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Volume 1, Número 2

ISSN 2527-0532
João Pessoa, 2017

Artigo

OS QUATRO PILARES DA EDUCAÇÃO COMO IDEIAS GUIAS PARA A


PSICOPEDAGOGIA CONTEMPORÂNEA

Rômulo Davi da Silva1

RESUMO: Os Quatro Pilares da Educação: aprender a conhecer, aprender a fazer,


aprender a viver com os outros e aprender a ser, são frutos de uma reunião coordenada
por Jacques Delors a pedido da UNESCO; e tem como objetivo ser o novo paradigma da
educação em todo o mundo contemporâneo. Com o desenvolvimento da tecnologia da
informação e a globalização crescente dos mercados presente em todo se percebeu a
necessidade imperante de universalizar a educação como preparação também para se
formar o cidadão que seja universal. Isto é, capaz de conviver em harmonia e interação
com diferentes povos e suas respectivas culturas. Agora, de “uma educação bancária” a
educação passa a ser centrada no aluno, a princípio cuidando com zelo dele, e, em seguida
educando-o para o convívio social fraterno ecologicamente equilibrado.

Palavras-chave: Educação. Psicopedagogia. Aprender.

ABSTRACT: The Four Pillars of Education: learning to know, learning to do, learning
to live with others and learning to be, are the fruits of a meeting coordinated by Jacques
Delors at the request of UNESCO; And aims to be the new paradigm of education
throughout the contemporary world. With the development of information technology
and the increasing globalization of the markets present throughout the world, the
prevailing need to universalize education as a preparation to form a citizen who is
universal. That is, able to live in harmony and interaction with different peoples and their
respective cultures. Now, of "an education

Keywords: Education. Psychopedagogy. Learning.

1
Licenciatura plena em filosofia. Convento Carmelitano. João Pessoa – PB. E-mail:
romulodavis@yahoo.com.br

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CONTEMPORÂNEA
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INTRODUÇÃO

Perceber neste trabalho que devido às mudanças socioeconômicas e culturais


ocorridas no mundo e também na sociedade brasileira, essas mudanças geraram um novo
ser humano com outras perspectivas de vida. Certamente a própria escola é criadora desse
novo homem e ela é chamada a gerá-lo continuamente. A mesma, para acompanhar e
responder as novas perguntas da sociedade deve renovar seus métodos de ensino, haja
vista, a formação integral do aluno, com seus múltiplos aspectos: físico, intelectual,
escolar, social, emocional, moral, vocacional, profissional, também religioso, enfim,
todos os aspectos em relação aos quais, a criança e o adolescente se desenvolvem,
enquanto na escola permanecem.
Idéias-guias aqui está no sentido que Johann Heinrich Pestalozzi coloca, ou seja:
“certas idéias a guiar o trabalho do professor. Um tema que desencadeará todo o trabalho
metodológico com a criança” (1929).
Esses Quatro Pilares da Educação são apenas Ideias-Guias, pontos norteadores
para a educação do século XXI, mas não para uniformizar a educação das pessoas, tirando
delas a diversidade sociocultural que tanto enriquece, fascina e interage o processo de
ensino aprendizagem em todas as partes do mundo.
Esta nova concepção de escola compreende o aluno na sua globalidade, tanto
enquanto pessoa em formação, como também no seu contexto social onde vive. Pois, o
ensino permeia todos os espaços, fazendo se necessário o estimulo para aprender. Afinal,
Com os avanços e as descobertas constantes sobre o ser humano, a educação deve antes
de tudo se ajoelhar diante dele em prol de uma formação que seja atual e de acordo com
as diretrizes para a educação no século XXI. A criança em formação vive cada vez mais
numa escola e numa sociedade plural complexa e sofisticada, desigual e violenta o que
requer uma educação de qualidade, também para a paz. Para tanto, o papel de educar nos
dias de hoje, vai muito além da escola, está na vida como um todo.
Hoje o foco principal da escola não é, sobretudo nos conteúdos, mas, no próprio
aluno. Uma formação humana integral. Não mais para competir, mas para conviver em
harmonia com seus semelhantes no planeta terra. Para tanto deve reaprender novamente,
desde os alunos, professores e todos aqueles e aquelas que assumiram a responsabilidade
de educar, pois, fazendo isso, consequentemente também são educados na reciprocidade.

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DESENVOLVIMENTO

Este Documento da UNESCO “Declaração Mundial sobre Educação para Todos”


(1999) vem orientar os professores no que “será útil ensinar”, neste século XXI, época da
fusão dos mercados, globalização, blocos econômicos, popularização da informática,
novos saberes, circulação de ideias e produtos; “floresta de informações diversificada”,
requer de alguma maneira uma padronização na educação, padrões educacionais comuns,
para que se forme o cidadão universal.
A proposta agora, não é mais de copiar projetos educacionais de outros Países,
geralmente Países Pobres, copiando projetos de Países Ricos, mas, um Projeto
Educacional que prepare as pessoas para viverem em qualquer lugar do mundo, cidadãos
planetários. Daí surge um grande desafio de uma educação que preparava as pessoas para
a competição e a guerra selvagem. Agora é pedido dela, que prepare essas pessoas para
viverem de forma solidária, igualitária, numa sociedade plural, economicamente desigual,
com direitos humanos violados, em especial das populações em minorias como indígenas
e quilombolas.
Para tanto, deve-se mudar os paradigmas de educação, porque também mudou
nossa visão de mundo. Entendamos paradigmas aqui, segundo Kunh, na sua obra “A
Estrutura das Revoluções Cientificas: é a constelação de crenças, valores, técnicas, etc.,
partilhadas pelos membros de uma comunidade determinada.”(BRANDÃO,
2007,pp.16,17) O primeiro pilar deste novo paradigma da educação contemporânea para
as nações:

Primeiro pilar: a prática do aprender a conhecer

É importante refletir sobre como se aprende a conhecer. Pois, isso ajuda a entender
noutra ótica, noutras lentes o que se acredita conhecer. Rever velhas convicções, cultivar
outras, acertar ou errar mais vezes dar mais possibilidades para chegar ao conhecimento.
Desconfiar dos paradigmas científicos com pretensão de perenidade explicativa,
pensar e construir conhecimentos em vista de uma racionalidade a ser construída sob um
viés ético, ou seja, que não agrida a vida. Para essa nova pedagogia faz se necessário
também um novo professor. “Um animador que desafia seus alunos, que os incite á
pesquisa, que possa desequilibrá-los em suas certezas, para levá-los á procura, á busca, á
reconstituição do equilíbrio desestabilizado” (ANTUNES, 2012, p. 20).

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Para Hannah Arendt, “a função primordial do pensamento é a compreensão do


mundo e de si mesmo”. Haja vista, que quando chegamos ao mundo não o
compreendemos, daí ser necessário entendê-lo para nos situarmos nele, ter no mundo
nosso habitat, como direito, pois, nascemos. Como a adaptação é constante, também o
pensar dever acompanhar toda a existência. O pensar não esgota a vida da mente, que
também abrange o querer (a vontade) e o julgar (o juízo)”. ( LAIFER, 2003, P.86).
É no existir que o ser humano passa por crises de identidade e de sociabilidade,
momento propício para questionar com objetividade os valores e as ilusões do seu viver.
“O pensamento acompanha a vida e é ele mesmo, a quinta-essência desmaterializado do
estar vivo” (ARENDT, 2002,p.143).
Em Arendt pensar tem sentido de abri-se para o mundo, o mundo é sempre uma
possibilidade. Pelo pensamento tanto a pessoa se distancia como se reaproxima das
coisas, sempre com um novo olhar. Durante toda a Idade Medieval o conhecimento era
estático, porque se concebia o mundo como sendo imóvel e fechado em si mesmo. Deus
também era imóvel, distante do mundo e dos homens, segundo a escolástica medieval,
baseada em Aristóteles. Desta forma, o futuro estava embutido no presente. Para aprender
bastava decorar os poucos livros e as fórmulas das ciências exatas. O professor de maneira
formal passava para seus alunos os conteúdos decorados, não se podia perguntar,
discordar ou acrescentar outro conteúdo. Atitude assim geraria indisciplina, resultando
em punição.
Essa é a educação bancária no dizer de Freire. (1987). Agora estamos noutro
paradigma que nos impõe e nos desafia permanentemente a descobrirmos e a
redescobrirmos os significados do mundo que nos rodeia. O professor não é mais a única
fonte de informação disponível, a única autoridade na qual se fundamenta o
conhecimento. O aluno de hoje é um nativo da era digital, reinam os computadores, ipad,
iphone, ipod e similares. A inteligência resulta na capacidade de gerenciar tantas
informações. Seu raciocínio é descentrado, rápido e difuso.
Daí é possível entender as dificuldades que os alunos enfrentam para acompanhar
o pensamento linear da escola. Diante da gama de informações que o aluno adquire,
porque estão a sua disposição o professor deve ser o facilitador do aluno pra transformar
essas informações em conhecimento organizado, concatenado e lógico. A aprendizagem
centrada na pessoa o aluno torna-se o gestor de seu próprio processo de buscar o
conhecimento. Uma pedagogia que seja centrada no aluno, o aluno exige ela para
aprender, mesmo que ele não verbalize, mas, exige.

