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AS QUATRO ESTAÇÕES DO CASAMENTO

O tempo mudou e parece que vai chover, o que fazer para o casamento resistir a todas
estações?

Céu azul, nenhuma nuvem, a temperatura cada vez mais alta. Tudo indica que será um lindo
dia de sol. Isto se a meteorologia não avisasse que, no final da tarde, o tempo estaria sujeito a
mudanças. E aí sem mais nem menos, o azul intenso dá lugar ao cinza e cai uma tremenda
tempestade com direito a relâmpagos e trovões. Tudo isso tem uma explicação científica:
mudança de estação! Aos prevenidos basta apenas abrir o guarda chuva, mas aqueles que não
se preocuparam vão se molhar e sofrer as conseqüências do temporal.

Assim, também, como mudam as estações, o casamento passa por mudanças bruscas e,
muitas vezes, a falta de preparo pode significar problemas na vida do casal. Exemplo disso é a
história da professora primária Ana Salles, 20 e José Ângelo, militar reformado, 90, os dois
moradores da cidade de Embú das Artes, São Paulo e membros da Igreja Assembléia de Deus
há 50 anos. Casaram no ano de 1942, muito apaixonados. Lembram: “Estávamos vivendo o
verão do casamento, tudo era lindo, perfeito, tínhamos muitos sonhos. Até que chegou a
primavera e com ela nossos filhos. Desse momento em diante, tudo passou a girar em torno
deles. Foram nove filhos. Imagine que confusão era a nossa família! Boneca de um lado, bola
de outro. Já nem lembrávamos mais de como era a vida a dois, afinal éramos onze... O tempo
passou tão rápido! E quando menos esperávamos chegou o outono, nossos filhos, alguns
adolescentes, outros já adultos, já não dependiam de nós. Cada um seguiu seu rumo.

Com o casamento do caçula veio o inverno, acompanhado da solidão. Éramos novamente dois,
dois “coroas” apaixonados, porém com um vazio que parecia não se acostumar com a
distância dos filhos e com o silêncio que ficou dentro da casa.”

Foi nessa fase que José Ângelo conta ter tido um sonho, em que Deus lhe falava: “Veja bem, eu
abençoei sua vida, seus filhos, não deixei que nenhum deles se desviasse e hoje ainda continuo
cuidando deles, de seus descendentes e você só vive a resmungar?”. José, então, percebeu o
quanto Deus tinha feito em sua vida e o quanto ainda faria. Ele relata: “Aprendi que nada
neste mundo é nosso. Deus dá e tira. É por isso que precisamos nos preparar para em tudo dar
graças. Devemos viver com Deus e depender dele. Esta é a receita de um casamento feliz.”
Opinião semelhante tem o pastor e médico Ricardo Galgoul, especializado em Sexologia,
diretor do Centro de Educação da Família Evangélica (CEFE) e membro da Igreja Evangélica
Congregacional da Tijuca no Rio de Janeiro. Com 56, casado há 32, com Vera Lucia Galgoul,
explica: “Quando o casal convive com Deus, os filhos chegam, alegram e solidificam o lar.
Crescem e com eles, os temores e os problemas: namoram, se apaixonam, se casam e mudam
de domicílio. Acham que se tornaram adultos (coitadinhos! - risos). Mas ir embora? Ir embora
para onde? Eles viverão para sempre no coração dos seus pais e no coração do Deus deles.
Este é mais um dos fortes motivos que deve levar o casal a optar pela vida a três, sempre
incluindo o Pai. Dentro do matrimônio notamos que existem 'estações' bem distintas: o
encantamento, a realidade, as vitórias ou derrotas e o amadurecimento. Sendo esta última a
que vai coroar ou frustrar todos os acontecimentos ocorridos nas estações anteriores, isto é:
se o encantamento der lugar a uma postura sensata que envolve planejado e vontade de
vencer. É lógico que nem tudo são flores, o casal pode ter de enfrentar pobreza, doença,
fracassos, mas nem isso lhes tirará a paz. O casamento poderá ser bem-sucedido enquanto
não houver egoísmo. Os problemas farão com que os dois se juntem se houver abnegação”,
finaliza.

Tudo pode parecer mais fácil na teoria do que na prática, mas segundo David Merkh, da
Primeira Igreja Batista de Atibaia, professor do Seminário Bíblico Palavra da Vida desde 1987 e
pastor auxiliar de exposição bíblica na PIBA, casado há 21 com Carol Sue Merkh, são várias as
fases nas quais passam os casais. A superação das dificuldades vai depender do
relacionamento do casal, da comunicação que tem na intimidade, da relação com Deus e
também do amor um pelo outro. O professor dá a dica: “O segredo é cultivar a amizade dentro
do compromisso da aliança conjugal e debaixo do senhorio de Cristo. Em termos práticos,
significa manter a comunicação aberta. Aprendemos no curso Educação de filhos à maneira de
Deus, a importância do 'tempo de sofá'. São 10 minutos que ficamos juntos. Os filhos já sabem
que é 'nosso tempo'. Eles estão proibidos de nos interromper, pois sabem que estamos
'ficando em dia' um com o outro. Fazemos isso diariamente para manter uma frente unida,
uma amizade vibrante e uma paixão constante um pelo outro. A amizade conjugal deve
continuar. O erro que a revista Veja chamou de 'filhocentrismo', chamamos de 'filholatria'. O
relacionamento marido-esposa deve preceder todos os outro (Gênesis 1:27; 2:24)”.

David Merkh justifica que com esta atitude não se está menosprezando os filhos, mas
trabalhando para que pai e mãe estejam “na mesma página”. Cultivar amizade dentro da
aliança conjugal constitui para Merkh e Carol o casamento ideal.

