A SALVAÇÃO DE DEUS

EM VIDA
Título do original em inglês: Gad's Salvatian in Life

Witness Lee

1. O primeiro passo da salvação de Deus em vida: a regeneração

2. O segundo passo da salvação de Deus em vida: a transformação

3. O terceiro passo da salvação de Deus em vida: a conformação

4. O quarto passo da salvação de Deus em vida: a glorificação

PREFÁCIO

Este livro é tradução de mensagens dadas em chinês pelo irmão Witness Lee em
Anaheim, Califórnia, EUA, nos dias 13 e 14 de fevereiro de 1993. Essas mensagens
não foram revisadas pelo palestrante.
 O PRIMEIRO PASSO DA SALVAÇÃO DE DEUS EM VIDA: A REGENERAÇÃO
Leitura Bíblica: Gn 2:8-9; 10 1:1, 4; Rm 5: 10, 18b

ESBOÇO
I. O desejo e propósito originais de Deus:
A. Ser vida para o homem.
B. Tendo por símbolo a árvore da vida - Gn 2:9; Ap 2:7b; 22:2,14,19.
lI. A plena salvação de Deus consiste em dois elementos grandiosos: redenção e salvação:
A. A redenção de Deus, que tem o sangue precioso de Cristo como centro, satisfaz a necessidade
no aspecto judicial - Rm 3:20-26; Ef 1:7.
B. A salvação de Deus, que tem a vida de Cristo (a vida divina) como centro, satisfaz a necessidade
da autoridade (poder) - Rm 5:10.
C. A redenção de Deus lida com a queda do homem; a salvação de Deus realiza a intenção divina,
que é dar-Se como o Espírito para ser vida ao homem - 2 Co 3:6.
D. A redenção mediante o sangue precioso de Cristo lança o fundamento e pavimenta o caminho
para a salvação de Deus em vida - At 11:18; Rm 5:17b-18, 21b.
E. Os quatro maiores passos da salvação de Deus em vida: regeneração, transformação,
conformação e glorificação.
III. A definição de regeneração:
A. Nascer de Deus - Jo 1:13.
B. Ter a vida eterna de Deus além da vida humana natural - 3:16.
IV. A ordenação de Deus:
A. De que o homem, que foi escolhido e criado por Deus, seja regenerado além de ser criado - Gn
2:9a.
B. De que o homem, que caiu e morreu nos pecados, seja redimido e regenerado - At 11:18.
C. A realização da regeneração - 1 Pe 1:3:
D. Mediante a ressurreição de Cristo.
E. No momento da ressurreição de Cristo.
VI. A experiência da regeneração:
A. Todo o que crê em Cristo experimenta a regeneração realizada mediante a ressurreição de
Cristo - Jo 3:7.
B. No momento em que se arrepende e crê em Cristo v.15.
VII. O modo de experimentar a regeneração:
A. Nascer da água - v. 5:
1. Ser convencido do pecado - 16:8-11.
2. Arrepender-se e confessar os pecados - At 2:38.
A. Nascer do Espírito - Jo 3:5:
1. Invocar e receber Cristo - Rm 10:13; Jo 1:12.
2. Crer em Cristo - 3:36a.
VIII. O resultado da regeneração:
A. Tornar-nos filhos de Deus com a vida divina e a natureza divina - 1:12; 2 Pe 1:4; Cf. Ef 4:18.
B. Ser membros da família de Deus, os da família da fé 2: 19; Gl 6:10.
C. Ser habitados pelo Deus Triúno - o Pai, o Filho e o Espírito - Ef 4:6b; Rm 8: l0a Jo 14:17.
D. Tornar-nos irmãos de Cristo e ser gerados de Deus Pai com Cristo para ser os muitos filhos de
Deus - Rm 8:29b; Hb 2:10-12.
E. Ser membros de Cristo para ser Seu aumento - 1 Co 12:27; Jo 3:30a.
F. Constituir o Corpo de Cristo como Sua plenitude, Sua
expressão - Rm 12:5; Ef 1:23.
G. Tornar-nos a nova criação - 2 Co 5:17; Gl 6:15.
H. Tornar-nos parte do novo homem - Ef 2: 15; Cl 3:10-11.
I. Entrar no reino de Deus e nos tornar cidadãos de Deus Jo 3:5; Ef 2:19.
J. Ser cidadãos nos céus - Fp 3:20; Ef 2:6b.
K. Ser Israel, os eleitos de Deus - Gl 6:16.
Nesta conferência do ano novo chinês
consideraremos especificamente o assunto da
salvação de Deus em vida. Salvação em vida quer
dizer que Deus entra em nós como vida a fim de
nos salvar. Essa salvação em vida não é exterior,
mas interior, pois é o próprio Deus entrando em
nós para ser nossa vida.
O DESEJO E PROPÓSITO ORIGINAIS DE DEUS: SER
VIDA PARA O HOMEM, TENDO POR SÍMBOLO A
ÁRVORE DA VIDA
O desejo e propósito de Deus ao criar o homem
eram ser sua vida (Gn 2:8-9), e isso é simbolizado
pela árvore da vida (v. 9; Ap 2:7b; 22:2, 14, 19). A
Bíblia é um livro maravilhoso. No início, já nos
primeiros dois capítulos, ela fala de como Deus
criou o universo e todas as coisas nele, inclusive a
raça humana. Depois de ler esses dois capítulos
talvez perguntemos: "Após criar o homem, que é
que Deus queria que ele fizesse?". Os leitores ficarão
surpresos e também um pouco decepcionados ao
descobrir que, após ter criado o homem, em vez de
lhe dizer o que fazer, Deus lhe preparou um jardim.
Os estudiosos da Bíblia referem-se a esse jardim
como "Paraíso", o jardim do Éden. Deus pôs o
homem criado no jardim e queria que ele vivesse ali.
Havia duas árvores especiais no jardim. Na verdade
havia muitas, mas somente duas eram especiais.
Uma se chamava árvore da vida. Todos já ouvimos falar
da macieira, da videira, da laranjeira e outras, mas
provavelmente jamais ouvimos falar da árvore da
vida. Essa árvore no início das Escrituras tornou-se
um problema para os leitores da Bíblia. Gênesis 2 foi
escrito três mil e quinhentos anos atrás, e desde
então os leitores da Bíblia têm perguntado:"Que é a
árvore da vida?". Entretanto ninguém consegue
responder a isso. E ainda mais, após mencionar a
árvore da vida nos primeiros dois capítulos, a Bíblia
não a menciona mais até o final. A partir de Gênesis
três, milhares de outras coisas são mencionadas,
mas não se vê a árvore da vida de novo até o
finalzinho dos sessenta e seis livros. Nos últimos
dois capítulos das Escrituras ela reaparece. Isso
mostra que a Palavra começa com a árvore da vida e
também termina com ela. A árvore da vida está no
início e na conclusão das Escrituras. Portanto deve
ser algo significativo.
