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Dimensão do risco

Ressegurador

Segurador

Segurado

Apólices

Introdução ao resseguro

UM3UM3
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Índice

1. História da indústria seguradora e do resseguro 4

2. História da Swiss Re 8

3. Definição de resseguro 11

4. Natureza e função do resseguro 12

5. Quem oferece resseguro? 16

6. Quais são os maiores resseguradores? 17

7. Do segurado à retrocessão: 18
apresentação esquemática da pulverização de riscos
através do resseguro

8. Formas básicas de resseguro 20

9. Tipos de resseguro: proporcional e não-proporcional 21

10. Comparação entre o segurador direto e o ressegurador 31

11. A liberdade e suas conseqüências 32

Bibliografia básica 34

Termos técnicos 34

Ramos de seguro 36

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Introdução ao resseguro

Prefácio

Caros Leitores:

Contamos hoje com numerosas obras dedicadas ao tema resseguro. A esta série
de publicações vem acrescentar-se “Introdução ao resseguro”, ora editada pela
Swiss Re. Não sem razão, poderia o leitor se questionar sobre a necessidade de
uma publicação breve como esta, quando há tantos livros sobre o resseguro.
Acreditamos que ainda assim ela é oportuna, e por motivos justos.

Muitas vezes, as obras que se propõem apresentar uma introdução ao ressegu-


ro analisam o tema ou de modo superficial ou profundamente demais. Em
algumas faltam exemplos, em outras há uma tal profusão de detalhes, que as
torna interessantes somente para quem já dispõe de conhecimentos básicos de
resseguro, ou mesmo para aqueles que já estão familiarizados com uma litera-
tura mais complexa.

Esta publicação é diferente. “Introdução ao resseguro” constitui um material


de formação básica, que limita o sistema de resseguro a seus fundamentos, tra-
tando-o de forma compreensível. Além de conter material de diversas fontes
literárias e ser enriquecido com exemplos e gráficos, o presente ensaio expressa
também um pouco da filosofia da Swiss Re e sua maneira de tratar os negócios.

Visto nosso campo de trabalho ser muito dinâmico, “Introdução ao resseguro”


não poderia ser uma publicação de caráter conclusivo. É nossa intenção mantê-
la atualizada, completando-a e adaptando-a, quando se fizer necessário, à luz
de novos conhecimentos.

Gerência de Produtos
Transferência de Conhecimentos

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1.
História da indústria seguradora e do resseguro

Aspiração por segurança e prevenção

A aspiração do homem por segurança e prevenção é tão antiga quanto a pró-


pria humanidade. Inicialmente, ela se manifestou através da pura defesa indi-
vidual, mais tarde no grupo familiar, no clã e nas corporações. A idéia comu-
nitária “um por todos e todos por um” constitui a origem do seguro. Em um
mundo baseado na divisão do trabalho, com concentrações de valores cada vez
maiores, o seguro adquiriu uma importância crescente ao longo da história.

Henry Ford I explicou, com bastante exatidão, a importância da indústria


seguradora na nossa época a um visitante em Nova York que se admirava de
como uma cidade tão grandiosa pudesse ter sido construída: “Isto somente é
possível através dos seguradores. Eles são os verdadeiros construtores desta
cidade. Sem seguros não teríamos arranha-céus. Nenhum capitalista financia-
ria edifícios, que uma única ponta de cigarro pode transformar em cinzas”.

Origem do seguro

A idéia do seguro direto e do resseguro surgiu pela primeira vez relacionada


com a navegação marítima comercial. Enquanto as primeiras coberturas de
seguro de transportes nos remetem a uma época anterior a Cristo, o primeiro
contrato com características de resseguro de que se tem notícia foi celebrado
somente em 1370, em Gênova.

O desenvolvimento econômico como condição básica

Paralelamente ao aumento das relações comerciais e ao desenvolvimento


econômico no final da Idade Média, principalmente nas cidades-estados italia-
nas, em Flandres e nas cidades hanseáticas, apareceu uma verdadeira indústria
de seguros. Os seguradores daquela época trabalhavam sem estatísticas, cálcu-
los de probabilidade ou tarifas, baseando-se unicamente em sua avaliação pes-
soal do risco1. Por isso, não raro se questionava um segurador aflito, ao tomar
1“Risco”, segundo a termino- conhecimento de uma má notícia, se, por ventura, não teria assumido um risco
logia de seguros, designa não demasiadamente grande. Para se proteger diante de uma tal situação, ele cedia
somente os riscos abstratos, o risco através de resseguro, caso um outro segurador se dispusesse a assumir
mas também objetos de segu-
partes ou a totalidade dele.
ro concretos, como, por exem-
plo, uma embarcação a ser
segurada.
Ao lado do resseguro, que, de uma maneira geral, cobria apenas riscos indi-
viduais (ver capítulo 8, resseguro facultativo), buscava-se naquela época sobre-
tudo uma repartição do risco através do cosseguro2. Uma lei inglesa de 1746,
2“Cosseguro” é a participação estabelecendo ampla proibição do resseguro, muito contribuiu para que um
de vários seguradores diretos segurador direto somente pudesse cobrir um risco, que excedesse seus meios
em um mesmo risco (ver glos- financeiros, através da participação de outros seguradores (sindicatos). Esta lei
sário).
levou indiretamente à consolidação da internacionalmente conhecida bolsa de
seguros Lloyd’s of London (ver capítulo 5).

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A fundação de companhias de seguros

O seguro contra incêndio foi, depois do seguro marítimo, o segundo grande


3“Assekuranz” tem sua ori- passo na história do seguro (Assekuranz3). Assim foi fundada, após diversos
gem no termo italiano assicu- grandes incêndios em Hamburgo, entre os anos de 1672 e 1676, a ainda exis-
ranza (= segurança) e engloba tente Hamburger Feuerkasse, a mais antiga seguradora do mundo.
os conceitos atuais de seguro
e indústria seguradora.
Com a Companhia de Seguros de Vida Amicable or Perpetual Assurance, fun-
dada em 1706 em Londres, a matemática atuarial se estabeleceu defini-
tivamente como instrumento de avaliação de risco e tarifação.

Outros marcos da indústria de seguros moderna datam do século XIX. Uma


das inovações desta época foi a fundação de inúmeras empresas de seguros –
ainda hoje existentes – assim como o aparecimento de um resseguro moderno,
buscando a compensação de riscos em nível internacional, além do seguro
social e de muitos outros ramos de seguro.

O rápido desenvolvimento no último século somente se explica no contexto da


história econômica; das transformações sócioeconômicas acompanhadas de
uma revolução no pensamento. No espaço de poucas décadas, criou-se uma
concepção de mundo racional completamente nova. A passividade humana
cedeu lugar a uma atitude responsável perante a vida e o meio ambiente. A
necessidade de segurança, que esta nova era trouxe consigo, favoreceu a for-
mação do negócio de seguros tal como ele se apresenta atualmente.

Do risco individual à carteira

Esta foi a origem do resseguro moderno. A acumulação de riscos, conseqüente


à industrialização, provocou uma necessidade crescente de proteção de resse-
guro para as companhias de seguro. Ao lado do resseguro facultativo de
riscos individuais, surgiu o resseguro por contrato, oferecendo cobertura para
toda uma carteira. Esta forma ainda é utilizada, sob a designação de resseguro
automático ou obrigatório (ver capítulo 8).

O incêndio de 1842 em Hamburgo, de proporções catastróficas, impulsionou


4“Ressegurador profissional” o estabelecimento do primeiro ressegurador profissional4, a Kölnische
é aquele que opera exclusiva- Rück. Um sinistro de tão grandes proporções – custou aproximadamente 18
mente resseguro, como, por milhões de marcos – estava longe de poder ser coberto pela Hamburger Feuer-
exemplo, a Swiss Re.
kasse, que dispunha de uma reserva de apenas 500.000 marcos. Desse modo,
este sinistro contribuiu para estabelecer definitivamente a necessidade de repar-
tição dos riscos de carteiras inteiras de apólices entre diversos seguradores (car-
teiras, ver capítulo 4).

5
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Os resseguradores profissionais

No princípio, sobretudo os seguradores diretos financeiramente sólidos


aceitavam negócios de resseguro. Porém, logo após a fundação da Kölnische
Rück, surgiram outros resseguradores profissionais:

– 1853: Aachener Rück;


– 1857: Frankfurter Rück;
– 1863: Schweizerische Rückversicherungs-Gesellschaft (Swiss Re);
– 1880: Münchener Rückversicherungs-Gesellschaft (Munich Re).

A fundação de companhias profissionais, especializadas em resseguro, foi um


acontecimento de grande importância para a atuação e o desenvolvimento da
indústria de seguros, pois, no cosseguro tradicional, diversos seguradores
participavam, em uma relação contratual direta com o segurado, na mesma
apólice, ficando assim informados da atividade comercial dos outros. Esta
situação podia levar a abusos por causa de concorrência. O resseguro eliminou
esta desvantagem. Além disso, a especialização permitiu o desenvolvimento de
novas formas de resseguro; a atividade em nível internacional possibilitou uma
melhor compensação de riscos, bem como a aquisição de experiência além das
fronteiras de cada país. Todos estes fatores contribuíram para melhorar a cober-
tura de resseguro e, indiretamente, as condições que os seguradores diretos ofe-
reciam a seus clientes.

O apogeu da indústria de seguros

O século XX também foi marcado pela fundação de numerosas companhias de


resseguro em diversos países, além de uma acentuada participação de segura-
dores diretos nas coberturas de resseguro. Atualmente, a Standard & Poor’s
estima aproximadamente 135 resseguradores profissionais em nível mundial, e
cerca de 2.000 seguradores diretos atuando também como resseguradores.

O grande número de seguradores diretos e de resseguradores é uma prova de


que o período próspero da indústria do seguro, iniciado com a revolução indus-
trial no século passado, perdura até hoje. Agora, no final do século XX, parti-
cularmente a indústria de seguros européia encontra-se diante de uma nova
fase. A liberalização provocada pela União Européia está contribuindo para o
desaparecimento do tradicional e rígido sistema de regulação estatal. Atual-
mente, uma indústria de seguros desregulamentada leva a uma acirrada con-
corrência.

