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A JUDICIALIZAÇÃO DA FAMÍLIA
ABSTRACT:
This research is part of a reflection on the possibility of a change of direction in
playacting law professionals towards the behavior of parents who process their
divorces in endless disputes. Also promoted the study of the forms of access to
the Judiciary, since there is a possibility of misleading its use, leading to a
excessive judicialization on the family. Then as a suggestion to improve the
composition of conflicts to use the family mediation. Through the handling of
suits adults can give flow to their revenge’s eager. Consolidating the legal
disputes to an emotional charge, is becoming increasingly involved the ex-
couple and children. Thus, opens space to this search for analyzing the
motivations of parents in this act of revenge and its repercussion in the life of
children. Shirk the child and family history of peaceful coexistence of both
parents interferes perniciously in growth of the child. Based on this paper, the
law professional will be able to improve its skills through the exercise of
mediation in family disputes, as proposed in this research. The proposition is to
influenciate judgments to effective measures not only to the satisfaction of the
jurisdictional activity, but the real function in the composition of conflicts.
KEYWORDS: Law. Families. Mediation.
∗
Leonora Roizen Albek Oliven é mestre do mestrado profissional em Psicanálise,
Saúde e Sociedade da Universidade Veiga de Almeida no Rio de Janeiro, especialista em
Direito Civil pela Universidade Estácio de Sá, advogada e professora de Direito Civil da
Universidade Veiga de Almeida.
424
SUMÁRIO
1. Introdução
2. Acesso a Justiça
3. A judicialização na prática jurídica familiar
4. Mediação familiar
5. Conclusões
6. Referências
1. Introdução
judiciais.
425
de cunho privado e pessoal não é a sua finalidade precípua. Mas ainda assim,
Poder Judiciário nos casos a ele apresentados que versam sobre o direito de
afetos advindos da rejeição e dos ciúmes não sejam atribuídos à prole. Esta
vingança.
2. Acesso à Justiça
a utilização dos filhos como objeto de vingança a ferir o outro genitor. Desta
1
LÔBO, Paulo. Direito Civil. Famílias. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 195.
427
Difere da filiação não biológica, a qual constitui vínculo civil sem que haja o
filhos.
2
Princípio da Igualdade na Filiação. Constituição da República Federativa do Brasil.
Artigo 227, § 6º - Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os
mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à
filiação.
3
Filiação legítima.
4
Filiação natural.
428
estado de filiação.
atores.
5
Adulterinos e incestuosos.
6
Princípio da Igualdade na Filiação. Constituição da República Federativa do Brasil
de 1988. Artigo 227, § 6º.
Paulo Nader compreende que esta é uma das formas pelas quais o Estado se
Desta construção, surge para o sujeito o direito subjetivo, que de acordo com
8
PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de Direito Civil. Rio de Janeiro:
Forense. 2007. 4 v.
9
GOMES, Orlando. Introdução ao direito civil. Rio de Janeiro: Forense, 2007, p. 4.
10
NADER, Paulo. Curso de Direito Civil. Parte Geral. Rio de Janeiro: Forense, 2007.
1 v. p. 10.
11
Ibidem, p. 9.
12
Fatos que têm repercussão e interesse para o Direito por serem capazes de gerar,
modificar, conservar ou extinguir direitos, dependente de uma declaração do ordenamento
jurídico que atribua os efeitos ao acontecimento.
13
NADER, Paulo. op. cit., p. 13.
430
atividade jurisdicional para satisfação de uma pretensão, não significa dizer que
14
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo:
Malheiros. 2006, p. 431.
431
não apenas pode, mas tem o dever de decidir e de impor a eficácia de suas
15
CINTRA, Antonio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO,
Cândido Rangel. Teoria Geral do Processo. São Paulo: Malheiros, 1998. p. 24.
16
CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso à Justiça. Porto Alegre: Sergio
Antonio Fabris Editor, 1988, p. 9.
