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INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO DE ANGOLA

ISTA
POLO - CAXITO

PSICOLOGIA GERAL

SENSAÇÃO E PERCEPÇÃO

1º ANO

SALA: 01

TURMA: ÚNICA

PERÍODO: TARDE

CURSO: PSICOLOGIA DAS ORGANIZAÇÕES

CAXITO∕ MAIO 2019


INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO DE ANGOLA
ISTA
POLO - CAXITO

SENSAÇÃO E PERCEPÇÃO
CONCEITO DE SENSAÇÃO E PERCEPÇÃO

CONDIÇÕES ORGÁNICAS, PSIQUICAS E ELEMENTOS DA PERCEPÇÃO

Trabalho de pesquisa Científica apresentado na cadeira


de Psicologia Geral.

O DOCENTE

__________________________
INTEGRANTES DO GRUPO

1. Adão João Bernardo Pedro


2. Ana Rosa Satombela Miguel
3. Alberto Chicamo
4. Aureth Luís João
5. Antonieta dos Santos Macumbi
6. Ana Gomes José
7. Arlindo Leite João
DEDICATÓRIA

Dedicamos este trabalho, primeiramente aos nossos familiares, que nos acompanham
durante este período, dando força e aos colegas, amigos que de forma dierecta ou indirecta estão
sempre disponível para tirarem as nossas dúvidas, ao Professor, que consiste em grande
sacrifício para o melhoramento da nossa formação.
AGRADECIMENTOS

Agradecer à Deus pela oportunidade e privilégio que nos concede em partilhar a


experiência de frequentar o ensino superior e de modo em geral as pessoas mais próximas de
nós, pela paciência e tolerância das nossas ausências, e por terem aceitado privarce-se-a da
nossa companhia
RESUMO

Este artigo tem por objectivo analisar o conceito de percepção a partir de diversas
abordagens. O trabalho principia com uma discussão sobre as relações da dupla sensação e
percepção, seguida da discussão de aspectos, psicológicos, de comportamento. A sensação e a
percepção são dois processos que se correlacionam para nos auxiliar a experienciar e
interpretar o mundo. Apesar de serem processos diferentes possuem muitas semelhanças e
compartilham objectivos em comum, ambas têm a finalidade de garantir o bem-estar do sujeito
a partir de sua adaptação ao meio. De forma sintética o ser humano apreende o seu ambiente a
partir da sua sensação – o que não se limita aos cinco sentidos, como iremos falar
posteriormente – e dota de significado as suas sensações a partir de uma interpretação, o que é
chamado de percepção.

Palavras chave: Sensação, Factores, Percepção, elementos e sentidos.


SUMÁRIO

FOLHA DE ROSTO....................................................................................................................I

LISTA NOMINAL.....................................................................................................................II

DEDICATÓRIA.......................................................................................................................III

AGRADECIMENTOS.............................................................................................................IV

RESUMO...................................................................................................................................V

1.INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 8
2- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................................... 9
2.1- Definições de Temos e Conceitos ................................................................................... 9
2.1.2- Elementos da Sensação ............................................................................................... 10
2.1.3- Classificação das Sensações ....................................................................................... 10
2.1.4- Caracteres da Sensação ............................................................................................... 11
2.1.5- Sensação e Percepção ................................................................................................. 12
2.1.6- Condições Orgânicas, Psíquicas ................................................................................. 12
2.2- NATUREZA DA PERCEPÇÃO ...................................................................................... 12
2.2.1- Estrutura da Percepção ............................................................................................ 12
2.2.2- Caracteres da Percepção ......................................................................................... 13
2.2.3- Erros da Percepção .................................................................................................. 13
2.2.4- Patologia da Percepção ........................................................................................... 14
2.2.5- Funções da Percepção ............................................................................................. 14
2.2.6- Percepção Social ..................................................................................................... 14
2.2.7- Tipos de Percepção ..................................................................................................... 15
2.7.2- Percepção Auditiva ................................................................................................. 16
2.7.3- Percepção Gustativa ................................................................................................ 16
2.7.4- Percepção Táctil ...................................................................................................... 16
2.7.5- Percepção Temporal................................................................................................ 17
2.2.8- Factores que influenciam a Percepção........................................................................ 17
3- CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 19
4- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 20
1.INTRODUÇÃO

