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I ~
~&tá
nw.lor- comnreensão. esclarecemos que o ensino, 111\
o.2rlm distribuído:
i
I
I
I
I-da.de$
:1 Il. 6!i.D00 - Ensine pré-escotar ,i
6 " 11 &nO!! -- Ensino elemental' - 5 anos ,
ii curso Preparatório (! ano) I
I
! curso Elementar (l~ e 2" séries)
I
J
I
seções Cláss'J'...as
seções Modernas I
seções Modernas TI
Ii
:,
i 15 11.13 anos --
8~ Prátícas
Enslno do zç ('Íclo - :9 anos
I lonio
0iWk>
18 Ensino superior ~
I l.nDS •.•• --
I
lização da cscolarização e, em particular, da escolarização obii='
~~6ria "única" é apenas sempre, h~!~z:i~liIllente, a genoaliZl1fãi?
ãõ processo de divisão mesmo. Basta levar a sério as confilbw-
ções da prática escolar, p~r suas raízes, (de classe) e per-
ceber sua necessidade, para fazer voarem em explosões as apa-
rências institucionais. :
J 96
\
repr~ntftÇlXJ c a suas práticas), C..Q '~f.a/~!r~~~1r
\ ~.c .{1~~ ~ idepl0i!a profcUirill, - em tôdi ~
I
\ eles W5lClll --, sua servidão li ideologia burguesa sob um dis-
I ra.rce~'
D
que, para os burgueses, a ideologia
não é nunca burguesa: é O "saber", a "verdade", 8 "cultura" o
"gosto", et(,), Esta forma Cx lícita de inculca ão é a mais vi'sí-
vel; 6 também 11 ue ais fr~temente contestada, Na ver-
ade e a a:.--ea para a crítica e a &smistificaçiW:T1w.nerosos
t~xtoS sxistcn que se dedicam a este empreendimento.
Neste ~,i\el, o fato principal é que-ª.\ideologia burgu~não
pode ser jgculcada em todos a não ser sob duas jorlTUlS opos~
características de cada rede de escQlarizaçioe que são, no en-
tanto, todas duas integralmente formas da ideologia burguesa,
Foi O que esrudamos em alguns exemplos mostrando como se
deve distinguir a "cultura' ideol ' 'a da red~[)'
ss. das formas rias da rede P ue são a s seus ~, I
97
~l,@ &i1Fhe:!hn cada um aja &cgundo as necessidades do tra-
~ 00 ~to e da polltica burguesa e se os r.i<J)resentecomo
~
No e.ntwltO a crític.'l ou ti desmistificação, se ela perma-
---
nece neste nível, é na maioria das vezes superficial ou equívoca .
.E que, procedendo apenas !l.J2..artir dos temas ideológicos ab::r-:...
tarr..entc mc:vJcados ,peia burguesia, de ill8n}ira con~icnlc, ela
...
~
~
. can, "cont~tória"~ pode somente mostrar que se trata de re-
-----
poQg: senão fazer cOIDJi.lll':.iâta consciência se tome "criti-
~~~:i~!~~:~~it~~Z~6~~ã~~~6P~~~;~i;
(JC;:~~·-~·";·~;;·~orn:las;ígid:~:-;~;s;;:--t: expressar ;; riâo ~('f '",,;1'
reúdos integralmente conformes cOU! a iJco!0f. ..l hirguc~;l. C\;
outros eram reduzidos ao silêncio.
As práticas escolares e seu ritual são, portamo, um 3Sp';Cl.0
essencial do processo de inc!!lca~ló~~t\eres, discipu:-
-;a, J2unições e...le{:ompemas; por trás de sua .:~!~~.~e Tünç&5"
educativa
~ e -
técnica,
- asseguram a função esseoc!"ãC- mas
_-------_
---- .. _-_ •..
ta, de realizar na escola a Ideologia burguesa e de aí sujeitar
__
-~nc'ob~::-
.. .
.t92~~~~1.JD§1.0~~.LP.9!
isso ~~~P.c~~i~~f~~~~:~
neira a produ!(ão, o direito, o Estado bur~ês. O fato de cue J
~sêõla primária devewbn1et-;r-íôdo mu.~do àS"praticas da idc-o.
logia burguesa, tanto os filhos de exploradores t;'.!.aDtoos filha;
de explorados, isto é, o fato de que ela deve submeter uns a seu
lugar de exploradores e os outros a seus postos de explorados
determina a natureza específica das práticas escolares em vicor
no primário. A coexistência difícil de duas redC5 opost.as 'no
interior da mesma instituição dá à ideologia inculcada um as-
---, o de com romisso. Os valores da burguesJ-;; são sempl';-
'apresentados através de intermediários: é a poupança e o bene-
fício que representam o lucro, é a família pequcn(}-burgue~ c
seu honesto bem-estar que representam a família burguesa, s~
os autores populistas (Richepin, Paul Arrêne, Jean Icard, Tbeu-
ríet, Verhaeren, ete.) que representam a grande literatura G ,/"
\
pcquen.o-barp& é ao mesmo tempo o herói c o porta-voz da
csaXa ptImtriJ,. Cada um 6. como ele, convidado a manter seu
lÚvel e a tazer da necessidade virtude. 1:.dessa forma que a
\J~
T1;t
ideologia burguesa se faz povo e fllbrica õpovo de que tem no- '. '
cessidade.
I ,
ããlcl:éologia burguesa.