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De forma geral como não há uma pedagogia pré – estabelecida, a mesma vai sendo
feita com o próprio aluno no seu processo de aprendizagem, junto com ele. Ao passo que
a convivência professor/aluno, alunos/alunos, ajuda muito para que o aluno aprenda a se
relacionar, construir amizades, receber e dar atenção, o aluno também aprende a viver em
grupos, escolher seu grupo, não escolher pessoas para fazer parte do seu grupo. Diante
das tantas carências de nossas escolas tanto públicas como particulares estão longe de
oferecer aos seus alunos um ensino/aprendizagem dessa qualidade.
Esse ambiente escolar dependendo pode ajudar ou atrapalhar o processo de
aprendizagem de qualquer aluno. Respeitar a etapa de desenvolvimento na qual os alunos
se encontram, e souber trabalhar esse limite, introduzindo propostas de trabalho ricas e
desafiadoras, as escolas poderão transformar os “erros” dos alunos em algo construtivo.
(SCOZ, 1994, p. 25). Por isso é de grande importância repensar o planejamento e a
estrutura das aulas.
Fazer aulas passeios, conforme Célestin Freinet, as mudanças da grade curricular,
de horários, que aconteçam de forma propícia á aprendizagem. “A escola exige muito
pouco do aluno em termos de descoberta e não o ajuda a fazer perguntas ao mundo”
(BRANT, 2012, p. 20). Como a escola ainda conhece muito pouco seus e de suas
respectivas famílias, fica muito difícil saber o que ensinar, conforme pergunta Freire, “O
que ensinar” (1967 e 1970).
Ainda voltando a Freire em substituição a uma educação reprodutora de
conhecimento e de sociedade desigual e deseducada, faz-se necessário uma escola
produtora de conhecimento, ou seja, de uma “educação problematizadora” (1997) que
significa outra compreensão do que venha a ser conhecer. Que no entendimento de Freire
tem um significado fenomenológico, “conhecimento é sempre conhecimento de alguma
coisa. Esse dado não estar separa entre o ato de conhecer e aquilo que se conhece. Na
linha freiriana “conhecer é tornar o mundo presente na consciência”. O que envolve
intercomunicação e intersubjetividade.
Na concepção de Freire, é através dessa intercomunicação que os homens
mutuamente se educam, intermediados pelo mundo cognoscível. É essa
intersubjetividade do conhecimento que permite Freire conceber o ato pedagógico como
um ato dialógico. Na perspectiva da educação problematizadora, todos os alunos estão
envolvidos na “linha de frente” no ato do aprender para conhecer, “o mundo – objeto a
ser conhecido não é simplesmente comunicado, mas professor e aluno criarem
dialogicamente o conhecimento do mundo, conhecer juntos, todos juntos e cada um á sua

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maneira; não só conhecer as coisas, mas, igualmente importante conhecer a se mesmos,


através de uma educação humanizadora baseada na natureza espiritual e física da criança
O aluno deve conhecer seu professor, isso faz toda a diferença para a pedagogia
da aprendizagem. Estudando esses anos todos falo por experiência que minha
aprendizagem e meu rendimento avaliativo foi consideravelmente maior depois que me
aproximei e conheci melhor meus professores. A escola deve formar pessoas que nasçam
para o mundo, que não banalizem o mal e viva uma moral que seja eticamente aceitável.
Essa ideia vem no sentido colocado por Hannah Arendt. Um currículo mal planejado gera
uma aula cansativa desperdiçando tanto o tempo e a energia do professor como também
do aluno, ao passo desmotiva ambos. Isso é drástico porque a escola fracassa com o aluno.
“Uma das causas da indisciplina é a energia mal canalizada, ouvir explicações que se
repetem é maçante” (BRANT, dez, 2012, p. 21).
É importante que a escola observe o comportamento dos alunos. O que eles estão
dizendo com seus comportamentos, que esses alunos discutam com professore e gestores
o que fazem e o que sentem em ralação as aulas e o aprendizado. É um momento de
avaliar processos e procedimentos pedagógicos. Também avaliar a própria postura e a
prática pedagógica, com a ajuda da comunidade, é uma maneira de toda a escola crescer
como lugar de aprendizagem em vista de uma formação educacional de qualidade.
Como os alunos ficam durante muito tempo confinado em sala de aula, o que
facilita muito a dispersão e a distração, impedindo a concentração é bom para facilitar a
concentração e evitar a sonolência são as atividades lúdicas. A criança gosta da
brincadeira, seu desenvolvimento acontece por meio do lúdico. Esse tema ainda é pouco
explorado nos currículos escolares, acha isso perda de tempo, por ainda conceber muito
a escola como um lugar de rigidez e de formalidade.
Cresci na escola ouvindo que ela não era lugar de brincadeira. O aluno que
quisesse brincar que ficasse em casa. “Hoje sabemos que o brincar é a essência da infância
e o seu uso possibilita o desenvolvimento da aprendizagem” (PESTANA, 2012, p.8).
Explorar mais esse campo do lúdico nos currículos pedagógicos é importante, pois, a
criança aprende brincando e todos os conteúdos podem ser ensinados através das
brincadeiras e de jogos, segundo Piaget, isto é do lúdico, pois, não há nada que a criança
não aprenda brincando.
A escola precisa saber da riqueza e da importância que o lúdico exerce no
imaginário fértil da criança e utilizar devidamente dele, estará propiciando o
desenvolvimento integral biológico, intelectual, social e emocional de seus alunos. Além
do aprendizado o lúdico é importante para a socialização e a interação dos alunos entre si

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e com o ambiente escolar; consequentemente com o mundo a sua volta, porque na


brincadeira todos se nivelam se igualam para que a brincadeira possa acontecer.
Dificilmente isso é possível noutro momento da vida da criança, ou noutra instancia
educacional.
Também reestruturar as escolas para que promovam a educação especial e
inclusiva. A expressão necessidades educacionais especiais é utilizada para referir-se a
crianças e jovens cujas necessidades decorrem de sua elevada capacidade ou de suas
dificuldades para aprender. (apud DECLARAÇÃO DE SALAMANCA, Espanha, 1994).
A escola deve ser por excelência o lugar da diversidade. Isso porque a escola é um espaço
onde muitos acorrem para lar levando seus costumes, e, sobretudo, seus sonhos e
perspectiva de vida.
A escola deve contemplar tudo isso, e ser parceira na construção dessas pessoas e
na realização dos sonhos delas. Afinal, educação é construir e reconstruir pessoas para
que elas façam o mesmo com o mundo. Daí ser de grande valia que a escola se encante
por seus alunos, porque ninguém deixa a pessoa mercê da sorte quando se nutre um
encantamento por ela, mas, ao contrario cuida e zela dela.
Assim deve fazer a escola por seus alunos. Sabendo que a escola é escola não
porque existem professores, mas, porque existem alunos. Neste caso concreto estão os
alunos com necessidades educacionais especiais que tanto pra eles como para os demais
alunos o ato de ensinar e aprender seja o próprio amor praticado. E, claro todos são
amados diferentemente, porque cada aluno recebe o amor na sua singularidade, conforme
a sua necessidade.
O que também se deve considerar aqui são as crianças indígenas. Conforme rege
as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Escolar Indígena, “Os índios são
cidadãos brasileiros, portadores de direitos e deveres”. Lei de Diretrizes (cf. artigo 78)
diz que a educação indígena deve ser intercultural e bilíngüe para afirmar suas
identidades. Segundo depoimento da professora Teresinha “na prática pedagógica,
procurei usar figuras coloridas com legendas, bingos, dominós e cartazes para ajudá-los
a visualizar e a fixar os conteúdos”. (CARNIATO, fsp, 2013, p.78).
Outra prática pedagógica bonita, narrada pela professora Terezinha, que eu acho
muito inovadora e dificilmente se ver, mesmo nas nossas escolas com alunos não
indígenas é a valorização do conhecimento que os alunos trazem de suas experiências, a
partir de suas tradições culturais. Entrar no mundo do aluno, para se aproximar e caminhar
lado a lado com ele fazendo um processo de ensino – aprendizagem, aprendendo com o
próprio aluno, e, até ajudando o mesmo a se conhecer melhor. Consequentemente,

