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Por isso não sinto agora a sua estou pensando, Imaginarei: Está na chacrinha
falta. Sorrirei sem dizer que em você de São Roque.
Saberei que não, você
Sei bem que ela virá Profundamente.
ausentou-se. Para outra vida?
(Pela força persuasiva do Mas agora não sinto a sua falta.
tempo). A vida é uma só. A sua continua
(É semrpe assim quando o
Virá súbito um dia, ausente Na vida que você viveu.
Por isso não sinto agora a sua
Inadvertida para os demais. Partiu sem se despedir:
falta.
Por exemplo assim: Você não se despediu.)
Manuel Bandeira
À mesa conversarão de uma Você não morreu: ausentou-se.
coisa e outra.
Teresa
Manuel Bandeira
"Preparação para Com sua A memória é um
a morte" plumagem, seu vôo, milagre.
A vida é um seu canto, A consciência é um
milagre. Cada pássaro é um milagre.
Cada flor, milagre. Tudo é milagre.
Com sua forma, sua O espaço, infinito, Tudo, menos a
cor, seu aroma, O espaço é um morte.
Cada flor é um milagre. - Bendita a morte,
milagre. O tempo, infinito, que é o fim de todos
Cada pássaro, O tempo é um os milagres.
milagre. Manuel Bandeira
"Madrigal melancólico" - Ave solta no céu matinal da Não é a irmã que já perdi.
montanha.
O que eu adoro em ti, E meu pai.
Nem é a tua ciência
Não é a tua beleza.
Do coração dos homens e das O que eu adoro em tua
A beleza, é em nós que ela
coisas. natureza,
existe.
Não é o profundo instinto
A beleza é um conceito. O que eu adoro em ti, maternal
E a beleza é triste. Não é a tua graça musical, Em teu flanco aberto como uma
Sucessiva e renovada a cada ferida.
Não é triste em si,
momento, Nem a tua pureza. Nem a tua
Mas pelo que há nela de
Graça aérea como o teu próprio impureza.
fragilidade e de [incerteza.
pensamento. O que eu adoro em ti - lastima-
O que eu adoro em ti, me e [consola-me!
Graça que perturba e que
Não é a tua inteligência. satisfaz. O que eu adoro em ti, é a vida.
Não é o teu espírito sutil,
O que eu adoro em ti,
Tão ágil, tão luminoso,
Não é a mãe que já perdi.
"Arte de amar"