- Eis porque o acesso de inculcação tem com c
/'-->- "sine qua non" o recalcam~n(o. a " - e o disf'qrCt! da i
logia pro e na.
I
I
Não é simplesmente porque ela não permite a todos os
filhos de operários adquirir 1\ cultura bur esa em todo o seu
esplendor que esco a nmana é urna escola de c asse mas
i
I também, e sobretudo, porque ela se es orça para proibir os
filhos de operários de adquirirem, organizarem e formularem a
ideologia de que o proletário tem necessidade. Os dois aspectos
são indissociáveis. O êxito do recalcamento ..e.-da,~ujeição COD-
~iQnª o da inCIJlca~ão, S pÜr~~te csmâgãmentogue a'ideoJogiâ '"
100
I
ratura, conduw ... ) que possam contribuir para o desenvolvi-
mente da Ideologia proletáriA são sistematicamente, como vimos,
recalcados. Quando estes elementos reaparecem, no entanto, é
sob uma forma disfarçada.
s
o funcionamento de t
ando se menciona as...!elaCÕes de classe.. é num contexto que
as faz perder todo sentido: "o pessegueiro e o abacateiro, o
lanche e o jAntar, o açougueiro o o tripeiro, o sapatciro e o
ramanqueiro, o colono e o proprietário, o operário e o patrão."
("Mhh0d8 Bosdaer", Cours préparatoire, p. 46.) Quando a es-
cola primária valOriza o trabalho manul!!., é sob uma forma
arcaica, artesanal e vagamente estética: a cerâmica, li m 55a
para modelar, a eestaria, a tecelagem a mão. Na his(oria a
~e operária jamais aparece: a Comuns é simpl 1-
,.
I (2i Este. a.nill!e resume uma monoeraría de psicolOgia social rea-
tl.rada llIl F'GcUlté da Lettres eU Tours sobre um manual de
~ lústórla de escola prlmArlt. de eM 1 tr abalho eretusco por Q.
r
I
Meurant e A. Glntrand.
101 ~
i.,: '".'"
~~~ ~aCclmis - tais sE'OOS d01S aspectos., principais e simultâ-
~>S. do(Tunclonamcnto do Ili'ardho e.!>Colar"]
.M..u,. ~$e dizer, o a elho escoler tran ite tamb m
., _~_ ,c1.lnen a unçiÕ-iliõ"ie -ré(fuz
c :i0.
'f
J mcuk:ação ~ as m:rtemáricas, n fisica, li teÇ-
OglC8:
...@!ogil!t mão ~ não iJ.sioologiri. t assim que a representação
corrente apresenta a eSCúla como.alugar de urna aprtndizagem,
lÚirm..;moo OU subentendendo que esta ,aprendizagem é de conhe-
cimentos teóricos ou práticos, socialmente produtivos, de téCl1i-
003, de saberes mais ou menos complexos., mais ou menos de-
.~yidos- <Na, se é possível compreender que técnIcas ou
~ m.!itemtis .~ ser ''utilizados'' no quadro de rela-
~ ~ dI.I oxp!o~ e a seu s.e.M.Ç.O. parece à pri.rr.cira
vbIt& ~ coosiderar todo o saber material, neste sentido,
como mn discurso ideológico. Eis POfquê;"'aõ'-lado de críticas
''e'6qtiêiifu~d'aesCõiB:''qUe se esforçam por "derrubar" sim-
plesmente as teses da ideologia dominante afirmando que '13
escola não se aprende na verdade nenhum saber, vêem-se também
posições de compromissos, ecléticas, reformistas, que reconhe-
cem a função ideológica de classe da escola sob a condição de
tazer colocar também ao lado sua função de cultura de saber,
de aprendizagem técnica. etc. Esta~cura da dlst~ (o que
=> é incu!cação ideológica? o que é saber verdadeiro?) pode ir
até: o detalhe dos programas, das disciplinas, dos manuais, ou
antes, ela 56 vai ao detalhe, sem analisar o mecanismo de con-
[unro.
B claro que a fonte dessa dificuldade é lima posição meta-
física do problema: ou tal conteúdo de ensino é ideológico, ou
ele não o é, em outras palavras. não se o encontra mais.
Não pretendemos aqui tratar desse problema; limitar-nos-
emos a indicar três pontos, a título de pontos de referência.
Q f:. evidente que () ap::trclho escoJJr contribui para a
reprodução da qudidade da força de, trabalho, mesmo se esta
- última não recebeu verdadeira qualificação, mesmo que ela de-
\'3 formar-se realmente ou nas escolas de aprendizagem das
empresas, ou no próprio trabalho. Essa contribuição à reprodu-
ção da qualidade da força de trabalho consiste na transmissão
~ ~aberes e de regras de conduta (e em particular os mais
funãamentais como ler, escrever, contar e em seguida outros que
entrarão nas qualidades "profissionais" do trabalhador ou do
técniro). todos esses saberes e regras contendo lJúdcu~ J-:
objetividade e uma destinllção produtiva, mesmo se este c{.m~~z~
..
do é inromplcto e coarreditôno.
~ claro wnbém que o apartlho e...rolard~ routr"~
dos propriam.E1te cimúflCOS aos alunos d~_l!~~ ~. Sê isso
õão ocorresse, o processo êléescõlaro.ação não poderia con.r-
buir, à sua maneira, para a reprodução das condições materiais
da prodUção: porque a produção social é ela pr6priti uma u-ar;~
forIIll!Çáo material da natureza; ela supõe, pois, o ron~~:!.:_
-7 .JõDbiivo sob foI1ll.l1S históricas diversas.
