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INTRODUÇÃO

Criado na Itália, ao fim do período do renascimento, por volta do século XVI e,


posteriormente, espalhando-se pela Europa e pelo mundo, o barroco foi um estilo de
movimento artístico que influenciou primeiramente as artes plásticas, e
eventualmente a literatura, a arquitetura, a música e o teatro.
A cultura artística mundial sofreu influências barrocas até o século XVIII, tal que,
durante o período, tudo que era produzido de relevante no campo da arte seguia as
tendências e os conceitos de tal estilo.
Em terras brasileiras, o Barroco teve grande presença na região de Minas Gerais,
onde recebeu uma série de características que muito o particularizavam. Por se
tratar de um tipo de arte que não rompeu radicalmente com o Renascimento, o
Barroco expressou a religiosidade católica sem abandonar a exploração dos
sentimentos e o emprego de curvas que demarcaram a arte renascentista.
A ideologia principal do Barroco é fornecida pela Contrarreforma. Em nenhuma outra
época se produziu tamanha quantidade de igrejas, capelas, estátuas de santos e
monumentos sepulcrais. As obras de arte deviam falar aos fiéis com a maior eficácia
possível, mas em momento algum descer até eles. A arte barroca tinha que
convencer, conquistar e impor admiração.
INÍCIO E INFLUÊNCIAS DA ARTE

O Barroco foi um período do século XVI marcado pela crise dos valores
Renascentistas, gerando uma nova visão de mundo através de lutas religiosas e
dualismos entre espírito e razão. O movimento envolve novas formas de literatura,
arte e até filosofia. No campo religioso, a Reforma (1517) contestou as práticas da
Igreja Católica e propôs uma nova relação entre Deus e os homens.

Enquanto os estilos abrangiam desde o realismo italiano ao exagero francês, o


elemento comum era a sensibilidade e o absoluto domínio da luz para obter o
máximo impacto emocional.

As obras barrocas romperam o equilíbrio entre o sentimento e a razão ou entre a


arte e a ciência, que os artistas renascentistas procuraram realizar de forma muito
consciente; na arte barroca predominam as emoções e não o racionalismo da arte
renascentista.

Em contraste ao Renascimento e sua valorização ao profano e o gosto pelas


satisfações mundanas, o Barroco seguiu com a influência da Contrarreforma, o qual
havia a oposição da vida eterna em contraposição com a vida terrena e do espírito
em contraposição à carne. Na visão barroca, não há possibilidade de conciliar essas
antíteses: ou se vive a vida sensualmente, ou se foge dos gozos humanos e se
alcança a eternidade. A tensão de elementos contrários causa no artista uma
profunda angústia: após arrojar-se dos prazeres mais radicais, ele se sente culpado
e busca o perdão divino. Assim, ora ajoelha-se diante de Deus, ora celebra as
delícias da vida.

Chegando a terras brasileiras, o Barroco Brasileiro teve grande presença na região


de Minas Gerais, onde recebeu uma série de características que muito o
particularizavam. Por se tratar de um tipo de arte que não rompeu radicalmente com
o Renascimento, o Barroco expressou a religiosidade católica sem abandonar a
exploração dos sentimentos e o emprego de curvas que demarcaram a arte
renascentista.
ARTISTAS

Johannes Vermeer

Holandês nascido em Delft em 1632, foi um pintor de poucas obras - apenas 35


foram reconhecidas - o que sugere ter sido um artista de processo lento e detalhista.
Ele faleceu jovem, com apenas 43 anos.

O artista se fez notar com seu talento no jogo de luzes e sombras, destacando
algumas partes do quadro com uma luminosidade que parecia dar vida própria à
obra, com notável excelência ao utilizar a luz. Seus quadros eram belas
composições de equilíbrio, quase geométricos. Era nobre ao captar paisagens da
velha Delft, retratos e, principalmente, mulheres em seu cotidiano. Eram cenas
simples e diretas. Pintava no que parecia ser um ritual metódico pela precisão nos
detalhes. O que Vermeer evidenciava com a luz era sempre o abstrato. A expressão,
o movimento, o pensamento, a intenção.