Com o tema proposto é muito comum, nos referirmos aos conhecidos Sensações
Percepções. As sensações são processos do organismo vivo para obtenção de informações sobre
o ambiente. Elas se iniciam nos órgãos sensoriais e chegam ao cérebro, onde são interpretadas
por um processo chamada percepção. Os dois processos são interdependentes e se influenciam
mutuamente. Além disso, a percepção é um dos elementos mais importantes no processo de
ensino e aprendizagem. A Gestalt apresenta-se como uma das correntes teóricas da Psicologia
que mais se dedica ao estudo das percepções, a qual elaborou quatro leis que explicam esse
processo. São elas: proximidade, similaridade, boa forma e fechamento.

A percepção é influenciada por diversos factores, tais como a selectividade perceptiva,


a experiência prévia e a disposição para responder, o condicionamento e os factores
contemporâneos ao fenómeno perceptivo. Vale ressaltar que a selectividade perceptiva pode
ser consciente e também, inconsciente. A experiência prévia é um factor importante na
percepção, ou seja, percebemos melhor algo que já conhecemos previamente. O
condicionamento é uma experiência prévia de forma mais sistemática. As pessoas são
condicionadas a se comportarem de certa maneira, de acordo com suas experiências na família,
no grupo familiar, no grupo religioso, no grupo profissional ou de trabalho.

No fundo, cada uma dessas impressões sensoriais, acaba sendo um mix de complexos
sentidos e subsentidos específicos, ficando difícil de identificar alguns desses sem sofrer
interferência de outros, por isso não os preferimos definir como sentidos primários, e
simplesmente Sensações e Percepções. Em nossa linha argumentista, existem ainda ao nosso
modo pessoal de ver, varias outras sensações, também passíveis de receberem a nomenclatura
de básicas ou primarias sem necessariamente o serem quando efectuamos alguma análise
simplista deste assunto.

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2- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1- Definições de Temos e Conceitos
A sensação pode ser definida como um fenómeno psicológico produzido pela acção de
um objecto sobre um órgão sensorial. A sensação é o resultado da transformação no cérebro de
uma impressão originada de uma excitação provocada pelos objectos do mundo exterior. A
sensação, no estado puro, nos permite apreender qualidades, sensíveis e não coisas
propriamente dita. E, como raramente se encontra isolada, a sensação, quase sempre, representa
antes o “resultado de uma abstracção mental do que o fruto espontâneo de uma experiência
psíquica". Deve, por isso, ser considerada como elemento da percepção e como manifestação
intuitiva mais simples da consciência.

Percepção é a função cerebral que atribui significado a estímulos sensoriais, a partir de


histórico de vivências passadas. O termo percepção tem origem etimológica no latim perceptìo,
ónis, que significa compreensão, faculdade de perceber; ver (HOUAISS, 2002). A percepção é
um dos campos mais antigos dos processos fisiológicos e cognitivos envolvidos. Na filosofia,
a percepção e seu efeito no conhecimento e aquisição de informações do mundo é objecto de
estudo da filosofia do conhecimento ou epistemologia. Em geral a percepção visual foi base
para diversas teorias científicas ou filosóficas. Newton e Goethe estudaram a percepção de cores
e algumas escolas, como a Gestalt, surgida no Século XIX e escolas mais recentes, como a
fenomenologia e o existencialismo baseiam toda a sua teoria na percepção do mundo. Em outros
sentidos refere-se ao produto dos processos psicológicos nos quais significado, relações,
contexto, julgamento, experiência passada e memória desempenham um papelimportante.
Conjunto de processos pelos quais reconhecemos, organizamos e entendemos as sensações
recebidas dos estímulos ambientais. A percepção abrange muitos fenómenos psicológicos.
Sendo as mais importantes a percepção visual e auditiva

Para a psicologia a percepção é o processo ou resultado de se tornar consciente de


objectos, relacionamentos e eventos por meio dos sentidos, que inclui actividades como
reconhecer, observar e discriminar. Essas actividades permitem que os organismos se
organizem e interpretem os estímulos recebidos em conhecimento significativo. A percepção
de figura-fundo é a capacidade de distinguir adequadamente objecto e fundo em uma
apresentação do campo visual. Um enfraquecimento nessa capacidade pode prejudiar
seriamente a capacidade de aprender de uma criança. A percepção é um dos campos mais
antigos dos processos fisiológicos e cognitivos envolvidos.