O bispo Joaz Garcia Moreno Sanchez e a bispa Irani Resende Gonçalves Sanchez, do Ministério
Fonte de Vida de São Paulo, casados há 14 anos, acrescentam: “Sem intimidade é impossível
um casamento ser forte e feliz”. Acreditam que o respeito a determinados momentos é
fundamental na vida do casal: “Pra tudo tem um tempo. Tempo para gerar, para educar, para
disciplinar e tempo para devolver a Deus o que nos foi dado. Por enquanto”, conta a bispa
Irani: “Eu tenho a Ana Raquel de 12 anos, o Joaz de 10 e o Davi de 7. oro a Deus para que,
quando chegar a época de cada um seguir o seu próprio caminho, ele nos dê maturidade para
continuarmos juntos e colhermos os frutos dos nossos frutos. Os filhos são de Deus, não são
nossos. É muito importante que, em todas as fases do casamento, o casal tenha uma cobertura
espiritual, alguém que ore por eles e pelos filhos, pois nada se sustenta sem oração.”

No meio de tantas experiências e sugestões para se alcançar um casamento feliz existe quem
acredita que o caminho da felicidade não pode ser dado como uma receita de bolo. É a opinião
do jornalista Helber Guther Faggion, 27, e da estudante de jornalismo Renata Sturm Faggion,
23, “Achamos que cada um deve achar a sua própria receita. Conta Renata: “Lembro que na
minha adolescência eu ia a retiros de jovens com preleções sobre casamento e eram dadas
'fórmulas' como se fossem únicas. Esse modo de ver acaba frustrando muitos jovens. Cada um
deve procurar o seu lugar em Deus”.

Casados há um ano o “casal de pombinhos” admite estar aprendendo a repartir as alegrias e as


frustrações, além das demonstrações de carinho. Planejam filhos, mas por enquanto o
principal alvo é caminhar juntos e servir cada vez melhor a Deus.

Para Gilson Bifano, 44, pastor batista, diretor do Ministério OIKOS, formado em teologia pelo
Seminário Batista do Sul, pós-graduado em Terapia de Família, casado há 19 anos com a
psicóloga Elizabete Augusta de Souza Bifano, 42, ao analisar as etapas do casamento como
“estações”, destaca: “É possível notar várias mudanças climáticas: A primavera é a fase do
início do casamento, quando é vivenciado o romantismo. Já o verão, sujeito há trovoadas, é a
fase do casamento quando nascem os filhos, com a mudança brusca da rotina do casal. São
tempos de levar crianças à escola, cursos, festas de aniversário. Também podemos incluir aqui
os anos da adolescência.

No outono, os filhos começam a sair de casa para estudar, trabalhar ou se casar. A vida sexual
já começa a se modificar por causa das mudanças hormonais dos dois – pode ocorrer um
'esfriamento' sexual. Muitas mulheres já estão entrando na menopausa. O corpo já sente mais
o cansaço do trabalho e finalmente chega o inverno, fase muitas vezes solitária, pois os filhos
já tomaram o rumo de suas vidas. Nesta fase o casal deve aproveitar ao máximo, relembrando
os anos passados com alegria e gratidão e não com tristeza”. No caso da família Bifano o
Pastor Gilson conta: “Hoje os cabelos começam a precisar de tingimento, a pele já não tem o
mesmo viço. A vida conjugal também tem mudado, mas pra melhor, somos extremamente
companheiros, respeitamos as diferenças com mais facilidade (ela, por exemplo é flamenguista
e eu botafoguense!) e o amor amadureceu. No início podemos dizer que não sabíamos nada.
Hoje podemos dizer que aprendemos muito e continuamos a aprender”.
Seja primavera, verão, outono ou inverno, as árvores podem balançar, as folhas cair, mas o
segredo do casamento verdadeiramente harmonioso e feliz, é o casal ter o privilégio de
compartilhar a vida conjugal com o seu Deus e confiar sua vida ao criador de todas as estações.

Luciana Mazzarelli

Extraída da Revista Lar Cristão – março 2004

A CHEGADA DOS FILHOS

A família e o tempo entre o casal diminui. Compreensão e esforço direcionado são necessários
para melhor enfrentar essa fase.

A partir daquele jantar em que o marido coloca o jornal de lado, olha atônito para a esposa e
pergunta: “Você está o quê?!??” - o casamento muda. O foco do casal deixa de estar somente
um no outro. Eles já não são somente dois. A energia de ambos se converge para um terceira
pessoa e essa mudança reflete em todas as áreas de suas vidas.

Na maioria dos casos, o nascimento do primeiro filho consome todo o tempo que o casal
dedicava um ao outro e rapidamente descobrem que os momentos românticos começam a
escoar entre os dedos. O tempo todo existe alguém sempre os observando. E, mesmo que esse
alguém seja pequenininho, esse fato altera a forma como se relacionam, seja verbal ou física.

As crianças, pela própria natureza, são exigentes e egoístas. A mitologia idílica não toca nesse
ponto, mas eles, por sua vez, demonstram a natureza caída do ser humano das mais variadas
formas. Lembro-me, agora, de uma frase antiga que diz: “Ainda bem que os bebês nascem
pequenos e descoordenados pois, do contrário, estrangulariam seus pais assim que tivessem
as célebres crises de raiva e choro compulsivos”.
Por definição, diz-se que uma pessoa está se portando de forma infantil quando ela se
preocupa, de forma exacerbada, consigo mesma. As crianças exigem mamadeiras, biscoitos,
passeios, brinquedos etc. Alguém, certamente, precisa suprir essas exigências e necessidades.
Esse alguém costuma ser a mãe que, conseqüentemente, fica extenuada.