A árvore da vida em Gênesis 2 nos mostra o desejo
de Deus.Qual era o desejo de Deus para com o
homem que criara? A Bíblia nos diz que Deus criou o
homem à Sua imagem e conforme Sua semelhança
(Gn 1:26). Na verdade o que Deus criou não foi um
homem, mas um "deus". Por exemplo, se você tentar
fazer um cão, mas o fizer segundo o rosto e o corpo
humanos, as pessoas dirão que não é um cão, e sim
um homem. Gênesis nos mostra que Deus criou um
homem, mas o que Ele criou tinha a aparência de
Deus, pois era parecido com Deus em imagem e
semelhança.
A Bíblia nos diz que Deus criou os céus, a terra, os
animais, as plantas e os répteis, e depois criou o
homem. Se disser que o que Deus criou foi um
homem, posso argumentar com você e dizer que
esse homem na verdade era Deus. Qual foi o
propósito de Deus ao criar um homem parecido com
Ele? Em Gênesis 2 vemos que Deus colocou o
homem criado em frente à árvore da vida. Isso é
muito significativo. A intenção divina era que Adão
comesse dessa árvore. Os nutricionistas dizem que
somos o que comemos. Os que comem da árvore da
vida se parecem com ela.
Que é a árvore da vida? Isso requer cuidadoso
estudo da Bíblia. Depois de Gênesis 2, que a
menciona pela primeira vez, você deve continuar a
ler até chegar a Salmos. Em Salmos 36 lemos:
"Fartam-se da abundância da tua casa, e na torrente
das tuas delícias lhes dás de beber. Pois em ti está o
manancial da vida" (vs. 8-9a). Aqui o termo vida é
mencionado novamente; esse salmo nos diz que em
Deus está o manancial da vida. Em outras palavras,
Deus é a fonte da vida. Quando você habita na casa
de Deus, a fonte da vida é posta perante você e é
para seu desfrute. O que esse quadro quer dizer é
que o desejo de Deus é trabalhar-Se no homem a fim
de ser vida para ele. Como Deus pode ser trabalhado
no homem? Pela alimentação. Não é de admirar que,
quando o Senhor Jesus veio, disse-nos em João 6 que
Ele era o pão da vida (v. 35); depois disse que os que
O comem vivem por causa Dele (v. 57b). E não
somente isso, João 1:1 diz: "No princípio era o
Verbo...e o Verbo era Deus", e o versículo 4 diz: "Nele
estava a vida, e a vida era a luz dos homens". Além
disso, João 10:10 diz: "Eu vim para que tenham vida
e a tenham em abundância". Por esses versículos
podemos ver claramente que a árvore da vida é o
próprio Deus.
Como Espírito, Deus é misterioso e invisível para o
homem, portanto usou a árvore como símbolo, como
alegoria. Quando você a vê, imagina: "A quem se
refere essa figura?". Não é uma macieira nem
pessegueiro; é a árvore da vida. Que é vida? Sabemos
que há a vida vegetal, animal, humana e divina. Vida
é sempre um mistério, por isso, para deixá-la clara
para nós, não bastava Deus usar palavras que
explicassem que Ele é vida, assim Ele nos mostrou
uma figura. Quando você vê a árvore da vida,
gradualmente percebe que deve comer dela. Isso
quer dizer que você precisa receber Deus em seu
interior para ser sua vida. Por isso a árvore da vida
em Gênesis 2 expressa o desejo do coração de Deus,
que é entrar no homem.
João 3:16 diz que Deus ama o mundo. Entretanto
nosso entendimento dessa palavra é superficial
demais. O fato de Deus amar as pessoas do mundo
não significa que Ele apenas gosta delas; antes, Ele
as ama ao extremo, a ponto de querer entrar nelas.
Em todo o universo há milhares e até milhões de
itens criados por Deus, mas o que é mais precioso
para Ele é o homem, pois o homem é Seu objeto,
como um vaso para contê-Lo. Deus deseja estar no
homem, por isso, desde o início, a Bíblia expressa o
desejo de Deus e, no fim, ela nos mostra novamente
Seu propósito. Os sessenta e seis livros da Bíblia
fornecem um registro das obras de Deus, cuja
consumação extrema é que o homem pode recebê-
Lo como a árvore da vida. Como essa árvore, Deus
cresce no homem a fim de ser vida para ele. É esse o
propósito divino.
A SALVAÇÃO COMPLETA DE DEUS CONSISTE EM
DOIS ELEMENTOS GRANDIOSOS:
A REDENCÃO E A SALVACÃO
Após criar o homem, Deus queria que ele comesse da
árvore da vida; isto é, queria que ele recebesse o
próprio Deus em si para ser seu suprimento de vida.
Entretanto no universo há outro além de Deus, o
qual na Bíblia é chamado de diabo. Antes que o
homem comesse da árvore da vida e assim recebesse
Deus, o diabo o seduziu a comer de outra árvore e
recebê-lo. O diabo é simbolizado pela outra árvore
especial do jardim do Éden, a árvore do
conhecimento do bem e do mal. Quando o homem
dela comeu, o diabo entrou nele. Antes que Deus
pudesse entrar no homem, o diabo entrou. Uma vez
que o diabo entrou, a natureza maligna dele
mesclou-se com a natureza humana.
Há duas escolas de pensamento entre os sábios
chineses: uma diz que o homem é maligno por
natureza, e a outra assevera que o homem é bom
por natureza. Afinal a natureza humana é boa ou
má? As duas escolas de pensamento têm base para o
que afirmam. O homem que Deus criou
originalmente foi considerado por Deus muito bom,
pois foi criado à imagem divina. Deus é amor, é luz, é
santidade e é justiça, portanto, segundo esses
atributos divinos, Ele criou o homem para ser amor,
luz, santidade e justiça. Interiormente, preferimos a
luz às trevas. Além disso, temos amor; amamos os
pais, os parentes, os vizinhos, os colegas e os outros.
Também somos santos; não gostamos de andar com
pessoas mundanas. Além do mais, gostamos de ser
justos e corretos. Todos temos essas características
em nós, mas descobrimos que também temos a
natureza maligna em nós. Afinal somos bons ou
maus? De acordo com as Escrituras sagradas, somos
bons no que tange à criação de Deus, mas no que diz
respeito à corrupção do diabo somos maus. Portanto
o homem caído é muito complicado. Temos o diabo
e o pecado em nós. O pecado em nós também é
chamado de "o mal" (Rm 7:21). Em Romanos 7
Paulo diz que o pecado habita em nós (vs. 17, 20).
Uma vez que pode habitar em nós, sabemos que o
pecado não é morto, e sim vivo. É isso que o
apóstolo Paulo chama de "o mal".