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2.1.2- Elementos da Sensação
Toda sensação é integrada pelos seguintes elementos:

1. Um conhecimento — apreensão de uma qualidade sensível (som agudo, cor azul, sabor
ácido, etc.);
2. b) Um estado afectivo — tonalidade agradável ou desagradável ligada a essa
apreensão;
3. c) Uma actividade — movimentos realizados pelos órgãos sensoriais.

2.1.3- Classificação das Sensações


A divisão clássica em cinco sentidos corresponde a noções incompletas sobre a natureza
e a função dos órgãos sensoriais. Segundo Cuvillier, essa divisão é insuficiente, não só do ponto
de vista anatómico como do ponto de vista psicológico. Do ponto de vista anatómico, está
estabelecido que o tacto pode ser decomposto em 4 ou 5 sentidos elementares, tendo, cada um,
seus órgãos receptores distintos.

Do mesmo modo, o ouvido compreende dois órgãos sensoriais: o da audição e o do


equilíbrio. Do ponto de vista psicológico, para a consciência, uma sensação de frio difere tanto
de uma sensação de Contacto, quanto uma sensação visual difere de uma sensação auditiva. Na
realidade, podemos distinguir dez espécies de sentidos que deverão ser classificados da seguinte
maneira: Sensações internas, correspondendo às impressões provenientes do interior do
organismo; são as sensações cinestésicas;

a) Sensações motoras, correspondendo às impressões provenientes da actividade do


próprio organismo; são as sensações:
1) Estáticas ou de equilíbrio;
2) Quinésicas ou de movimento;
b) Sensações externas, correspondendo aos receptores que captam as excitações vindas do
exterior e dos quais, uns, são impressionáveis por excitantes agindo por contacto ou
proximidade imediata:
1) Sensações táteis;
2) Sensações térmicas ou de calor e de frio;
3) Sensações álgicas ou de dor;

Sensações gustativas ou de paladar; e, outros, são impressionáveis por excitantes agindo


à distância:

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1) Sensações olfactivas;
2) Sensações auditivas;
3) Sensações visuais ou ópticas.

A cada um desses sentidos corresponde um órgão especial: para as sensações visuais,


os olhos; para as sensações auditivas, os ouvidos; para as sensações olfactivas, a mucosa nasal;
para as sensações gustativas, a língua; para as sensações tácteis, térmicas e álgicas, terminações
nervosas especiais; para as sensações estáticas ou de equilíbrio, os canais semi-circulares do
ouvido interno; para as sensações cinestésicas ou de movimento, os nervos sensitivos dos
músculos, das articulações dos membros e das cápsulas membranosas que os revestem. As
sensações quinésicas ou de movimento nos informam sobre a posição dos membros e os
movimentos que com eles executamos.

2.1.4- Caracteres da Sensação


 Toda sensação transmite um ensinamento do mundo exterior. Estes ensinamentos
constituem um fundo original, donde resultam, após uma elaboração todos os nossos
conhecimentos.
 A sensação é distinta da propriedade do objecto que a provoca. Segundo Taine, esta
distinção "se faz comodamente, pois a propriedade pertence ao objecto e não a nós, ao
passo que a sensação pertence a nós e não ao objecto".
 A sensação é distinta do processo fisiológico que a condiciona. Todo fenómeno
fisiológico se reduz, em última análise, a uma modificação física ou química, enquanto
a sensação, como fato da consciência, é um processo puramente psicológico.
 A sensação é essencialmente qualitativa. A sensação, sendo um fato da consciência, é
um fenómeno qualitativo, susceptível de maior ou menor intensidade, mas que só pode
ser observado, directamente, por aquele no qual se realiza, não podendo, portanto, ser
objecto de mensurações quantitativas.
 Para que haja sensação é necessário que a excitação possua uma intensidade mínima. A
esta intensidade mínima da excitação capaz de produzir a sensação dá-se o nome de
"limiar da intensidade da sensação".
 A sensação, uma vez produzida, não desaparece logo, persistindo ainda durante algum
tempo. Por essa razão, excitações seguidas, sucedendo-se com pequenos intervalos, são
sentidas ou percebidas como uma única excitação. É o que acontece com as imagens
cinematográficas.