Muitas mulheres, enquanto seus filhos são pequenos, vivem como que dominadas pela “febre
infantil”. Na primeira fase, seus corpos ainda estão se recuperando da gravidez. Depois,
passam a dormir pouco devido às constantes mamadas do bebê e outras exigências. Por tantas
atividades essenciais acabam não conseguindo tempo, nem durante o dia, para relaxar.

E é também por abnegação e compromisso com o pequeno ser que trouxeram ao mundo, que
foi estabelecido o Dia das Mães; para que possamos homenageá-las! Não é, porém, de uma
hora para outra que uma jovenzinha se torna uma mulher dedicada e carinhosa. O processo
ocorre através das constantes necessidades e reivindicações de um pequeno ser, indefeso e
inexperiente, e na decisão de sua mãe dedicar a vida a ele. O resultado final dessa entrega é
aquela dedicação e desprendimento característicos, alguns dos traços maternos mais
elogiados. Esse processo, porém, se não for bem administrado e assimilado, pode acarretar
traumas e dores ao casamento.

Depois da fase dos pais suprirem todas as necessidades de seus bebês, eles se defrontam com
uma outra realidade e trabalho: o de ensinar os filhos a suprirem suas próprias necessidades e
a caminhar com as próprias pernas. Só que, essas lições, levam bastante tempo para serem
aprendidas e, nesse processo, muitos cônjuges acabam sentindo-se relegados e preteridos.

Quando nossos filhos eram pequenos eu costumava dizer o seguinte: “Quando você tem um
filho, você diminui o ritmo. Quando você tem dois filhos, você quase pára. Com três filhos,
então, você simplesmente desiste, deixando de fazer determinadas coisas e de ir a certos
lugares, porque tudo se torna muito complicado”. É necessário parar e se concentrar na tarefa
que se tem nas mãos.

Para muitos casais, essa “moratória” para com a vida social se inicia com o nascimento do
primeiro filho e se estende até que o mais novo saia de casa. Realmente, toda a energia do
casal – pessoal, intelectual e econômica – é canalizada visando o bem-estar dos filhos, porém,
é sábio e essencial que o casal crie, estabeleça, imponha a si mesmo, tempo para se dedicar
um ao outro e a outras atividades que deseje. Se não agirem assim, o tempo deles será
simplesmente “engolido”. Na maioria dos casos, porém, o aprendizado adquirido nessa época
auxilia a desenvolver um olhar atento às necessidades do próximo, o que pode – e deve – ser
aplicado em todos os outros relacionamentos da vida, mas principalmente, no conjugal.

Jay Kesler

Extraído da Revista Lar Cristão – março 2004

CRISES: PARTE DO AMADURECIMENTO

Há crises previsíveis e crises imprevisíveis. Devemos nos conscientizar, porém, de que cedo ou
tarde elas virão e tentar nos preparar para elas

Não só através de estudos, mas também pela observação em minhas consultas a casais, ao
longo destes quase quarenta anos de aconselhamento, tenho constatado que há certos anos
mais propensos para o surgimento de crises conjugais, do que outros. Nem todo casal segue
este padrão, mas posso dizer que há uma grande maioria na qual essa tendência se repete.
Eles são: o primeiro, o sétimo e o vigésimo anos de vida conjugal. Conseqüentemente, eles
também representam os anos de maior potencial para a ocorrência de divórcios.

O primeiro ano, exatamente pela grande mudança da vida de cada um dos cônjuges, implica
em ajustes. Infelizmente, nem todos estão preparados para essas adequações e, dependendo
da maturidade – ou imaturidade – do casal, este ano se torna potencialmente um dos mais
perigosos.

Superado o primeiro ano, há uma seqüência de anos onde as mudanças passam a ser
novidades bem-vindas, devido al clima emocional que acarretam: a fase do descobrimento, da
chegada dos filhos e o retorno afetivo deles.

A próxima fase “periclitante” é por volta do sétimo ano de casamento. A essa altura,
normalmente, os filhos já chegaram, ou estão chegando. Há um aumento significativo das
despesas, e algumas delas, surgem sem mesmo terem sido planejadas. O casal descobre que
tem muito menos tempo para gastar um com o outro. É necessária muita força de vontade
para, em meio as fraldas e mamadeiras, achar momentos românticos. Além dos problemas
normais, o surgimento do imprevisível pode tornar o casal vulnerável.

Superada a fase dos sete anos, segue-se outra, com menos altos e baixos, até o vigésimo ano.
Os filhos, provavelmente a caminho da adolescência e mocidade, atravessam momentos de
tensão que são trazidos para o seio da família. Além disso, dependendo da comunicação entre
o casal, surge um estranhamento onde um cônjuge desconhece no outro a pessoa com quem
se casou 20 anos atrás (daí a importância da comunicação entre o casal!). Há casais que, ao
voltarem sua total atenção para a educação dos filhos, acabam simplesmente se esquecendo
do outro. Até que, com os filhos adultos e tendo suas próprias vidas, mesmo que ainda não
tenham saído de casa, o casal de repente olha um para o outro e não vê mais motivo para
continuar junto. Esse tipo de discurso é sempre muito parecido:

- Não nos amamos mais. Nossas vidas estão completamente independentes uma da outra. Não
tenho nenhuma motivação para conversar, sair ou fazer qualquer programa com alguém que
não significa mais nada para mim.

E as razões vão por aí afora...

O número de divórcios nessa fase, em que o casal geralmente se encontra entre quarenta e
cinqüenta anos, é muito grande.

