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All content following this page was uploaded by Eduardo Lucas Subtil on 12 July 2018.
MANUAL DE SISTEMAS DE
WETLANDS CONSTRUÍDAS
PARA O TRATAMENTO DE
ESGOTOS SANITÁRIOS
implantação, operação e manutenção
Universidade Federal do ABC
Ministério da Saúde – FUNASA
Sabesp
Organizadora
Profa. Dra. Roseli Frederigi Benassi
Equipe
Prof. Dr. Dácio Roberto Matheus
Prof. Dr. Eduardo Lucas Subtil
Profa. Dra. Lúcia Helena Gomes Coelho
Profa. Dra. Luísa Helena dos Santos Oliveira
Profa. Dra. Mércia Regina Domingues Moretto
Profa. Dra. Tatiane Araújo de Jesus
Prof. Dr. Wanderley da Silva Paganini
Engª. Aldrew Alencar Baldovi
Engª. Aline Alves Sanchez
Bióloga Juliana Martins Stopa
Revisão
Sergio Meira (Soma)
Sumário
Apresentação 4
1. Introdução 6
2. Ecotecnologias 8
3. Sistemas alternativos de tratamento de esgotos 9
4. Wetlands construídas 11
4.1 Definição 11
4.2 Vantagens 11
4.3 Tipos de wetlands construídas 12
5. Componentes principais 20
5.1 Macrófitas aquáticas 20
5.2 Material suporte 23
5.3 Microbiota 25
6. Eficiências de remoção via wetlands construídas 27
7. Dimensionamento de wetlands construídas 29
8. Implantação, operação e manutenção 37
9. Possíveis complicações e soluções 40
9.1 Colmatação 40
9.2 Manejo das macrófitas aquáticas 41
9.3 Ecotoxicidade 44
10. Considerações finais 46
Referências 48
ApreSentAção
|4|
para avaliar o desempenho de unidades, em escala piloto, de
wetlands construídas, cultivadas com macrófitas aquáticas emer-
gentes, para o tratamento de efluentes sanitários, com vistas a
difundir o uso dessa ecotecnologia.
Ao longo de 27 páginas são apresentados, de forma didática e
concisa, conceitos teóricos e práticos relacionados ao tratamento
de esgoto sanitário usando plantas aquáticas, tais como: dimen-
sionamento, monitoramento de desempenho do sistema e reso-
lução de problemas. Nesse contexto, esperamos que este mate-
rial possa contribuir como uma importante fonte de informações
para a formação e capacitação de profissionais que desempe-
nham atividades técnicas operacionais na área de saneamento
básico e ambiental.
Boa leitura!
|5|
1
introdução
|6|
e nas zonas rurais, onde se concentram as populações mais po-
bres. Em áreas rurais e com pequenas comunidades, os sistemas
alternativos de tratamento são opções viáveis, em relação aos
sistemas convencionais e coletivos de grande porte, por utiliza-
rem tecnologias simples, de baixo custo de implantação e fácil
manutenção.
Até mesmo nos grandes centros urbanos, cuja solução técnica
que vem sendo empregada para o tratamento de esgoto tem
sido voltada para sistemas centralizados, o uso de tecnologias al-
ternativas como solução descentralizada para o tratamento local
(on site) do esgoto tem o potencial de diminuir a necessidade de
infraestrutura de coleta e transporte, além de possibilitar o reúso
de água e reduzir custos.
Nessa perspectiva, os investimentos em sistemas alternativos de
tratamento nessas áreas possibilitam a universalização e o aces-
so ao saneamento básico às populações de baixa renda.
|7|
2
ecotecnologiAS
|8|
3
SiStemAS AlternAtivoS
de trAtAmento de eSgotoS
|9|
dispersos localizados na zona rural. Essa condição geográfica di-
ficulta o acesso dessas populações aos sistemas de saneamen-
to, seja pela necessidade da execução de grandes extensões de
redes para coletar os esgotos gerados e levá-los até uma esta-
ção de tratamento, seja pelas dificuldades na prestação dos ser-
viços de saneamento considerando a implantação de sistemas
convencionais isolados, não se tratando apenas de uma questão
relacionada aos recursos financeiros, pois após a implantação é
necessário operar e manter os sistemas para que cumpram seus
objetivos e atinjam os resultados e a eficiência esperados.