G) No entanto, essa necessidade não impedt. ao cantrlil-
rio. que todas as' práticas escolares sejam prátic.-:~ de m.~.
Ção ideológica e que seja este aspecto dominante que Cü1l1ande
o funcionamento do aparelho escolar tal como o rC<..-unhecemili,
Na verdade, toda prática de inculcaçâo ideológica, por mais sim-
ples que seja, ,:;upõe ela própria "regras", "técnic;as" aprQpCa~
das e sua aprendizagem. ~o_próP!Í0 ..<!~prtitic.\ escolar ~
j~a~~E~~_~~!r.~~ar _~a a diferença entre os "conr ,t'J,J,:,,~
g!,!.Lt~Ul.~ v.éllQ!:...de~~.::_~~nto, uma dcstinaçào prociuu. a,
e aq~L~_ que só têm uma função jdeológica, porque todos ,'-o
-~~teúdos d~j~li~ªo sãoensinados exatamente da mesma
"iii!iiª!~fÊ!!!I!__~gr~ _~~co[qrt;!.Não há nenhuma diferença
prática entre o aprendizado do "francês correto" e da aritme-
tica correta, nem entre o aprendizado da retórica literária e filo-
sófica onde se realiza li ideologia burguesa da consciência indi- \
vidual, e o aprendizado da lógica, implícita ou explícita, d0S
raciocín.ios matemáticos, Isto se deve simplesmente li que o \3-
lor de conhecimento de uma regra não se manifesta, nào ~
realmente a não ser no seu uso prô(jujJvo, ou seja, na sua apli- \
eãÇão à produção material, ou na pesquisa de nO\O$ conheci-
mentos. Ora, este uso t, necessaliamente, por inteirtl ausente Ó
escola e das práticas escolares; os conhecimentos ~Ó são utili.l..a-::- \
dõSã1üõ quadro de problemas Iicrícios, fabricados no interior
da própria prática escolar e tendo em vista seus objetivos: dar \
notas, classificar, sancionar os indivíduos. Para este fim 0.'):1-
tribuem da mesma maneira o fato de saber escrever segundo os
padrões da ideologia inculcados pela escola, ou de saber sua \
história e instrução cívica, ou de saber seu curso de física ou
de matemática.
103 \
,..,
..,:~.~IJ. )··i) t ...:~}.~
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"\F15';'t~
"{" . :>,L,~.,\ :,~~~.~.:
,,:(~' ,desse estado de falo reside evidentemente na s.t
-,-- "'>M~.l..nstituciotul. !l~I,clU ,cas
"-",>.~",,,),.~g,~~ ,P_~-~!~~
.. jml~
,qua1.~~C8S e!CObu'es nem escola IlQ.,.
sentido em guo conhecemos, Eis porque é preciso, para ver ela-
famcnto, tíW!t li história da separação escolar e analisar seu
papel DO coojunto das relações sociais da sociedade atual. Mas
,n~; ,U'atamOI aqui das ron.seqühu:Ws da separação no funcio-
n~da escola • .Panindo desse ponto de' vista, seria tão no-
civo aegarque à escol. deva apoiar suas práticas de incu.k:ação
ideológiên sobre conhecimentos e saberes em parte reais, quanto
negar que a ineukaç!o ideológica seja em toda parte o aspecto
oommm~. '
(2)' . Essa !epan1Ç5D material das práticas escolares e das
práticas produtivas em geral é um dos dei tos da divisão do
trabalho manual e do trabalho intelectual. Essa divisão imprime
-sua marca nas formas nas quars se apresenta o saber nas socie-
dades burguesas: a divrsáo entre a teoria e a prática. Em outras
palavras, não basta recorrer ao fato da separação escolar para
deduzir dele as formas das práticas escolares, E preciso saber
que as formas dessas práticas são definidas, através da separa-
ção escolar ,pela ideologia burguesa do conhecimento, do saber
e mesmo da cíêscia. Essa ideologia, é caracterizada por uma
separação entre a teoria e a prática. Ela mergulha suas raizes
na separação do trabalho manual e intelectual. A revolução cul- ,
','
tu ral chinesa tem muito a nos ensinar sobre essas questôes.'!"
(3) 1')dos Aqueles Que se Interessam pel& questão "da escola" terão
interesse em ler e meditar sobre os textos marrlstas mais jus-
!DI e nau fecundos a este respeito: O!! de (MA<> Tsé-tung) De Ia
controdtctíon, tie Ia juste sol1ition d~ contradúticms ali lein du
pett"zl.
críaee e WM de "rendimento frnoo",·'fm.c~ ~:
1'~~kJad~ dial'l~ da escola"; ma.'>nio se pOOerla, '
cor I) l:upr da ~ls lut& de cl em '&dmitir o
~~--~~~~~~~~--
de qlll:: lJ escola tem nesta luta li missão de impedir: o de
vimt;nto da ideologia do proletariado, li luta revolucionária, em
suma, li revolução e a diladura do proletariado.
---
A cootradição
- -
----
teiro. O que ocorre, aliás, no aparelho escolarnão
retarnente descrito e explicado se 0$
pode ser
. CQf-
106
das t que de".: ieT compreendido refe.''indo-~ lA esl<l ausência.
Ora, como já mostram0. é na escola primÃri& que eM.a su~
CW w prodU%.
