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ESTUDO DIRIGIDO I

Victória Rocha Renault


1- Com relação às vias aéreas inferiores, no que se baseia sua divisão em vias de
condução e vias respiratórias?
Anatomia e função são diferentes.
As vias aéreas inferiores se estendem da laringe inferiormente até as vias que participam da
troca gasosa. A cada ramificação a partir da traqueia forma-se uma geração seguinte de vias
aéreas cada vez menores. As primeiras 16 gerações são conhecidas como vias de condução,
pois apenas conduzem o fluxo de gás e não participam das trocas gasosas, da traqueia até
bronquíolos terminais.
Já as vias aéreas respiratórias participam ativamente da troca gasosa com o sangue e
incluem os bronquíolos respiratórios, sáculos alveolares e alvéolos (penumócitos tipo I e II).
2- Do ponto de vista da estabilidade estrutural, no que se diferenciam brônquios e bronquíolos?

Entre a submucosa e a adventícia das vias aéreas maiores há anéis ou placas de cartilagem
hialina, proporcionando o suporte estrutural para estas, ou seja, para traqueia e brônquios.
Isso evita o colapso dessas vias proveniente do aumento da pressão durante uma expiração
forçada, por exemplo na tosse. Já as vias aéreas menores, como os bronquíolos, dependem
do gradiente de pressão transmural e da preservação dos tecidos elásticos para
permanecerem abertas, uma vez que não possuem suporte cartilaginoso.
Sendo assim, como resultado da tosse, a pressão nas paredes das vias aéreas menores
pode superar as forças de suporte dos tecidos elásticos, podendo gerar o colapso destas.
3- Qual a função do muco presente nas vias aéreas e como ocorre sua eliminação?