Nesse contexto, os sistemas alternativos de tratamento de es-
gotos têm sido muito utilizados, principalmente por priorizarem
a facilidade de construção e manutenção, a qualidade ambien-
tal, a qualidade de vida, necessitarem de um baixo investimento
quando comparados aos sistemas convencionais e utilizarem
racionalmente os recursos naturais, com o foco nos princípios e
conceitos da sustentabilidade. Ademais, as tecnologias alterna-
tivas também possibilitam o tratamento em sistemas isolados
(descentralizados), o que vai ao encontro dos princípios essenciais
do eixo central da Política Nacional de Saneamento, pois atendem
ao princípio da participação e possibilitam maior aproximação da
almejada universalização do atendimento em saneamento, con-
siderando a “garantia de meios adequados para o atendimento da
população rural dispersa, inclusive mediante a utilização de solu-
ções compatíveis com suas características econômicas e sociais
peculiares” (Lei Federal n. 11.445/2007, Artigo 48, inciso VII).
Para tanto, uma série de tecnologias alternativas, constituídas
por sistemas isolados, pode ser aplicada para o tratamento de
esgoto. Dentre elas, destacam-se as fossas sépticas, os filtros
biológicos e as wetlands construídas.
| 10 |
4
Wetlands conStruídAS
4.1 Definição
As wetlands construídas (WC), também conhecidas
como alagados construídos, são sistemas alagados
artificiais desenvolvidos para tratar águas residuá-
rias, principalmente as de esgotos sanitários. Esses
sistemas são projetados para utilizar plantas aquáti-
cas e micro-organismos para controlar a poluição da
água, melhorando sua qualidade. As wetlands cons-
truídas foram pensadas para tirar proveito da capaci-
dade de assimilação e conversão de matéria orgânica
(carbono) e nutrientes (nitrogênio e fósforo), como
ocorre nos alagados naturais.
4.2 Vantagens
Dentre as principais vantagens da utilização de wetlands
construídas para o tratamento de esgotos sanitários,
destacam-se:
| 11 |
• Baixo custo de implantação, operação e manutenção se
comparadas com estações convencionais de tratamento de
efluentes;
• Baixa demanda energética;
• Tolerância para flutuações de vazões de entrada;
• Esteticamente mais agradáveis que as estações de trata-
mento convencionais;
• Potencial de reúso ou reciclagem da água;
• Reciclagem de nutrientes;
• Reciclagem de nutrientes com a compostagem das plantas
aquáticas;
• Ausência de vibração e ruídos;
• Tendência a minimizar ou até eliminar maus odores do esgoto;
• Atendem aos requisitos da legislação com relação aos pa-
drões de emissões.
| 12 |
Figura 1 – Representação gráfica de uma
wetland construída de fluxo superficial (WCFS)
Fonte: Sanchez (2017)
| 13 |
acelerar a ciclagem de nutrientes e por sua elevada capacidade
de crescimento vegetativo. A remoção de poluentes se dá, princi-
palmente, na sua fase de crescimento. O aguapé apresenta ampla
resistência em águas altamente poluídas com grandes variações
de nutrientes, pH, substâncias tóxicas, metais pesados e varia-
ções de temperatura.
Wetlands Construídas de Fluxo Subsuperficial (WCFSS): o fluxo
de água ocorre horizontal ou verticalmente sob a superfície do
leito plantado, por entre os poros do material filtrante (substra-
to). Desta forma, o fluido permanece em contato apenas com as
raízes das plantas (Figura 2). Nesses sistemas são utilizadas as
macrófitas aquáticas enraizadas ao material suporte, ou seja,
macrófitas emergentes.
| 14 |
lentamente em uma trajetória aproximadamente horizontal pelos
“vazios” do substrato até atingir a zona de saída, onde é coletado
através de um dispositivo de controle de nível (Figura 3).
| 15 |
de sólidos dissolvidos. Além disso, tem também como caracte-
rísticas a fácil adaptação a várias condições climáticas e a grande
produção de biomassa.
As WCFH podem ser operadas em regime de fluxo contínuo,
intermitente ou até mesmo em batelada.
A Figura 4 ilustra um sistema de WCFH em escala piloto utilizado
em um experimento desenvolvido na Estação de Tratamento de
Esgotos (ETE) de Arujá (SP).
| 16 |
Wetlands Construídas de Fluxo Subsuperficial Vertical (WCFV):
o fluido é introduzido na subsuperfície e escoa homogênea e ver-
ticalmente entre os vazios do material suporte até atingir a par-
te mais inferior do leito, onde é coletado através de tubulações
(Figura 5).
| 17 |
descanso. Tal procedimento ajuda a evitar a obstrução do filtro,
além de aumentar a transferência de oxigênio para o interior do
meio filtrante, contribuindo para a alta remoção dos poluentes.
