Sei sulla pagina 1di 4

Aula Filiação Jurídica

1. Aula passada.
 Filiação. Origem biológica, socioafetiva e jurídica.
 Filiação jurídica se baseia em presunções de conjugalidade, e independe de origem biológica ou
socioafetiva.
 Passado.
 Filiação estava atrelada ao casamento. Fora dele não havia estado de filiação.
 A origem genética e a convivência familiar pouco importavam para o mundo jurídico.
 Critérios objetivos. Prazo prescricional.
 Maternidade visível e aparente. Maternidade sempre foi presumida como sendo certa.
 Presunções servem para a paternidade. O direito não tinha como ter certeza
biologicamente falando, então presumia. Se tornava uma verdade jurídica.
 CC 2002
 Presunções mantidas e ampliadas. Prazos abolidos.
 Ações de estado de filiação se tornaram imprescritíveis.
 Por consequência, a filiação podia ser contestada a qualquer tempo; a paternidade poderia
ser negada a qualquer tempo.
 Valorização da filiação socioafetiva quando prescritível (na medida em que o critério biológico
não era determinante).
 Desvalorização, quando imprescritível (pois, em que pese a convivência familiar, apenas pelo
fato de não ser pai biológico vai poder contestar).

2. Argumentos para se negar a paternidade.


 CC/16: levando em consideração que não havia teste de DNA; utilizava-se de critérios biológicos
dentro das possibilidades.
 CC/02: maneiras diretas. Apenas a negativa biológica é suficiente?
 Judiciário passou a lidar com um dilema: Deferir ou indeferir?
 Jurisprudência vem sendo consolidada. Conclusão: necessidade de declaração da
ausência de convivência. Além de comprovar que não há laço sanguíneo, terá que comprovar
que não houve vínculo afetivo.
 Valorização da socioafetividade.
 Convivência não se mede pelo tempo.
 O fato é que todos esses casos devem ser ponderados no caso concreto. Homem levado a
erro; homem não levado a erro.
 E, justamente, por dever se levar em conta também a afetividade e a convivência familiar,
que o DNA não pode ser considerado em caráter absoluto para fixar uma filiação. Origem
biológica é importante, mas não exclusiva.

3. Diante do impasse: quem é o pai, o biológico ou o socioafetivo?


 Esse conflito existe por conta do caráter binário da filiação.

4. STF aprovou a Tese de Repercussão Geral 622.


 Reconheceu a possibilidade jurídica da multiparentalidade.
 Superou o antigo e absoluto caráter binário da filiação.
 Situação já permitida jurisprudencialmente a depender do caso.
 Foi uma resposta à uma realidade (em que pese não existir na lei, existe na vida).
 Problemas. Primeira leitura: valoriza mais o biológico? Mesmo sem convivência familiar,
mesmo sem laços afetivos, posso reconhecer a paternidade simplesmente por ser biológico?
 Indo mais adiante. O problema de uma tese de repercussão geral é que ela devolve o poder
de resolução para o judiciário. Não predetermina que o socioafetivo é mais importante; que o
biológico é mais importante. Simplesmente diz que é possível, que “não impede”. Isso não
significa dizer que é obrigado, mas sim que é facultado. Permite a ponderação do magistrado
a aplicar ou não.
5. Provimento nº 63 do CNJ, 2017.
 O CNJ editou a fim de sanar as dúvidas e auxiliar nas decisões a serem tomadas em
casos de multiparentalidade.
 O provimento reiterou e solidificou a decisão do STF, instituindo a possibilidade, nos
cartórios de registro civil, de reconhecimento voluntário, via extrajudicial, da maternidade e
paternidade socioafetiva, bem como do registro dos filhos havidos por técnicas de reprodução
assistida.
 MULTIPARENTALIDADE: situação existencial na qual uma pessoa possui vínculo de
filiação com dois pais, ou com duas mães, concomitantemente
 Permissão para que se registre uma paternidade socioafetiva mesmo quando já existente
uma dada filiação biológica e vice-versa.
 Até então, tal reconhecimento só era possível por decisão judicial.
 Aspecto positivo: facilitação do processo para a população mais carente.
 Dúvidas quanto à sua interpretação, principalmente quanto ao art. 14.
 Corregedoria-Geral de Justiça do Estado do Ceará requereu providências ao CNJ, para
pedir esclarecimentos sobre a interpretação do provimento, principalmente quanto ao art. 14.
 Reposta: o intuito do provimento é permitir o reconhecimento extrajudicial de vínculos
socioafetivos, mas apenas unilateralmente.
 E explicou o sentido dessa palavra: quando acionado, esse reconhecimento extrajudicial
somente poderá reconhecer um ascendente por esta via (ou um pai, ou uma mãe).
 Uma vez formalizado um vínculo socioafetivo extrajudicial de um ascendente (seja
paterno ou materno), o reconhecimento de um novo vínculo socioafetivo de outro ascendente
só poderá ser realizado judicialmente.
 Interpretações contrárias: Regina Beatriz “o provimento 63, proibiu o registro de dois pais
e duas mães para um mesmo filho em procedimento administrativo”.
 Parece ignorar o fato de que o restante do Provimento é firme ao estabelecer a
multiparentalidade dentro das suas regras. Inclusive, um dos “considerandos” ao início do
provimento faz referência expressa à tese do STF, que reconheceu a paternidade socioafetiva
e a multiparentalidade.
 O controle jurisdicional será afastado? = no próprio regimento há a menção da
possibilidade de o registrador solicitar a intervenção do Poder Judiciário sempre que tiver
dúvida sobre a veracidade dos laços de socioafetividade, sempre que suspeitar de fraude,
falsidade, má-fé, vício de vontade, simulação ou dúvida sobre a configuração do estado de
posse de filho.
 Enfim, para concluir, o fato é que o fato de o pedido ser consensual não retira da Justiça
a necessidade de ponderar sobre a peculiaridade dos fatos, ainda mais sabendo que uma das
maiores preocupações com a multiparentalidade é a possibilidade alienação parental e, por
isso mesmo, cada situação deve ser analisada, afastando-se de generalidades,
preconceitos e padronização.