E não apenas isso, mas o ser humano tem
transgressões exteriormente, por isso é
transgressor. Desse modo somos pecadores por
dentro e transgressores por fora. Como pecadores
por dentro, temos cobiça, concupiscência e outras
iniqüidades. Como transgressores por fora,
mentimos, trapaceamos, roubamos e fazemos
toda sorte de males que nos aprazem. Quanto
mais velhos, mais astutos e malandros ficamos.
Uma pessoa mais velha torna-se astuta por dentro
e malandra por fora. Quando ela envelhece, o
pecado nela também fica mais velho, por isso se
torna um pecador experiente. Quando um homem
fica idoso, torna-se mais velho nas transgressões
exteriores e assim é um transgressor mais
experiente.
A redenção de Deus, com o sangue precioso de
Cristo como centro, satisfaz a necessidade no
aspecto judicial
Acaso Deus abandonou o homem porque este se
tornou corrupto? Não, Deus o amava de tal
maneira que nunca desistiria dele. Além disso,
Deus tem um propósito eterno: jamais poderia
deixar-se derrotar tão facilmente por Satanás. Por
isso Ele trouxe a redenção. A redenção foi
acrescentada porque o homem caiu e foi
corrompido, tornando-se assim pecador e
transgressor. A fim de usá-lo novamente como
Seu vaso, Deus precisava lidar cabalmente com
essa situação. Ele tinha de resgatar o homem,
purificá-lo e fazê-lo completo novamente antes de
habitar nele. Segundo Sua lei justa, Deus era
obrigado a fazer isso. Igualmente, segundo a
lógica comum, Ele tinha de fazê-lo. Deus primeiro
precisava levar a cabo a redenção pelo homem
antes de usá-lo. Portanto há dois elementos na
plena salvação de Deus: primeiro, Ele veio redimir
segundo, veio salvar. A redenção satisfaz a
necessidade no aspecto judicial. Suponha que
Deus ignorasse o fato de o homem ter-se
corrompido e ainda o usasse para Seu propósito.
Os anjos e o diabo, então, meneariam a cabeça e
diriam: "És um Deus de justiça, luz, santidade e
glória. Como podes usar esse homem sujo, vil,
corrompido, maligno e imundo? Não é correto
judicialmente". Portanto foi necessária a redenção
de Deus, que tem o precioso sangue de Cristo
como centro, a fim de satisfazer o aspecto judicial
(Rm 3:20-26; Ef 1:7).
 A salvação de Deus, com a vida de Cristo
(a vida divina) como centro, satisfaz a
necessidade de autoridade (poder)
Embora o homem queira ser vaso de Deus, é
lamentável que no universo haja um poder
maligno, representado pela outra árvore do
jardim. No ambiente ao redor, quer na escola,
escritório ou sociedade, há um poder maligno que
nos cativa e impele não a fazer o bem, mas o mal.
Por isso, embora tenhamos decidido fazer o bem,
isso não depende de nós quando estamos
cercados pelo poder do mal. Não se trata de
redenção, mas de salvação. Nessa plena salvação
que Deus preparou para os pecadores caídos, um
dos elementos é para nos redimir e o outro é para
nos salvar. A salvação de Deus é para nos salvar
do poder maligno que está em nós, ao nosso redor
e sobre nós. Desse modo, a salvação de Deus, a
qual tem a vida de Cristo (a vida divina) como
centro, visa satisfazer a necessidade de
autoridade, de poder (Rm 5:10).
Por causa da queda o homem agora tem em si
uma natureza pecaminosa. Fui salvo há setenta
anos e tenho estudado a Bíblia também por
setenta anos, nos quais contatei todos os tipos de
pessoas e descobri que na natureza pecaminosa
do homem há quatro "monstros". Cada um de nós,
quer seja jovem ou velho, nobre ou vil, tem esses
quatro monstros. O primeiro é a cobiça. Quando
você vê alguém que tem uma bela caneta sobre a
mesa, começa a pensar: "Como seria bom se ele
me desse aquela caneta". Isso é cobiça, da qual
procede o furto. O segundo monstro é a
concupiscência ou lascívia. Olhe para a sociedade de
hoje. Crianças que ainda estão no ensino
fundamental já são atraídas pelo sexo oposto, e
os velhos tingem o cabelo para ir às festas
dançar; isso é concupiscência. O terceiro monstro
é o orgulho, a soberba. Todos buscam vanglória e
ambicionam posições mais elevadas. Em certa
universidade americana havia entre os alunos um
que estava em segundo lugar e tentou matar o
melhor aluno. É um absurdo que alguém queira
cometer assassinato a fim de se tornar o número
um. Orgulho e vanglória estão em todos nós. Na
política quem é vereador quer ser prefeito. Além
de se tornar prefeito, quer ser governador e
depois quer ser presidente. A seguir não sei mais
o que quer ser. Talvez queira ir para o céu e
tornar-se Deus assim como desejava o diabo.
Muitas pessoas importantes no governo lutam
umas com as outras por causa de seu amor por
vanglória e ambição por poder e posição. Isso é
orgulho.
Por fim há o monstro maior cujo nome é ira ou
raiva. Não considere a ira algo insignificante.
Quando uma pessoa está irada, facilmente fica
irritada e até furiosa. Então, em sua fúria, discute
e briga. Conheço essas coisas porque, ao pregar o
evangelho e ensinar a verdade, minha principal
atividade é contatar as pessoas e servi-Ias. Por
exemplo, havia um casal muito bom, ambos com
cerca de trinta anos de idade. Um dia o marido
ficou ofendido no escritório e ainda estava com
muita raiva quando deixou o trabalho e foi para o
carro. Ele queria encontrar um lugar para
extravasar a raiva e pensou que podia fazer isso
em casa com a mulher. Por coincidência naquele
dia a mulher também estava cheia de raiva em
casa porque as crianças estavam indisciplinadas,
um vizinho viera discutir com ela e um parente
brigou com ela por telefone. Assim, quando o
marido chegou à casa, foi raiva versus raiva.
Quando os dois se enfrentaram, ficaram fervendo
de raiva.
Quando a raiva vem, quem pode vencê-la?
Quando marido e mulher estão irados, ficam com
raiva e depois furiosos, por isso discutem e
brigam. Por fim ou se separam ou se divorciam.
Desse modo a cobiça, a concupiscência, o orgulho
e a ira são os quatro monstros em nós que nos
fazem não proceder corretamente como seres
humanos.
Cada dia estamos sob a manipulação desses
quatro monstros: a cobiça, a concupiscência, o
orgulho e a ira. Cada um de nós, pecadores
caídos, torna-se indecoroso por causa deles. Há
muitas coisas que você faz em secreto que não
ousa dizer a ninguém. Há coisas que você faz em
secreto que não diz a seus pais; outras que não
revela à esposa ou não conta ao marido. Deus nos
criou à Sua imagem e conforme Sua semelhança,
contudo não somos como Ele. Tornamo-nos
indisciplinados e nos extraviamos por causa da
natureza pecaminosa em nós.