De maneira geral, a principal vantagem dos WCFV em relação aos
WCFH é a maior taxa de transferência de oxigênio da atmosfe-
ra para o sistema, em decorrência do tempo de pausa. Assim, as
condições aeróbias favorecem a ocorrência da nitrificação, poten-
cializando a remoção de nitrogênio neste tipo de WC.
Vários tipos de macrófitas podem ser empregadas nas WCFV:
desde plantas vasculares, como, por exemplo, Typha spp. (Taboa),
até algas. Em regiões subtropicais, como a América do Sul, as ma-
crófitas mais empregadas são Phragmites australis (Caniço-de-
-água), Typha spp. (Taboa), Juncus spp. (Junco) e Cyperus papyrus
spp. (Papiro-Brasileiro).
Há ainda os sistemas híbridos ou combinados que associam
sistemas de fluxo vertical e horizontal, aliando as vantagens de
ambos os fluxos e potencializando a eficiência no tratamento do
efluente (Figura 6).
| 18 |
É um tipo de sistema mais completo, capaz de remover matéria
orgânica, sólidos suspensos e nutrientes. No entanto, é forte-
mente recomendado o tratamento prévio com foco na remo-
ção de partículas grosseiras e sólidos sedimentáveis a fim de
prolongar a vida útil do sistema ao minimizar a ocorrência de
entupimentos.
Estudos mostram que as WC também podem ser aplicadas na
remoção de metais pesados e patógenos. No entanto, o tempo de
detenção hidráulica para alcançar patamares adequados de re-
moção de patógenos e metais é mais elevado em comparação ao
TDH necessário para remover poluentes físico-químicos.
| 19 |
5
componenteS principAiS
| 20 |
As macrófitas aquáticas podem ser classificadas em três princi-
pais grupos: (1) emergentes, (2) livres flutuantes e (3) submersas
(Figura 7).
| 21 |
As espécies mais utilizadas no Brasil são as do gênero Phragmites
australis (Caniço-de-água); Typha spp. (Taboa); Eleocharis spp.
e Juncus spp. (Junco); Cyperus papyrus spp. (Papiro-Brasileiro);
Eichhornia crassipes (Jacinto-d’água, Aguapé, Baronesa, Rainha-
-dos-lagos); Pistia stratiotes (Alface-d’água) e Salvinia (Samam-
baia-aquática, Erva-de-sapo, Marrequinha, Murerê). Alguns
exemplos estão discriminados na Figura 8.
a b c
| 22 |
Para os sistemas de fluxo subsuperficial recomenda-se que se-
jam plantados inicialmente de 10 a 20 indivíduos por m² distri-
buídos ao longo de todo o leito. Já para os sistemas de fluxo su-
perficial recomenda-se que as macrófitas ocupem inicialmente
apenas 50% da área superficial do leito.
É importante reforçar que as macrófitas aquáticas demandam
manutenção adequada como podas, retirada de ervas daninhas
e folhagem desprendida, a fim de garantir a eficiência do sistema
e evitar a devolução de nutrientes e matéria orgânica ao sistema.
| 23 |
Cada substrato possui características próprias, como granulome-
tria, porosidade e permeabilidade (condutividade hidráulica), que
vão influenciar na dinâmica de escoamento do sistema. Diante
disso, indica-se variar a granulometria do material, a fim de mini-
mizar as chances de ocorrer a colmatação do sistema. A condu-
tividade hidráulica do material filtrante também é um fator que
influencia no processo de colmatação, sendo mais indicado o uso
de substratos com maior condutividade hidráulica, garantindo
boas condições de fluxo no sistema ao longo do tempo.
A fim de manter elevada a condutividade hidráulica e elevar a
vida útil dos sistemas, os substratos mais amplamente utiliza-
dos e recomendados para wetlands construídas são: areia, brita e
cascalho. A Tabela 1 traz a faixa de granulometria dos materiais
suporte mais comuns.
| 24 |
materiais suporte de maiores granulometrias, a fim de minimizar
a ocorrência de entupimentos.