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2.1.5- Sensação e Percepção
A sensação, no primeiro caso, nos dá apenas a noção de uma qualidade ou de um estado
perfume de uma rosa, som de um violino). A percepção implica a "crença" na realidade exterior
e um sentimento de "objectividade". Acompanha-se ainda de um verdadeiro "juízo de
exterioridade". Essas reações mentais não resultam, somente, da visão do objecto. Nelas tomam
parte o cabedal de nossas experiências passadas. A percepção é um fenómeno complexo (cor
verde ou amarela, perfume suave ou intenso, som fraco ou forte), ao passo que, no segundo
caso, como percepção, sugere a noção de um objecto determinado (cor de uma laranja, em que
se reúnem, numa síntese, várias operações psicológicas: sensações, memória, associação,
comparação, juízo, etc.

2.1.6- Condições Orgânicas, Psíquicas


Para que se realize o fenómeno da sensação são necessárias três condições
fundamentais:

a) -Excitação — acção de um excitante ou agente provocador sobre o órgão sensorial. Os


excitantes podem ser: mecânicos (choques, picadas, etc.), físicos (luz, som, calor,
electricidade) ou químicos (substâncias cáusticas, irritantes, etc).
b) Impressão — modificações orgânicas que se processam nos órgãos sensoriais e que se
transmitem por fibras nervosas aos centros cerebrais.
c) Sensação — estado de consciência resultante dos processos anteriores. A primeira
condição é de natureza físico-química. Só podemos explicá-la pela física e pela química.
A segunda é de natureza fisiológica. Sua explicação é privativa da biologia. Somente a
terceira condição é de natureza psicológica.

2.2- NATUREZA DA PERCEPÇÃO


2.2.1- Estrutura da Percepção
Na psicologia, o estudo da percepção é de extrema importância porque o comportamento
das pessoas é baseado na interpretação que fazem da realidade e não na realidade em si. Por
este motivo, a percepção do mundo é diferente para cada um de nós, cada pessoa percebe um
objecto ou uma situação de acordo com os aspectos que têm especial importância para si
própria. O mecanismo da percepção é objecto de divergência entre os psicólogos. Segundo a
psicologia associativista, a percepção é um conjunto de sensações que a associação une num
todo homogéneo e ao qual a atenção confere clareza e nitidez. A sensação, a associação e a
atenção representam, de acordo com esse ponto de vista, os elementos fundamentais do
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processo perceptivo. A Psicologia da Forma ("Gestalt-Psychologie") defende uma concepção
diversa.

2.2.2- Caracteres da Percepção


Segundo a Psicologia da Forma, a percepção possui os seguintes caracteres
fundamentais:

a) A estrutura da percepção possui uma organização própria. Ela unifica as partes e lhes
dá uma significação. Há, assim, uma solidariedade íntima entre as funções exercidas por
es elementos.
b) A estrutura da percepção possui um relevo próprio. Nela se revela um fundo sobre o
qual se destaca uma figura. A qualquer instante, o fundo pode converter-se em figura.

2.2.3- Erros da Percepção


a) Ilusões — o hábito de perceber as sensações sempre sob certas condições faz com que,
todas as vezes que uma delas aparece fora de suas relações normais, a interpretemos
erroneamente. Estes erros de percepção constituem as ilusões. As ilusões podem se
originar de todos os sentidos, mas não provêm de sensações falsas ou erradas, mas sim
de juízos falsos, de interpretações erróneas de sensações. As causas das ilusões são
diversas:
1) Certas circunstâncias físicas — o meio que se interpõe, o movimento, a distância (uma
bengala mergulhada água parece quebrada, uma torre vista ao longe parece quadrada,
etc.).
2) Certos estados fisiológicos — o daltonismo impede a visão do vermelho, etc.
3) Certos estados psicológicos — a desatenção, a prevenção, o medo, etc.
4) Certos, estados patológicos — a febre tornam os alimentos sem sabor.