Abraçando os princípios teóricos da arte europeia e respeitou plenamente as regras


técnicas comuns de sua escola na Holanda. Vermeer identificava-se com sua cultura
nativa. Suas telas são uma consequência direta da confirmação dos valores morais
e sociais da maioria dos seus colegas holandeses. Sua lealdade política é
amplamente demonstrava pelos inúmeros mapas da República Neerlandesa e, em
especial, há um local reservado para o mapa dos Países Baixos.

Vermeer pintou muito mais na primeira fase de sua vida artística do que em seus
últimos dias. Há um evidente desenvolvimento em sua técnica no decorrer dos anos.
A fluência e maestria de técnica na obra fazem um contraste entre as primeiras
pinturas que, pelo contrário pareciam pouco elaboradas com seus acúmulos de tinta.
Os pesquisadores entendem que Cristo na casa de Marta e Maria poderia ser
considerado um trabalho intermediário entre os temas históricos e aqueles para os
quais o gênero Vermeer é mais famoso.
Peter Paul Rubens

Filho de pais flamengos (região belga). Nasceu em Siegen, na Alemanha em 1577.

Assumiu a posição de pintor da corte, casou-se com Isabel Brant e fixou-se como
renomado artista. Produzindo quadros mitológicos religiosos, retratos e paisagens
de grande força e beleza e em quantidade sem paralelo, sendo a sua magnífica
pintura de nus femininos cheios e sensuais de difícil comparação. O seu ideal de
beleza feminina seria a união de formas carnudas, rechonchudas, com pele
luminosa e avermelhada, e cabelos dourados. Tinha uma preocupação com a
representação fiel da carne, das roupas, um detalhista.

Mesmo nas pinturas de inspiração bíblica ou clássicas, via-se a beleza dos corpos
nus das mulheres flamengas. “Suas madonas e santos estão demasiado próximos
da carne a partir da qual foram pintados”, diz Gilles Néret, que também destaca
várias características desse mestre do Barroco: efeitos dramáticos e
grandiloquentes, apaixonado culto ao movimento, busca do dinâmico em suas
enormes telas, onde cada face é expressiva.

Diferentemente de seus predecessores, Rubens preferiu utilizar as grandes telas


para representar suas imagens que serviriam de decoração para igrejas e palácios,
caindo assim no gosto dos príncipes e reis da época, recebendo muitas
encomendas.

Sua obra teve uma dimensão europeia, com encomendas de vários dirigentes,
incluindo Filipe III e Filipe IV da Espanha, a rainha-mãe Maria de Médici da França e
Carlos I da Inglaterra, que ajudaram a divulgar amplamente a sua fama. Também
participou cada vez mais da diplomacia de sua época, tendo sido aproveitado pela
Arquiduquesa Isabel em várias missões delicadas na Espanha, na França e na
Inglaterra, onde foi agraciado cavaleiro por Carlos I, em 1630.
Frans Hals

Frans Hals nasceu na Antuérpia, Bélgica, em data incerta (entre 1580 e 1585) e
faleceu em Haarlem, Holanda, em 19 de agosto de 1666, para onde sua família
havia se transferido quando ele tinha apenas três anos de idade. Ficou conhecido
por pintar cidadãos de Haarlem, assim como retratar grupos, especialmente famílias,
casais e membros da guarda civil (que ficaram conhecidos como schutterstukken e
são considerados suas obras-primas). É considerado um dos grandes pintores do
Barroco europeu.

Frans Hals é um dos maiores mestres da Era de Ouro da Holanda. Em comparação


com seus contemporâneos, seu estilo é livre e vívido e suas grandes pinceladas
rápidas e soltas de cores vivas são altamente expressivas, garantindo movimento e
vitalidade aos sujeitos retratados. No fim de sua vida, aproximou-se gradualmente
de temas tradicionais e diminuiu a intensidade de seus temas, dando lugar a uma
maior simplicidade e tendo desenvolvido uma ampla gama de negros e brancos.
Suas obras podem ser encontradas nos museus holandeses Frans Hals, em
Haarlem, no Mauritshuis, em Haia, e no Rijksmuseum, em Amsterdam.