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O fundamento da indústria de seguros moderna:


a “Lei dos Grandes Números”

Para determinar os prêmios, as seguradoras necessitam de uma previsão dos


futuros sinistros. Todavia, o momento em que uma fatalidade pode acometer
um único indivíduo e a dimensão do dano que causará são imprevisíveis. Por
este motivo, considera-se um grupo grande de segurados, em vez de cada um
individualmente, supondo-se que estejam expostos aos mesmos riscos, mas
sejam atingidos por sinistros independentemente uns dos outros.

Neste caso, pode-se observar que o sinistro médio do grupo se aproxima cada
vez mais de um valor fixo, à medida que o tamanho do grupo aumenta. Isto
ocorre em conseqüência da Lei dos Grandes Números, descoberta por Jakob
Bernoulli, por volta de 1700.

Graças a esta lei, é possível fazer prognósticos muito melhores da totalidade dos
sinistros anuais esperados para o grupo do que para cada um individualmente.
A carga de sinistros prevista é então dividida pelo número de segurados e deter-
mina o valor dos prêmios.

A determinação da carga de sinistros e sua distribuição nos prêmios individuais


são baseadas, hoje em dia, em estatísticas detalhadas. As estatísticas, porém,
sempre se orientam pelo passado. A transposição das estatísticas ao presente,
assim como a previsão do desenvolvimento futuro, possibilitam fazer um cál-
culo de probabilidades. Embora este cálculo esteja altamente desenvolvido,
pode haver discrepâncias entre realidade e previsão. Esta possibilidade é deno-
minada risco atuarial (ver capítulo 4), e justifica a necessidade de resseguro.

Exemplo:
O momento da morte de cada um é incerto. Por outro lado, com base na expe-
riência e observação pode-se prever, com bastante exatidão, quantos dentre
100.000 recém-nascidos, do sexo masculino ou feminino, atingirão a idade de,
por exemplo, 20, 50, ou 60 anos.

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2.
História da Swiss Re

De 1863 à Primeira Guerra Mundial: época pioneira

Como demonstrara em 1842 o incêndio de Hamburgo, o incêndio de Glarus


em 1861 comprovaria que os recursos financeiros das companhias de seguro
não eram suficientes para catástrofes como estas. Para poderem enfrentar
tais riscos, em 1863, várias companhias se reuniram – a Helvetia Allgemeine
Versicherungsgesellschaft, de St. Gallen, a Schweizerische Kreditanstalt, de
Zurique, e o Basler Handelsbank, de Basiléia – fundando, juntas, em
Zurique, a Schweizerische Rückversicherungs-Gesellschaft (Swiss Re).
A aprovação dos estatutos da companhia pelo Conselho Governamental do
Cantão de Zurique foi assinada pelo poeta suíço Gottfried Keller, naquela
época, Primeiro Escrivão de Estado.

Embora os primeiros contratos com cedentes estrangeiras já viessem sendo


celebrados desde 1864, foi extremamente difícil estabelecer-se em países estran-
geiros. A rápida e eficiente liquidação dos sinistros causados pelo devastador
terremoto de São Francisco, em 1906 – que custou à Swiss Re, bruto, 8.4
milhões de francos suíços, equivalentes a 50% da totalidade dos prêmios anuais
de Incêndio – aumentou internacionalmente o prestígio da empresa. Em con-
seqüência ampliaram-se os negócios e, em 1910, foi fundada, em Nova York, a
primeira filial da Swiss Re.

A época entre as duas Grandes Guerras: fase de expansão

Na década de 1920, uma expansão na Europa, em nível continental, seguiu-se


àquela já realizada nos Estados Unidos e na Inglaterra. A Swiss Re estava pre-
sente em 11 países, sobretudo na Alemanha, participando em 31 companhias
de seguro e resseguro. A empresa provou continuar sendo solvente e
confiável, apesar da desvalorização monetária entre 1919 e 1924, e da
“sexta-feira negra” de 1929. A crise econômica, provocada pelo crack da Bolsa
de Nova York, em 1929, refletiu-se também nos resultados da Swiss Re,
que sofreu enormes prejuízos. Contudo, a empresa logrou, no período
entre as duas Grandes Guerras, tornar-se uma resseguradora líder em nível
mundial.

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O Pós-Guerra: adaptação à nova ordem mundial e consolidação

Durante a 2a Guerra Mundial, graças às medidas de economia de guerra toma-


das e à posição neutra da Suíça, a Swiss Re pôde manter ativas suas relações
internacionais de negócios. Porém, os anos do pós-guerra trouxeram algumas
mudanças radicais. Foram fundadas novas sucursais e filiais em vários países do
Oeste Europeu, enquanto a forte posição ocupada nos países do Leste foi per-
dida, devido ao processo de estatização. Além disso, a descolonização da África
e da Ásia provocou a criação de estruturas de mercado totalmente novas, às
quais era necessário adaptar-se. Na década de 60, o desenvolvimento econômi-
co exigiu muito da companhia em termos de flexibilidade e inovação. Neste
contexto, entre outras medidas, a Swiss Re fundou o Swiss Insurance Training
Centre (SITC) – Centro Suíço de Treinamento em Seguros – cuja função é for-
mar técnicos na área de seguros (no início, originários sobretudo de países
menos desenvolvidos). Também na estrutura da empresa foram introduzidas
diversas inovações: em 1964 foram criados departamentos especificamente
orientados para o mercado; em 1973 formou-se uma organização tridimensio-
nal, voltada para o mercado, o produto e a especialização. Em 1989 seguiu-se
uma reorganização maior, cujo objetivo era reunir os departamentos técnicos e
de mercado; em 1992 a empresa estabeleceu um novo conceito de direção.
Nesta época, a formação de técnicos de resseguro foi adaptada às novas neces-
sidades. Cursos de resseguro, organizados em módulos, substituíram a for-
mação até então oferecida, de maneira a preparar os novos funcionários mais
objetiva e eficientemente para suas funções específicas.

O aumento de negócios e o número sempre crescente de funcionários (208 em


1910; 480 em 1960; 1.135 em 1990; 3.700 em 1994; 8.800 em 1999) tornaram
necessárias a construção e a compra de novos edifícios de escritórios. Em
1969 foi construído o Neubau, em 1972 foram comprados os prédios Escher e
Lavater, em 1986, o Mythenschloss e, finalmente, a partir de 1992 alguns
departamentos foram transferidos à Gotthardstrasse, ao Sood/Adliswil e à
Bederstrasse.

Em 1984 foi concebida uma nova estratégia empresarial com o objetivo de


ampliar o produto resseguro através de uma oferta diferenciada de coberturas
(ponto central) e prestações de serviços complementares. Nesta época, a Swiss
Re consolidou sua posição de segunda maior companhia de resseguros do
mundo.

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A partir de 1992: um grupo empresarial para todos os tipos de seguros

Com a finalidade de concentrar-se especificamente nos negócios de seguros,


a partir de 1989, começaram a ser vendidas as empresas de prestações de
serviços pouco relevantes para tal setor. Este processo de concentração foi
reforçado, em 1992, através de uma nova concepção estratégica: a intenção de
ser um grupo empresarial para todos os tipos de seguros. Em seguida, a Swiss
Re posicionou-se como um grupo empresarial atuante principalmente nos
setores de resseguro e seguro direto, bem como, complementarmente, nos seto-
res vizinhos de gerência de riscos e regulação de sinistros. Como conseqüência,
em janeiro de 1993, a direção da empresa desmembrou-se em Direção Geral e
Direção da Swiss Re, Zurique (Swiss Re – Operativa).

A partir de 1994: concentração no negócio essencial

Em fins de setembro de 1994, a Swiss Re informou seus acionistas da venda de


suas companhias de seguro direto na Suíça, Alemanha, Itália e Espanha.
A mídia recebeu o seguinte comunicado (excerto):
“Nova orientação estratégica: intensificação dos negócios de resseguro e desinves-
timento no setor de seguro direto.
O Grupo Swiss Re introduziu uma nova orientação estratégica. Para ampliar
cada vez mais sua destacada posição em todos os mercados de resseguro, e apro-
veitar da melhor maneira possível as imensas possibilidades de mercado, o
Grupo se concentrará, no futuro, no negócio básico – o resseguro – e nas pres-
tações de serviços a ele relacionadas. Por esta razão, resolveu vender suas parti-
cipações majoritárias nas companhias européias de seguro direto. Os conside-
ráveis recursos financeiros, liberados por estas vendas, serão investidos para
reforçar a sua base de capital, viabilizando a conseqüente ampliação do negó-
cio de resseguro”.

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3.
Definição de resseguro

“Resseguro é o seguro de companhias de seguro”, ou mais


precisamente:

“Resseguro é a cessão de uma parte dos riscos assumidos por um segurador


direto perante os segurados, com base em contratos de seguros ou determi-
nações legais, a uma segunda companhia, sem nenhuma relação direta com
o segurado – a resseguradora.”
(Definição segundo M. Grossmann, “Resseguro – uma introdução”)

Por que o resseguro é necessário?

O segurador direto utiliza o resseguro para, por exemplo:


– limitar o mais possível as flutuações anuais da carga de sinistros que deve
suportar às suas custas;
– estar preparado para enfrentar uma catástrofe.

Segurado Segurador direto Ressegurador

Apólices assume riscos assume riscos


do segurado do segurador
direto

Transferência dos Transferência dos


riscos ao segura- riscos ao ressegu-
dor direto rador

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4.
Natureza e função do resseguro
4.1 Função básica do resseguro

Resseguro é o seguro dos seguradores. Através do resseguro os seguradores dire-


tos cedem, parcialmente, riscos assumidos que excedem sua capacidade ou que,
por outros motivos, não querem assumir sozinhos. Até há algum tempo atrás,
visto os parceiros de negócios do ressegurador serem companhias de seguros ou
outros resseguradores, o ressegurador quase não tinha contato com o público.
Esta atuação “às escondidas” associou ao resseguro a imagem de uma ciência
oculta. O público somente se interessava pela função e problemática do resse-
guro, quando uma empresa resseguradora estava em dificuldades, ou quando
tinha que pagar grandes indenizações após catástrofes da natureza. As coisas
mudaram: hoje em dia também as companhias resseguradoras participam de
diálogos em público.