432
cidadania”. 18
17
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Art. 134. A Defensoria
Pública é instituição essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a orientação
jurídica e a defesa, em todos os graus, dos necessitados, na forma do art. 5º, LXXIV.
18
ALVES, Cleber Francisco; PIMENTA, Marília Gonçalves. Acesso à Justiça em
preto e branco: retratos institucionais da Defensoria Pública. Rio de Janeiro: Lumen Juris,
2004. p.29.
433
eventualmente impede o seu exercício. Ainda que violados, estes direitos não
vontade 20 . Mas para que possa o cidadão da mesma conhecer, impõe-se a sua
19
CAPPELLETTI, Mauro. op. cit., p. 22.
20
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. São Paulo: Editora Atlas, 2006,
p. 37.
434
necessárias ao mesmo.
21
SILVA, José Afonso da. op. cit., p. 117.
22
CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. op. cit., p. 49.
23
Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, Código de Defesa do Consumidor, art. 81,
inciso I: interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os
transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas
por circunstâncias de fato. BRASIL. Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990. Código de
Proteção e Defesa do Consumidor. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8078.htm>. Acessado em 27 de julho de 2010.
24
Constituição Federal de 1988, art. 5º, inciso LXXIII.
435
instrumentos de acesso já instituídos permite inferir que nem sempre eles são
25
BRASIL. Lei nº 4.717, de 29 de junho de 1965. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L4717.htm>. Acessado em 27 de julho de 2010.
26
Constituição Federal de 1988, art. 129, III,
27
A Lei nº 7.347 de 24 de julho de 1985 legitima o Ministério Público, a Defensoria
Pública, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios para a propositura da ação.
BRASIL. Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7347orig.htm >. Acessado em 27 de julho de
2010.
28
CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. op. cit., p. 68.
436
fim à lide judicial, oportunidade em que sugere a mediação como uma das
29
DALLA, Humberto Bernardina de Pinho. A mediação e a necessidade de sua
sistematização no processo civil brasileiro. Disponível em:
<http://www.humbertodalla.pro.br/arquivos/A%20MEDIAÇÃO%20E%20A%20NECESSIDA
DE%20DE%20SUA%20SISTEMATIZAÇÃO%20NO%20PROCESSO%20CIVIL%20BRASI
LEIRO.pdf>. Acessado em 03 de agosto de 2010, p. 2.
30
BRASIL. Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7347orig.htm >. Acessado em 27 de julho de
2010.
437
litígio. 31
jurisdicionais.
31
De acordo com o preâmbulo do Código de Ética e Disciplina instituído pelo
Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, são princípios, dentre outros, para a
conduta dos advogados brasileiros lutar sem receio pelo primado da Justiça; pugnar pelo
cumprimento da Constituição e pelo respeito à Lei, fazendo com que esta seja interpretada com
retidão, em perfeita sintonia com os fins sociais a que se dirige e às exigências do bem comum;
ser fiel à verdade para poder servir à Justiça como um de seus elementos essenciais; proceder
com lealdade e boa-fé em suas relações profissionais e em todos os atos do seu ofício. Ordem
dos Advogados do Brasil. Seção do Estado do Rio de Janeiro. Código de ética e disciplina.
Publicado no Diário da Justiça, Seção I, do dia 01.03.95, p. 4.000-4.004. Disponível em: <
http://ins.oab-rj.org.br/index.jsp?conteudo=2>. Acessado em 25 de agosto de 2010.
438
maior desgaste das partes nele envolvidas, não se pode esquecer que o
Pretende-se que o processo dure “um prazo razoável”, o qual deve ser
encarado como aquele que respeita as normas processuais, mas que não
advogados.
pretende e espera é que nos limites exigidos pelo processo para o seu
celeridade.
envolve cada vez mais e diretamente as partes na rápida solução dos litígios,
separação de fato por dois anos ou então imposto o sistema dual para a
novo casamento.
32
BRASIL. Congresso. Senado Federal. Projeto de Lei nº 166, de 8 de junho de 2010.
