Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
--~
2.1. A origem da cidade
~ b) Revolução urbana )
~;A ~LL~e-og.r,át:icCLe..,_acima-àe-tudo.,-sociaL..C.o.mo
~
fato sacial a cidade sumiu muito recentemente na.Jdístóría, co~da ~ As atividades agrícalas tarnaraJIl.:se_inc.ompatíveis com a criação. de gado
apàrecimentp camo fim ~stOria.Aílistória da Civilização começa com na mesrn;" área. Surg!C.-p_ois
a separação_entre a agricultura e o Qastoreia e a primeira
o -~r~cer --------===-
da cidade (do latim civitate), há cerca de 6.000 anas aI2enas~ divisão SoeiaCdo-t;abalh0~-0 ~gricultar.e_o-past~ ..A sociedade de classes preceaeu
pois, historicamente, a orl$~~c~de. -
~abend~as; ~q.~~ad~ p~esui:ní~l da Universo. é de 10 bilh?es de anos,
que a~ade da erra e de 5 brlh.~S~d.~an\os e que a do homem, aproximadamente, ~ -O pastor precisava das produtos agrícalas~ O agricultor, par outro lado
milhã de anos, e comparantla~se a idade da Terra (5 x 109 anos) necessitava das produtos animais. C~çaram_e.ntíi9.-a...apare€er-p0st0s,-de'traca,
( é de
a um ano. (3,5 dias 'í--... em~g!u fa'ltanda apenas 1 hora e 45 min para a onde Qastares e agricultore§ p..erm!ttay'am os seus Jllodutas: 4.c~cia., porém,
meia,naife--io últi so dia do ano. e a~6idade nas 30 segundas finais da ano, que nem._$.tmpr!?...!!...troJ:.<t
p.9dia ser procedida de fato: não era ocasião da colheita
mais ou menos. / ou não~haYiLpr:.onta~disf>onibi1idade M produtos animais. IA n~ce~idade q~~ daí
adveio d~_~e.~.:tr~em. as tracas_~omJlÍnas!:~~e):~regas-de pradutos; f~rçau
~ Os períados da pré-história são.: palealítico, mesolítico e neolítiço. No
a ap<!!..e.Ermentada escJJta. S-urguamas escribas: pessoas que sabiam representar
paleolítica e mesolítica a homem vivia em estada de selvag~ri.a, estado cultural
palavras e números com signas~'~\ --
caracterizada por uma economia de caça, pesca e coleta de alimentos in naturá
ecpor '1m artesanato. rudimentar de fabricação de instrumentos de Qedra lascada J..l,mtQ.aas 110stas de troca, foram surgindo. aglamera~ões....de-pess0a.s-Gamo
e~ NQ.nealítica, a homem passou a cul!ivar a_sQIQ,a domesticar os animais as sacerdotes, os saldadas e as artesãos; isto. é, a especializaçã~p!::afjssional.
a Qolir a pedra e a fabricar a15jeTõSaécêiã;Üca, deixando a selvggería.e.íngressaado
-'-" - --
1 Jutlândia _ península continental da Dinamarca.
na barbárie.
/
G Célson Ferrari ~
Urbanismo &-
o que vale a pena destacar é que ~ade, ao mesmoJ_em.p.o...queseconstitui
A ]moeda é criada d)ara .facilitar as troca§,.-Em resumo, a revolução urbana numlL-l1ova-técnica-de-dominação" dá à produção uma organízação, através da
Q , b fi cidade surgiu com a id~<!e dos metais .. O~os que desc.Q.b.rir.am..o,mo »< __:.2. A cidade ",História Antiga
do metal (pastores), possuindo armas mais poderosas qy'e_as...4.e_ped:r:a.,_dominaram
/ 2.2.1. As civilizações antigas
as _RQpw.açoes"ãgr~olas, qüe ainda ás usa~~:' P;~a prote~_e.s.SM'OJ!ORUl~ções I .
.óQL~ construíram cidades f~rtificadas em sítios el~ild2l. ]mJr2.ca ~proteção . As primeir~gvilizaç_ões desenvolveram-se nos ""'yales dos rios em vÍ!!ude
militªl:..r.e..c..ebiamtributos e subserviência_dO-povo-agI-icultQ;s[_ da fertilIdade do solo, facilidade de irrigação ede transportest Nilo (Egito), Tigre
r Na - realidade, as~cid~des '-d~
Mesopotâmia (Ur, UrucJ'Lgash, Babilônia) e Eufrates (tJêSopotâmia), Indus (Paquistão) e rios Amarelo e Yang-Tsé-Kiang
foram fundadas pelos invasores sumérios; a "polis" grega, pelos invasores aqueus; (China). O rio é o elemento unificador dos primitivos Estados.
as cidades de Creta pelos invasores egeus, etc. Essa luta entre pastores (guerreiros) A cidade de Ombos no Egito, é tida como a mais antiga cidade do mundo,
e agricultores (trabalhadores) segue o homem através da História até a extinção por vários autores, (4.000 A.C., portanto, há 6.000 anos),
dos povos bárbaros, na Idade Média. Gideon Sjoberg adotando o aparecimento da escrita como critério definidor
É--pouco provável que a hipótese (a) tenha-se verificado com exclusivi<k.de, da cidade, remonta suas origens há 5.500 anos (3.500 A.C.) na Mesopotâmia.
não só pelas razões expostas..-m~porque a criação da cidade, ao exigir a produção
Outras cidades antigas conhecidas são:
de excedentes ag!ic.olas,-ellLCaciter-permanente,--e-.taLqlliLPudesse manter uma
..pop.ulaçãO_.llLb.ana....nãü-pwdutora de seus alimentos,-_~slu'p'unha a existência de Na. Mesopotâmia: Lagash, Larsa, Erek, Kish, Eridú, Ur e Babilônia. lJfêi
umª-estr.!!1J!J_ll-de_classes~diyidi.d2-em "classe dominante" e "classe domina~". \ Babilônia são mais novas e contemporâneas de Tebas e Mênfis, no Egito.
{lssim---a-lúpó.1ese (b) é mais aceit.áY..eLp_o.I.qlliL.já
parte do pressuposto real da No Vale do Nilo: Tebas, Mênfis, Hieracompolis, Buto, etc.
ex~de_ uma.rclasse.domínante" co~JitJ!~.J~elos I!0vos invasores, pastores, , Na Bacia do Indus: Harapá, Moenjo-Daro, Chandu-Daro, Laore, etc.
guerreiros. A idade do ferro surge.em fins do.neolúíco marcando, d~al~rma,
cõiríoaparecimento da escrita e da cidade, a Qrige~S-te.mI!os históricos ou Estas cidades da bacia do Indus são contemporâneas das grandJs pirâmides
-
civilizados. -
A cidade pode ter nascido, algumas vezes, do mercado enquanto sítio
(market-place), e outras, da proto-cidade transformada pela função comercial
. egípcias (2.700 A.C.).
Na região da P~a:
. '.-:::::J
Jericó, Biblos, Megido, Jerusalém, ,Tiro , etc.
Na China: em 1.100 A.C. surge Pequim com o nome de Ki.
(hipótese a), Nesse caso porém, a cidade comercial deve ter surgido sob a proteção
Os chineses eram. agricultores e demoraram a fundar grandes cidades. Em /
de uma cidade-estado, cuja "classe dominante", pela imposição das armas de seus
1409 Pequim recebeu um tratamento urbanístico que impressiona até hoje pela
soldados dela retirava um "mais-produto" para sua manutenção, como também
para sustentar os artifíces, soldados, sacerdotes, etc.
sua grandiosidade e religiosidade.
\ ----
~ ,..(~O)
v xC'
\p
ri' ..,J-'" Urbanismo 213
212 Célson Ferra'; t'0 r.P'fJ"
JO''l- ,JQ;
~/) Em 1.600 A.C. Tebas, no Egito, possuia 250.000 habitantes e seus habitantes
queixa~m-se já da jnsuportável poluição atmosférica e tráfego da cidade.
E
f s:
Õ
Moenjo-Daro possuía duas zonas distintas: a cidade alta e a baixa. O principal
~ o edifício da parte alta era o dos Grandes Banhos com uma piscina de 11,70 m
~ E
de lado e 2,40 m de profundidade?
.Q ~ "
'2
"'-o
"Quem construiu essas grandes cidades e nelas viveu? A origem de seus
O
II ~ "'" habitantes é um mistério. As cidades não parecem ter crescido gradualmente, como
11I
lú ee
"
a.
Ur ou Paris, mas ter sido deliberadamente construídas de acordo com um plano,
O ::>:
I
como Washington, Nova Delhi ou Camberra ... Isso sugere que os pais da civili-
zação Indus não apenas provieram de algum lugar fora do subcontinente, mas
ci
também vieram de muito longe." (Arnold J. Toynbee in "De Leste a Oeste" -
~
::l Ibrasa - S. Paulo - 1959 - às fls. 154)
00
ti: -v :po..nc:1.AJ 'O txempl/t) oLo yVvy~; n'\.1 J" +o ok. v~ CI"elaoU:
Babilônia (Mesopotâmia) ,
\J.
líI
~bi1ônia do século XIX A:C. atin iu seu eríodo
áureo. HERÓDOTO o ai da História' descreveu-a como sendo um~grande cidade
cercada por muralhas de 21 Km de lado, de 80 metros_de altura,» espessura de
1
c( 20 metros; ossuindo 110 ort'ts maciças de cobre. Suas ruas eram lar as e retas
li e- ~ssuía_pr.édiQs de_3 e 4 p~entos. - . - -- -
ti
~c.cL~el que essa muralhiLcicl.á.pic.a_tenhLexistido..-EoLPMcial·
~
Q mente destruída e pilhada por XERXES (486465 A.C. filho de DARIO.
til
I Pequim (China)
Da China, a cidade mais importante é Pequim. Ela teve vários nomes:
Ki Yen, Yen-Tcheu, Yen-King, Chung-Tu e Khan-Balik. O atual, só foi fixado
quando seu imperador Yung-Loh a remodelou toda, em 1409, criando amplas
avenidas, parques e seus famosos jardins de traçados ,simétricos é grandiosos.