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melhorar sua autoestima, porque definiu melhor sua identidade, algo, que é muito
importante numa realidade plural e globalizada, como a atual. Isto pó de ser entendido
como uma escola inclusiva. Quando conseguiram escrever os próprios nomes e os de
animais ou objetos conhecidos, eu passei a me sentar como aluna para que me ensinassem
na língua Mbya Guarani, eles seriam meus professores. (CARNIATO, fsp, 2013, p. 80).
Os professores precisam mudar a maneira de enxergar seus alunos. As diferenças
não são desigualdades. Mas são riquezas que a sociedade possui. Nesta sociedade
marcada pelas relações de competição e intolerância em que a diferença entre as pessoas
é motivo de discriminação e exclusão, resta se perguntar pelo papel da escola. O professor
deve ter uma visão ampla para valorizar e dar à devida importância às diferenças no
ambiente escolar. Saber que o outro existe e têm direitos e deveres tanto quanto eu. Para
que esse ideal não seja apenas uma fantasia, faz-se necessário a escola ter um projeto
político pedagógico contemplando de maneira aprofundada o que querem os professores,
a direção, os coordenadores, funcionários, alunos, pais e a comunidade do entorno da
escola, para que ela não fique sozinha.
A conjuntura sócio, política e econômica atual não apenas quer, mas, exige uma
escola que ensine não apenas conteúdos, mas, sobretudo, a pensar os conteúdos. Por isso
é necessário que a escola esteja inserida no mundo, para fazer seu currículo a partir de
questões problematizadora para que o estudante se aproprie dessas questões, e assim,
participe ativamente do seu processo de aprendizagem. Nos anos 1920, Dewey já alertava
que “o pensamento tem sua origem em uma situação problemática”. Ler o mundo
enquanto sociedade de forma crítica, criteriosa e cuidadosa.
Para tanto é necessário refazer a nossa escola atual. Questionar e propor outras
estruturas de sociedade e de escola, também requer uma outra formação para os
professores atuais, para que eles mudem seus paradigmas em relação a se mesmos a escola
e a sociedade. Despertar para outras tantas maneiras de aprender aquilo que se quer
ensinar. Adotar um ensino interdisciplinar numa linha, onde em qualquer disciplina seja
possível discutir e investigar. Construir uma escola em conjunto, onde o professor
também possa ser um aprendiz. Aprofundando conhecimentos e resignificando outros.
Fazer da sala de aula um espaço de discussão, investigação e perguntas. Ouvir uns
aos outros de forma democrática e participativa, onde o interesse maior seja a busca do
aprendizado, valores e não competição entre os alunos. Ao passo, que desde cedo os
alunos aprendam a conversar em público, haja vista que muita gente reclama que tem
dificuldades de se expressar em público, o que dificulta no rendimento profissional e
pessoal. É muito educativo calar para ouvir o outro falar. Saber construir saberes a partir

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das idéias dos colegas. Aceitar gentilmente a opinião contraria a sua colocação, aceitar
sem medo de rejeição, ou pensar que não sabe de nada e que suas idéias não têm
importância nenhuma perante os colegas, e, que por isso não vale apena manifesta-las.
Problematizar o tema proposto em sala de aula investigá-lo é tarefa primordial,
pois, é o que abre o processo de pesquisa e vai gerar o debate. “Na base da aprendizagem
não está o conteúdo, mas os sinais fornecidos pela interação, mediada linguisticamente
com seus pares” (FÁVERO, 2012, p.14). Com essa nova proposta educacional, significa
dizer que a coordenação pedagogia deve também ter uma nova postura, não mais aquela
de supervisionar os outros, mas, de ser uma instancia que escuta e age que coordena o
trabalho pedagógico, buscando a identidade da escola de forma dinâmica reflexiva e
contínua, levando em conta os interesses de todas as pessoas da escola. “O foco principal
do trabalho deve ser o processo de ensino e aprendizagem do aluno, levando em conta
sua história de vida” (KLAVA, 2012, p.11).
O coordenador pedagógico é responsável para orientar o planejamento da proposta
curricular, também pelo encaminhamento das modificações no Projeto Político e
Pedagógico da escola e incentivar a formação continua dos professores no sentido de se
atualizarem para melhor por em prática as também mudanças que a sociedade vai
exigindo da escola. Segundo Celso Vasconcelos, a coordenação pedagógica não é fiscal
de professor nem de aluno; não é dedo duro, não é um tapa-buraco e não é um milagreiro.
Por outro lado, a coordenação pedagógica é articuladora do Projeto Político
Pedagógico, cabendo a ela a integração do trabalho no conjunto, visando á
interdisciplinaridade na multidisciplinariedade. “Não basta que o paciente saia satisfeito,
mas que possa sair com mais saúde; mais importante que o aluno gostar da aula é
efetivamente aprender”(ANTUNES, 2010, p.27). Aprender com o conhecimento do
negro, do índio, do branco, mestiço, do camponês. Enfim, de todas as raças. Não
hierarquizar os conhecimentos. Todos eles são importantes no momento oportuno.

Segundo pilar: A prática do aprender a fazer (competências e habilidades)

A prática do aprender a fazer implica a aperfeiçoar as competências, já que elas


são de ordem geral. Como nos lembra o ditado latino: A repetição leva a perfeição. A
habilidade tem um caráter particular. Como falamos no nosso dia a dia é o dom que a
pessoa tem de fazer as coisas, e que só ela tem. Portanto, “Competência é á capacidade
de mobilizar recursos mentais para encontrar soluções de problemas de diferentes

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naturezas”. (ANTUNES, 2010, p.31). Existe uma ligação profunda entre o aprender a
conhecer e o aprender a fazer, isso pode se entender melhor num processo histórico.
O aprender a conhecer sempre se dar numa cadeia de saberes que não são isolados.
Conhecer a realidade na qual se vive é importante para se situar como pessoa no mundo,
e, consequentemente transformá-lo. Esse conhecer é uma teoria, pois, toda prática requer
uma teoria, neste caso, a teoria de transformar para melhor a sociedade. Essa atitude
questiona o passado quando o aperfeiçoa. Aliás, aqui vive um pilar da pós-modernidade
criticar o passado reiventando-o não repetindo. Esse passado se tornou um lugar de
orientação para o presente, mas, com o olhar no futuro, mesmo que ele já não traga mais
tanto encanto. Daí se curtir o momento presente até exauri-lo e de forma hedonista. “É
preciso amar as pessoas como se não houvesse o amanhã” (Renato Russo).
Aprender a fazer significa não abrir mão da ética das ações. O fazer com ética é
construtivo e libertador. Ao passo que o fazer sem ética é destrutivo e prejudicial a
humanidade. “Quanto mais percebemos o alcance de nosso pensamento e de nosso agir,
tanto maior responsabilidade assumimos” (LIBANIO, 2012.p.87). A ética é a lucidez do
conhecer e do fazer. A história estar cheia de fatos que ilustram bem essa realidade.
Afinal, o homem é senhor do conhecimento que conforme seus critérios éticos ou morais
ele vai utilizar desses conhecimentos para fazer o bem ou o mau, salvar vidas ou matar
pessoas, preservar ou destruir a natureza. “Aprender a fazer influencia aprender a
conhecer. O conhecimento adquire uma intencionalidade para a práxis.” (LIBANIO,
2012, p.91).
A prática do aprender a fazer e a conhecer estar bem interligada uma na outra. É
pelo tanto fazer que se domina mais e mais a técnica. Domina se a técnica conhecendo
cada vez melhor. Hoje no mundo pós-industrializado, das tecnologias se requer uma
escola que prepare o aluno para o mercado de trabalho e também um trabalhador que seja
sempre um aprendiz, não apenas para conhecer o que ele faz, mas ter uma mão de obra
qualificada, barata e competitiva. Que tenha uma visão ampla do mundo e da empresa
onde trabalha e que também domine outros saberes necessários ao trabalho e á produção.
“Por isso, exige-se que a educação se pense olhando para o futuro trabalho na sociedade”
(LIBANIO, 2012, p. 92).
Cada dia surge novas exigências vindas por parte da sociedade. Muitas vezes a
escola se surpreende, porque não sabe como corresponder a tais exigências. O trabalho
nessa sociedade tecnológica absorve cada vez mais conhecimentos. “Nessas condições, a
educação deixa de ser apenas uma dimensão de cidadania e passa a representar uma
exigência da economia propriamente dita” (apud, LIBANIO, 2012)

