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CDU: 53
ISBN 978-85-7528-501-5
Este trabalho foi elaborado para que você, acadêmico do Curso de Física, possa
usufruir, da melhor maneira possível, de um laboratório educacional de física.
Procedimentos adequados dentro de um laboratório podem indicar um melhor
aproveitamento do mesmo para disciplinas eminentemente práticas. Algumas
orientações fundamentais são necessárias para que o trabalho não se perca com
observações erradas ou, muitas vezes, descuidos até perigosos. Não é intenção,
nessas poucas linhas, de dar um curso de procedimentos laboratoriais, apenas,
abaixo, procura-se listar algumas informações úteis, algumas atitudes convenientes
e alguns procedimentos, para efetivar as práticas experimentais com o êxito
desejado. Além disto, estes procedimentos e atitudes também poderão ser úteis ao
futuro profissional quando atuar em um laboratório com os seus alunos.
a) O laboratório é um local de trabalho onde se procura vivenciar fenômenos
físicos.
b) Ao entrar em um laboratório é conveniente ter em mãos apenas o material
essencial para a realização da experiência do dia.
c) Procure fazer as medidas solicitadas com a maior precisão possível para obter os
dados da experiência e chegar a resultados mais aproximados da realidade.
d) Leia com atenção os roteiros antes de realizar qualquer experiência, fazendo
tudo o que o mesmo solicita. Procure não pular etapas, mesmo que você as
julgue desnecessárias.
e) Preste muita atenção às informações indicadas no material, sobretudo quando
o mesmo não for do seu conhecimento prévio.
Tenha uma boa aula, pergunte tudo o que você julgar importante para o seu
crescimento pessoal, use e abuse dos espaços oferecidos pela modalidade EAD
para melhoria do seu curso e, consequentemente, do seu desenvolvimento em
sua profissão.
SOBRE O AUTOR
Moacyr Marranghello
10
1
Moacyr Marranghello
FÍSICA BÁSICA
Para podermos comparar, precisamos utilizar a mesma grandeza com uma escala
padrão pré-definida. Esta escala padrão é denominada de unidade de medida. Desta
forma podemos resumir dizendo que: “medir uma grandeza física é compará-la
com outra grandeza de mesma espécie, denominada unidade de medida padrão”.
Este Sistema de Unidade (SI), define sete grandezas e suas respectivas unidades
de medida, como básicas ou fundamentais. As outras unidades existentes são
conhecidas como derivadas. O quadro 1.1 mostra as grandezas básicas e suas
respectivas unidades.
14
ULBRA – Educação a Distância
Comprimento metro m
Massa quilograma kg
Tempo segundo s
A precisão deste padrão ficava na ordem de 0,1 mm, o que era evidentemente
inadequado para os desenvolvimentos que se mostraram nas tecnologias e nas
ciências, levando assim a novas definições.
Figura 1.2 – Barra de platina-irídio utilizada como protótipo do metro de 1889 a 1960
Fonte: Wikimedia Commons, um acervo de conteúdo livre da Wikimedia Foundation.
referido qual o elemento a utilizar. Em 1 954 foi publicado pela SGIP um estudo
ULBRA – Educação a Distância
Esta definição poderá vir a ser alterada, mas não se vislumbra qualquer tendência
para que deixe de ser utilizada a radiação luminosa como base fundamental para
padrão natural da grandeza distância.
No Egito antigo, o dia e a noite eram divididos em 12 horas cada um, desde pelo
menos 2 000 AC. Os astrônomos Hiparco (150 AC) e Ptolomeu (150 DC) dividiram
o dia utilizando o sistema sexagesimal usando a hora média como 1 do dia.
24
Na Babilônia o dia foi subdividido sexagesimalmente depois de 300 AC,
isto é, 1 , depois 1 novamente e assim sucessivamente até 6 casas depois do
60 60
ponto sexagesimal (uma precisão de mais de 2 microssegundos).
Nos anos 1 000 DC, o erudito al-Biruni, calculou as luas novas de semanas
específicas como sendo um número de dias, horas, minutos, segundos, terços e
quartos depois do meio-dia de domingo. Em 1 267 o cientista medieval Roger Bacon
definiu o horário de luas cheias como um número de horas, minutos, segundos,
terços e quartos depois do meio-dia de datas específicas do calendário. Hoje em
dia o segundo é subdividido de forma decimal, apesar de algumas línguas, como o
polonês (tercja) e o turco (salise), ainda utilizarem um terço de 1 de segundo.
60
Historicamente o segundo era entendido como 1 de um dia solar médio
86 400
1
(ou 3 600 de uma hora, ou 1 de um minuto), sendo assim definido em relação
60
às dimensões e a rotação da Terra. É importante observar que o dia solar não é
exatamente o tempo de rotação da Terra, isto é, ao longo do dia a Terra percorre
uma fração de sua translação em torno do Sol.
Com o passar do tempo, e a necessidade de se ter medidas cada vez mais precisas,
entendeu-se que a rotação terrestre não era suficientemente precisa, optando-
se por utilizar uma fração da revolução da Terra em torno do Sol. Em 1 954 e,
posteriormente ratificado em 1 960 pela 11ª Conferência Geral de Pesos e Medidas,
definiu-se o segundo como sendo 1 do tempo que a Terra leva para
31 556 925,9747
girar em torno do Sol a partir das 12 horas do dia 4 de janeiro de 1 900.
Com o desenvolvimento dos relógios atômicos, tornou-se mais fácil medir a duração
da transição entre dois níveis de energia de um átomo ou molécula. Isto tornou
também possível medir o tempo com maior precisão. Em 1 967, a 13ª Conferência
Geral de Pesos e Medidas, definiu o segundo como sendo o intervalo de tempo de
18
duração de 9 192 631 770 períodos da radiação correspondente à transição entre dois níveis
ULBRA – Educação a Distância
A mesma Conferência ainda afirma que a unidade de temperatura Celsius é o grau Celsius,
símbolo oC, igual a unidade kelvin, por definição. O valor numérico de uma temperatura
Celsius t, expressa em graus Celsius é dada pela relação t = T - 273,15 .
°C K
O kelvin e o grau Celsius são também as unidades da Escala Internacional de
Temperatura de 1 990 (EIT-90) adotada pelo Comitê Internacional em 1 989, em
sua Recomendação 5 (CI-1989) (PV, 57, 26 e Metrologia, 1 990, 27, 13).
19
Essa definição foi adotada pelo CIPM (Comitê Internacional de Pesos e Medidas) em
1 967 e, em 1 971, ratificada pela XIV CGPM. Em 1 980, o CIPM confirmou novamente
esta definição, adicionando a informação de que os átomos de carbono-12 não
estariam ligados por meio de ligações químicas, mas em seu estado fundamental.
Dimensional Dimensional
Grandeza Unidade Símbolo
analítica sintética
Ângulo plano Radiano rad 1 m/m
Ângulo sólido esferorradiano sr 1 m²/m²
Atividade catalítica katal kat mol/s ---
Atividade radioativa becquerel Bq 1/s ---
Capacitância farad F A²·s²·s²/(kg·m²) A·s/V
Carga elétrica coulomb C A·s ---
Condutância siemens S A²·s³/(kg·m²) A/V
Dose absorvida gray Gy m²/s² J/kg
Dose equivalente sievert Sv m²/s² J/kg
Energia joule J kg·m²/s² N·m
Fluxo luminoso lúmen lm cd cd·sr
Fluxo magnético weber Wb kg·m²/(s²·A) V·s
Força newton N kg·m/s² ---
Frequência hertz Hz 1/s ---
Indutância henry H kg·m²/(s²·A²) Wb/A
Intensidade de campo
tesla T kg/(s²·A) Wb/m²
magnético
Luminosidade lux lx cd/m² lm/m²
Potência watt W kg·m²/s³ J/s
Pressão pascal Pa kg/(m·s²) N/m²
Resistência elétrica ohm Ω kg·m²/(s³·A²) V/A
Temperatura em
grau Celsius °C --- ---
Celsius
Tensão elétrica volt V kg·m²/(s³·A) W/A
Dimensional Dimensional
Grandeza Unidade Símbolo
analítica sintética
Quadro 1.4 — Grandezas que fazem uso, na sua definição, das unidades com nomes especiais.
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ULBRA – Educação a Distância
Argumento logarítmico
neper Np 1 Np = 1
ou Ângulo hiperbólico
Argumento logarítmico
bel B 1B=1
ou Ângulo hiperbólico
unidade de massa
Massa u 1 u = 1,660 538 782(83) x 10−27 kg
atômica
Quadro 1.6 — Outras unidades aceitas pelo SI, relacionadas apenas experimentalmente com as uni-
dades do SI.
milha
Comprimento ---- 1 milha marítima = 1 852 m
marítima
Quadro 1.7 — Unidades que são aceitas temporariamente pelo SI. Seu uso é desaconselhado.
24
10 yotta (iota) Y 1991 Septilhão 1 000 000 000 000 000 000 000 000
21
10 zetta (zeta) Z 1991 Sextilhão 1 000 000 000 000 000 000 000
18
10 exa E 1975 Quintilhão 1 000 000 000 000 000 000
15
10 peta P 1975 Quadrilhão 1 000 000 000 000 000
2
10 hecto h 1795 Centena 100
1
10 deca da 1795 Dezena 10
0
10 nenhum nenhum Unidade 1
−1
10 deci d 1795 Décimo 0,1
−15
10 femto (fento) f 1964 Quadrilhonésimo 0,000 000 000 000 001
24
ULBRA – Educação a Distância
−18
10 atto (ato) a 1964 Quintilhonésimo 0,000 000 000 000 000 001
−21
10 zepto z 1991 Sextilhonésimo 0,000 000 000 000 000 000 001
−24
10 yocto (iocto) y 1991 Septilhonésimo 0,000 000 000 000 000 000 000 001
Exceções:
• Unidades segundo e radiano: é necessário dobrar o r e o s. milissegundo,
decirradiano etc.
• Especiais: múltiplos e submúltiplos do metro: quilômetro, hectômetro,
decâmetro, decímetro, centímetro, milímetro, nanômetro, picômetro etc.
Observações:
• O k usado em “quilo”, em unidades como quilômetro (km) e quilograma (kg),
deve ser grafado em letra minúscula. É errado escrevê-lo em maiúscula.