. A dcfin..'ção qu'!l dem05. progressivamente ~"'\fiPia.reIbõ
~a!1 UYIidad~ COnlrodirória de duas redes de gf:1l1r.r:;'c,ção..l só
possível pela utilização da {COíla marxista e de seus concci-
tos principais. Parece-nos agora necessário rero k.JCnI, de uma
forma reunida, esta análise do aparelho escolar no quadro ilii
teOria da luta de classes. Trilta-se para nóS de fazer o balanço,
isto é; Situar estes primeiros resultados sobre o aparelho escolar
em n:bçio às squislções teóricas do marxismo que os tornaram
possíveis. ao mesmo tempo mostrando o caminho que falta ~r~·
correr para produzir conhecimentos mais completos.
Essa última parte- não se apresenta de' forma alguma Gomo
uma generalização dos resultados obtidos, menos ainda como
uma ícrmalízação abstrata e geral destes mesmos resultados, Trs-
ra-.« antes de apresentar ao leitor, sob forma de t'SVOÇ"0. () CC"i-
texto teórico em que se situa nossa analise c!,] Jp:Hdtw l'~cobr
e colocar as bases de uma COD:iflU:lÇ~1 dcsrc . ··~.!.t'~ilh(',
Pôr em prática li teoria marxista a propósito da escola su-
põe - é o mínimo - que se coloque em relação ;] an3hc do
_":7 aparelho escolar e a est•• 1lrura de classes de toda li 50<::icd.adc.
'Mas se isto é uma condição necessária, não é uma condição su-
ficiente. Lenine insistiu sobre iS50: o conceito de classe e mesmo
o conceito de luta de classes, enquanto não são precisados de
outra forma, são aceitáveis pela burguesia.
A escola primária, como dissemos, OCUp3 um lugar CClltD,al
no aparelho escolar uma vez que ela realiza nela mesma e desde
seu começo as duas redes de cscolarízação. A escola primária
divide e ela o faz rara toda vida. , .
~ Deve-se dizer ue a escola é por este fato ao mesmo temr~')
o . iSfTUment e < da...d.iris- iedade em classes?-
tY'i eo ementc não, !:Ia medida em que as clas~cs sociais pr~-
existem à esco~ o filbo do operário que tem 70 oportunidades
em 100 de sair operário é filho de operário antes mesmo de
~trar na escola,
Desta constatsção trivi
ia divisl\o a qua es se faz I strumento devia ser p i •
107
,---- -
il ----) atltros DO
r-;
(4) Cf. a dertnlçio errônea de Mal[ Weber di!. classe aodn.l como
~b1lldade tfplea de acesso a eertos bt!nS ou a certo! pc!(lerea, ,O
109 r
I :.-. .:-.!
'~(~1~~rfi
.::~.'{~~-;.n
,:~;~{~ ~.adOOc:i8 nXi intr.rior do apa.rclho ~Iii '
I
-'4_\~ ~to&, tl<2 mesma rol'lll5 que'. õ in1'er
~ O lbo esccllír e o eparelho. '. .
~ ~t::mt'Jltos ye.-ptfucs quefazem colõCãro ~
~_ tenaos impossíveis. O professor pode IU.'USar as c:::ti-~,
I g&leas 00 secundário; o profes:i.Or de ginásio justifica a elimi- '
~_ maus ekIDentcs pela insuficiência de base sdquinda
no ~ . .AssWl tambérn ,~ escola primária pode acusar ~
famfAim\ as ~ podem remeter à escola primária. AJ.expli-
~ ~vas dos socióíogos ou dos psicólogos escolares
são apmu"~~o!ação deses "raciocínios deslocados','.
O' desta.s "expli~" é ~ abri rem no nível das
ins;i_~Cll ~e uecerem ' o que as determina em últi-
E;_~_-~~_~L:_ relações SOCI __ 00 porque se
há duas redes. das famílias pro'i! S ou desprovidas no que diz
respeito à3 redes, erc., é porque é preciso _q.u.e...haja operários.i..
___ 9P-italj~..:...Q.gll:~_~_~_~e~ina_~~l~ltura,~~_ aparelho escolar,
-7 ~~ dif~ITli1es__ClliSos.iilii.L!i~.u:lis são are na~ i.n<:[ci05, é,
ellJ:.~l?_~_~~C~ 3 div!~ão dE sociedade em classes, .
A partir daí, explicar o funcionamento de conjunto do
aparelho escolar e o lugar da escola primária 00 interior deste
-'::f aparelho vem 11 ser definir a função do aparelho escolar Da re-
produção <ias re1a~es sociais de produção,
- Convém ainda definir de maneira justa estas relações e ter
uma idéV: clara de como elas se reproduzem.
~defme as relações sociais de produção como a ~
, j~.!o sociãlôãsjQrças prodwivas, Isto é, a IlJaneira pela qual
os instrumentos de trabalho, os objetos sobre os quais se exerce-
õ trabãlho e o próprio trabalho produtiVO se lepartem socÚilmen?
i
I
te entre os diversos agentes da produção. Marx demonstra que
·õ~ é essencial nesta repaJtiçáõSõCiãi' é a, re ação de proprie-
I ~ E assim que as relaçÕes sociais da produção capi SUl
I ~~m pela se~Ofão, do j?õ;ltõ
de vista da propriedade,
i entre .9...Jrab.alho...p1'.QQutivo ~.Q?_J!1,~Josde produção. O o .--Et
a e dos meiÕS'd!:.