A redenção de Deus lida com a queda do
homem; a salvação de Deus executa a intenção
divina de Se dar como Espírito para ser vida
ao homem
Portanto primeiramente precisamos da redenção
e, em segundo lugar, da salvação. A redenção de
Deus é para lidar com a queda do homem, ao
passo que a salvação de Deus é para realizar a
intenção divina de Se dar como Espírito para ser
vida ao homem (2 Co 3:6). É notável que os
fundadores das religiões do mundo não tenham o
termo redenção. O que ensinam é a necessidade
de expiação dos erros por meio de serviço
meritório. Você acha que tem méritos? Mesmo se
os tivesse, que tal seus pecados anteriores?
Somente a Bíblia nos diz claramente que o
Senhor Jesus veio para realizar a redenção por
nossos pecados. Ele não somente nos redimiu,
mas também nos salva dando-Se como Espírito
para ser nossa vida.
A redenção por meio do sangue precioso de
Cristo estabelece o fundamento e pavimenta o
caminho para a salvação na vida divina
A redenção por meio do sangue de Cristo estabelece
o fundamento e pavimenta o caminho para a
salvação na vida divina (At 11:18; Rm 5:17b-18,
21b). Um dia, quatro mil anos após o homem ter
sido criado, Deus se encarnou a fim de se tornar um
homem, cujo nome era Jesus. Nessa ocasião Deus
veio e entrou no homem a fim de se unir a ele como
um só. Assim Ele era Deus e também era homem. O
fato de Ele ter-se tornado homem efetuou Sua união
com a raça humana. Você e eu estamos incluídos
Nele. Um dia Ele foi à cruz e ali derramou Seu
sangue para morrer por nós, levar nossos pecados e
resolver todos os nossos problemas.
A morte de Cristo na cruz é misteriosa. Uma vez em
união com a humanidade, quando morreu como
homem, Ele nos levou Consigo a cruz a fim de
morrer ali. Esse é um ensinamento muito misterioso
na Bíblia. As Escrituras nos dizem que fomos
crucificados com Cristo (Gl 2:19b). Ele nos conduziu
à cruz, visto que somos raça humana, juntamente
com Ele para ser mortos ali. Portanto, quando foi
crucificado, também o fomos com Ele. Depois Ele foi
ressuscitado e, em Sua ressurreição, infundiu Deus
em nós para ser nossa vida. Romanos 5:17b mostra
que a graça e o dom da justiça, que nos foram
trazidos mediante a redenção de Cristo, podem ser
abundantes a tal ponto que sejamos capazes de
reinar na vida de Deus - não apenas vencer, mas até
conquistar tudo e reinar sobre todas as coisas.
No universo há esta história entre os homens: houve
um homem que foi publicamente crucificado, mas
três dias depois de sepultado Ele ressuscitou.
Quando foi ressuscitado, nós também fomos
ressuscitados com Ele. Em ressurreição Ele
dispensou Deus a nós. Por isso a Bíblia nos diz que
fomos crucificados com Ele e ressuscitados
juntamente com Ele. Ser crucificado com Ele visa à
redenção, e ser ressuscitado com Ele visa à salvação.
Essa salvação de Deus é realizada pela infusão Dele
mesmo em nós a fim de estar em nós mediante a
morte e ressurreição do Senhor Jesus. Portanto hoje
também nós somos pessoas ressuscitadas Nele.
O Senhor está em nós, isto é, em nosso espírito. Ele
não apenas quer nascer em nós, como também viver
e mover-se conosco dia a dia. Quando falamos, Ele
participa. Em tudo o que fazemos, Ele está conosco.
Isso é desconhecido dos incrédulos, que pensam que
crer em Jesus é crer numa religião e reformular a
conduta exterior. Entretanto a Bíblia ensina que
Deus é vida e fora Dele não há vida. Somente Sua
vida é eterna. Esse Deus que é vida quer entrar no
homem para ser sua vida. Ele o criou a fim de que o
homem seja um vaso para contê-Lo. Por isso hoje
todo aquele que está sem Deus ou sem Cristo é
vazio; não tem realidade. A realidade do homem é
Cristo, que é Deus. O próprio Deus encarnou-se a fim
de ser um homem. Nesse homem, Ele levou a raça
humana à cruz para morrer ali com Ele. Depois Ele a
levou a ressuscitar com Ele e, em Sua ressurreição,
regenerou os que havia escolhido.
Os quatro maiores passos da salvação de
Deus em vida: regeneração, transformação,
conformação e glorificação
O Cristo que morreu e ressuscitou era Deus
encarnado para ser um homem a fim de morrer por
nós e nos introduzir com Ele em Sua ressurreição.
Em ressurreição Ele foi transfigurado para ser o
Espírito que dá vida. Portanto Deus, Cristo e o
Espírito não são três separadamente. Deus é Cristo,
e Cristo é o Espírito. Hoje, como o Espírito que dá
vida, Cristo aplica a redenção e a salvação de Deus a
nós. A salvação de Deus em vida consiste em quatro
passos principais: regeneração, transformação,
conformação e glorificação. Neste capítulo veremos
o primeiro passo da salvação de Deus em vida: a
regeneração.
A DEFINICÃO DE REGENERAÇÃO: NASCER DE DEUS
E TER A VIDA DIVINA ETERNA ALÉM DA VIDA
HUMANA NATURAL
A regeneração não quer dizer que "todas as coisas
do passado morreram ontem e todas as coisas daqui
em diante nascem hoje", como pensam alguns. Não é
a chamada renovação pessoal diária. A regeneração
é nascer de Deus (Jo 1:13) e ter a vida divina além
da vida humana natural (3:16). Quando Deus nos
gera interiormente, Sua vida entra em nós. O
apóstolo Paulo disse: "Já não sou eu quem vive" (Gl
2:20a). Nosso velho "eu" foi crucificado com Cristo.
Já morremos. Nosso batismo demonstra que
também já fomos sepultados. Já não somos nós que
vivemos, mas Cristo vive em nós. Paulo também
disse que Cristo, Aquele que morreu e ressuscitou
dos mortos, é nossa vida (Cl 3:4a). Essas são
afirmações claras da Bíblia, e nossa vida cristã
também pode testificar essas questões. Por que
oramos todos os dias? Por que buscamos o Senhor
todas as manhãs? Fazemos essas coisas para nos
aproximar do Senhor e chegar à Sua presença para
invocá-Lo. Invocá-Lo é respirá-Lo. Como o Espírito,
Ele é semelhante ao ar: quando O invocamos e
oramos a Ele, nós O inalamos, e Ele entra em nós.