• Em informática, o símbolo “K” que pode preceder as unidades bits e bytes
(grafado em letra maiúscula), não se refere ao fator multiplicativo 1 000, mas
sim a 1 024 unidades da grandeza citada (para correção a IEC – International
Electrotechnical Commission – definiu o chamado prefixo binário onde 1:1024 e
o uso dos prefixos da SI passaram a valer 1:1000).
O nome das unidades deve ser sempre escrito em letra minúscula: quilograma,
newton, metro cúbico, ampère etc. A exceção é quando o nome estiver no início
de uma frase ou em “grau Celsius”.
As unidades de medida atribuídas em homenagem a personalidades são simbolizadas
sempre com letras maiúsculas: newton (N); watt (W), hertz (Hz), etc.
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As regras para a formação do plural (no Brasil) para o nome das unidades de
Certo Errado
As unidades do SI podem ser escritas por seus nomes ou representadas por meio de
símbolos. Símbolo não é abreviatura, mas sim um sinal convencional e invariável
utilizado para facilitar e universalizar a escrita e a leitura de significados — no
caso, as unidades SI, logo, jamais deverá ser seguido de “ponto”, como mostra
o quadro 1.10.
Certo Errado
segundo s s. ; seg.
litro L l.;lts.
hora h h. ; hr.
Quadro 1.10 — Os símbolos das unidades de medida não são seguidos de ponto.
26
Símbolo não admite plural. Como sinal convencional e invariável que é utilizado
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Certo Errado
oito horas 8h 8 hs
Quadro 1.11 — Os símbolos das unidades de medida não são seguidos de “s” no plural.
Valor Unidade de
numérico medida
Figura 1.4 — Forma de escrever o símbolo de uma unidade de temperatura.
Os símbolos das unidades de tempo hora (h), minuto (min) e segundo (s) são escritos
com um espaço entre o valor medido e o símbolo. Também há um espaço entre o
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Símbolo de unidade de ângulo plano grau (°), minuto (‘) e segundo (“), não deve
haver espaço entre o valor medido e as unidades, porém, deve haver um espaço entre
o símbolo da unidade e o próximo valor numérico, como mostra a figura 1.6.
Espaço entre valores numéricos
O produto de duas ou mais unidades pode ser indicado de uma das seguintes
maneiras: N.m ou Nm
Quando uma unidade derivada é constituída pela divisão de uma unidade por
outra, pode-se utilizar a barra inclinada (/), o traço horizontal, ou potências
negativas.
Nunca repetir na mesma linha mais de uma barra inclinada, a não ser com o
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1.5 Exercícios
Gabarito:
1. e; 2. c; 3. a; 4. d; 5. b.
1.7 Bibliografia
SOUZA, C. Metrologia, notas histórias. Livro para download em http://www.docstoc.com/
docs/22787205/METROLOGIA-METROLOGIA-NOTAS-HIST%C3%93RICAS-NOTAS-
HIST%C3%93RICAS 2008 – Acessado em 11/05/2013.
Quadro Geral de Unidades de Medida, Resolução do CONMETRO nº12/1988 – 2ª edição.
Brasília: INMETRO – CNI – SENAI, 2000.
www.inmetro.gov.br (várias páginas – acessado entre 08/05/13 à 14/05/13)
Notas de aulas do Professor Moacyr Marranghello, 2013
2
Moacyr Marranghello
DESVIOS DE UMA MEDIDA
2.1 Introdução
Ao se depararem com um problema os cientistas costumam utilizar, via de regra,
o método científico, que consiste fundamentalmente em:
• Observação do fenômeno;
• Formulação de hipóteses explicativas do fenômeno;
• Teste das hipóteses através da realização de experimentos;
• Elaboração de uma teoria sobre o fenômeno estudado.
é não confundir o objeto a ser medido com a grandeza que queremos medir. Por
exemplo, é comum dizer que vamos medir uma mesa, porém esta não é uma
afirmativa completamente compreensível, pois podemos medir a largura do tampo
da mesa, a espessura deste tampo, o peso da mesa, a pressão que a mesma faz sobre
o chão, o volume que a mesa ocupa no espaço etc. Observe que do objeto mesa,
conseguimos medir diversas grandezas físicas. Além disto, para cada grandeza
física que desejamos medir, há um instrumento de medida adequado, cada um
graduado com uma escala correspondente a unidade de medida escolhida e
fabricado por uma empresa responsável e acreditada pelo órgão regulador (no
caso do Brasil, o Inmetro). Outro fator crucial em uma medida é o operador do
instrumento, responsável por executar os procedimentos de operação para fazer
as leituras na escala do instrumento.
Algarismos visíveis são aqueles que podemos enxergar com certeza no instrumento
de medida, sendo dados pelo conhecimento da menor divisão do instrumento
de medida. Por exemplo, numa régua decimetrada, a menor divisão mede 1
decímetro; numa régua centimetrada, a menor divisão mede 1 centímetro; na régua
milimetrada, a menor divisão mede 1 milímetro.
Observe a figura 2.1. Representamos três tipos de réguas que podemos utilizar
ULBRA – Educação a Distância
em um laboratório.
Figura 2.1 — Medidas utilizando uma régua decimetrada, uma centimetrada e uma milimetrada.
1,1 dm
O número que expressa esta medida possui dois algarismos e, ambos são
significativos, porém o primeiro é visível (que corresponde a menor divisão da
35
11,2 cm
111,5 mm
Vamos supor que, ao fazer uma medida de comprimento, utilizando uma régua
milimetrada, você enxergue o bastão sobre um dos riscos que aparecem na régua.
Ao expressar este valor, você deve fazê-lo da seguinte forma: por exemplo, 112,0
mm. Note que os quatro algarismos escritos no número são significativos, porém
o último algarismo escrito é o duvidoso, isto é, você está dizendo com isto que a
avaliação feita pela sua óptica é que o comprimento do objeto medido está sobre
o valor zero. Neste caso o zero também é um algarismo significativo.
36
Você também pode argumentar o seguinte: “Mas as calculadoras não aceitam o valor
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0 no final do número como algarismo significativo, isto é, elas apagam este número ao fazer
a operação”. Em contrapartida se você fizer uma operação qualquer, ela poderá lhe
dar um resultado com diversas casas decimais. Na realidade a calculadora elimina
o zero para economizar energia, além de não ser ela a operadora da medição, ou
seja, ela não tem ideia de qual instrumento de medida está sendo utilizado no
experimento. Também há um procedimento para a escolha e tratamento destes
valores, que veremos mais adiante.
Neste momento você pode estar pesando o seguinte: “Isto é fácil, basta pegar o
primeiro algarismo depois da vírgula que ele será o duvidoso”. Cuidado, isto não é
verdade. A expressão escrita do valor de um medida é uma coisa, os algarismos
significativos da mesma são outra. Por exemplo, o último valor escrito, quando
utilizamos a régua milimetrada, poderia ser expresso da seguinte forma: 11,15 cm
ao invés de 111,5 mm. Embora não seja comum, isto é, geralmente respeitamos o
instrumento de medida utilizado ao expressar o resultado de uma medida, não é
proibido escrever o valor da medida com uma escala próxima da escala visível do
instrumento. Independente disto o algarismo significativo continua sendo o número
5, pois ele refere-se a primeira divisão menor que a menor divisão do instrumento
utilizado, neste caso o décimo de milímetro. Outro exemplo, ao invés de escrever
o valor 1,1 dm, quando utilizamos a régua decimetrada, poderíamos ter escrito 11
cm. Novamente, apesar de não ser comum, não é proibido. O algarismo duvidoso
não sai do lugar, isto é, continua sendo o último 1, correspondente ao centímetro.
Nesta medida, por exemplo, seria proibido escrever 110 mm, pois o milímetro não
aparece na escala do instrumento e seria o nosso segundo algarismo duvidoso,
inaceitável dentro dos padrões científicos.
Tudo bem se você não concordar com a leitura que eu fiz do comprimento do bastão
utilizando a régua milimetrada. Se você achar que o melhor valor para aquela
leitura é 111,6 mm, por exemplo, não tem problema, pois, na realidade, estamos
divergindo do algarismo duvidoso, que corresponde a uma avaliação pessoal do
valor medido. Além disso, temos o problema dos instrumentos de medida utilizado,
isto é, quando a empresa acreditada fabrica um instrumento, não é raro que no
mesmo esteja escrito alguma coisa do tipo: “Este instrumento foi graduado na escala
“tal” e aferido a uma temperatura de 20 oC e deve ser utilizado a esta temperatura, evitando
distorções indesejáveis aos valores encontrados”. Pode ser que você nunca tenha visto
uma observação destas ao comprar uma régua milimetrada numa livraria, para
que seu filho de 8 anos a utilize no período escolar, porém, se desejar trabalhar
em laboratórios de alta confiabilidade, onde qualquer mudança brusca na pressão
37
Observação:
Para efeito de cálculos, constantes como o π ou o e (número de Euler) são exatas
e, portanto, apresentam infinitos algarismos significativos.
39
Para simplificarmos a escrita de um número, não basta apenas truncá-lo, uma vez
que devemos levar em conta o erro que acompanha esse procedimento. Para que
isto aconteça, devemos obedecer as regras de proximidade.
Em conformidade com a Resolução nº 886/66 da Fundação IBGE, o arredondamento
é efetuado oficialmente, conforme tabela 2.1, da seguinte maneira: quando o número
a ser arredondado, isto é, o número que desejamos desprezar for:
42,87 ⇒ 42,9
O último algarismo anterior ao ser desprezado é
>5 25,08 ⇒ 25,1
acrescido de uma unidade
53,99 ⇒ 54,0
Apesar de não ser oficial, esta forma de arredondamento é muito mais útil, simples
e eficaz.
desvio pode ser decorrente (a) da diferença intrínseca nos instrumentos utilizados
Número da medida M1 M2 M3 M4 M5 M6
O valor provável de uma medida também pode ser expresso como a média
aritmética das medidas e representado com um traço superior sobre a letra que
representa nossa medida, assim, no caso anterior, podemos substituir VP por M .
d = |M - Vp|
Equação 2.2 – Desvio absoluto de uma medida
d
ρ=
Vp
Equação 2.3 – Desvio relativo de uma medida
dp = ρ x 100
padrão é dado pela raiz quadrada do quociente entre a soma dos quadrados dos
√ d + d + nd -+1d + ... + d
2 2 2 2 2
σ= 1 2 3 4 n
Figura 2.5
01
02
03
04
05
06
ΣM
VP
2.8.2 Atividade 2
ULBRA – Educação a Distância
2.8.3 Atividade 3
Utilizando o dinamômetro do kit ULBRA-Cidepe.