I
~r.9.9uç.i.9.l~ uais eles se a ro ri aram , ,
As re.~ ~. iais e r ução capitalist 'são, is, mar-
, 1"
.i " \1
fi classe caPI-
uill~Ui ue d' '.,.. a ried.:t~ e \) contra}!' ~
de produ~~asse
1. S ~qL'-C cada mdiv~
obrigado, para .' .~ uma Im:J..:.adcr .•.• ~
força de trabãlllo. a única meiciídoria que ore possuí, s.epg~
como está dos meios de produção, -
As classes são an nistas uma vez
duçâo só pode S~ rcalízar pda e..tploraç~.9_ 'a classe o..2Crnno'l ::-\;_.~
classe ca~laliga. defmc Ia ex.torsão de uma ;U.s-',lL...:!
!!l
\
moamo ptdodo, cerca de 73 % dos filt.os de assalariados agrico-
'~ 33 ~ .dai .filbos do agricultol'C$, .w% doa filhos de artcsios
c oomen:Iinntt:I. 36% dos filhos de emprepdos e de quadros
~06 tamrAm-.se operários.
Em outras palavras, no momento em que a classe operária
se via diminnK\a em 600. 000 filhos de operários, ela era au-
montada em 1.200.000 filhos de outras categorias sociais.
, Seus flfctivos;aumcntam DO total de seiscentos mil indivíduos,
'C'$e a~ õí#@ã \te reproduz pois, na ~uamaior parte. !.....
~'ddà D!Ima (7Oiõ de filhos de opeoUlos pe.rmancceram
opeJ:átios) $. -se reprodi:Ez também, em wmde parte, a partir
de OD.tros elementos. O essencial sendo que ela se reproduza
enquanto classe operária e que, afinal de contas, quaisquer que
sejam os trajetos ascensionais ou deseensionais de tal ou qual
indivíduo, haja ainda uma classe operária.
Com~de-se nestas condições que 0\ problema (lã re-
proa]çao 4ie1acoes Sõciãis de pto<1uc@ deva ser colocado na
I sua totalidade e não de maneira separada, seja a partir de cada
'I classe (ao modo da casta), seja a partir de cada indivíduo, como
faria acreditar a sociologia empírica, que s6 pode apreender a
112
~ c;pt.lãsmo à aicta du circulação. Aí, ainda, li reprodução
da àJm,c operária I partir de outros elementos t;:m sua oógenl
D!D ~v.otvimento ==mo da produção C41pitaligA: a uricuJtu-
ra SIC industrializa t Q comércio se c.elli,Ui..!k.~ cadA vez m.8i~: a
de uma uande loja esui hoje mais próxima
~
operário
~D
du-:eQ\~
__
da vendcdora de h.i vinte anos. ~
sua própna fonte na esfera
de um
da produção:
li uaosf.ormaç'ªº-Iik.~s-vaIU em capital, condi\ào da repro-
·~.~t."~J.~~~.~.I!t?P.r.~_capit.al, tem cVJdcnt.ctne'ilte sua~_otc
9_~YiliIb....~· na ex lar da classe operária.
Permanece Que o aparelho esoolar contribui tambtm COII/
}~~{U>.~8 re r as relaçQ~ SOCiaiS de prodUÇão na me- -
~mq~e:
Ci) contribui para a formação da força de trabalho;
(j) contribui para a inculcaçâo da ideologia burguesa.
G
A Iormeção da íorça de trabalho se efetua nas Iormas ••
mas da inculcaçâo da ideologia burguesa: ponanto, por um
so c mesmo mecanismo, o \'@eçaOlSIDO das práLicas escolareD .
Como a reprodução das relações de produção é asse rada,
no que lhe concerne, no aparelho escolar? Pelos c cltos de seu
o
mecanismo único, que-produz:
em classes; IV
\
113
2. contribuindo ilJrl mautcr, isto é, para impor as condi-
çôes~gic'l.5 das relações de dominação e de submissão entre
as dtuls clQ5Se5 entagomstas, relações conformes C.{'"D 1\ luta de
classes capitalista,
Destes efeitos há um
lÓgica) Os outros apar<.:lh1l5 ideológicos (partidos urgucses, te-
~
-_._(
-
levisão, publicidade,
simultaneamente
exército, igreja ... ), cuja ação so exerce seja
seja posteriormente,
rimãril!l'naHzad8...J2Ç1.cLap.ar.clhiL~O ar..
só podem executar sua
, flillçoo de domina-7o íeol~ê&sõSre-nl:illse(fa-TriCuTcação
apare no escolar J
U
O(itpa-~- um lugar privilegiado na superestrutura do modo
de produção capitalista, pois ele é, de todos os aparelhos ideoló-
gicos, o único li inculcar a ideologia dominante sobre a base da
formação da força de trabalho.
Vê-se então o princípio gera! de uma análise marxista do
ap:.lrcUio'Cscolar; trata-se de estudar.!! lugar que ocupa o apa-
relho escolar .lW reprodução da'; . :~~õcs sociais de produção.
Esse ponto e vista e
absolutamente r<sencial, não para iuter-
prctar, num jargão marxista, 0'0 ratos escolares - que seriam,
aliás, bem conhecidos _o, mas para colocar em evidência os
fatos em questão, para saber o que se passa na escola, mesmo
que seja através dos indícios deformados que os ideóicgos bur-
gueses produzem. E isto que ~c pode mostrar mais claramente
perguntando-se como scola .ontribui ara a reprodução da~k
Jorça de trab o.
