análise; Métodos de Análise, Investigação e
Síntese; Química Analítica e Instrumental; Processamento e Controle de Qualidade de Alimentos;
Práticas Integrativas do SUS; Farmacognosia; Farmacotécnica; Tecnologia Farmacêutica;
Controle de Qualidade Fisicoquímico e Microbiológico; Parasitologia e Imunologia Clínicas;
Hematologia e Banco de Sangue Cosmetologia; Análises Toxicológicas e Toxicologia;
Bioquímica Clínica; Tópicos em Ciências Farmacêuticas

2. Introdução
Você foi contratado como técnico no Laboratório de Microbiologia de um Centro Universitário. Você
teve 15 dias para treinamento e na primeira semana de aula já deve preparar os meios de cultura para
serem utilizados nos experimentos. Você preparou meios líquidos e sólidos, porém alguns tubos
contendo meio sólido ainda permaneceram líquidos. O que ocorreu? Como solucionar esse problema?

Referencial teórico
Antes de aquecer qualquer substância, é necessário conhecer a sua natureza. Água e éter, por exemplo,
são líquidos com propriedades totalmente diferentes e, por isso mesmo, devem ser aquecidos de modo
diferente.
Chapa Aquecedora:

58
A Chapa Aquecedora é um equipamento que possui uma plataforma aquecida confeccionada em aço,
tendo como função aquecer amostras de forma uniforme com temperatura constante, podendo ser
controlada de forma analógica ou digital.
Autoclave:
O Autoclave é um aparelho utilizado para esterilizar artigos através do calor úmido sob pressão.
Existem vários modelos de autoclaves. Normalmente nos laboratórios de pesquisa são empregados
os modelos verticais em um ciclo de 121°C por 15 a 20 minutos.
Bico de Bunsen:
O bico de Bunsen é um dispositivo usado para efetuar aquecimento de soluções em laboratório. Em
biologia, especialmente em microbiologia e biologia molecular, é usado para manutenção de
condições estéreis aquando da manipulação de microrganismos, DNA, etc.

Reações químicas:
As reações químicas são transformações que envolvem quebra e formação de ligações resultando na
formações de nova(s) substância(s). Nessas transformações pode haver consumo ou liberação de
calor, evidenciado por variação na temperatura. De acordo com a variação da energia do sistema, as
reações podem ser classificadas em:
 Exotérmica: reação em que há liberação de energia;
 Endotérmica: reação em que há consumo de energia.

3. Material e Métodos
3.1 Materiais de Consumo (Reagentes)
Ágar Nutriente
Água destilada
Etanol
Cloreto de sódio (NaCl)
Nitrato de amônio (NH4NO3)

3.2 Materiais Permanentes (Vidrarias/equipamentos)


Material necessário por grupo (6 grupos):
6 Placas de Petri de vidro
2 Tubos de ensaio com tampa de rosca
Papel pardo
Fita de autoclave
1 Erlenmeyer

59
1 rolha de algodão
Barbante
Fita de pH
Bico de Bunsen
Chapa aquecedora
Agitador magnético
Espátula
Balança de precisão
3 béqueres de 150 mL
Termômetro
Bastão de vidro
Vidro de relógio
Espátula

3.3 Procedimentos
Preparo de meio de cultura:
 Pesar os componentes do meio e hidratá-lo com água destilada (usualmente coloca-se apenas
uma parte do volume de água, mede-se e acerta-se o pH, se necessário, e então se completa o
volume final).
 Dissolver por completo utilizando chapa aquecedora.
 Distribuir 3 mL do meio de cultura dissolvido em 2 tubos de ensaio.
 Distribuir, na presença do Bico de Bunsen, o meio de cultura pronto em placas, previamente
esterilizadas.

Variação da temperatura em reações químicas:


 Adicionar 50 mL de água em um béquer e medir a temperatura;
 Acrescentar 50 mL de etanol nesse béquer, homogeneizar e medir novamente a temperatura;
 Avaliar a variação da temperatura e classificar a reação em endotérmica ou exotérmica;
 Em outro béquer, acrescentar 100 mL de água destilada e medir a temperatura;
 Pesar 20 g de NaCl e acrescentar no béquer;
 Misturar com o bastão e vidro e media a temperatura novamente;
 Avaliar a variação da temperatura e classificar a reação em endotérmica ou exotérmica;

 Em um terceiro béquer, acrescentar 100 mL de água destilada e medir a temperatura;

60
 Pesar 20 g de NH4NO3 e acrescentar no béquer;
 Misturar com o bastão e vidro e media a temperatura novamente;
 Avaliar a variação da temperatura e classificar a reação em endotérmica ou exotérmica.

4. Resolução do Problema Levantado


Os meios de cultura devem ser preparados seguindo as recomendações do fabricante. Meios líquidos
devem ser dissolvidos em água destilada e os meios sólidos devem ser dissolvidos em água destilado
com auxílio de aquecimento. Esses meios devem ser dissolvidos por completo em chapa aquecedora
antes de serem distribuídos nos tubos de ensaio e serem autoclavados. Se o ágar, que solidifica os
meios, não estiver dissolvido por completo não será distribuído igualmente nos tubos de ensaio e
mesmo após a autoclavação alguns tubos poderão permanecer líquidos pela ausência de quantidade
ideal de ágar.

5. Listas de Exercício
Em relação a procedimentos de aquecimento nos laboratórios responda as questões a seguir.
1) Como proceder quando a chama do bico de Bunsen está amarela?
2) Todas as vidrarias podem ser postas para secar na estufa de secagem?
3) A autoclavação é um método apropriado para esterilizar óleos?
4) Como funciona uma autoclave?
5) Qual é a utilidade do banho-maria no laboratório?

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ATKINS, Peter W.; JONES, Loretta. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio.
5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012.
DIAS, S. L. P. Química Analítica: Teoria e Prática Essenciais. 1. Ed. Brasil: Bookman,2016. 392p.
KOTZ, John C. Química geral e reações químicas: volume 1. 3.ed. São Paulo: Cengage Learning,
2016.
SKOOG, D. A.; CROUCH, S. R.; HOLLER, F. J.; WEST, D. M. Fundamentos de Química Analítica.
1. ed. Brasil: Cengage CTP, 2014. 1088p.
TORTORA, G.I.; FUNKE, B.R.; CASE, C.L. Microbiologia. 10 ed. Porto Alegre: ArtMed, 2012.
894p.

61
AULA 07: Técnicas de pipetagem.

1. Competências
Reconhecer e manusear pipetas presentes nos laboratórios.

1.1 Correlação com as competências Profissionalizantes


Biomedicina: Métodos de análise, investigação e síntese; Parasitologia clínica; Agentes
infecciosos e respostas imunológicas; Análise ambiental; Controle de qualidade de alimentos;
Farmacologia; Biologia molecular e biotecnologia; Vigilância sanitária; Bioquímica clínica;
Hematologia clínica e banco de sangue; Controle de qualidade de laboratório; Imunologia clínica;
Análise toxicológica e criminalística; Microbiologia clínica
Ciências Biológicas: Métodos de análise, investigação e síntese; Agentes infecciosos e resposta
imunológica; Análises histológicas e citogenéticas; Biologia molecular e biotecnologia;
Imunologia e microbiologia aplicada
Farmácia: Métodos de análise, investigação e síntese; Química Analítica e instrumental; Agentes
infecciosos e resposta imunológica; Processamento, controle e qualidade de alimentos;
Farmacognosia; Biologia molecular e biotecnologia; Farmacotécnica; Controle de qualidade
físico-quimico e biológico; Parasitologia e Imunologia clínica; Hematologia e banco de sangue;
Cosmetologia; Análises tóxicas e toxicologia; Microbiologia clínica; Bioquímica clínica

2. Introdução
Você passou na seleção para uma bolsa de iniciação científica em um Centro de Pesquisa e no seu
primeiro dia já participou da extração de DNA bacteriano de várias amostras e da quantificação dos
DNAs em gel de agarose. No 2º dia você está acompanhando a digestão por enzimas de restrição
desses DNAs e na hora da corrida do gel, para visualizar os produtos da digestão, seu tutor encarrega
você de aplicar os produtos no gel. Como você deve proceder para evitar problemas na pipetagem?

Referencial teórico:
A manipulação de equipamentos de medida deve ser extremamente cuidadosa, de forma a minimizar
os erros de aferição, obtendo dados os mais confiáveis possíveis, e a preservar a integridade dos
instrumentos utilizados. É necessário distinguir e usar convenientemente cada equipamento
volumétrico de modo a reduzir ao mínimo o erro nas análises. A técnica de pipetagem, como a própria
expressão sugere, é realizada com o auxílio de pipetas, que são instrumentos específicos para medição
e transferência de líquidos. Existem diferentes modelos de pipeta, como a pipeta graduada,
volumétrica, automática, micropipetas (ideal para níveis baixos de líquidos) e pipetas eletrônicas.