Algumas de suas principais obras são: Homem com Braços Cruzados, O Cavaleiro
Rindo, Retrato de Isaac Abrahamszoon Massa, Banquete de Oficiais da Guarda
Cívica de São Jorge de Haarlem e Banquete de Oficiais da Guarda Cívica de São
Jorge de Haarlem.
Diego Velázquez

Diego Rodríguez de Silva y Velázquez foi um importante pintor espanhol do século


XVII. Destacou-se na pintura de retratos, principalmente de integrantes da nobreza e
a pintura de cenas históricas. Também retratou elementos da mitologia, mostrando
detalhes em suas obras, privilegiando as expressões faciais, buscando a
individualidade de cada personagem retratado.

Presença em suas obras do tenebrismo (aplicação de fundo escuro) e do realismo


(busca por detalhes para deixar a obra mais real possível). Estas duas
características foram típicas do Barroco.

Suas obras mais conhecidas foram São João em Patmos, Adoração dos reis, O
almoço e Isabella de Bourbon.
Michelangelo Merisi

Michelangelo Merisi, mais conhecido como Caravaggio (1571-1610) foi um pintor


italiano, o mais revolucionário artista do Barroco, reconhecido pela grande
expressividade de suas obras e pelo espetacular contraste entre luz e sombra.

Caravaggio usava um efeito nas suas artes barrocas conhecidas como "tenebrismo"
que visava uma luz e cor em primeiro plano em um fundo totalmente escuro e trazia
um ar sombrio em suas obras, muitas vezes usava de base as pessoas que viviam ã
margem da sociedade (prostitutas, comerciantes, marinheiros e mendigos). Suas
obras eram totalmente o contrário do que era proposto pelo Renascimento (que
visava o belo) e gostava de usar o feio e a deformidade para provocar a nobreza e
usava a propostas mitológicas e religiosas e ele visava representar as expressões e
sentimentos das figuras presentes em suas obras.
Com suas ideias revolucionárias e técnicas usadas para retratar o verdadeiro
cotidiano da época. Ele tem muitas grandes obras conhecidas: "Narciso", "Medusa",
"A Flagelação de Cristo", "O Êxtase de São Francisco de Assis", "David com a
Cabeça de Golias".
Gian Lorenzo Bernini

Bernini (Gian Lorenzo Bernini) foi um importante escultor e arquiteto do Movimento


Barroco que teve a influência a partir das esculturas Gregas e Romanas em
mármore.

Bernini nasceu em Nápoles, Itália, no dia 7 de dezembro de 1598. Filho do escultor


maneirista Pietro Bernini aprendeu no atelier do pai a arte de esculpir. Ainda criança,
mudou-se com a família para Roma, onde o pai iria realizar a decoração da Capela
Paulina da Basílica de Santa Maria Maggiore. Nos séculos XVI e XVII, Roma foi
marcada por grandes obras, em capelas, altares, monumentos funerais e por
elementos decorativos que invadiram os edifícios religiosos, o que permitiu o artista
mostrar seu talento de forma precoce.

Como ele foi um dos maiores artistas do Barroco, suas obras incluíam tudo o que
era pedido do movimento: estilo excessivamente expressivo, realismo chocante,
detalhes das expressões faciais conforme a emoção representada, corpos
alongados e gestos expressivos e ilusão de movimento de corpos, tecidos e cabelos.
E também como seu trabalho como arquiteto, ele foi responsável por inúmeros
planejamentos urbânicos em Roma, tal quais as 284 colunas jônicas presentes na
Praça de São Pedro no Vaticano ou a projeção e execução da Fontana del Quattro
Fiumi (ou A Fonte dos Quatro Rios) a pedido do Papa Inocêncio X.
Algumas principais obras da escultura foram "Apolo e Dafne", "O Êxtase de Santa
Teresa" e "O Rapto de Proserpina". Estas três obras apresentam coisas em comum:
o movimento dos cabelos e tecidos, as expressões faciais e emoções e movimentos
dos corpos e na obra "O Rapto de Proserpina", Bernini levou o realismo ao máximo
ao mostrar os dedos de Plutão abarcando a pele de Proserpina.
BARROCO NO BRASIL