5.3 Microbiota
A microbiota mais comumente encontrada em WC é composta
por fungos e bactérias. Tais micro-organismos se desenvolvem,
principalmente, aderidos ao material suporte ou às raízes das
macrófitas aquáticas, formando o biofilme.
Nas weltands construídas, os micro-organismos desempenham
importante papel tanto na mineralização da matéria orgânica e
do fósforo orgânico quanto na conversão das variadas formas
de nitrogênio. As bactérias, leveduras e fungos são responsáveis
pela decomposição da matéria orgânica, pois consomem e utili-
zam grande parte do carbono disponível como fonte de energia
para síntese, manutenção e crescimento celular.
As bactérias também são importantes na remoção do nitrogê-
nio orgânico, um nutriente que, em elevadas concentrações no
efluente, implica em risco à saúde humana, como a metemoglo-
binemia em crianças, causada pelo excesso de nitrato, e danos
ambientais, como a eutrofização de ambientes aquáticos. Por-
tanto, a remoção biológica do nitrogênio no tratamento de esgo-
tos em leito de macrófitas torna-se imprescindível para melhorar
a qualidade do efluente que será lançado nos corpos receptores.
Tal remoção ocorre via processos de amonificação, nitrificação e
desnitrificação. No primeiro processo, ocorre a transformação do
nitrogênio orgânico em amônia (N-NH4+) pela ação de bactérias
aeróbias e anaeróbias, associadas às raízes das macrófitas. Em
seguida, na nitrificação, a amônia é convertida em nitrito (N-NO2-)
e nitrato (N-NO3-), por bactérias nitrificantes, na presença de
| 25 |
oxigênio dissolvido. Por último, o nitrato é reduzido a nitrogênio
gasoso (N2), sob condições anóxicas, por bactérias desnitrificantes.
Comunidades de protozoários e micrometazoários (Figura 9)
também são facilmente encontradas no leito de macrófitas e
destacam-se por consumirem matéria orgânica particulada, con-
trolarem o crescimento de bactérias e fungos e serem predadoras
de micro-organismos patogênicos, auxiliando no tratamento do
esgoto e na desinfecção do efluente. Além disso, são importantes
bioindicadoras que permitem monitorar o desempenho e a efi-
ciência do sistema.
a b
c d
| 26 |
6
eficiênciAS de remoção
viA Wetlands conStruídAS
| 27 |
Tabela 2 – Eficiências médias obtidas para nitrogênio (N),
fósforo (P), demanda bioquímica de oxigênio (DBO) e
demanda química de oxigênio (DQO) em sistemas de wetlands
construídas de acordo com o tipo de fluxo d’água adotado
| 28 |
7
dimenSionAmento de
Wetlands conStruídAS
| 29 |
Passo 5: Calcular a porosidade do leito com base na porosida-
de do material suporte. A porosidade do leito pode ser deter-
minada de acordo com a Equação 1:
(Eq. 1) Equa
Onde: Onde:
Equação
P: Porosidade do leito (%); P: Porosidade do leito (%);
Vt: Volume útil total do leito (m3); e
Vt: Volume útil3 total do leito (m3); e
Vs: Volume de sólidos presentes no leito (m ).
Onde:
Vs: Volume de sólidos presentes no leito (m3).
P: Porosidade do leito (%);
Passo 6: Determinar
no item
o5.2.
coeficiente
comportamento de decaimento
da remoção do poluente dooupoluente
contaminante em função
Onde:
(Eq. 2)
K20: Constante de decaimento a 20°C (d-1);
Coeficiente de temperatura; e
Onde: Onde:T: Temperatura da wetland construída (°C).
K20: Constante de decaimento
K20a: Constante
20°C (d-1);de decaimento a 20°C (d-1);
θ: Coeficiente de temperatura;Coeficiente
e
Os valoresdedatemperatura; e e do coeficiente de temperatura ( )
constante K20
T: Temperatura da wetland construída (°C).
T: removido.
a ser Temperatura
Na da wetland
Tabela construída
3 estão (°C).
apresentados os principais valores
para wetlands construídas de fluxos superficial (WCFS) e subsuperfici
Os valores da constante K20 e do coeficiente de temperatura ( ) de
| 30 |
a ser removido.
Tabela Na Tabela
3: Valores 3 estão apresentados
para a constante de decaimento eoscoeficiente
principaisdevalores enc
temperatur
e WCFSS
para de acordo
wetlands com ode
construídas poluente
fluxosasuperficial
ser removido.