62
Pipetas manuais:
São o tipo mais comum de pipeta, e estão disponíveis em maior quantidade de modelos.
 Pipeta de Pasteur: a mais comum, possui apenas abertura inferior e conta com um balão que
expulsa o ar quando pressionado. São mais baratas, fabricadas em plástico e descartáveis.
 Pipeta volumétrica: são perfeitas para medição e transferência de líquidos. Não podem ser
aquecidas em hipótese alguma, pois isto alteraria a precisão.
 Pipeta graduada: apresenta diversas graduações em sua extensão, o que permite a sucção de
distintos níveis de líquidos. A pipeta graduada pode ser graduada de escoamento parcial (com
duas marcas de calibração e duas linhas coloridas no topo) ou pipeta graduada de escoamento
total (graduada até a ponta inferior e com uma linha colorida no topo).
Pipetas Eletrônicas:
Possibilitam uma medição muito mais precisa do que os modelos manuais, estão mais presentes em
laboratórios que realizam exames médicos ou pesquisas. As pontas são normalmente descartáveis, o
que evita contaminação.
 Micropipeta digital tipo monocanal: eficaz para dispensa tanto de volume fixo, como também
de volume variável.
 Micropipeta digital tipo multicanal: permite somente dispensa de volume variável.
 Micropipeta eletrônica padrão e multicanal: no primeiro caso (padrão) é uma micropipeta
eletrônica do tipo dispensa de volume fixo ou variável. Já o modelo multicanal é somente para
volume variável.

63
Recomendações para pipetar:
• O ato de pipetar deve ser executado com a pipeta em posição vertical;
• A pipeta manual deve ser segurada entre o polegar e os três últimos dedos da mão, a pipeta
automática deve ser segurada com os quatro dedos e o polegar no topo;
• Enxugue as pontas apenas se houver líquido no exterior das pontas;
• Cuide de não tocar no orifício da ponta da pipeta ou ponteira;
• Não mantenha a pipeta na mão se não estiver a pipetar;
• O líquido residual de uma pipeta volumétrica ou de alguns tipos de pipeta graduada nunca é
soprado;
• Ao pipetar soluções cujo frasco contém depósito de soluto, introduzir a pipeta ou ponteira no
sobrenadante;
• Nunca introduzir pipetas ou ponteiras sujas nos frascos que contenham soluções ou reativos
químicos puros;
• Deve-se sempre usar pipetas ou ponteiras secas para não diluir o líquido.

3. Material e Métodos
3.1 Materiais de Consumo (Reagentes)
Solução de corante

64
Água destilada

3.2 Materiais Permanentes (Vidrarias/equipamentos)


Material necessário por grupo (6 grupos):
10 tubos de ensaios
Rack para tubos de ensaio
10 Microtubos Eppendorf 1,5 mL
Rack para microtubos
Pipeta Pasteur de plástico
Pipetas volumétricas de 5 mL
Béquer 250 mL
Micropipetas
Ponteiras Tipo Gilson amarelas e azuis
Pêras
5 Tubos de ensaio

3.3 Procedimentos
Transferir o corante para um béquer e preparar as diluições com base na figura abaixo:

 Preparar diluições seriadas com auxílio de pipetas manuais:

Uso da pipeta manual:


- Retirar todo o ar presente no interior da pêra, encaixar o furo de sua extremidade inferior na abertura
da extremidade superior da pipeta;
- Colocar a pipeta no líquido (bem abaixo de sua superfície) e aspirar cuidadosamente até que a coluna
do líquido esteja um pouco acima da marca de aferição;

65
- Retirar a pipeta da solução, retirar a pêra e imediatamente fechar a abertura da pipeta a qual a
pêra estava encaixada com o dedo indicador;
- Deixando entrar um pouco de ar vagarosamente pela extremidade superior (controlar com o dedo
indicador), permitir que se escorra a coluna de líquido até a coluna atingir a marca de aferição,
mantendo a pipeta em posição vertical e a marca ao nível dos olhos (evitar erro de paralaxe: erro
que ocorre pela observação errada na escala de graduação causada por um desvio óptico causado
pelo ângulo de visão do observador);
- Remover então o líquido aderente a parede externe da pipeta com um papel absorvente (papel
higiênico);
- Em seguida, colocar a ponta da pipeta junto à parede interna do recipiente receptor, deixando
escoar lentamente o conteúdo da pipeta até o nível desejado (observar o menisco formado junto às
paredes da pipeta, a medida correta é efetuada pela parte de baixo do menisco);
- No escoamento completo é importante remover a última gota encostando a pipeta na parede do
tubo (a pipeta em posição vertical, o béquer em posição inclinada);
- Finalizadas todas essas etapas lavar as vidrarias e depois ambientá-las com água destilada.

Diluição seriada (1:2):


1. Numerar os tubos de ensaio de 1 a 10;
2. No tubo de ensaio número 1, colocar 10 mL da solução colorida;
3. Nos tubos de 2 a 10, colocar 5 mL de água destilada;
4. Transferir 5 mL do tubo 1 para o 2 e homogeneizar;
5. Transferir 5 mL do tubo 2 para o 3 e homogeneizar;
6. Repetir a série até o último tubo;
7. Retirar 5 mL de solução do último tubo e descartar.
8. Observar a mudança na coloração de acordo com a concentração da respectiva solução.

 Preparar diluições seriadas com auxílio de pipetas automáticas:

Uso da pipeta automática:


- Regular a pipeta automática com o volume a ser pipetado;
- Colocar a ponteira da pipeta no líquido (bem abaixo de sua superfície) e aspirar cuidadosamente
usando o primeiro estágio da pipeta. Desprezar o conteúdo da ponteira cuidadosamente usando o
segundo estágio da pipeta. Proceder assim em todas as pipetagens.

Diluição seriada (1:2):

66
1. Numerar os microtubos de 1 a 10;
2. No microtubo 1 colocar 1000 µL da solução colorida;
3. Nos microtubos de 2 a 10, colocar 500 µL de água destilada;
4. Transferir 500 µL do microtubo 1 para o microtubo 2 e homogeneizar;
5. Repetir a série até o último microtubo;
6. Retirar 500 µL de solução do último microtubo e descartar;
7. Observar a mudança na coloração de acordo com a concentração da respectiva solução.

4. Resolução do Problema Levantado


Para aplicar as amostras no gel de corrida deve-se aspirar, lentamente, o volume determinado
utilizando-se o 1º estágio da micropipeta automática. Deve ser observado o posicionamento na
vertical da micropipeta. Com a ponteira dentro da canaleta do gel deve-se desprezar o conteúdo,
lentamente, sem apertar o 2º estágio da micropipeta. A seguir descarta-se a ponteira, em local
adequado, e utiliza-se outra ponteira para aplicar nova amostra.

5. Listas de Exercício
1) As pipetas são instrumentos ou equipamentos utilizados para medir ou transferir líquidos.
Existem diferentes tipos de pipetas utilizadas em laboratório. Em relação a esses instrumentos,
é correto afirmar que
a. as pipetas volumétricas são utilizadas com uma ponteira plástica na extremidade;
b. as pipetas graduadas de vidro ou plástico apresentam maior precisão se comparadas
com as manuais de volume fixo ou ajustável;
c. as pipetas de Pasteur somente são utilizadas quando se quer aferir um volume preciso;
d. as pipetas graduadas somente devem ser utilizadas com equipamentos auxiliares de
pipetagem, como por exemplo, o pipetador ou a pera.

2) Em relação às pipetas graduadas e volumétricas, é correto afirmar que


a. a pipeta graduada não deve ser utilizada para medir volumes de líquidos transparentes;
b. a pipeta volumétrica só deve ser utilizada para medir volumes fixos de líquidos
coloridos;
c. a pipeta graduada é utilizada para medir volumes fixos de líquidos que não sejam
voláteis;
d. a pipeta graduada é utilizada para medidas precisas de volumes variáveis de líquidos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

67
ATKINS, Peter W.; JONES, Loretta. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio.
5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012.
DIAS, S. L. P. Química Analítica: Teoria e Prática Essenciais. 1. Ed. Brasil: Bookman,2016. 392p.
KOTZ, John C. Química geral e reações químicas: volume 1. 3.ed. São Paulo: Cengage Learning,
2016.
SKOOG, D. A.; CROUCH, S. R.; HOLLER, F. J.; WEST, D. M. Fundamentos de Química Analítica.
1. ed. Brasil: Cengage CTP, 2014. 1088p.

68
TERCEIRA UNIDADE DE ENSINO
PREPARO DE SOLUÇÕES

Disciplina: Fundamentos de laboratório


Unidade de ensino Preparo de soluções
Objetivos de aprendizagem Preparar soluções diversas, bem como diluições, e avaliar
suas características ácido/base.
Estratégias de ensino  Conferências (embasamento teórico, aulas
expositivas);
 Aula prática;
 Resolução de problemas;
 Exercícios.
Cenário Preparo de soluções;
Preparo de diluições;
Medição de pH.
Infraestrutura necessária Laboratórios de práticas.
Avaliação de aprendizagem Planejamento e execução de um experimento com indicador
de pH (LPI)

69
AULA 08: Preparo de soluções diversas

1. Competências
Preparar adequadamente soluções diversas, utilizando os procedimentos analíticos necessários;
Realizar cálculos de concentração.