Riscos individuais e carteiras

Os seguradores diretos reduzem a sua responsabilidade em riscos individuais


particularmente grandes através de cessões isoladas em resseguro facultativo
(ver capítulo 9). O resseguro pode também cobrir carteiras inteiras, compreen-
dendo, por exemplo, a totalidade dos contratos de Incêndio, Transporte
e Automóveis de um segurador direto. Estas carteiras de seguro são ressegura-
das através de contratos de resseguro automático (ver capítulos 8 e 9).

Carteiras equilibradas

As carteiras de seguros apresentam estruturas muito diferentes. Para que uma


carteira seja equilibrada (homogênea), deve reunir muitos riscos semelhantes e
equivalentes. Desta maneira, a carga de sinistros pode ser compensada no con-
junto, significando que o segurador direto somente necessitará de pouco resse-
guro, ou mesmo de nenhum. A carteira de um grande segurador direto, ope-
rando no ramo de Automóveis, aproxima-se do caso ideal. Se tal carteira inclui
um número suficiente de riscos individuais (200.000 automóveis, por exem-
plo), segundo a Lei dos Grandes Números, a flutuação da relação entre sinis-
tros e prêmios – índice de sinistralidade – deveria ser de pouca importância.
5“Risco fortuito”: dependente
da sorte ou do azar, provoca
desvios nas estatísticas basea- Todavia, uma carteira homogênea não exclui desvios inesperados de sinistra-
das em muitos anos de obser- lidade, em conseqüência de riscos fortuitos5 e de riscos de mudança6, razão pela
vação da sinistralidade. Por qual também se recomenda proteger tais carteiras através do resseguro (cf. “Lei
exemplo, quando se produzem dos Grandes Números”, capítulo 1).
subitamente sinistros de
grandes proporções, como a
tempestade de granizo em
Munique (1984), os temporais
primaveris na Europa (1990) e
o tufão Andrew nos Estados
Unidos (1992).

6“Risco de mudança” (cf. defi-


nição no glossário): um exem-
plo atual é o aumento brusco
de roubo de carros nos países
centro-europeus, após a aber-
tura da Cortina de Ferro.

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Carteiras de seguros desequilibradas

As carteiras mais desequilibradas são aquelas que cobrem os riscos de energia


nuclear e aeronáuticos. Aqui as imensas responsabilidades resultam da acumu-
lação de importâncias seguradas nas coberturas de ramos elementares, seguros
de cascos, responsabilidade civil e acidentes, referentes a um número relativa-
mente pequeno de objetos segurados. Tais riscos nunca poderiam ser suporta-
dos por uma única companhia de seguros, e nem sempre podem ser assumidos
7 “Pool”: contrato com o obje- pelo resseguro. Assim, tornou-se necessária a criação de pools7 nacionais, repar-
tivo de distribuir grandes tindo uma parte da responsabilidade entre as companhias nacionais de seguros,
riscos entre todos os segura- e cedendo a maior parte dos riscos aos pools estrangeiros.
dores de um país ativos em
determinado ramo.
Entre os casos extremos de carteiras equilibradas e desequilibradas apresen-
tados, encontram-se outras, como de Incêndio, Acidentes, Responsabilidade
Civil, Transportes e seguros de Vida, com necessidade normal de resseguro,
ainda que variável caso a caso.

De quanto resseguro se necessita?

A questão de quanto resseguro o segurador direto necessita depende da cultu-


ra empresarial. Esta considera fatores tais como disposição a aceitar riscos,
capacidade financeira e usos do mercado. Todavia, não existe nenhuma garan-
tia absoluta contra a ruína. Através do resseguro, uma empresa pode simples-
mente diminuir a probabilidade de se tornar insolvente.

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4.2 Efeitos do resseguro sobre o segurador direto

O ressegurador realça, de muitas maneiras, o valor dos serviços que o segura-


dor direto oferece a seus clientes:

– diminuindo a probabilidade de o segurador direto se tornar insolvente, ao


assumir riscos catastróficos;
– estabilizando o balanço do segurador direto, assumindo parcialmente riscos
fortuitos, de mudança e de erros;
– equilibrando a carteira do segurador direto, ao ressegurar riscos de importân-
cias seguradas muito elevadas ou de grande periculosidade;
8 “Capacidade de subscrição”: – aumentando a capacidade de subscrição8 do segurador direto através da acei-
montante bruto máximo que tação de partes de risco e da disposição de uma parte das reservas necessárias;
uma companhia de seguros – aumentando o capital próprio disponível do segurador direto, pela liberação
pode assumir na subscrição de
de capital próprio vinculado a riscos;
riscos individuais ou de acu-
– ampliando o campo de atividade empresarial do segurador direto, apoiando-
mulações (especialmente no
caso de perigos da natureza).
o através das seguintes prestações de serviços:

• preparação e apresentação de informações técnicas de seguros em nível


internacional;
• verificação e avaliação de riscos especiais;
• assessoramento para a prevenção de sinistros;
• apoio na liquidação de sinistros;
• realização de tarefas atuariais;
• treinamento e aperfeiçoamento de funcionários de companhias de seguros
diretos;
• auxílio às cedentes para o investimento de seu capital e recrutamento de
executivos, procura de sócios para cooperações e fusões.

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4.3 Vantagens do resseguro para o segurador direto

Objetivos do segurador direto

Pelo resseguro, o segurador direto almeja vários objetivos.

– Através do resseguro individual facultativo (ver capítulos 8 e 9):


• ele diminui sua participação em grandes riscos individuais, como fábricas
de automóveis e lojas de departamentos;
• libera-se de grandes riscos de responsabilidade civil, cuja extensão é previa-
mente inavaliável, como a responsabilidade civil por produtos na indústria
farmacêutica.
– Através do contrato de resseguro não-proporcional (ver capítulo 9, especial-
mente o item 9.2):
• ele cobre riscos catastróficos, como granizo, tempestade, terremoto, inun-
dação, bem como acidentes de trânsito, aéreos e marítimos de grandes pro-
porções.
– Através do contrato de resseguro proporcional (ver capítulo 9, especialmente
o item 9.1):
• ele protege-se de grandes desvios de sinistralidade de carteiras inteiras, em
conseqüência de mudanças conjunturais, legais ou sociais, (risco de
mudança e risco de flutuação).
– Através do resseguro financeiro:
• ele cobre riscos individuais ou carteiras difíceis de serem segurados, garan-
tindo liquidez e rendimento. A compensação de eventuais sinistros se efe-
tua na relação a longo prazo entre segurador direto e ressegurador (e não
de maneira coletiva, com vários seguradores diretos, no prazo de um ano).

Conseqüências para o ressegurador

Ao ressegurador são oferecidos, principalmente, riscos de ponta, riscos catas-


tróficos e outros negócios difíceis e arriscados. Cabe ao ressegurador, por um
lado, oferecer aos seus clientes, na medida do possível, a cobertura desejada.
Por outro lado, deverá constituir e salvaguardar sua carteira de resseguro de tal
maneira, que possa obter não só um equilíbrio técnico, mas também um lucro.
9 Controle de exposição e acu-
mulação: soma aritmética de
todos os riscos subscritos em
O ressegurador procura alcançar seu equilíbrio através de negócios internacio-
um ramo exposto a acumu- nais (distribuição geográfica) e participação em todos os ramos de seguros.
lações (sobretudo perigos da
natureza, como terremoto, Ele mantém baixa sua probabilidade de insolvência, por meio de:
tempestade e inundação), • um controle de exposição e acumulação9, bem como de uma política de acei-
aceitos direta (através de res- tação e subscrição10;
seguro) ou indiretamente
• relações duradouras de resseguro, visando uma compensação no tempo;
(através de retrocessão, ver
• subscrição, se possível, de partes de negócios mais equilibrados de segurado-
capítulo 7), para evitar que o
limite de subscrição que o res-
res diretos (p. ex. Responsabilidade Civil Automóveis, Responsabilidade
segurador se impôs seja ultra- Civil Privada, Seguro de Mobiliário e Quebra de Vidros);
passado. • retrocessão de riscos que superam sua própria capacidade (retrocessão: ver
capítulo 7).
10 Política de aceitação e subs-

crição: define quais negócios,


sob que condições e com qual
participação, devem ser subs-
critos.

15
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5.
Quem oferece resseguro?

Os quatro maiores resseguradores do mundo detêm atualmente 39% do mer-


cado mundial de resseguro. Os sindicatos associados ao Corporation of Lloyd’s,
de Londres, instituição existente há mais de 300 anos, subscrevem resseguro,
além de seguro direto. No Lloyd’s pode-se adquirir coberturas de resseguro
como em uma bolsa de valores. Esta instituição tradicional tornou-se famosa,
principalmente, no seguro de transporte marítimo e na cobertura de riscos
especiais. Para estes últimos existem pools de seguros como os de riscos aero-
náuticos ou de energia nuclear, que geralmente propiciam uma compensação
de riscos em nível nacional, e procuram, por sua vez, proteger-se mediante
coberturas de resseguro com resseguradores ou pools internacionais.

Além dos resseguradores profissionais, muitas companhias de seguro direto


também subscrevem resseguro, através de seus próprios departamentos de res-
seguro, ou sociedades filiadas de resseguro.

Os corretores de seguros negociam coberturas de resseguro com os seguradores


diretos. Sua importância é especialmente acentuada nos países anglo-america-
nos.

A Swiss Re trabalha em conjunto com todas essas instituições e companhias,


embora, em determinadas situações, seja sua concorrente.

16
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6.
Quais são os maiores resseguradores?