Antes de continuar este artigo, gostaria de dizer que esta classificação não é relativa a todos os
casais. A dinâmica da vida em comum varia muito. Por outro lado, há incidências consideráveis
que nos levam a estas conclusões, relativas às crises do primeiro, do sétimo e do vigésimo ano.
Se você, querido leitor ou leitora, se encontra nestas fases citadas, gostaria de sugerir que
avalie seu relacionamento. Necessariamente elas não precisarão acontecer exatamente nos
anos citados, mas os motivos propulsores de uma crise poderão ser semelhantes. Seja como
for, surgirão percalços na vida conjugal. Por mais que um casal se dê bem, as crises são
inevitáveis. Elas poderão ser mais fortes, ou mais fracas, mais ou menos negociáveis, mais ou
menos abrangentes, porém, mais cedo ou mais tarde, deverão aparecer.

Portanto, prepare-se para enfrentá-las. Não se feche, não abandone o diálogo. Pelo contrário.
Na percepção de sua proximidade, ou presença, utilize a tática do conhecimento de sua
existência e use estas informações a seu favor. Além da comunicação entre o casal, também é,
tão ou mais importante, a comunicação com Deus. Ele realmente atua na vida da família que o
busca e deseja andar em seus caminhos.

Não há nada como o amor entre um jovem casal, não é? O brilho dos olhos, o corar das faces
dos noivos saindo da igreja... Os convidados se emocionam, deixando escapar algumas
lágrimas pelo rosto. Realmente, não há nada como o amor jovem, a não ser o amor maduro!

Um casal de velhinhos andando de mãos dadas, sendo gentil um para com o outro, também
pode causar suspiros e lágrimas. O amor que passou pelo teste do tempo, atravessando fases e
crises de uma vida a dois tem muito a nos ensinar. Alegrias estimulantes e tristezas profundas
resultaram em vincos e rugas. O olhar maroto deu lugar a um olhar de cumplicidade, os braços
que muitas vezes carregaram filhos, bolsas, berços acabaram em ombros descaídos. É incrível
como casais idosos podem olhar um para o outro e ver no cônjuge a pessoa como era na
época em que se casou. E isso, literalmente falando! Parece coisa de filme, mas isso ocorre
com muita freqüência. É fato. Pode perguntar.

O tempo que passou ensinou lições, mostrando que dificuldades podem ser enfrentadas, que
o senso de humor ajuda a superar problemas, que existem inúmeras formas de dizer ao
cônjuge que o ama, que ele é importante. Muitos casais que conseguem chagar à velhice
juntos, dizem que aquela é a melhor fase de seu casamento. Por outro lado, há aqueles que
aproveitam a saída dos filhos e saem ao mesmo tempo de casa, deixando o outro cônjuge na
maior solidão. O que é estabilidade para uns, é prisão para outros. O que é felicidade para uns,
é infelicidade para outros.

Seja qual for a fase que você, querido leitor ou leitora, está passando em seu casamento,
sempre haverá momentos agradáveis e momentos desagradáveis; momentos de querer
abraçar e momentos de se esquivar de um abraço. Momentos de se sentir totalmente à
vontade com seu cônjuge e momentos de sentir que se está na presença de uma pessoa
estranha. E assim é... Algumas vezes com mais, outras, com menos intensidade, mas não há
duas pessoas no mundo que, com o convívio, não passem por estremecimentos.

Gostaria de fazer aqui, quatro colocações. São, em minha opinião, tópicos essenciais para que
cheguemos à velhice curtindo nossos cônjuges.

A primeira delas é o compromisso. É a decisão de atravessar aqueles momentos juntos,


sabendo que eles darão lugar a outras fases mais estimulantes. O amor maduro não se baseia
somente no sentimento. É um exercício da vontade, é uma opção feita de forma irreversível.
Foi isso que Deus fez conosco. Ele assumiu o compromisso de enviar seu Filho para morrer na
cruz por nós. Ele se comprometeu a perdoar nossos pecados. Ele não tinha que ter feito isso!
Deus não precisa “ganhar pontos” conosco! O plano de salvação foi um compromisso que ele
assumiu e o honrou até as últimas conseqüências.

O mesmo processo aplica-se ao compromisso no casamento. Quando dizemos “SIM” no altar,


estamos assumindo um compromisso com aquela pessoa, que vai até o final da vida.

A segunda é o respeito, que também é essencial em todas as fases do casamento. Respeito


mútuo e encorajamento. Eva não era uma mulher bonita e burra. Ela era perfeitamente
articulada e comunicava-se com Adão de igual para igual. Não havia competição, mas
encorajamento entre eles, bem como alegria com as vitórias um do outro.

A terceira é o senso de humor, que além de ajudar a manter um relacionamento de forma


mais light, também estabelece um clima de convivência, onde ambos possuem códigos para
identificar determinados motivos de riso. O casamento proporciona oportunidades, que não se
tem com outra pessoa, de se colecionar histórias. Ria de você mesmo, ria do seu cônjuge, ria
com seu cônjuge e riam de outros. Enxerguem motivos para rir, não coloquem a venda da
indiferença e da sisudez.

A quarta é a graça, que suaviza as outras colocações. Graça é a qualidade especial que
proporciona base para todos os relacionamentos saudáveis, em toda e qualquer fase. Graça é
demonstrar bondade a quem não merece, é dar liberdade para que algo seja feito do jeito da
pessoa e não do nosso. A graça diz: “Fico admirado por você me amar, apesar de todas as
minhas incoerências!”. Graça é constatar paciência diante da irritação. Graça é contar aos
outros os pontos fortes do cônjuge, mas não superestimar os pontos fracos. Graça é recebida
de Deus e, estendida ao cônjuge, oferece suporte para todas as outras áreas da vida.

Se tivéssemos tempo e espaço, poderíamos falar muitos outros princípios para lidar com s
diferentes crises e fases do casamento. Se aplicarmos estes quatro, porém, já conseguiremos
ver resultados sensíveis em nossos relacionamentos.