1.1 Correlação com as competências Profissionalizantes:


 Biomedicina: Controle de Qualidade em Alimentos; Agentes Infecciosos e Respostas
Imunológicas; Farmacologia; Biologia Molecular e Biotecnologia; Citologia Clínica e Fluidos
Corporais; Bioquímica Clínica; Hematologia Clínica e Banco de Sangue; Controle de Qualidade
de Laboratório; Imunologia Clínica; Análises Toxicológicas e Criminalística; Microbiologia
Clínica.
 Ciências biológicas: Biotecnologia Industrial e Ambiental; Biologia Molecular e Biotecnologia;
Imunologia e Microbiologia Aplicada;
 Farmácia: Química Analítica e Instrumental; Processamento e Controle de Qualidade de
Alimentos; Agentes Infecciosos e Respostas Imunológicas; Farmacognosia; Farmacotécnica;
Biologia Molecular e Biotecnologia; Tecnologia Farmacêutica, Controle de Qualidade Físico-
Químico e Microbiológico; Parasitologia e Imunologia Clínicas; Hematologia e Banco de
Sangue; Cosmetologia; Análises Toxicológicas e Toxicologia; Microbiologia Clínica;
Bioquímica Clínica.

2. Introdução
Anos após o desenvolvimento do sildenafila para a disfunção erétil, descobriu um uso off-label do
sildenafila para neonatos com hipertensão pulmonar. O sildenafila, no entanto, está disponível na
forma de comprimidos de 50 e 100mg, forma farmacêutica que o neonato não é capaz de utilizar.
Nesse contexto, o que poderia ser feito para viabilizar o uso do sildenafila nessa população?

Referencial teórico
Soluções:
As soluções são definidas como misturas homogêneas de uma ou mais substâncias e são encontradas
no estado sólido, líquido e gasoso (Tabela 1).
Tabela 1 – Tipos de soluções segundo o estado físico do soluto e solvente
Solvente Soluto Solução Exemplo
Gás Gás Gasosa Atmosfera

70
Líquido Gás Líquida Água-amônia
Líquido Líquido Líquida Água-etanol
Líquido Sólido Líquida Água-sal
Sólido Gás Sólida Paládio-hidrogênio
Sólido Líquido Sólida Zinco-mercúrio (amálgama)
Sólido Sólido Sólida Zinco-cobre (latão)

O solvente é, geralmente, o componente em maior quantidade e o soluto o componente em menor


quantidade. A mistura desses, forma um sistema unifásico e as partículas do soluto não se separam
com o uso de ultracentrífugas, não são retidas por ultrafiltros e não são vistas através de microscópios
potentes.
Para o estudo das soluções, devem ser considerados quantidade, composição e concentração. A
quantidade pode ser medida em massa ou volume, a composição é a soma de todos os ingredientes
que compõe a solução, e a concentração é a quantidade relativa desses vários componentes. O preparo
de uma solução, frequentemente, envolve a pesagem de um sólido ou a transferência de um líquido e
sua solubilização com o solvente, formando soluções sólido-líquido e líquido-líquido,
respectivamente.
Concentração das soluções:
A concentração de uma solução expressa a relação entre a quantidade de soluto e a quantidade de
solvente ou solução. Para medir a quantidade de soluto, costuma-se usar unidade de massa, número
de mol ou volume e as formas mais utilizadas para expressar a concentração são concentração comum,
molaridade e título. A concentração também pode ser expressa por normalidade e fração molar, que
são menos frequentes.
Concentração comum (C)
A concentração comum é dada em massa por volume, geralmente grama por litro (g/L): indica a
relação entra a massa do soluto e o volume da solução.

Molaridade (M)
Molaridade é a concentração em quantidade de matéria, dada em número de moles por volume
(mol/L): indica a relação entre o número de mol do soluto e o volume da solução.

71
Título (%)
Título é a concentração em percentual (%) ou partes por 100 e pode relacionar a massa ou volume do
soluto com a massa ou volume da solução, podendo ser representada por %(m/m), %(m/v) ou %(v/v).
Exemplos:
10%(m/m)  10g de soluto em 100g de solução
10%(m/v)  10g de soluto em 100mL de solução
10% (v/v)  10mL de soluto em 100mL de solução
Fração molar (X)
Normalidade é a relação estabelecida entre o número de mol de uma determinada matéria e o número
de mol de toda a mistura em que a matéria está inserida.

Normalidade (N)
É a relação entre o equivalente-grama do soluto pelo volume da solução. A unidade é representada
pela letra N (normal).

Preparo da solução:
No preparo da solução, algumas operações podem ser resumidas nos seguintes itens:
 Fazer os cálculos da quantidade de soluto e solvente;
 Pesar ou medir o soluto;
 Dissolver o soluto em um béquer, utilizando apenas pequena quantidade do solvente;
 Transferir o soluto quantitativamente para um balão volumétrico;
 Completar o volume com solvente até a marca de aferição;
 Homogeneizar a solução;
 Padronizar a solução preparada;
 Guardar a solução em recipiente adequado e identificado.

Permanganato de potássio:
O permanganato de potássio é um composto de função química sal inorgânico, formado pelos íons
potássio (K)+ e permanganato (MnO4)−. É um forte agente oxidante que apresenta tanto em estado
sólido quanto em solução aquosa uma coloração violeta bastante intensa. É muito utilizado para secar
as feriadas na catapora.

72
3. Material e Métodos
3.1 Materiais de Consumo (Reagentes)
Água destilada
Permanganato de potássio

3.2 Materiais Permanentes (Vidrarias/equipamentos)


Balança
Béquer de 100mL (1 por grupo)
Bastão de vidro (1 por grupo)
Pisseta com água destilada (1 por grupo)
Balão volumétrico de 250mL (2 por grupo)
Espátula

3.3 Procedimentos
 Preparo de solução sólido-líquido: solução de permanganato de potássio (KMnO4)
o Calcular quantos g de KMnO4 são necessários para fazer 250mL de solução de
permanganato de potássio 0,02 M;
o Pesar a massa calculada acima em um vidro de relógio;
o Transferir a massa para um béquer de 100mL;
o Dissolver o soluto no béquer com 40mL de água destilada;
o Lavar o vidro de relógio com água destilada para o béquer;
o Transferir a mistura para um balão volumétrico de 250mL;
o Lavar o béquer e o funil, com água destilada, e transferir essa água da lavagem para o
balão;
o Completar o volume do balão com água destilada até o menisco;
o Arrolhar o balão e agitá-lo para homogeneização.

4. Resolução do Problema Levantado


Para que o sildenafila possa ser administrado ao neonato, deve-se transformar o comprimido em
solução, ou seja, o comprimido deve ser macerado e misturado com água destilada. De acordo com a
dose recomendada para o neonato, administra-se o volume adequado dessa solução.

73
5. Listas de Exercício
1) Complete a tabela abaixo:
Solução
(Composto de mol/L mg/mL g/mL %m/v
MM= 16g/mol)
1 50
2 2,5
3 0,02
4 10

2) Sabe-se que para o teste de tolerância à glicose em crianças administra-se 1,75 g/Kg de peso
de glicose (MM=180,16 g/mol). Calcule a dose de glicose a concentração da solução
administrada, sabendo que a glicose será dissolvida em 20 mL de água. Peso das crianças: 10
kg, 17 kg, 23 kg e 38 kg.
3) Considerando uma prescrição de Tramal gotas (100 mg/mL); frasco de 10 mL; dose de 30 mg
3x ao dia; tratamento de 40 dias; 1 mL=20 gotas. Quantas gotas deverão ser administradas a
cada dose? Quantos frascos serão necessários para o tratamento completo?
4) Qual a massa em gramas de soluto em:
a. 16,0 mL de sacarose (342 g/mol) 0,350 mol/L;
b. 37,0 mL de ácido benzoico (112 g/mol) 5,75 x 10-4 mol/L;
c. 11,7 mL de KBrO3 0,0225 mol/L.
5) Qual a massa de NaNO3 deve ser adicionada a 500 g de água para preparar uma solução 0,0512
M?
6) SEJUS ES 2009: Muitas substâncias consideradas tóxicas têm aplicações terapêuticas quando
utilizadas em mínimas doses. Exemplo dessa propriedade é o flúor. Embora considerado
muito venenoso, é um bom fármaco contra as cáries. Para Paracelsus (1493-1541) “a dose
certa diferencia o veneno do remédio”. De acordo com o Ministério da Saúde, o limite máximo
de flúor na água para consumo humano é de 1,5 mg/L (colher se sopa = 15mL; colher de chá
= 5 mL). Com base no texto e nas informações acima, julgue os itens seguintes:
a. Sabendo que um micrograma µg equivale a 0,000001 g, é correto afirmar que a quantidade
máxima de flúor para a preparação de um copo de água de 200 mL é de 300µg, segundo
recomendações do Ministério da Saúde;
b. Considere que uma farmácia tenha adquirido 150 L de um medicamento para atender
prescrições de 3 colheres de chá ao dia, durante 5 dias. Nesse caso, são suficientes 1.500
frascos de 75 mL cada um para a redistribuição desse medicamento;

74
c. Considere que um paciente adulto tome uma colher de sopa de um medicamento, quatro
vezes ao dia, durante cinco dias, e que uma criança necessite ingerir, em colheres de chá
durante seis dias, metade da quantidade do medicamento tomada pelo paciente adulto.
Nesse caso, ela deve tomar cinco colheres de chá ao dia.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ATKINS, Peter W.; JONES, Loretta. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio.
5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012.
DIAS, S. L. P. Química Analítica: Teoria e Prática Essenciais. 1. Ed. Brasil: Bookman,2016. 392p.
KOTZ, John C. Química geral e reações químicas: volume 1. 3.ed. São Paulo: Cengage Learning,
2016.
SKOOG, D. A.; CROUCH, S. R.; HOLLER, F. J.; WEST, D. M. Fundamentos de Química Analítica.
1. ed. Brasil: Cengage CTP, 2014. 1088p.