2.8.4 Atividade 4
ULBRA – Educação a Distância
2.8.5 Atividade 5
01
02
03
04
05
06
ΣM
VP
2.9 Exercícios
ULBRA – Educação a Distância
Número da medida M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
Peso do objeto (N) 0,236 0,231 0,235 0,234 0,234 0,232 0,238
a) 0,233 N
b) 0,234 N
c) 0,2342857 N
d) 0,2343 N
e) 0,235 N
51
5. Qual dos valores abaixo está com o arredondamento errado, sabendo que
queremos padronizar os valores deixando-os com apenas uma casa decimal?
Utilize a forma de arredondamento oficial para este exercício.
a) 46,26548 ⇒ 46,3
b) 2,82984 ⇒ 2,8
c) 1278,45 ⇒ 1278,4
d) 96,749 ⇒ 96,8
e) 68,7238 ⇒ 68,7
Gabarito:
1. a; 2. e; 3. b; 4. c; 5. d.
2.10 Bibliografia
JEWETT, Jr. J.W. & SERWAY, R.A. Física para Cientistas e Engenheiros. Volume 1. São Paulo:
Cengage Learning, 2011.
SEARS & ZEMANSKY – YOUNG & FREEDMAN. Física. Volume 1. 10ª edição. São Paulo:
Addison Wesley, 2003
ALVARENGA, B. & MÁXIMO, A. Física: Contexto e Aplicações. Volume 1. São Paulo: Scipione,
2012.
52
3
Moacyr Marranghello
PAQUÍMETRO
3.1 Introdução
A etimologia da palavra paquímetro vem do grego: paqui = espessura; metro = medida.
Em Portugal o paquímetro também é chamado de craveira. Em geral os paquímetros
são fabricados em aço inox temperado, mas não é raro encontrar estes instrumentos
feitos de plástico. No nosso kit ULBRA-Cidepe você encontra um paquímetro analógico.
Vamos então entender um pouco melhor como podemos utilizar este instrumento de
medição, começando por nomear suas partes. Pegue o paquímetro do kit e identifique
cada uma dessas partes, comparando com a figura 3.1.
54
ULBRA – Educação a Distância
O paquímetro pode ser utilizado para fazer uma série de medidas: internas,
externas, de ressalto e de profundidade. A seguir as figuras 3.2, 3.3, 3.4 e 3.5 mostram
como podemos utilizar o paquímetro para fazer medidas.
Figura 3.2 — Utilizando um paquímetro para medir a espessura externa de uma peça
Fonte: Laboratório de Física - ULBRA, 2013.
55
Observe que na régua fixa do seu paquímetro existem duas escalas, uma em milímetro
e outra em polegadas. Inicialmente vamos trabalhar com a escala milimetrada. O
nônio mais simples de um paquímetro é capaz de interpolar 1/10 da menor divisão
da escala fixa. Para isto é necessário que a escala móvel possua 10 divisões no mesmo
comprimento onde a escala fixa apresenta 9 divisões (figura 3.6).
Os paquímetros mais comuns tem resolução de 0,05 mm, isto significa que ele
possui 20 divisões na escala móvel correspondente a 39 divisões da escala fixa,
como indica a figura 3.7.
Outros paquímetros, também muito comuns, têm resolução de 0,02 mm, ou seja,
A figura 3.8 ilustra uma medida aleatória utilizando um paquímetro com escala
ULBRA – Educação a Distância
graduada em 0,05 mm, a mesma escala do paquímetro que você possui. Inicialmente
vamos fazer a leitura indicada na escala fixa (seta maior da figura 3.8). O zero (0)
do nônio situa-se depois do valor 27 mm e antes do 28 mm; dessa forma podemos
afirmar que o valor visível na escala fixa é 27 mm. Depois fazemos a leitura no nônio
(seta menor da figura 3.8). Para fazer isto devemos procurar no nônio o primeiro
traço que coincida com um traço da escala fixa. O primeiro traço do nônio que
coincide com um traço da escala fixa é o 12°, isto é, corresponde a 12 x 0,05 mm =
0,60 mm. Sendo assim, podemos afirmar que o valor da medida neste caso vale:
27 mm + 0,60 mm = 27,60 mm
Note que o valor mostra como último algarismo o número 0. Neste caso ele deve
permanecer na escrita, pois está indicando que a leitura foi feita, exatamente
sobre o número 6 do nônio, portanto ele também é um algarismo significativo da
medida.
Resultado da medida:
Observe que você pode ter ficado em dúvida entre qual traço do nônio melhor
coincide com o valor da escala fixa. Não tem problema, pois lembre-se que todas
as medidas feitas sofrem influência do instrumento de medida, da forma como o
operador do instrumento olha, do cuidado com a medida é feita, da precisão da
escala do instrumento etc. Dizendo de outra forma, não existe uma medida exata. Mais
adiante falaremos de um instrumento mais preciso do que o paquímetro.
59
Agora, para treinar um pouco, vamos utilizar um paquímetro com escala de nônio
Da mesma forma que fizemos até agora, primeiro fazemos a leitura na escala
fixa, que neste caso corresponde a 3 mm, pois o zero do nônio está entre os 3º e 4º
traços da escala fixa (note que os valores escritos na escala fixa estão expressos em
centímetros). Depois devemos acrescentar o valor correspondente ao encontrado
no nônio. Para fazer isto devemos procurar no nônio o primeiro traço que coincida
com um traço da escala fixa. Neste caso o valor corresponde a 29º traço do nônio,
ou seja, 29 x 0,02 mm = 0,58 mm. A leitura fica então:
3 mm + 0,58 mm = 3,58 mm
0,025
= 0,001 in
25
Vamos fazer a leitura de uma medida aleatória, utilizando, desta vez, o sistema
ULBRA – Educação a Distância
Resultado da medida
É muito empregado para medir peças cônicas ou peças com rebaixos de diâmetros
diferentes.
3.4 Micrômetro
Se você tentou medir, por exemplo, a espessura de um fio de cabelo, utilizando
um paquímetro, muito provavelmente você não conseguiu, a não ser que o
cabelo seja muito grosso. Isto por que o paquímetro que você possui tem uma
precisão de até 0,05 mm e os fios de cabelos normalmente possuem espessuras
próximas a este valor ou inferiores. Precisamos então lançar mão de um
instrumento ainda mais preciso que o paquímetro. Infelizmente o nosso kit
não conta com este instrumento, porém nada impede que você adquira um.
Este instrumento é o micrômetro.
Faces de
Linha de referência
medição
Trava
Arco
Isolante térmico
0 -25 mm 0.01 mm
Mitutoyo
• Isolante térmico: fixado ao arco, evita sua dilatação porque isola a transmissão
A figura 3.25 mostra dois micrômetros simples com escalas de 0,01 mm e 0,001 mm.
aparelho, devemos lançar mão da catraca, evitando com isso exercer pressões que
ULBRA – Educação a Distância
A leitura será feita inicialmente pela escala da bainha. No exemplo da figura 3.29
aparecem 7 traços na bainha do micrômetro a partir do traço inicial zero (0), o que
corresponde a 7 x 0,5 mm = 3,5 mm. Depois a leitura é feita no tambor. Observe
que a leitura é direta e no nosso exemplo o valor corresponde a 17 traços, o que
corresponde a 17 x 0,01 mm = 0,17 mm. Mas note também que o 17° traço não está
exatamente sobre a linha de referência da bainha. Sendo assim ainda é possível
fazermos uma última avaliação na nossa medida, que corresponderá ao nosso
algarismo duvidoso. Na imagem entre o 17° e o 18° traço visíveis do tambor,
fazemos uma avaliação de tal forma que, dividindo mentalmente o espaço,
escolheremos o valor 2 (este valor é pessoal do operador do instrumento). A leitura
70
Você pode estar se perguntando: “Mas com tanta precisão ainda temos um
algarismo duvidoso?” Lembre-se que não existe uma medida exata, isto é, sempre
haverá um instrumento capaz de precisar ainda mais a medida feita e, mesmo
assim, ainda existirá um algarismo duvidoso. A escolha do instrumento de medida
a ser utilizado em uma experiência dependerá de qual a necessidade da precisão
escolhida pelo operador do experimento.
Vamos medir a espessura de um fio de cabelo. Caso você tenha tentado fazer isto
utilizando um paquímetro, não deve ter conseguido, pois a escala do mesmo não
permite. Além disso, como o processo de medição do paquímetro é deslizante, a precisão
do mesmo é menor do que o do micrômetro que utiliza o parafuso micrométrico.
Abaixo você verá a foto de um micrômetro com um fio de cabelo entre as faces de
medição. Faça a leitura e coloque o valor que você encontrou ao lado da figura 3.30.
3.5 Exercícios:
1. Utilizamos um micrômetro para fazer a medida da espessura de um pedaço
de vidro. A figura que segue mostra esta situação. Dos valores a seguir, qual
o que melhor indica a espessura do vidro?
a) 2,723 mm
b) 2,220 mm
c) 0,220 mm
d) 5,224 mm
e) 22,50 mm
b) 2,4 ”
c) 19
128``
d) 25
32 ``
e) 1 3 ``
16
abaixo:
a) 5 in
16
b) 39 in
128
c) 1 in
32
d) 17 in
64
e) 3 in
4
Gabarito:
1 a; 2. b; 3. d; 4. e; 5. d.
3.6 Bibliografia
http://www.mitutoyo.com.br/site/produtos/instrumentos.html (acessado dia 14/05/2013)
http://www.starrett.com.br/site/ (acessado dia 14/05/2013)
MITUTOYO, Catálogo Geral de Produtos, Mitutoyo Sul Americana Ltda., São Paulo: 2013.
