GERAÇÃO DAS MALHAS PARA SOLUÇÃO VIA CFD DA

TRANSFERÊNCIA DE CALOR E QUANTIDADE DE MOVIMENTO PARA

TUBOS IMERSOS EM LEITOS FLUIDIZADOS

Gabriel Lucas Foleiss (PIBIC/CNPq-UEM), Alexandre Marconi de Souza da

Costa (Orientador), e-mail: amscosta@uem.br, Flávio Clareth Colman (Co-
orientador) Júlio Cesar Dainezi de Oliveira (Co-orientador).

Fenômenos de Transporte.

Palavras-chave: leitos fluidizados, fluido-dinâmica computacional, simulação

numérica.

Resumo:

Um estudo numérico baseado em um modelo de dois fluidos

euleriano-euleriano gás-sólido foi realizado para prever a dinâmica do leito
fluidizado devido a tubos imersos. O medelamento foi feito utilizando o
programa de código aberto MFIX. A geometria dos tubos circulares
bidimensionais foi construída utilizando linhas de grade esticadas e a opção
cartesian cut-cell. No estudo da geometria foi focado na variação da razão
do diâmetro do tubo pela espaço vertical da parede, a posição do tubo do
fundo com paredes e sem paredes, ou seja cíclico. Para o primeiro verificou-
se que os tubos agiram como divisores de bolhas e para o segundo caso os
tubos agiram dinamicamente como um distribuídor de chapa perfurado.
Verificou-se as taxas de erosão para vários modelos e condições de
contorno onde todos os modelos de arrasto investigados tiveram a
magnitude dos valores máximos para a taxa de erosão idênticos, estes
ocorrendo na parte inferior do tubo.

Introdução

Sistemas fluidizados possuem grande aplicação em processos térmicos

devido as suas excelentes propriedades de transferência de calor. Em
muitas das aplicações a transferência de calor entre o leito de partículas e
uma superfície imersa é envolvida. Do ponto de vista fluidodinâmico, tubos
de troca de calor em leitos fluidizados são sujeito às forças devido a
presença de bolhas e movimento de partículas. Erosão e vibrações
excessivas podem levar a falha precoce destes tubos. Deste modo, uma
compreensão das forças envolvidas é de importância fundamental na
operação de sistemas fluidizados, e.g., combustão em leito fluidizado.
Conforme Nagahashi et. al. (1998) estudos experimentais prévios
concentraram-se em : a) medições do desgaste das tubulações ; (b)
medições da forças atuantes sobre as tubulações (c) medições das tensões
e velocidade das partículas. Embora muitos estudos tenham identificado
com sucesso, direta ou indiretamente, vários fatores chaves que podem

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afetar a erosão e a falha de tubulações, poucos trabalhos tem sido feitos
para a compreensão dos mecanismos fundamentais.
Dentre os mecanismos fundamentais, uma investigação detalhada da
interação bolha-tubo é necessária uma vez que bolhas são responsáveis
primariamente pela vibração e erosão. Por sua vez, a compreensão dos
fenômenos multifásicos que ocorrem em leitos fluidizado utilizando
simulações computacionais pode ser uma boa alternativa durante o projeto,
otimização, e controle de equipamentos em escala industrial.
Espera-se que a disponibilidade de modelos computacionais mais
sofisticados resulte em melhores desempenho e custos associados a
implementação e operação de leitos fluidizados.

Materiais e métodos

O código MFIX (Multiphase Flow with Interphase eXchange) destina-se a

solução numérica de escoamentos multifásicos (fluido-sólido) envolvendo
reações químicas e transferência de calor. Este código tem enfoque maior
em escoamentos envolvendo altas concentrações de sólidos, tais como os
que ocorrem em combustores de leito fluidizado, “risers” de leito fluidizado
circulante e leitos de jorro.
O código foi desenvolvido no National Energy Technology Laboratory
(NETL-USA) e sua proposta de utilização atual baseia-se em um website
(www.mfix.org) para download (gratuito) do código e de sua documentação.
Aspectos relativos à utilização do mesmo podem também ser acessados
através de um fórum de discussão no website.
Os cálculos efetuados pelo MFIX propiciam dados transientes
tridimensionais referentes às distribuições de pressão, velocidade,
temperatura e frações mássicas de espécies químicas. O código é baseado
em um conjunto clássico de equações multifásicas. O código pode também
ser usado no teste e desenvolvimento de novas equações constitutivas para
escoamentos multifásicos.