75
AULA 09: Diluição de soluções

1. Competências
Fazer cálculos para a diluição de soluções;
Preparar corretamente diluições simples e seriadas;
Entender os efeitos da diluição na concentração dos componentes.

1.1 Correlação com as competências Profissionalizantes:


Biomedicina: Controle de Qualidade em Alimentos; Agentes Infecciosos e Respostas Imunológicas;
Farmacologia; Biologia Molecular e Biotecnologia; Citologia Clínica e Fluidos Corporais;
Bioquímica Clínica; Hematologia Clínica e Banco de Sangue; Controle de Qualidade de Laboratório;
Imunologia Clínica; Análises Toxicológicas e Criminalística; Microbiologia Clínica.
Ciências biológicas: Biotecnologia Industrial e Ambiental; Biologia Molecular e Biotecnologia;
Imunologia e Microbiologia Aplicada;
Farmácia: Química Analítica e Instrumental; Processamento e Controle de Qualidade de Alimentos;
Agentes Infecciosos e Respostas Imunológicas; Farmacognosia; Farmacotécnica; Biologia Molecular
e Biotecnologia; Tecnologia Farmacêutica, Controle de Qualidade Físico-Químico e Microbiológico;
Parasitologia e Imunologia Clínicas; Hematologia e Banco de Sangue; Cosmetologia; Análises
Toxicológicas e Toxicologia; Microbiologia Clínica; Bioquímica Clínica.

2. Introdução
A contagem em placas é um dos métodos mais utilizados para determinar qual o número de
microrganismos viáveis em um meio líquido. Esse método foi utilizado na análise de um lote de sucos
com suspeita de contaminação. No entanto, o resultado foi uma altíssima proliferação de
microrganismos. O que poderia ser feito para possibilitar a contagem desses na placa contendo meio
de cultura?

Referencial teórico

Diluição de soluções:
Com frequência é necessário preparar soluções diluídas a partir de outras soluções. Essa prática é
muito comum nos laboratórios, pois geralmente as soluções que são comercializadas vêm numa
concentração bem alta e, de acordo com a finalidade, os cientistas preparam soluções mais diluídas a
partir da solução inicial. Também observamos exemplos assim no supermercado, em alguns tipos de
sucos e produtos de limpeza.

76
Diluir uma solução, então, é adicionar a ela mais solvente, não alterando a massa do soluto (Figura
1). O produto básico da diluição é que o número de mol do soluto é o mesmo na solução de partida
(concentrada) e na solução final (diluída), sendo que o volume varia (aumenta da solução concentrada
para a diluída).

Figura 1 – Diluição de solução

Para fazer uma diluição, é necessário combinar uma amostra líquida com uma quantidade de solvente
para chegar na concentração desejada. O fator de diluição é o número total de unidade de volume em
que seu material será dissolvido e a amostra diluída deve ser muito bem homogeneizada. Uma
diluição 1/5, por exemplo, ou 1:5 (lê-se 1 para 5) é a combinação de 1 unidade de volume da amostra
e 4 unidades de volume do solvente.
Para calcular as diluições, utiliza-se uma fórmula simples:

Solução concentrada Solução diluída


Massa do soluto = ms Massa do soluto = ms
Concentração inicial = Ci Concentração final = Cf
Volume inicial = Vi Volume final = Vf
Ci = ms/Vi Cf = ms/Vf
ms = Ci x Vi ms = Cf x Vf

77
A diluição de soluções deve seguir a seguinte ordem:
1. Medir o volume da solução concentrada a ser diluída;
2. Transferir qualitativamente para o balão volumétrico;
3. Completar o volume com o solvente;
4. Homogeneizar a solução;
5. Guardar as soluções em recipientes adequados e identificados.

Diluição seriada (realizada na aula 7):


Uma diluição seriada é basicamente uma séria de diluições simples que amplifica o fator de diluição
e a fonte da amostra para a diluição de cada etapa vem da diluição anterior. Todas as diluições na
série têm o mesmo fator de diluição, em que a amostra da diluição anterior é usada para fazer a
diluição subsequente (Figura 2).

.
Figura 2 – Exemplo de diluição seriada

Um exemplo é uma diluição 1/10, na qual o fator de diluição é 10 e todas as diluições seguintes são
multiplicada por 10:

1/10 x 10  1/100 x 10  1/1000 x 10  ...

Uma aplicação da diluição seriada é na microbiologia, a diluição seriada é a técnica que permite a
contagem do número de microorganismos de amostras com concentrações muito elevadas. A amostra

78
deve então ser diluída seriadamente para que a concentração de microrganismos diminua, dando
origem a colônias suficientemente separadas, possibilitando assim a contagem.

3. Material e Métodos
3.1. Materiais de Consumo (Reagentes)
 Solução de NaOH 0,1mol/L
 Água destilada
 Fita para medir pH

3.2 Materiais Permanentes (Vidrarias/equipamentos)


Pipeta volumétrica (3 por grupo)
Balão volumétrico de 100mL (1 por grupo)
Béquer de 50mL (1 por grupo)

3.3 Procedimentos
Diluição simples: diluição de solução de NaOH
1) Medir com uma pipeta volumétrica, 1,00mL de solução de NaOH 0,1mol/L;
2) Transferir para balão volumétrico de 100mL;
3) Completar com água destilada até o menisco;
4) Homogeneizar a solução;
5) Medir o pH;
6) Comparar com o pH da solução concentrada.

4. Resolução do Problema Levantado


Quando a concentração de microrganismos é alta, procede-se a preparação de diluições seriadas para
que a contagem possa ser realizada.

5. Listas de Exercícios
1) O ácido clorídrico, HCl, possui largo emprego em laboratórios. Assim, no preparo de uma aula
prática, pipetaram-se 10 mL de uma solução aquosa de HCl 1,0 mol/L. Em seguida, foi adicionada
água suficiente para atingir o volume de 500 mL. Qual a molaridade da solução final?
2) Uma solução 0,05 mol/L de glicose, contida em um béquer, perde água por evaporação até restar
100 mL, passando a concentração de 0,5 mol/L. Qual o volume de água evaporada?

79
3) O cloreto de potássio (KCl) é o sal de escolha para repor estoques de potássio exauridos por
diuréticos tiazídicos ou de alça, por diarréia intensa e pelo uso de corticosteróides em
conseqüência de doenças das supra-renais ou nas doenças tubulares renais. Entretanto, a
supeerdosagem pode levar ao óbito. Esse medicamento está disponível em ampolas plásticas de
10 mL nas concentrações de 10, 15 e 20%. Se uso é via intravenosa e sua diluição é feita em soro
fisiológico ou soro glicosado (frasco de 500 ou 1000 mL). Calcule a concentração de: KCl 10%
(ampola 10 mL) diluída em soro fisiológico de 500 mL; KCl 15% (ampola 10 mL) diluída em
soro fisiológico de 1000 mL; e KCl 20% (ampola 10 mL) diluída em soro fisiológico de 500 mL.
4) O hidróxido de sódio (NaOH), também conhecido como soda cáustica, é
um hidróxido cáustico usado na indústria, principalmente como base química, na fabricação
de papel, tecidos, detergentes, alimentos e biodiesel. Trata-se de uma base forte. Apresenta
ocasionalmente uso doméstico para a desobstrução de encanamentos e sumidouros, pois
dissolve gorduras. Esse produto está disponível comercialmente em sua forma concentrada (3
mol/L), calcule as novas concentrações considerando uma diluição 1:10, 1:100 e 1:1000.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ATKINS, Peter W.; JONES, Loretta. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio.
5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012.
DIAS, S. L. P. Química Analítica: Teoria e Prática Essenciais. 1. Ed. Brasil: Bookman,2016. 392p.
KOTZ, John C. Química geral e reações químicas: volume 1. 3.ed. São Paulo: Cengage Learning,
2016.
SKOOG, D. A.; CROUCH, S. R.; HOLLER, F. J.; WEST, D. M. Fundamentos de Química Analítica.
1. ed. Brasil: Cengage CTP, 2014. 1088p.