2 Sobre Moenjo-Daro veja-se a revista da Unesco editada pela Fundação Getúlio Vargus:
Correio, fevcrciro/1974, ano 2, nl? 2, pp. 9-18.
214 Célson Ferrari Urbanismo 215
i e:SCA~A. <.....,)
\ 1° 'I'
Figura 10.4 - Milcto.
I
218 Célson Ferrari
HIPÓDAMOS observava a orienta 'ão e dimensícna ento das ruas segundo Urbanismo 219
a intensidàdê'dê seus usos. Até hoje, aqui no Brasil muitas cidades nao observam essa
com barreiras naturais. Influiu também na concepção de suas estruturas Pér amo
hierarquização em seus"""sistemasviários, com evidente desperdício de espaço urbano. g
~or exemplo foi construída sobre uma elevada montanha, constituindo.se nu~
Atribui-se ao urbanista jônio HIPÓDAMOS e seus discípulos os planos das os mais engenhosos planos urbanísticos da antiguidade.
seguintes cidades: Pireu, Túrio, Rodas, Selino, Cirene, Pérgamo, Alexandria, Mileto,
Nieéia, ete. todos segundo o sistema tabuleiro de xadrez. 2.2.3. Roma"
~
No século X A C os
.í' Procurava ele atingir a es eeializa ão de função ~onas urb~5 ~ de . " etnucas, vm
. d
os provavelmente
da Lídia _ Á .
efeitos estéticos e o desenvolvimento da ág~a c~o eSI1ao isolado e cívico. ~~nor -. fU~da~m o império etrusco na península itálica. Suas cidades princiP;::
Sua idade-íâea nao everia abrigar mais de 10.000 "cídadãos'? e seu espaço /..:I . ~ram con _e~I as c~mo as ""~odecápolis" e eram: Tarquínia, Cerveteri, Vulci,
devia subdividir-se em três partes principais: a dos deuses, a do Estado ea dos VeIOS, Vetuloma, OrvIeto, ChIUSI,Perugia, Ruselae, Cortona, Volterra e Arezzo.
i indivíduos. C.olocava a ágora (espaço cívico) no centro geométrico da -cidade,
,,---próxima dos edifícios públicos. ~ ~ na pe~;~~~l m~ta~?s dOAlSéCUlO VIII A.C. os gregos passaram a fundar colônias
t T t S" a I a rca. " gumas delas: Nápoles (Neapolis), Messina. Agrigento
A cidade de Mileto, reconstruída em 480 A"C. (fora destruída pelos persas aren o, iracusa, Selino, etc. ' ,
em 494 A.C.), segundo plano de seu filho Hipódamos, cobria 90 ha, dos quais
. ~~d A civilização urbana não é autóctone na Europa. Resultou da ação coloni-
52 ha eram parques e jardins. O sistema viário foi projetado segundo o sistema za "ora de povos procedentes do Oriente e dos gregos que também VI"era d "
tabuleiro de xadrez. Onente. m o
Atenas, nessa época - século V - tinha 300.000 habitantes, dos quais ~ ~resumível da fundaçã:..o-1Le...Rmna.,_Lo_al1Q...
de 754 A.C. Teria sido
115.000 eram escravos, de acordo eQm estimativa de Gomme, citada por A. KORN. ~~~~a~1C or descende dos anti os troianos. Com a destruição de Tróia em
- - A--- - .. , os troianos comandados por ENE-IAS di " " '
ARISTOTELES e PLATAO viviam neste século, e achavam Atenas dema- itálica) e fo _. ' ingiram-se ao Lácio (península
~siadamente grande. Segundo eles, a população id~al de uma cidade seria de -. rmaram com os abongmes um povo único. ASCANHO, fllho de
ENEIAS, fundou Alba. De Alba partiu RÓMULO ue fu d "
( 1.9.000 "cidadãos", no que concordavam com HIPODAMOS, mentos latinos e sabinos. q n ou Roma com ele-
A cidade grega atinge um dos objetivos da-arte urbana: É orgânica no sentido
. Além ~~s "dodecapólis" ~ das colônias gregas, durante muito tempo, divul-
de que tem Cãaa orga"7rrr gar onde deve cumprir sua função específica, sendo
c go~ se. a n~tIcIa de que tena havido nas planícies do rio PÓ, por voJ.ta de 2000 A C
por isso exaltada pelos adeptos do u 11: 'smo orgánico. Por sua forma e arqui-
a civilização das "Terremares" (de terra marma: terra gorda fi' til) E . :'
tetura, a ci ãâ/ con emporânea tem suas raízes na Grécia. ate t '. , er I. xame mais
n o e mmucIOSO dos vestígios das "cidades" d . " _...
t d . essa suposta clVlhzaçao indicaram
A sociedade helênica era divida em ricos e pobres, bem como em livres e o avia, tratar-se de obras de irrigação agrícola. '
escravos. Dentre os livres, destacava-se uma classe nobre e de donos de terra, t3 ',--" RQllltL--AG--Séoo-le-Al-à f1ossa- - .
além de uma classe mercantil muito ativa e rica. A cidade reflete essa dicotomia ê I"·. erll, graças ao g ande desenvolvimento tecno-
entre o poder político e o poder econômico pelo destaque que dá ao castelo do
16 QgJ.co da en?enhana romana, conseguia atingir P,.2 ulaçãõ que só foi iguaJãda
u .por ouc s_cIdades QS·temI1os atuais' milhão de h bít t P ~
rei e da nobreza (acrópole) e ao mercado (ágora). À medida que a democracia Q 19 d -. 3
a 1 an es! ossuia Roma'
~ ..;g~e~~ue forneciam 1·900.000 m /dia à Cidade, esgotos dinâmicos rua;
se instaura nas cidades gregas, a ágora passa a disputar com a acrópole o poder i
/
[
Assim como nas cidades do Egito e Mesopotâmia,
A igreja ou catedral é o centro da vida comunit' ria. O regime é verdadeira- Do século IX ao século XI, há uma sucessão contínua de invasões de
mente teocrático: o poder dos bispos, dominando os homens e as terras. O teatro, bárbaros e sarracenos na Europa Continental. A chegada dos árabes ao Mediterrâneo
a arena, o banho público da Roma pagã desaparecem e os deuses do paganismo fez cessar o comércio marítimo. Paris é invadida e saqueada, sucessivamente,
são substituídos pelos santos cristãos. em 845, 857 e 861. Os dinamarqueses (VIKINGS) invadem a Inglaterra. Normandos
conquistam o este europeu e fundam o reino de Novgorod - núcleo do atual
Alguns mosteiros fundados por religiosos deram origem a cidades, poste-
Estado russo, cuja capital foi Kiev e, mais tarde, Moscou.
riormente. Ex.: Wurzburgo, Brandeburgo e Oldenburgo, na Alemanha.
~ Nesse período, ou mais precisamente, j1.Qsséculos IX e X, já existiam na
Rússia as seguintes cidades: Belgorod (980), Beloozero (muito antiga), Vasilev
(988), Vyshgorod (946), Vruchy (977), Izborsk(862),· Iskorosten (946), Kiev
(muito antiga), Novgorod (algumas fontes dizem-na muito antiga outras dão o
ano de 862 como o de sua fundação), Polotsk (862), Pskov (903), Rodnya (980),
Rostov (862), Smolensk (muito antiga), Turov (980), Chermigov (907) e muitas
outras. Parece fora de dúvida que tais cidades foram fundadas pelos eslavos.
A are cem no mente as muralhas, que na "paz romana" não se faziam
,~-
necessárias. Surgiram mais burgos e castelos forÍificãdos_na Inglaterra e baluartes
. ---
na França em defesa da população _contra as constantes- invasões bárbaras.
Ao mesmo tempo que o feudalismo crescia, os mercadores da orla marítima
intensificavam o seu comércio, a partir do século XI. O burgo assume novas
e~ragueJ;.eLJ senhores feudais e eliminar os pedágios. Na França, por exemplo, O mercantilismo se desenvolve apoiado pela ex ansão do capital comercial
de Ruão a Nantes, havia cerca de 70 pedágios. Nos estroncamentos viários implan- (capital derivado das trocas de bens e do a Vial usurário (capital derIva õ da
tam-se feiras que floresceram sobretudo, no século XIII, em toda a França, renumera ao o ró rio capital). facilitou e incentivou a expansão do capital
Inglaterra e Itália, principalmente. usurário a Reforma reli 'osa iniciada or Lutero: a usura que era condenada pela
Igreja passou a ser aceita pelos reformistas. ca us rário, através dos juros
Assim em fins da Idade Média, os interesses mercantilistas haviam conso-
lidado as tiranias. A ética divorcia-se da política passando os fins (manutenção excessivos ex ropria e enfraH!leCe ..Q.Lll\l..qlleJlOsp'rodutores,-geralmente artesãos,
qu~ não.jíveram outra alternativa ~Eão a de ingressar nas fábricas como assala-
da tirania) a justificar todos os meios empregados para atingí-los. MAQUIA VEL
riados, como roletários. Comep a desenvo ver-se uma incipiente in ustria manu-
procurou justificar esse divórcio em O Principe (1513) onde estabelece os prin-
fatureira. / ~ -- - ~-- --
cípios recomendáveis à implantação de uma, tirania, ainda que fazendo-se uso da I
violência e da fraude. ~ À. ~ o-...r;,t--..M A descoberta dos metais preciosos na América robusteceu o mercantilismo
. c?iCI" europeu o.. colonialismo. \ . -
Esse período da Idade Média é aracterizado or a intensa urbanização. ..,; -
O comércio e as cidades renascem a partir do século XIII. o mesmo secu o surge É de se notar que esse mercantilismo ainda não é o regime capitalista,
a cate r gotica e a Súmula Teológica de Tomás ti q ino que representavam embora prepare o caminho para ele.
uma renovação da fé católica. No século XIII, Paris passa de 100.000 habitantes <c. As cidades conti aumenllu sua im ortância nesse p,eríodo histórico.