Quando imersos nesse estado, temos o sentimento confuso do carácter alucinatório


dessas imagens, sabemos que sonhamos e que bastaria abrir os olhos para interromper essa
sequência de imagens múltiplas e fugazes. Se adormecermos completamente, essas imagens
dominam e anulam as percepções e caímos, então, em pleno sonho. As imagens assumem, daí
por diante, um aspecto francamente alucinatório e tendem a se dramatizar, isto é, a se ordenar
sob a forma de um "assunto", muitas vezes, absurdo, estranho, bizarro. Essa dramatização das
imagens é o resultado dessa tendência espontânea que possui o espírito para as construções
lógicas.

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2.2.4- Patologia da Percepção
As alterações patológicas da percepção podem ser de carácter qualitativo ou
quantitativo. Vejamos as principais:

a) Hiperpercepção — Aumento de intensidade das percepções, acompanhado,


geralmente, de exaltação da actividade psíquica. Em certas neuroses,
caracteriza-se por uma capacidade exagerada de ver, ouvir e sentir, provocando,
por isso, um estado angustioso no doente.
b) Hiperpercepção — Diminuição de intensidade das percepções, acompanhada de
enfraquecimento da actividade psíquica. Observa-se nos estados psicastênicos,
nas síndromes depressivas, nas esquizofrenias, etc.
c) Micropsia — Os objectos são percebidas com dimensões reduzidas.
d) Macropsia — Os objectos são percebidas com dimensões aumentadas.
e) Multipsia — Os objectos são percebidos multiplicados várias vezes.
f) Alucinação — É a percepção sem objecto. O alucinado acredita perceber o que
realmente não existe. As alucinações podem se originar de alterações dos órgãos
dos sentidos e do sistema nervoso ou de perturbações mentais.

2.2.5- Funções da Percepção


A percepção constitui o principal instrumento de aquisição da experiência humana. Por
meio das sensações, recolhe do mundo exterior os elementos, que, trabalhados pela inteligência,
vão constituir o vasto cabedal dos nossos conhecimentos, a nossa "fortuna psicológica". Daí o
velho aforismo: "Nihil est in intellectu quod non antea in sensu fuerit", nada existe na
inteligência que antes não haja passado pelos sentidos. Além de factores da génese e
enriquecimento da nossa experiência, as percepções, por intermédio das sensações,
desempenham ainda o papel de instrumentos de adaptação do nosso psiquismo ao universo e à
vida. É assim que as sensações orgânicas mantêm o equilíbrio vital necessário ao
funcionamento normal dos nossos órgãos.

2.2.6- Percepção Social


Um último aspecto a ser considerado é o fato de que a percepção de certos aspectos
relacionados a características humanas, ou mesmo a "construção da percepção" de certas
características humanas, também pode ser constituída socialmente. Questões de género, raça,
nacionalidade, sexualidade e outras, também podem ser interferidas por uma forma de
percepção que é construída socialmente. Um dos estudos recentes mais significativos sobre

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estes aspectos foi desenvolvido pelo historiador brasileiro José D'Assunção Barros (1967) que
examinou a construção social da percepção relativamente a certos aspectos como as diferenças
de sexualidade ou as diferenças.

2.2.7- Tipos de Percepção


O estudo da percepção distingue alguns tipos principais de percepção. Nos seres
humanos, as formas mais desenvolvidas são a percepção visual e auditiva, pois durante muito
tempo foram fundamentais à sobrevivência da espécie (A visão e a audição eram os sentidos
mais utilizados na caça e na protecção contra predadores). Também é por essa razão que as
artes plásticas e a música foram as primeiras formas de arte a serem desenvolvidas por todas as
civilizações, antes mesmo da invenção da escrita. As demais formas de percepção, como a
olfactiva, gustativa e táctil, embora não associadas às necessidades básicas, têm importante
papel na afectividade e na reprodução.

Além da percepção ligada aos cinco sentidos, os humanos também possuem capacidade
de percepção temporal e espacial.

2.7.1- Percepção Visual

O triângulo de Kaniza demonstra o princípio do fechamento. Tendemos a ver um


triângulo branco sobreposto à figura, como uma figura completa e fechada, embora ele só seja
sugerido por falhas nas demais formas que compõem a figura. A visão é a percepção de raios
luminosos pelo sistema visual. Esta é a forma de percepção mais estudada pela psicologia da
percepção. A maioria dos princípios gerais da percepção fora desenvolvida a partir de teorias
especificamente elaboradas para a percepção visual. Todos os princípios da percepção citados
acima, embora possam ser extrapolados a outras formas de percepção, fazem muito mais
sentido em relação à percepção visual.