Jaime Kemp é doutor em ministério familiar e diretor da Sociedade Religiosa Lar Cristão. Foi
missionário da Sepal por 31 anos e fundador da missão Vencedores por Cristo. É palestrante
internacional e autor de 40 livros.
Extraído da Revista Lar Cristão – março 2004

A Primeira Década do Casamento

DOIS ESTRANHOS NO NINHO

O vínculo familiar é desenvolvido com convívio, com aprendizado e através da decisão de


honrar a Deus com nossos relacionamentos

Depois do casamento, a próxima etapa é a chegada dos filhos. A época em que virão e a
quantidade ficam a critério do casal. No entanto, esta escolha gera uma tensão, pois somos
seres egoístas que protelam decisões. Nossa experiência pessoal nessa área foi bem
significativa.

Meu marido e eu éramos muito diferentes. Ele vinha de uma família cristã tradicional e eu era
recém convertida. Ele era noctívago, eu diurna; eu falante, ele calado; ele objetivo, eu
sonhadora. Aprendemos a viver com nossas diferenças, não na base do certo ou errado, mas
como oportunidades de crescimento mútuo. Com tantas arestas uma pergunta é inevitável:

- Vocês brigavam muito no início do casamento?

- Sim! Queixas claras e veladas foram lançadas de um para o outro. Mensagens ocultas, que
nada mais eram do que pedidos de reconhecimento e afeto, circulavam entre nós. Porém, em
meio a tudo isso, Deus nos deu sabedoria, conselheiros e outros casais para nos ajudar de
forma criativa.

E sabe de uma coisa? Essas brigas foram saudáveis. Não éramos inimigos onde um sairia
vencedor e o outro derrotado. Colocar as diferenças “em pratos limpos”, de maneira
construtiva, foi para nós um bom início de casamento.

Cortando o cordão umbilical


Cortar o cordão umbilical é fundamental para uma vida a dois. Gênesis 2:24 diz: “Por essa
razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne”.
Note que não há palavra alguma depois do ponto final. Não está escrito pais, nem filhos. Ou
seja, vivem os dois, sem os pais e sem os filhos.

Há vários casais se separando pelo cordão não ter sido cortado. Esse “deixar” é físico – casas
separadas – e emocional – comunhão diária não mais com os pais, mas com o cônjuge. Isso
não significa esquecer os pais e deixá-los sem cuidado. É um acordo: os pais deixam seus filhos
viver a vida deles, e os filhos deixam seus pais viver sua própria vida. Os pais podem e devem
servir de modelo, mas nunca de molde.

Aprendemos de forma prática e até dolorida, tanto o deixar os pais, quanto o receber os filhos.
Para nós foi muito difícil cortar o cordão umbilical pois somos, ambos, os “caçulinhas” de
nossas famílias.

Nesse processo, aprendemos que evitar filhos também cabe ao homem! Muitos dizem que
“filhos” é assunto de mulher, mas acredito que o casal deve sonhar junto, estabelecer
prioridades, planejar como evitá-los e programar para que venham na época certa.

Nascimento dos filhos significa a morte do casamento?

E assim resolvemos esperar menos 5 anos apara nos adaptar e “curtir” um ao outro antes de
dar as boas vindas aos nossos filhos.

Naturalmente, também tínhamos receio que os filhos causassem abalos ao casamento. O que
mais nos chamava a atenção era a velocidade com que eles mudavam a identidade das
pessoas. Um bebê nascia e a mulher virava a mãe. E mãe do filho do marido que, dali para
frente, também passava a ser o pai. Os laços conjugais, se não cultivados até então, podem
fazer com que esses papéis se compliquem, realmente levando um casamento à morte.

- Mas... e o neném, quando é que chega?


Esta foi a pergunta que mais ouvimos nos 5 primeiros anos de casados. Mas tínhamos um
projeto de vida. Paulo ainda fazia faculdade de Medicina, tinha uma vida maluca com plantões.
Eu trabalhava o dia inteiro e fazia faculdade à noite.

Queríamos ser bons pais e também achávamos que deveríamos ter um sustento compatível
com a chegada dos filhos, além de ter condições de morar em um lugar nosso, mesmo que
pequeno. Lutamos com a falta de tempo e com o estresse para ter alguns momentos juntos,
além de escassez de recursos. As pressões da família, amigos e igreja eram muitas, afinal...
“está faltando alguém para alegrar a casal!”, diziam eles.

Também tivemos conflitos como a mulher trabalhar fora – inevitável em milhares de casais, e
que pode virar culpa doentia. No que dependesse de nós, não gostaríamos de ouvir:

- Mamãe, falta na escola hoje pra ficar comigo! Ou

- Papai, você vai fazer plantão hoje à noite de novo!?!

Sabemos de muitas mulheres que não têm escolha. Elas simplesmente precisam trabalhar! E aí
nos deparamos com outra grande realidade humana e milenar: criança precisa de mãe!

Somos, então, muito gratos a Deus por ele ter vindo ao nosso encontro e pela oportunidade de
aprender, na prática, a amar e a perdoar um ao outro.

Amor o Paulo quando ele concorda comigo é fácil, mas conviver com as ambigüidades,
diferenças, tensões e conflitos de uma vida a dois requer a atitude de Deus em nós, baseada
no amor incondicional.