a 240.000 habitantes; Veneza de 100.000 habitantes chega a ter 200.000 habi- A. cavalaria, suprema arma da Idade Média, pe;Je terreno par;;;-~tilharia e a
tantes; Florença passa de 45.000 habitantes a 90.000 habitantes. infantaria. Os canhões tornam obsoletas as muralhas apenas defensivas. As cidades
(( . de de fins da Idade M.' ia é nitidamente burwsa~ Na Idade Média, descem das colinas para as- lanícies e os traçados regulares dominam. As ruas
"todo plano era uma projeção direta dos objetivos dos clérigos, dos senhores p~s a uradiar de U.1Rapraça celltgl de on e·os_c ões defendem, estrategica-
feudais ou dos mercadores"." Castelo e catedral dominam o perfil das cidades mente, as entr aa.d cidade.
medievais. Qualitativamente, a cidade do medievo é superior à inóspita cidade A Renascença artís.W;a-domina-to.da_LALquitetma e a Arte llrbana.se-CQ.n-
antiga porque mais humanizada: possui hospital, estalagem para forasteiros e asilo fuode G9ffi Q pl.anejafHetlt€H:l-l'lTano.1\ Igreja ou catedral que na Idade Média
de inválidos e pobres, todavia, não possui jardim público. O jardim é particular, não é isolada, regra-geral, das demais construções, passa a ter destaque especial em
doméstico, íntimo. É jardim e pomar ao mesmo tempo em que se cultivam flores, grandes praças ajardinadas. Fontes esculturais, estátuas, colunas e obeliscos decoram
hortaliças e árvores frutíferas. -, as praças. A arte urbana copia da arquitetura seu desenvolvimento clássico.
O fim da Idade Média é caracterizado pela forma ão das monar uias e ~ Em fin: do século XVI a cidade passa a ser olhada. ~bretudo como es aço
-
expan~ do mercantilismº _
mento da arte com a tecnologia pelo seu servilismo ao modelo clássico, em desres-
peito até à funcionalidade do elemento estrutural (Colunatas sem sentido, cornijas
desnecessárias, tímpanos que não ocultam telhados, etc.). ~rática construtiva
se~esloca áa arquitetura paüULeng.enhatia. A técnica sobrepõe-se à arte.
r Em fins do século XVIII e início do século XlX,..s.w:g~ade da Máquina,
.caracterizada por algumas descobertas important§.: \
WATT desenvolee a máquina de vapor entre 1765 e 1774; RICHARD
ARKWRIGHT em 1785 difunde o uso do tear mecânico, inventado, em 1770,
~ HARGREAVES, para o fio de algodão; em 1784, GUILHERME MURDOCH
(~~~strói a primeira locomotiva de vapor ainda rudimentar; VOLTA, em 1800,
inventa a pilha elétrica; em 1825 uma máquina de vapor transporta 50 toneladas
de carvão pela estrada Stokton-Darlington"; em 1825 é inventado o eletroímã;
em 1828, VICAT descobre o cimento; em 1829, a locomotiva "Rocket" de
STEPHENSON, percorre o trecho Liverpool-Londres; FARADAY, em 1831,
constrói o primeiro dínamo e FOURNEYRON inventa a turbina hidráulica; em
1832 é construída a primeira ferrovia francesa ligando Lyon a Saint-Etienne;
oi
.'9 em 1856, é inventado o conversor Bessemer para a fabricação de aço; em 1859
;::s a American Drake extrai petróleo do subsolo de Titusville-Pensilvânia; em 1860
!:l
'"
c: é construído por LENOIR o primeiro motor de exploção de gás; em 1865 surge
o
-e
.,o o motor de gasolina; em 1866, o engenheiro SlEMENS constrói o primeiro
os
-e dínamo industríal; EDISON instala a primeira central térmica, em 1882; e muitas
Ü outras invenções e descobertas nos campos das engenharias mecânica e elétrica.
.,;
...•
r- f ~J.la-fa.\(.0rec.e.11- aparecisnento o-industFial4smo_e .0--...,
.,
-)
-e
capitalismo .
o
c: ~o condições fundamen aiLpara-o_apafeeimento do capitalismo a exis-
o ~
tência de:
~ "'.;
"
o a)S-ª2.ital us.unuio e comerl!ial. .
...•.o ~
~ b),Mão-de-obra !lssalariada abundante.
o o
(;)
I
~ 00
c) Mercado consu ~~.dor.
o
o ~ I C9 o a arecimento da fiação e tecelagem mecânicas e o conseqüente apa-
<N
e;::s recimento das fábr~e numero de artesãos fiadores e ~ce@~ltue tinha
o ~ \
seus ofícios em seus lares, fica desempregado~ Com essa abundância de mão-de~obra,
o
.•.. \
co~rande ca ital comercial e usurário acumulado. através da economia
<:) mercantilista e com um amplo merca o consumidor da o ar suas co ônias, aI ID!L
p~ da Eur-ºW principalmente a Inglaterra e França, ram origem ao sistema
capitalista baseado nas livres forças do mercado (lib rãli mo o ômico do
"laissez-faíre ").
~=
As cidade come ariam a crescer ex losivamente. ~~s inc!i!~trias localizam-se TABELA 10.2: RELAÇAO DAS MAIS POPULOSAS CIDADES DO MUNDO.3*
y na cidade, a' d apseveitar proxímrdad d rnãb"'="cte-úbr:
e-d m~-
sumidor e a "urbe" passou a ser centro de produção, em caráter prioritário, pela Cidades Populaç/io
;::tPiiiTicira vez na História. Todas essas mudanças cogstituem o que se convencionou
1~) Xangai 10.820.000 hab.
chamar de ~ução Industrial, que é um fenômeno sociológico complexo. 2é!) Tóquio 8.678.642 hab.
A cidade, co ,o de-In:odução~e eeméroio, se..divide sm difúenteuonas çarac- 311) , Cidade do México 8.591.750 hab.
4é!) Nova lorque 7.894.862 hab.
t~rizadas por aíjyjda cionais redomina teso Assim é que, surgem as zonas
5I!) Pequim 7.570.000 hab.
industriais, comerciais, residêneiâs de J)"a-ixo,médio e alto padrão, etc., refletindo 6é!) Moscou 7.528.000 hab.
a injustiça das classes sociais (...i. dicotomi ptodução-consumo origina na cidade 7é!) Sâ'o Paulo 7.198.608 hab.
8é!) 7.167.600 hab.
d~os 1iii'!ãBônicos: trabalhadores ~esjtlindo em cortiços favelas ce t ais ou 9é!) C L~re
lcutá 7.031.382 hab.
periféricas e proprietários dos meios de rodução (burgueses em ai bs resi- 10<}) B mbaim 5.970.575. hab.
d'enciais.
( . FONTES: The Europa Year Book - 1976 'ê---~lmanaqUe Abril 1977
Em 1800, no início da Revolução Industrial, contavam-se apenas 20 cidades
de mais de 100.000 habitantes e nenhuma cidade que atingisse 1.000.000 de Obs.: As áreas metropolitanas não estão compreendidas nesta Tabela.
habitantes; e apenas 1,7% da população mundial era urbana; em 1850, já existiam
4 cidades com 1.000.000 ou mais de habitantes; em 1900 esse número subiu I
para 19. A população urbana mundial está cre cendo à razão de 6,5% ao ano, o que
quer dizer que ela dobrará em apenas 11 a os.No Brasil, a taxa anual de cresci-
Entre 195Ú e 1960 constatou-se que existiam:
mento urbano foi de 5,2% na década de 60, uito embora suas cidades médias
141 cidades com mais de 1.000.000 de habitantes; 12 cidades entre 5 e de 100.000 a 250.000 hab. no mesmo período, rescessem à razão de 9,7%!
10 milhões de habitantes; 1.460 cidades com mais de 100.000 habitantes; 3 cidades
com mais de 10 milhões de habitantes e 13% da população mundial era urbana, Houv.e um crescimento maior das cidades e~ detrimento da população rural.
em 1950. Nunca as CIdades cresceram tanto como sob o regime capitalista de produção.
"
J
I'
S RIA Y MA'I A combate a cidade circular, com os seguintes argumentos conseqüências, as responsabilidades dessa conceituação que seria a de negar o
prin 'ipllls: próprio processo de planejamento, como o fez CAM~L SITTE, coerentemente:
a) Terrenos centrais, muito caros (procura muitíssimo maior que a oferta). "As obras de arte não podem criar-se senão individ almente ... " Acontece que
a criação artística existe, inegavelmente, no planejan nto integrado urbano e se
b) ongestionamento no centro da cidade.
manifesta na Arquitetura urbana que é parte do planejamento e não todo o plane-
c) Marginalização da população periférica, principalmente. jamento ... Por intuição artística não se cria uma estrutura urbana, consubstanciada
num zoneamento de usos do solo e num sistema viário, através de um processo
Na cidade linear tais inconvenientes não se verificam porque:
de planejamento completo que compreende pesquisas, análise da pesquisa, diagnose
a) Quando há crescimento da cidade, a avenida central pode-se alongar e prognose, por meio de elaboração de matrizes de mudanças do sistema, modelos
indefinidamente. parciais ou totais e técnicas aprimoradas de avaliação e controle. '.
b) A oferta de terrenos na área central, sendo praticamente ilimitada mantém Referindo-se às cidades romanas, construídas pelo povo dizia o arquiteto
o equilíbrio oferta-procura, e impede a especulação imobiliária. Os terrenos das SlTTE:
zonas residenciais teriam uma uniformidade de preço.
"Assim, pois, não era causalidade, senão a grande tradição de arte
Além disso, as comunicações entre os diferentes pontos da cidade são fáceis viva em todo um povo, a que produzia, aparentemente sem planos, as dispo-
e rápidas. sições urbanas. O mesmo ocorria na Idade Média e no Renascimento". É o
antiurbanista que fala.