O estilo barroco chega ao Brasil pelas mãos dos colonizadores, sobretudo


portugueses, leigos e religiosos. Seu desenvolvimento pleno se dá no século XVIII,
100 anos após o surgimento do Barroco na Europa, estendendo-se até as duas
primeiras décadas do século XIX. Como estilo, constitui um amálgama de diversas
tendências barrocas, tanto portuguesas quanto francesas, italianas e espanholas.
Tal mistura é acentuada nas oficinas laicas, multiplicadas no decorrer do século, em
que mestres portugueses se unem aos filhos de europeus nascidos no Brasil e seus
descendentes caboclos e mulatos para realizar algumas das mais belas obras do
barroco brasileiro. Pode-se dizer que o amálgama de elementos populares e
eruditos produzido nas confrarias artesanais ajuda a rejuvenescer entre nós diversos
estilos, ressuscitando, por exemplo, formas do gótico tardio alemão na obra
de Aleijadinho (1730-1814). O movimento atinge o auge artístico a partir de 1760,
principalmente com a variação rococó do barroco mineiro.

Durante o século XVII a Igreja teve um importante papel como mecenas na arte
colonial. As diversas ordens religiosas (beneditinos, carmelitas, franciscanos e
jesuítas) que se instalam no Brasil desde meados do século XVI desenvolvem uma
arquitetura religiosa sóbria e muitas vezes monumental, com fachadas e plantas
retilíneas de grande simplicidade ornamental, bem ao gosto maneirista europeu. É
somente quando as associações leigas (confrarias, irmandades e ordens terceiras)
tomam a dianteira no patrocínio da produção artística no século XVIII, momento em
que as ordens religiosas vêem seu poder enfraquecido, que o barroco se frutifica em
escolas regionais, sobretudo no Nordeste e Sudeste do país. Contudo a primeira
manifestação de traços barrocos, se bem que misturado ao estilo gótico e românico,
pode ser encontrada na arte missionária dos Sete Povos das Missões na região da
Bacia do Prata. Ali se desenvolveu, durante um século e meio, um processo de
síntese artística pelas mãos dos índios guaranis com base em modelos europeus
ensinados pelos padres missionários. As construções desses povos foram quase
totalmente destruídas. As ruínas mais importantes são as da missão de São Miguel,
no Estado do Rio Grande do Sul.
As primeiras manifestações do espírito barroco no resto do país estão presentes em
fachadas e frontões, mas principalmente na decoração de algumas igrejas, também
em meados do século XVII. A talha barroca dourada em ouro, de estilo português,
espalha-se pela Igreja e Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro, construída entre
1633 e 1691. Os motivos folheares, a multidão de anjinhos e pássaros, a figura
dinâmica da Virgem no retábulo-mor, projetam um ambiente barroco no interior de
uma arquitetura clássica. A vegetação barroca é introduzida na Bahia no fim do séc.
XVII na decoração, por exemplo, da antiga Igreja dos Jesuítas, atual Igreja Catedral
Basílica, cuja construção da capela-mor, com seus cachos de uva, pássaros, flores
tropicais e anjos-meninos, data de 1665-1670. No Recife destaca-se a chamada
Capela Dourada ou Capela dos Noviços da Ordem Terceira de São Francisco de
Assis, idealizada no apogeu econômico de Pernambuco, em 1696, e finalizada em
1724.