O quadro seguinte apresenta as nove maiores companhias de resseguro do


11“Volume de prêmios líqui- mundo, por ordem de volume de prêmios líquidos11.
dos”: prêmios retidos após a
dedução de todas as retro- A participação de mercado dos quatro maiores resseguradores aumentou, entre
cessões.
1990 e 1997, de 22% a 30%. Calcula-se a participação de mercado do seguinte
modo: prêmios líquidos em % das cessões do mercado. Anteriormente, utiliza-
va-se outro procedimento para o cálculo da mesma, a saber: a participação dos
quatro maiores resseguradores no volume de prêmios líquidos dos cem maiores
resseguradores. Disso, no entanto, resultava uma cota excessiva.
Em 1996, os quatro maiores resseguradores tiveram uma participação de
mercado de 46%.

Volume de resseguro em 1997:


Em 1997, os seguradores diretos cederam, em nível mundial, USD 124 bilhões
aos resseguradores. Deste total, 83% corresponderam aos seguros Não-Vida e
cerca de 17% aos seguros de Vida e Saúde.

Os maiores resseguradores profissionais em 1997

em milhões de USD Resultado


antes
Companhia País Prêmios brutos Prêmios líquidos Não-Vida Vida dos impostos

1 Munich Re Group D 14.418 12.552 10.512 2.040 1.345


2 Swiss Re Group CH 12.010 9.828 8.291 1.537 1.881
3 Employers Re Group USA NA 7.866 3.938 3.928 882
4 General Re Group USA 7.569 6.545 5.326 1.219 1.327
5 Lloyd’s UK 5.039 4.050 NA NA NA
6 Hannover Re Group D 4.477 3.754 3.198 555 440
7 Gerling Globale Re Group D 3.266 2.816 2.120 695 166
8 Zurich Re CH 3.072 2.727 2.727 0 197
9 SCOR Group F 2.645 2.367 2.078 289 248

Fonte: Annual reports


Swiss Re, Economic Research
Fev. 99

17
23447_SwissRe_por_IH 23.11.2000 9:33 Uhr Seite 18

7.
Do segurado à retrocessão

Apresentação esquemática da pulverização de riscos


através do resseguro

Segurado

Contrato de seguro (apólice)

Segurador direto
Assume o risco e se responsabiliza por sua totalidade perante o segurado.

Cessão (transferência para o resseguro)


Caso o segurador direto não queira assumir a totalidade do risco, “cede” uma
parte a um ou mais resseguradores (= cessionárias). O segurador direto chama-
se, então, “cedente”.

Ressegurador (= cessionária)
Assume sua parte do risco, pela qual é responsável perante o segurador direto.

Retrocessão (resseguro do resseguro)


Caso o ressegurador não queira assumir a totalidade de sua parte no risco,
“retrocede” uma fração desta a um ou mais resseguradores (= retrocessionárias).
Chama-se, então, “retrocedente”.

Retrocessionária
Ressegurador que assume uma parte do risco, pela qual é responsável perante o
ressegurador.

18
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Risco Repartição dos riscos

1 apólice = 1 risco

Várias apólices
= 1 carteira
100% 100% 100%

Várias cessões
(contratos)
60% 60% 50% = 1 carteira

Várias retrocessões
(retro-contratos)
30% 30% 25% = 1 carteira

19
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8.
Formas básicas de resseguro

Resseguro facultativo

– Resseguro facultativo = resseguro para riscos individuais.

O resseguro facultativo é a forma mais antiga de resseguro. Possibilita o resse-


guro de riscos individuais, dando ao segurador direto a faculdade de decidir se
interessa ceder um risco ao ressegurador e, em caso positivo, qual. O ressegura-
dor tem a liberdade de aceitar ou recusar um risco oferecido (= caráter faculta-
tivo). O segurador direto deve apresentar ao ressegurador uma proposta precisa
(oferta), contendo todas as informações relativas ao risco em questão. O resse-
gurador decide, após um exame minucioso da proposta, se aceita ou recusa o
risco.

12“Retenção”: a parte do risco O resseguro facultativo é aplicado após esgotadas a retenção12 do segurador dire-
que o segurador direto se to e as demais possibilidades de resseguro automático, ou quando uma apólice
dispõe e é capaz de assumir. contém riscos excluídos do resseguro automático.

No caso do resseguro proporcional, o segurador direto deve oferecer o risco a ser


coberto facultativamente sob as mesmas condições e prêmios, como ele próprio
recebeu do segurado (condições originais). Através de acordos especiais, todavia,
pode-se divergir das condições originais. Evidencia-se, desta maneira, que o con-
trato de resseguro é totalmente independente do contrato entre o segurador
direto e o segurado, mas que, salvo acordo contrário, todas as condições origi-
nais são mantidas. Entretanto, não há nenhuma relação jurídica entre o segura-
do e o ressegurador e, conseqüentemente, nenhuma obrigação legal recíproca.
Além do resseguro facultativo proporcional, existe também o não-proporcional
(ver capítulo 9).

Resseguro automático

– O resseguro automático é o contrato de resseguro para carteiras de seguro


inteiras = resseguro obrigatório.

No caso de resseguro automático, o segurador direto se compromete a ceder ao


ressegurador as participações estabelecidas contratualmente em todos os riscos
indicados no contrato de resseguro. O ressegurador, por sua vez, é obrigado a
aceitar sua participação nos riscos (caráter obrigatório).

Portanto, o ressegurador não pode recusar a cobertura para riscos individuais no


âmbito do contrato, assim como o segurador direto é obrigado a cedê-los ao res-
segurador. O contrato de resseguro automático é, via de regra, rescindível anual-
mente.

20
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9.
Tipos de resseguro:
proporcional e não-proporcional

Resseguro proporcional

No resseguro proporcional, os prêmios e sinistros são divididos segundo uma


proporção estabelecida contratualmente entre o segurador direto e o ressegura-
dor. De acordo com o tipo de contrato, esta proporção é idêntica para todos os
riscos cobertos pelo mesmo contrato (resseguro cota-parte), ou pode variar de
risco a risco (todas as outras modalidades de resseguro proporcional). No caso,
por exemplo, de uma participação do ressegurador de 90% em um risco e uma
retenção do segurador direto de 10%, os prêmios e sinistros são divididos na
proporção de 90:10, isto é, proporcionalmente às respectivas responsabilidades.

O preço do resseguro proporcional é expresso na comissão de resseguro. Origi-


nalmente, a finalidade desta comissão era ressarcir os custos operacionais do
segurador direto, tais como comissões para agentes, custos internos adminis-
trativos e de regulação de sinistros, excluindo, porém, os custos de peritagem e
custas processuais13.
13 Custos de peritagem e cus-

tas processuais = custos exter- Devido à atual concorrência entre os seguradores diretos, muitas vezes o nível
nos de liquidação de sinistros, das taxas de prêmios originais não é suficiente. O prêmio original, após a
geralmente acrescentados aos
dedução dos custos operacionais do segurador direto, não basta mais para
sinistros.
cobrir os eventuais sinistros. Em conseqüência, os resseguradores estão cada vez
mais propensos a devolverem ao segurador direto apenas aquela parte do prê-
mio original não empregada para o pagamento de indenizações. Assim, as
comissões de resseguro são estabelecidas mais freqüentemente de acordo com
aspectos comerciais, não considerando os custos efetivos do segurador direto.
Geralmente, esta comissão é fixada contratualmente, perfazendo uma determi-
nada porcentagem do prêmio original.

Exemplo:
Para uma carteira segurada, o segurador prevê uma carga de sinistros de 60
milhões, custos operacionais de 30 milhões e um lucro de 10 milhões. O prê-
mio original necessário deveria ser de 100 milhões. De acordo com a cota fixa-
da, o segurador cederá ao ressegurador 25% do prêmio original, ou seja 25
milhões. Deste valor, o ressegurador disporá 15 milhões para sinistros (isto é,
25% de 60 milhões). Além disso, tenciona obter um lucro de 10% do seu volu-
me de prêmios de 25 milhões, ou seja, 2.5 milhões. O restante, neste exemplo
7.5 milhões (25 milhões, menos 15 milhões de carga de sinistros, menos 2.5
milhões de lucro), será reembolsado ao segurador direto a título de comissão.
Desta forma, todos os custos operacionais do segurador direto estarão total-
mente ressarcidos.
Devido à concorrência, o segurador deverá reduzir seu prêmio original em
20%, para 80 milhões. A carga de sinistros do ressegurador de cota-parte per-
manecerá inalterada, isto é, 15 milhões. Ele deseja manter sua expectativa de
lucro de 2.5 milhões. Porém, como agora receberá somente um prêmio de 20
milhões do segurador direto (ou seja, 25% de 80 milhões), restar-lhe-ão
somente 2.5 milhões a título de comissão. O prejuízo total desta carteira, no
valor de 20 milhões, ficará a cargo do segurador direto.

21
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Resseguro não-proporcional

No resseguro não-proporcional, não há nenhuma proporção fixa, estabele-


cendo antecipadamente a repartição dos prêmios e sinistros entre o segurador
direto e o ressegurador. A repartição dos sinistros orienta-se pelos sinistros real-
mente ocorridos. No contrato será fixado o montante de sinistros (prioridade),
até o qual o segurador direto deverá pagar todas as indenizações com seus pró-
prios recursos. O ressegurador, por sua vez, se compromete a assumir os mon-
tantes dos sinistros que excederem a prioridade, até o limite de cobertura acor-
dado (plafond).

Para este tipo de cobertura o ressegurador requer uma parte adequada dos prê-
mios originais. Para determinar este valor, o ressegurador considera a sinistra-
lidade dos últimos anos (= tarifação por experiência) e a carga de sinistros espe-
rada em função do tipo e da composição dos riscos cobertos (= tarifação por
exposição).

A obrigação de pagamento do ressegurador somente se efetiva quando a cartei-


ra ou o risco ressegurados são atingidos por um sinistro que excede a priorida-
de.

22
23447_SwissRe_por_IH 23.11.2000 9:33 Uhr Seite 23

9.1 O resseguro proporcional

Resseguro cota-parte

No resseguro cota-parte, o ressegurador assume uma percentagem fixa (cota),


de todas as apólices de seguro subscritas pelo segurador direto no âmbito dos
ramos estipulados no contrato. Esta cota é determinante para a repartição da
responsabilidade, dos prêmios e dos sinistros entre o segurador direto e o res-
segurador.

