Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
De 04 a 07 de outubro de 2016
Cássia Mota
doutoranda em Design, PPD ESDI UERJ
cassiamota@gmail.com
Marina Sirito
mestranda em Design, PPD ESDI UERJ
marina.sirito@gmail.com
Abstract: This article aims to debate some recent questions related to the
development of the field of design through the contributions from the
social sciences, specailly from a field called Design Anthropology. We’ll
iniciate the debate with the inflexion that the field of Design made to open
up and interact with other scieces, other than exact sciences. Then, we’ll
clear up some definitions and main questions that are taken within the field
of Design Anthropology. Finally, we’ll show the developpment of the
resarch projetcs that are lead by members of Laboratório de Design e
Antropologia (LaDA) from Escola Superior de Desenho Industrial (ESDI) of
Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).
1. INTRODUÇÃO
Como qualquer campo de conhecimento, o Design está constantemente sendo
transformado a partir da prática daqueles que estão profissionalmente engajados na
sua atividade. Então, como a própria vida, o design está o tempo todo em movimento.
Evoluindo a partir da interação com outros campos da ação humana e os seus modos
de produção de conhecimento, o design é atravessado por um processo contínuo de
transformação. Contudo, ainda assim, seria possível discernir alguns pontos em meio a
este processo que marcaram inflexões significativas para o campo, marcas
identificadas e reconhecidas pela comunidade profissional como limites entre os
diferentes períodos em meio à história do design.Neste artigo, discutiremos a respeito
da contínua revisão do campo do design através de dois movimentos importantes: um
de dentro para fora e outro de fora para dentro. O primeiro, que é feito internamente
por pensadores e teóricos do próprio campo do design, trata de repensar e debater a
atuação através das contribuições que a prática traz - designers pensando design. O
segundo movimento, de fora para dentro, trata de pensar design a partir das
contribuições de outros campos de conhecimento e dos encontros entre design e as
diversas ciências. Aqui, em especial, daremos ênfase ao encontro entre design e
antropologia.
1
Sobre o conceito de campo expandido, ver Kraus, Rosalind (1979). “Sculpture
in the expanded field”. In October, n. 8 (Spring). Cambridge, Ma: MIT Press. [ed. Brasileira: “A
escultura no campo ampliado” (tradução Elizabeth Baez) in Gávea, n. 1. Rio de Janeiro: 1984]
6
Um desses encontros interdisciplinares entre o design e as ciências sociais é o
campo emergente chamado Design Anthropology. Segundo Zoy Anastassakis (2014),
aproximação acadêmica entre design e antropologia já acontece há pelo menos trinta
anos. Contudo, o campo que fusiona as duas áreas de maneira horizontal e não
hierárquica - Design Anthropology - surgiu recentemente e ainda está se
desenvolvendo. Uma rede de pesquisadores é fundamental nessa fusão das áreas: a
Research Network for Design Anthropology, uma colaboração internacional entre
pesquisadores e instituições. É importante salientar que a rede nasce de um esforço
dos pesquisadores, que já buscam esse contato entre design e antropologia nas suas
pesquisas e publicações individuais, para criar redes e espaços de conexão entre mais
ideias e pessoas.
Dentre os agentes centrais tanto no papel catalisador do encontro de
pesquisadores na área quanto na produção bibliográfica sobre o tema, podemos
destacar alguns nomes importantes. Joachim Halse, professor da Royal Danish Acadmy
of Fine Arts, que exerce grande papel na formação e promoção da rede. Wendy Gunn,
professora associada da University of Southern Denmark; Ton Otto, professor na
Aarhus University; Rachel Smith, professora assistente também na Aarhus University e
Jared Donovan, pesquisador no Queensland University of Technology - juntos, estes
pesquisadores editaram duas coletâneas: Design and Antrhropology (em 2012) e
Design Anthropology (em 2013).
Na segunda coletânea dos autores, organizada por Gunn, Otto and Smith
(2013:16), podemos encontrar uma definição do campo trânsito disciplinar:
2
traduzido livremente do inglês: “Practitioners of design anthropology follow dynamic
situations and social relations and are concerned with how people perceive, create, and
transform their environments through their everyday activities. (...) Design anthropology
practices occur across different scales and timelines and involve many disciplines, each bringing
their own distinct ways of knowing and doing .”
7
também da interação daqueles que se envolvem com o campo do design em sua
própria cultura.
BINDER, T.; KOSHIKEN, I.; REDSTRÖM, J.; WENSVEEN, S.; ZIMMERMAN, J. Design
research through practice: From the lab, field, and showroom. Massachusetts:
Morgan Kaufman, 2010
BINDER, T.; BRANDT, E.; ERIKSEN, M. A.;REDSTRÖM, J. XLab. Copenhague: The Danish
Design School Press, 2011.
CARDOSO, Rafael. Design para um Mundo Complexo. São Paulo: Cosac Naify, 2012.
COUTO, Rita M. Escritos sobre ensino de design no Brasil. Rio de Janeiro: Rio Book’s,
2008.
COUTO, R. M. et al. (Org.). Gustavo Amarante Bomfim: uma coletânea. Rio de Janeiro:
Rio Book’s, 2014.
10
DILNOT, Clive. The state of Design History. Part I: Mapping the field. In: MARGOLIN, V
(ed). Design discourse: history, theory, criticism. Chicago: The University of Chicago
Press, 1989.
FRASCARA, Jorge (ed.). Design and the social sciences:making connections. Boca
Raton: CRC Press. 2002.
GUNN, W.; OTTO, T.; SMITH, Rachel C. Design anthropology: theory and practice. 1ª
edição - Inglaterra: Bloomsblury, 2013.
INGOLD, Tim. Trazendo as coisas de volta à vida: emaranhados criativos num mundo
de materiais. Horizontes Antropológicos,Porto Alegre, ano 18, n. 37, p. 24-44.2012.
SOUZA LEITE, João. Uma outra perspectiva para se estudar design. In Designe, s.n. .
Rio de Janeiro: IAV/Univercidade, 2001.