(WCFS) e subsuperficial (W
Os valores da constante K20 e do coeficiente de temperatura (θ)
dependem do poluente a ser removido. Na Tabela 3 estão apresen-
tados os principais valores encontrados para K20 e θ para wetlands
construídas de fluxos superficial (WCFS) e subsuperficial (WCFSS).
Tempe- Constante
Tipo Poluente ratura de decaimento deCoeficiente
de WC Temperatura
(°C) K20 (d-1)
WCFS Nitrogênio
Amoniacal (NH4) 0,2187 1,048
WCFSS Nitrogênio
Amoniacal (NH4) 0,2187 1,048
| 31 |
Passo 8: Com os parâmetros citados definidos, é possível calcula
(As) necessária para a instalação do leito (Equação 3).
(Eq. 3) Equação 3
Onde: Onde:
As: Área superficial do leitoA(m: Área
2
); superficial do leito (m2);
s
Qméd: Vazão média através do leito (m3/d);
Q : Vazão média através do leito (m3/d);
Ca: Concentração do poluenteméd no afluente - concentração de entrada (mg/L);
Ce: Concentração do poluentea no
C : efluente - do
Concentração concentração de saída- concentração
poluente no afluente (mg/L); de entrada
KT: Coeficiente de decaimento do poluente (d
Ce: Concentração );
do-1poluente no efluente - concentração de saída (m
h: Altura do nível do esgotoK(m); e
T: Coeficiente de decaimento do poluente (d );
-1
(Eq. 4) E
Onde: Onde:
TDH: Tempo de detenção hidráulica
TDH: Tempo(d); de detenção hidráulica (d);
l: Largura do leito (m);
l: Largura do leito (m);
c: Comprimento do leito (m);
c: Comprimento do leito (m);
h: Altura do nível do esgoto (m);
p: Porosidade do leito, em número
h: Alturadecimal; e esgoto (m);
do nível do
Qméd: Vazão média através do p: leito (m3/d).do leito, em número decimal; e
Porosidade
Qméd: Vazão média através do leito (m3/d).
| 33 |
subsuperficial
Dados horizontal.
do sistema: Q = 120 L/hab.dia; p = 0,5 mm; T = 25 °C.
Passo 2:
Passo 1: APara
análise prévia dodeesgoto
a remoção a ser
matéria tratado oindicou
orgânica, que aindicado
WC mais concentração
é o deafluente
fluxo
-1
250 mg L .
de DBO5,20 é dehorizontal.
subsuperficial
Onde:
Onde:
E = Eficiência de remoção (%)
E DBO
= Eficiência de remoção
afl = Concentração (%) do afluente (mg/L)
de DBO
DBO
DBO = Concentração de DBO do afluente (mg/L)
aflefl = Concentração de DBO do efluente (mg/L)
Onde:
DBOefl = Concentração de DBO do efluente (mg/L)
Portanto:
E = Eficiência de remoção (%)
DBOafl = Concentração de DBO do afluente (mg/L)
Portanto:
DBOefl = Concentração de DBO do efluente (mg/L)
Portanto:
21
22
22
Passo 9: A partir da área superficial calculada, determinou-se
que a largura e o comprimento do leito devem ser de 1,0 m
e 5,2 m, respectivamente.
| 35 |
Passo 9: A partir da área superficial calculada, determinou-se que a largura e o
Passo 10: O TDH ideal para este sistema de tratamento é de
comprimento do leito devem ser de 1,0 m e 5,2 m, respectivamente.
1,1 dia:
Passo 10: O TDH ideal para este sistema de tratamento é de 1,1 dia:
Passo
Passo 11: 11: Levando-se
Levando-se em consideração
em consideração as de
as necessidades necessidades de em
tratamento do esgoto
| 36 |
8
implAntAção, operAção
e mAnutenção
| 37 |
• Prefira indivíduos jovens da espécie para obter melhor efi-
ciência do sistema, já que a época de maior incorporação dos
contaminantes, geralmente, é em sua fase de crescimento;
• Se há a intenção de misturar mais de uma espécie de ma-
crófita, pesquise sobre possíveis interações entre as es-
pécies ou se há forte competição entre elas. Evite, nestes
casos, espécies que tendam a competir entre si;
• Evite, sempre que possível, utilizar bombas. Dê preferên-
cias ao transporte de afluente e efluente pela ação da gra-
vidade; e
• Evite, sempre que possível, tubulações de diâmetro estreito
e válvulas, pois estes são passíveis de entupimento, depen-
dendo da constituição da água residuária.
| 38 |
e conforme o crescimento. Plantas utilizadas em sistemas
abastecidos com águas muito poluídas tendem a se repro-
duzir e a crescer mais rapidamente, indicando a necessida-
de de aumento da frequência de manutenção; e
• Controlar o número de indivíduos de macrófitas na WC.