Este tipo de resseguro é simples e econômico. Todavia, o contrato de cota-parte


apresenta a desvantagem de não considerar suficientemente as diferentes neces-
sidades de resseguro do segurador direto, já que o ressegurador avalia tudo
globalmente, sem distinguir as diferenças. Ademais, o contrato de resseguro
cota-parte não contribui para a homogeneidade da carteira, pois não limita a
exposição dos riscos de ponta (característica: importâncias seguradas muito
altas). Em alguns casos, este tipo de resseguro oferece até mesmo coberturas de
resseguro nem sempre absolutamente necessárias. Isto pode limitar inutilmen-
te a margem de lucro do segurador direto. Todavia, este tipo de contrato de res-
seguro tem seu campo de aplicação: o contrato de cota-parte é indicado sobre-
tudo para companhias em desenvolvimento, ou para aquelas que começam a
trabalhar em um novo ramo de seguros. Como ainda lhes falta experiência em
sinistros, sentem-se inseguras para determinar os prêmios adequados. Através
do resseguro cota-parte, o ressegurador assume o risco de uma eventual ava-
liação equivocada.

O resseguro cota-parte é também bastante apropriado para limitar o risco for-


tuito e o de mudança de toda uma carteira.

Exemplo:
Retenção do Segurador 70%
Cota do Ressegurador 30%

Importância segurada (IS) do objeto segurado = 10 milhões


Segurador direto retém 70% = 7 milhões
Ressegurador assume 30% = 3 milhões
Taxa de prêmio 2‰ da IS = 20.000
Segurador direto retém 70% = 14.000
Ressegurador assume 30% = 6.000
Sinistro = 6 milhões
Segurador direto paga 70% = 4,2 milhões
Ressegurador paga 30% = 1,8 milhões

23
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Representação esquemática do contrato de cota-parte

Responsabilidade

1200

Contrato de
cota-parte
Ressegurador 900
30%

Retenção do
segurador
70% 600

300
Unidade
monetária

Apólices

Resseguro excedente de responsabilidade

No resseguro excedente de responsabilidade, o ressegurador não participa de


todos os riscos como no contrato de cota-parte. O segurador direto retém
todos os riscos até uma determinada quantia, a sua retenção (pleno). Esta
retenção máxima pode ser fixada distintamente segundo a classe de risco. A
parte da cobertura que exceder a retenção será cedida ao ressegurador. A obri-
gação do ressegurador de aceitar os riscos será limitada em seu valor, através dos
chamados excedentes, definidos por um múltiplo da retenção do segurador
direto (x plenos). Do quociente entre a retenção e a cessão ao resseguro resulta
um percentual por risco ressegurado, que é determinante para a repartição da
responsabilidade, dos prêmios e de todos os sinistros entre o segurador direto
e o ressegurador.

24
23447_SwissRe_por_IH 23.11.2000 9:33 Uhr Seite 25

Neste e nos exemplos seguintes, a retenção do segurador direto (pleno) é de


14 Responsabilidade original: 300.000 e a responsabilidade do ressegurador limita-se a 9 plenos.
responsabilidade do segura-
dor direto para com o segura- Exemplo 1:
do, abrangendo a totalidade
A responsabilidade original 14 do segurador direto, derivada de sua participação
da importância segurada, pois
em um risco, é de 3 milhões; o prêmio é de 1.5‰ (da importância segurada) e
um eventual resseguro não
interfere na relação contratual
o sinistro, de 1.5 milhão.
entre segurador direto e segu- Resulta a seguinte repartição entre o segurador direto e o ressegurador:
rado.

Retenção do segurador direto


Total (= pleno) Excedente (resseguro)

Importância segurada/ 3.000.000 300.000 = 10% 2.700.000 = 90%


Responsabilidade (9 plenos)
Prêmio 4.500 450 = 10% 4.050 = 90%
Sinistro 1.500.000 150.000 = 10% 1.350.000 = 90%

Exemplo 2:
A responsabilidade original do segurador direto é de 130.000; o prêmio é de
1,5‰ e o sinistro, de 80.000.
Este exemplo demonstra que, ao contrário do contrato de resseguro cota-parte,
aqui o ressegurador não participa em nenhum risco situado abaixo do limite da
retenção do segurador direto.

Total Retenção do segurador direto Excedente (resseguro)

Importância segurada/ 130.000 130.000 = 100% 0 = 0%


Responsabilidade
Prêmio 195 195 = 100% 0 = 0%
Sinistro 80.000 80.000 = 100% 0 = 0%

Exemplo 3
A responsabilidade original do segurador direto é de 3.5 milhões; o prêmio é de
1,5‰ e o sinistro, 2 milhões.

Total Retenção do segurador direto Excedente (resseguro)

Importância segurada/ 3.500.000 300.000 = 8,57% 2.700.000 = 77,14%


Responsabilidade + 500.000* = 14,29% (9 plenos)
22,86%
Prêmio 5.250 1.200 = 22,86% 4.050 = 77,14%
Sinistro 2.000.000 457.200 = 22,86% 1.542.800 = 77,14%

* A parte que exceder a retenção Este exemplo demonstra que o segurador direto, nos casos em que a importân-
do segurador direto e sua capaci-
cia segurada ultrapassa o excedente de responsabilidade do ressegurador, arca
dade de resseguro (9 plenos), fica-
rá por conta do segurador direto ou com o excedente ele mesmo (ver exemplo), ou ressegura-se facultativamente, o
deverá ser coberta de forma facul- que é mais usual.
tativa.

25
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O contrato excedente de responsabilidade é um excelente meio para equilibrar


(homogeneizar) a carteira do segurador direto, e, desta maneira, limitar os ris-
cos mais expostos, contrariamente ao que acontece com o contrato de ressegu-
ro cota-parte. Visto a retenção poder ser fixada diferenciadamente segundo a
classe de risco e a sinistralidade esperada, este tipo de contrato permite ao segu-
rador direto colocar sempre o risco aceito em acordo com sua capacidade finan-
ceira. A desvantagem deste tipo de contrato é ser complicado em sua aplicação,
por isso caro na administração, se esta não puder ser feita com apoio de um sis-
tema informatizado.

Representação esquemática do excedente de responsabilidade

Responsabilidade

1500

p.ex. Resseguro
Facultativo 14,3% 3,2%
1200 9,1%

Ressegurador
3 plenos = 900
900

64,3% 68,2% 72,6% 75%


600
62,5%

46,4%
300 25%
Segurador
direto 21,4% 22,7% 24,2% 25% 37,5% 53,6% 75% 100%
1 pleno = 300
Unidade
monetária

Apólices

26
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9.2 O resseguro não-proporcional:


resseguro excesso de danos

Prioridade/Limite de cobertura

O resseguro excesso de danos (em inglês Excess of Loss, abreviado XL) tem
uma estrutura completamente diferente dos tipos de seguros proporcionais
apresentados. Enquanto para aqueles interessa na cessão a importância segura-
da, no resseguro excesso de danos, o montante de sinistros é que se mostra deci-
sivo. Neste tipo de contrato, o segurador direto assume financeiramente sozi-
nho todos os sinistros do ramo especificado no contrato, até um determinado
limite (prioridade), independentemente da importância segurada. Sinistros que
superarem este limite deverão ser cobertos pelo ressegurador, até o limite de
cobertura previamente convencionado.

Assim, a diferença em relação aos contratos proporcionais – nos quais o resse-


gurador participa de todos os sinistros resultantes das apólices por ele ressegu-
radas – consiste no fato de que, nos contratos de excesso de danos, o ressegu-
rador somente assume o pagamento de indenizações até um certo montante de
sinistros, que ultrapassem a prioridade.

Coberturas WXL.R e Cat. XL

O resseguro excesso de danos pode ser basicamente dividido em coberturas por


15 WXL.R = Working XL por risco (WXL.R)15 e coberturas para acumulações catastróficas (Cat. XL)16. Este
Risco: a cobertura pode ser tipo de contrato é o mais indicado para os seguradores diretos que intencionam
acionada para cada sinistro de reter uma grande parte do prêmio bruto, porém sem querer renunciar à co-
cada risco individual. bertura de resseguro em caso de sinistros de grandes proporções. Todavia, se
16 Cat. XL = Catástrofe XL: é
comparado aos contratos proporcionais de resseguro, aqui o segurador direto
necessário que ocorra um
assume um risco maior, pois, em caso de sinistros inferiores à prioridade, o res-
evento de sinistro, no qual segurador não se responsabiliza por nenhuma indenização. Em conseqüência,
vários riscos individuais cober- no resseguro não-proporcional, a probabilidade do segurador direto ter que
tos sejam atingidos ao mesmo pagar um sinistro, no valor da retenção, com os próprios recursos aumenta
tempo. consideravelmente.

Este tipo de contrato tem uma história bem mais recente do que os contratos
proporcionais; somente na década de setenta ele pôde se impor. Uma das prin-
cipais razões disso pode ser o modo de distribuição de prêmios entre o segura-
dor direto e o ressegurador, não decorrente da estrutura do contrato, como no
resseguro proporcional. O ressegurador, muito pelo contrário, precisa refletir,
desde o início, sobre a carga de sinistros que poderia atingir tal contrato no
futuro. Para tanto, dispõe-se basicamente de dois métodos:

27
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Métodos de tarifação de coberturas não-proporcionais

– Tarifação por experiência

Este método baseia-se em sinistros ocorridos no passado. Através de correções


apropriadas os sinistros são adaptados de forma a bem ilustrarem com que
carga de sinistros dever-se-á contar no futuro.

– Tarifação por exposição

Caso o material estatístico de sinistros não seja suficiente, tenta-se encontrar


uma carteira de seguros comparável, com a qual se tenha adquirido suficiente
experiência sinistral. Pode-se determinar a futura carga de sinistros quantifi-
cando-se as diferenças entre a carteira a ser tarifada e a análoga. Não são mais
decisivos os sinistros realmente ocorridos, mas sim aqueles esperados, segundo
as características da carteira.

Entretanto, ambos os métodos já foram bem difundidos e aceitos. O contrato


de excesso de danos tem atualmente uma grande importância como proteção
para seguradores diretos contra sinistros de grandes proporções e acumulações
catastróficas.