6. Artigos.
 Introdução aos capítulos atinentes à Filiação: “Da filiação” e “Do reconhecimento da pessoa dos
filhos”.
 O capítulo “Da filiação” dispõe sobre a filiação presumida. Filhos que advêm de uma
conjugalidade (tanto pelo casamento, quanto por uma união estável).
 Art. 1.596. Igualdade
 Art. 1.597. Caput.
 Trata das presunções jurídicas.
 Significa dizer que, para o direito, trata-se de uma verdade jurídica coincidente ou não
com uma verdade real.
 Para quê presunções se há testes de DNA? = São utilizados quando não houver, por
exemplo, instrumentos necessários para definir uma paternidade.
 As presunções jurídicas podem estar baseadas tanto no critério biológico quanto no
critério socioafetivo.
 Art. 1.597. Inciso I e II.
 CC/16.
 Presunções que se baseiam em prazos de conjugalidade, início e fim de conjugalidade.
 Qual é o objetivo?
 Como começa a contagem? Não se conta a partir da celebração do casamento ou do início
da união estável, mas a partir do efetivo início da convivência entre cônjuges e
companheiros.
 Essas presunções de concepção têm sido desafiadas pelo avanço da biotecnologia e pela
disseminação das técnicas de reprodução assistida. Durante séculos a incerteza da
paternidade era resolvida valendo-se dessa presunção operacional.
 Presunção juris tantum, argumentos trazidos no início da aula.
 Alguns sustentam que essas presunções permanecem adequada à realização da função
afetiva da família, como triunfo da vontade sobre a causalidade física.
 A razão de ser da presunção de paternidade do filho da mulher ou companheira nascido
após 180 dias do início da convivência, segundo pontes de Miranda, possui como
fundamento a presumida fidelidade conjugal por parte da mulher, tornando a paternidade
certa.

 Art. 1.597. Inciso III. Fecundação | homologa | pós mortem.


 Critério Biológico.
 Fecundação Homologa.
 Material biopreservado; patrimônio genético separado.
 Prevenir doenças.
 É uma presunção? Há uma verdade biológica. Incoerência do legislador.
 Mesmo que o marido venha a falecer.
 Imaginemos, então, o caso em que a esposa viúva em dar andamento ao projeto parental
que tinha com o marido.
 Surgem alguns problemas.
1. O que lhe dá o direito, enquanto viúva, de ter esse acesso? Visto que:
- não é herdeira; muito menos está disposto no regime de bens.
- necessidade de consentimento prévio escrito. Elaboração exterior à
literalidade da lei.
2. Tendo autorização, poderá fazer a qualquer tempo. Fala-se em um ser que, à
época da morte, nem estava concebido. É um filho que não tem direito
sucessório, pois a capacidade para herdar na sucessão legitima a partir da
concepção.
3. Posterior casamento ou união estável da viúva. Será filho do ex marido? E as
presunções do inc I e II? Enunciados da Jornada de Direito Civil deram a
interpretação de que se faz necessário um estado de viuvez, ou seja, não contrair
união estável ou casamento.

4. Permissão para dar um pai registral para essa criança que não vai conviver
com ela. Difere muito da produção independente?

 Inciso IV. Concepção artificial | homologa | embrião excedentário | a qualquer tempo.


 Critério Biológico.
 Conceitos. Material fecundado. Já estando fecundado, a concepção (colocar no
útero) poderá ocorrer a qualquer tempo.
 Inciso II: a presunção atribui a paternidade ao marido da mãe em relação ao
filho nascido dentro dos trezentos dias após a morte daquele. A fecundação homologa
poderá ocorrer em tempo posterior a esse, persistindo a presunção da paternidade do
falecido, desde que se prove que foi utilizado seu gameta, por parte da entidade que se
incumbiu do armazenamento.
 É uma presunção?
 Questões.
1. O embrião fecundado biopreservado tem o mesmo status do nascituro? Se
sim, considera-se a possibilidade de herdar e requerer alimentos de um ser
que pode nunca vir a ser colocado em um útero. É uma insegurança jurídica.
Não pode ter o mesmo status do nascituro, pois pode vir a se tornar inviável,
a nunca ser implantado, não tem expectativa de vida que o nascituro tem.
2. Há casos em que o casal quer partilhar os embriões no divórcio. São bens?
É patrimônio genético, ligado ao direito de personalidade, está unindo dois
direitos de personalidade, logo um não pode utilizar se o outro não
autorizar.
 Inciso V. Inseminação artificial heteróloga | autorização do marido.
 Critério socioafetivo, admitindo que não há vínculo biológico.
 Inseminação heteróloga. Conceitos.
 Casos em que, geralmente, há infertilidade do marido.
 Não há a exigência que o marido seja estéril ou, por qualquer razão física ou psíquica,
não possa procriar.
 Presunção Jus et jure. Não há erro. Não admite prova em contrário, admitir que o
marido possa negar após autorizar é venire contra factum proprium: vedação do
comportamento contraditório.
 Adoção à brasileira? Essa inseminação não se distingue muito da adoção a brasileira,
que é quando alguém registra como se fosse seu um filho que sabe ser de outra pessoa.

Potrebbero piacerti anche