Meu marido trouxe muitas contribuições para minha vida nesse período. Ele me ajudou a ser
menos ansiosa, a encarar as circunstâncias com bom humor. Incentivou meus projetos e
sempre colocou Deus acima do seu sucesso profissional. Auxiliou-me a identificar as
prioridades corretas de maneira que, nas próximas fases do casamento, pude colocá-las em
prática.
Casais grávidos

A mãe vive com o bebê na barriga nove meses e desenvolve com ele uma relação de afeto. O
pai, porém, é por vezes injustamente esquecido. Durante a gravidez a mulher lê, discute com
as amigas, mas o homem só olha de longe. Ele fica meio alienado e muitas vezes sente que o
filho veio ocupar o lugar dele, no coração da esposa.

Paulo e eu fizemos, juntos, um curso pré-natal para casais grávidos. Era dedicado à expressão
corporal da grávida e à reeducação do equilíbrio entre o casal. A gravidez era encarada como
um estágio e focalizava o relacionamento dos pais com o filho. A outra parte do curso
explorava a comunhão dos casais e a troca de experiências entre eles.

Vida a cinco

Depois de 5 anos nosso primogênito chegou, terminando assim nossa primeira fase do
casamento. Hoje somos cinco: Diogo (18), Danilo (16) e Guilherme (15). muitas vezes erramos
como pais, mas buscamos o perdão na cruz, a coerência e a humildade que só o Espírito de
Deus pode gerar em nós.

Dora Bomilcar de Andrade é apresentadora do programa Entre Amigas, da Rádio Trans


Mundial, e coordenadora do Projeto Desperta Débora, em SP.

Extraído da Revista Lar Cristão – março 2004

A Segunda Década do Casamento

NAVEGANDO ENTRE ICEBERGS

A segunda década do casamento merece manobras especiais para que o “navio” não afunde.
Nos dias 14 e 15 de abril de 1912, o “Titanic” terminou sua viagem inaugural no fundo do mar.
O majestoso navio afundou causando a perda de, aproximadamente, 1500 almas. Porém, a
tragédia maior reside no fato de que aquele desastre poderia ter sido evitado. Várias
advertências alertaram sobre o perigo representado pelo icebergs. Mas ao que tudo indica, o
capitão Smith ignorou as advertências, preferindo confiar em seu “inafundável” navio.

Fazendo uma alegoria podemos dizer que muitos casamentos que conseguiram navegar pelos
mares, por vezes tempestuosos da primeira década de seu casamento, passam na segunda
década, a enfrentar um oceano repleto de icebergs.

Depois de quase 22 anos de casamento conseguimos identificar alguns desses icebergs e, com
a bússola da Palavra de Deus, temos atravessado por esse período em que o amor atinge sua
maturidade. Que tal ligar o “radar” matrimonial para verificar se esses perigos não se
encontram no horizonte do seu casamento?

Distanciamento

O primeiro iceberg capaz de afundar o casamento faz parte de um processo natural, que
transforma a paixão da lua-de-mel em um amor mais maduro. Porém, o casal deve ficar atento
para que o relacionamento não esfrie, o que pode ocorrer se a vida se tornar rotineira e
previsível demais.

Devemos manter acesa a chama do amor. Veja o que diz o livro de Provérbios: “Seja bendito o
teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade, corça de amores, e gazela graciosa.
Saciem-te os seus seios em todo o tempo; e embriaga-te sempre com as suas carícias”
(Provérbios 5:18-19).

Sugestão: Quando foi a última vez que vocês saíram, só os dois, para um “escape romântico”?
Viajar a sós, pelo menos uma vez por ano, é recomendável para todo casal.
Monotomia e Egoísmo

Outro iceberg é a monotonia. As ondas da mesmice costumam afogar casamentos. Em meio a


tantas preocupações, as gentilezas do namoro acabam sendo esquecidas. Vemos em 1
Coríntios 13:4-7: “O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se
orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor...
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta”.

Sugestão: Que tal voltar a “paparicar” seu cônjuge como antes? Abrir uma porta, escrever um
bilhete, comprar uma flor, sair para jantar, dar um abraço fora de hora? Use a imaginação.

Carreira x Família

Na segunda década do casamento as carreiras disparam, mas também é quando os filhos


precisam muito dos pais. É a época das decisões (namoro, vestibular, faculdade, carreira) e dos
desafios da adolescência e juventude. Pais ausentes dificilmente orientarão seus filhos em
como navegar pelas águas mais profundas.

As Escrituras colocam em xeque nossa ambição desenfreada. O Salmo 127:1-2 nos desafia: “Se
o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam... Inútil vos será levantar de
madrugada, repousar tarde, comer o pão que penosamente granjeastes; aos seus amados ele
o dá enquanto dormem”. O Salmo 131:1 declara: “Senhor, não é soberbo o meu coração, nem
altivo o meu olhar; não ando à procura de grandes coisas, nem de coisas maravilhosas demais
para mim”.

Sugestão: Avalie suas prioridades como família. Aquela promoção realmente vale a pena? Os
filhos precisam de mais dinheiro, ou de mais tempo com os pais? Na hora da morte, o
arrependimento não costuma ser por um negócio que não se fechou, mas porque não se
investiu tempo suficiente na vida dos filhos.
“Filholatria”

A Revista Veja, na edição “Sua Criança”, publicou o artigo “Fuja do Filhocentrismo”. A matéria
relata a dificuldade de certos pais em dizer “Não” aos filhos, permitindo que se tornem
pequenos deuses no lar.

A Revista Seleções também publicou algo semelhante: “Romance com filhos é possível? Torná-
los o centro de sua vida pode custar caro”. Os dois artigos, de forma alguma, recomendam
negligência ou abandono aos filhos, mas evidenciam uma forte tendência de idolatrá-los.
Aprendemos na Bíblia que a âncora do lar não é o eixo pai-filho e sim, marido-esposa (Gênesis
1:27,31). Quando o casal está bem, os filhos ficam estáveis. Porém, quando o relacionamento
entre o casal está abalado, o mundo dos filhos afunda.