Reforma do Código de Processo Civil. Autor Senador José Sarney. 2 v. Disponível em:
<http://www.senado.gov.br/atividade/materia/detalhes.asp?p_cod_mate=97249>. Acessado em
27 de julho de 2010.
33
Brasil. Congresso. Senado Federal. Proposta de Emenda Constitucional nº 28, de 15
de maio de 2009. Dá nova redação ao § 6º do art. 226 da Constituição Federal, que dispõe sobre
a dissolubilidade do casamento civil pelo divórcio, suprimindo o requisito de prévia separação
judicial por mais de 1 (um) ano ou de comprovada separação de fato por mais de 2 (dois) anos.
Autor Deputado Antonia Carlos Biscaia. Disponível em:
http://www.senado.gov.br/atividade/materia/detalhes.asp?p_cod_mate=91651. Acessado em 27
de julho de 2010.
440
atos dos auxiliares da justiça. Os primeiros são compostos por atos que
Aos juízes a lei fixa prazos 35 para a prática de atos, mas estes são impróprios,
ação deverá proferir, em regra, a sentença. Tal incidente poderá alongar ainda
34
CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de Direito Processual Civil. Rio de Janeiro:
Lumen Juris Editora, 2007. 1 v, p.152.
35
Conforme art. 189 do Código de Processo Civil, Lei nº 5.869/1973. BRASIL. Lei nº
5.869, de 11 de janeiro de 1973. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5869.htm>. Acessado em 27 de julho de 2010.
36
art.132 do Código de Processo Civil, Lei nº 5.869/1973.
441
37
Constituição da República Federativa do Brasil. Artigo 133. O advogado é
indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no
exercício da profissão, nos limites da lei.
38
Encargo, dever.
39
Ordem dos Advogados do Brasil. Seção do Estado do Rio de Janeiro. Código de
ética e disciplina. Publicado no Diário da Justiça, Seção I, do dia 01.03.95, p. 4.000-4.004.
Disponível em: < http://ins.oab-rj.org.br/index.jsp?conteudo=2>. Acessado em 28 de julho de
2010.
40
CALAMANDREI, Piero. Eles, os juízes, vistos por um advogado. São Paulo:
Martins Fontes, 2000, p. 47.
442
que o desejo não satisfeito dos litigantes poderá perpetuar o litígio judicial.
Marília Lobão Ribeiro indica que cada vez mais os operadores do direito
41
Conforme art. 132 da Lei nº 5.869 de 11 de janeiro de 1973. BRASIL. Lei nº 5.869,
de 11 de janeiro de 1973. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5869.htm>. Acessado em 27 de julho de 2010.
42
Conforme art. 139, combinado com o art. 145 da Lei nº 5.869/73. Código de
Processo Civil. BRASIL. Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5869.htm>. Acessado em 27 de julho de 2010.
43.
RIBEIRO, Marília lobão. A Psicologia Judiciária nos Juízos que tratam do Direito
de Familia no Tribunal de Justiça do Distrito Federal. In: BRITO, L. M. T. (org.). Temas de
Psicologia Jurídica. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1999.
443
angústia deles.
em decorrência destes fatores que Marcia Regina Ribeiro dos Santos e Liana
Fortunato Costa identificam que aos membros das “famílias, que estão em
conflito há muito tempo e que buscam ajuda da Justiça por meio dos
46
SARTI, Cynthia Andersen. A família como ordem simbólica. Psicologia USP, São
Paulo, v.15, n.3, p.11-28, 2004.
47
SANTOS, Marcia Regina Ribeiro dos; COSTA Liana Fortunato. O tempo na
trajetória das famílias que buscam a Justiça. Revista do Departamento de Psicologia - UFF,
Niteroi, v. 19, n. 1, p. 111-126, Jan./Jun. 2007, p. 112.
445
muito se tem verificado “um complexo sistema de difusão dos saberes psi”, 48 o
jurídico.
emocionais.