O seguinte exemplo elucidará o funcionamento do WXL.R e do Cat. XL:

Após a aplicação de todas as coberturas de resseguro proporcional, o segurador


direto permanece com uma retenção máxima de 8 milhões. Para proteger sua
retenção contra sinistros de grandes proporções, o segurador direto compra
uma cobertura WXL.R de 6 milhões xs 2 milhões. Como proteção adicional
contra sinistros catastróficos (p. ex. terremoto), o segurador direto compra um
Cat. XL com limite de 9 milhões xs 4 milhões.

1°- Sinistro:
Um incêndio deixa a cargo do segurador direto um prejuízo de 1 milhão na sua
retenção.

Dano líquido
do segurador direto 1 milhão
do ressegurador do “WXL.R” – (a prioridade de 2 milhões não foi superada)
do ressegurador do “Cat. XL” – (a prioridade de 4 milhões não foi superada)

28
23447_SwissRe_por_IH 23.11.2000 9:34 Uhr Seite 29

2°- Sinistro:
Um incêndio de grandes proporções deixa ao segurador direto um prejuízo de
7 milhões na sua retenção.

Dano líquido
do segurador direto 2 milhões (= prioridade do WXL.R)
do ressegurador do “WXL.R” 5 milhões
do ressegurador do “Cat. XL” – (o dano líquido para a cobertura Cat. XL é de somente 2 milhões,
sendo assim inferior à prioridade da cobertura.)

3°- Sinistro:
Um terremoto deixa a cargo do segurador direto, na sua retenção, os seguintes
sinistros:

Risco A: 1 milhão, risco B: 1 milhão, risco C: 1 milhão, risco D: 2 milhões, risco E: 4 milhões. Total: 9 milhões.

Dano líquido
do segurador direto 4 milhões (= prioridade do Cat. XL)
do ressegurador do “WXL.R” 2 milhões (o risco E sofreu um prejuízo de 4 milhões, dos quais o ressegurador do
WXL.R indeniza a parte do sinistro que ultrapassa a prioridade de 2 milhões)
do ressegurador do “Cat. XL” 3 milhões (o dano líquido da cobertura Cat. XL é de 9 milhões, dos quais se deduz os
2 milhões a cargo do ressegurador do WXL.R, ou seja, 7 milhões; depois da dedução da
prioridade de 4 milhões, restam ainda 3 milhões ao ressegurador do Cat. XL.)

13 mill.
13 milhões
Sinistros Faixa do
ressegurador
9 milhões xs 4
milhões

8 mill.
8 milhões 8 mill.
8 milhões

Faixa do
ressegurador
E Dano líquido do
6 milhões xs 2 milhões. 6 mill.
6 milhões 6 mill.
6 milhões ressegurador
do Cat. XL:
3 milhões
D
4 mill.
4 milhões 4 mill.
4 milhões
Dano líquido do res- Dano líquido do
segurador do WXL.R: segurador direto:
2 milhões C
4 milhões
2 mill.
2 milhões 2 mill.
2 milhões
Retenção do segura- B
1 mill.
1 milhão
dor direto
A B C D E A
(Prioridade)

Sinistro risco E 2 milhões


Sinistro risco D 2 milhões
Sinistro risco C 1 milhão
Sinistro risco B 1 milhão
Sinistro risco A 1 milhão

29
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Resseguro excesso de danos anual (Stop Loss, SL)

Através desta forma relativamente rara de resseguro, o segurador direto busca


uma ampla cobertura contra oscilações anuais da sinistralidade em um ramo de
negócios. Com o resseguro Stop Loss, o ressegurador compromete-se a assumir
a parte da carga de sinistros anual que supera a prioridade, fixada normalmen-
te em uma percentagem da receita de prêmios anual, ou, às vezes, em uma
importância absoluta acordada previamente. É indiferente se a prioridade é
excedida pela acumulação de pequenos e médios sinistros ou por grandes sinis-
tros individuais.

Visto o objetivo do contrato Stop Loss não ser a exoneração de qualquer risco
empresarial do segurador direto, o ressegurador exige que sua obrigação de
pagamento somente se inicie após o segurador direto ter sofrido uma perda téc-
nica (isto é, sinistros + custos > prêmios).

O contrato Stop Loss oferece ao segurador direto a mais ampla cobertura de


resseguro. A reserva do ressegurador diante deste tipo de contrato explica
sua pouca difusão. Diversos são os motivos para tal reserva; podemos, entre
outros, citar: transferência excessiva de risco para o ressegurador, sem lhe dar as
respectivas possibilidades de interferência; perda de volume de prêmios do res-
segurador e, conseqüentemente, de influência; grande necessidade do ressegu-
rador de obter informações; possibilidades de manipulação pelo segurador dire-
to; internacionalização dos negócios de seguros. Este tipo de contrato é mais
freqüente no seguro de tempestade e granizo.

Exemplo:
Receita anual de prêmios do segurador direto: 50 milhões
Custos do segurador direto: 15 milhões (=30%)
Contrato “Stop Loss”: 50% xs 100%

Neste exemplo, a cobertura de resseguro é de 50% da receita anual de prêmios


do segurador direto, se a carga de sinistros superar 100% da receita anual de
prêmios (=prioridade). Desta maneira, o segurador direto precisa suportar uma
perda de 30% antes que a cobertura Stop Loss comece a atuar.

Total anual da Repartição de sinistros


Ano carga de sinistros Segurador direto Ressegurador
*Aquela parte que exceder tanto a
prioridade do segurador direto, Ano x 55 milhões 50 milhões 5 milhões
quanto sua capacidade de ressegu-
Ano y 45 milhões 45 milhões –
ro, permanecerá com o segurador
direto. Ano z 90 milhões 50 milhões+15milhões* 25 milhões

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10.
Comparação entre o segurador direto e o ressegurador

A seguinte comparação mostra as principais diferenças entre o segurador dire-


to e o ressegurador, evidenciando o quanto a relação entre estas partes, que
assumem o risco, se baseia na confiança mútua.

Segurador direto Ressegurador

Organização empresarial Organização interna e externa. Nenhuma organização externa no sentido de


uma rede de agências.

Obrigações contratuais Diretas para com o segurado. Somente para com o segurador direto, pois o
ressegurador assume contratualmente uma
parte das “garantias concedidas” do segurador
direto. O segurado não tem nenhuma relação
com o ressegurador e, conseqüentemente,
nenhum direito de ação frente a ele.

Avaliação do risco Diretamente no objeto: segura-se o risco Segundo as informações do segurador direto,
individual. na base da “boa-fé”. O objetivo primeiro é
equilibrar as flutuações, razão pela qual, com
exceção do resseguro facultativo, a base da
avaliação não é o risco individual, mas a tota-
lidade da carteira de um ou vários ramos.

Política de subscrição Possibilidade de influência direta no risco Normalmente nenhuma possibilidade de


individual (aceitação / recusa) e opção re- influência no risco individual. O objeto do
ferente à repartição de riscos. contrato entre o segurador direto e o ressegu-
rador é a carteira (exceção: resseguro faculta-
tivo). O ressegurador é obrigado a partilhar
os interesses do segurador direto e a sorte da
carteira. Todavia, uma influência indireta na
política de subscrição do segurador direto é
possível através da taxa de comissão, de cláu-
sulas de co-participação e de exclusões, assim
como, em último caso, pela recusa de capaci-
dade de resseguro.

Ocorrência de sinistro Contato direto com o segurado e o local do Geralmente, confia nas informações do segu-
sinistro. Esclarece as circunstâncias, toma as rador direto e não tem nenhuma relação dire-
devidas medidas, fixa o valor da indenização ta com o segurado e o sinistro ocorrido.
e paga a sua totalidade. Coloca à disposição do segurador direto a
parte ressegurada da indenização, após ter
recebido o aviso de sinistro. No caso de sinis-
tro de grandes proporções, freqüentemente o
ressegurador se reserva o direito de participar
na liquidação do sinistro.

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11.
A liberdade e suas conseqüências

Concessão

Sob diversos aspectos, o resseguro é uma forma de livre comércio. Geralmente,


a concessão obtida no país de domicílio permite a uma empresa de resseguro
operar em todo o mundo. O resseguro praticamente não é regulamentado
por leis e tarifas obrigatórias; baseia-se em acordos livremente
estabelecidos por parceiros de negócios responsáveis. Em princípio, existe uma
concorrência livre em nível internacional.

Esta liberdade, quase ilimitada, também tem suas desvantagens. Até há pouco
tempo, ela provocou uma oferta demasiado grande no mercado internacional
de resseguros, baseada não em uma demanda real, mas em uma compulsão ao
crescimento.

Excesso de capacidade

Em conseqüência do excesso de capacidade e do aumento brusco do número


de companhias oferecendo resseguro, houve situações de extrema competiti-
vidade, acompanhadas de uma “barbarização dos costumes”. Nessas circuns-
tâncias, tornou-se difícil para o ressegurador sério manter seu negócio intato e
uma sólida base financeira. O acúmulo inesperado de graves catástrofes natu-
rais, ambientais e técnicas, nos últimos anos, provocou recentemente uma revi-
ravolta em certos ramos: alguns resseguradores já desapareceram do mercado e
outros terão a mesma sorte. A Lloyd’s encontra-se em sua pior crise desde sua
17 “security” = solvibilidade: fundação e a security17 de um ressegurador volta a ter valor.
avaliação da solvência do res-
segurador a longo prazo, feita Porém estas transformações, muito positivas para o ressegurador sério, não
por terceiros.
abrangeram todo o campo do resseguro. Por isso, esses resseguradores deverão
continuar enfrentando dificuldades.

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Esta evolução levou a Swiss Re a uma nova orientação, dada a conhecer em


setembro de 1994, através da seguinte carta aos acionistas (excerto):

“O Grupo Swiss Re ocupa uma excelente posição em todos os mercados de res-


seguro. Alto nível de profissionalismo, presença global e uma base financeira
muito sólida fazem da Swiss Re um dos maiores participantes da gerência de
riscos, mercado que vem crescendo mundialmente com grande rapidez.