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O que a escola deve ter em mente é que a prática do aprender a fazer, diferencia
de aluno para aluno. Também, o aprender a fazer se modifica conforme os anos de estudos
entre os alunos. Isso representa um desafio muito grande tanto para a escola como para o
professor, no sentido de conciliar essas particularidades e se tornar uma força motriz na
escola. “Saber fazer” da educação infantil e das séries iniciais, destas para outros níveis
de escolaridade; difere também esse “saber fazer” referente aos conteúdos conceituais a
serem trabalhados” (ANTUNES, 2010, p. 32).
É importante que a educação aprimore as habilidades de seus alunos, ou os
levando a descobrir que tem esses talentos. Que a escola seja de qualidade para
proporcionar aos aluno as competências e habilidades condizentes com a idade escolar.
Não levando em consideração essa faixa etária ,os alunos são prejudicados face ao seu
rendimento escolar. Um saber que seja apurado pela reflexão crítica, para que valha a
pena fazer. Que tenha múltiplas habilidades para não encurralar a escola numa visão
estreita de pessoa e de mundo. Ao contrario, a escola é sim para alargar a visão de mundo
e de sociedade. “reconhecer, analisar, comparar, relacionar, classificar,deduzir, propor
soluções, avaliar, compreender, e muitas outras também essenciais a outras disciplinas”
(ANTUNES, 2010, p. 34).
Aprender a fazer da sempre sentido de liberdade e independência, confiança em
se próprio. Melhora a auto estima, aumenta a confiança em se mesmo para superar outras
dificuldades, persevera mais quando ainda não tem aprendido outros conteúdos. Outros
afazeres. Tudo isso é fundamental no processo de ensino-aprendizagem. Aprender a fazer,
mas, com critérios, sem se tornar escravo do trabalho, como forma de construir a se
mesmo, construindo o mundo. Gostar de aprender para fazer melhor e ser competente.
Hoje sé sobrevive no mundo do trabalho quem for competente, souber e confiar nas suas
habilidades, fazendo delas, um meio eficaz de vencer na vida.
Para tanto, se exige ainda outra coisa, que a escola por não conhecer desperdiça
muito: é a sabedoria de vida, hoje, em desuso no nosso dia a dia. Mas que não perdeu a
sua validade. É feliz quem não despreza a sabedoria! O aprender a fazer não é repetir o já
feito, mas reinventá-lo outra vez. “valoriza aquele que gosta de compreender, faz do que
aprende parte integrante da maneira como encara sua vida e suas relações e da leitura que
faz do tempo e do momento em que vive” ( ANTUNES, 2010. p 38).
Antes do fazer implica ter um conhecimento prévio daquilo que se pretende fazer.
Aprofundar esse conhecimento praticando. Ter motivação interior para o aprender, pois,
aprender nem sempre é fácil. Requer disciplina e método. Às vezes gera até sofrimento
para chegar a um aprendizado. Saber que aprender é sempre importante para o

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crescimento pessoal, porque se descobrem muitas outras possibilidades de resolução, até


então, imagináveis. Aprender a fazer é uma conquista humana. De fato fazer é se realizar
como pessoa. Porque no fazer também se cria a cultura e até transforma-a. Nesse fazer se
co-cria o mundo, isso, se torna até bonito. O fazer é um ato tipicamente humano porque
é feito com consciência.
Torna-se até mesmo uma espiritualidade, porque o ser humano fazendo ele se
rejuvenesce, ele também se envelhece. Por isso a prática do aprender a fazer se exige uma
espiritualidade, porque partindo do mundo real se vai para o mundo antes só imaginado.
“Aprender a fazer é, portanto, captar o espírito da estratégia e da reflexibilidade, que
permitem um refazer contínuo do agir á medida que os dados oferecidos pelo ambiente o
pedem e exigem” (LIBANIO, 2012, 102).
Com o aprender a fazer, as escolas passaram a ser fornecedoras dos
conhecimentos e das técnicas hábeis, necessárias á atuação produtiva na sociedade
capitalista e consumista. Aqui, o fazer da importância e destaque social. Por isso se pede
uma orientação psicopedagogica nas escolas, que saiba conduzir bem o processo
educacional, para que o mesmo, seja inclusivo e não uma escola excludente, como
historicamente tem acontecido no Brasil. Pede-se um fazer que seja humanizado tanto de
forma individual como coletiva.

Terceiro pilar: A prática do aprender a viver juntos

Celso Antunes desenvolve criteriosamente este tema a partir da prática da


amizade. Este tema da amizade tem sido muito querido por vários pensadores. Na Bíblia,
por exemplo, o vemos refletido na amizade de Jônatas e Davi. O mundo clássico mostra
uma preocupação muito generalizada por essa relação humana: Platão, Aristóteles, Cícero
e Sêneca são um exemplo disso. Para todos eles, a amizade é uma aproximação afetiva
profunda e livre entre as pessoas. Também autores cristãos dos primeiros séculos nos
deixaram belas paginas sobre a amizade. Em especial Santo Agostinho, São Basílio, São
Gregório Naziazeno e, posteriormente, o monge Elredo.
A amizade é um dos mais belos relacionamentos que a pessoas humanas pode ter
e cultivar na vida. É muito bom ter amigos, melhor ainda fazer amigos. Para Santo Tomás
de Aquino, a amizade é amor. Um modo de amar é a forma mais sublime de amor. Amigo
é outro eu dizia Cícero. Ainda podemos dizer que o tema amizade é cantado nas músicas,
como tão lindamente canta Milton Nascimento: “Amigo é coisa pra se guardar dentro do
fundo do peito”. Nos provérbios bíblicos: “Um amigo fiel é uma poderosa proteção: quem

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o achou descobriu um tesouro” (Eclo 6,14) Também encontramos o mesmo assunto nas
poesias e canções populares. Tudo isso para dizer o quanto à amizade permeia as relações
humanas, e, por tudo o que representa amizade é fundamental que seja cultivada e
estimulada na sala de aula, na formação e no aprendizado das pessoas. “O caminho da
autentica formação para viver juntos passa por uma dupla descoberta: a do valor próprio
e a do valor dos outros” (LIBANIO, 2012, p. 122).
Esta prática deve ser exercitada diariamente. Pois, viver é conviver, a vida sempre
acontece em cadeia. Tirando ela dessa realidade, ela começa a definhar. O ser humano
vai se moldando na convivência com seus semelhantes, porque ele vai percebendo que só
é possível convivência harmoniosa, não quando se impõe, mas quando há reciprocidade,
inter-relação.
No viver juntos o ser humano se fortalece, porque os outros lhe dizem quem ele
é. E quando ele descobre quem é ele, certamente tem feito uma grande descoberta na vida.
Descoberta essa que lhe ajuda no seu crescimento e amadurecimento humano e espiritual.
Na escola se deve aprender a viver juntos, em forma de amizade, aprimorando-a.
“Amizade é um sentimento de afeição, simpatia, estima e ternura entre pessoas ou
eventualmente entre uma pessoa e um animal” (ANTUNES, 2010, p. 9).
O sentimento que faz a amizade é biológico. O ser humano vive junto também por
necessidade é sempre um ser carente, que precisa do auxílio de seus pares. Ele pra ser é
necessário que os outros lhe digam quem ele é que esteja convencido disso. Quem tem
amizade tem dentro de si um sentimento nobre. Daí ser importante cultivar uma amizade
sadia e libertadora que dê sentido e solidez a existência.
Amizade não é algo pegajoso, saber que pode sempre contar com pessoas estando
longe ou perto delas. Cultivar amizade demonstrando aos outros que valoriza a amizade
deles. Ser transparente, ser solidário. Viver de tal forma que as outras pessoas sintam-se
valorizadas. De fato a escola é um ambiente propício para fazer amizade, haja vista, a
diversidade de pessoas que estão no dia a dia dela. A amizade é uma experiência de amor
que muito ajuda na adaptação dos alunos no ambiente escolar. Começar a conviver com
a diversidade humana e cultural é fundamental para o enriquecimento humano.
Principalmente para despertar sentimentos de amizade, solidariedade, compaixão,
ternura, enfim, o ser humano se revelar naquilo que ele tem de melhor que é a sua própria
pessoa. Para tanto, se exige um ambiente propício e favorável. Daí, a escola desenvolver
uma pedagogia da amizade. Mostrando na teoria e na prática que amizade é indispensável
para a qualidade da vivencia em grupo, tanto num ambiente escolar ou noutro ambiente
qualquer.