48
DUARTE, Luiz F. D. Em busca do castelo interior: Roger Bastide e a
psicologização no Brasil. In: DUARTE, Luiz F. D; RUSSO, Jane; VENANCIAO, Ana T. A
(orgs.). Psicologização no Brasil: atores e autores. Rio de Janeiro: Contra Capa, 2005, p. 167-
182.
446
exacerbada do mesmo como demonstração de poder. Mas esta não pode ser
então conhecido: pai, mãe, filhos. Esta família nuclear e angular tem passado
Ainda que se vislumbre uma leitura cada vez mais arrojada na legislação
entre pais, por vezes até mesmo exacerbadas por instrumentos inicialmente de
amparo ao Poder Judiciário, como laudos periciais técnicos, os quais têm como
Judiciário. Mas não pode deixar de observar que em tais situações há causas
quais, em regra, não tem condições de lidar por não estar habilitado
mensagens.
49
. Lei do Divórcio. BRASIL. Lei nº 6.515, de 26 de dezembro de 1977. Regula os
casos de dissolução da sociedade conjugal e do casamento, seus efeitos e respectivos processos,
e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L6515.htm>.
Acessado em 27 de julho de 2010.
50
RODRIGUES, Daniela de Mendonça; LIMA, Helenice Gama Dias de.
Intervenções sistêmicas em um contexto de decisão. In: LIMA, Helenice Gama Dias de
(Coordenação geral). Construindo caminhos para a intervenção psicossocial no contexto da
justiça. Brasília: Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, 2003, p. 23.
448
família para os tribunais. O judiciário passa a interceder cada vez mais nas
judicialização da família.
como veículo não apenas de solução de litígio que de forma efetiva enfrentem
original.
vez que nem sempre o homem é capaz de por si só ser coerente e combinar as
51
Para Caio Mário: a designação “pessoa natural [...] para enxergar a pessoa tal como
existe, com todos os predicados que a sua individualidade enfeixa, a fim de lhe conferir, neste
estado, os atributos da personalidade”. PEREIRA, Caio Mario da Silva. Instituições de Direito
Civil. Rio de Janeiro:Forense, 2009. 1 v., p. 182.
52
Teoria natalista, art. 2º do Código Civil. BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro
de 2002. Institui o Código Civil. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2002/L10406.htm>. Acessado em 27 de julho de
2010.
53
PEREIRA, Caio Mário da Silva. op. cit., p. 223.
54
Os princípios constitucionais são considerados como verdadeiras vigas mestras,
alicerces sobre os quais se constrói o sistema jurídico. NUNES, Rizzatto. O princípio
constitucional da dignidade da pessoa humana: doutrina e jurisprudência. São Paulo:
Saraiva, 2002, p. 37.
55
Constituição Federal da República Federativa do Brasil, 1988. Art.1º, inciso III.
450
de Farias que se deve criar mecanismos para que o mesmo tenha direito não
igualdade. 56
Foi a partir da Crítica da razão Pura de Kant que o Direito passa a refletir
Mas não apenas, já que pode também atribuir valores a si mesmo, a seus
56
FARIAS, Cristiano Chaves de. Direito Civil. Teoria Geral. Rio de Janeiro: Lumen
Juris, 2006, p. 97.
57
REALE, Miguel. Filosofia do Direito. São Paulo: Saraiva, 2002.
58
Ibidem, p. 187.
451
os unir.
[...] os valores representam, por conseguinte, o mundo do dever ser, das idéias
segundo as quais se realiza a existência humana, refletindo em atos e obras, em
formas de comportamentos e em realizações de civilização e de cultura, ou
seja, em bens que representam o objeto das ciências culturais. 59
pensador do direito.
59
REALE, Miguel. op. cit., p. 191.
60
Ibidem, p. 189.
452
genitor que exerce o poder familiar venha periodicamente a juízo prestar contas
61
DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das famílias. Porto Alegre: Livraria do
Advogado, 2010, p. 587.
62
FARIAS, Cristiano Chaves de. A possibilidade de prestação de contas dos alimentos
na perspectiva da proteção integral infanto-juvenil: novos argumentos e novas soluções para um
velho problema. In: PEREIRA, Rodrigo da Cunha; MADALENO, Rolf Hanssen (Org.).