STARRET, Instrumentos de Medição e Ferramentas de Precisão, Starret Indústria e Comércio
Ltda., Itu: 2013.
COOPER TOOLS, Catálogo Nicholson, Cooper Tools Hand Tools Ltda., Sorocaba: 2013.
DIGIMESS, Catálogo Geral de Produtos, Digimess Instrumentos de Precisão Ltda., São Paulo,
2013.
Notas de aula do Professor Moacyr Marranghello, 2013.
4
Moacyr Marranghello
LEI DE HOOKE
4.1 Introdução
Qualquer força externa que agir sobre um corpo produzirá neste uma tensão. Estas
tensões são forças internas que podem ser de tração, compressão, cisalhamento,
flexão ou torção. Independentemente do tipo de tensão aplicada pela força sobre
o corpo, todas provocam neste uma deformação. Quando estas tensões aplicadas
são pequenas o corpo conseguirá voltar ao seu estado anterior assim que cessar
a deformação. Quando isso acontece, dizemos que o corpo age de forma elástica.
Caso as tensões aplicadas sejam muito grandes o corpo sofrerá uma deformação
permanente após as forças deixarem de agir sobre ele, ou até mesmo rupturas,
caso as forças sejam exageradamente grandes. A maior tensão que um corpo
pode suportar é definida como sendo o limite de resistência do material ou a
tensão de ruptura. Este capítulo pretende discutir um pouco estas relações sobre
a elasticidade dos corpos.
Verifique se todo o material necessário está a sua mão e depois monte-o com como
mostra a figura 4.1.
79
Para fazer a leitura é necessário manter a mola solta, sem pesos sobre a mesma,
escolhendo um ponto qualquer como referencial (sugestão: a base inferior do
gancho da mola). A essa operação chamamos de aferir um instrumento. O processo
de aferir um instrumento também pode ser denominado de zerar, tarar ou inicializar
este instrumento. O ponto devidamente marcado será o nosso “zero”, isto é, toda
e qualquer medida da deformação sofrida pela mola deve ser lida a partir desse
ponto.
Coloque inicialmente um dos pesos de 0,5 N (50 gf), que você separou do kit,
pendurado no suporte e leia a deformação causada à mola. Coloque os valores lidos
no quadro 4.1 que segue, nos lugares indicados. Na segunda linha do quadro você
colocará o valor do peso (em grama-força – apesar da unidade de medida de força
ser o newton (N), utilizaremos o grama-força (do sistema CGC) para que nossos
cálculos fiquem mais bonitos). Na terceira linha do quadro você colocará o valor
correspondente para a deformação causada (em milímetro – mm).
P (gf)
∆y (mm)
P/∆y (gf/mm)
dois pesos no suporte, depois três, depois quatro. Faça a leitura da deformação
provocada por cada situação.
Complete a terceira linha do quadro calculando a razão (divisão) entre o peso (P)
do objeto deformante e a deformação (∆y) provocada pelo peso à mola. Note que
o valor encontrado terá como unidade de medida o gf/mm.
Se você fez com cuidado a experiência, os valores encontrados para esta razão
devem ser muito parecidos entre si. Podemos, inclusive, admitir que haja uma
constante associada à mola (valor provável dos resultados encontrados). Esse valor
é conhecido como constante elástica da mola e, geralmente, é simbolizado pela
letra “k”. Dessa forma temos, para uma das molas do seu kit:
P
k= k = ...........................
Δy
Utilizando uma folha de papel milimetrado, que você poderá adquirir em qualquer
livraria, construa um gráfico de ∆y = f (P).
É importante que você faça este gráfico para começar a acostumar-se com as escalas
dos gráficos, linearizações, colocação das grandezas nos eixos etc. Algumas dicas
importantes ao construir um gráfico utilizando uma folha de papel milimetrado:
• O gráfico deve ser claro, assim convém utilizar a maior parte do papel;
• Verifique inicialmente a escala que você utilizará em cada eixo observando os
valores encontrados na experiência;
• As escalas escolhidas para cada eixo não precisam ser iguais, mas
necessariamente depois de escolhida a escala de um eixo não é possível alterá-
la para este mesmo eixo;
• Genericamente os eixos são chamados de x (eixo das abscissas) e y (eixo das
ordenadas) e, geralmente, escrevemos y = f(x) (lê-se eixo y em função do eixo
x) ou X x Y. No nosso caso P = f(∆y);
• Cada par de dados, corresponderá a um ponto no gráfico: este par de dados
é comumente chamado de “par ordenado”, pois possui uma ordem que
genericamente é escrita (x;y), isto é, o primeiro corresponde ao valor a ser
colocado no eixo x e o segundo no eixo y. No nosso caso o par ordenado será
(P;∆y);
• Como existem valores intermediários para qualquer situação de deformação
da mola, isto é, como qualquer peso colocado na mesma provocará uma
deformação proporcional, é possível fazer uma linearização neste gráfico;
81
Atenção: Linearizar um gráfico não significa ligar pontinhos, isto é, devemos escolher uma
Agora encaixe uma mola na outra, como indica figura 4.2, e repita o procedimento
ULBRA – Educação a Distância
que você fez na experiência anterior, colocando um peso de cada vez para duas
molas associadas em série. Tome cuidado para não distender em demasia as
molas. Como sugestão, coloque o suporte das molas na parte mais alta da haste
metálica. Faça a leitura de cada deformação (∆y) causada por cada peso (P) e anote
os resultados nas linhas cinco e seis do quadro 4.2.
Obs.: Neste caso é possível que você não consiga colocar todos os pesos associados,
mesmo estando o suporte das molas na parte mais elevada da haste. Procure fixar a escala
milimetrada em um ponto mais baixo para conseguir fazer as leituras adequadamente.
Para cada caso encontre a constante elástica da associação para duas molas
associadas, escrevendo os resultados na sétima linha e para três molas associadas,
escrevendo os resultados na décima linha. Lembre-se que para isso basta encontrar
a relação P/∆y.
83
P (gf)
P / Δy (gf/mm)
P (gf)
P / Δy (gf/mm)
P (gf)
P / Δy (gf/mm)
Quadro 4.2 – Determinação das constantes elásticas de uma mola helicoidal associadas em série.
Para cada situação, encontre o valor provável das constantes elásticas para molas
associadas em série. Complete os espaços que seguem:
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
Como você já possui os valores das deformações de uma mola causadas pelos
pesos, transfira os dados colhidos e escritos no quadro 4.1, colocando esses valores
nas linhas dois, três e quatro do quadro 4.3.
Para cada caso encontre a constante elástica da associação para duas molas
associadas, escrevendo os resultados na sétima linha e para três molas associadas,
escrevendo os resultados na décima linha. Lembre-se que para isso basta encontrar
a relação P/∆y.
85
P (gf)
P / ∆y (gf/mm)
P (gf)
P / ∆y (gf/mm)
P (gf)
P / ∆y (gf/mm)
Quadro 4.3 – Determinação das constantes elásticas de uma mola helicoidal associadas em paralelo.
Para cada situação, encontre o valor provável das constantes elásticas para molas
associadas em série. Complete os espaços que seguem:
F = – K . Δy
Equação 4.1
86
Segundo a equação 4.1, pode-se notar que o módulo da força produzida pela mola
é diretamente proporcional ao seu deslocamento do estado inicial (equilíbrio), isto
é, quanto maior for o módulo da força aplicada, maior será o deslocamento sofrido.
O equilíbrio na mola ocorre quando ela está em seu estado natural, ou seja, sem
estar comprimida ou esticada. Após comprimi-la ou esticá-la, a mola sempre faz
uma força contrária ao movimento. É importante ressaltar que o motivo do sinal
negativo observado na expressão vetorial da Lei de Hooke, significa que o vetor
Força Elástica (F), possui sentido oposto ao vetor deformação (vetor força aplicada),
isto é, possui sentido oposto à deformação, sendo a força elástica considerada uma
força restauradora. Observe a figura 4.4 que mostra esta situação.
Figura 4.4
87
Figura 4.5
Fonte: Catálogo MIXMOLAS, 2013.
A lei de Hooke pode ser utilizada desde que o limite elástico do material não seja
excedido. O comportamento elástico dos materiais segue o regime elástico na lei
de Hooke apenas até um determinado valor de força, após este valor, a relação
de proporcionalidade deixa de ser constante (embora alguns corpos possam
voltar ao seu comprimento inicial após remoção da força). Se a força continuar a
88
ruptuta
Resistência ao
escoamento
patamar de escoamento
ε
Regime Regime encruamento
elástico plástico
linear
4.5 Exercícios
a) Menor;
b) Igual;
c) Maior;
d) O dobro;
e) A metade.
Gabarito
1. c; 2. c; 3. e; 4. a; 5. d.
4.6 Bibliografia
SCHIEL, F. Introdução à Resistência dos Materiais. Harper & Row do Brasil: São Paulo, 1984.
BEER, F.P. & JOHNSTON Jr., E.R. Resistência dos Materiais. McGraw-Hill Ltda: São Paulo,
1982.
MIX MOLAS, Catálogo Geral de Produtos, Mix Molas: molas industriais e artefatos de arame,
São Paulo: 2013. Também encontrado no site http://www.mixmolas.com.br/ acessado em
16/05/2013.
Material de aulas do Professor Moacyr Marranghello, 2013.
5
Moacyr Marranghello
MOVIMENTOS PERÓDICOS
Você trabalhará com o pêndulo simples. O pêndulo simples é constituído por uma
massa (m) pendurada em um cordão e que é posta a “oscilar” em torno de um
ponto fixo. Esse ponto fixo é determinado quando o pêndulo está em repouso,
através de uma marca no chão, exatamente na direção da vertical que passa pela
massa e pelo cordão (figura 5.1).
Depois que você fez suas previsões, vamos realizar a experiência. Para isso será
necessário que você tenha em mãos:
• Sapata de sustentação do kit ULBRA-Cidepe;
• Haste metálica do kit ULBRA-Cidepe;
• Suporte metálico para o pêndulo do kit ULBRA-Cidepe;
• Uma régua centimetrada do kit ULBRA-Cidepe;
• As quatro massas do kit ULBRA-Cidepe de 50 g (0,5 N) cada uma;
• Suporte para pesos do kit ULBRA-Cidepe;
• Um pedaço de barbante de aproximadamente 150 cm de comprimento;
• Um cronômetro (pode ser o do seu relógio ou um celular com cronômetro).