80
AULA 10: pH e solução tampão

1. Competências
Entender o conceito de pH, interpretar os valores de pH de substância considerando a escala de pH e
medir o pH de substâncias utilizando indicadores ácido-base, fitas de pH e pHmetro;
Entender o que é uma solução tampão e como ela funciona.
1.1 Correlação com as competências Profissionalizantes:
Biomedicina: Controle de Qualidade em Alimentos; Agentes Infecciosos e Respostas Imunológicas;
Farmacologia; Biologia Molecular e Biotecnologia; Citologia Clínica e Fluidos Corporais;
Bioquímica Clínica; Hematologia Clínica e Banco de Sangue; Controle de Qualidade de Laboratório;
Imunologia Clínica; Análises Toxicológicas e Criminalística; Microbiologia Clínica.
Ciências biológicas: Biotecnologia Industrial e Ambiental; Biologia Molecular e Biotecnologia;
Imunologia e Microbiologia Aplicada;
Farmácia: Química Analítica e Instrumental; Processamento e Controle de Qualidade de Alimentos;
Agentes Infecciosos e Respostas Imunológicas; Farmacognosia; Farmacotécnica; Biologia Molecular
e Biotecnologia; Tecnologia Farmacêutica, Controle de Qualidade Físico-Químico e Microbiológico;
Parasitologia e Imunologia Clínicas; Hematologia e Banco de Sangue; Cosmetologia; Análises
Toxicológicas e Toxicologia; Microbiologia Clínica; Bioquímica Clínica.

2. Introdução
O crescimento microbiano é dependente de diversos fatores como fatores físicos (temperatura, pH,
pressão osmótica) e fatores químicos (nutrientes, água, oxigênio). Nos meios de cultura, essas
condições devem ser controladas visando favorecer o crescimento microbiano. Entretanto, sabe-se
que o pH pode variar em uma faixa ampla de acordo com os compostos presentes no meio (água,
nutrientes, metabólitos produzidos pelos microrganismos, etc). Nesse contexto, o que pode ser feito,
em um meio de cultura, visando estabilizar o pH na faixa ótima para o microrganismo em questão?
Referencial teórico
pH
pH é o potencial hidrogeniônico, uma escala logarítmica (pH = - log [H+]) que mede o grau de acidez,
neutralidade ou alcalinidade de uma solução. O pH varia de acordo com a composição da solução e
a escala de pH compreende valores de 0 a 14 (Figura 1).

81
Figuras 1 – Escala de pH
O pH pode ser estimado e medidos de várias formas:
 Indicadores ácido-base (compostos que mudam de cor de acordo com o pH);
 Fitas de pH (indicador universal que é a mistura de vários indicadores);
 pHmetro (aparelho que mede o potencial hidrogeniônico.

Solução tampão:
As soluções tampão são soluções que resistem às modificações de pH quando a elas é adicionada
certa quantidade de ácido ou base, ou ainda quando sofrem diluição. Por isso, essas soluções são
utilizadas para manter constante o pH de uma mistura e para preparar soluções de pH definido. As
soluções tampão podem funcionar em diferentes faixas de pH e sua capacidade tamponante é limitada
pelo total consumo de um dos seus componentes.
Os laboratórios usam tampões rotineiramente para controlar o pH de uma reação, manter estável os
compostos de uma solução, como peptídeos e proteínas, etc. Na indústria de alimentos, soluções
tampão como conservantes e agentes antimicrobianos.
Biologicamente, também encontramos a presença de diversos sistemas tamponados, abrangendo o
controle do pH do sangue, da saliva e até mesmo da urina. O pH do sangue é mantido entre 7,35 e
7,45 por um equilíbrio complexo que envolve tamponamento, produção e eliminação de ácidos pelo
corpo. O tamponamento do sangue é possibilitado pelos sistemas H2PO4-/HPO42- e
CO2/H2CO3/HCO3- e uma diminuição (acidose) ou aumento (alcalose) do pH sanguíneo pode ser
fatal.
O tampão é constituído de uma mistura de um ácido fraco e sua base-fraca ou uma base-fraca e seu
ácido conjugado. Alguns exemplos comuns de tampão são:
 Ácido acético e acetato de sódio;
 Ácido cítrico e citrato de sódio;

82
 Ácido fosfórico e fosfato de sódio;
 Amônia e cloreto de amônio.
Outro exemplo de tampão é uma solução concentrada de ácido forte (pH 0-2) ou base forte (pH 12-
14).

Mecanismo de funcionamento da solução tampão:


Numa solução tampão constituída do par ácido/base conjugada, temos o equilíbrio abaixo:

Se um ácido forte for adicionado a esse tampão, os íons hidrônio liberados serão consumidos pela
base conjugada do tampão. Por outro lado, se uma base forte for adicionada, os íons hidróxido
liberados serão consumidos pelo ácido fraco do tampão. Seguindo o princípio de Le Chatelier, a
perturbação no equilíbrio ácido-base será neutralizada para reestabelecimento do equilíbrio.

Essa habilidade em evitar mudanças significativas no pH é diretamente relacionada à concentração


total das espécies do tampão (ácidas e básicas), por isso, pode-se constatar que quanto maior a
concentração dessas espécies, maior a capacidade tamponante.

pH das soluções tampão:


Os sistemas tampões são escolhidos de acordo com a faixa de pH desejada utilizando a equação de
Henderson-Hasselbalch:

Essa equação é calculada a partir da constante de dissociação do ácido (pKa) ou da base (pKb) e
considera a teoria de ácidos e bases de Bronsted-Lowry, na qual um ácido (HA) é uma espécie
doadora de prótons (H+) e uma base (B) é uma espécie aceptora de prótons.

3. Materiais e métodos
3.1 Materiais de Consumo (Reagentes)
Soluções tampão
NaOH (0,5mol/L)

83
Água destilada

3.2 Materiais Permanentes (Vidrarias/equipamentos)


pHmetro
Fitas de pH
Espátula
Pêra (1 por grupo)
Proveta de 50mL (1 por grupo)
Béquer de 50mL (1 por grupo)
Béquer 100mL (2 por grupo)
Pipeta volumétrica graduada 10mL (1 por grupo)
Balão volumétrico de 100mL (1 por grupo)
Bastão de vidro (1 por grupo)
Vidro de relógio (1 por grupo)
Liquidificador
Peneira
Béquer de 500 mL
Pipeta de Pasteur (1 por grupo)
Tubos de ensaio (5 por grupo)
Estante para tubos de ensaio

3.3 Procedimentos
 Parte 1: Verificação das propriedades de um tampão
1) Colocar 50 mL da solução de água em um béquer de 100 mL;
2) Medir o pH com fita de pH;
3) Imergir o pHmetro e medir o pH;
4) Com o pHmetro imerso na solução, adicionar volumes de 1 mL de NaOH na solução e
anotar o pH;
5) Colocar 50 mL da solução tampão em um béquer de 100 mL;
6) Medir o pH com fita de pH;
7) Imergir o pHmetro e medir o pH;
8) Com o pHmetro imerso na solução, adicionar volumes de 1 mL de NaOH na solução e
anotar o pH;
9) Comparar os resultados da adição de NaOH na água e no tampão.

84
Solução Volume de NaOH (0,5 mol/L) pH medido
H2O 1mL
H2O 2mL
H2O 3mL
Tampão 1mL
Tampão 2mL
Tampão 3mL

4. Resolução do Problema Levantado


Para manter constante o pH dos meios de cultura de microrganismos são utilizadas soluções tampão,
de acordo com a faixa de pH requerida.

5. Listas de Exercícios
1) (UFMG) Considere duas soluções aquosas diluídas, I e II, ambas de pH = 5,0. A solução I é
um tampão e a solução II não.
Um béquer contém 100 mL da solução I e um segundo béquer contém 100 mL da solução II. A cada
uma dessas soluções, adicionam-se 10 mL de NaOH aquoso concentrado.
Assinale a alternativa que apresenta corretamente as variações de pH das soluções I e II após a adição
de NaOH (aq):
a) O pH de ambas irá aumentar e o pH de I será menor do que o de II.
b) O pH de ambas irá diminuir e o pH de I será maior do que o de II.
c) O pH de ambas irá aumentar e o pH de I será igual ao de II.
d) O pH de ambas irá diminuir e o pH de I será igual ao de II.

2) (UnB-DF - adaptada) Os sistemas químicos baseiam-se em algumas características: os


sistemas ácidos caracterizam-se pela liberação de íons hidrônio (H3O+) e os sistemas básicos
baseiam-se na liberação de hidroxilas (OH-). Sabendo vinagre (pH = 3), saliva (pH = 6) e clara
de ovo (pH =8), julgue as afirmativas a seguir e justifique:
a. Todos os sistemas são formados por substâncias ácidas;
b. O pOH da saliva é igual a 6;
c. O vinagre é mais ácido que a clara de ovo;
d. Acrescentando uma gota de vinagre à uma gota de saliva, o pH se tornará neutro.