Recomenda-se que, em média, as macrófitas não ocupem
mais do que 50% dos sistemas. Assim, deve-se retirar os
indivíduos mais velhos conforme a proliferação, a fim de
manter a taxa de ocupação das plantas próxima dos 50% da
área superficial do sistema.
| 39 |
9
poSSíveiS complicAçõeS
e SoluçõeS
9.1 Colmatação
Um dos problemas mais comuns que podem ocorrer em
WC é a colmatação. Este fenômeno é um dos maiores
problemas operacionais que ocorrem no tratamento de
esgoto utilizando wetlands construídas. A obstrução do
material filtrante inclui vários processos relacionados
à acumulação de diferentes tipos de sólidos, levando à
redução da capacidade de infiltração do efluente.
A colmatação é influenciada pela formação do biofilme,
crescimento da biomassa, desenvolvimento das raízes
das macrófitas e, principalmente, pela carga de sóli-
dos aplicada. Alguns métodos utilizados para evitar a
colmatação, e assim prolongar a vida útil do sistema,
estão descritos a seguir:
• Aplicação de carregamento orgânico e, principal-
mente, de sólidos suspensos apropriados, a fim
de evitar o crescimento excessivo do biofilme e o
acúmulo de partículas;
| 40 |
• Adoção de tratamento físico-químico primário para remo-
ção efetiva dos sólidos contidos nas águas residuárias; e
• Adoção de um modo de operação, alimentação e repouso
apropriado.
| 41 |
Esse material vegetal tem reconhecida capacidade de estocar
nutrientes, que são devolvidos para o ambiente por meio de ex-
creção e decomposição da biomassa e, assim, tal decomposição
desempenha importante papel na ciclagem de nutrientes.
A compostagem é um processo controlado de decomposição mi-
crobiana de oxidação e oxigenação de uma massa heterogênea
de matéria orgânica no estado sólido e úmido, passando pelas
seguintes fases: fitotoxicidade, bioestabilização e humificação.
Dois importantes componentes são gerados como resultado na
compostagem: sais minerais, que contêm nutrientes para as raí-
zes das plantas, e húmus, condicionador e melhorador das pro-
priedades físicas, físico-químicas e biológicas do solo. O objetivo
deste processo é a diminuição do volume dos resíduos sólidos, a
produção de um produto estável, além da reciclagem dos resíduos
orgânicos sem a destruição do seu valor energético intrínseco.
Além disso, o interesse no uso de resíduos orgânicos na agricul-
tura brasileira, quando devidamente tratados ou compostados,
está fundamentado nos elevados teores de carbono (C) dos com-
postos orgânicos (CO) e de nutrientes neles contidos, no aumento
da capacidade de troca de cátions (CTC) e na neutralização da aci-
dez. Quando se aumentam os teores de CO e nutrientes do solo
pode-se trazer melhorias nas suas propriedades físicas e quími-
cas e incrementar a produtividade e qualidade dos produtos agrí-
colas, bem como reduzir os custos na sua produção.
Os micro-organismos (bactérias, fungos e actinomicetos) são os
principais responsáveis pela transformação da matéria em hú-
mus. Outros micro-organismos, como algas, protozoários, ne-
| 42 |
matóides, vermes, insetos e suas larvas, também participam.
Contribuem para degradação da matéria orgânica outros agentes
bioquímicos, como enzimas e hormônios. Por ser microbiano, o
controle desse processo envolve necessariamente a inter-relação
de vários parâmetros, cujos principais são: temperatura, aeração,
teor de umidade, pH, tamanho da partícula, relação C/N, fibra e
micro-organismos.
| 43 |
9.2.3 Métodos de compostagem
As técnicas de compostagem podem variar desde a utilização
de altas tecnologias e orçamentos até as soluções operacionais
mais simples e financeiramente menos onerosas. Em resumo,
a compostagem pode ser realizada, basicamente, segundo três
métodos: natural ou sistema leira windrow, leira estática acelera-
da e sistema dinâmico ou acelerado.