Todos podemos testificar que, se não oramos de
manhã nem O invocamos, sentimo-nos vazios e sem
descanso o dia todo. Quando O invocamos, temos o
Senhor dentro de nós.
A ORDENAÇÃO DE DEUS
Que o homem, escolhido e criado por Deus, além
de ter sido criado seja regenerado.
Em Sua salvação Deus ordenou que o homem, a
quem escolhera e criara, além de ter sido criado (Gn
2:9a) seja regenerado.
Que o homem, caído e morto em pecados, seja
redimido e regenerado
Deus também ordenou que o homem, que caiu e
estava morto em pecados, seja redimido e
regenerado (At 11:18).
A REALIZACÃO DA REDENCÃO: MEDIANTE A
RESSURREIÇÃO DE CRISTO E NO MOMENTO DE
SUA RESSURREICÃO
A regeneração foi realizada mediante a ressurreição
de Cristo e no momento de Sua ressurreição (l Pe
1:3). Na verdade, não foi no momento em que
cremos que fomos regenerados; antes, fomos
regenerados dois mil anos atrás quando Cristo
ressuscitou. Deus já nos escolhera e predestinara,
como crentes, antes de haver o tempo. Antes da
fundação do mundo, quando os céus e a terra ainda
não existiam, e antes de nascermos, Ele nos
escolheu. Depois Ele usou esses milhares de anos
em favor de nós, Seus escolhidos, para que
nascêssemos no ambiente que Ele designara. Depois
que nascemos, Ele novamente providenciou várias
circunstâncias e nos fez experimentar várias
situações. Ele criou todos os tipos de ambientes a
fim de nos salvar.
A EXPERIÊNCIA DE REGENERAÇÃO: TODO AQUELE
QUE CRÊ EM CRISTO EXPERIMENTA A
REGENERAÇÃO REALIZADA POR SUA
RESSURREIÇÃO
Quando nos arrependemos e cremos, cada um de
nós que creu em Cristo (Jo 3:15) experimentou a
regeneração (v.7) realizada mediante Sua
ressurreição. Por meio dessa regeneração, Deus
entrou em nós para ser nossa vida. Ele vive conosco
e se move conosco. Quando falamos, Ele fala
conosco. Ele vive em nós como nossa vida, e nós
somos Seu viver. Ele é nosso conteúdo, e nós, Sua
expressão.
O MODO DE EXPERIMENTAR A REGENERAÇÃO
Nascer da água: ser convencido do pecado,
arrepender-se e confessar os pecados
O modo de os crentes experimentarem a
regeneração tem dois aspectos: o primeiro é
nascer da água (]o 3:5) sendo convencidos do
pecado (16:8-11) e pelo arrependimento e
confissão dos pecados (At 2:38).
Nascer do Espírito: invocar e receber Cristo, e
crer Nele
O segundo aspecto do modo pelo qual os crentes
experimentam a regeneração é nascer do Espírito
(]o 3:5) invocando e recebendo Cristo (Rm 10:13;
Jo 1:12) e crendo Nele (3:36a). Quando alguém
ouve o evangelho, sua consciência é tocada e
convencida. Assim ele se arrepende, confessa os
pecados e invoca o Senhor Jesus. Uma vez que
confesse, ore e invoque o Senhor Jesus, algo
acontece em seu interior. Ele sente que alguém
entrou nele. Antes ele estava só, mas agora há
Outro dentro dele. Esse Outro lhe dá gozo e paz.
Ele não apenas lhe dá ordens, mas o transforma.
Eu nasci no cristianismo, cresci e fui educado ali.
Entretanto atingi a idade de dezenove anos sem
ser salvo. Mas um dia ouvi o evangelho e não
pude deixar de crer. Confessei meus pecados ao
Senhor e orei. Fiquei diferente. Costumava gostar
de certas coisas, mas depois de salvo já não
gostava delas. Nessa ocasião eu tinha apenas
dezenove anos, mas comecei a amar a leitura da
Bíblia. Eu a lia sempre da manhã até a noite.
Quando me preparava para dormir, eu a punha ao
lado do travesseiro e ainda lia alguns versículos
antes de apagar a luz. Então, quando acordava
pela manhã, eu a pegava e lia. Muitos podem dar o
mesmo tipo de testemunho.
Primeiro o Senhor Jesus morreu na cruz por nossa
redenção, depois em ressurreição tornou-se
Espírito que dá vida. Agora é onipresente e veio a
nós. Milhões de pessoas podem testificar a esse
respeito. Em 1942 tivemos uma grande campanha
de pregação de evangelho na igreja por ocasião
das festividades do ano novo chinês em minha
cidade natal, Chefoo, na província de Shantung.
Alguém da Manchúria que trabalhava na
alfândega e ganhou muito dinheiro veio ver-me
depois dessas reuniões e me disse: "Senhor Lee,
sua mensagem mostrou-me claramente todos os
problemas dentro de mim. Não tenho dúvida
nenhuma e estou pronto para crer. Por favor,
diga-me como posso crer para receber o que o
senhor falou em sua mensagem". Eu disse: "É
muito simples. Quando for para a casa hoje, tente
achar um lugar sossegado e ore ao Senhor Jesus e
confesse seus pecados a Ele. De acordo com o
sentimento de sua consciência, confesse todos
eles, um por um, desde a juventude até agora. No
fim você deve invocar o Senhor Jesus". Quando ele
foi para a casa, não era muito tarde, mas também
não era cedo. Sua mulher e filhos ainda o
esperavam. Antes ele gostava de fazer
brincadeiras com eles, mas nesse dia, ao voltar
para a casa, estava muito solene e não fez
brincadeiras. Sua mulher e filhos perceberam, e o
viram entrar no quarto e trancar a porta. Os filhos
olharam pela janela e o viram ajoelhado a orar. No
dia seguinte, quando voltou ao trabalho na
alfândega, era outra pessoa. Há muitas histórias
assim. Por que ele estava diferente? Porque
Alguém entrou nele.
Todo aquele que foi de fato salvo crendo no
Senhor Jesus tem Alguém que entrou nele. Esse
Alguém é Deus, é Jesus e é o Espírito que dá vida.
Isso é regeneração. Quando somos regenerados,
nascemos de Deus; isto é, Deus nasce em nós. João
1:12 diz: "Mas a todos quantos O receberam, deu-
lhes a autoridade para se tornarem filhos de
Deus: aos que crêem no Seu nome". Esses crentes
nasceram de Deus. Uma vez nascemos de nossos
pais, mas a intenção original de Deus era entrar
no homem. Por isso Ele nos redimiu morrendo na
cruz por nossos pecados; depois regenerou-nos
entrando em nós ao se tornar o Espírito que dá
vida. Assim Ele habita em nós para ser nossa vida.