Para os nossos negócios de resseguro resulta um grande potencial de cresci-


mento e boas perspectivas de rendimento, especialmente para os mercados asiá-
ticos, para os produtos inovadores de resseguro financeiro e – em colaboração
com nossas companhias de prestação de serviços – para o negócio internacio-
nal de grandes riscos. Pretendemos continuar ampliando nossa forte posição na
Europa. Nos Estados Unidos, reforçaremos sistematicamente nosso posiciona-
mento no mercado, sendo prioridades das nossas companhias as melhorias
estratégicas e operacionais.

A desregulamentação e as mudanças ocorridas nos mercados europeus provo-


carão uma concorrência mais acirrada no campo dos seguros diretos. Con-
seqüentemente, a estrutura da oferta continuará se modificando ainda mais,
seguindo uma tendência à formação de grandes grupos europeus.

Estamos convencidos de que as possibilidades de desenvolvimento de nossas


companhias de seguro direto serão melhores em outros grupos, principalmen-
te naqueles especializados nos negócios de seguro direto, fora do Grupo Swiss
Re. Por esta razão decidimos vender nossas participações majoritárias nas com-
panhias européias de seguro direto… Aplicaremos os consideráveis recursos
financeiros, advindos desta venda, para aumentar nossa base de capital e, assim,
facilitar a expansão sistemática dos nossos negócios de resseguro e das pres-
tações de serviços a eles ligadas.

Com este passo, a Swiss Re concentra seus extensos recursos no seu negócio
básico. Assim teremos, a longo prazo, as melhores condições para atender as
crescentes exigências de nossos clientes, com a qualidade e segurança absoluta
de nós esperadas. Para os nossos funcionários esta nova orientação estratégica
representa um desafio, assim como uma oportunidade para seu desenvolvi-
mento pessoal e profissional”.

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Bibliografia básica Termos técnicos

K. Aerni: “ABC der Rückversicherung”, Swiss Re, A seguir, para facilitar a compreensão aos leitores Compensação de riscos: Estabilização da sinistra-
2a edição revisada, Zurique, 1983. menos familiarizados com o setor de seguro ou res- lidade através da constituição de carteira, o maior
seguro, são apresentadas breves definições de alguns possível, de riscos semelhantes.
M.E. Eisenring: “Skizzen aus 125 Jahren Geschich- termos técnicos e ramos de seguro.
te der Schweizerischen Rückversicherungs-Gesell- Conta do grupo empresarial: Conta conjunta de
schaft in Zürich”, Swiss Re, Zurique, 1988. Acumulação: Acumulação de riscos que podem ser todas as companhias pertencentes ao grupo empre-
atingidos por um mesmo evento de sinistro, ou acu- sarial.
J. Gaulke: “Kursbuch Versicherung”, Frankfurt mulação de participações em um mesmo risco,
a. M., 1992. mediante contratos de resseguro. Contrato de resseguro: Contrato entre segurador
direto e ressegurador. No Brasil, mais recentemente,
K. Gerathewohl: “Rückversicherung-Grundlagen Base bruta: Conceito do ramo Vida. Participação a expressão “contrato de resseguro” ou “resseguro
und Praxis”, Karlsruhe, 1976 (Vol. 1), do ressegurador em todo o processo de seguro (prê- por contrato” adquiriu um sentido mais restrito,
1979 (Vol. 2). mios, pagamentos, constituição de provisão mate- indicando a forma de resseguro automático ou obri-
mática, etc.) idêntica à participação da cedente. gatório, em oposição ao resseguro facultativo.
Relatório Anual da Swiss Re, Zurique, 1994.
Base de risco: Conceito do ramo Vida. Partici- Resseguro cota-parte: Um tipo de resseguro
M. Grossmann: “Rückversicherung – eine Einfüh- pação do ressegurador no risco de morte, na medi- proporcional. Aceitação de uma cota fixa per-
rung”, editado pelo Instituto de Economia de Segu- da em que este exceda a provisão matemática da centual de todos os riscos de um segurador dire-
ros da Escola Superior de St. Gallen, cobertura (base bruta). to em um determinado ramo.
3a edição, 1990.
Broker: > Corretor Resseguro excedente de responsabilidade:
“Grundlagen der Rückversicherung”, Bayerische Um tipo de resseguro proporcional, que resse-
Rückversicherung Aktiengesellschaft, Munique. Capacidade: Limitação da importância para a acei- gura os riscos que excedem o limite de retenção
tação de um risco no contrato de (res)seguro. do segurador direto.
M. Haller / W. Ackermann: “Versicherungswirt-
schaft – kundenorientiert”, Associação de Carga de sinistros: >Sinistro Resseguro facultativo: Participação do ressegu-
Formação Profissional da Sociedade Suíça de rador em riscos individuais do segurador direto.
Economia de Seguros, Berna, 1992 (Resseguro, cap. Carteira: Carteira dos riscos aceitos pelo segurador
5, pp. 10–19). direto ou pelo ressegurador. Significa também a Resseguro financeiro: Contratos de resseguro
totalidade dos investimentos de títulos de uma com risco limitado, contemplando especialmen-
J. Hauswirth / R. Suter: “Sachversicherung”, Asso- companhia. te os aspectos de prestação de contas do segura-
ciação de Formação Profissional da Sociedade Suíça dor direto.
de Economia de Seguros, Berna 1990 (cap. RV und Carteira bruta: > Carteira de seguro de vida
Pool, pp. 435–467). Resseguro não-proporcional (também: res-
Carteira de seguro de vida: Totalidade das seguro excesso de danos): Aceitação pelo res-
“Historische Streiflichter, 125 Jahre Schweizer somas seguradas no negócio de vida. segurador de sinistros do segurador direto que
Rück”, Swiss Re, Zurique, 1989. excedam uma determinada quantia, mediante
Cedente: Cliente do ressegurador, ou seja, segura- pagamento de um prêmio de resseguro especifi-
C. Pfeiffer: “Einführung in die Rückversicherung”, dor direto que, mediante pagamento (prêmio de camente calculado.
3a e 4a edições, Wiesbaden, 1986/1994. resseguro), transfere (cede) riscos para o ressegura-
dor. Resseguro proporcional: Aceitação das mes-
“Rück-Fragen”, Swiss Re, Zurique 1984. mas proporções de prêmios e sinistros do segu-
Cessão: Transferência de riscos do segurador direto rador direto pelo ressegurador.
ao ressegurador mediante pagamento (prêmio de
resseguro). Resseguro automático (resseguro obrigató-
rio/ resseguro por contrato/contrato de res-
Retrocessão: Transferência de participação em seguro): Participação combinada em contrato
riscos aceitos pelo ressegurador em resseguro a do ressegurador em carteiras inteiras de risco do
outras companhias (retrocessionária). segurador direto.

Cobertura: Proteção de seguro ou resseguro basea- Corretor: Profissional intermediário de contratos


da em acordos estabelecidos em contratos. de seguro direto ou resseguro.

Cobertura não-proporcional: > Contrato de Cosseguro: Participação de vários seguradores dire-


resseguro > Resseguro não-proporcional tos em um mesmo risco.

Cobertura proporcional/Resseguro: > Con- Depósito (prêmios ou sinistros): Fundos líquidos


trato de resseguro > Resseguro proporcional depositados pelo ressegurador em favor da cedente
para garantir os compromissos assumidos através de
Combined ratio: Índice combinado. Soma da taxa contrato de resseguro.
de despesas e de sinistros. O índice serve para a ava-
liação da evolução do negócio do seguro não-vida Expense ratio: Índice de custos. Representa o quo-
antes da consideração do rendimento alocado dos ciente entre a soma das comissões, gastos adminis-
investimentos. trativos, despesas com a participação nos lucros,
demais despesas e rendimentos atuariais e o prêmio
Comissão: Remuneração do segurador direto aos líquido subscrito. O índice serve para a avaliação da
seus agentes, corretores ou outros intermediários evolução do negócio do seguro não-vida.
profissionais; bem como pagamento do ressegura-
dor (comissão de resseguro) ao segurador direto Gerência de riscos: > Risco
pelos custos administrativos e de conclusão de con-
tratos de seguro. IBNR: > Sinistro

Comissão de resseguro: > Comissão Impostos latentes: Impostos calculados sobre as


diferenças de avaliação entre os valores das compa-
nhias do grupo e as avaliações na conta do grupo
empresarial.

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Índice de sinistralidade (claims ratio): Represen- Provisões para participação nos lucros: Lucros Segurado: > Segurador
ta o quociente entre a soma das indenizações pagas, arrecadados e não distribuídos de anos anteriores.
mudança na provisão de sinistros a liquidar, na pro- Provisões técnicas: Conjunto dos transportes de Segurador/Companhia seguradora: Empresa que
visão matemática e demais provisões técnicas, e os prêmios (no ramo Vida: da provisão matemática), assume riscos mediante cobrança de prêmios.
prêmios líquidos ganhos. O índice serve para a ava- das provisões de sinistros e das provisões para parti-
liação da evolução do negócio de não-vida. cipação nos lucros. Segurador direto: Companhia seguradora que
se encontra numa relação contratual direta com
Liquidação de sinistros: > Sinistro Resgate: Reembolso ao segurado da provisão mate- o segurado.
mática de um seguro de vida em caso de dissolução
Líquido: Quantias do negócio de seguro para a antecipada do contrato. Segurado: Contraente do segurador direto que,
própria conta, ou seja, após a dedução do ressegu- mediante pagamento de prêmios, recebe cober-
ro/retrocessão cedido/a. Ressegurador: > Segurador tura para seus riscos.