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As pessoas até podem viver de forma precária num lugar, que elas se adaptam e
suportam. Mas, se não tiver amizade, não é possível a convivência humana equilibrada
duradoura. “Amizade é uma forma de saúde e qualidade de vida, aprender a cuidar da
mesma visa proporcionar á pessoa uma vida emocional plena e equilibrada” (ANTUNES,
2010, p.41).
Fazer a experiência dessa amizade implica também se preparar para enfrentar as
contrariedades da vida, haja vista que elas são inerentes à vida, e quando bem
aproveitadas se tornam ótimas oportunidades formativas. Cultivar a amizade no ambiente
escolar é muito importante porque desde cedo a criança já começa a acreditar e a confiar
no ser humano. Isso lhe dar segurança para viver, consequentemente, saúde psicológica,
algo tão necessário para o aprendizado. Os verdadeiros amigos se ajudam mutuamente
em vista do crescimento e do amadurecimento pessoal.
Geralmente amizades feitas no tempo da escola duram a vida inteira. Nós todos
temos amigos do tempo da escola. Amizades feitas não apenas entre os alunos, mas,
também com os professores. As pessoas idosas gostam de relembrar os velhos tempos de
escola, de suas amizades, de como era o local da escola, as brincadeiras, os recreios, o
jeitos dos professores tratá-los, pode-se falar o mesmo também dos funcionários. A escola
pode sim ter um clima de convivência familiar. ”É possível trabalharmos o aprender a
viver com os outros desde a Educação Infantil á terceira idade” (ANTUNES, 2010, p.
50).
Nem sempre as crianças têm facilidade para fazer amigos, cada qual sabe dos seus
problemas. Já outras convivem melhor com seus amigos, do que mesmo com a família.
As escolas devem ter uma preocupação muito grande para ensinar as crianças, para que
elas vivam desde cedo na sociedade num espírito de comunhão, não de competição umas
eliminando as outras. Daí, ser importante trabalhar o quanto possível atividades em
grupos. Sabendo que todas as pessoas, não importando quem, tem o direito inalienável de
viver dignamente na sociedade.
Viver não significa apenas lutar desenfreadamente pela sobrevivência, viver é
desfrutar eticamente do mundo com suas riquezas culturais, econômicas, intelectuais a
sua volta, isto é: realizar sua vocação como pessoa. Mas infelizmente essa situação de
competitividade estar tão arraigado na sociedade, que é a lei do mais forte que impera
sobre o mais fraco, como acontece no reino animal. “Aprender a viver juntos implica a
capacidade de entrar nesse jogo de diálogo no equilíbrio difícil da tolerância e de seu
limite” (LIBANIO, 2012, p.111).

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Aqui, cada um interage uns com os outros. Se sente no grupo de amigos e ao


mesmo tempo, um indivíduo. Capaz de viver em grupo ou sozinho quando necessário.
Aprender a conviver exige uma delicadeza respeitosa ao diferente em todas as relações.
Isso alimenta o próprio diálogo, porque as pessoas precisam se entender compartilhar
umas com as outras seu espaço de convivência e a escola é também um local onde se
gesta as pessoas para a sociedade. Ou seja, elas precisam nascer para o mundo, afinal, os
pais criam seus filhos não para eles, mas para o mundo. “O lugar de aprender a conviver
são naturalmente as experiências de vida em grupo, em equipes, em comunidade,
começando pela família” (LIBANIO, 2012, p. 117).
Toda a equipe dirigente de uma escola precisa perceber a importância da amizade
dentro e fora da escola. Para melhor compreender e combater a violência não de forma
violenta ou ostensiva, como geralmente tem acontecido. Mas, cultivando constantemente
a amizade, entre os alunos, a escola e toda a comunidade. Essa atitude de conviver junto
é uma boa pedagogia pra cura do egoísmo e do narcisismo na nossa juventude.
O compromisso da amizade e do grupo exige que cada um tenha de fazer por
merecer, até mesmo porque amigo se escolhe, não se herda, ou seja, nas relações de
amizade também acontece jogo de interesse. É importante as crianças, criarem sentido de
pertença a um grupo, uma escola, uma família, uma comunidade, um País, um mundo.
Para que essa pertença possa ser aprofundada, eduque essas pessoas a cuidarem desses
seus pertences, pra que eles digam no seu íntimo, porque essas coisas me pertencem eu
cuido e zelo delas. Se assim fosse não teríamos tantas escolas depredadas, coisas públicas
destruídas e pais idosos largados ou apenas para suprir as necessidades materiais de seus
filhos exploradores.
Deve desde muito sedo educar as pessoas para que tenham a sensibilidade de falar
do mundo com seus problemas e acontecimentos a partir do lugar dos outros. É uma
grandeza humana se colocar no lugar dos outros pra sentir a mesma dor, a mesma
pulsação de alegria, que por ventura o outro venha sentir. Para tanto, ser tolerante que
significa segurança de se mesmo diante do diverso e até do contraditório. “O caminho da
autêntica formação para viver juntos passa por uma dupla descoberta: a do valor próprio
e a do valor dos outros” (LIBANIO, 2012, p. 122). Chegar a esse nível implica dizer que
a formação escolar começou muito bem com seus alunos.

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Quarto pilar: A prática do aprender a ser

Cultivar o ser que há dentro de cada pessoa, significa buscar constantemente o


sentido profundo e primeiro da vida. A vida é sempre o resultado de escolhas. Por isso
usar de critérios moralmente aceitáveis, porque dependendo das escolhas elas podem
ajudar ou atrapalhar a realização de uma pessoa. O ser humano é um eterno vir a ser. “A
educação deve propor como uma de suas finalidades essenciais o desenvolvimento total
do indivíduo, espírito e corpo, sensibilidade, sentido estético, responsabilidade pessoal e
espiritualidade” (ANTUNES, 2010, p.71).
A educação não pode renunciar seu objetivo de formar o aluno na sua totalidade:
corpo, psique e espírito de tal maneira que essa formação dada, represente para ele um
novo nascimento. Que seja voltada para o verdadeiro ser do aluno, ou seja, para a pessoa
dele. Não ser pelo possuir, consumir, mas, tão simplesmente por ser humano, imagem e
semelhança do Deus criador. Muito antes de a formação estar voltada para a aquisição de
competências, por parte dos alunos, ela deve está voltada, sobretudo para a pessoa do
próprio aluno.
Ter zelo e cuidado pelo aluno para que ele aprenda o quanto é importante ser,
sendo que essa experiência lhe gere uma felicidade como satisfação humana. Por essa
importância “A educação para um autêntico aprender a ser não pode ser restrita a uma ou
outra disciplina em algum momento do planejamento docente.” (ANTUNES, 2010, p.
71).
Para João Batista Libânio “aprender a ser significa aprender a existir” (p.139). O
ser de que se fala aqui é sempre o ser humano. Heidegger o caracteriza precisamente
como “aí ser” (Da-sein), ou seja, lugar da manifestação do ser. (1927). Hoje vemos muitos
seres humanos que vivem entregues a mercê, não construindo seu destino com suas
próprias mãos, de forma livre e decidida. São arrastados pela história, não constroem nem
a história do País e muito menos a sua. Esse ser humano contraria o Ser de Heidegger que
consiste não no fato de ser, mas no modo de ser propriamente humano em sua essência.
Nossas escolas devem educar seus alunos para esse ser heideggeriano. O ser
protagonista de sua própria vida e não passivo diante de sua existência. Ser como se
compreende, ser revelado na história vivida. Como escreve o próprio Heidegger “A
história do ser rege e determina toda condição e situação humana”. Isso já é suficiente
para mostrar o quanto à educação escolar deve preparar os alunos para viver a própria
vida. Não passar por ela sem desfrutá-la. Ninguém nasce sabendo das coisas, de que forma
se pode ser para poder ser feliz, mas, consiste num aprendizado constante. Ninguém tem

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a receita pronta das coisas, mas, elas vão acontecendo para o bem ou para o mal conforme
se encara a vida, com suas escolhas ou omissões.
Para Heidegger é sendo que o ente se torna transparente, claro, conhecido e auto
revelado. Porque o ser auto revela o ente, ou seja, a ontologia do ente, esse ente é a
ontologia do ser. O homem é sempre o ser aí, isto é o homem vive sempre lançado numa
situação, em relação ativa com ela. “O ser-ai não é nunca uma simples presença, já que
ele é precisamente aquele ente para o qual as coisas estão presentes.” (REALE;
ANTISERI, 1991, p.583). Essa concepção de ser heiggeriana questiona o tipo de ser da
sociedade atual. Temos um ser apenas pelas aparências, sem conteúdos interiores,
alienado de se e do mundo porque não conhece nenhum e nem outro. Um ser ausente
porque é indiferente, vejamos, por exemplo, a violência e a exploração em todos os
sentidos do menor pelo maior. Ser aqui é destruir os semelhantes se afirmando pela força
e pela violência.
Heidegger nos ensina: “O essencial ser – possível do ser aí envolve as
modalidades já caracterizadas pelo cuidar do ´mundo´, pelo cuidar dos Outros” ( REALE/
ANTISERI, 1991, p. 583). O ser é sempre ser em relação a algo, no dizer de Heidegger
em relação a uma situação. O ser humano pra o cristianismo se salva salvando os outros.
A partir do momento que o aluno, por exemplo, destrói a escola onde estuda, ele diz a
todos que a formação educativa que ali recebeu não o fez um ser. Que é pobre
humanamente falando, não sendo capaz de fazer o bem a sua volta, mas, o mau. Deveria
voltar toda a formação e de preferência noutra escola que pudesse fazer desse aluno um
ser no seu existir no sentido de Heidegger, ou seja, cuidador e zelador das pessoas e do
mundo a sua volta.
Cuidar do mundo e das pessoas significa deixá-los para as gerações futuras, uma
vez que elas têm igualmente os mesmos direitos que a nossa geração atual. Aprender a
viver juntos com seus semelhantes torna o ser humano solidário, tolerante e adaptável às
diversas situações pelas quais passa a vida do ser humano. O ser humano não nasce pronto
e acabado, mas, se faz num constante vir-a-ser. Educar o ser humano para que ele seja de
fato, não sendo egoísta ou indiferente, mas, seja educado para cuidar dos outros seres
humanos.
Os tempos atuais pedem uma formação que humanize as pessoas, muito antes de
ensiná-las, não reduzir o ser humano as coisas ou fatos, ele é sempre mais e muito mais.
Ele deve estar sempre presente, o ambiente sentir a presença humana numa relação de
reciprocidade, não de dominação. ”O modo de ser do homem é a existência”. “A
experiência é poder ser”. (REALE/ ANTISERI, 1991, p. 583).