Sugestão: É aconselhável que os pais verifiquem se não estão caindo na “filholatria” e tomem
providências para voltar ao equilíbrio bíblico. Respondam as seguintes perguntas: Vocês, pais,
têm medo de contrariar seus filhos? Saem a sós? Possuem uma frente unida na disciplina e nas
decisões, ou os filhos conseguem jogá-los um contra o outro?

Mágoas

Pequenos conflitos não-resolvidos se acumulam no decorrer dos anos e podem afundar


relacionamentos. Por isso o apóstolo Paulo aconselhou: “Irai-vos, e não pequeis; não se ponha
o sol sobre a vossa ira...” (Efésios 4:26-27). Nem sempre vamos concordar e, às vezes, teremos
de “concordar em discordar”. As diferenças são saudáveis, mas se não resolvermos os atritos,
as mágoas se empilharão nos afastando um do outro. Talvez por esse efeito acumulativo,
muitos casamentos acabem afundando justamente nessa segunda década de vida em comum.

Sugestão: se existem questões não resolvidas, o primeiro passo é cada um reconhecer sua
parte no conflito e pedir perdão sem, contudo, exigir o mesmo do outro. O perdão ministra a
graça de Deus e remove icebergs que poderiam provocar naufrágios.
Enfim, há muitos perigos no “mar matrimonial”. Porém, o casal que já conseguiu navegar pelos
primeiros dez anos de casamento, certamente terá condições de vencer a segunda década. O
importante, no entanto, é não ignorar as advertências de perigo no horizonte, de forma a
podermos cantar como o antigo corinho infantil, “Com Cristo no barco, tudo vai muito bem”.

David Merkh é professor do Seminário Bíblico Palavra da Vida e auxiliar de exposição bíblica da
Primeira Igreja Batista de Atibaia.

Extraído da Revista Lar Cristão – março 2004

A Terceira Década do Casamento

VOCÊ SE DÁ BEM COM SUA NORA?

Trabalhando o convívio tendo em vista um relacionamento fraternal e amigável.

Havíamos sofrido muito sem Cristo no início de nossa vida conjugal, por isso o que mais
desejávamos era uma família cristã. João e eu nos convertemos quando nossos três filhos,
todos homens, tinham 7, 5 e 2 anos. Também descobrimos que poderíamos orar, desde então,
por nossas futuras noras e netos.

Com o novo enfoque de vida procuramos aproveitar cada fase do amadurecimento de nossos
filhos. E o tempo foi passando.

Quando nosso filho mais velho anunciou a data do casamento resolvi voltar para minha terapia
pessoal. Sua personalidade sempre foi extrovertida, equilibrada e afetuosa. Sempre se deu
bem conosco e com os irmãos, sendo muito prazeroso conviver com ele. Achei que seria
importante me preparar.

Como também sou terapeuta familiar, percebi que já estava pronta para deixá-lo partir, mas
foi a terapia pessoal que me ajudou a deixá-lo se unir. Nesse processo, meu coração foi se
abrindo para a nova filha que estava chegando.

Como morávamos perto, me pus à disposição de Fernanda (minha nora) para o que
necessitassem. Quando eu fazia molho de tomate caseiro (detesto molho pronto) e mandava
para sua casa para agradá-la, não podia supor que estava sendo inadequada!

Quando você recebe um novo elemento em sua família, ele vem com sua história familiar,
temperamento, estilo, hábitos, costumes, como também diferentes modos de encarar a vida.
Nossa primeira nora teve uma educação voltada para o respeito à natureza e sua formação
acadêmica foi em Agronomia. Com ela aprendi que os tomates do meu molho continham
agrotóxicos e, após estes 7 anos de convivência pude melhorar em muito a qualidade de nossa
alimentação. Da mesma forma, aprendi a deixar camisetas e camisas mais brancas, com minha
nora Karina. Com nossa nora Angélica aprendemos que, se temos algo importante a comunicar
ao seu marido (nosso filho do meio), devemos falar com mais carinho e delicadeza. Com eles,
também aprendemos a respeitar as diferenças de cada um, sem catalogá-las como defeitos.

A verdade é que temos aprendido muito com nossas três noras!

Reconheço, também, que errei muitas vezes. E, desses erros tenho aprendido um jogo franco e
aberto. A cada experiência inusitada, tentamos acertar os “ponteiros da convivência” e
estabelecer os limites para a ação do outro e nossa.

Respeitar limites é fundamental e a palavra perdão tem de ser pronunciada para


descontaminar o formato familiar, eliminar mágoas e feridas que só estragam
relacionamentos.

Nossos outros dois filhos saíram de casa três anos depois do casamento do irmão. O mais novo
mudou-se para o Rio para fazer mestrado e não voltou mais a morar conosco. Aí recebemos
uma nova lição como pais de filhos adultos: um filho amadurece muito quando tem a
oportunidade de morar sozinho. Após o mestrado foi logo contratado para para trabalhar em
São Paulo, quando também começou a namorar a jovem com quem, dois anos depois, se
casou.

O filho do meio também foi morar sozinho. Ele já estava noivo e tinha marcado a data do
casamento. Que correria! Foram dois casamentos em menos de um ano.

Nosso filho caçula, muitas vezes, nos desconcertou por sua autonomia emocional e financeira.
Organizado e previdente ele conseguia planejar sua vida futura e os gastos com o casamento,
sem solicitar ajuda e apoio. Tivemos de aprender a aceitar esses traços. Também aprendemos
que cada filho precisa lutar sua própria batalha e “começar de baixo” assim como nós dois um
dia havíamos começado.