Entre os anos de 1700 e 1730 uma vegetação de pedra esculpida tende a se


espalhar nas fachadas, como imitação dos retábulos, seguindo a lógica da
ornamentação barroca. Em 1703 o dinamismo conquista o exterior pela primeira vez
de forma ostensiva na fachada em estilo plateresco da Igreja da Ordem Terceira de
São Francisco da Penitência, em Salvador. No entanto, vale notar que tal
exuberância representa uma exceção no barroco brasileiro, pois mesmo em seu
período áureo as igrejas barrocas nacionais, tal como as portuguesas, são marcadas
por um contraste entre a relativa simplicidade de seus exteriores e as ricas
decorações interiores, simbolizando dessa forma a virtude do recolhimento, requisito
necessário à alma cristã. Esses primeiros 30 anos marcam a difusão no Brasil do
estilo "nacional português", sem grandes variações nas diversas regiões .
Surge então um novo ciclo de desenvolvimento do barroco entre meados de 1730 e
1760, com predominância do estilo português "joanino", cuja origem remonta ao
barroco romano. Há uma significativa barroquização da arquitetura com a
construção de naves poligonais e plantas em elipses entrelaçadas. Destaca-se no
período, com ressonâncias posteriores, a atuação dos artistas portugueses Manuel
de Brito e Francisco Xavier de Brito (s.d.-1751).
Nota-se que, em meados do século XVIII, a perda da força econômica e política
inicia um período de certa estagnação no Nordeste, com exceção de Pernambuco,
que conhece o estilo rococó na segunda metade do século. O foco volta-se para o
Rio de Janeiro, transformada em capital da colônia em 1763, e a região de Minas
Gerais, desenvolvida à custa da descoberta de minas de ouro (1695) e diamante
(ca.1730). Não por acaso, dois dos maiores artistas barrocos brasileiros trabalham
exatamente nesse período: Mestre Valentim (ca.1745-1813), no Rio de Janeiro, e o
Aleijadinho, em Ouro Preto e adjacências.
ARTISTAS BRASILEIROS

Antônio Francisco Lisboa

Antônio Francisco Lisboa, mais conhecido como “Aleijadinho” foi um escultor,


entalhador, arquiteto e carpinteiro. Uma figura importante da história da arte
brasileira e um dos maiores nomes do barroco brasileiro. Estima-se que tenha
nascido por volta de 1730 em Vila Rica, filho do arquiteto português Manoel
Francisco Lisboa. Aleijadinho supostamente aprendeu suas primeiras noções de
arquitetura, desenho e escultura com seu pai e o pintor João Gomes Batista.
Considerado o maior artista e arquiteto do período colonial brasileiro, Aleijadinho
possui obras arquitetônicas, esculturas, retábulos, altares e outras peças de arte
sacra em diversas cidades históricas do estado de Minas Gerais.
As informações disponíveis sobre sua história dizem que Aleijadinho começa cedo a
trabalhar como artesão e a fazer serviços nas igrejas de Ouro Preto e nas de
cidades vizinhas, como Mariana e São João del-Rei. Por ser filho bastardo de pai
português e mãe escrava, encontra dificuldades para ser valorizado nos primeiros
anos em que exerce seu ofício. Mesmo assim, suas obras ganham reconhecimento
e realiza trabalhos grandes, como a fachada e a decoração da Igreja de São
Francisco de Assis, em Ouro Preto, concluídas nos anos 1790. Embora siga o
traçado português das igrejas matrizes, abandona o chamado estilo jesuítico,
característico das construções religiosas da primeira metade do século XVIII no
Brasil. Nesse estilo, as fachadas são retilíneas com elementos decorativos,
simplificados e escassos. A decoração feita por Aleijadinho, que talha pedra e
madeira, é marcada pela presença do dourado e repleta de detalhes, como rocalhas
e querubins. Menor e com formas mais arredondadas, com torres que apresentam
recuo em relação à fachada, a igreja é considerada um dos maiores ícones do
barroco brasileiro.
Frei Jesuíno do Monte Carmelo