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Nesse poder ser o homem pode escolher se construir ou se arruinar, ele pode
escolher ser. Essa possibilidade é própria de cada indivíduo bem particular. Essa opção
pode chamar de atitude fundamental, porque não se pode compartilhar com os outros. Por
mais que vivamos em sintonia com nossos semelhantes, isso não pode tirar de nós a nossa
individualidade, a nossa identidade. A partir dessa identidade se projetar para ser no
mundo.
Aqui consiste a transcendência do ser humano, ou seja, poder ser no mundo. Para
Heidegger, isso é a constituição fundamental. O homem é projeto e as coisas do “mundo”
são originariamente utensílios em função do projetar humano. Característica do homem
que Heidegger chama de ser-no-mundo. (REALE/ ANTISERI, 1991, p. 584).
Heidegger nos ajuda a ler o mundo e o tipo de educação que temos. De fato há
uma disparidade muito grande. Muitas pessoas vivem sem saber ser. Vivem e não são.
Estão alienadas de sua condição humana, porque não conhecem a se mesmas.
Condicionam-se pela exterioridade das coisas, não fazem delas meios para o poder ser.
Sua importância e ação no mundo se dar pelo ter e não pelo ser. Ter para ser, enquanto
deve ser o contrario ser para ser.
Durante décadas a pedagogia vinha apenas se preocupando em passar conteúdos
para os alunos. Porque o saber dava poder sobre os demais. Saber para ser. Era muito
comum encontrarmos pessoas com muito conhecimento e nada de educação, de
sensibilidade. Isso dividia a sociedade entre os que sabiam e os que não sabiam. Os que
não sabiam tinham medo dos que sabiam. Conhecer para poder ser. Essa visão
empobrecia o mundo nas relações entre as pessoas. Hoje digamos conhecer não apenas
conteúdos, mas igualmente importante conhecer seres humanos em suas diversas
experiências, sobretudo, no modo de ser de cada pessoa. Aqui consiste a individualidade
delas. “Eu sou a minha compreensão de mim mesmo e nada mais” (CARDOSO, org.
2012, p. 11).
Ninguém é aquilo que ainda não se compreendeu, porque não se assumiu. Não se
assumir significa não se zelar. A primeira empreitada da vida do ser humano é cuidar de
si mesmo. Não é tão fácil essa tarefa. Vemos diariamente muitos seres humanos que
conscientemente desistiram de se. Acharam melhor viver sem ser. Não se compreender
significa alienação, porque não sabe de suas potencialidades ou de seus limites. É muito
perigoso viver sem saber o que se é na vida.
Em via de regra a escola prepara o ser humano para trabalhar e produzir
exaustivamente para outros consumirem. Ser feliz é consumir, assim o ser humano se
auto-afirma em relação aos demais. Isso gera violência, pois, para muita gente, se a pessoa

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vale por aquilo que possui, então, tudo vale, e é permitido moral e eticamente para possuir
as coisas. A lógica do mercado é esta, não apenas concorrer, mas eliminar todo e qualquer
concorrente, consolidando a hegemonia e o objetivo único: lucro. Quando o ser humano
não se compreende, ele não sabe o que fazer de se, o que quer ser, o que se passa consigo.
A escola dos nossos dias deve formar pessoas saudáveis. Pois, é aprendendo que
o ser humano acaba de se gerar. Às vezes o aluno vai à escola sem saber qual é a
verdadeira importância de ir à escola. Não faz sentido se educar, se o mais importante na
vida não é o ser mais o ter riquezas, mesmo sem cultura e sem respeito ao direito dos
outros, sem comportamento ético, porque valores não dão status ou projeção social. Essa
cultura capitalista atrofia o ser humano porque não ajuda a viver uma vida com menos
estresse e menos ativismo, quando o ser humano vale pela quantidade que produz.
Homem maquina! Sem ser educado para pensar e refletir que sua vida é escrava. Porque
não tendo tempo para pensar não pode almejar a liberdade e o descanso.
Uma má formação é um desamor violento á pessoa. Sem uma formação de
qualidade o ser humano se degrada, ou seja, a queda do homem diante das coisas do
mundo, aqui, Heidegger chama a atenção para a voz da consciência que recoloca o ser
humano perante o sentido da vida, que é sentido do seu existir. Vida nenhuma vale a pena
se não for vivida com sentido, dando razões que fundamentam essa existência. Essa voz
da consciência revela o sentido da morte como existência autêntica. A existência autêntica
é uma existência como preparação para a morte, como possibilidade de não ser mais.
“Ninguém pode assumir o morrer do outro (...). Cada Ser-aí deve assumir a sua própria
morte. Enquanto a morte ‘é’, ela é sempre radicalmente a minha morte”. O viver para a
morte constitui o verdadeiro sentido da existência “(REALE / ANTISERI, 1991, p.587).
A filosofia de Heidegger nos ajuda a fazer outra leitura da nossa educação. A
educação que temos não engloba o ser humano na sua totalidade. Ficam muitos aspectos
dele, sem ser educado para a sua verdadeira grandeza, ou seja, para o seu ser. Temos
muita gente despreparada para a morte, isso significa dizer que essas pessoas não viveram
uma existência autêntica. A velhice e a morte para elas são um suplício. A pedagogia
escolar precisa enxergar o ser humano não apenas enquanto matéria, mas, também
enquanto transcendência, (escatologia) finalidade última do seu ser. Hoje essa concepção
é cada vez mais negada, haja vista, que a formação desde o Iluminismo preparou o homem
apenas para viver, desfrutar e se realizar apenas neste mundo.
O futuro enquanto vida após a morte ninguém nem sabe se existe. Heidegger não
estar dizendo que se viva para o suicídio, mas, falando de um sentimento que é a angústia,
como impossibilidade da própria existência, do não mais poder projetar-se, do não mais

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poder ser. “Na angústia estar presente o nada como poder de aniquilamento”. Aguardar a
morte de maneira serena e tranquila significa viver bem a vida, não apenas passar por ela.
De tal maneira que os dias e anos passados não tenham mais sentido revivê-los, porque
foram vividos com intensidade. Restando apenas esperar a morte como coroamento
último da existência.
Isso só é possível quando vivendo consciente de se próprio como auto - estima. A
auto - estima é o sentimento de querer-se bem, de apreciar-se, de sentir-se ao mesmo
tempo amor a si mesmo, visão do próprio eu e autoconfiança. É a saborosa emoção da
felicidade de ser. (ANTUNES, 2010, p.73). Hoje, a escola é chamada não apenas para
ensinar ao aluno, mas a conviver com ele. O corpo docente da escola não pode encarar o
tempo que o aluno passa na escola como um peso. A presença do aluno deve ser vista
como um momento precioso de formação e educação.
Manifestar pelo aluno apreço, estima e respeito. Dizer a ele com gestos atitudes
que ele é importante. Assim o próprio aluno vivendo a experiência de ser valorizado, ele
mesmo também vai se valorizando, se querendo bem e se sentido feliz consigo mesmo.
Tais sentimentos são fundamentais para o aprendizado e para uma vida saudável.
Estabelecendo uma relação de confiança entre professores, esse aprendizado pode se
estabelecer nas relações com as demais pessoas. “O amor a si mesmo implica se amar a
despeito dos defeitos e das fraquezas, dos limites e dos reveses”.
Já está comprovado que educar não é apenas dar conteúdos, mas, preparar as
pessoas para viver como protagonistas de suas histórias. Daí ser tão importante que as
escolas não tenham apenas pedagogos, mas, psicopedagogos, que possam entender seus
alunos na sua devida amplitude, já que educar é construir o ser humano. Capaz, confiante
em suas capacidades e nos seus valores. Que saiba relacionar-se consigo mesmo, com
suas luzes e com suas sombras; com sua complexidade. A escola não pode abrir mão da
utopia de construir sempre um novo ser humano que acredita em si mesmo e é capaz de
enfrentar os desafios pertinentes á vida.
A auto-estima é um dado inerente a nossa existência, ela depende muito da pessoa,
mas também dos outros, isto é, o amor a si mesmo depende em grande parte do amor
recebido na infância. A pessoa que tem e cultiva a sua auto-estima é mais persistente em
suas dificuldades, consequentemente há mais possibilidades de ter sucesso na vida do que
fracassos. O nível de auto-estima influencia em todos os campos do ser humano: trabalho,
família, relações humanas, estudo e ritmo de aprendizagem.
Auto - estima é ter confiança em si próprio, se achar capaz de viver e fazer por si.
Acha importante tudo o faz e diz, por isso continua fazendo. Busca o desafio e o estímulo