Inicialmente monte o material como é mostrado na figura 5.3. Para nossas experiências,
estaremos interessados em saber o tempo de uma oscilação completa (o período do
pêndulo). Para tanto, em todas etapas da experiência, para que sua estimativa de
tempo seja a mais precisa possível, meça no relógio sempre o tempo de 20 oscilações
completas (20 vai e vem). Esse tempo dividido por 20 nos fornece o período médio
94
de uma oscilação completa. Vamos fazer a análise de cada uma das grandezas,
ULBRA – Educação a Distância
5 cm
10 cm
15 cm
20 cm
Segundo o que vimos até agora, com os resultados encontrados na experiência para
diversas amplitudes, você julga que a amplitude influencia significativamente no
período de oscilação de um pêndulo simples?
95
50 g
100 g
150 g
200 g
30 cm
60 cm
90 cm
120 cm
pêndulo
Geralmente estes são experimentos interessantes, principalmente porque os
resultados encontrados na experiência são bem diferentes das previsões que você
fez de forma intuitiva. Podemos notar que a única grandeza que influencia no
período de um pêndulo simples é o comprimento do fio. A massa e a amplitude
não são grandezas significativas para a influência no período do pêndulo.
Porém existe outra grandeza que também interfere no período de oscilação de
um pêndulo simples: é a aceleração gravitacional do local. Ao contrário das
outras, esta é uma experiência muito complicada de realizar, pois exigiria que
pudéssemos viajar para lugares com altitudes muito diferentes, para conseguirmos
valores significativamente diferentes para acelerações gravitacionais. Como isto
não é possível (há não ser que você tenha esta disponibilidade e se proponha a
fazê-lo), vamos indicar a equação que relaciona estas grandezas. As equações 5.1
e 5.2 indicam que o período de oscilação de um pêndulo simples é inversamente
proporcional ao valor da aceleração gravitacional local (g).
Como é mais complicado medir o campo gravitacional local do que o período do
pêndulo, vamos inverter a situação agora. O pêndulo simples é um bom recurso
para determinar a aceleração da gravidade local, pois em geral conduz a melhores
resultados que experimentos, às vezes até bem mais sofisticados. Nessa experiência
você fará as medidas necessárias para determinar o valor local da aceleração da
gravidade usando o mesmo pêndulo da experiência anterior com um comprimento
fixo da ordem de 1 metro.
Como nas experiências anteriores, para que tenhamos uma estimativa de tempo
mais precisa possível, meça no relógio o tempo para 20 oscilações completas e divida
o resultado por 20, obtendo, desta forma, o valor do período do pêndulo.
Calcule o valor de “g” segundo a equação:
4 × π2 × l 4 × π2 × l
Equação 5.1: T = ou Equação 5.2: g =
g T2
onde
π = 3,141592654...
l = comprimento do fio [m]
T = período do pêndulo [s]
g = ...........................
97
Mas será que, assim como no estudo do pêndulo simples, essas grandezas podem
influenciar no período de oscilação de uma mola helicoidal? Será que depende da
amplitude? Será que depende da massa colocada para oscilar na mola? Depende
do tipo (k) da mola?
98
1 cm
2 cm
3 cm
4 cm
Segundo o que vimos até agora, com os resultados encontrados na experiência para
diversas amplitudes, você julga que a amplitude influencia significativamente no
período de oscilação da mola?
50 g
100 g
150 g
200 g
Para esta parte da experiência fixe um valor para a massa do sistema (sugere-
se utilizar duas massas, ou seja, 100 g = 100 gf). Mantendo sempre a mesma
deformação (amplitude — será que ainda precisamos cuidar o valor da deformação?
Por quê?) e modificando a constante elástica através do número de molas, encontre
o valor do período para uma oscilação como você fez até agora. Lembre-se que as
constantes dessas associações você já possui de experiências anteriores — consulte
os valores das médias das constantes elásticas para associação de molas em série e
em paralelo no roteiro anterior: “Lei de Hooke e Associação de molas” — anote esses
valores nos lugares indicados do quadro 5.6.
Da mesma forma como fizermos até o momento, coloque a mola a oscilar e meça
o valor do tempo de vinte oscilações na terceira coluna do quadro. Ao dividir por
20 você obterá o valor do período de oscilação da mola, quarta coluna do quadro.
Complete o quadro 5.6 como o restante do experimento.
3 molas em paralelo
2 molas em paralelo
Uma mola
2 molas em série
3 molas em série
5.3 Exercícios
Gabarito
1. c; 2. c; 3. e; 4. a; 5.d.
5.4 Bibliografia
SCHIEL, F. Introdução à Resistência dos Materiais. Harper & Row do Brasil: São Paulo, 1984.
BEER, F.P. & JOHNSTON Jr., E.R. Resistência dos Materiais. McGraw-Hill Ltda: São Paulo,
1982.
MIX MOLAS, Catálogo Geral de Produtos, Mix Molas: molas industriais e artefatos de arame,
São Paulo: 2013. Também encontrado no site http://www.mixmolas.com.br/ acessado em
16/05/2013.
Material de aulas do Professor Moacyr Marranghello, 2013.
6
Moacyr Marranghello
INTERPOLAÇÃO DE DADOS
provável (VP) desta relação matemática. Na quarta coluna você deverá avaliar o
desvio absoluto (d) cometido em cada medida; na quinta coluna avaliará o desvio
relativo (ρ) e na última coluna o desvio percentual (dP).
Comprimento da circunferência
R
D
Centro da circunferência
Figura 6.1 – Relações em uma circunferência
C
C (cm) D (cm) D d (cm) ρ dP (%)
C/DPROV =
Para esta experiência, vamos admitir que o desvio percentual máximo admitido seja
de 5%. Analise os desvios percentuais em sua tabela, e verifique se existe alguma
105
Se existem dois valores relacionados entre si por uma dependência matemática, por
exemplo, y = 2x, então, segundo varia um dos valores, por exemplo o x, também
mudará o outro (a variável y). O valor que varia arbitrariamente denomina-se
argumento, e o valor dependente deste argumento denomina-se função. No
exemplo citado, x é o argumento e y é a função. Ao valor do argumento x = 1
corresponde o valor da função y = 2; ao valor do argumento x = 3 corresponde o
valor y = 6 etc.
106
Em tabelas de qualquer função são dados os valores calculados para uma série de
ULBRA – Educação a Distância
X Y a
x1 = 0 y1 = 0
a2 = 10
x2 = 5 y2 = 10
a3 = 10
x3 = 10 y3 = 20
a4 = 10
x4 = 15 y4 = 30
an = yn – yn – 1
Estas diferenças devem ser todas iguais (constantes). No nosso exemplo, essas
diferenças são iguais a 10 (a1 = a2 = a3 = . . . . = an = 10). A determinação dos valores
intermediários da função y em tal caso, se reduz à solução de uma equação simples
de proporção direta:
x − x n−1 y − y n−1
=
x n − x n−1 y n − y n−1
107
x − x3 y − y3
=
x4 − x3 y4 − y3
x − x3
y = y3 + a4.
x4 − x3
onde a4 = y4 – y3 = 30 - 20 = 10 então,
y = 20 + 10 12-10 = 20 + 10 2 = 24
15-10 5
Se as primeiras diferenças “a” não são iguais, então, subtraindo de cada uma delas
a anterior, obteremos as segundas diferenças “b”. Se estas tão pouco são constantes,
podemos, da mesma maneira, calcular as terceiras diferenças, as “c”, depois as
quartas diferenças, as “d”, etc., até que cheguemos a diferenças que resultem
constantes ou muito pequenas.
Na tabela 6.2, damos, como exemplo, inclusive as sextas diferenças, que não são
constantes, as quartas diferenças variam pouco e, portanto, ao interpolar, podemos
desprezar as diferenças a partir da quinta, isto é, não levá-las em consideração.
Tabela 6.2 – Dados de uma função aleatória.
X Y a b c d e f
1,0 1159,6
-197,4
2,0 962,2 - 51,4
-248,8 17,9
3,0 713,4 - 33,5 - 0,3
-282,3 17,6 - 1,2
4,0 431,1 - 15,9 - 1,5 0,3
-298,2 16,1 - 0,9
5,0 132,9 0,2 - 2,4 1,3
-298,0 13,7 0,4
6,0 - 165,1 13,9 - 2,0
-284,1 11,7
7,0 - 449,2 25,6
-258,5
8,0 - 707,7
108
x − x1
θ=
x 2 − x1
⎧ θ −1⎡ θ−2⎛ θ − 3 ⎞⎤ ⎫
y = y 1 + θ⎨a 2 + ⎢b 3 + 3 ⎜ c 4 + 4 d5 ⎟⎥ ⎬
⎩ 2 ⎣ ⎝ ⎠⎦ ⎭ ,
ou seja, y = 1123,4.
Esta quantidade é menos exata, uma vez que difere do resultado do nosso cálculo
exato nada mais que 0,8. Neste exemplo podemos ver que, quanto mais alto é
a ordem da diferença, tanto menor é sua influência no resultado. Em cada caso
dado não é difícil resolver quais diferenças são suficientes para empregá-las na
interpolação.
109
Exemplo:
4 439,1 815,4
5 417,9 862,7
6 408,5 874,2
7 402,4 891,9
8 389,8 913,5
6.4 Exercícios
1. Qual o comprimento de uma circunferência que possui um diâmetro de 123,5 mm?
a) 776,0 mm
b) 582,0 mm
c) 388,0 mm
d) 258,6 mm
e) 129,32 mm²
1 24 128
2 36 147
3 41 166
4 67 219
5 88 252
a) 108
b) 168
c) 170
d) 208
e) 180
Medida 1 2 3 4 5 6
Tempo (s) 10 20 30 40 50 60
Posição
88 140 192 239 286 338
(cm)
a) 0,3
b) 0,4
c) 0,5
d) 0,6
e) 0,7
111
1 456,3 786,5
2 453,9 792,4
3 448,7 801,6
4 439,1 815,4
5 417,9 862,7
6 408,5 874,2
a) 814,9
b) 811,3
c) 805,0
d) 802,6
e) 801,2
Gabarito
1. c; 2. c; 3. e; 4.a; 5. d.
