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UM ANO DE BALANÇO
Há nove anos atrás, o concelho de Sintra situava-se nos cinco primeiros municípios do país com
melhor qualidade de vida. Hoje, infelizmente para os sintrenses, ocupa o 43º lugar. Este é um
indicador relevante, porque espelha a falta de vontade política, de estratégia e desinvestimento
no concelho levado a cabo pela grande coligação PSD/CDS E CDU, que governa o município e
que parte e reparte lugares nas administrações desses autênticos sorvedouros dos dinheiros
públicos que são as empresas municipais. Mas também é um indicador de que Sintra tem hoje
uma estrutura económica e social mais frágil e que reclama uma especial atenção dos seus
governantes, atenção que tem falhado por parte da maioria que governa.
Parar o concelho é parar a economia. Parar o concelho é criar desemprego. Parar o concelho é
regredir na qualidade de vida dos munícipes. Foi o que aconteceu nos últimos nove anos em
Sintra. E, neste último ano, os munícipes de Sintra começaram já a sentir os efeitos da crise
global que afecta o país. Sentirão tanto mais, quanto a Câmara Municipal persistir em não ter
estratégia, nem acção significativa, para ajudar os agentes económicos e sociais do concelho,
agravando assim as perspectivas de futuro para todos.
Os Vereadores do Partido Socialista na Câmara Municipal de Sintra têm procurado exercer o seu
papel de oposição de forma construtiva, chamando a atenção para problemas, propondo
soluções e apresentando propostas alternativas à acção, ou inacção, da grande coligação
camarária: têm feito o que está ao seu alcance para travar o retrocesso e o empobrecimento das
empresas e das famílias de Sintra. Mas não podem substituir-se ao Executivo camarário que tem
a responsabilidade política de governar o concelho.
Muitos foram os nossos alertas e muitas foram as nossas propostas, sempre com intuitos
construtivos, sempre com a preocupação, não de obstruir a acção da Câmara, antes de a
incentivar e melhorar.
Acima de tudo, como Vereadores do PS, empenhamo-nos pelo bem-estar das pessoas. Pela
criação de condições sociais e económicas dignas para todos, com especial atenção para os
mais pobres e vulneráveis: a protecção dos menores, a assistência aos idosos, o apoio aos
desempregados, são áreas que sempre requereriam uma intervenção estratégica por parte da
Câmara, e não apenas actuações pontuais e ocasionais, avulsas e inconsequentes, ainda para
mais quando atravessamos tempos de crise.
Sabemos que não será fácil a ninguém enfrentar esta crise, que ainda não bateu no fundo e se
adivinha prolongada. Antecipamos como vai afectar seriamente as condições de vida das
pessoas, em especial as que já hoje estão pior. Por isso pensamos que os dirigentes políticos do
município têm, nestas circunstâncias, responsabilidades acrescidas e o dever de repensar
modos de actuação, para urgentemente mobilizar recursos e capacidades para organizar o apoio
da Câmara a quem mais precisa.
Mas, para fazer face à crise e até a transformar em oportunidade, mais do que nunca o concelho
de Sintra precisará de visão e de decisão estratégica. Porque Sintra não faltam recursos,
naturais, patrimoniais, culturais e económicos, nas zonas urbanas ou rurais - estão é
subaproveitados, se não quantas vezes desvalorizados. E o mais extraordinário desses recursos
do nosso concelho, é sem dúvida, a força da sua gente, culturalmente plural, multi-étnica,
trabalhadora e maioritariamente jovem. É na sua educação, na sua qualificação, na multiplicação
das suas competências, na melhoria das suas condições de vida e emprego que Sintra tem de
investir - incluindo em tempos de crise, por que só assim se dá a volta à crise.
24 Outubro de 2010