O urbanismo moderno adota a estrutura linear, não com as dimensões e
funções de ARTURO SORIA Y MATA, ~as com a e~~rutu~~ dele. S.ubs.titui,~ Absurdo que todo um povo tenha uma tradição de arte, capaz de orientá-Io
,
eixo longitudinal, monumental, por uma trama linear ou trama direcional , na construção de cidades, quando se sabe que essa tradição sempre foi um
como propõe DOXIADlS. privilégio das elites. As cidades, ou cresciam naturalmente, construindo-se nelas
edifícios, monumentos e praças de seus artistas, ou eram, realmente, planejadas ...
4.4.2. CAMILO SITTE, arquiteto austríaco, que nos deixou sua mensagem
em um livro famoso "Construção de cidades segundo princípios artísticos" (1889),
4.4.3. EBENEZER HOWARD, taquígrafo do Parlamento Britânico, em
1889, publicou: Tomorrow: a Peaceful Path to Real Reform que, em 1902 foi
II
preocupava-se com o desaparecimento da vida cívica e formas artísticas das
cidades. Estudou a função e distribuição das praças públicas, fazendo com que
a mesma voltasse a ser um Centro Cívico urbano.
reeditado com o título: Garden Cities of Tomorrow.
processo de planejamento integrado sem, contudo, assumirem, ate suas últimas 32 metros de largura.
J
238 Célson Ferrari
Urbanismo 239
A CJ[:~~DE - JARDIM
DE E. HO'vJARO
( Parte do Plono)
I- PREFEITU ••••••
a- SALA PE CONCE-RTO.s
3- TEATRO
4- BI8UOTECA
5· HOSF'>ITAI-
6" Museu, GAL-E.RIA P6 .A..R,-e.
APEAS,
-CIDADE.,
'400ha.
- zONA RURAL.
2.000hOl .
POPULAçÃo,
.32.000 hob;j-antes
ESCALA
,.,."
ARTURO SORJA Y MATA fez uma crítica correta à cidade jardim de "Uma nova era industrial se abre. Tal e como na Idade da Pedra, disttu-
HOWARD na revista "La Ciudad Lineal" de 20 de setembro de 1904, em artigo ~imos ~~je . dois períodos, o Paleolítico': o Neolítülo, ~a era Industrial,
transcrito por FERNANDO DE TERÁN em seu livro: La Ciúdad Lineal: Antece- e necessano diferençar duas fases, a Paletotecmca e a N~otecnica".
dente de um Urbanismo Actual. 9
E prossegue, explicitando a posição do trabalhador em cada uma dessa.
ordens:
4.4.4. TONY GARNIER, arquiteto francês de Lyon, projetou entre 1901 "Sob a forma paleotécnica, o trabalhador dirigido como está, como todos
e 1904 uma cidade industrial com características lineares. nós, por sua educação tradicional, ao salário monetário, em vez de ao orça-
mento virtual, não tem tido uma casa adequada, nem mesmo aquilo qu .
Sua "Cité Industrielle" destinava-se a abrigar 35.000 habitantes - O projeto
poderia qualificar-se como uma casa decente. Mas, quando a ordem neotécnica
compreende duas grandes áreas: uma residencial e outra industrial, separadas por
chegar. .. o trabalhador construirá sua vivenda e se porá a planejar a cidade,
uma zona verde.
a projetar seu centro cívico, tudo semelhante senão superior a das glórias
passadas da história".
Escreveu em 1915, um livro: Evolução das Cidades, republicado em 1949
com o título: Cidades em Evolução - iCities in Evolutionv, que passou a ser
muito conhecido depois da divulgação que lhe deu seu discípulo LEWIS
MUMFORD. Nesta obra expõe algumas teorias sobre a cidade e seus problemas,
ressaltando, sobretudo, o caráter político dos mesmos.
GEDDES, pela primeira vez, chamou a atenção para a importância dos
aspectos sociais do planejamento regional e urbano e ensinou que todo planeja-
mento deve se basear em pesquisas.
vtu
Q,HI+---
vtQ
a. (CIDA.DES-JARDIM)
10 LE CORBUSIER, Urbanisme, Editions Vicent, Paris: Fréal & Cia., nova edição, 1966,
p.92.
Figura 10.13 - Desurbanízação linear. Diagrama de Hilberseiner.
1\
I
transportar a indústria às aldeias; não disse: se se quer salvar ao cidadão ... Esse conjunto de distritos servidos por uma escola primária e outros equipamentos
A vida em coletividade fornece a produção industrial e intelectual. A dispersão comunitários (clube, centro de saúde, correio, etc.) chama-se "rádio" (8.000 a
obstaculiza o desenvolvimento espiritual e debilita os reflexos da disciplina 12.000 habitantes) e corresponde a "unidade de vizinhança" do organicismo
material e intelectual... o homem aspira à urbanização; Um dos projetos de norte-americano. Os espaços verdes formam uma rede contfnua através da cidade.
desurbanização de Moscou propõe cabanas de palhas no bosque. Esplêndida A publicação da ONU, Urbanization: Development Policies and Planning informa,
idéia! Mas só para o Week-end".'! diferentemente, que os microdistritos residenciais das cidades russas abrigam de
8.000 a 12.000 habitantes e que alguns microdistritos formam um distrito
ENGELS escreveu: "A separação entre cidade e campo condenou a popu-
residencial de 25.000 a 50.000 habitantes.
lação rural a milênios de atraso e a população urbana à escravidão do trabalho
assalariado. Destruiu a possibilidade de qualquer desenvolvimento cultural na Um dos maiores urbanistas russos, N. A. MILlUTIN, propôs o seguinte
primeira e de qualquer desenvolvimento físico na segunda".12 esquema linear para as novas cidades russas:
b) Urbanização funcional que consistia na substituição das grandes cidades
e das aldeias, por um maior número de cidades industriais e agrícolas de 40.000
a 50.000 habitantes' onde o consumo seria inteiramente coletivizado. A casa
familiar seria substituída pela casa comunitária, com capacidade para 4.000 pessoas
ou mais. As crianças seriam cuidadas em creches e locais apropriados. Urbanizar
eliminando-se as grandes cidades era evidentemente, diminuir o ritmo de desen-
volvimento do País. Defendia essa tese os "urbanistas" dirigidos pro SABSOVITCH.
/ ),
246 Célson Ferrari Urbanismo 247 (
urbana cresceu 33% de 1926 a 1938 enquanto que a população total aumentou dormem em 852 camas" - Relatórios de Chadwick, em 1845, para a "Comissão Real para
a Saúde das Cidades". Citação de A. KORN em "La Histeria Construye Ia Ciudad", p. 126.
de 18%.
248 Célson Ferrari Urbanismo 249
--
(1922), foram aproveitadas mais tarde em algumas "new-towns". Em fins da década I
li>
de 1920 o conceito de cidade satélite surgiu dos estudos de planejamento regional, o
então' em seus princípios. Uma cidade satélite que surgiu desse conceito foi
•..os
Wythenshawe, próxima de Manchester. .~
L
ti)
BARLOW é considerado a melhor síntese sobre o assunto.
Sob o aspecto do planejamento do uso do solo, os planos do Condado de
Londres (County of London Plan) e da Grande Londres (Greater London Plan),
elaborados, respectivamente, em 1943 e 1944, sintetizam de forma a mais com-
pleta, todas as correntes de pensamento vigorantes sobre o assunto até então. O pri-
meiro teve por autores principais ABERCROMBIE e FORSHA W e o segundo, o
mesmo ABERCROMBIE. Propõem a criação de subúrbios satélites nas cidades exis-
tentes próximas ao cinturão verde (GREENBELT) de Londres e sugerem a criação
e localização das "novas cidades": as New-Towns.
Sob o aspecto formal, pode-se distinguir três fases na construção das New-
-Towns. A primeira compreende as projetadas entre 1946 e 1950; pertencem à
lS Esse projeto suburbano de cidade jardim gerou, no mundo todo, uma infinidade de
loteamentos com os nomes de "cidade jardim", "jardim América", "jardim Europa", "jardim
Japão", etc., que de jardim apenas ostentam o nome enganoso.
élson Ferrari
II
as de~s.
As cidades do primeiro grupo (Basildon, Bracknell, Crawley, Harlow,
Hatfield, Hemel Hempstead, Stevenage, Welwyn Garden City, Aycliffe, Corby, t:-::] INDÓSTRIAS
11\\\\\\\\1 I ~ t econômico.
c) O fator clima - A diversidade do clima dos Estados Unidos contribui para
formação de uma agricultura diversificada. O frio levou o americano a desenvolver
uma indústria para cornbatê-lo: tecidos de lã, aquecedores de água e ar, roupas
especiais, etc. O otimismo de PERO VAZ DE CAMINHA ao dizer a el-rei que
"querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo" referindo-se às nossas terras e clima
Figura 10.17 - Runcorn. infelizmente, não é verdadeiro.
d) Outros fatores: psicológicos (o colono americano veio com a família com o
propósito de lançar raízes em sua nova pátria em virtude das perseguições religiosas
254 Célson Ferrari
r Urbanismo 255
I
I
256 Célson Ferrari Urbanismo 257
'"...• O urbanismo contemporâneo nos Estados Unidos conta com trabalhos muito
originais, dos quais destacam-se os de CHRISTOPHER ALEXANDER, JANE
JACOBS, LOUIS KAHN, KEVIN LYNCH, PAUL RUDOLPH, WILLIAM PEREIRA,
P. GOODMAN, etc.
CHRISTOPHER ALEXANDER, arquiteto versado em matemática, a partir da
análise combinatória tenta matematizar a teoria urbanística elaborando estudos
analíticos muito importantes. Neste sentido, sua obra publicada mais conhecida é
Notes on the Synthesis of Form, Cambridge, Mass., 1964. Em estudos de "modelos
de planos de usos do solo", SCHLAGER valeu-se dos trabalhos analíticos de C.
ALEXANDER.
KAHN é um teórico do urbanismo e em seu estudo para o centro de Fila-
délfia, sem modificar a trama de ruas existentes, projeta uma rede tridimensional
para o trânsito de pedestres e de veículos, de grande flexibilidade, e propõe uma
mecanização e hierarquização do trânsjto com. ~s" ou torres de estaciona-
mento, além de criar um centro cívico.