85
3) (UFMG – 2009) Considere certa quantidade de água e suco de limão, misturados, contida em
um copo. Julgue as três afirmativas concernentes a esse sistema:
a. O sistema é ácido;
b. O pH do sistema é maior que 7;
c. No sistema, a concentração de íons H+ é maior que a de íons OH-.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DIAS, S. L. P. Química Analítica: Teoria e Prática Essenciais. 1. Ed. Brasil: ATKINS, Peter W.;
JONES, Loretta. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio. 5. ed. Porto Alegre:
Bookman, 2012.
DIAS, S. L. P. Química Analítica: Teoria e Prática Essenciais. 1. Ed. Brasil: Bookman,2016. 392p.
KOTZ, John C. Química geral e reações químicas: volume 1. 3.ed. São Paulo: Cengage Learning,
2016.
SKOOG, D. A.; CROUCH, S. R.; HOLLER, F. J.; WEST, D. M. Fundamentos de Química Analítica.
1. ed. Brasil: Cengage CTP, 2014. 1088p.

86
QUARTA UNIDADE DE ENSINO
Manipulação de equipamentos e técnicas de laboratório

Disciplina: Fundamentos de laboratório


Unidade de ensino Manipulação de equipamentos e técnicas de laboratório
Objetivos de aprendizagem Conhecer equipamentos como microscópio, centrífuga e
espectrofotômetro, técnicas de manuseio e cuidados
necessários, além de aprender técnicas de coleta de sangue
total venoso.
Estratégias de ensino  Conferências (embasamento teórico, aulas
expositivas);
 Aula prática;
 Resolução de problemas;
 Exercícios.
Cenário  Reconhecimento dos componentes do microscópio
óptico, manuseio do microscópio e visualização de
lâminas de cortes histológicos;
 Centrifugação de sangue total venoso, obtenção de
soro e de plasma;
 Dosagem de glicose em plasma sanguíneo.
 Coleta de sangue venoso a vácuo.
Infraestrutura necessária Laboratórios de práticas.
Avaliação de aprendizagem Apresentação criativa da aplicação dos equipamentos no
contexto da prática profissional.

87
AULA 11: Microscópio óptico: Reconhecimento dos componentes manipulação e cuidados.

1. Competências
Reconhecer as regras e cuidados para a correta utilização do microscópio óptico.

1.1 Correlação com as competências Profissionalizantes

Biomedicina: Métodos de análise, investigação e síntese; Parasitologia clínica; Agentes infecciosos


e respostas imunológicas; Análise ambiental; Controle de qualidade de alimentos; Farmacologia;
Biologia molecular e biotecnologia; Vigilância sanitária; Bioquímica clínica; Hematologia clínica e
banco de sangue; Controle de qualidade de laboratório; Imunologia clínica; Análise toxicológica e
criminalística; Microbiologia clínica.
Ciências Biológicas: Métodos de análise, investigação e síntese; Agentes infecciosos e resposta
imunológica; Análises histológicas e citogenéticas; Biologia molecular e biotecnologia; Imunologia
e microbiologia aplicada.
Farmácia: Métodos de análise, investigação e síntese; Agentes infecciosos e resposta imunológica;
Biologia molecular e biotecnologia; Parasitologia e Imunologia clínica; Hematologia e banco de
sangue; Cosmetologia; Análises tóxicas e toxicologia; Microbiologia clínica; Bioquímica clínica.

2. Introdução

Um aluno é admitido para uma iniciação científica. O projeto a ser realizado envolve a visualização
de infiltrados de células inflamatórias em tumores de mama. Os tumores foram recolhidos de
pacientes tratadas com procedimento cirúrgico para a sua remoção. No primeiro dia de trabalho o
aluno foi instruído a focalizar as lâminas já preparadas, e na objetiva de maior aumento verificar o
infiltrado celular presente em 10 campos distintos. Como o aluno deve proceder para realizar a correta
contagem dos campos e visualização das células?

Referencial teórico
O microscópio é um instrumento ótico de ampliação utilizado para observação de objetos próximos,
tão pequenos (0,1 a 10um) que não podem ser vistos nitidamente pelo olho humano desarmado
(diâmetro inferior a 0,1 mm, a uma distância de 25 cm).
Em 1674, o holandês Antonie van LEEUWENHOEK descreveu pela primeira vez os
microrganismos, observado através de lentes polidas por ele. Os microscópios são classificados em
ópticos e eletrônicos, dependendo do princípio no qual a ampliação é baseada. O microscópio

88
eletrônico emprega um feixe de elétrons para produzir uma imagem ampliada. O microscópio óptico
ou luminoso (emprega ondas luminosas) comumente usado é composto, porque apresenta dois
sistemas de lentes - ocular, que fica próximo ao olho do observador e aquele que fica próximo à
preparação a ser observada, objetiva. A microscopia óptica inclui a M. luminosa (uso do microscópio
ótico comum), M. de campo escuro, M. de fase, M. de fluorescência e Microscopia ultravioleta. Na
microscopia luminosa, o campo microscópico ou área observada aparece brilhantemente iluminado e
os objetos estudados se apresentam mais escuros.
O microscópio óptico ou luminoso compõe-se de: base, coluna, cuja extremidade superior articula-se
com um tubo metálico, conhecido por canhão, que sustenta os sistemas de lentes - oculares (embutida
num único tubo - monocular ou em dois tubos - binocular) e objetivas (a seco de 5, 10, 40, 45 X ou
de imersão 90 ou 100X), montadas num dispositivo chamado revólver). Um sistema de cremalheira
permite o deslocamento do canhão (em outros microscópios, desloca-se a mesa ou platina contendo
a preparação) para baixo e para cima pelo giro dos parafusos macrométrico (fazem deslocamentos
rápidos e de grande amplitude) e micrométrico (movimentos mínimos e lentos), permitindo a
aproximação das objetivas à preparação a ser visualizada; - condensadores e diafragma que regulam
a intensidade da iluminação; mesa ou platina, onde é colocada a lâmina com a preparação; Charriot,
parafusos que permitem movimentação da lâmina nos sentidos laterais, anterior e posterior. O sistema
de iluminação é constituído de espelho ou lâmpada e filtro.

3. Material e Métodos
3.1 Materiais de Consumo (Reagentes)
2 lâminas de corte histológico (corte de pele espessa e epidídimo).

3.2 Materiais Permanentes (Vidrarias/equipamentos)


Microscópio óptico.

3.3 Procedimentos
MICROSCÓPIO DE LUZ
 Não arraste o microscópio na bancada.
 Quando necessário movimentar o aparelho, carregue-o com as duas mãos.
 Evite deixar a luz do microscópio acesa quando não estiver utilizando.
 Antes de desligar o aparelho, apague a luz, e volte para menor objetiva de uso.
 O microscópio é um aparelho sensível, formado por um conjunto de lentes e espelho, por isso
tenha o maior cuidado ao manuseá-lo!
 Objetivas: pequena: 4X, média: 10X, grande: 40X, imersão: 100X

89
 Aumento total: 40X, 100X, 400X, 1000X
 NA DÚVIDA, PERGUNTE!!!!!!!!!!

Manuseio do microscópio de luz:


i. Acenda a lâmpada do microscópio de luz e regule a intensidade de luz.
ii. Verifique se a mesa está baixa e se a menor objetiva está em posição de uso.
iii. Coloque a lâmina no microscópio com a lamínula voltada para cima.
iv. Focalize o corte com a objetiva de menor aumento, através do parafuso macrométrico. Faça
o ajuste fino utilizando o parafuso micrométrico.
v. Em outros aumentos (médio e grande) utilize somente o parafuso micrométrico para
focalizar!!!! Não é necessário abaixar a mesa quando for mudar de aumento.
vi. Com auxílio do revólver, passe para objetiva de médio aumento e focalize com o parafuso
micrométrico.
vii. Percorra o corte (com auxílio do Charriot) procurando a área ou estrutura a ser estudada e
centralize-a no campo.
viii. Passe agora para o maior aumento (utilizando o revólver) e focalize (micrométrico) a
estrutura ou área a ser estudada.
ix. Ao terminar o estudo com a respectiva lâmina, volte para a menor objetiva, abaixe a mesa e
troque de lâmina.
x. Utilize gaze para limpar as lentes do microscópio e a lâmina a ser utilizada.

4. Resolução do Problema Levantado


O aluno deve seguir as etapas para a focalização de amostras. A luz deve ser corretamente ajustada
de acordo com a objetiva utilizada. Se os passos descritos foram seguidos corretamente a amos tra
será bem visualizada.

5. Listas de Exercício
De acordo com as observações feitas durante a aula descreva a função de cada componente do
microscópio e enumere no desenho a seguir.

1 = ocular
2 = objetivas e revólver
3 = platina
4 = charriot

90
5 = macrométrico
6 = micrométrico
7 = diafragma no condensador
8 = condensador
9 = botão do condensador
10 = dois parafusos centralizadores do condensador
11 = fonte de luz
12 = controle de iluminação
13 = diafragma de campo (alavanca no lado esquerdo do microscópio)
14 = dois parafusos de ajuste da lâmpada (esquerdo e direito)
15 = focalizadora da lâmpada (alavanca no lado direito do microscópio).

