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DE SÃO PAULO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
EM COMUNICAÇÃO E SEMIÓTICA
São Paulo – SP
2008
Carolina Guerra Libério
São Paulo – SP
2008
Fetichismo, Narcisos e A Medusa:
Considerações sobre fotografia e psicanálise.
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Mestranda pelo Programa de Estudos Pós-Graduandos em Comunicação e Semiótica
é justamente pela linha de corte que se compõe o fetiche, e como vemos, linhas de corte
não faltam à fotografia, seja em seu ato ou na contemplação de fotos. “Substituto ou véu, o
fetiche constitui para o sujeito um objeto sexual, cuja separação em relação ao corpo dá a
garantia da perenidade de seu gozo” (HUOT, p. 176, 1991).
Em seu livro “Um olhar a mais: ver e ser visto na psicanálise”, Quinet (2004) fala
do olhar como “esse furo iluminado no lugar do Outro para o sujeito” (p.11). Para além da
falta, onde não sabemos dizer o que falta, está o Outro:
A dualidade prazer / desprazer que o olhar do Outro implica está contida no mito da
Medusa, bela e cobiçada, antes de condenada por Atenas. “Existem assim duas Medusas em
uma: o fascínio e a repulsão, a sedução e o medo, ambos selados no gozo mortífero do
contato impossível” (DUBOIS, 2004, p.147). Contato impossível como o da fotografia,
pois, se a história do desejo é uma história de ausência, assim também são as fotos.
DUBOIS, Philippe. O Ato Fotográfico e outros ensaios. 8. ed. Campinas: Papirus, 2004.
FLUSSER, Vilém. Filosofia da caixa preta: ensaios para uma futura filosofia da
fotografia. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2002.
HUOT, Hervé. Do Sujeito à Imagem: uma história do olho em Freud. São Paulo: Escuta,
1991.
SONTAG, Susan. Sobre fotografia. Trad.: Rubens Figueiredo. São Paulo: Companhia das
Letras, 2004
QUINET, Antonio. Um olhar a mais: ver e ser visto na psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar, 2002