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das metas exigentes e valiosas, gosta de superar a si mesmo. Não tem medo de errar ou
ser criticado. Aprende com seus erros e se aperfeiçoa. A baixa auto-estima se dar ao
contrário busca a exigência do que é conhecido e pouco exigente. Pessoas assim se sentem
sem valor, acha que tudo o que faz não tem importância nenhuma. Quando criticadas
desmoronam e custam a tentar novamente.
Mesmo injustiçadas acham isso normal. Que a vida é assim mesmo! Mostra-se
sempre inseguro, indeciso, quando necessita tomar decisões, mesmo as mais simples,
sofre antecipadamente. Os momentos difíceis o fazem “desabar”, nessas horas parece não
perceber o poder de renascer das próprias cinzas. (ANTUNES, 2010, p. 80).
A escola tem uma missão de grande responsabilidade perante todas as pessoas que
acorrem a ela pedindo para serem educadas que é muito mais do que aprender. Daí, que
essa mesma escola tenha sempre o objetivo de compreender o ser humano na sua
totalidade e grandeza, pois, fica muito difícil educar uma pessoa sem saber ao certo que
tipo de cidadão a sociedade vigente espera ou precisa. Há muitas pessoas doentes em sala
de aula, tanto alunos como professores, isso nos diz que na escola ninguém está
entendendo ninguém.
Há muita gente que quando crianças ou jovens passaram pela escola e submetidos
a métodos e práticas pedagógicas autoritários desenvolveram problemas de ordem
psicológicas fragilizando sua saúde pro resto da vida; inclusive baixa estima e depressão
e outros distúrbios de ordem psicológica.
Educar nos dias de hoje significa antes de tudo cuidar de forma efetiva; de tal
maneira que o estudante faça uma verdadeira experiência de amor no seu processo
formativo. Aprender a ser é precisamente encontrar o absoluto dos valores para não se
entregar a um “relativismo suave”, a construção de uma autenticidade arbitrária sem
horizontes de significação que se imponha. (LIBANIO, 2012.p 170).
A auto - estima como disposição para experimentar a si mesmo como alguém
competente para lidar com os desafios básicos da vida e ser merecedor de felicidade. Ter
auto-estima elevada é sentir-se confiantemente ajustado á vida. Vamos constatando que
para se efetivar numa escola os Quatro Pilares da Educação, a mesma, precisa de um
corpo de profissionais treinado e competente para ser possível a execução dessas metas
de educação e consequentemente, os frutos apareçam na boa formação e educação dos
alunos. Pelas tantas necessidades de cuidado que os nossos alunos chegam pedindo á
escola, é importante que o psicólogo da escola e o psicopedagogo tenham a sensibilidade
humana de fazer um acompanhamento efetivo com esses alunos em vida do crescimento
humano, intelectual e espiritual desses alunos.

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O Psicopedagogo na verdade dar o suporte real da criatividade, da liberdade e da


inteligência do aluno, ou seja, ele apenas desperta e orienta essas qualidades em seus
alunos. No cuidado encontra-se o ethos fundamental do ser humano. Quer dizer, no
cuidado identificamos os princípios, os valores e as atitudes que fazem da vida um bem
– viver e das ações um reto agir.
O psicopedagogo deve se perguntar como melhor utilizar desses meios para
orientar seus alunos, que por si não estão conseguindo crescer pessoalmente. Ele deve
antes de tudo viver esses valores para saber e dizer que eles são fundamentais na ajuda e
na orientação de um aluno, e, que sem eles, ninguém poderá sedimentar a gerir sua vida
com seus respectivos direitos e deveres.
O psicopedagogo deve primeiro acolher o aluno e depois ouvi-lo num lugar com
sigilo, guardar esse sigilo, ficar em silêncio, para o aluno poder falar. Precisa apenas não
falar, mas conquistar a confiança, fazer com que seus pensamentos se calem, suas idéias
e opiniões se retraiam. Só assim o psicopedagogo estará inteiramente aberto para escutar
seu aluno, levando a sério desejos e pensamentos. Se o aluno estiver falando
compulsivamente, o psicopedagogo deve apenas permanecer em silencio e após 30
minutos de escuta perguntar se ele estiver bem e como se sente aliviado. Se ele quer voltar
a ser atendido, despedir-se dele e aguardá-lo ou não conforme o combinado. (Miranda,
2005)
O psicopedagogo deve levar para o corpo docente apenas aquilo que não expõe o
aluno e que é de muita importância os demais profissionais saberem pra melhor orientar
a prática pedagógica com esse aluno, no sentido de que ele venha a ter uma melhor
aprendizagem. “Contribuir para a percepção global do fato educativo e para a
compreensão satisfatória dos objetivos da educação e da finalidade da escola,
possibilitando, assim uma ação transformadora”. (SCOZ, 1994, p.34).
Se o aluno for falando calmamente, o psicopedagogo pode interromper, para ir
fazendo as manchetes da conversa, e, chamando – o pelo o próprio nome ir perguntado si
é isso de fato que ele estar dizendo. Conduzir o aluno na conversa de tal maneira que ele
possa informar o máximo de si, se ele voltar com o mesmo assunto seja para avançar e
aprofundar a conversa. Além disso, o psicopedagogo pode usar o método tradicional que
é o método do aconselhamento ou sensibilidade. Se todo ouvir é uma atitude espiritual,
as conversas logo ganham em profundidade quando escutadas com atenção. O
psicopedagogo deve se perguntar como conduzir o aluno, e, ainda perceber a fala do corpo
dele que revela toda a sua história e sua estrutura psíquica, mesmo que ele não fale sobre
isso. (Miranda, 2005)

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CONTEMPORÂNEA
Páginas 252 a 278
273
Volume 1, Número 2
ISSN 2527-0532
João Pessoa, 2017

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Ajudar o aluno em sua realidade conflituosa, e mostrar a ele como encontrar uma
direção a seguir. Sabendo descobrir seu caminho o aluno saberá como economizar tempo,
força e energia para seu crescimento pessoal, Sêneca diz: “que quando não sabemos o
porto que devemos chegar nenhum vento nos é favorável”. O psicopedagogo deve
descobrir como inclinar – se diante do aluno, para ajudá-lo encontrar-se consigo mesmo,
criando harmonia interior e sua profundidade, fazer o aluno chegar á sua interioridade,
para então criar perspectiva, relação, sonho e ideal. Assim, transcender e alcançar
iluminação e espiritualidade.
Como buscar uma vitória quando parece uma derrota. Ser psicopedagogo efetivo
é ajudar o aluno a descer para subir, ensinar a assumir o seu mais e o seu menos. Quer
dizer nós precisamos desenvolver sempre mais aquilo que estar em nós. O aluno precisa
compreender que a crise é benéfica, é um sinal claro dos processos de mudança, assim, a
crise sempre é também uma oportunidade. Para os chineses a crise tem um sinal
composto: perigo e chance. Muitas vezes é dolorosa, vem acompanhada de derrotas ou
de fracassos, mas interiormente fortalece. As lamentações provocam um clima negativo
e incomodam também quem escuta. O clima sendo positivo e contagioso transmite
energia e confiança.
Substituir a exigência da perfeição pela integridade. Isso inclui suas falhas,
sombras, seus aspectos menos brilhantes. Ensinar ao aluno para em vez de querer ser
bom, esforçar-se para ser cada dia melhor. Ensinar os antigos caminhos de sabedoria e a
experiência contida neles. Cultivar e viver os valores, eles conferem força e poder interior
as pessoas. É uma fonte de onde podemos abastecer-nos sem que logo ela fique esgotada.
“Aprender a ser implica ter essa janela da transcendência aberta para o Absoluto, presente
nos valores do bem” (LIBANIO, 2012, p. 171).
Sem esperança não é possível cuidar das pessoas. Esperança quer dizer que se
confia, mesmo que no momento a pessoa não esteja correspondendo ás expectativas.
Quando o psicopedagogo tem esperança, ele não olha com preconceito. Pode aguardar
até que o potencial existente no aluno se manifeste. Não deve ficar impaciente quando o
aluno comete um erro. Quando o psicopedagogo diz para se mesmo: este não vai
conseguir ele estar desistindo desse aluno. A esperança exige que ainda lhe dê uma chance
sempre que precisar. A esperança confere frescor, vida e juventude ao aluno. O
psicopedagogo pode sempre dizer ao aluno: espero que possamos nos encontrar de uma
maneira nova.
O amor deve estar presente em todas as circunstâncias, só as palavras de amor
podem levar os outros a moverem-se e a despertar a força que existe dentro de cada um.