O RESULTADO DA REGENERAÇÃO
O fato de que fomos regenerados e Deus vive em
nós resulta nos seguintes onze itens:
Tornamo-nos filhos de Deus com a vida e a
natureza divinas
O primeiro resultado da regeneração é que nos
tornamos filhos de Deus com a vida e a natureza
divinas (Jo 1:12; 2 Pe 1:4; cf. Ef 4:18).
Somos membros da família de Deus, os que
são da família da fé
O segundo resultado da regeneração é que somos
membros da família de Deus, os que são da
família da fé (2:19; Gl 6:10).
Somos habitados pelo Deus Triúno: o Pai, o
Filho e o Espírito
O terceiro resultado da regeneração é que somos
habitados pelo Deus Triúno: o Pai, o Filho e o
Espírito (Ef 4:6b; Rm 8:l0a; Jo 14:17). Temos o
Pai, o Filho e o Espírito como o Deus Triúno a
habitar em nós.
Tornamo-nos irmãos de Cristo e somos
gerados de Deus Pai juntamente com Cristo
para nos tornar os muitos filhos de Deus
O quarto resultado da regeneração é que nos
tomamos irmãos de Cristo e somos gerados de
Deus Pai juntamente com Cristo para nos tomar
os muitos filhos de Deus (Rm 8:29b; Hb 2:10-12).
Somos membros de Cristo para ser Seu
aumento
O quinto resultado da regeneração é que somos
membros de Cristo para ser Seu aumento (l Co
12:27; Jo 3:30a). Originalmente Cristo era único e
só; depois regenerou-nos um por um, e todos nos
tornamos Seus membros, Seu aumento. Portanto
João 3 primeiro fala de regeneração e depois de
nós, os regenerados, como Seu aumento, que é
Seu complemento e noiva.
Constituímos o Corpo de Cristo como a
plenitude, a expressão, de Cristo
O sexto resultado da regeneração é que, como
aumento de Cristo, constituímos Seu Corpo, como
Sua plenitude, Sua expressão (Rm 12:5; Ef 1:23).
O Corpo de Cristo é a igreja, a igreja adequada, e
não a igreja caída e degradada. A igreja adequada
é um grupo de pessoas que crê em Cristo, tem
Cristo a viver nelas como sua vida e O expressa
em seu viver. Esses são membros de Cristo que
constituem Seu Corpo, que é a igreja como
expressão da plenitude de Cristo.
Tornamo-nos a nova criação
O sétimo resultado da regeneração é que nos
tornamos a nova criação (2 Co 5:17; Gl 6:15). De
acordo com o que somos por nascimento natural,
somos a velha criação; de acordo, porém, com
nossa regeneração pela entrada de Deus em nós,
somos a nova criação. A velha criação é somente o
homem, ao passo que a nova criação é o homem
tendo Deus em si.
Tornamo-nos parte do novo homem
O oitavo resultado da regeneração é que nos
tornamos parte do novo homem (Ef 2:15; Cl 3:10-
11).
Entramos no reino de Deus e tornamo-nos
cidadãos de Deus

O nono resultado da regeneração é que entramos no
reino de Deus e nos tornamos cidadãos de Deus (Jo
3:5; Ef 2:19).
Somos cidadãos dos céus
O décimo resultado da regeneração é que somos
cidadãos dos céus (Fp 3:20; Ef 2:6b).
Somos Israel, os eleitos de Deus
O décimo primeiro resultado da regeneração é que
somos os eleitos de Deus, Israel (Gl 6:16). Tornamo-
nos o verdadeiro Israel.
Como cristãos, somos homens ou Deus?
Aparentemente somos homens, mas na verdade
somos Deus assim como homens. Somos homens-
Deus. Podemos suportar com alegria, e até com
louvor, o que os outros não conseguem. Podemos ser
mais santos do que qualquer pessoa. Em toda e
qualquer situação, enquanto os outros são levados
pela correnteza da multidão mundana, somos santos
e santificados. Não somos nós, mas Deus que vive e
Se expressa em nosso viver. Como os nascidos de
Deus, não temos apenas a vida divina, mas também a
natureza divina. Originalmente não a tínhamos. Em
nossa natureza original e antiga temos quatro
monstros: cobiça, concupiscência, orgulho e ira.
Agora temos a natureza divina, que é amor, luz,
santidade e justiça. O que expressamos em nosso
viver são as virtudes que manifestam os atributos
divinos. A razão pela qual nós, como cristãos,
podemos sobrepujar os demais ao amar, ser santos,
justos e corretos não é nada de nós mesmos, mas de
Deus, que vive em nós e expressa de nosso interior
Seus atributos em nosso viver. Uma vez que Seus
atributos são expressos em nosso viver, os atributos
divinos tornam-se nossas virtudes humanas. Isso é
viver Cristo e manifestá-Lo: tomá-Lo como nossa
vida e expressá-Lo como nosso viver. E ainda mais:
essa natureza da vida divina nos edifica juntos para
constituir-nos o Corpo de Cristo, que é a igreja. Isso é
regeneração, que é o primeiro grande passo da
salvação de Deus em vida.

O SEGUNDO PASSO DA SALVAÇÃO DE DEUS EM VIDA:

A TRANSFORMAÇÃO

Leitura Bíblica: 2 Co 3:18; Rm 12:2a

ESBOÇO
I. A definição de transformação:
A. Não é mera mudança exterior que se percebe no comportamento.
B. É uma transformação metabólica interiormente em essência.
II. Os passos da transformação:
A. O lavar - o lavar regenerador - Tt 3:5b.
B. A santificação - a santificação do Espírito Santo - Rm 6:19,22; 15:16.
C. A renovação - a renovação do Espírito Santo - Tt 3:5b:
1. A partir de nossa mente - Rm 12:2a.
2. Através de nosso espírito, que está mesclado com o Espírito - Ef 4:23; Rm 8:6b.
3. Até atingir todas as partes interiores de nosso ser.
D. Processo metabólico - transformação - Rm 12:2a.
E. Que não se realiza num instante.
F. Mas é atingido no decorrer de toda uma vida - 2 Co 4:16-17
III. O caminho da transformação:
A. Pela comunhão com o Senhor sem barreira alguma com o rosto desvendado, contemplando e
refletindo como por espelho a imagem gloriosa do Senhor - 3:18a.
B. O avanço - de um grau de glória para outro - v. 18b.
C. Ser transformado à imagem do Senhor, como do Senhor, o Espírito - v. 18c.
 D. Pela permanência em nosso espírito e pelo exercício de nosso espírito - 2 Tm 4:22; Fp 4:23; Gl
6:18.