Jesuíno Francisco de Paula Gusmão (Santos, São Paulo, 1764 - Itu, São Paulo,
1819). Pintor, arquiteto, escultor, encarnador, dourador, entalhador, mestre em
torêutica, músico, poeta. Negro, filho de Antônio Gueraldo Jácome e Domingas
Inácia de Gusmão, sobrinha do padre jesuíta brasileiro Bartolomeu Lourenço de
Gusmão, conhecido como Padre Voador. Em 1781 transfere-se para Itu e vive entre
religiosos locais. Na construção da Igreja Matriz Nossa Senhora da Candelária,
trabalha como ajudante do pintor José Patrício da Silva Manso (ca.1753-1801), de
quem se torna auxiliar e discípulo. Na cidade de São Paulo, em 1796, pinta o forro
da nave da Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo e os painéis do
antigo Convento de Santa Teresa, que atualmente compõem o acervo do Museu de
Arte Sacra de São Paulo (MAS). Ao enviuvar, após breve vida matrimonial, que lhe
gerou cinco filhos, ingressa na vida religiosa. É ordenado padre carmelita em 1797,
e adota o nome de Frei Jesuíno do Monte Carmelo. Reza sua primeira missa no ano
seguinte. Em Itu, realiza os forros da capela-mor e da nave da Igreja e Convento de
Nossa Senhora do Carmo, por volta de 1784, e os painéis laterais da capela-mor da
Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária, datados do fim do século XVIII. Entre
1815 e 1819, dirige a construção da Igreja e Convento de Nossa Senhora do
Patrocínio, desempenhando simultaneamente as tarefas de arquiteto, mestre-de-
obras, pintor e escultor. Realiza ainda oito quadros para a igreja e compõe músicas
sacras para sua inauguração. Falece antes de terminar a obra, que é concluída por
seus filhos e inaugurada em 1820. Em 1945, é publicado pelo Serviço do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (Sphan), em São Paulo, o livro de Padre Jesuíno do
Monte Carmelo de Mário de Andrade (1893-1945).

Frei Jesuíno do Monte Carmelo é reconhecido como um dos principais artistas do


período colonial em São Paulo. De sua obra de compositor de músicas sacras,
construtor de órgãos, entalhador e arquiteto, restam apenas os trabalhos de pintura
realizados nas cidades de São Paulo e Itu. Negro e de origem humilde, Jesuíno tem
duas inclinações quando criança: o sacerdócio e a pintura. Não sendo possível
aprender o latim necessário para se ordenar padre, e diante da necessidade de
trabalhar desde cedo, volta-se para o ofício de pintor. Sua formação dá-se pela
observação das poucas decorações de igrejas existentes na época em sua cidade
natal, principalmente o templo do convento carmelita de Santos. Devoto de Nossa
Senhora do Carmo desde menino, os frades carmelitas exercem papel fundamental
em sua vida. O padre-mestre o inicia na música e na técnica do órgão. Também
provém dos carmelitas sua primeira encomenda importante: estofar e encarnar as
imagens esculpidas em madeira de Nossa Senhora da Conceição, de Sant'Ana e de
São Joaquim. Apesar da má qualidade do trabalho, devido à inexperiência do artista,
os religiosos decidem levar o jovem de 17 anos para auxiliar nos serviços da nova
igreja da ordem em Itu, em 1781.
Mestre Ataíde

Manoel da Costa Athaide (Mariana MG 1762 - idem 1830). Pintor, dourador,


encarnador, entalhador. É considerado importante artista do barroco mineiro. Em
sua obra observam-se referências aos modelos das bíblias e catecismos europeus,
como as gravuras de Jean-Louis Demarne (ca.1752 - 1829) e Francesco Bartolozzi
(1727 - 1815). Forma com os pintores Bernardo Pires da Silva (17-- - 17--), Antônio
Martins da Silveira (17-- - 17--), João Batista de Figueiredo (17-- - 17--), entre outros,
a chamada Escola de Mariana. Suas obras mais destacadas são as pinturas na
Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Assis de Ouro Preto, realizadas entre
1801 e 1812; e as do forro da capela-mor da Igreja Matriz de Santo Antônio na
cidade de Santa Bárbara, de 1806; o painel A Última Ceia, no Colégio do Caraça,
executado em 1828; a pintura do forro da capela-mor da Igreja Matriz de Santo
Antônio, na cidade de Itaverava, de 1811, e a do forro da capela-mor da Igreja de
Nossa Senhora do Rosário de Mariana, de 1823. No período de 1781 a 1818,
encarna e doura as imagens de Aleijadinho (1730 - 1814) para o Santuário do Bom
Jesus de Matosinhos, em Congonhas do Campo. Segundo a crítica Lélia Coelho
Frota, o artista teria utilizado seus quatro filhos como modelos para a confecção dos
anjos que adornam os diversos forros e painéis por ele executados e sua esposa
para a execução da madona mulata, retratada no forro da Igreja da Ordem Terceira
de São Francisco de Assis de Ouro Preto.