112
6.5 Bibliografia
ULBRA – Educação a Distância
SCHIEL, F. Introdução à Resistência dos Materiais. Harper & Row do Brasil: São Paulo, 1984.
BEER, F.P. & JOHNSTON Jr., E.R. Resistência dos Materiais. McGraw-Hill Ltda: São Paulo,
1982.
MIX MOLAS, Catálogo Geral de Produtos, Mix Molas: molas industriais e artefatos de arame,
São Paulo: 2013. Também encontrado no site http://www.mixmolas.com.br/ acessado em
16/05/2013.
Material de aulas do Professor Moacyr Marranghello, 2013.
7
Moacyr Marranghello
INTRODUÇÃO A HIDROSTÁTICA
1 kg ≅ 10 N
100 g ≅ 1 N
Transforme o valor do peso que você mediu para a massa correspondente, conforme
as relações acima, e anote o valor encontrado no quadro 7.1.
115
Figura 7.4
Volume da esfera
116
ULBRA – Educação a Distância
Esfera metálica
Esta relação entre a massa e o volume de um determinado objeto, seja ele sólido,
líquido ou gasoso, damos o nome de MASSA VOLUMÉTRICA ou MASSA
ESPECÍFICA da substância. Para simbolizar a massa específica de uma substância
utilizaremos uma letra grega, o mü (μ). Assim, matematicamente, podemos escrever
que a densidade ou a massa específica de alguma coisa pode ser determinada pela
equação 7.1:
m
μ=
V
Equação 7.1 – massa específica de um objeto
P
ρ=
V
Equação 7.2 – peso específico de um objeto
117
Assim mesmo, sem unidades! Isto significa que, ao dizermos que a densidade
do mercúrio mede 13,6, ele é 13,6 vezes mais denso que a água, isto é, que sua
massa específica é 13,6 vezes maior que a massa específica da água. A densidade
independe da unidade em que estivermos trabalhando.
Cuidado: para não pegar pedras muito grandes, pois, como nosso dinamômetro
ULBRA – Educação a Distância
Meça agora, da mesma forma como fizemos antes, o volume de cada uma
das pedrinhas que você selecionou e coloque o valor no quadro 7.2, no local
indicado.
Pedra 01
Pedra 02
Pedra 03
Pedra 04
Pedra 05
Pedra 06
μpedra = …………………………..
Procedimento:
D Coloque o pedaço de isopor em um copo com água. Observe e anote o que
acontece.
D Coloque o pedaço de madeira dentro do copo d’água. Observe e anote o que
acontece.
D Coloque a pedrinha dentro do copo d’água. Observe e anote o que acontece.
D Coloque a esfera de metal (ou a bolinha de gude) dentro do copo d’água.
Observe e anote o que acontece.
Tente explicar fisicamente o que aconteceu. Por quê? Justifique sua resposta.
Corpos menos densos tendem a flutuar em líquidos mais densos, ou corpos mais
densos tendem a afundar em líquidos menos densos.
Para tentar explicar fisicamente este processo, precisamos fazer uma análise vetorial
das forças que estão atuando do processo. Para isto vamos representar as forças
que aparecem nas situações propostas através de “segmentos de retas orientadas”
(→). Para que um corpo esteja em repouso é necessário que o somatório vetorial
das forças que atuam sobre o mesmo seja igual a zero, conforme equação 7.3:
120
ULBRA – Educação a Distância
Na figura 7.6 podemos notar que existem duas forças na direção vertical que
atuam no pedaço de isopor. A força que aponta para baixo é o peso do corpo, e é
numericamente igual a força de sustentação do fluido que não permite que o pedaço
de isopor afunde. Da mesma forma, no pedaço de madeira, também existem duas
forças, uma para baixo, isto é, o peso do objeto, e outra, numericamente igual, para
cima, que, da mesma forma que no pedaço de isopor, não permite que o pedaço
de madeira afunde.
Isopor
Isopor
Madeira
Madeira
Pedra
Pedra
Esfera metálica
Esfera metálica
Nos outros dois objetos existem três forças atuando, todas na direção vertical.
Tanto na pedra como na esfera metálica a força com sentido para baixo está
representando o peso de cada objeto. As duas forças que apontam para cima são:
a força que o fluido exerce sobre os objetos nele mergulhado (seta menor – depois
discutiremos por que!); e a força de contato entre o objeto e o fundo do recipiente,
exercida pelo fundo do recipiente, denominada força normal (mais tarde falaremos
bastante desta força).
A diferença entre o peso do corpo (1ª coluna) e o peso aparente (2ª coluna) é o
Empuxo que o líquido faz sobre o corpo. Faça esta conta: peso do corpo – peso
aparente. Anote o resultado da conta na segunda linha e sexta coluna da tabela
do quadro 7.3, indicado por “Empuxo → E”. Compare o resultado que você
encontrou na 4ª coluna (peso do líquido deslocado) com o encontrado na 5ª coluna
(Empuxo).
123
Água
Álcool
Quadro 7.3 – Determinação do empuxo exercido pela água e pelo álcool sobre um corpo.
Repita o procedimento anterior, exatamente como foi feito, utilizando agora o álcool
como líquido hidrostático. Anote os resultados que você encontrou nos lugares
indicados, na terceira linha do quadro 7.3.
Obs.: A água tem densidade absoluta de 1 000 kg/l (1 g/ml) enquanto o álcool tem densidade
aproximadamente igual a 800 kg/l (0,8 g/ml).
Podemos estender nossa conclusão para explicar o que acontece com o pedaço
de isopor e o pedaço de madeira na figura 7.6. Note que estes objetos não estão
completamente mergulhados no líquido e, mesmo assim, há uma força de Empuxo
que equilibra o peso dos corpos, fazendo-os flutuar no líquido. Isto acontece porque
mesmo que o peso do corpo seja muito pequeno, como é o caso do isopor, ele irá
deslocar um pouco do líquido onde ele foi colocado, isto é, a parte do corpo que está
mergulhado no líquido. O Empuxo corresponderá apenas ao peso desta pequena
quantidade de líquido que foi deslocada pelo corpo.
P=m.g
Então:
Finalmente:
ULBRA – Educação a Distância
Pcorpo = ..............................
125
Paparente = ..............................
Equacionamento e cálculos:
E = Pcorpo - Paparente
E = Plíq desl
Pcorpo − Paparente
μ líq =
Vlíq.desl. × g
μglicerina = ................................
126
pesou-o dentro de água. Depois fez o mesmo com a coroa. Verificou então que,
A conclusão era fácil: se a coroa pesava menos que o lingote, era porque
recebia maior empuxo do que o lingote. Como o empuxo depende do volume
de líquido que o corpo consegue deslocar, logo, se estiver mergulhado, será
igual ao volume do corpo, a coroa devia ter maior volume, sendo, portanto,
de menor massa específica.
Com isso Arquimedes pode provar que a coroa não era de ouro puro, outros
materiais mais “leves”, ou de menor densidade, tinham entrado na liga.
Portanto, o rei havia sido enganado.
DESAFIO:
“Tente repetir esta experiência usando uma das molas do kit no lugar do
dinamômetro e uma das pedrinhas que você utilizou na experiência 7.2, a fim
de encontrar uma maneira de determinar a densidade do óleo de soja (um
líquido de fácil acesso). Seja criativo e lembre-se do que você já aprendeu
sobre empuxo.”
7.6 Exercícios
1. Uma chapa de cobre de 2 m2 é utilizada em um coletor plano de energia solar.
Ela é pintada com uma tinta preta cuja massa especifica após a secagem é de
1,7 g/cm3. A espessura da camada de tinta é da ordem de 5 μm. Qual a massa
de tinta seca existente sobre a chapa?
a) 17 g
b) 25 g
c) 34 g
d) 58 g
e) 129 g
128
densidade 0,78 g/cm3. O líquido B possui volume de 200 cm3 e densidade 0,56
g/cm3. Qual é a densidade da mistura?
a) 1,34 g/cm³
b) 1,005 g/cm³
c) 0,67 g/cm³
d) 0,6425 g/cm³
e) 0,22 g/cm³
a) V1 = 0,6 l e V2 = 0,4 l
b) V1 = 0,4 l e V2 = 0,6 l
c) V1 = 0,5 l e V2 = 0,5 l
d) V1 = 0,2 l e V2 = 0,8 l
e) V1 = 0,8 l e V2 = 0,2 l
a) 1 cm
b) 2 cm
c) 3 cm
d) 4 cm
e) 5 cm
129
a) 5 cm³
b) 10 cm³
c) 15 cm³
d) 20 cm³
e) 25 cm³
Gabarito
1. a; 2. d; 3. b; 4. d; 5. e.
7.7 Bibliografia
JEWETT Jr., J.W. & SERWAY, R.A. Física para cientistas e engenheiros. Volume 1, tradução da
8ª edição norte americana. Cengage Learning: São Paulo, 2011.
HALLIDAY, RESNICK, WALKER. Fundamentos de Física. Volume 1, 7ª edição. LTC: Rio de
Janeiro, 2006.
SEARS & ZEMANSKY e YOUG & FREEDMAN. Física – Mecânica. Volume 1, 12ª edição.
Pearson – Addison Wesley: São Paulo, 2009.
KNIGHT, R.D. Física uma abordagem estratégica. Volume 1, 2ª edição. Bookman: Porto Alegre,
2009.
Material de aulas do Professor Moacyr Marranghello, 2013.
ULBRA – Educação a Distância
130
8
Moacyr Marranghello
ESTUDO DA PRESSÃO
8.1 Introdução
No estudo da mecânica é conveniente classificar os corpos em sólidos e fluidos. Um
corpo é fluido quando pode fluir. Portanto, o termo fluido compreende líquidos
e gases. Pelo fato dos corpos sólidos possuírem tamanho e forma definidos, a
mecânica dos sólidos é a mecânica dos corpos rígidos, modificada pelas leis
da elasticidade para os corpos que não podem ser considerados perfeitamente
rígidos. Os fluidos, no entanto, não podem ser estudados dessa maneira, já que
sua forma se altera com facilidade. Evidentemente, há diferenças marcantes entre
gases e líquidos: os primeiros são facilmente compressíveis; os gases se expandem,
preenchendo completamente o vaso que os contém enquanto que os líquidos têm
volume definido. Não obstante, ao se discutir o comportamento mecânico dos
fluidos, utilizam-se somente as propriedades dos líquidos e gases que se relacionem
com sua capacidade de fluir. Assim sendo, as mesmas leis fundamentais controlam
o comportamento dinâmico e estático dos líquidos e dos gases.