'-- Os estudos de análise das estruturas ~rritoriais regionais e urbanas alcançaram
elevado nível de teorização nos EstadosUnidos, através dos estudos de WALTER
ISARD, EDWARD ULMAN, LOWDON WINGO Jr., RAYMOND VERNON,
WILLIAM ALONSO, JOHN R. FRIEDMANN, IRA S. LOWRY, EDWIN von
BOVENTER, etc.
Também os estudos de circulação urbana atingiram grande desenvolvimento
naquele país, principalmente, no que se refere à projeção de trânsito através de
modelos matemáticos complexos e de precisão.
Desde 1917 que os planejadores norte-americanos têm seu American City
Planning Institute, órgão de classe profissional.
-----r----------~
"\
de traçado ortogonal, em forma estelar, cujo plano datado de 1722 foi renovado, jeto de seu centro (core) foi vencido por AARME ERVI (1953) que conseguiu uma
em 1962, por OLLl KIVINEN. clareza de expressão e uma harmonia dificilmente igualáveis em projetos semelhan-
ixcomo as construções, em sua maciça maioria, eram de madeira, havia sempre tes. Lembra uma cidade-jardim pela abundância de espaços vazios e verdes.
incêndios devastadores que proporcionavam a oportunidade de um novo plano à A urbanização da França, iniciada à época do Império Romano, intensificada
cidade devastada~Uma legislação urbana de 1856 estipulava que as cidades deveriam em fins da Idade Média pelo desenvolvimento do mercantilismo, atravessa a Renas-
ser constituídas de zonas de incêndio, separadas entre si por Iargas avenidas, prote- cença, os tempos modernos e chega à Revolução Industrial em meados do século
toras, que impediam a passagem do fogo de uma zona a outra, Avenidas, jardins passado, com algumas realizações no setor do planejamento urbano: os mosteiros
amplos, arquitetura de estilo "império", sebes verdes unindo os edifícios entre si, do século VI foram a origem de inúmeras cidades francesas, castelos e vilas da época
edifícios públicos construídos em parques abertos (ideal neoclássico), dão às de CARLOS MAGNO, criados para defender o Império Franco, deram origem a
cidades finlandesas do século XIX uma paisagem agradável. cidades (Halle, Merseburgo, Magdeburgo, etc.); nos séculos IX e X, aldeias e cidades
CAMILO SITE teve alguma influência sobre o planejamento na Finlândia, fronteiriças são amuralhadas, em virtude das invasões bárbaras, assim como castelos
provocando um breve retorno às praças medievais, em fins do século passado. são construídos, até que no século XIV todas as cidades estavam protegidas por
Neste século, em seus primeiros 50 anos, predominou o "monumental" na arqui- muralhas. Entre 1220 e 1350, mais de 300 fortalezas ou novas cidades foram fun-
tetura e no planejamento urbano. Em Helsinque, os conjuntos residenciais dos dis- dadas em França. Porém, apenas algumas dessas fundações se transformaram em
tritos de Eira e Kulosaari, foram construídos conforme os princípios da "Art cidades verdadeiras. Essas cidades ou fortalezas eram chamadas "baluartes". Geral-
Nouveau". mente, possuíam um plano retangular ou quadrado, eram protegidas por um fosso
e uma muralha e, algumas, por um castelo ou cidadela.
ELlEL SAARINEM, autor do célebre livro The City , que traz uma impor-
tante contribuição à teoria do planejamento urbano, em 1915, ainda na Finlândia, '\:(A cidade renascentista francesa exalta, pelo Grande Estilo, o despotismo. Os
fez o plano de Munkkiniemi - Haaga, inspirado na teoria da cidade-jardim de palácios do Louvre e Versalhes são monumentos à grandiloqüência arquitetônica,
Howard. Entre 1911 e 1915, SAARINEN elaborou o plano diretor de Budapest, ao Grande Estilo, ao absolutismo.
venceu o concurso para a elaboração do plano diretor de Tallinn e preparou, junta- Entre 1853 e 1869, o barão HAUSSMANN, sob o beneplácito de NAPO-
mente com outro planejador, um esquema para o plano de Helsinque. Projetou LEÃO 111, pela primeira vez, encara uma renovação urbana como um técnico, um
SAARINEN, entre outras obras, os distritos marginais ao lago de Chicago, em 1923. urbanista e não como um esteta, um arquiteto, na acepção restrita do termo. Abre
Alguns projetos significativos que se seguiram: - subúrbio-jardim de Hel- amplas avenidas à época dos veículos à tração animal (velocidade média: 4 Km/ho- I
sinque chamado Kapyla (1921-1924), financiado pelo poder público municipal; ra) que até hoje servem ao trânsito motorizado (velocidades superiores a 80 Km/ho- lil
área residencial das indústrias Sunila por ALVAR AALTO (1936) e a Vila Olímpica ra).
para os Jogos Olímpicos de 1940 por H. EKELUND e M. VALIKANGAS. Mais modernamente, em França surgem TONY GARNIER (La Cité Indus-
O planejamento regional começou na Finlândia, em 1940, com o projeto de triel/e) e LE CORBUSIER (Une Vil/e Contemporaine, Plan Voisin, La Ville Radi-
AL VAR AALTO do vale do rio Kokenaki. euse, projeto de Argel, Nemours, etc.). Atualmente, há destacados urbanistas em
Depois da 2~ Grande Guerra, AL VAR AAL TO desempenhou papel impor- França estudando problemas ligados ao urbanismo subterrâneo, urbanismo subma-
tantíssimo na reconstrução das cidades finlandesas, assim como OTTO MEURMAN rino, às estruturas urbanas projetadas para o futuro, à metodologia do planejamento
e OLLl KIVINEN. urbano e regional, à análise regional, à economia urbana, à construção de novas
cidades, etc.
'\l(0 mais conhecido projeto urbanístico da Finlândia contemporânea é a cidade-
-jardim de Taplólrfi. Foi projetada por uma equipe pluriprofissional dirigida por 'C/'A França possui uma tradição respeitável no ensino do Urbanismo que lá
HEIKKI VON HERTZEN, diretor executivo da Fundação de Habitação. O projeto principiou por volta de 1916.~(
principiou em 1951. '~O início .da urbanização da Alemanha parece-se, historicamente, com a da
Tapíola é uma nova cidade situada no Golfo da Finlândia a 11 Km à oeste França. Teve origem na colonização levada a efeito pelo poderoso Império Romano
de Helsinque. Inicialmente foi projetado um núcleo de 17.000 habitantes para uma e, posteriormente, pela Igreja Romana~\Nos séculos IV e V seu território é invadido
cidade de 80.000 habitantes. Em relação às suas 4.575 unidades residenciais, 6.000 pelos germanos, povos indo-europeus, de diversas origens: alamanos, bávaros, fran-
empregos foram previstos em todas as categorias menos na de indústria pesada. A conianos, saxões e turíngios. Do século VI ao IX, de CLOVIS a CARLOS MAGNO,
população é balanceada, econômica e socialmente, evitando-se predominância de surgem reinos na Alemanha que prestam vassalagem aos francos, com exceção dos
determinados estratos sociais ou de famílias de padrões de renda uniformes. O pro- saxões, que são submetidos a CARLOS MAGNO, finalmente. Nesse período a
262 Célson Ferrari Urbanismo 263
Alemanha é evangelizada pelos missionários católicos e muitos mosteiros são funda- de cidades, tais como a de Hemmingen - Westerfeld; bairros residencias de Berlim
dos, transformando-se, posteriormente, em cidades. (Markisches Viertel, ao norte, e Britz-Buckow-Rudow, a sudeste); bairros residen-
ciais de Hamburgo; renovação das áreas centrais de Munique, Essen, Bremen, Colô-
Com o esfacelamento do Império Carolíngio surge, na Alemanha, um feuda-
nia, Kassel, Dusseldorf, etc. O plano de Buckow-Rudow à sudeste de Berlim Ociden-
lismo aguerrido e forte, cujo aparecimento foi favorecido pelas invasões de novas
tal é comumente chamado de Plano Gropius de vez que foi elaborado por WALTER
hordas bárbaras: normandos, dinamarqueses, húngaros, morávios, etc. Cidades forti-
GROPIUS. Outros planejadores que se destacaram na Alemanha Ocidental do após
ficadas e mosteiros se fundam: Friesack, Chorin, Lehnin, Gransee e outras. Em
~ guerra: HEINLE, WISHER e Associados (Vila Olímpica de Munique, 1872) WAL-
1134, Lubeck é reconstruída, das cinzas a que fora reduzida pelos eslavos. Depois
TER SCHWAGENSEHEIDT e TASSILO SITTMANN (Frankfurt), FRITZ
do ano 1200, muitas cidades se fundam nas regiões da Prússia, Saxônia, Silésia,
EGGELING (Nova Cidade de Wulfen), H.B. REICHOW (Nova Cidade de
Áustria e Polônia: Berlim, Breslau, Kovno, Brest-Litovsk, Riga e outras mais. Em
Sennestadt), FRANZ REIDEL (plano da comunidade de Langwasser à sudeste de
1400, Colônia fundada pelos romanos, era a mais importante cidade alemã, com
Nuremberg, para 60.000 hab.) e outros mais.
30.000 habitantes.
Na Alemanha Oriental, um dos mais importantes planos urbanísticos implan-
Os mercadores flamengos e banqueiros italianos, a partir do século XIII,
tados foi o da reconstrução do centro de Dresden. Algumas novas cidades foram
haviam estabelecidos um intenso comércio transalpino e as cidades do sul da Ale-
projetadas e construídas: Schwarze Pumpe, Houerswerda, Schwedt (no rio Oder) e
manha se desenvolveram muito: Augsburgo, Nuremberg, Ulm e Estrasburgo.
Halle-Neustadt.