Por exemplo, o princípio do fechamento é melhor compreendido em relação a imagens


do que a outras formas de percepção.

A percepção visual compreende, entre outras coisas:

1. Percepção de formas;
2. Percepção de relações espaciais, como profundidade. Relacionado à percepção espacial;
3. Percepção de cores;
4. Percepção de intensidade luminosa.

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5. Percepção de movimentos

2.7.2- Percepção Auditiva


A audição é a percepção de sons pelos ouvidos. A psicologia, a acústica e a psicoacústica
estudam a forma como percebemos os fenómenos sonoros. Uma aplicação particularmente
importante da percepção auditiva é a música. Os princípios gerais da percepção estão presentes
na música. Em geral, ela possui estruturação, boa forma, figura e fundo (representada pela
melodia e acompanhamento) e os géneros e formas musicais permitem estabelecer uma
constância perceptiva.

Entre os factores considerados no estudo da percepção auditiva estão:

1. Percepção de timbres;
2. Percepção de alturas ou frequências;
3. Percepção de intensidade sonora ou volume;
4. Percepção rítmica, que na verdade é uma forma de percepção temporal;
5. Localização auditiva, um aspecto da percepção espacial, que permite distinguir o local
de origem de um som.

2.7.3- Percepção Gustativa


O paladar é o sentido de sabores pela língua. Importante para a alimentação. Embora
seja um dos sentidos menos desenvolvidos nos humanos, o paladar é geralmente associado ao
prazer e a sociedade contemporânea muitas vezes valoriza o paladar sobre os aspectos nutritivos
dos alimentos. A arte culinária e a enologia são aplicações importantes da percepção gustativa.
O principal factor desta modalidade de percepção é a discriminação de sabores.

2.7.4- Percepção Táctil


O tacto é sentido pela pele em todo o corpo. Permite reconhecer a presença, forma e
tamanho de objectos em contacto com o corpo e também sua temperatura. Além disso o tacto é
importante para o posicionamento do corpo e a protecção física. O tacto não é distribuído
uniformemente pelo corpo. Os dedos da mão possuem uma discriminação muito maior que as
demais partes, enquanto algumas partes são mais sensíveis ao calor. O tacto tem papel
importante na afectividade e no sexo. Entre os factores presentes na percepção táctil estão:

1. Discriminação táctil, ou a capacidade de distinguir objectos de pequenos tamanhos.


(Importante, por exemplo, para a leitura em Braille);
2. Percepção de calor;
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3. A percepção da dor.

2.7.5- Percepção Temporal


Não existem órgãos específicos para a percepção do tempo, no entanto é certo que as
pessoas são capazes de sentir a passagem do tempo. A percepção temporal esbarra no próprio
conceito da natureza do tempo, assunto controverso e tema de estudos filosóficos, cognitivos e
físicos, bem como o conhecimento do funcionamento do cérebro (neurociência). A percepção
temporal já foi objecto de diversos estudos desde o século XIX até os dias de hoje, quando é
estudado por técnicas de imagem como a ressonância magnética. Os experimentos destinam-se
a distinguir diferentes tipos de fenómenos relevantes à percepção temporal:

1. A percepção das durações;


2. A percepção e a produção de ritmos;
3. A percepção da ordem temporal e da simultaneidade.

Resta saber se estes diferentes domínios da percepção temporal procedem dos mesmos
mecanismos ou não e também algumas novas considerações que decorrem da escala de tempo
utilizada. Segundo o psicólogo francês Paul Fraisse, é preciso distinguir a percepção temporal
(para durações relativamente curtas, até alguns segundos) e a estimativa temporal que é
designada como a apreensão de longas durações (desde alguns segundos até algumas horas).