No processo natural, a pilha de resíduos (leiras) é montada sobre
o solo e a aeração é realizada de forma natural, ou seja, por meio
principalmente de revolvimentos manuais (ou por equipamentos
específicos para o revolvimento da leira). Nesses sistemas, as lei-
ras devem ser dimensionadas de forma a manter o calor para a
manutenção do processo. Em leiras estáticas aeradas não há re-
volvimento e a aeração ocorre por meio de insuflamento e exaus-
tão do ar. No processo dinâmico há utilização de dispositivos tec-
nológicos, tais como digestores e bioestabilizadores para acelerar
a compostagem.
9.3 Ecotoxicidade
Apesar da grande capacidade de sobrevirem a ambientes alaga-
dos e poluídos, as macrófitas aquáticas apresentam limites de
tolerância aos ambientes com elevadas concentrações de amô-
nio, fósforo, metais pesados, sais e ácidos orgânicos presentes
em efluentes industriais, agrícolas e domésticos. O nitrogênio na
forma amoniacal e em concentrações elevadas é extremamente
tóxico às plantas. Deste modo, avaliar a ecotoxicidade do efluente
é de suma importância.
| 44 |
Além de remover poluentes de natureza físico-química, as we-
tlands construídas também ajudam na redução da toxicidade das
águas residuárias. A fim de analisar tal redução, os testes de to-
xicidade se apresentam como excelentes ferramentas para com-
plementar a avaliação da qualidade da água e da carga poluidora
(BARSZCZ, 2017).
Os testes de fitotoxicidade, que utilizam plantas para mensurar a
ação tóxica de determinadas substâncias, são considerados alter-
nativas rápidas e de baixo custo para avaliar a toxicidade de com-
postos presentes no esgoto. Tais testes se baseiam na presença
ou não de substâncias no esgoto que possam inibir a germinação
de sementes, o crescimento das raízes ou o desenvolvimento das
plantas (BELO et al., 2011).
Um dos organismos mais utilizados para realizar os ensaios de
toxicidade é a Lactuca sativa, também conhecida como alface. As
análises que utilizam tal espécie se baseiam na ocorrência ou não
da germinação das sementes e também na elongação das raí-
zes, ou seja, quanto menos sementes germinam e quanto menos
as raízes crescem, mais tóxica tende a ser a amostra analisada
(BARSZCZ, 2017).
Outra opção de planta utilizada para a realização de testes de fi-
totoxicidade é o sorgo, Sorghum sp., cuja análise também se ba-
seia na taxa de germinação e no crescimento radicular.
| 45 |
conSiderAçõeS finAiS
| 46 |
o tratamento secundário de efluente, com foco na remoção de
matéria orgânica e sólidos suspensos. Têm-se, ainda, os siste-
mas de fluxo subsuperficial vertical, indicados para o tratamento
terciário de efluentes, com vistas à remoção de nutrientes como
o nitrogênio.
Em relação à escolha da espécie ou espécies a serem utilizadas
no sistema, deve-se levar em consideração alguns fatores, tais
como os principais poluentes que se deseja remover do esgo-
to, tipo de wetland construída utilizada, condições climáticas da
região e adaptabilidade da espécie, disponibilidade da planta no
local de implantação do sistema e características físico-químicas
da água residuária a ser tratada. Ademais, para um dimensiona-
mento adequado de um sistema de wetland construída, deve-se
considerar, principalmente, a vazão a ser tratada, tempo de de-
tenção hidráulica e porosidade do leito.
Finalmente, para garantir a vida útil do sistema implantado é es-
sencial realizar manutenções periódicas tanto na parte hidráulica
do sistema quanto em relação às macrófitas aquáticas, com po-
das regulares, sendo que, após as podas, as plantas aquáticas po-
dem ser reaproveitadas por meio de compostagem, produzindo
adubo orgânico de boa qualidade. Além disso, faz-se necessária
uma atenção especial para a ecotoxicidade do efluente, pois esta
pode influenciar negativamente na eficiência do sistema, já que
afeta diretamente o desenvolvimento e desempenho das macró-
fitas aquáticas, podendo acarretar na sua morte.
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referênciAS
| 48 |
BELO, S. R. S.; GÓIS, J. C. M.; QUINA, M. M. J. Avaliação de
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