A Liga Hanseática que controlava cerca de 80 cidades e todo o comércio do
O projeto de expansão de Rostock, o mais importante porto da Alemanha
norte da Europa deu grande desenvolvimento à urbanização da Alemanha e de seus
Oriental, é um de seus mais famosos planos urbanísticos, assim como o plano de
vizinhos, principalmente, da Holanda. As cidades que se situavam nos mares inte- renovação urbana de Erfurt,
riores da Europa (Mediterrâneo e Báltico) e nas vias de ligação entre eles cresceram
muito durante o período medieval. Com o deslocamento do eixo comercial europeu
4.5.5. Evolução urbana~o Brasil
para o Atlântico (portugal, Espanha, Inglaterra e Holanda), a urbanização desloca-se ~ -;;
para a orla atlântica da Europa. 4.5.5.1.\ economia portuguesa, à época da descoberta do Brasil, era me...r.cap-
Nuurante o Renascimento, na Alemanha, a cidade também adota em alguns ~. Havia em Portugal, um regime semifeudal, representado por uma aristo-
casos, o "grande estilo": Carlsruhe e Mannheim, ambas, port~ fluviais do Reno, são cracia patrimonial e uma monarquia absoluta aliada aos mercadores, em sua grande
"ernbelezadas" segundo os modelos parisienses de Versalhes. maioria, estrangeirot Convém lembrar,de passagem, que a dinastia então reinante,
fundada pelo bastardo Mestre de Avis, D. João I (1385-1580), fora apoiada pela
~m 1868 é editada na Alemanha a primeira legislação urbanística, no Grande burguesia comercial.
Ducado de Badert:-Dava ela à autoridade municipal competência para fixar o alinha-
mento das edificações e a divisão da rua e dos lotes para edificações. Assim, o ?f ~lill de tomar posse-das t~rras d~s~~b~rtas, ~ortygaLdiy:~~ís em c,api=-
sistema viário, na teoria do planejamento urbano foi o primeiro a merecer os cui- anias hereditárias - visando atraves da illlclativa nvada colonIza-lo e es lor -10.
dados da lei. Só em fins do século XIX é que surgiram as primeiras ordenações O fracasso desse sistema levou a coroa portuguesa a criar o sistema de Governo
sobre usos do solo, na Alemanha. ~~ Aos donatários, colonos e governadores gerais cabia a relevante
~nção de fundar cidadeS na colônia. A primeira cidade unda, a no B.rÂ8i.l.:.Il~ceter
O movimento artístico de maior relevo surgido na Alemanha deste século tal- sido Igaraçu em Pernambuco e SZ4(Seguiram-se depois as segu.itl1~escidades:
vez tenha sido o criado pela BAUHAUS, escola de arte e arquitetura fundada por Marim (Olinda) em 1530 (Pe Recife (PEJ~1531,J'ao/Vlcen (SP) e Ita-
W. GROPIUS em Weimar, em 1919 e transferi da para Dessau (1925-1932). Com a nhaém (SP) ["m 1532, Vit ria ( S) em V5r:), Vil~ do ~ereira (Salvador) (B ) em
subida de HITLER ao poder em 1933, os mais representativos artistas da 1536, Vial d~ São Jorge ( héus (BA) em h 540;Santos (sI» ~,543, It 'aracá
Bauhaus, refugiaram-se nos Estados Unidos: GROPIUS, LUDWIG, HILBERSEI-
(PE) em 1548~alvador(B m 1549,SãO~ -Io(1554),P r:anaguá(PR)-em 1560
MER, NEUTRA, WASSILY KANDINSKI, PAUL KLEE, LUDWIG MIES VAN
DER ROHE, LAZSLO MOHOLY-NAGY e outros.
Rio de Janeiro (Gin em 1565, Ni-tet:ói-fR:-Jem 1573 e outras mais \fi) fJ ~
gerou um grande deslocamento de tropas para as Minas Gerais, e, conseqüente- Em 1850, sob a pressão da Inglaterra, a monarquia promulga lei proibindo o
mente, a abertura de novos caminhos e a criação de inúmeros núcleos urbanos. O tráfego de escravos no Brasil. A Inglaterra exerceu pressão nesse sentido por razões
pólo mineiro teve o mérito de promover a integração do centro do País com as econômicas: o açúcar brasileiro, graças à mão-de-obra escrava, concorria com o
regiões pecuaristas do Nordeste e do Sul. inglês, no mercado mundial, a preços vantajosos. O capital comercial empregado no
Sob o aspecto demográfico, a mineração atraiu um grande fluxo de popu- tráfico de escravos passou a ser investido no café, e em menor escala numa indústria
lação branca, européia, responsável pela etnia prevalecente no ~País.21 O ciclo da nascente no país.
mineração originou dois tipos de cidades: Como o café era produto de exportação, os países importadores começaram a
a.i. - Cidades que surgiram nos locais de mineração, tais como: construir estradas de ferro aqui. Todas eram estradas colonialistas, nitidamente vol-
tadas para a exportação e nunca para a integração do país. Elas eram de bitolas dife-
Em Minas Gerais: Ouro Preto, Mariana, Sabará, Caetê, Queluz, São João DeI
rentes, característicos de traçado diferentes, velocidades de projeto diferentes, infra-
Rey, Estrela do Sul, Diamantina, Congonhas do Campo.
-estrutura diferente, não se interligando. Enquanto isso, nos Estados Unidos os
Em Goiás: Goiás, Ouro Fino, Meia-Ponte (hoje: Pirenópolis), Jaraguá, Santa colonos se preocupavam em levar a civilização de Leste para Oeste, construindo
Luzia, Cavalcante, Arraias, etc. estradas que davam progresso a estas regiões. Eram estradas pioneiras, que deram
Em São Paulo: Apiaí e Eldorado Paulista '(antiga Xiririca). condições de sucesso a grande marcha para o distante oeste ("far west"). No Brasil,
ao contrário, as estradas de ferro foram empós da colonização já encontrando fun-
Em Mato Grosso: Cuiabá e Mato Grosso.
dados as aldeias e pousos que depois se transformaram em cidades.
No Paraná: Curitiba e Paranaguá.
A partir de 1850, o escravo passou a custar muito caro. Com a intensificação
No Rio Grande do Sul: Lavras e Encruzilhada do Sul. da agricultura cafeeira, o trabalho escravo tomou-se insuficiente e incompatível
a.2. - Cidades nascidas da circulação provocada pela mineração (pousos, com uma estrutura econômica rentável. O negro tinha poucos conhecimentos, era
encruzilhadas, postos de pedágio, passagens difíceis): Exemplo: Pouso Alegre, Pouso caro, de baixa produtividade e fugia muito. Os cafeicultores passaram então a utili-
Alto, Passa Três, Passa Quatro, Passa Vinte, Registro, Curral d'EI Rei,22 Lajes, Soro- zar-se dos imigrantes. Veio muita gente da Europa, com civilização e cultura mais
caba, Mogi-Guaçu, Feira de Sant'Ana, Malhada Grande, Feira de Conquista, Casa elevadas que as predominantes aqui. Houve uma renovação urbana acentuada no
Branca, etc. Brasil. Nossa arquitetura enriqueceu-se com a contribuição dos imigrantes italianos,
alemães, ingleses, etc. e o fenômeno de urbanização, além de acentuar-se, enrique-
Aspectos arquitetônicos e urbanísticos: desenvolveu-se na época uma arquite-
ceu-se, formalmente. É que a burguesia, àquela época, não era "crioula", nacional:
tura barroca, de valor inestimável, sobretudo pela sua originalidade.
era estrangeira (portugueses e ingleses) e ligada às economias européias.
As cidades nascidas nesse ciclo, na área de mineração, passaram, então, a ser
Com a abolição da escravatura a 13 de maio de 1888, os latifundiários do
nossas cidades barrocas. São barrocas na arquitetura de seus edifícios, mas, quanto
café que já estavam desgostosos com a monarquia apoiaram a implantação da
a traçado, são de concepção medieval: ruas estreitas, curvas, semhierarquização de
República, em 1889. A República, regime próprio da burguesia, no Brasil, surgiu do
vias e sem zoneamento.
feudalismo latifundiário mais evoluído, não escravocrata, paraxodalmente.
b) Ciclo do café Por que Rui Barbosa não se elegeu presidente da República a despeito de sua
...-- O café é um produto que necessita de latifúndios e de mão-de-obra abundante notoriedade em todo o País? Simplesmente porque era um lídimo burguês, cujos
para conseguir excedentes exportãveís Poi, primitivamente, escravagista. interesses de desenvolvimento industrial, urbano, se opunham aos interesses daque-
,
les que pretendiam conservar o País como seleiro de matéria-prima do mundo, im-
Não fosse a acentuada imigração de população branca provocada pela descoberta do
21 portando os produtos manufaturados. Dizia-se: "O Brasil é um país essencialmente
ouro nas Minas Gerais, principalmente, a população brasileira atual se assemelharia, etnica- agrícola", pretendendo com isso dizer que deveria permanecer "exclusivamente
mente, à do Caribe, pelo predomínio da raça negra. agrícola".
22 Curral d'El-Rei, nasceu da fazenda do Cercado, fundada pelo paulista JOÃO LEITE Com a monocultura do café, intensifica-se a urbanização e modernização de
DA SILVA ORTlZ, o Anhanguera 11, em 1701. Logo, Cercado se tornou um verdadeiro alguns núcleos." Novas cidades foram surgindo como "bocas de sertão": Campinas,
"curral" do gado vindo da Bahia e da região do S. Francisco para abastecer as zonas aurfferas
do rio das Velhas e um próspero povoado ali se formou: Curral d'El-Rei. Duzentos anos mais
tarde surgiria naquele mesmo local, Belo Horizonte 01eja-se ABÉLIO BARRETO em Bello 23 O processo de urbanização se reflete no crescimento prodigioso de São Paulo: de
Horizonte - Memária, histórica e descriptiva, Belo Horizonte: Livraria Rex, 1936, 356 pp.) 31.385 habitantes, em 1872, passa para 47.696 em 1886 e atigen 64.934 habitantes em 1890.