Resultados e Discussão

No estudo geométrico, focou-se nos seguintes parâmetros: a variação da

razão entre o diâmetro do tubo e o espaço vertical entre as paredes, posição
do tubo com relação ao fundo do leito e considerando as paredes verticais
do leito e não as considerando (neste caso o leito é periódico). A Figura 1 (a)
mostra uma das malhas utilizadas para a realização das simulações.
Verificou-se que quando os tubos são imersos, eles agem como
divisores e defletores de bolhas. Pode ser visto dos resultados que o espaço
entre os tubos imersos e as paredes mudou a dinâmica do fluxo gás-sólido
acima do tubo. Para o leito com paredes verticais a elevação das bolhas se
concentrou no centro do leito. Para o leito periódico, os tubos imersos se
comportaram como um distribuidor de chapa perfurado para dinâmica do
leito acima deles. A Figura 1 (b) até (e) mostram a bolha se dividindo ao
passar por um tubo.

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 Varias condições de contorno na superfície também foram
investigadas, especificamente, condições com e sem escorregamento para a
fase gasosa e sólida. Os resultados previstos pela média temporal da erosão
foi cerca de 60% maior para a condição de não escorregamento.

(b) 5.1 s (c) 5.2 s

(a) (d) 5.3 s (e) 5.4 s

Figura 1 – (a) Malha utilizada na simulação (b) à (d) Divisão de uma bolha devido a
passagem por um tubo juntamente com o campo de velocidade dos sólidos.

O resultado dos dois parâmetros principais do modelo físico foi

explorado: Modelos de tensão no sólido e a relação de arraste entre as duas
fases. Os modelos de tensão no sólido são utilizados para prever o
comportamento da fase sólida na cinética e no regime de atrito.
Os seguintes efeitos também foram analisados: transição do regime
de atrito para o regime de colisão, viscosidade constante da fase sólida no
regime cinético, sem viscosidade dos sólidos para o regime de atrito.
Os resultados para a média temporal para a taxa de erosão prevista
para os diferentes modelos de transição foram idênticos. A máxima taxa de
erosão prevista usando viscosidade constante foi metade da prevista para o
modelo de viscosidade variável. Para a viscosidade sem atrito, a taxa
máxima de erosão foi um quarto dos valores previstos pela viscosidade com
atrito. Exceto os modelos de viscosidade sem atrito, que previram valores
máximos nos lados dos tubos como mostra a Figura 2 (a) e (b), todos os
outros modelos para tensão dos sólidos previram valor máximo na parte de
baixo do tubo, conforme as figuras (c) a (f).

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 (a) No KTFG (b) Viscosidade sem (c) Tensão Sigmoidal
atrito

(d) Arrasto (e) Arrasto (f) Condição de

Wen and Yu Koch and Hill Escorregamento

Figura 2 – Valores médios para a taxa de erosão para vários modelos

Por ultimo, para todos os modelos de arrasto investigados, a

magnitude dos valores máximos para a taxa de erosão foram a mesma, com
maiores valores ocorrendo na parte de baixo do tubo.

Conclusões

No presente trabalho foi investigado numericamente a hidrodinamica de

leitos fluidizados com tubos imersos. Os resultados revelaram que o código
MFIX reúne todos os requisitos para validações experimentais deste tipo de
estudo.

Agradecimentos

Agradecemos grandemente a Fundação Araucária por investir em nossa

Universidade. Gostaríamos de Agradecer também pela ajuda obtida dos
usuários do fórum do MFIX e CENAPAD-SP.

Referências

Costa, A. M. S., Colman, F.C., Foleiss, G. L., Oliveira, J. D., Higa, M.

Numerical study of particle, bubble movements and tube erosion in gas
fluidized beds. In ENCIT, 2010 – (in preparation)

Nagahashi, Y., Asako, Y., Lim, K. S., Grace, J. R., Dynamic forces on a hori-
zontal tube due to passing bubbles in fluidized beds, Powder Technology,
1998, Vol 98, p. 177-182.

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