A maneira das forças atuarem sobre sólidos difere daquela pela qual elas atuam
sobre fluidos. Num sólido, uma força pode ser aplicada num único ponto do corpo,
o qual reage à ação desta força. Os fluidos em equilíbrio só sofrem e reagem à ação
de forças através de superfícies. Além disso, nos fluidos em repouso, as direções
das forças que atuam sobre estes são normais (chamamos de força normal qualquer
força que atue perpendicularmente, ⇒ ⊥) em relação às superfícies através das quais
a ação se transmite. Tendo em vista que um fluido em repouso não reage à ação
de forças tangenciais, uma camada do fluido que receber tal ação simplesmente
deslizará sobre outra. É mais conveniente descrever as forças que agem sobre
132
fluidos por meio da pressão (p) que se define como a intensidade da força normal
ULBRA – Educação a Distância
F=P ∴ P=m.g
Equação 8.2
m
μ= ∴ m=μ.V
p
Equação 8.3
V = Abase . h ∴ V
A=
h
Equação 8.4
p=
F ∴ P ∴ p=
m⋅g ∴ p = m⋅g ∴ p=
m⋅g⋅h ∴ p=
m
⋅g⋅h ∴
p= V V
A A A V
h
p=μ.g.h
Equação 8.5 – Pressão hidrostática
Onde:
p = pressão
μ = densidade do fluido
g = aceleração gravitacional
h = altura da coluna do fluido
133
Cuidado: Esta experiência não é recomendada, pois devemos trabalhar com mercúrio
metálico líquido, que é um produto altamente cancerígeno e perigoso. Vamos apenas
descrevê-la para fazer uma análise dos resultados que encontraríamos.
Tubo de vidro
Tubo
com 1de
mvidro
de
com 1 m de Altura (h) da
comprimento Altura (h) da
comprimento coluna de mercúrio
e ∅ 1 cm coluna de
dentro do tubo
e ∅ 1 cm mercúrio dentro
do tubo
Vamos fazer uma comparação entre a experiência realizada por Torricelli, em 1643,
com o nível usado pelos pedreiros. As figuras 8.4 e 8.5 representam, respectivamente,
a parte inferior e superior da experiência de Torricelli, mostrada na figura 8.1.
Com este raciocínio, Torricelli conseguiu provar que o ar exerce pressão sobre
as coisas e, ao mesmo tempo, mostrou que é possível criar ambientes com nada
dentro, isto é, vácuo.
8.3.3 Pressão
ULBRA – Educação a Distância
F
p=
A
⎡ N ⎤ N
p = [Pa] ou p = ⎢ ⎥ ; 1 Pa = 1 2
⎣m2 ⎦ m
8.3.4 Empuxo
Um fluido em equilíbrio age sobre um corpo total ou parcialmente nele imerso com
uma força vertical, orientada de baixo para cima, chamada empuxo. O empuxo é a
resultante das forças de pressão que o fluido exerce sobre o corpo. A intensidade
do empuxo é igual ao peso do fluido que o corpo desloca.
V = Ab x h π × R2 × h 4 × π × R3
V= V=
3 3
p=μ.g.h
139
76 cmHg
Dois pontos situados no mesmo nível, dentro desses vasos comunicantes, estão
submetidos à mesma pressão.
F1 p2 =
F2
p1 = e
A1 A2
Como p1 = p2
141
F1 F
6) Uma mola de constante elástica 120 N/m, colocada entre dois pistões cilíndricos
horizontais, dentro dos quais existe um líquido, está comprimida em 5 cm.
Sabendo-se que os diâmetros dos pistões valem 10 cm e 6 m, calcule a pressão
suportada pelo líquido A dentro do pistão maior e pelo líquido B dentro do
pistão menor. p = 763,94 N/m² e p = 2 122,06 N/m²
A B
142
absoluta 0,8 g/cm3. Sabendo-se que a força que age sobre o fundo do recipiente
é de 160π N, calcule a altura do líquido no recipiente. h = 50 cm
9) Um grupo de náufragos está numa ilha onde eles acham um tambor vazio,
de massa 10 kg, com 40 cm de diâmetro e 80 cm de altura (dados obtidos a
partir da etiqueta metálica de identificação chumbada no fundo do tambor).
Decidem então, por sorteio, que um deles usará o tambor como balsa para ir
em busca de socorro. Sabe-se que com o peso do náufrago, metade do tambor
ficaria submersa. Determine a massa do náufrago.
m ≈ 49,26 kg
10) Uma pessoa de densidade 1,1 g/cm3 quando completamente submersa nas
águas de uma piscina, fica sujeita a um empuxo de 600 N. Determine:
a) A massa da pessoa: a) m= 66 kg
8.4 Exercícios
Gabarito
1. a; 2. c; 3. e; 4. d; 5.b.
8.5 Bibliografia
JEWETT Jr., J.W. & SERWAY, R.A. Física para cientistas e engenheiros. Volume 1, tradução da
8ª edição norte americana. Cengage Learning: São Paulo, 2011.
HALLIDAY, RESNICK, WALKER. Fundamentos de Física. Volume 1, 7ª edição. LTC: Rio de
Janeiro, 2006.
SEARS & ZEMANSKY e YOUG & FREEDMAN. Física – Mecânica. Volume 1, 12ª edição.
Pearson – Addison Wesley: São Paulo, 2009.
KNIGHT, R.D. Física uma abordagem estratégica. Volume 1, 2ª edição. Bookman: Porto Alegre,
2009.
Material de aulas do Professor Moacyr Marranghello, 2013.
9
Moacyr Marranghello
CINEMÁTICA I
Da mesma forma a trajetória (linha que indica as posições ocupadas pelo móvel
em cada instante) descrita pelo corpo depende do sistema de referência, como
indica a figura 9.1.
- 20 - 10 10
20
0 S (m)
30
Figura 9.2 – Posição de um objeto em uma trajetória
147
∆S = S2 – S1
Obs.:
a) Se ∆S > 0 teremos um deslocamento favorável à orientação da trajetória. Neste
caso chamamos este movimento de progressivo.
ΔS
v=
Δt
Equação 9.1 – Velocidade média
9.2.1 Equação do M. R. U.
ULBRA – Educação a Distância
∆S = S2 – S1 ou, genericamente, ∆S = S – So
∆t = t2 – t1 ou, genericamente, ∆t = t – to
ΔS S − So
Como ⇒ v= ∴ v=
Δt t − to
S − So
v=
t
S = S° + v⋅t
Equação 9.2 – Equação horária da posição para o movimento retilíneo uniforme
9.2.2 Gráficos do M. R. U.
Como a velocidade é constante, o gráfico da velocidade em função do tempo v =
f(t) é uma reta paralela ao eixo das abscissas,
como o indicado no esquema seguinte:
α
α
SSo°
Gráfico 9.2 – Posição em função do tempo para o
MRU – A inclinação da reta indica a velocidade do
móvel. 00 tt t (s)
t (s)
SS SS
SSo
°
SSo°
V >0
V>0
V<0
V<0
Gráfico 9.3 – Gráfico da S = f(t). Reta ascendente Gráfico 9.4 – Gráfico da S = f(t). Reta descendente
tg α > 0. Movimento Progressivo tg α < 0. Movimento Regressivo ou Retrógrado
Certo Errado
Figura 9.3 – Trilho visto de perfil
Inicialmente você deve escolher um dos lados do trilho para ser o seu marco zero.
A partir do marco zero, com auxílio da régua, divida o trilho em pedaços iguais de
20 cm cada um. Coloque o trilho sobre uma mesa inclinando-o levemente, como
indica a figura 9.4. Atenção para não inclinar nem de mais nem de menos, pois
isto poderá prejudicar as medidas.
Coloque a esfera metálica na parte superior do trilho, como indica a figura 9.4, e
apenas solte-a (atenção, cuidado para não empurrá-la!). Com a inclinação oferecida
ao trilho ela deverá rolar sobre o mesmo até o final. Primeiro deixe-as rolar até o
final para ter certeza que isto irá acontecer, caso não aconteça aumente um pouco
mais a inclinação. Com auxílio do cronômetro, meça, pelo menos cinco vezes, o tempo
gasto para a bolinha percorrer os primeiros 20 cm. Anote cada medida do tempo
no espaço indicado no quadro 9.1, no local correspondente. Repita o procedimento,
sempre partindo da posição inicial zero (no alto do trilho), para os outros espaços
sugerido no quadro 9.1, assim a bolinha percorrerá primeiro 20 cm, depois 40 cm
e assim sucessivamente.
151
Medidas
20 40 60 80 100 120 140 160 180 200
de tempo
Valor
Provável
Quadro 9.1 – Experiência para determinar a velocidade média de uma esfera descendo um trilho.
Aceleração é a grandeza física que dá uma ideia da rapidez com que um móvel varia
sua velocidade com o passar do tempo. Atenção, agora estamos falando em rapidez
da variação da velocidade.
Você deve sempre entender a aceleração como sendo a grandeza que “diz” para
a velocidade o que irá acontecer com ela (velocidade) no instante seguinte.
Matematicamente a aceleração é a razão entre a variação da velocidade (∆V) e
o intervalo de tempo (∆t) para que isso ocorra. A equação 9.3 é a expressão que
permite calcular o valor da aceleração de um móvel, mas você precisa encarar esta
simples expressão como um dos conceitos mais importantes dentro da física.
Δv
a=
Δt
Equação 9.3 – Definição de aceleração.