Urbanismo 269
268 Célson Ferrari
Limeira, Pirassununga, Descalvado, São Carlos, Araraquara, Mogi-Mírim, Casa TABELA 10.5: CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO PAULISTA.
Branca, Mococa, Ribeirão Preto, Marília, Bauru, depois as cidades do norte do Datas dos
Paraná. Muitas delas já tinham sido fundadas como antígospousos, cruzamentos de Pop, total %* Pop. Urb. %* Pop. Rural %*
CENSOS
vias de transporte, incipientes núcleos de mineração, ou tendo origem nos "patri-
mônios" doados pelos proprietários de terra para sua urbanização, mas adquiriram 1940 7.180.316 - 3.168.111 - 4.012.205 -
1950 9.134.423 27,2 4.804.211 51,6 4.330.212 7,9
foros de cidade com a chegada do café. Continua a prevalecer o traçado retilíneo
1960 12.974.699 42,0 8.149.979 69,2 4.824.720 11,4
ortogonal, quase sempre do tipo "tabuleiro de xadrez" com sua rua principal par- 1970 17.958.693 38,4 14.432.244 77,2 3.526.449 6,2
tindo da estação ferroviária, com uma praça (geralmente, uma quadra) contendo a
igreja matriz, ostentando, porém, uma arquitetura mais moderna, cosmopolita, e * Incrementos populacionais em %.
mais e melhores equipamentos urbanos (iluminação das vias publicas, bondes, sanea-
mento básico e pavimentação). +Pressionados pelos' problemas urbanos os a~nistradores principiaram a en-
carar o planejamento como um meio de resolvê-Ios.
.-, c) Ciclo da industrialização A rigor, o planejamento urbano iniciou-se com o plano de Brasílía." É sem
duvida, o primeiro plano urbanístico elaborado em bases científicas, representando
'Áté 1930 'as condições socioeconômicas do Brasil não são favoráveis à indus- uma síntese intuitiva, porém, genial, das teorias racionalistas e empiristas, conhe-
trialização. Apenas durante a 1~ Grande Guerra (1914-1918), dadas as dificuldades cidas à época do projeto, representada por uma trama linear modificada. Após
de importação, desenvolve-se no Brasil (São Paulo, principalmente) uma pequena Brasflia, muitos escritórios especializados em planejamento regional e urbano sur-
indústria de substituição de bens ímportados.> giram no País e centenas de planos de renovação e extensão urbanas foram elabo-
rados, bem como planos de distritos ou cidades industriais e de grandes conjuntos
Depois com o cracking mundial de 1929 que aqui repercutiu intensamente
residenciais.
abalando a economia cafeeira, o tenentismo burguês de nossas forças armadas im-
planta a Revolução de 30, derrubando o feudalismo agrário do poder e dando --Antes de Brasília, o único plano sério conhecido é o da Cidade dos Motores
autenticidade à república brasileira.No Brasil, a burguesia só assume o poder depois feito por J. L. SERT, que não foi implan\ado.'-
da revolução de 30. Com essa revolução, através de uma legislação protecionista e. Só mesmo, eufemístícamente, pode-se considerar como' planejamento urbano
trabalhista, a indústria incipiente pôde desenvolver-se. É o marco zero de nossa o processo de trabalho que levou alguns técnicos a elaborarem os "planos" de Belo
revolução industrial. Horizonte (engenheiro AARÃO REIS), Qgiânia.{AIÍLIO CORREIA LIMA-e-irmã.Qs.
De passagem, seja lembrado que o ciclo do café preparou os caminhos para o COIMBRA BUENQ), Aracajú (engenheiro SEBASTIÃO PIRRO), Teresina, Ara-
surgimento da industrialização. A "fazenda" de café difere, substancialmente, do garças, Fortaleza (arquiteto português SILVA PAULET), Piracicaba, Londrina e de
"engenho" de açücar. O "engenho" é auto-suficiente, ruralista e aristocrata. A "fa- outras cidades brasileiras. Na melhor das hipóteses, são simples traçados urbanos
zenda" é uma forma de exploração capitalista do solo, dependente da comerciali- convencionais, sem regulamentação de zoneamento, sem hierarquização de vias e
zação urbana e quase burguesa. HANDELMANN, numa intuição certeira, chamou sobretudo sem a implementação necessária e indispensável ao prosseguimento do
ao cafeeiro de "planta democrática". Além do mais, .tendo os colonos origem processo de planejamento. Isto, sem falar nos aspectos sociais e econômicos, não
urbana, em sua maciça totalidade, contribuíram parao desenvolvimento da pequena considerados no processo. Eram planos para a época em que foram elaborados: só
indústria, principalmente, da agroindústria. dentro dessa relatividade de tempo podem ser aceitos como planos. Em verdade,
""\
"* // A cidade derrotou o campo, em termos de predomínio político e econômico
a partir de 1930, acentuando-se a urbanização do país':A correlação entre industria-
não passavam de "riscos" de cidades ...
lização e urbanização fez com que as regiões mais industrializadas (São Paulo, Rio 24 A idéia de situar a capital do país em seu interior, longe do litoral, é bem antiga.
de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul) sofressem um aumento demográfico VELOSO DE OLIVEIRA, em 1810, aconselhara a D. JOÃO VI: "Que a Corte não se fixe
superior às demais regiões e com que suas cidades crescessem mais que as outras. em algum porto marítimo... principalmente se ele for grande e em boas proporções para
o comércio, mas em lugar são, ameno, aprazível, isento do tropel das gentes indistinta-
A urbanização mais se acentuou após a 2~ Grande Guerra quando a industrialização
mente acumuladas". Em 1823, JOSÉ BONIFÁCIO DE ANDRADA E SILVA, o Patriarca,
adquiriu novo e vigoroso impulso. não só sugerira a mudança da capital para o planalto central corno dera-lhe o nome: Brasflia.
Vejam-se os incrementos populacionais do Estado de São Paulo nas três últi- Foi no governo de J. KUBITSCHECK que a mudança da capital foi autorizada pela lei
n'? 2874 de 1.9 de setembro de 1956.
mas décadas (Tabela 10.5).
270 Célson Ferrari Urbanismo 271
__ A nosso ver, a cidade contemporânea, filha, sem dúvida alguma, originalmente Há propostas ainda para as "cidades-torres". RINO LEVI, concorrendo ao
da forma de produção capitalista, é uma conquista de nossa civilização comum, Concurso de Brasília, em 1957, apresentou audacioso plano que era "um esquema
capitalista ou socialista, desejosa de desenvolvimento econôm~co, desejos~ de c~n- aberto, uma imagem de cidade otimista, inédita, um marco da utopia do século XX
sumir cada vez mais o supérfluo, amante do conforto matenal, etc. Sena preciso fincado no deserto", no dizer elegante de BRUNO ZEVI. Eram quatro edifícios,
retomar a uma civilização agrária, negar o progresso, para mudar a cidade? com rede viária elevada, de 300 m de altura, que .atordoaram o júri e o levaram a
Algumas tentativas de solução para os males da cidade: Unwin, o planejador inquinar a concepção de mecanicista e inexeqüível.
das duas cidades jardins inglesas (LETCHWORT e WELWYN) disse, ante a Comissão ~ Outros tentam tornar a vida urbana possível nos desertos, através de um
Barlow .em 1939: "A nacionalização do solo seria a solução mais completa do pro- sistema de água e esgotos interligados, sem perda dos dejetos c1oacais. \)-
blema": referindo-se ao problema da distribuição da população industrial na Grã-
Muitos urbanistas pesquisam a possibilidade de se construírem cidades
-Bretanha. segundo grandes, sistemas estruturais, lançando as bases do urbanismo espacial.
O gráfico abaixo] mostra, esquematicamente, corno a propriedade pri:~da do Kenzo Tange formulou uma solução espacial para Tóquio. Yona Friedmann fez
solo trabalha contra a prosperidade, consumindo parte dos lucros das atividades tentativa semelhante para Paris.
produtivas e da cidade: Estuda-se também a utilização de uma trama linear em vários níveis, que
Unwin, diz que se a propriedade privada deixasse de existir sobraria 'para foi, parcialmente, utilizada em Hook, cidade nova inglesa, por exemplo.
investimentos e para o governo local toda a renda que lhe é destinada. Outros estudos visam a construção de cidades prefabricadas, desmontáveis,
, KROPOTKlN e BORSODI (Russos) - propõem acabar com as cidades, utilizando-se da tecnologia do perecível.
fazendo do país inteiro, uma cidade. Suas teorias são consideradas desviacionistas, e Estaria a solução em ,se retomar aos sistemas utópicos, produzindo cidades
as vantagens da vida urbana são inegáveis para serem simplesmente repelidas. ideais, no esquema racionalista empirista, organicista, etc., como o fizeram:
A solução mais correta virá, por certo, de pesquisas de novas formas de vida LÚCIO COSTA, LE CORBUSIER, F. L. WRIGHT, GROPIUS, HILBERSEIMER,
urbana. NIEMEYER, e muitos outros?
Existem instituições que estão estudando novas formas de cidade: Na França, Para finalizar este capítulo, eis algumas idéias que, por certo, estarão pre-
estudam-se cidades subterrâneas, para o caso de uma guerra atômica; Detroit sentes na cidade do futuro:
Edison Company, iniciou estudos sobre o futuro da região urbana de Detroit;
a) Verticalidade ordenada do crescimento urbano. As cidades grandes deverão
outros urbanistas estudam cidades submarinas ou flutuantes, como os ingleses e
crescer em sentido vertical, por meio de edifícios-bairros, edifícios-torres, orde-
japoneses.
nados na paisagem urbana com a finalidade de se conseguir: altas densidades
PROPRIEDADE demográficas, ,descongestionamentos, áreas verdes e recreativas em abundância,
etc.
PRIVADA
b) A Cibernética deverá ser colocada a serviço da vida urbana, na automação
/
dos transportes coletivos, no controle automático dos serviços públicos em geral,
etc. (2~ Revolução Industrial - mecanização do trabalho mental.)
c) Novos meios de transportes urbanos que deverão afastar-se da superfície
do solo (subterrâneo, aéreo ou elevado).
d) Abolição, talvez, da rua, por desnecessária.