91
LÂMINA - 1- Desenhar o corte de pele espessa

Menor aumento (40X) Aumento médio (400x)

LÂMINA - 2 – Desenhar o corte de epidídimo

Menor aumento (40X) Aumento médio (400x)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ATTIAS, Márcia; BENCHIMOL, Marlene; CARVALHO, Técia Maria Ulisses de; SILVA, Narcisa
Leal Cunha e. Métodos de estudo da célula. Edição (4. ed.). Rio de Janeiro: editora, 1996. 17-19,23
p.
MURPHY, Douglas B. Fundamentals of Light Microscopy and Electronic Imaging. Nova York:
Wiley-Liss, 2001. 2, 57 p.

92
AULA 12: Centrífuga e Espectrofotômetro.
1. Competências

Reconhecer as regras e cuidados para a correta utilização da centrífuga.


Fracionamento de amostras biológicas e separação de componentes.

1.1 Correlação com as competências Profissionalizantes

Biomedicina: Métodos de análise, investigação e síntese; Parasitologia clínica; Agentes infecciosos


e respostas imunológicas; Análise ambiental; Farmacologia; Biologia molecular e biotecnologia;
Bioquímica clínica; Hematologia clínica e banco de sangue; Controle de qualidade de laboratório;
Imunologia clínica; Análise toxicológica e criminalística; Microbiologia clínica.
Ciências Biológicas: Métodos de análise, investigação e síntese; Agentes infecciosos e resposta
imunológica; Análises histológicas e citogenéticas; Biologia molecular e biotecnologia; Imunologia
e microbiologia aplicada.
Farmácia: Agentes infecciosos e resposta imunológica; Processamento, controle e qualidade de
alimentos; Farmacognosia; Biologia molecular e biotecnologia; Parasitologia e Imunologia clínica;
Hematologia e banco de sangue; Cosmetologia; Análises tóxicas e toxicologia; Microbiologia clínica;
Bioquímica clínica.

Parte 1: Centrífuga

2. Introdução
Um aluno de iniciação científica está participando de um projeto de pesquisa em Lúpus Eritematoso
Sistêmico. Para os experimentos serem realizados é necessário colher sangue dos pacientes
provenientes de um ambulatório médico/hospital Escola. O aluno necessita de sangue total para a
realização de hemograma e contagem de reticulócitos (hemácias jovens), plasma sanguíneo pobre em
plaquetas para a realização de ensaios da coagulação e soro sanguíneo para a detecção de proteínas
inflamatórias. Como o aluno deve proceder para a obtenção do plasma pobre em plaquetas?

Referencial teórico
A centrifugação é uma técnica fundamental usada em diversos ramos da Química, Biologia e
Bioquímica para a separação de amostras. Em geral, estas são introduzidas em tubos de diferentes
tamanhos, que são dispostos num motor de centrífuga. As centrífugas estão normalmente adaptadas
para a utilização de diferentes tipos e tamanhos de rotores, conforme a velocidade e aplicação

93
desejadas. Enquanto que as microcentrífugas de bancada podem centrifugar tubos entre os 0,2 e os 2
mL de volume, centrífugas de grande porte podem usar tubos de volume muito variável, tipicamente
até 1 L.

3. Material e Métodos
3.1 Materiais de Consumo (Reagentes)
Material necessário por grupo (6 grupos):
1 tubo para coleta de sangue a vácuo (anticoagulante EDTA)- 1 tubo com sangue total.
1 tubo para coleta de sangue a vácuo (sem anticoagulante)- 1 tubo com sangue total.
1 canhão para coleta de sangue a vácuo
1 caixa de agulhas para coleta de sangue a vácuo ( tampa verde)
Álcool 70%
2 Tubos de ensaio (hemólise)
Ponteiras para 10 e 1000 microlitros
Salina fisiológica ( 20 ml)
Algodão
Curativo pós-coleta

3.2 Materiais Permanentes (Vidrarias/equipamentos)


Estante para tubos de ensaio
Suporte para coleta de sangue
Caixa de pérfuro-cortantes.
Pipeta automática para 10 e 1000 microlitros

3.3 Procedimentos
Nesta prática o professor realizará a coleta de amostras- serão dois tubos de sangue -1 com EDTA e
outro SEM ANTICOAGULANTE para centrifugação e obtenção do soro sanguíneo.
Centrifugar os dois tubos de sangue a 3000 rpm por 10 minutos.
 Técnica 1: Separação do soro sanguíneo- observar a separação do soro sanguíneo, polpa de
leucócitos e hemácias.
 Técnica 2: Separar 2 tubos de hemólise e pipetar 1 ml de salina fisiológica. Adicionar 10
microlitros de sangue total (após homogeneizar o tubo de sangue com EDTA). Centrifugar os
tubos por 5 minutos á 3000 rpm- observar a formação do botão de hemácias no fundo do tubo
de hemólise.

94
4 Resolução do Problema Levantado
Após a coleta de sangue deve-se proceder a centrifugação da amostra. Devemos utilizar o tudo de
CITRATO DE SÓDIO e centrifuga-lo a 3000 rpm por 15 minutos. Assim teremos o plasma pobre
em plaquetas ( as plaquetas ficarão no fundo do tubo em conjunto com as outras células.

5 Listas de Exercício
Os processos de centrifugação auxiliam no fracionamento de amostras para a realização de análises
laboratoriais. Utilizamos a centrifugação para verificar os elementos da urina, líquor, sangue, dentre
outros: Descreva de forma completa como se obter através da centrifugação os elementos sanguíneos
descritos abaixo;
Elementos figurados (células)

Plasma

Soro

Plasma rico em plaquetas

Plasma pobre em plaquetas

Botão de hemácias

Parte 2: Espectrofotômetro

1. Introdução
Um aluno está fazendo estágio em um posto de saúde. Durante o seu terceiro dia de estágio o mesmo
é transferido para o setor de Bioquímica Clínica do laboratório regional. No transcorrer da tarde o
profissional responsável pelo laboratório recebe uma amostra de plasma sanguíneo para avaliação da
função renal em caráter de urgência. O médico informou que o paciente é hipertenso, encontra-se
extremamente edemaciado e com urina espumosa. Diante de tal situação o preceptor de estágio
questiona o aluno sobre como proceder. Como se deve fazer a análise de função renal através da
amostra enviada ao laboratório?

95
Referencial teórico
A Colorimetria e a Espectrofotometria podem ser conceituadas como um procedimento analítico
através do qual se determina a concentração de espécies químicas mediante a absorção de energia
radiante (luz).
A luz pode ser entendida como uma forma de energia, de natureza ondulatória, caracterizada pelos
diversos comprimentos de onda (, expressos em m ou nm) (Figura 1) e que apresenta a propriedade
de interagir com a matéria, sendo que parte de sua energia é absorvida por elétrons da eletrosfera dos
átomos constituintes das moléculas.

Figura 1. Espectro de absorção de luz em diversos comprimentos de onda ().

Uma solução quando iluminada por luz branca, apresenta uma cor que é resultante da absorção
relativa dos vários comprimentos de onda que a compõem, que pode ser analisados por um
espectrofotômetro (Figura 2). Esta absorção, em cada comprimento de onda, depende da natureza da
substância, de sua concentração e da espessura da mesma que é atravessada pela luz.

Figura 2. Componentes e funcionamento de um espectrofotômetro para análise da absorção de um


determinado comprimento de onda específico de uma solução.

96
A Lei de Lambert-Beer: a absorbância é proporcional à concentração da espécie química absorvente,
sendo constante o comprimento de onda, a espessura atravessada pelo feixe luminoso e demais
fatores. Verifica-se uma relação linear entre absorbância ou densidade ótica e concentração, e de uma
relação logarítmica entre transmitância e concentração.

2. Material e Métodos
2.1 Materiais de Consumo (Reagentes)
KIT-DOSAGEM DE GLICOSE
Reagente 1: Armazenar entre 2 – 8 ºC.
Padrão - 100 mg/dL: Armazenar entre 2 – 30 ºC. Após o manuseio, sugere-se armazenar bem
vedado para evitar evaporação. Contém glicose 100 mg/dL e biocida não tóxico.
O estabilizador do padrão pode precipitar-se em baixas temperaturas, fato que não interfere na
sua qualidade.

2.2 Materiais Permanentes (Vidrarias/equipamentos)


Espectrofotômetro com cubeta (leitura em 490 a 520 nm);
Tubos de hemólise e Pipetas automáticas ( 10, 100 e 1000 microlítros);
Crônometro
Centrífuga.
Banho Maria.
Pipetas automáticas para 10, 100 e 1000 microlitros.
Ponteiras para 10, 100 e 1000 microlitros.
Tubos de hemólise ( 3 por grupo- 6 grupos).
Raque para tubos ( 1 por grupo).
Béquer ( 3 por grupo)

2.3 Procedimentos
A dosagem da GLICOSE é empregada preferencialmente para avaliar condições diabéticas ou
pré-diabéticas.
Utilizar plasma sanguíneo colhido em FLUORETO –inibidor da glicólise ( 100 microlitros por
grupo).
Procedimento manual
Método Direto
1. Tomar 3 tubos de ensaio e proceder como a seguir:

97
Branco Teste Padrão
Amostra ----- 0,01 mL -----
Padrão (nº 2) ----- ----- 0,01 mL
Reagente 1 1,0 mL 1,0 mL 1,0 mL

2. Misturar vigorosamente e colocar em banho-maria a 37 ºC durante 10 minutos. O nível da água


no banho deve ser superior ao nível dos reagentes nos tubos de ensaio.
Determinar as absorbâncias do teste e padrão em 505 nm ou filtro verde (490 a 520 nm), acertando o
zero com o branco. A cor é estável por 60 minutos.

