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Discente: Maria Eduarda Góes B.

da Silva

CADIOU, François; COULOMB, Clarisse; LEMONDE, Anne; SANTAMARIA, Yves.


Como se faz a História - Historiografia, método e pesquisa. Vozes, 2007.

Durante o desenvolvimento da História enquanto área de pesquisa, diversos campos e


seus métodos auxiliaram o processo de significação dos objetos de análise apreendidos,
estando sujeitos a subjetividade dos pesquisadores, que fazem reinterpretações desses
objetos de acordo com suas percepções, inerentes a cada indivíduo – o que configura,
parafraseando Lucien Febvre, “a engenhosidade do historiador”. Portanto, identifica-se
que os períodos históricos não são unânimes nas formas de enxergar as fontes e o que as
constitui.

Os que se propunham a investigar os vestígios do mundo antigo, não possuíam


disponível uma gama variada de arquivos disponíveis, havendo a necessidade de fazer
associações sistemáticas entre os raros materiais existentes, em busca de informações
relevantes em sua opinião para o estudo, este passível a ser fruto de uma supra-
interpretação; tendo em vista que também é ilusória a concepção autenticidade de um
conteúdo em detrimento de outros tipos, e de integralidade na informação. Dentre as
possibilidades, estava a de se avaliar duas categorias de fontes: as escritas e as materiais.
No entanto, o afastamento temporal do pesquisador dificulta a compreensão sequer dos
códigos existentes nestas fontes, o que requeria uma divisão de tarefas prévia, para
preparar o conteúdo do objeto de análise em questão de modo que o tornasse
cognoscível; tarefa atribuída às designadas “ciências auxiliares” da historiografia, como
a arqueologia, a epigrafia e a filologia. Após esse decurso, seriam transformadas enfim
em arquivos que estariam viáveis à consulta e conservação.

A partir da época medieval, foi possível a aproximação metódica dos escritos para
compor a pesquisa histórica, pois se encontram conservados em maior quantidade
quando comparados aos do período antecedente; devido ao surgimento do papel, e
consequentemente, de uma sociedade autenticada por documentos, perceptível no
surgimento dos notários, tabeliões e régios: figuras que possuíam o domínio da escrita,
de modo a legitimar situações e autoridade em registros grafados. Também houve a
acepção do produto das “ciências auxiliares” como fontes legítimas, pois “elas
comunicavam segundo o duplo registro do significado e do significante.” (CADIOU, p.
129), sendo seus intérpretes também historiadores, com técnicas essenciais para a
ampliação do debate historiográfico.

Perpetuou-se no período moderno a relevância atrelada à criação de documentos


supracitada, dando continuidade a tais expressões através de uma variedade de
instituições que se instauraram desde o Estado monárquico, responsáveis pela
administração de arquivos, além de registros oriundos de pequenos povoados. Isso
fomentou a ascensão da arquivística, por conta da sua relevância em comprovar o
presente dessa organização social, garantindo direitos e posses. A ausência de
documentação poderia resultar em perdas significativas; desse modo, durante a
revolução os arquivos foram alvo por carregar todo esse teor que assegurava o
funcionamento de um determinado modelo social. Além disso, a metodologia
pluridisciplinar passou a dar relevância aos mais variados registros existentes a partir
desse período; como fontes da esfera privada, partindo da análise da mentalidade do
indivíduo que os produziu, reacendendo o interesse historiográfico por fontes do tipo
narrativo.

Finalmente, nota-se que a contemporaneidade abarca uma amplitude de vestígios e


registros, justamente pelo pesquisador possuir acesso às produções de especialistas
anteriores a ele; então, para François, “Cabe ao historiador inventá-los (invenire:
descobrir) de acordo com suas preocupações.” (CADIOU, p. 140). Com o advento da
Internet, a acessibilidade ao número de expressões e interações sociais diversificadas
que podem ser utilizados como fonte se multiplicou, porém, ainda há o impasse da
designação da autoria associada a estes conteúdos. É imprescindível ao historiador
contemporâneo o criterioso exercício de delimitação das fontes utilizadas, perante tal
vastidão de informações.

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