") f) O "funcionalismo" deve sobrepor-se a to~o "formalisrno" 2~a máquina que os planos urbanos sejam abertos, flexíveis, de modo a permitirem o maior
cidade. Sempre que se buscou a cidade-arte, a urbanidade foi aviltada. grau de liberdade possível na adaptação do planejado às novas situações emergentes.
Por exemplo, em vez de se definir previamente todas as funções urbanas futuras
g) Finalmente, o aproveitamento das oportunidades oferecidas pela tecno-
de uma cidade é mais lógico dar-lhe as melhores condições e organizá-Ia para seu
l~a do perecível. Sempre se procura nas edificações, o imperecíve~. Queren.do .usar
desenvolvimento "deixando a cada cidade a possibilidade de encontrar seu estilo
tudo aquilo que tenha duração muito grande, às vezes buscam-se mcongruencias e
particular", conforme afirmou GEORGES CANDILIS ao se referir ao projeto de
desvantagens, como estas: pontes que afunilam estradas, made~quadas aos nossos
fluxos de trânsito' unidades habitacionais obsoletas tanto sob o aspecto dos ma- uma nova cidade de 100.000 habitantes. Isto não significa um retorno ao "laissez-
-faire", já que a necessidade de planejamento é hoje indiscútivel e verdade corri:
teriaisquanto fun;ionalmente; edifícios públicos inadequados à~ novas funções: etc.
Como a demolição e reconstrução de tais obras custam muito dinheiro, vao se queira aceita até por leigos. A um dogmatismo rígido de escolas urbanísticas,
cada uma com seus preceitos sagrados e intocáveis, oponha-se a riqueza de um
eternizando em prejuízo da comunidade. Dever-se-á construir tudo, pensando na
planejamento flexível que permita um relacionamento social espontâneo e livre
sua pronta e rápida substituição. Um material que dure de 15 a 20. ~nos, pode
e uma superposição natural das funções urbanas.
ser desmontável, ou demolido facilmente. Muitos autores, portanto, ja defendem
tais idéiás e lutam pela implantação da tecnologia do perecível. Todavia', o enve- Sobre a cidade do futuro há que se dizer ainda uma palavra final: o urbanismo
(urbe-cidade) tende para o orbanismo (orbe-mundo) porque em futuro não muito
lhecimento planejado objetivando o crescimento da demanda, imperante na pro-
fitópolis - a cidade do lucro - deve ser evitado a tudo custo.
1 remoto, o antagonismo entre cidade e campo terá desaparecido pará dar lugar
a um mundo totalmente urbanizado.
Diante do exposto e já que a busca de formas estruturais ótimas pa~a n~s~as
cidades não chegou ainda a termo satisfatório, é prudente e até mesmo científico Há uma derradeira perspectiva para que tal não suceda: o despovoamento
da terra pelo emprego maciço das armas atuais de destruição. Os sobreviventes
por certo escolherão outros caminhos para seu desenvolvimento, já que o nosso
provou ser autodestrutivo. Todavia, se optarem novamente pela urbanização do
mundo, após a catástrofe, diremos, repetindo FERNANDO RÂMON: "Daqui eu
os saúdo e lhes desejo mais sorte do que a que tivemos" (Miséria de Ia ideologia
urbanistica, p. 161).,
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
2. ARGAN,. Giulio C. The Renaissance City. George R. Collins (org.). Londres: Studio Vista,
1968, 128 pp,
9. CHlLDE, Gordon. O que Aconteceu na História. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1960, 34. MUMFORD, Lewis. A Cidade na História. Belo Horizonte: Editora Itatiaia Ltda, 1965,
287 pp. 2 volumes, 829 pp.
10. CHILDE, Gordon. A Evolução Cultural do Homem. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 35. MUMFORD, Lewis. La Cultura de Ias Ciudades. Buenos Aires: Enece Editores 1"957,
1966, 229 pp. 721 pp. (Existe tradução em português.) . '
11. CHOAY, Françoise. The Modern City: Planning in the 19 th Century: George R. Collins 36. MILLIET, Sérgio. Roteiro do Café. São Paulo: Bepa-Editora, 1946, 196 pp.
(org.) Londres: Studio Vista, l28 pp. 37. PIRENNE, Henri. As Cidades da Idade Média. América-Lisboa: Publicações Europa,
l2. CHILDE, Gordon. Evolução Social. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1961, 164 pp. 176 pp.
13. CIAM. EI Corazon de Ia Ciudad. Barcelona: Editorial Científico-Médica, 1961, 183 pp. 38. PRADO JR., Caio.• História Econômica do Brasil. São Paulo: Editorial Brasiliense Ltda
1956, 324 pp. .,
14. CIAM. La Carta de Atenas. Buenos Aires: Editorial Contempora, 1957, 143 pp.
39. RAMÓN, Fernando. Miséria de Ia Ideologia Urbanística. Madrid: Editorial Ciencia Nueva
15. COLLINS, George R. e COLLINS, Christiane C. Camillo Sitte and the Birth of Modern 1967, 161 pp, '
City Planning, Londres: Phaidon Press, 1965, 232 pp.
40. RAMOS, Domingo Garcia. lniciacion ai Urbanismo. Universidade Nac. Autônoma de
16. EVE~SON, Norma. Le Corbusier: the Machine and the Grand Design. George R. Collins México, 1965, 305 pp.
(org.), Londres: Studio Vista, 128 pp.
41. REDFIELD, Robert. O Mundo Primitivo e suas Transformações. Rio de Janeiro: USAID,
17. F AORO, Raymondo. Os Donos do Poder. 2 vols. 2~ edição, Porto Alegre-São Paulo:
1964, 164 pp,
Ed. Globo-Ed. da Universidade de São Paulo, 1975, 750 pp.
42. REIS FILHO, Nestor Goulart. Evolução Urbana do Brasil. São Paulo: Livraria Pioneira
18. FRASER, Douglas. Village Planning in the Primitive World. George R. Collins (org.).
Editora, 1968, 235 pp.
Londres: Studio Vista, 128 pp.
43. ~EIS FILHO, Nestor Goulart. "Urbanização e Teoria". Tese a Concurso para Provimento
19. FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. São Paulo: Cia. Editora Nacional,
de Catedra. Abril de 1967. São Paulo. 138 pp. e lâminas diversas.
8~ edição, 1968, 261 pp.
44. RODWIN, Lloyd. La Metropoli dei Futuro. México: Liberos Mexicanos Unidos 1964
20. FURTADO, Celso. Formação Econômica da América Latina. Rio de Janeiro, 2~ edição, 298 pp. ' ,
1970, 366 pp.
45. SAALMAN, Howard. Medieval Cities. George R. Collins (org.), Londres: Studio Vista,
21. GIST e HALBER'T. A Cidade e o Homem. Rio de Janeiro: Editora Fundo de Cultura,
128 pp.
2 volumes, 1961, 626 pp.
46. SAARINEN, Eliel. La Ciudad su crescimento su Declinación y su Futuro. México:
22. HARDOY, J. E. Ciudades precolombinas. Buenos Aires:Ediciones Infinito, 1964,575 pp.
Editorial Linusa Wiley S.A., 1967, '305 pp. '
e 75 lâminas.
47. STEIN, Clarence. Toward New Towns for America. USA: Library of Congress-Reinhold
23. HARDOY, J. E. Urban Planning in pre-Columbian America. George R. Collins (org.).
Publishing Corporation, 1957, 263 pp.
Londres: Studio Vista, 128 pp.
48. SOLANO· DE, Francisco (coordenador). Estudios sobre Ia Ciudad lberoamericana. Madrid:
24. HIRSCH, Wemer Z. Urban Life and Form. Nova York-Londres: Holt, Rinehart and
Consejo Super~or de Investigaciones Científicas, 1975, 880 pp.
Wiston, 1963, 248 pp.
49. TERAN, Fernando de. Ciudad y Urbanización en el Mundo Actual. Madrid-Barcelona:
25. KORN, Arthur. History Builds the Town. Londres: Lund Humphries, 953-1100 pp. Editorial Blume, 1969, 330 pp.
26. KORN, Arthur. La Historia Construye Ia Ciudade. Buenos Aires: Editorial Universitária
50. TIKHOMIROV, M. The Towns of Ancient Rus Foreign Language. Moscou: Publishing
de Buenos Aires, 1963, 234 pp, lIouse, 1959, 503 pp.
27. LAMPL, Paul. Cities and Planning in the Ancient Near East . George R. Collins (org.).
51. WEBER, Max. The City. Illinois-Glencoe: The Free Press, 1958, 242 pp.
Londres: Studío Vista, 128 pp.
52. WERNECK SODRÉ, Nélson. Formação Histórica do Brasil. São Paulo: Editorial Brasi-
28. LAVEDAN, Pierre. Histoire de l'Urbanisme, Paris: Henri Laurens Editeur, 3 vols. 1959.
licnse, 2~ edição, 1963, 417 pp.
29. LEITE, Mário. Paulistas e mineiros (plantadores de cidades). São Paulo: Edart, 1961,
53. WERNECK SODRÉ, Nélson. História da Burguesia Brasileira. Rio de Janeiro: Ed. Civi-
292 pp. lização Brasileira, 1964, 418 pp.
30. LE CORBUSIER. Quand les Cathédrales Êtaient Blanches. Paris: Librairie Plon, 1937,
54. WHITTICK, Arnold. Encyclopedia of Urban Planning. Nova York, s-. Louis, San Fran-
325 pp. cisco: McGraw-Hill Book Company, 1974, 1218 pp.
31. LE CORBUSIER. La Ciudad dei Futuro. Buenos Aires: Ediciones Infinito, 1962,183 pp.
32. LEWIS, D. EI Crescimiento de Ias Ciudades. Barcelona: Ed. Gustavo Gili S.A., 1972,
285 pp.
33. MOOG, Vianna. Bandeirantes e Pioneiros. Porto Alegre: Editora Globo, 1955, 413 pp.