Condições de Reação
 Leitura: Comprimento de onda 505 nm
 Temperatura:
 Método: Cinético em tempo fixo
Cálculos:

Absorbância do teste
Glicose (mg/dL) = x 100
Absorbância do padrão

Devido a grande reprodutibilidade que pode ser obtida com a metodologia, o método do fator pode
ser empregado.

100
Fator de calibração =
Absorbância do padrão

Valores de referência
Plasma: (jejum de 8 horas):
70 a 99 mg/dL – Glicemia de jejum normal
100 a 125 mg/dL – Glicemia de jejum alterada
maior ou igual a 126 mg/dL – Provável Diabetes Mellitus

98
Líquor: 2/3 da glicemia quando a medição é realizada em amostras colhidas simultaneamente.

Valores críticos
Plasma:
>400 mg/dL
<40 mg/dL

3. Resolução do Problema Levantado


Deve-se utilizar o plasma do paciente para efetuar a dosagem espectrofotométrica de substâncias que
avaliam a filtração renal. Podemos realizar a dosagem de creatinina no plasma bem como na urina.
Podemos realizar também a dosagem de uréia no plasma e urina.

4. Listas de Exercício

1)Realize os cálculos de concentração dos seguintes analitos:


Glicose:
Absorbância teste- 0,5 nm
Absorbância padrão- 0,6 nm

2)Calcule o fator de calibração através de uma absorbância de 0,65 nm (padrão).

3) Realize os cálculos para dosagem de creatinina de acordo com os seguintes dados.


Método cinético de dosagem (utilizamos dois tempos – 30 e 90 segundos)
∆A do Teste ou Padrão = A90 - A30
Como a metodologia obedece a lei de Lambert- Beer, pode-se efetuar os cálculos através do Fator de
Calibração (FC).
∆P = (A90 - A30 )Padrão ∆T = (A90 - A30) Teste
CP = concentração do Padrão em mg/dL = 4,0 mg/dL
CT = concentração do Teste em mg/dL
FC = CP ÷ ∆P Ct = FC × ∆T

Se A30 Padrão = 0,090 e A90 Padrão = 0,138


Se A30 Teste = 0,124 e A90 Teste = 0,136
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

99
Motta,Valter T. Bioquímica Clínica para o Laboratório - Princípios e Interpretações - 5ª Ed. 2011.
ZAGO, Marco Antônio; FALCÃO, Roberto Passetto; PASQUINI, Ricardo. Tratado de hematologia.
São Paulo: Atheneu, 2013.

100
AULA 13: Coleta de sangue venoso.

1. Competências

Reconhecer as regras e cuidados para a coleta de sangue venoso a vácuo.

1.1 Correlação com as competências Profissionalizantes

Biomedicina: Métodos de análise, investigação e síntese; Parasitologia clínica; Agentes infecciosos


e respostas imunológicas; Análise ambiental; Farmacologia; Biologia molecular e biotecnologia;
Bioquímica clínica; Hematologia clínica e banco de sangue; Controle de qualidade de laboratório;
Imunologia clínica; Análise toxicológica e criminalística; Microbiologia clínica.
Ciências Biológicas: Métodos de análise, investigação e síntese; Agentes infecciosos e resposta
imunológica; Análises histológicas e citogenéticas; Biologia molecular e biotecnologia; Imunologia
e microbiologia aplicada.
Farmácia: Agentes infecciosos e resposta imunológica; Processamento, controle e qualidade de
alimentos; Farmacognosia; Biologia molecular e biotecnologia; Parasitologia e Imunologia clínica;
Hematologia e banco de sangue; Cosmetologia; Análises tóxicas e toxicologia; Microbiologia clínica;
Bioquímica clínica.

2. Introdução
Um aluno de iniciação científica está participando de um projeto de pesquisa em Lúpus Eritematoso
Sistêmico. Para os experimentos serem realizados é necessário colher sangue dos pacientes
provenientes de um ambulatório médico/hospital Escola. O aluno necessita de sangue total para a
realização de hemograma e contagem de reticulócitos (hemácias jovens), plasma sanguíneo pobre em
plaquetas para a realização de ensaios da coagulação e soro sanguíneo para a detecção de proteínas
inflamatórias. Como o aluno deve proceder para realizar a coleta e obtenção das 3 amostras
requeridas?

Referencial teórico
A coleta de sangue é um procedimento rotineiramente utilizado em laboratórios de análises clinicas
e pesquisas. Alguns cuidados são essenciais tanto para com o paciente como para com a amostra a
ser coletada. A coleta é realizada com agulhas e seringas estéreis e descartáveis ou por meio de tubos
com vácuo, adaptados a agulhas estéreis, com ou sem anticoagulantes. O garrote deve permanecer o

101
menor tempo possível no braço do paciente e a amostra deve ser acondicionada no tubo de ensaio de
maneira que não ocorra hemólise da amostra.

3. Material e Métodos
3.1 Materiais de Consumo (Reagentes)
Material necessário:
1 caixa de tubos para coleta de sangue a vácuo (anticoagulante –EDTA)
10 canhões para coleta de sangue a vácuo
1 caixa de agulhas para coleta de sangue a vácuo ( tampa verde)
Álcool 70%
Algodão
Curativo pós-coleta

3.2 Materiais Permanentes (Vidrarias/equipamentos)


Estante para tubos de ensaio
Suporte para coleta de sangue
Caixa de pérfuro-cortantes.

3.3 Procedimentos
Durante a realização da pratica de PUNÇÃO VENOSA - Veias da Dobra do Cotovelo (cefálica e
basílica) observa-se os seguintes procedimentos:

 Acomoda-se o paciente adequadamente na cadeira para coleta e o instrui sobre o


procedimento;
 Após a lavagem de mãos e a paramentação adequada e completa, dá-se início a prática;
 Sobre uma mesa próxima ao paciente deve-se preparar o material a ser usado;
 Identifica-se os tubos para coleta de sangue a vácuo com o nome do paciente;
 Retira-se a agulha da embalagem estéril e acoplou-se ao canhão para coleta a vácuo;
 Coloca-se um garrote ao redor do braço do voluntario, acima da dobra do cotovelo e verificou-
se o pulso para garantir que a circulação arterial não foi interrompida;
 O paciente deve abrir e fechar a mão várias vezes para aumentar a circulação venosa;
 Pela inspeção e apalpação, determina-se a veia a ser puncionada, a qual deve ser calibrosa e
firme;
 Com algodão embebido em álcool a 70% realiza-se a assepsia da pele sobre a veia
selecionada;

102
 Observa-se que após a desinfecção o local a ser puncionado não deve ser tocado e que o
paciente não deve dobrar o braço;
 Após esse procedimento o voluntário deve permanecer com a mão fechada. Em seguida deve-
se introduzir a agulha na veia do voluntario, o tubo deve ser acoplado ao canhão, deve-se
aguardar o preenchimento do tubo até o volume de 5 ml;
 Após o preenchimento do tubo, retira-se o tubo e depois a agulha e comprimi-se o local da
punção com algodão, por três minutos, para evitar a formação de hematomas no local da
punção,
 Descarta-se a agulha utilizada no recipiente próprio para descarte de materiais perfuro
cortantes.

4. Resolução do Problema Levantado


Para a obtenção das amostras requeridas devemos colher os seguintes tubos de sangue na seguinte
ordem:
1- Tubo sem anticoagulante para obtenção de soro (dosagem de proteínas inflamatórias)
2- Tubo com tampa azul- citrato de sódio para obtenção de plasma pobre em plaquetas
3- Tubo com tampa roxa-EDTA para a realização de hemograma.

5. Listas de Exercício
1) Os anticoagulantes são fundamentais para a correta obtenção de amostras sanguíneas. A cor
do tubo de sangue corresponde ao tipo de anticoagulante presente no tubo a vácuo. Determine
uma dosagem laboratorial realizada em cada um dos anticoagulantes descritos abaixo.
Informe também a função de cada anticoagulante.
Tubo de tampa roxa- EDTA
Tubo de tampa azul-CITRATO DE SÓDIO
Tubo de tampa cinza-FLUORETO
Tubo de tampa verde-HEPARINA
Tubo de tampa amarela com gel de separação-SEM ANTICOAGULANTE

2) Algumas vezes necessitamos de colher mais de um tubo de sangue de cada paciente. Nessa
ocasião realizamos a coleta em uma sequência correta de tubos de acordo com o
anticoagulante especificado. Especifique a ordem de coleta sanguínea de acordo com o
anticoagulante (supondo que tenhamos que colher uma amostra de cada dos 4 tipos de
anticoagulante e uma sem anticoagulante).

103
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ZAGO, Marco Antônio; FALCÃO, Roberto Passetto; PASQUINI, Ricardo. Tratado de hematologia.
São Paulo: Atheneu, 2013.

104

Potrebbero piacerti anche