2.2.8- Factores que influenciam a Percepção

Os olhos são os órgãos responsáveis pela visão, um dos sentidos que fazem parte da
percepção do mundo. O processo de percepção tem início com a atenção que não é mais do que
um processo de observação selectiva, ou seja, das observações por nós efectuadas. Este
processo faz com que nós percebamos alguns elementos em desfavor de outros. Deste modo,
são vários os factores que influenciam a atenção e que se encontram agrupados em duas
categorias: a dos factores externos (próprios do meio ambiente) e a dos

 Factores externos - Os factores externos mais importantes da atenção são a intensidade


(pois a nossa atenção é particularmente despertada por estímulos que se apresentam com
grande intensidade e, é por isso, que as sirenes das ambulâncias possuem um som
insistente e alto); o contraste (a atenção será muito mais despertada quanto mais
contraste existir entre os estímulos, tal como acontece com os sinais de trânsito pintados
em cores vivas e contrastantes); o movimento que constitui um elemento principal no
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despertar da atenção (por exemplo, as crianças e os gatos reagem mais facilmente a
brinquedos que se movem do que estando parados); e a incongruência, ou seja,
prestamos muito mais atenção às coisas absurdas e bizarras do que ao que é normal (por
exemplo, na praia num dia verão prestamos mais atenção a uma pessoa que apanhe sol
usando um cachecol do que a uma pessoa usando um traje de banho normal).
 Factores internos - Os factores internos que mais influenciam a atenção são a
motivação (prestamos muito mais atenção a tudo que nos motiva e nos dá prazer do que
às coisas que não nos interessam); a experiência anterior ou, por outras palavras, a força
do hábito faz com que prestemos mais atenção ao que já conhecemos e entendemos; e
o fenómeno social que explica que a nossa natureza social faz com que pessoas de
contextos sociais diferentes não prestem igual atenção aos mesmos objectos (por
exemplo, os livros e os filmes a que se dá mais importância em Portugal não despertam
a mesma atenção no Japão).

Em fim, para a psicologia a percepção é o processo ou resultado de se tornar consciente


de objectos, relacionamentos e eventos por meio dos sentidos, que inclui actividades como
reconhecer, observar e discriminar. Essas actividades permitem que os organismos se
organizem e interpretem os estímulos recebidos em conhecimento significativo.

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3- CONCLUSÃO

O propósito essencial deste trabalho é actualizar as descobertas e os avanços conceituais


que têm surgido no campo da sensação e da percepção. O objectivo básico deste trabalho é
realizar um exame integrado dos tópicos sobre a sensação e a percepção dentro de um contexto
comportamental e biológico. Os leitores notarão que todos os sistemas sensoriais estão bem
cobertos.

Em geral, o mesmo não ocorre em outros textos, onde o paladar, o olfacto e o tacto
frequentemente recebem um tratamento limitado, enquanto o senso de orientação e o da
percepção do tempo costumam simplesmente ser omissos por completo. Aqui se dá a cada um
deles uma exaustiva cobertura, com um capítulo exclusivo para cada um.

Neste contexto fica para nós clara a diferença entre a sensação e a percepção. E que
todos saibamos que a percepção é pessoal, é falhar e é influência…Mas somos seres perceptivos
e nossa mente racionalidade a comprova.

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4- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 BARON, Robert. Psicologia. México: Prentice Hall, 1996. P. 131-133, 135-138.


 DAY, R. H.. Psicologia da percepção humana. D. México F.: Ed. Limusa Wiley, 1973.
227 p.
 FELDMAN, Robert. Psicologia. México D.F.: Mc Graw Hill, 1999. 646 p.
 Giovetti, Paola. fenômenos paranormais. Bogotá: Ediciones Paulinas, 1992. 192
 Matlin, Margaret W., e Foley, J. Hugh. Sensação e percepção. D. México F.: Prentice
Hall, 1996. 554 p.
 Moix Queralt, Jenny “, mensagens que não atingem a consciência” [no
 Online]. 18 de maio, 2000. Online (Ver: 18 maio de 2000)
 Schiffman, Richard Harvey. Percepção Sensorial. D. México F.: Limusa, 1983. 453 p.
 Sensação e percepção: É através destes dois processos que sentimos e interpretamos o
mundo.
 Captamos o mundo ao senti-lo (sensação) e interpretamos o mundo de acordo com a
forma que o percebemos (percepção).

Referência:

MYERS, David. Introdução à Psicologia Geral. Rio de Janeiro: LTC, 1999.

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