Direito de Família Processo Teoria e Prática. Rio de Janeiro: Forense, 2008, p. 220.
453
encontros entre pais e filhos, não raro os litigantes passam da justa medida e
intimidade. Deve ser cercada por respeito e resguardo, pois também nela a
à dignidade dos sujeitos, por vezes ficam os dramas cristalizados dentro das
adolescente.
auto-satisfação.
455
ações.
obrigação alimentar não é e não pode ser encarada como pecúlio ou benefício
63
ISAAC, Marla B; MONTALVO, Bráulio; ABELSON, David. Divórcio Difícil:
terapia para os filhos e a família. Buenos Aires: Armorrortu Editores, 1986.
456
garantia dos direitos tutelados, de outro lado permite a utilização desta mesma
casais tendem a procurar o Poder Judiciário para que este aponte aquele que
fim da união. Esta tendência, facilitada pelo acesso ao judiciário e pela atuação
conflitos.
que não apenas o juiz, mas auxiliares do juízo na busca por uma maior
4. Mediação familiar
famílias recompostas.
contendas.
criança pelos pais como mero objeto e não como sujeito de Direito, com a
Em que pese a lei ser regra geral e abstrata para aplicação no caso em
64
GARCIA, Célio. Dinâmica da mediação. In: PEREIRA, Gisella Câmara;
GROENINGA, Rodrigo da Cunha (orgs.). Direito de família e Psicanálise, rumo a uma nova
epistemologia. Rio de Janeiro: Imago, 2003, p. 350.
460
65
DIDIER JÚNIOR, Fredie. Curso de Direito Processual Civil: teoria Geral do
Processo e Processo de Conhecimento. Salvador: Juspodivm, 2008. 1 v., p. 76.
66
CÂMARA, Alexandre de Freitas. op. cit., p. 41.
67
DIDIER JÚNIOR, Fredie.op. cit., p. 74.
461
que tange aos direitos pessoais, também chamados por Paulo Nader de
familiares patrimoniais, estes referidos aos regimes de bens, os quais não são
68
NADER, Paulo. Curso de Direito Civil. Direito de Família. Rio de Janeiro:
Forense, 2010. 5 v.,p. 25.
69
BRASIL. Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L9307.htm>. Acessado em 27 de julho de 2010.
462
árbitros “de confiança”: a um, por ser árbitro de inteira confiança do Poder
Público o Juiz de Direito; a dois, por exigir a lei, em havendo litígio em ações de
70
Art. 82 da Lei nº 5.869 de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil.
BRASIL. Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5869.htm>. Acessado em 27 de julho de 2010.
71
Art. 331 Lei nº 5.869/73, Código de Processo Civil.
463
satisfação de outros.
Uma solução que vem se apresentando cada vez mais nos tribunais, em
72
Art. 125 Lei nº 5.869/73, Código de Processo Civil.
73
Art. 447 Lei nº 5.869/73, Código de Processo Civil.
74
CÂMARA, Alexandre Freitas. op. cit., p. 58.
464
famílias separadas.
familiares.
perdas importantes.
demanda, para tentar desatar os nós que impedem o diálogo. Mas para tanto é
75
CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. op. cit., p. 87.
465
– ou não – da mediação.
pelo acordo”. 76
voluntário, onde as partes devem ser informadas sobre o processo para que
ativa ou decisória.
76
DALLA, Humberto Bernardina de Pinho; DURÇO, Karol Araújo. op. cit., p. 16.
466
familiar permite a reorganização das relações entre o ex-par, razão pela qual:
77
DIAS, Maria Berenice; GROENINGA, Giselle Câmara. A mediação no confronto
entre direitos e deveres. Disponível em: <http://www.ibdfam.org.br/?artigos&artigo=42>.
Acessado em 2 de agosto de 2010.