Por experiência sabíamos que datas especiais são geradoras de conflitos, por isso procuramos
deixá-los à vontade para decidir com quem almoçar aos domingos. Também procuramos não
demonstrar desapontamento quando algum filho nos comunica que não virá para o Natal ou
Ano Novo. Eles estão livres física e emocionalmente para decidir. Por outro lado, nunca
deixamos de convidá-los para que saibam que são sempre bem-vindos.

O fato de Deus ser o centro das famílias de nossos filhos nos dá profunda alegria! Além disso,
meu marido e eu, temos nossas profissões e atividades, um bom relacionamento conjugal e,
de quebra percebemos que ganhamos noras que são verdadeiras filhas, e não perdemos
nossos filhos. Trabalhamos nosso relacionamento porque sabemos da importância de manter
um bom canal de comunicação.

Seguem abaixo algumas dicas práticas para quem adentrar a essa desafiante fase da vida
conjugal e familiar. Minhas noras me ajudaram a formular algumas das sugestões abaixo:

Orem desde cedo pelo casamento de seus filhos, para que se casem com pessoas cristãs.
Comecem, também, a orar pelos futuros netos. Vemos na Bíblia que Deus prometeu que
“derramaria do Espírito dele sobre nossa prole, e a sua bênção sobre nossa descendência”
(Isaías 44:3b).

Aconselhem seus filhos a fazer um curso de noivos. É de grande utilidade e ajuda a criar neles
a idéia do conselheiro conjugal.

Busquem alguma atividade fora de casa. Ocupem-se, sintam-se úteis.


Mostrem-se disponíveis, mas façam-nos perceber que vocês também têm sua própria vida e
casamento.

Deixem seus filhos partir física, emocional, geográfica e financeiramente.

Aprendam com suas noras.

Sempre tomem a iniciativa (vocês são mais maduros) quando surgir alguma polêmica ou
perceberem mágoas: peçam perdão. Não permitam que pequenos deslizes danifiquem
profundas amizades.

Como pais, não tenham preguiça de receber a visita de seus filhos.

Se o casal tem pais que costumam “invadir”, não deve ter medo de estabelecer limites claros.
Permaneçam firmes a despeito de reações contrárias.

Ouça os conselhos de sua sogra. Eles ajudam a aumentar a visão e a amadurecer em certas
áreas.

Enfim, devemos ter em mente que nenhum de nós é dono da verdade. Estar aberto para ouvir
o outro, ponderar, ajudar e ser ajudado faz parte da vida. E o mais importante: devemos ser
humildes para reconhecer os erros, pedir perdão e assim manter abertas as portas da
comunicação.

Neide Spacov é psicóloga clínica e terapeuta familiar. É esposa de João Spacov, com quem está
casada há 35 anos. São membros da Igreja Batista do Morumbi. Possuem 3 filhos, 3 noras e
uma neta. Este artigo recebeu sugestões de toda a família.

Extraído da Revista Lar Cristão – março 2004

A Última Década do Casamento

O VERDADEIRO AMOR

Um famoso professor se encontrou com um grupo de jovens que falava contra o casamento.
Eles argumentavam que é o romantismo que mantém um casal unido e que é preferível acabar
com a relação quando este se apaga, em vez de se submeter à triste monotonia do
matrimônio. O mestre disse que respeitava a opinião deles, mas lhes contou a seguinte
história:
“Meus pais viveram 55 anos casados. Numa manhã, minha mãe descia as escadas para
preparar o café e sofreu um enfarto. Meu pai correu até ela e a ocorreu levando-a de
caminhonete até o hospital. Dirigiu a toda velocidade, mas quando chegou, infelizmente ela já
estava morta. Durante o velório, meu pai não falou nada. Quase não chorou. Meus irmãos e eu
tentamos, em vão, quebrar a nostalgia recordando momentos engraçados. Na hora do
sepultamento, papai, já mais calmo, passou a mão sobre o caixão e falou com sentida emoção:

- Meus filhos, foram 55 bons anos... Ninguém pode falar do amor verdadeiro se não tem idéia
do que é compartilhar a vida com alguém por tanto tempo.

Fez uma pausa, enxugou as lágrimas e continuou:

- Ela e eu estivemos juntos em muitas crises. Mudei de emprego, renovamos a mobília,


vendemos a casa e mudamos de cidade. Compartilhamos a alegria de ver nossos filhos
concluírem a faculdade, choramos um ao lado do outro quando entes queridos partiam.
Oramos juntos na sala de espera de alguns hospitais, nos apoiamos na hora da dor, trocamos
abraços em casa no Natal, perdoamos nossos erros... Agora ela se foi e estou contente. Sabem
por quê? Porque ela foi antes de mim e não teve de viver a agonia e a dor de me enterrar, de
ficar só depois da minha partida. Sou eu quem vai passar por esta situação e agradeço a Deus
por isso. Eu a amo tanto que não gostaria que sofresse assim...”

Quando meu pai terminou de falar, meus irmãos e eu estávamos chorando. Nó o abraçamos e
ele nos consolava, dizendo:

- Está tudo bem, meus filhos. Podem ir pra casa.

Por fim, o professor concluiu dizendo:

- Naquele dia entendi o que é o verdadeiro amor. Está muito além do romantismo, e não tem
muito a ver com o erotismo, mas se vincula ao trabalho e ao cuidado a que se professam duas
pessoas realmente comprometidas”.

Quando o mestre terminou de falar, os jovens não puderam argumentar. Esse tipo de amor
eles não conheciam...
As fases do casamento

“O texto acima foi retirado da Internet como sendo de autor desconhecido. Se você conhecer
o verdadeiro autor, por favor, nos informe para que possamos dar-lhe o crédito”.

Extraído da Revista Lar Cristão – março 2004

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