''O
_
SIt8
[[]SUPÕC a lSeparaçao da-
~~~~~º-~~rr~10~d~O~(~lC~P~ro~d~lJ~Ç~ã~0~ca~,~p~i~ta~1
ao. Deve-se comprecn-
lru'
f:
r.;Y" ,.f' ~~J?~oduçao. Quando a ferramenta é o prolongamento do braço,
cY _ y-.P b ~0 quando o manejo da ferramenta exige uma adaptação recíproca
<: .,..-::> '-7 .,
c»: dOS instrumentos e da força de trabalho (o que se chama em
C.... J,Y M lodos os seus sentidos a proiissão), é pua a força de trabalho
~'~Y ~j9_' ~~ a~~U~Là~.~&i~~~ do_~~~iS~lO._ l'
~.
pro_ISS!Ona.: . A. P. • do horticultor: rede secundãrio-supcrior.
ginásios agrícolas; Agri.; Agro. U). ~A escolarização gcncraliD]
como b se e~seDei~!_dª fonnaçã~ prQ~jssjQn~l ~o produtor
Ü
imediato, tem por condlçao a separaçao socIal e lecnlca da força
de-trabalho e dos meios de produção. Essa separação. implican-
I) na fãbnca em sua rcuniao forçada e contraditória, explica
também os limites dessa formação: tudo que concerne ao co-
nhecimento do conjunto do processo de produção é: não apenas
inútil mas nocivo ao "bom andamento das empresas". quer di-
zer, claramente, à reprodução das relações sociais de produção
Tt.tdc:sso será estritamente recalcado na escola (rede ·primário.
orofissional), Mas essa separação implica igualmente, por outro
lado, a reunião do saber técnico e do poder de exploração (qua-
dros, patrão, P. -D.G.**tl), A divisão da escola, do aparelho
7-\ Certlflcada de ApUdno Pro!1ss1o.11AL (N. T.l.
("O) Assim abreviados no orlglnal. (N. &I.).
("') A sigla, sem expllcit&ção no ortgtna 1. de15i,gna - do mesmo
modo que ·pn:Jfesscr", "engenl.eíro", "c{)ml!;~~rtiJ de policia",
e\.C. - uma categoría técnica. (N. Ect.\.
escolar, 'W dUa5 redes e somente em duas é, pois, imperiosa-
!
!
cisa educar sua família", Dir-se-á no mesmo sentido: "a datil~ Y~~ ,
grafa precisa saber um pouco de inglês e conhecer a ortografia :
I
I, na ponta da língua". f ui a escola intervém e ue seu q~
I
a I' rdadeira ' "" ensina aos su'eitos da =". ~
rede primário-profissional quais são suas n~cessidades. sujeitá-Ios rfu-
I (6) Ct, supra: não há rede téc.uca.
c::::2<'c
o_~ ,
I~ ,
\ ,.-r_o./
( ., Colégios de Ensino Técruco, (N, T.>
! 116
t,
às ~dad~ que se tem deles como às sua$ próprias necessi·
daQn. isto. como se sabe, não ocorre sem ~: 05 su-
;eit0l th rede PP n50 estão muito "motivados", fia I%'amhecero
difici~te n35 necessidades que se lhes desi~ SU3S próprias
necessidades. V~rdod~ram~lI(e é preciso lhes ensinar tudo. O
a relho escolar n50 "cria" classe o r:iria;
de: procuro su meter as necessidades ró rias da classe o rá-
ria às s do ca ital. PorqUt I classe operá-
riateD1 en e nu:ess.aoadêS: e inicialmente I de se reproduzir
materialmente, de 'subsistir, Também aquela de poder de.sempo-
oh.ar um papel a.m&omo. Ora, são estas ~adcs que o
aparelho escolar (primário-profissional) tem por objeto extlr-
par, substituindo-IS por outras. Na outra extremidade (rede
SS). o aparelho escolar forma aquele que tem eas SWL~ atribui-
ções econÔmicas necessidade de definir as necessidades dos
outros, A submissão aqui, será. ao contrário. à expressão das
nt.'Cess.idades. : pedagogia das motivações. do crescimento pesso- I
al. ele.
Se mantivemlo, ~gllro o fi,) diretor da ~r;;ili~e marxista \
do apardbo escolar, a reprodução Jüs relações sociais de pro-
dução, poderemos trazer os elementos de uma solução rigorosa
\
~ problema que envenena a sociologia da C'\.iucaç-iio:~
bíetJ;ft
das relações da família e da escol.i]Todos os especialistas
~Io concebem a relação famíliJ-escol! como urna rela-
cão direta: os resultados escolares das crianças refletindo o esta-
do (seguooo o humor ou a disciplina praticada, psicológico, cul-
tural. econÔmico ... ) da família de origem. Já mostramos ne-
!11tivaIDtnte os sofismas desta concepção. Ma; para eliminar
1\
oompletamente esta concepção errônea. é preciso propor os ele-
.~tntos de uma solução positiva, Evidentemente. trata-se aqui \
zr- <5. a~nas de um esbo o. Estas linhas gerais referem-se a isto:t!:
~
~
~ relação faml ia-escola não é direta. Ia ~Ó pode ser compreen-].
dida 0:1 base dos lugares que ocupam re~pecti\':lfllente o apare-
!!!o escolar e a família na reprodução das rela.;õcs sociais de
)
-« o produÇão.
I
~
? ..
-;7
~
~
':
!,-.,~I
)J'~~
~ demonstrou fartamente que a~ nas formas
que li conhecemos nas nossas sociedades de classes, não cons-
fJ titUÍa em nada uma realidade natural, mas, ao contrário, um
I entre
Dai a necessidade, para pensar rigorosamente as relações
aparelho escolar e família, ele con,idcrar o lugar ocupado
!