Manoel da Costa Athaide destaca-se como um dos principais nomes da pintura


rococó mineira do início do século XIX. A exemplo dos artistas da época, sua
atividade como pintor abarca o exercício de douramento e encarnação de imagens e
elementos decorativos em talha, pinturas parietais e sobre painel, mas
fundamentalmente pintura decorativa de forros e tetos de igrejas. As mais antigas
notícias sobre seu trabalho como artista datam de 1781 e referem-se a obras de
pintura e douramento de retábulos. Contudo é já adentrando o século XIX que
realiza trabalhos de vulto como, a encarnação das estátuas em madeira dos Passos
da Paixão, esculpidas por Aleijadinho e seu ateliê, o retoque da pintura do teto da
nave e a pintura das Capelas dos Passos do Horto e da Prisão no Santuário do Bom
Jesus dos Matosinhos, em Congonhas do Campo, entre 1799 e 1819. Seu mais
bem-sucedido trabalho é novamente realizado com Aleijadinho, na Igreja de São
Francisco de Assis, em Ouro Preto: entre 1801 e 1812, Athaide pinta o teto da nave
da capela representando como tema central a Assunção da Virgem, legando-nos um
dos exemplares mais perfeitos da pintura de perspectiva do período colonial
brasileiro.

Filho de portugueses, não se sabe ao certo como se dá a formação artística de


Athaide. Seu pai, Luiz da Costa Athaide, aparece eventualmente nos livros de
registros de Ordens Religiosas como prestador de serviços não especificados,
sendo provável que tenha contribuído para a formação do filho. Segundo o
historiador Carlos Del Negro, a semelhança entre as pinturas de forro de João
Batista de Figueiredo e Athaide indicam que o primeiro teria sido mestre do segundo.
Entretanto outros nomes aparecem associados ao pintor, como o de João
Nepomuceno Correia e Castro (17-- - 1795), autor, entre outras, da pintura da nave
do referido santuário (1777-1784) e de Antônio Martins da Silveira, autor da
decoração pictórica do teto da capela-mor do Seminário Menor de Mariana (1782).
Ambos figuram como introdutores do estilo rococó em Minas Gerais, cuja primeira
fase na pintura abrange o período entre os anos de 1770 e 1800. Não se sabe ao
certo quem foram os mestres do pintor mineiro, tem-se conhecimento, entretanto, da
figura de Athaide como mestre. Em 1818 recebe do Senado da Câmara de Mariana
atestado de professor das "Artes de Arquitetura e Pintura". Com ele, dirige-se a Dom
João VI (1767 - 1826) a fim de pleitear, sem sucesso, a criação oficial da "Aula de
Desenho de Arquitetura Civil e Militar e da Arte da Pintura" em sua cidade natal.

Como os artistas-artesãos da época, Athaide segue cânones importados de Portugal.


Em geral, as cenas a serem executadas eram copiadas de gravuras e estampas de
missais e livros sagrados, sendo o artista responsável apenas pela adaptação da
imagem ao espaço e aos recursos técnicos disponíveis. Por exemplo, no caso dos
seis painéis imitando azulejo (executados entre 1803 e 1804), que representam
cenas da vida de Abraão e decoram a capela-mor da Igreja de São Francisco de
Assis, em Ouro Preto, Athaide copia seis gravuras de uma edição francesa da Bíblia
ilustrada por Demarne. Tal fato não representa demérito nenhum ao artista colonial,
pois seu talento se revela exatamente na sabedoria com que faz tal transposição,
simplificando as composições originais a fim de adaptá-las ao reduzido espaço. Em
comparação com elas, percebe-se um caráter intimista no tratamento das cenas e
uma maior expressividade do desenho, que elimina o aspecto solene presente no
modelo. Essa linha expressiva que tende a criar corpos volumosos e lânguidos, que
quase não conhece ângulos retos e transforma a anatomia dos corpos em traços
curvos, é uma das características mais marcantes da obra de Athaide.