Em condições normais, a via respiratória produz cerca de 100mL de muco por dia, é
produzido pelas células secretoras e consiste em 95% água e 5% soluto; um composto de
proteínas, lipídeos e minerais que proporciona o seu caráter viscoelástico. Funciona
protegendo o tecido subjacente, prevenindo troca de água excessiva através do epitélio,
impedindo o contato direto do epitélio a materiais tóxicos e micro-organismos, além de poder
reter partículas, impedindo que sejam inspiradas até os tratos respiratórios mais inferiores,
promovendo assim a defesa pulmonar.
Sua eliminação ocorre através das células ciliadas, encontradas da cavidade nasal até os
bronquíolos terminais, que se movimentam de maneira semelhante ao chicote, cerca de 15
vezes por segundo. Assim, o muco é propulsionado dos bronquíolos até a laringe para a
faringe, e do nariz para a faringe. Isso determina o chamado transporte mucociliar, que ocorre
a uma velocidade de 2 cm por minuto em um indivíduo saudável, permitindo que partículas
inaladas sejam removidas em cerca de 24 horas.
4- No que consiste a ventilação colateral? Qual a sua importância do ponto de vista
funcional?
Nos alvéolos pulmonares há estruturas denominadas septos alveolares compostos de
pequenas aberturas que permitem o movimento de gases entre os alvéolos, denominados
poros de Kohn. Há ainda estruturas que permitem o movimento de ar entre alvéolos e
bronquíolos respiratórios, os canais de Lambert, e entre bronquíolos adjacentes, os canais
de Martin. Estas aberturas formam o que denominamos ventilação colateral, facilitando o
movimento colateral de gases para ajudar na manutenção dos volumes pulmonares. Em
teoria, havendo o colapso de determinado alvéolo, este não teria acesso ao gás proveniente
da ventilação, porém, o princípio da ventilação colateral sugere que o fluxo aéreo pode ser
distribuído entre estruturas adjacentes através destes canais.
5- A ventilação pulmonar é um fenômeno cíclico que envolve a inspiração e a
expiração. Entretanto, na ventilação de repouso de indivíduos saudáveis, sabe-se que
enquanto a inspiração é um fenômeno ativo, a expiração é passiva. Com base em seus
conhecimentos, justifique esta afirmação.
A ventilação pulmonar ocorre através dos gradientes de pressão, criados pela expansão e
retração da caixa torácica. Durante a ventilação de repouso em indivíduos saudáveis a
inspiração (expansão da caixa torácica) é um processo ativo que envolve a contração dos
músculos respiratórios. O diafragma contrai movimentando-se inferiormente em direção à
cavidade abdominal e permitindo o aumento do diâmetro longitudinal; e os intercostais
externos, localizados entre as costelas, permitem o aumento do diâmetro ântero-posterior e
látero-lateral. Com isso, a pressão pleural vai diminuindo e a pressão transpulmonar aumenta,
induzindo a expansão dos alvéolos com consequente diminuição da pressão nestes para
valores subatmosféricos, fazendo com que o ar seja inspirado.
O movimento da expiração de repouso é um processo passivo, pois para ser realizado não
há necessidade de contração muscular. Este ocorre através da propriedade elástica do tecido
pulmonar, uma tendência física de retornar ao estado inicial após sofrer deformação,
promovendo a retração dos pulmões e da caixa torácica após o final da inspiração, com
consequente aumento da pressão transpulmonar e da pressão alveolar. À medida que os
alvéolos diminuem, a pressão alveolar torna-se maior que a pressão na abertura da via aérea,
induzindo a saída do ar dos pulmões.
6- As forças que se opõe à insuflação pulmonar podem ser classificadas como forças
elásticas e forças de atrito. Com base em seus conhecimentos e no que foi discutido
em sala de aula, exemplifique uma situação em que o trabalho ventilatório está
aumentado devido a uma anormalidade nas forças elásticas e uma anormalidade nas
forças de atrito.
As forças elásticas envolvem a complacência do tecido pulmonar, a complacência da caixa
torácica e a tensão superficial dos alvéolos. Já as forças de atrito envolvem a resistência das
vias aéreas e a resistência dos tecidos que devem ser deslocados durante a ventilação.
Quando anormais, estas determinam um trabalho ventilatório aumentado.
Exemplos de anormalidade nas forças elásticas: Enfisema (destruição do tecido elástico
pulmonar com aumento da complacência pulmonar), cifoescoliose importante (ou cifose, ou
escoliose... redução da complacência da caixa torácica), doenças com redução do
surfactante pulmonar (aumenta tensão superficial, por exemplo, Doença da Membrana
Hialina).
Exemplos de anormalidade nas forças de atrito: DPOC (aumento da resistência das VAs),
Obesidade e ascite (aumento da resistência dos tecidos).
7- A DPOC é uma doença que cursa com alargamento anormal, permanente, dos
espaços aéreos distais ao bronquíolo terminal (enfisema), acompanhado de destruição
de suas paredes. Tal fato ocasiona redução da força de retração elástica pulmonar,
resultando em aumento da complacência pulmonar. Além disso, ocorre produção
excessiva de muco, condição conhecida como bronquite crônica, a qual leva ao
aumento da resistência das vias aéreas. Com base nessas informações e em seus
conhecimentos sobre a fisiologia da expiração forçada, justifique por que em situações
como a tosse ou o exercício físico, esses pacientes podem apresentar aprisionamento
aéreo (hiperinsuflação dinâmica) e redução do fluxo expiratório.
O calibre das vias aéreas é determinado pelo suporte anatômico das vias aéreas (suporte
cartilaginoso e tração radial exercida pelo parênquima pulmonar - especialmente importante
para as vias aéreas de menor calibre - bronquíolos - que não possuem cartilagem em suas
paredes) e pelas diferenças de pressão através de suas paredes (diferença entre a pressão
pleural e a pressão no interior da via aérea). Durante a expiração forçada a contração da
musculatura abdominal e a compressão torácica resultante podem elevar a pressão pleural
acima da pressão atmosférica (a pressão pleural pode tornar-se positiva) e se a pressão
pleural ultrapassar a pressão no interior das vias aéreas, as pequenas vias aéreas podem
colapsar. O ponto de igual pressão (PIP) é o ponto em que, na expiração forçada, a pressão
no interior da via aérea é igual à pressão no espaço pleural.
Nos pacientes com DPOC, a diminuição da retração elástica pulmonar e o aumento da
resistência das vias aéreas periféricas causam diminuição da pressão no interior das vias
aéreas, o que faz com que o PIP ocorra mais perifericamente já no início da expiração
forçada, em vias aéreas menores e sem suporte de cartilagem, gerando colapso e
aprisionamento de ar (hiperinsuflação), reduzindo a eficácia da tosse e levando a
hiperinsuflação dinâmica durante o exercício (situações em que fazemos a expiração
forçada).

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