Operating ratio: Índice operacional. Corresponde Resseguro automático: > Contrato de resseguro Ressegurador: Companhia que, mediante
ao combined ratio, creditado o rendimento alocado remuneração (prêmio de resseguro), participa
dos investimentos, ou seja, tal rendimento em Resseguro cota-parte: > Contrato de resseguro nos riscos aceitos pelo segurador direto.
relação ao prêmio líquido ganho. O índice serve
para a avaliação da evolução do negócio de não-vida Resseguro excedente de responsabilidade: Seguro direto: Aceitação de riscos dos contratantes
após consideração do rendimento alocado dos > Contrato de resseguro do seguro pela companhia de seguros, também cha-
investimentos. mado simplesmente de seguro.
Resseguro excesso de danos: > Contrato de
Participação nos lucros: Participação, contratual- resseguro > Resseguro não-proporcional Sinistro: Quantia que o segurador deve pagar em
mente estabelecida, do contratante de seguro no virtude da ocorrência de um dano segurado.
lucro do segurador direto, ou participação do segu- Resseguro facultativo: > Contrato de resseguro
rador direto no lucro do ressegurador. Carga de sinistros (também: ônus sinistral,
Resseguro financeiro: > Contrato de resseguro volume de sinistros): A totalidade dos paga-
Prêmios (contribuições): Os pagamentos para mentos de sinistros e da alteração na provisão de
coberturas de seguro contabilizados em um ano Resseguro não-proporcional: > Contrato de sinistros no período de um ano contábil.
contábil. resseguro
IBNR (Incurred But Not Reported): Danos
Prêmio bruto: Prêmio direto antes da dedução Resseguro obrigatório: > Resseguro automático ocorridos, porém ainda desconhecidos do segu-
do prêmio cedido (cessão) ou prêmio de resse- rador direto ou ressegurador na data referência
guro antes da dedução do prêmio retrocedido Resseguro por contrato: > Contrato de resseguro do balanço.
(retrocessão).
Resseguro proporcional: > Contrato de resseguro Liquidação de sinistros: Regulação ou paga-
Prêmio de resseguro: Prêmio pago pelo segu- mento de sinistros no período entre sua
rador direto ao ressegurador pelos riscos assumi- Resultado do cálculo atuarial: Resultado da ativi- ocorrência e sua quitação.
dos. dade seguradora incluindo o rendimento alocado de
investimentos e os custos administrativos pro rata. Sinistro de casco: Danos ou perdas que atin-
Prêmio de retrocessão: Prêmio cedido à retro- jam veículos terrestres, aeronaves ou embar-
cessionária pelos riscos por ela assumidos. Resultado técnico (resultado técnico atuarial): cações.
Nos ramos Acidentes e Danos, representa a soma
Prêmios ganhos: Prêmios atribuídos ao exercí- dos prêmios ganhos, deduzidas as comissões, a par- Sinistro tardio: > IBNR
cio de referência, incluindo os transportes de ticipação nos lucros e a carga de sinistros. No ramo
prêmios do ano anterior, deduzidos os transpor- Vida, resultado técnico são os prêmios líquidos, Taxa de provisão técnica (technical provision
tes de prêmios aos anos seguintes. inclusive a alteração da provisão matemática, dedu- ratio): Provisões atuariais em relação aos prêmios
zidas as comissões, a participação nos lucros e a líquidos ganhos. Índice para a avaliação das pro-
Prêmio líquido: Prêmio direto após dedução do prestação do seguro. visões no ramo Não-Vida.
prêmio cedido (cessão) ou prêmio de resseguro
após dedução do prêmio retrocedido (retro- Retenção: Parte dos riscos que o segurador direto
cessão). não cede em resseguro, mas retém às suas custas.

Prêmios não-ganhos: > Prêmio > Provisão de Retrocessão: Cessão do ressegurador de partici-
riscos não expirados pações no risco por ele assumido em resseguro a
outro ressegurador (retrocessionária).
Prêmio único: Pagamento único do prêmio do
seguro de vida em contraposição ao pagamento Retrocessionária: Companhia que assume riscos
anual de prêmios. cedidos em retrocessão.

Provisão de riscos não expirados: Prêmios ga- Return on Equity (rentabilidade sobre o
nhos para exercícios futuros, que serão transporta- patrimônio): Resultado ordinário em relação à
dos para a conta seguinte. reserva média do capital próprio em balanço.

Provisão de sinistros a liquidar: Reserva para Risco/Riscos: Objetos segurados, riscos (abstratos)
sinistros já ocorridos, porém ainda não liquidados ou valores segurados.
totalmente.
Gerência de riscos (risk management): Ins-
Provisão matemática (reservas matemáticas): trumento para a identificação e apreciação de
Provisão necessária do ponto de vista atuarial, para riscos com base na experiência e em conheci-
garantir futuras reivindicações de pagamento nos mentos técnicos, econômicos, estatísticos e de
ramos Vida e Saúde. ciências naturais.

Provisão para riscos de flutuação: Reserva para Risco de mudança: Aumento ou diminuição da
compensar variações excepcionalmente grandes sinistralidade efetiva em relação à estimada esta-
durante a evolução do sinistro. tisticamente em conseqüência de alterações téc-
nicas, sociais, econômicas ou políticas.

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Ramos de seguro

Seguro Acidentes Pessoais e Danos (Seguro dos Seguro Responsabilidade Civil Produtos:
Ramos Elementares): Conjunto de todos os ramos Seguro de responsabilidade civil do fabricante
de seguro excetuando-se o seguro Vida. ou fornecedor de mercadorias por danos causa-
dos por seus produtos.
Seguro Acidentes Pessoais: Seguro individual
de pessoas (seguro individual) ou de grupos de Seguro Responsabilidade Civil Profissional e
pessoas (seguro coletivo) contra os riscos econô- Administradores: Seguro contra danos causa-
micos em caso de invalidez temporária ou per- dos por atividades durante a prática profissional
manente ou em caso de morte. ou por decisões de administradores de uma
sociedade.
Seguro Acidentes do Trabalho: Seguro do
empregador contra danos sofridos pelo empre- Seguro Riscos de Engenharia (Obras Civis
gado nos limites de sua atividade profissional. em Construção e Instalação e Montagem):
Seguro de construções e equipamentos de mon-
Seguro Aeronáuticos: Seguro de riscos de aci- tagem durante a obra ou montagem, assim
dentes pessoais, responsabilidade civil e casco, como seguro do funcionamento de instalações
relacionados ao funcionamento de aeronaves. (inclusive de instalações de processamento de
dados), caldeiras e máquinas.
Seguro Agrícola (seguro de colheita/seguro
contra granizo): Seguro de culturas agrícolas Seguro Riscos Nucleares: Seguro contra danos
ou de estufas e seu conteúdo contra granizo, materiais, de responsabilidade civil e de aciden-
tempestade e outros perigos da natureza. tes durante o funcionamento de instalações
nucleares.
Seguro Automóveis: Seguro de riscos de aci-
dentes e responsabilidade civil, bem como de Seguro Roubo, Seguro Fidelidade e ramos
danos nos objetos relacionados ao funciona- afins: Seguro contra roubo, furto, desfalque,
mento de veículos motorizados. assim como contra danos causados por águas,
quebra de vidros, danos ou extravios de jóias,
Seguro Bens ou Coisas (Property): Termo bem como danos ou perdas de animais.
coletivo para o Seguro Incêndio e Seguro Lucros
Cessantes por motivo de incêndio, assim como Seguro Saúde: Seguro contra doença e invali-
Seguro Roubo e ramos afins. dez por motivo de doença.

Seguro Caução: Uma empresa de seguros Seguro Transportes: Seguro de bens transpor-
caução presta fianças em favor de mandantes ou tados, de meios de transporte, bem como de pla-
de repartições públicas, em caso de não cumpri- taformas de perfuração contra avarias ou perdas.
mento, por parte de uma empresa, das obri-
gações contratuais previamente aceitas. Seguro Vida: Seguro contra as conseqüências
econômicas em caso de morte antes do término do
Seguro Crédito: Cobre prejuízos sofridos por prazo do contrato ou em caso de sobrevivência a
fornecedores de mercadorias e prestadores de este; freqüentemente são incluídos adicionalmente
serviços, em decorrência da insolvência de clien- riscos de invalidez, de acidente e de doença.
tes comerciais e industriais.
Seguro Capital: Modalidade do Seguro Vida
Seguro Crédito Hipotecário: Um tipo de no qual o pagamento do seguro consiste no © 1999
garantia financeira para credores hipotecários pagamento de uma determinada quantia estipu- Swiss Reinsurance Company
(bancos e outras instituições financeiras especia- lada em contrato. Zurique
lizadas), no caso de não pagamento do crédito
hipotecário ou dos juros por um mutuário. Este Seguro Renda: Modalidade do Seguro Vida no Título: Introdução ao resseguro
seguro cobre a diferença entre o produto do qual o pagamento do seguro ocorre na forma de
leilão público e a dívida ativa do crédito hipote- pagamentos de pensões periódicas estipuladas Editor: Swiss Re Publishing
cário ainda por liquidar no momento de em contrato.
referência. Realização:
Technical Training,
Seguro Incêndio: Seguro contra fogo, raio, Corporate Communications
explosão e seguro de danos causados por queda Reinsurance & Risk Division
de aeronave, bem como seguro contra vendaval,
terremoto, inundação, demais perigos da natu- Tradução:
reza e riscos políticos (tumulto, greve, etc.). Serviços Lingüísticos da Swiss Re

Seguro Invalidez: > Seguro Saúde; > Seguro Esta publicação existe também
Vida em inglês e alemão.

Seguro Lucros Cessantes: Seguro das conse- Swiss Re


qüências financeiras de um sinistro sobre o ren- Mythenquai 50/60
dimento de uma empresa. A cobertura se refere Caixa Postal
aos custos fixos (prestações, salários, etc.), bem CH-8022 Zurique
como ao lucro perdido. Este ramo geralmente Suíça
está incluído nos respectivos ramos de seguros Telefone: +41 1 285 21 21
(principalmente no Seguro Incêndio, Seguro Telefax: +41 1 285 20 23
Quebra de Máquinas e Seguro Obras Civis em E-mail: publications@swissre.com
Construção e Instalação e Montagem).
As publicações da Swiss Re
Seguro Responsabilidade Civil Geral: Seguro também estão disponíveis
de riscos de responsabilidade civil empresarial, em formato eletrônico na Internet:
profissional, de produtos ou familiar. www.swissre.com

5a edição revisada

Pedido No: 207_9682_pt

36 RG/TT, 11/99, 1000 pt

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