78
BARBOSA, Águida Arruda. Mediação familiar: uma vivência interdisciplinar. In:
PEREIRA, Gisella Câmara; GROENINGA, Rodrigo da Cunha (orgs.). Direito de família e
Psicanálise, rumo a uma nova epistemologia. Rio de Janeiro: Imago, 2003, p. 342.
467
79
GANANCIA, Danièle. Justiça e mediação familiar: uma parceria a serviço da
parentalidade. Revista do Advogado, São Paulo, n. 62, mar. 2001, p. 7.
80
PINTO, Ana Célia Roland Guedes. O conflito familiar na Justiça – Mediação e o
exercício dos papéis. Revista do Advogado. São Paulo, n. 62, mar. 2001, p. 62.
468
[...] a atividade técnica exercida por terceiro imparcial que, escolhido ou aceito
pelas partes interessadas, as escuta, orienta e estimula, sem apresentar soluções,
com o propósito de lhes permitir a prevenção ou solução de conflitos de modo
consensual [...]. 82
soluções aos conflitos que não impostas pelo julgador terão satisfação efetiva,
81
BRASIL. Congresso. Senado Federal. Projeto de Lei da Câmara nº 94, de 02 de
dezembro de 2002. Disponível em:
<http://www.senado.gov.br/atividade/materia/detalhes.asp?p_cod_mate=53367>. Acessado em
03 de agosto de 2010.
82
Art. 2º do PLC 94/2002.
83
BRASIL. Congresso. Senado Federal. Projeto de Lei do Senado nº 166 de 08 de
junho de 2010. Disponível em:
<http://www.senado.gov.br/atividade/materia/detalhes.asp?p_cod_mate=97249>. Acessado em
02 de agosto de 2010.
469
ambiente familiar.
84
Lei de organização Judiciária, de competência do Tribunal de Justiça dos estados-
membros.
85
DALLA, Humberto Bernardina de Pinho; DURÇO, Karol Araújo. op. cit.
86
BRASIL. Congresso. Senado Federal. Projeto de Lei do Senado, nº 166 de 08 de
junho de 2010. Reforma do Código de Processo Civil. Disponível em:
<http://www.senado.gov.br/atividade/materia/detalhes.asp?p_cod_mate=97249>
470
processo. Uma vez que o que se busca é a conscientização das partes sobre
mútuo”. 88
mesmos os conflitos dos mediandos, mas permitem que eles “encontrem uma
87
Projeto de Lei do Senado, nº 166 de 08 de junho de 2010, art.135.
88
Projeto de Lei do Senado nº 166 de 08 de junho de 2010, art. 135, § 2.
471
precisa ser afetado por ambas as áreas de conflito: o sujeito e a lei. Mas,
5. Conclusões
89
GARCIA, Célio. op. cit., p. 347.
90
WARAT, Luis Alberto. O ofício do mediador. Florianópolis: Habitus, 2001, p. 84.
472
proteção. Para tanto, impõe aos pais o poder familiar. Este se traduz no dever-
função advindo da autoridade parental, o qual deve ser exercido por ambos de
constitucional e que cada vez mais devem ser criados incrementos à sua
indicar não apenas que este não foi espontaneamente reconhecido, mas
dano menor.
suas demandas, sem que haja uma interferência direta e imediata do mediador
no conflito que tem como função apenas auxiliar a desatar os nós, reduzindo os
diálogo, as pessoas podem construir uma nova relação e uma agenda, que
companhia de ambos os pais, que juntos, ainda que não comunguem de uma
filhos. Criar para a vida, educar para a convivência, proteger contra atos de
6. Referências
DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das famílias. Porto Alegre: Livraria
do Advogado, 2010.
FARIAS, Cristiano Chaves de. Direito Civil. Teoria Geral. Rio de Janeiro:
Lumen Juris, 2006.
NADER, Paulo. Curso de Direito Civil. Parte Geral. Rio de Janeiro: Forense,
2007. 1 v.
______. Curso de Direito Civil. Parte Geral. Rio de Janeiro: Forense, 2010. 1
v.