No que diz respeito à pintura de perspectiva de forro, o artista mineiro segue


esquema de inspiração rococó elaborado em meados da segunda metade do século
XVIII, em Minas Gerais: medalhão em forma de "quadro recolocado" emoldurado de
rocalhas e colocado no centro do teto, sendo sustentado por maciços elementos
arquitetônicos (pilastra, coluna, arco e frontão curvilíneo), que assentam na parte
média das paredes reais da igreja. O espaço arquitetônico ilusório tende a ser
recheado de anjos, figuras bíblicas, concheados, laçarias, ramalhetes de flores e
outros motivos delicados que se prendem uns aos outros por curvas e contracurvas,
dando leveza e ritmo à totalidade da composição. Do mesmo modo, a paleta do
artista, rica em tons de vermelho, azul, branco, amarelo, sépia e marrom, deve ser
compreendida segundo os padrões do período. O alto valor artístico de Manoel da
Costa Athaide encontra-se na superioridade técnica de suas realizações, marcadas
pelo perfeito desenho de perspectiva e corpos em escorço, pela harmonia cromática
e pelo já citado desenho altamente expressivo. No entanto, o artista também ficou
conhecido por seus anjos e virgens mulatos, cuja inspiração teria encontrado em sua
companheira e seus filhos.
José Joaquim da Rocha

José Joaquim da Rocha (s.l.1737 - Salvador, Bahia, 1807). Pintor, encarnador,


dourador e restaurador. É considerado o fundador da chamada Escola Baiana de
Pintura. É provável que no início do século XVIII tenha estado em Lisboa
aprendendo o ofício de pintor e tomando contato com os trabalhos de Antonio Lobo
e Jerônimo de Andrade. As pinturas da Igreja do Convento de Santo Antonio, em
João Pessoa, Paraíba, 1766, e das igrejas de Nossa Senhora da Conceição da
Praia, ca.1774, de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, 1780, da Ordem Terceira
de São Domingos, 1781, e de Nossa Senhora da Palma, 1785c. , em Salvador, são
suas obras mais destacadas.
Eusébio de Matos e Guerra

Eusébio de Matos e Guerra nasceu na Bahia em 1629. Em 1636, nasce seu irmão, o
poeta Gregório de Matos. Em 1644, Eusébio de Matos professa na Companhia de
Jesus. Representa, em 1659, os interesses de sua família em transação com os
colégios dos jesuítas da Bahia e de Santo Antão de Lisboa. É chamado a Lisboa
para ser nomeado orador do rei – e impedido de ir por seus superiores (1669).
Publica em Lisboa o Ecce Homo (1677). Abandona a Companhia de Jesus e
ingressa na Ordem do Carmo, com o nome de frei Eusébio da Soledade (1680).
Publica em Lisboa, em 1681, o Sermão da soledade e lágrimas de Maria Santíssima
Senhora Nossa. Nesse mesmo ano, Antônio Vieira retorna à Bahia. Em 1694, depois
de sua morte, foram publicados em Lisboa sermões até então inéditos seus.
CONCLUSÃO

A chegada do Barroco se marcou com a influência da Contrarreforma e a


valorização da igreja, com sua base no contraste: na diferença entre o divino e o
mundano, o escuro e o claro. Criado após o fim do Renascimento com o intuito de
resgatar os valores divinos e se opor à adoração ao mundano e carnal que o
movimento anterior tanto apreciou, o Barroco deixou relíquias e obras que
repercutiram até no Brasil.
Anexos
REFERÊNCIAS

"Características do Barroco" em Só Literatura. Virtuous Tecnologia da Informação,


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