IV. O resultado da transformação:
A. Crescimento e maturidade na vida divina - Ef 4: 13b; Cl l:28.
B. Chegar à medida da estatura da plenitude de Cristo Ef 4: 13 c.
C. O propósito da transformação:
C. A edificação do Corpo de Cristo - v. 12.
D. A realização da economia eterna de Deus - 3:9.
VI. A transformação extrema:
A. A transformação de nosso corpo - Fp 3:21.
B. A glorificação de nosso corpo - Rm 8:30.
C. A redenção extrema - v. 23c; Ef 1: 14; 4:30.
D. O gozo pleno da filiação divina - Rm 8:23b.
Já vimos claramente que o desejo único do coração
de Deus no universo é trabalhar-Se em nós para ser
nossa vida. Esse é o milagre mais grandioso e
também a revelação mais grandiosa. Temo, porém,
que muitos que são cristãos há anos ainda não
ouviram falar disso nem conseguem falar essa
palavra. Portanto não vêem que no inicio da Bíblia
há uma árvore, a árvore da vida. Na conclusão da
Bíblia essa árvore aparece de novo. A árvore da vida
expressa o desejo de Deus e também simboliza Sua
meta.
Após ter criado o homem, Deus esperou dois mil
anos, mas ainda não veio. Então prometeu a Abraão
que este teria um descendente e nessa descendência
seriam benditas todas as nações. Esse descendente
seria Deus, que estava para vir. Na época de Abraão,
embora Deus tivesse criado o homem havia dois mil
anos e a história da humanidade também tivesse um
registro bem longo, Ele ainda não viera. Depois de
outros dois mil anos João Batista apareceu. Um dia
ele viu Jesus indo a ele e disse: "Eis o cordeiro de
Deus"(Jo 1:29). Esse Jesus era Deus, o Criador de
todas as coisas, vindo aos homens. Nessa ocasião a
raça humana já tinha quatro mil anos de história. O
Senhor Jesus veio, mas não com grande
estardalhaço; pelo contrário, veio bem calmamente.
Nasceu numa família real, sendo descendente do rei
Davi, mas nessa época a família real estava em total
ruína. O Senhor Jesus viveu nu.a cidadezinha
chamada Nazaré, na Galiléia, que era uma região
desprezada em Israel. Ele não viveu na casa de um
rico, mas na casa de um carpinteiro, um trabalhador
braçal. Até hoje não sabemos o que Ele fez ali. O
Criador dos céus e da terra na verdade viveu num
casebre por trinta e três anos e meio e trabalhou
como carpinteiro.
Esse Jesus na verdade era Deus. Ele era o Deus que
se fez homem, e as pessoas O chamavam de
Emanuel (Mt 1:23). Jesus era Deus com o homem.
Ele não apenas era descendente da família real; Ele
era Deus. Isaías havia profetizado que um filho nos
seria dado e Seu nome seria Deus Forte e Pai Eterno
(9:6). Ao completar trinta anos de idade, Ele
começou Seu ministério. Então um dia, após três
anos e meio, Ele disse aos discípulos que iria morrer
na cruz. Aparentemente os homens é que O
pregaram na cruz; na verdade, aos olhos de Deus
Ele mesmo é que foi à cruz. Não foram os homens
que O mataram; Ele mesmo entregou a vida por nós,
pecadores. Sua morte foi substitutiva, vicária. Ele
foi o que morreu para realizar a redenção por
todos os nossos pecados, resolver os nossos
problemas e pôr fim a nosso velho homem. Na
cruz Ele resolveu todos os problemas do universo
que havia entre Deus e o homem.
Ele esteve na cruz por seis horas e no final
declarou: "Está consumado" (Jo 19:30). Ele
realizou grandiosa obra de redenção na cruz.
Então um rico tomou Seu corpo, envolveu-o em
lençóis de linho com especiarias preciosas e o
colocou num túmulo novo aberto na rocha.
Depois de três dias, o Senhor ressuscitou. Ele se
despiu dos lençóis de linho que O envolviam,
dobrou-os em ordem e os pôs de lado. Depois saiu
do túmulo. De madrugada algumas mulheres que
O haviam seguido foram ao túmulo e viram que a
pedra que estava na entrada do túmulo fora
removida. Dois anjos vestidos de branco sentados
ali lhes disseram: "Não temais, porque sei que
buscais a Jesus, o crucificado. Ele não está aqui,
pois ressuscitou, como havia dito" (Mt 28:5-6; Jo
20:12).
O Unigênito de Deus, o Senhor Jesus, revestiu-se
de natureza humana e tornou-se um homem.
Depois, pela morte e ressurreição, introduziu Sua
humanidade na divindade. Isso quer dizer que
originalmente Sua humanidade não era o Filho de
Deus, mas nesse momento Ele a introduziu na
divindade. Essa Sua parte humana também se
tornou o Filho de Deus. Assim Ele passou a ser o
Primogênito de Deus. Já não era apenas o
Unigênito, mas o primeiro entre muitos irmãos. O
Primogênito indica que deve haver muitos filhos
depois Dele. Por isso, quando ressuscitou, não o
fez sozinho; antes, levou Consigo um grupo de
pessoas que Deus escolhera e predestinara na
eternidade, antes da criação dos céus, da terra e
de todas as coisas, para que ressuscitassem
juntamente com Ele. Antes que os céus e a terra
viessem a existir, antes que nascêssemos, nós
crentes fomos todos escolhidos e predestinados
por Deus. Somos os escolhidos de Deus e somos
os Seus predestinados.
No dia em que ressuscitou, o Senhor nos fez
ressuscitar juntamente com Ele. Essa ressurreição
foi nossa regeneração. Originalmente Deus nos
criou à Sua imagem e conforme Sua semelhança.
Lamentavelmente caímos. Portanto Ele se
encarnou e conduziu todos nós à cruz para que
fôssemos crucificados com Ele. É por isso que
Gálatas 2:19 diz: "Estou crucificado com Cristo".
Além disso, Ele nos introduziu com Ele em
ressurreição. Assim 1 Pedro 1:3 diz: "Deus nos
regenerou mediante a ressurreição de Jesus
Cristo dentre os mortos". Fomos regenerados
antes de nascer. E não apenas isso, fomos todos
regenerados juntos. Em nossa visão há os
elementos tempo e espaço, mas na ótica eterna de
Deus não há o elemento tempo. Aos Seus olhos
mil anos são como um dia. Nós morremos
juntamente com Cristo e também ressuscitamos
com Ele. Além disso, fomos regenerados
juntamente com Ele.
Ser regenerado é receber a vida de Deus em
adição à vida natural. Esse Deus que é vida entrou
em nós para se tornar nossa vida. Por um lado, é
uma bênção ter Deus como nossa vida; por outro,
é grande sofrimento. Os chineses dizem que casar-
se é "ter família". Digo que isso é correto, exceto
que a família se torna uma servidão. Uma vez
casado, você é posto em cadeias. O casamento é
bênção por um lado e servidão por outro. Do
mesmo modo, todos fomos salvos. É bom ser
salvo, e também é bom ter Deus como vida.