Tipos de movimento v a
9.4.3 Equações do M. R. U. V.
Estão lembrados que no MRU a posição ocupada por um móvel era diretamente
proporcional ao intervalo de tempo? Pois bem, agora, no MRUV é a velocidade
do móvel que está variando de maneira uniforme, logo, é a velocidade que
é proporcional ao intervalo de tempo. Assim como no MRU, a equação que
representava a posição em função do tempo era uma equação do primeiro grau,
agora, no MRUV, a equação que representa a velocidade do móvel em função
do intervalo de tempo, também será uma equação de primeiro grau. Compare a
equação 9.4 (v = f(t)) com a equação 9.2 (S = f(t)).
v = v° + a⋅t
para este movimento corresponde a uma equação do segundo grau, como mostra
ULBRA – Educação a Distância
a equação 9.5:
a
S = S° + V° ⋅ t + ⋅ t2
2
Equação 9.5 – Equação horária da posição para o MRUV.
9.4.4.1 a = f(t)
Os gráficos 9.6, mostram a aceleração de um móvel em função do tempo para
um movimento variado. Como a aceleração neste movimento é uma constante, o
gráfico será representado por uma reta paralela ao eixo das abscissas. A área (A)
do gráfico a = f(t) mostra a variação da velocidade que o móvel sofre durante o
movimento.
( 2) )
a (m/s ( 2) )
a (m/s
aa t (s)
t (s)
A
A
aa
t (s) a<0
a>0
9.4.4.2 v = f(t)
No movimento variado quem sofre modificação a cada instante de tempo é a
velocidade, logo, este movimento, ao ser representado por um gráfico V = f(t), será
descrito por uma reta inclinada à abscissa, como mostra o gráfico 9.7.
A área (A) deste gráfico indicará o espaço percorrido pelo móvel (∆S).
155
A = ∆S VV(m/s)
tg α = a VV
α
VVo °
t (s)
t (s)
t
t
Gráfico 9.7 – Gráfico da v = f(t).
9.4.4.3 S = f(t)
Os gráficos da posição em função do tempo em um movimento retilíneo
uniformemente variado serão representados por parábolas, pois o espaço
percorrido é proporcional ao quadrado do tempo decorrido. Isto acarreta uma
função de segundo grau, como mostram os gráficos 9.8.
SS (m)
(m) S
S (m)
(m) SS (m)
(m) SS(m)
(m)
tt(s)
(s)
t (s) t (s)
t (s) t (s)
t (s) t (s)
t (s)
aa >> 00 aa << 00
SS(m)
(m)
θθ
tg θ = Vinstantanea t (s)
lâmpadas fluorescentes, por exemplo, são tubos evacuados e que estão numa região
Podemos concluir também que, tanto na subida como na descida, um corpo estará
sujeito a uma aceleração denominada aceleração gravitacional, normalmente
simbolizada pela letra g.
9 direção: vertical;
Obs.:
Em um lançamento vertical para cima, quando o corpo atinge o ponto mais alto
de sua trajetória, onde ocorre a inversão no sentido do movimento, sua velocidade
instantânea é nula (V = 0).
V = V° + g ⋅ t
ULBRA – Educação a Distância
g
y = y° + v° ⋅ t + ⋅ t2
2
Equação 9.8 – Equação horária da posição para o MQL.
v2 = v°2 +2 ⋅ g ⋅ ∆y
Equação 9.9 – Equação de Torricelli para o MQL.
y (m)
Guarde bem alguns valores dos resultados desta atividade, pois, com eles, a
resolução de muitos problemas poderá ser simplificada.
A d B 2d C
c) A aceleração; a = – 2 m/s²
9.6 Exercícios
1. Em 10 min, certo móvel percorre 12 km. Nos 15 min seguintes, o mesmo móvel
percorre 20 km e nos 5 min que se seguem percorre 4 km. Sua velocidade média
em m/s, supondo constante o sentido do movimento, é:
a) 10 m/s
b) 12 m/s
c) 17 m/s
d) 18 m/s
e) 20 m/s
161
Gabarito
1. e; 2. d; 3. c; 4. b; 5. a.
9.7 Bibliografia
JEWETT Jr., J.W. & SERWAY, R.A. Física para cientistas e engenheiros. Volume 1, tradução da
8ª edição norte americana. Cengage Learning: São Paulo, 2011.
HALLIDAY, RESNICK, WALKER. Fundamentos de Física. Volume 1, 7ª edição. LTC: Rio de
Janeiro, 2006.
SEARS & ZEMANSKY e YOUG & FREEDMAN. Física – Mecânica. Volume 1, 12ª edição.
Pearson – Addison Wesley: São Paulo, 2009.
KNIGHT, R.D. Física uma abordagem estratégica. Volume 1, 2ª edição. Bookman: Porto Alegre,
2009.
Material de aulas do Professor Moacyr Marranghello, 2013.
10
Moacyr Marranghello
CINEMÁTICA II
r
→
vb
Vb r
→
vr
Vr
r r
vb vr
θ r
vc
Figura 10.2 – Relação trigonométrica para decomposição da velocidade.
2 2 2
vr = vb + vc
Equação 10.2 – Teorema de Pitágoras (equação reduzida) O quadrado da hipotenusa
é igual à soma dos quadrados dos catetos.
x = x° + v ⋅ t
Equação 10.3 – Equação horária da posição para o MUV – movimento horizontal.
v = v° + a ⋅ t
Equação 10.4 – Equação horária da velocidade para o MRUV – movimento vertical.
v2 = v°2 + 2 ⋅ a ⋅ ∆s
Equação 10.5 – Equação horária da posição para o MRUV – movimento vertical.
2
ULBRA – Educação a Distância
vo
R = ⋅ sen 2 θ
g
Equação 10.7 – Equação de Galileu para o alcance máximo.
Vy
sen θ = ∴ Vy = V° . sen θ
V°
Equação 10.9
167
Sx = Vx . t = V° . cos θ . t
Vy = Voy + g . t
Vy = g . t
g . t2
y = yo + Voy . t +
2
como voy = 0, então:
g . t2
y = yo +
2
10.4.1 Período
Período de um movimento repetitivo é o menor intervalo de tempo necessário
para a repetição de um dado fenômeno físico, como mostrado na equação 10.10.
O período será representado por τ e vamos medi-la em unidades de tempo: no
SI, o segundo (s).
intervalo de tempo ∆t
τ= =
uma volta N
Equação 10.10 – período para o MCU.
168
10.4.2 Frequência
ULBRA – Educação a Distância
ΔS
φ
0 R So
360o = 2π rad
ΔS = Φ ⋅R
Equação 10.13 – espaço percorrido para o MCU.
∆Φ Φ2 – Φ1
ω= =
∆t t2 — t1
Equação 10.14 – velocidade angular média para o MCU.
Φ = Φo + ω⋅ t
Equação 10.15 – equação horária da velocidade para o MCU.
Quando um móvel realiza uma volta completa em uma trajetória circular com
MCU, a trajetória corresponde ao comprimento de uma circunferência (equação
10.16). Relacionando a equação 10.16 com a equação 10.13, chegamos em uma nova
relação matemática (equação 10.17).
∆S = 2 . π . R
Equação 10.16 – comprimento da circunferência.
∆Φ = 2 . π
Equação 10.17 – ângulo percorrido em uma volta completa expresso em rad.
170
2⋅π
ω =
τ
Equação 10.18 – relação entre velocidade angular e período.
ω = 2⋅π⋅f
Equação 10.19 – relação entre velocidade angular e frequência.
v = ω⋅R
Equação 10.20 – relação entre velocidade linear e velocidade angular.
A frase acima estaria correta se, no final da mesma, tivéssemos escrito que “o módulo
da velocidade é constante”. Acontece que a velocidade é uma grandeza vetorial, isto
é, necessariamente precisamos considerar direção e sentido da velocidade. Já que a
trajetória percorrida por um objeto em MCU é circular, a cada instante a velocidade
está mudando (não o módulo, mas sua direção e seu sentido), correto? Logo, já que há
mudança de velocidade necessariamente também há aceleração. É esta aceleração que
vai provocar mudanças na direção e no sentido da velocidade e não no seu módulo.
Para que a trajetória consiga
vlinear ser circular, o vetor aceleração
deve ser perpendicular ao
o
90 vetor velocidade, como
vlinear 90o mostra a figura 10.5. Esta
acentrípeta acentrípeta
aceleração recebe o nome de
o vlinear aceleração centrípeta (ac).
90
acentrípeta
CUIDADO: é comum você ouvir falar em aceleração centrífuga. Atenção: Não existe!
Um movimento circular pode não ser uniforme. Neste caso a velocidade linear
do objeto não terá módulo constante, isto é, ela mudará a cada instante. Para que
isto seja possível é necessário que apareça uma nova aceleração, conhecida como
aceleração tangencial (aceleração tangente à trajetória, na mesma direção da
velocidade). Assim podemos resumir as acelerações em um movimento circular
como mostram os quadros 10.1 e 10.2.
r
Aceleração centrípeta ( a c ) é a que altera a direção do vetor velocidade.
v2 a c = ω2 ⋅ R
ac =
R
⇒ módulo Equação 10.21 Equação 10.22
r
ac v = velocidade escalar; R = raio de curvatura da trajetória; ω =
velocidade angular
r
Aceleração tangencial ( a t ) é a que altera o módulo do vetor velocidade.
6. Uma máquina possui uma roda dentada de raio R = 20 cm, que gira com
10.5 Exercícios
1. A figura representa um projétil que é lançado do ponto A, segundo um ângulo
de 30o com a horizontal, com uma velocidade vo = 100 m/s, e atinge o ponto D.
Sabendo que AB = 152,6 m, BC = 55 m, determine o tempo, em segundos, que
o projétil levou para atingir o ponto D. (|g| = 10 m/s2)
a) 11,0
b) 12,6 vo
c) 16,2 30o
A B
d) 25,3
C D
e) 37,8
menor que R2, interligadas por meio de uma correia inextensível. Com relação
a esse sistema, pode-se afirmar:
a) As velocidades angulares 2
são iguais; 1
c) A frequência da polia 1 é
menor que o da polia 2;
b) 4 X
c) 9 Y
d) 16
e) 144
Gabarito
1. a; 2. b; 3. b; 4. d; 5. c.
10.6 Bibliografia
JEWETT Jr., J.W. & SERWAY, R.A. Física para cientistas e engenheiros. Volume 1, tradução da
8ª edição norte americana. Cengage Learning: São Paulo, 2011.
175
176