êíãsaa
(8l
reprodução dOcapital e as exigências da reprodução do
.,\
i
]I s
I
capitalista dcvcm~ pua coincidir, em última inn!ncí:l~ ser cui-
~nmentc distintas. Ver 8 este respeito as observações mune,
y~ de Marx, e depois de Max Weber sobre a scpar1ãç:i.o tipj.
camente capitalista entre a empresa e' o 1M. " A exi3tê.ncill de
~ família e de SUl! mulher pcrtrutc ao capitahsia escapar so
patctico •.Iebate em que Marx no-Ia representa entre a fnliçf!l'
e a poupança: '
A medida que se desenvolve o modo Ot procuçào C?lpl·
~ilStQ e com ole ~ acumulaçlW e n rtqueza, o Cllpita~ W:O;
iI de ser IiimpWs encarnação do capital. .f.le ~lCllt? uma ~e.mC".à;:)
hUmana- p/'lo seu próprio Adão, SUB, CüfJ:P!, e t.orr::.-se :-à,,'
I c1vfU:r;a.do. tA.océúco, que (lusa beirar t. a~i<e!ídad1! t.ec;f"o'4cs.
como um preconceito de entesourador fore de l'nOdA. EoqU1l....-
\.O o Ci!-pital1s1a de velha cepa desencoraja :Odlt d!"~ tu-
d11'11iualque não ~ de extrema necessidade, vendo ne!-.iI. G.~e..;
WJ).fI. usurpaeão sobre a acumulação, o capitalista mcdcrui-
u.do é capaz de ver na capltlLlizaçáo da mtlh-V1l.lla um oosta-
euío e suas ccbíças. Consumir, dJz o prímcíro, é ";lt;6te,r-sc"
de acumular; acumular, diz o segundo, é "renunctsr" ~o usu-
fruto.
Duas almas o.hI habítam meu corsçáo,
E uma Quer divorciar-se da 0ULm.
NB orígcm da produçác capllull,$tú r...J~,1 L;"~l~' rILl'\...·
~icrl se rcncra na vida privada de todo ll:(\c) .•;tnnl de cxu o
- a avareza c o desejo de enriquecer o urr eoa: aro I'XCIU.;;Jr.1,
mente. Mas o progresso da produção UM cria somente un.
novo mundo ele prazeres: ele abre, com li especulaçâo e o cré-
d1to, mil routes de enriquectrnento súouo, A um certo grau de
de.senvolvlmento, ele impõe mesmo ao in!elU Cl\pit!lJ.ist(\ uma
prodigalidade de convenção, 1>0 mesmo tempo ostentação de
riqueza. e meio de crédito. O luxo torna-se uma necessidade
de o!1cio e entra nas despesas de represen taçj.o do capital. !SIlO \
nio é tudo: o capitalista não enriquece. como o eanlpOnê$ a o
.rtesA<> Independente, proporcionalmente 1\ seu trabalho e a
sua. frugalidade pessoais, mas em razão co trabalho gratuito
do outro Que ele absorve e da renüncís a todos os prazeree \
da vida Imposta Q seu operários. Se bem Que I;Ul! prodiglllí.
dade não se reveste nunca dos aspectos nbf'rtos daquela do
senhor feudal, ainda que ela tenha dtficuldsde em dis.sL'nula.~ \
a. avareza mais sórdida e o espírito de cálculo mais rnesquí-
nno. ela cresce, no entanto, õ. medida que ele acumula, sem \
que sua acumulação seja necessariamente r estr lng ldn pelo
seu iasto, nem este por aquela, No entanto, a partir de então.
aparece nele um conílíto tipo Fausto entre a teadéllcla Il
acumutacão e a tendéncia a usufruir ''', \
(~) Isto nem sempre foi assim: ainda hoje a exploração !lg7icolG.
flUlllliar (unidaàe de produção e de consumo) nos oferece Um
emD.plo disto. \
(10) O Capital, L. I, Tomo III, "Inicio dI'. trnnstormação da lMÍ.F.· ./
vallll. em capital".
\
!19
\.~ .
.;; ',
~~
.Erstc dc:àocamento sobre a\[ãiíiiliã1 c sobre seu papel ~ l ,
I ')(\
dução, c o tuncioDMaalto da economia pela reprodução das
rcb,çócs de pcoduÇlo. C1l1Ao tudo se modifiCA.
A fa.au1ia, diz-se, consome e não produz. f, um erro, pois
traia-se aqui de cul1SlUfJir per« produzir: o consumo t &JtUliar
reproduz um elemento essencial do processo de produção: o tra-
I
balhador, ou, mais c.uu.mente. sua Iorça de trabalbo. O capi-
la1i~ta tem neccssidace de que o operário tenha necessidade de
comer e que ele satisfBça esta necessidade com os menores custos \
~eisnatnra.linente.. Se há muitos operários com eecessidade
de ooalCf !: utisfazer cum o menor casto possível CSSJI. necessi-
dade, cntio o patdl.o pode, a rigor, colocar-se no repne. f
Ocorre o mesmo em·todos os aspectos do modo de ais- I
I
lência das fam.t1ias opeúrias: eles são impostos. Tl"C filhos, cria- I
...,.