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Amar significa tratar bem o aluno, ver com bons olhos e, em cuja bondade se deve confiar.
Isto faz exortar ou admoestar, como lembra a Regra de São Bento 2,23 á pessoa conforme
o seu momento de crescimento humano e espiritual. Ser psicopedagogo pela via do amor
implica também dizer que o amor é uma fonte de força na qual, todos os dias se deve
reabastecer nela para não ficar esgotado; o amor que não é apenas fruto da vontade
humana, mas ele participa do amor de Deus. E o amor de Deus é inesgotável.
No acompanhamento não adestrar o aluno, mas ensinar a pensar. O aluno chega à
idade da razão quando chega a sua autonomia. Não violar o espaço do aluno. Levar em
consideração os valores do aluno: justiça, fortaleza, temperança e prudência. Eles
continuam sendo importantes mesmo que se fale tanto em crise de valores, o que é
verdade. Nos últimos anos também se acrescentaram outros valores, como: tolerância,
persistência e solidariedade.
Todos esses valores que favorecem a vida humana, humanidade precisa deles para
viver; isto passou a ser claro com a discussão levantada por Hans Kung em torno do
“Ethos mundial” (WELTETHOS). Os valores fazem com que a vida tenha sentido, são
fontes de forças para a vida, são condições para que se possa viver com saúde. Os valores
como justiça, liberdade, dignidade, fidelidade, bondade, temperança, prudência, relações
humanas, qualidade de vida podem servir de orientação no caminho de cada um. Uma
vida sem valores não tem sentido e falta de sentido na vida gera depressão e baixa auto -
estima em qualquer pessoa.
Victor Frank, psicoterapeuta vienense e fundador da logoterapia, que sobreviveu
a vários campos de concentração, consideram a busca de sentido como a tarefa central do
ser humano. Ele fala da vontade do ser humano para a busca de sentido. Quando tudo tem
sua ordem, a própria pessoa se organiza interiormente. (1946).
Nunca esquecer que o amor educa, mas que o alicerce de uma educação centrada
no afeto vem mais de exemplos que de palavras, mais da rotina de um agir coerente que
de discursos. A formação para a vida humana como tal necessariamente precisa de uma
boa base teórica. Isso deve ser buscado nos livros da escola que oferece a formação.
Durante todo o arco formativo o processo deve ofertar ao aluno elementos que o ajude
num crescimento contínuo que seja integral e equilibrado, no sentido religioso, humano
e social, sem distorções, confiança mútua, estima e respeito. Relacionando-se
adequadamente com as pessoas, trabalho e estudo em equipe.
Como os alunos sempre buscam um modelo a imitar, o educador deve ser
respeitoso, generoso, conciliador e manso. Viver alegremente seu ofício de educador para
despertar nos alunos o educador nato de cada um. Preparar os alunos para ser educador,

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de preferência a partir de suas escolhas. Para tanto, implica ter auto-estima, realização
pessoal, confiança em si próprio e nos outros, perseverança e paciência, não usar métodos
autoritários na educação, não demonstrar superioridade na relação com os alunos, apenas
autoridade, dar liberdade, mas sem permissividade.
Educar pelo bom exemplo, favorecendo uma pedagogia dialógica franca e
verdadeira com os alunos e com toda a equipe de educadores, levando-os a um
comportamento saudável. Promover a dignidade e a vocação de cada um. Assim, os
formandos se sentiram capazes de amadurecer e viver os valores humanos como ponto de
referência em suas ações e escolhas.
Não usar preconceito ou fazer juízo de valor sobre os alunos este é bom ou aquele
não é. Um educador deve conviver autenticamente com seus alunos, numa caminhada
verdadeira e saudável, crescendo numa espiritualidade, e, em estima uns pelos outros.
Educar exige utopia que venha a irradiar a beleza no coração dos alunos e das pessoas em
volta deles. Não ter receio das incertezas e fracassos eles são inerentes à vida, e, servem
tão somente para desabrochar a vida. Só depende de como encaramos eles.
Os alunos chegam à escola com o coração aberto querendo conhecer esse mundo
novo. Essa chegada à escola implica numa separação até traumática com a família, em
especial com os pais, mas, isso é necessário, eles encontrando acolhimento e aconchego,
vão superando a “separação” da família e assumindo essa escola como que fazendo parte
de suas vidas, se constituindo numa família. Não pensar com essa positividade é desistir
de tudo. As emoções negativas podem ser prejudiciais á saúde, reduzindo a expectativa
de vida e o ciclo de amizades.
Enquanto que otimismo na escola e o olhar positivo aumentam o ciclo de amizade
saudável, sendo fundamental para a vida e a mudança do mundo. “Visto que 20 % do
êxito dependem do consciente intelectual e 80 % da inteligência emocional, constitui
afirmação por demais provocadora para passar despercebida em face das inquietudes do
homem contemporâneo”. (CAMPOS, 2002, p.5)
Diante desses números a escola não pode mais menosprezar a inteligência
emocional com fator determinante para o bom êxito da aprendizagem. O educador deve
sempre confiar nos seus alunos, manter-se esperançoso no crescimento humano e
intelectual dos mesmos, move-los por valores para aperfeiçoar o caráter deles. Criar
profundidade interior, como fonte de equilíbrio e de comunhão com seu ambiente de
convivência, criando uma sinergia. Daí ter a coragem para mudar as coisas que podem
ser mudadas, a serenidade para aceitar as coisas que não podem ser mudadas, e a
sabedoria para distinguir umas coisas das outras.

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O educador é chamado a compreender mais do que ser compreendido. Nem


sempre isso é fácil haja vista, que queremos ainda que o mundo gere a nossa volta. Só
aprendendo a ser, a pensar, a fazer e a conviver o aluno, ou com outra função na
sociedade, conviver com seus pares e se transcende para Deus.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Jacques Delors lança as bases de uma nova educação baseada num humanismo
libertador. Onde o sujeito do conhecimento não é mais o professor, mas, o aluno, que é
protagonista de sua formação permanente. O professor é apenas um facilitador para que
este conhecimento se torne um instrumento eficaz na mão do aluno, ou seja, que implique
no modo de agir como caminho adequado da ação humana, até implicando numa nova
ética e numa nova moral do aluno perante a sociedade e todo o meio onde ele convive
como cidadãos planetários.
Aprender a aprender exige uma nova pedagogia da educação capaz de formar de
fato um novo ser humano para este construir um mundo novo. Baseado no respeito e na
tolerância, na solidariedade e na justiça social, que saiba que ele não é o único que vive
no planeta, mas que vivem infinitas formas de vida e de todas as espécies. Que utilize do
conhecimento não para dominar, explorar e matar as pessoas, mas, para servir como um
bem á humanidade. Mesmo a educação sendo tanto questionada e desvalorizada nos seus
professores, ninguém tirou dela a força e a esperança que ela incute no coração dos alunos
e das pessoas em geral como força transformadora da sociedade e das pessoas.
Para efetivar essas propostas educacionais é preciso professores e demais
profissionais da educação devidamente qualificados e que tenham saberes
multidisciplinares para conhecer seus alunos na sua globalidade, e, assim, usar métodos
apropriados para os alunos ter êxito nos estudos.
Este artigo ainda nos diz que o processo de ensino-aprendizagem pode ser
perfeitamente prazeroso e que cada aluno a seu modo aprende o que a ele for ensinado.
Portanto, inteligência não é absorver conhecimentos, mas fazer deles sabedoria para viver
a vida.

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REFERÊNCIAS

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Jan/2013.

ANTUNES, Celso. A prática dos quatro pilares da Educação na sala de aula.


Petrópolis: Vozes, 2010

LAIFER, Celso, Hannah Arendt Pensamento, persuação e poder. 2ª Ed. Revista e


Ampliada. São Paulo: editora paz e terra s/a, 2003

CARDOSO, Delmar (Org). Pensadores do séc. XX. São Paulo: Loyola, 2012

HERRERO, Joaquim Campos. Inteligência Emocional : suas capacidades mais


humanas. São Paulo: Paulus, 2002.

LASTRA, Juan José. Iguais a todo mundo? – vida religiosa e condição humana. São
Paulo: Ave Maria, 2009.

LIBANIO, João Batista. A Arte de Formar-se. São Paulo: Loyola, 2012 [Coleção
FAJE]

REALE, Giovanni. História da filosofia: do romantismo até os nossos dias. São Paulo:
Paulus, 1991.

SAÚDE E BEM-VIVER. Protagonismo: a felicidade traz saúde. Ed. Mundo Jovem:


março / 2012.

SCOZ, Beatriz. Psicopedagogia e realidade escolar: o problema escolar e de


aprendizagem. 13ª ed. Petrópolis: Vozes, 1994.

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