\
mentes ... ; a mulher deve viver com seu marido, dar o espetã-
culo de bom ~ldünento: mas eles não se vêem quase nunca
t, q~~ '" marido chega, sua força de trabalho foi usada ~
máxime. A p!roVi.!, entre mil outras, é o relato deste operário:
ft~ de aço de Pompey. 4.100 assaíartadcs, dOll Qu.t13
800 functonbll' I05. R P., místurador de sparas. Z8 anos. me
Unha M! a;zado há ctnco snos. 011. volt:. do ~vlçc m!!ltar.
Mar::va eT,Q Tou]. Sua mulher MO tr!ibalhava, nasceu Ullm
meDIDa.. Paro montJu 1lU3. C&Sa. ele 1:u:!!Io es hoI'ii.5 e tra~l;l-
IlmVli no ~.a'O. Pw p.?'cduçf.o.
~~'" qua t~ lmiç:oo peq1."CU'lS -d~ ele- não fies;
pnna varo Ir.&ú:... ii'J nAo vt<!. nnnca mln.b.lõ
I
Q; ~.~
mulher . .ltI.l nli~ ,Wi'b nunca. E>.l v~w.Vl.\ arrebentaoo para
eesa, ~ vc!bi, des 13 bOirall, e me leva...•
Ha ••a ~ :l hOl'lls !l~
man!lA. QuR.ndo eu Lrnball:una de notte, :;ai9, às 18:30 ns. e
. \·olU.n"<!às cinco da manhá. Ao chegar, dcrmía. F..!'.ss vlda
durou dois anos. Niío tínhs mcs nenhuma 1l~8çii.o.Náo v!l!.
. nunca li> erísnca. Divorciamos. Eu queria meu ia, e o que-
l:!.rt:L Desde enlii.o não faço mais horas ezu as. Vivo 00 ... ·1:.
• o I)
\
o único a ser escolarizado. Ao contrário, a PP sempre escolari-
zou- (e continua a escolarizar 11 massa das crianças do campe-
sinato pobre e médio, os pequenos conttrriantes, os empregados
subaíternos, ~). Esta situação rejorça nossa análise. Ela signifi-
"
ca que a escolIDzação das massas camponesas ou dos filhos de
"
pequenos produtores artel'!WaIS, de pequenos comercIantes,
.' -E:~~=qTE!.'i.Qí1(lcom IÚIlL> à sua proJ~an:AÇao mesmo quan-
~ do esta proletariznção 'é adiada pari wm parte deles (traço
r,i típico <U. hi5tóri& do capitalismo francês). E, de maneira muito
nítida, o funci.oiwn~to atua! da escolarízsção não tem somente
li 11
como resultado 'reproduzir maciçamente a força de trabalho ope-
rária, mas também contribuir eficazmente para a proletarização
de toda uma parte do trabalho assalariado no comércio, nos
li
;
"serviços", na pesquisa cicntífica.
No entanto, nossa análise não nos dá nenhum conhecimen-
i, to preciso no que concerne ao processo de constituição histórica
do aparelho escolar. Ela nos permite apenas pensar que este pro-
,
!
,í
, CCS!)() histórico foi necessário e teve que fazer parte. com urna
defasagem histórica eventual. do processo de ccnstituição do
.,
I
~
r I modo de produção capitalista e de sua dominação na sociedade.
preciso, pois, dedicar um trabalho histórico especial à consti-
~
I
É
" 124
petmmset"enJo. ao mesmo tempo, completamente p1'i.sWndro dos
mitos da eta'l'lidadt da escola (com as 00Il!eq~ políticas
que isto comporta: trabalhar para o rdorçamento do aparelho
escolar), apesar da coniradição objetiva desta posição.
Nestas condições, colocaremos três hipóteses, apoiadas no
que já c~~al>ckccmus e que deverão ser submetidas 3 uma ver r
Ílcação mais completa:
1 . A fOIlIUl escolar (que se transpõe e se transfigura no \
mito da uemid&de da escola), isto é, a forma social caracterís-
tia das práticas escolares, é uma realidade histõríca transitóns
da qual ~ preciso estudar as causas e o desenvolvimento.
2. O aparelho escolar, enquanto produto histórico, é in- \
separável do modo de produção capitalista. Não se deve pois
procurar "outros aparelhos escolares", transpostos em se .ieda-
des dominadas por outros modos de produção, mesmo para fazer
funcionar por analogia com ° mecanismo que estudamos "de
outras" contradições de classe. A contradição entre feudaJida-
de e campesioato servo, por exemplo, se manifesta no interior \
de um processo de reprodução das relações sociais e principal-
mente de aparelhos ideológicos de Estado de um tipo totalmen-
te diftrenu. A igreja medieval em essência, não é uma institui- \
çãu de ensino. De seu lado, a contradição histórica entre a bur-
guesia e a feudalidade, que desempenha inegavelmente um grande
papel político na história do aparelho escolar, no decorrer do
período de transição para o capitalismo, não é, no entanto,
\
,
nunca a eontradição de nenhum modo de produção c permane-
ce uma contradição secundária entre classes dominantes.
3. Finalmente, colocaremos a hipótese, e deve-se procurar
;1
verificá-Ia, de que a realização da forma escolar no aparelho
escolar capitalista é diretamente responsável pelas modalidades i\
se"1lndo as quais este concorre para a reprodução das relações
I
de" produção capitalista. Isto supõe evidentemente que elabo-
remos pouco a pouco uma definição sistemática da forma esco-
lar, tU qual apenas indicamos que repousa fundamentalmente na \
separoçdo escolar, a separação das práticas escolares c do tra-
balho produtivo.
125 \