Quando Ele vive em nós, no entanto, sempre nos
incomoda. Ele se "intromete" em nossos afazeres
triviais, sem mencionar os grandes. Ler o jornal é
insignificante, contudo dentro de nós sempre
temos a sensação de que Ele não nos deixa fazê-lo.
Antes de ser salvas, algumas irmãs estavam bem
livres e sossegadas quando iam ao shopping aos
sábados.
Iam aonde queriam e compravam o que
consideravam barato e adequado. Depois de
salvas, porém, o Senhor dentro delas as incomoda
e não quer que façam compras. Às vezes elas
foram assim mesmo e, por conseguinte, não
tiveram paz. Sempre temos esse tipo de
experiência.
Isso pode ser comparado com um casal que não
se dá bem um com o outro. Deus entrou em você
para ser sua vida. Agora, é Ele que dá equilíbrio a
você, ou você a Ele? Você O acompanha ou Ele
acompanha você? Todos devemos render-nos ao
Senhor e dizer: "Senhor, Tu me escolheste e
arranjaste todas as circunstâncias para me salvar;
agora vives em mim. Senhor, Tu és o Senhor que
era Deus, que se tornou o Espírito que dá vida por
meio da encarnação, morte e ressurreição. Tu és o
Espírito hoje. Invoco Teu nome e Te digo que Te
amo e quero ser transformado".
O primeiro passo da salvação de Deus em vida é a
regeneração. Depois de regenerados, não
podemos evitar o Senhor; Ele sempre nos segue.
Aparentemente Ele nos segue, mas na verdade
quer que O sigamos. O segundo passo da salvação
de Deus em vida é a transformação. Depois de
salvos pensamos que tudo é paz e alegria. Mal
sabíamos que, quando fomos salvos, fomos
"apanhados" pelo Senhor. Ele sempre se agita
dentro de nós para nos transformar. Essa
transformação não é mera mudança exterior; é
uma mudança metabólica. No zoológico de Taipé
havia um espetáculo de um macaco comendo
refeição no estilo ocidental Era um macaco
mesmo, mas quando aparecia imitava um ser
humano. Andava sobre as duas pernas, sentava--
se, usava o guardanapo e começava a comer com
garfo e faca. Um homem com um chicote ficava
perto para dirigir a apresentação. Depois do
espetáculo, porém, o macaco pulava com as
quatro patas revelando sua verdadeira natureza.
A mudança exterior do homem é exatamente
como a ação de um macaco comer no estilo
ocidental O homem é enganoso; pode fazer muitas
mudanças na superfície porque é capaz de fingir.
Mas a Bíblia nos diz que, depois de salvos e de ter
Deus como nossa vida, Ele então opera uma obra
transformadora em nós com os elementos de Sua
natureza divina para que sejamos semelhantes a
Ele.
A DEFINICÃO DE TRANSFORMACÃO
A. Não é mera mudança exterior que se
percebe no comportamento
Nossa transformação na vida de Deus não é mera
mudança exterior perceptível no comportamento.
Depois de salva, uma pessoa talvez pense que
antes de ser cristã ela era bagunçada, mas agora
que vai à igreja e também carrega a Bíblia, deve
mudar de comportamento. Muitos cristãos
mudam seu comportamento, e os parentes os
elogiam, dizendo: "É tão bom ser crente. Veja, meu
filho mudou desde que creu em Jesus". O fato é
que interiormente não houve mudança; só por
fora. Se, depois de crer no Senhor Jesus, há apenas
mudança em sua condição exterior, essa mudança
é meramente externa, percebida no
comportamento. Isso não é ser salvo na vida de
Deus. Eu vivi na China quando jovem e observei
muitos discípulos de Confúcio. Às vezes a melhora
do comportamento deles era notável. Que
diferença há entre a melhor ia comportamental
dos discípulos de Confúcio e a transformação dos
crentes em Jesus? Quando jovem, ouvi alguns
missionários, que não tinham clareza quanto à
verdade, dizer que os ensinamentos da Bíblia
eram exatamente iguais aos de Confúcio. Eles não
percebiam que o produto dos ensinos de Confúcio
era no máximo uma melhora de comportamento,
e não transformação.
B. É transformação metabólica interior em
essência
A transformação não é mera mudança exterior que
se nota no comportamento; antes, é uma
transformação metabólica interiormente em
essência. Segunda Coríntios 3:18 diz: "E todos nós,
com o rosto desvendado, contemplando, como por
espelho, a glória do Senhor, somos transformados
[...] na sua própria imagem, como pelo Senhor, o
Espírito". Nesse versículo não se usa a palavra
mudados, e sim transformados. Esse termo é usado
duas vezes no Novo Testamento: 2 Coríntios 3:18 e
Romanos 12:2. Esse verbo denota mudança interior
metabólica, e não mudança exterior.
Qual é a diferença entre mudança e transformação?
Podemos usar o exemplo de uma mulher que esteve
doente e está pálida. Por causa disso, ela usa
maquiagem para tentar melhorar a aparência.
Depois de aplicar pó-de-arroz e batom, adquire certa
cor e parece bem. Isso não é transformação, mas
mudança exterior. É como um cantor de ópera
chinesa que pinta o rosto de branco, preto ou
vermelho. Todavia, quer seja branco, preto ou
vermelho, isso não é transformação; é
representação. Ser transformado quer dizer que,
depois que adoece, alguém se nutre corretamente;
então após dois meses, ao receber visita, as pessoas
dirão que ele tem boa aparência e está bem. Essa
aparência saudável não é algo acrescentado
exteriormente; é a manifestação da transformação
física interior e metabólica em essência.
OS PASSOS DA TRANSFORMAÇÃO
Deus quer que sejamos transformados, mas não
podemos transformar a nós mesmos. Há passos a ser
tomados na transformação. Se os seguirmos,
seremos transformados.
A. O lavar - o lavar da regeneração
O primeiro passo da transformação é que Deus nos
lavou, mas esse lavar não é exterior nem com água; é
o lavar da regeneração a que se refere Tito 3:5.
Quando recebemos Deus em nós como nossa vida e
somos assim regenerados, esse é um lavar
grandioso. No momento de nossa regeneração, nós
nos arrependemos, condenamos a nós mesmos e
confessamos os pecados. Além disso confessamos
que éramos pecadores que mereciam morrer e de
fato estávamos mortos, e nos faltava apenas ser
enterrados. Portanto precisávamos ser batizados na
água para declarar que já havíamos morrido e
fôramos sepultados. É por isso que depois de crer
precisamos ser batizados. Ser batizado é ser
sepultado; nosso velho homem, nosso homem de
imundície, nosso homem morto, precisa ser
sepultado. Esse sepultamento é um grande lavar que
sepulta nosso velho homem e nossa velha história.
Fomos salvos e também batizados no Senhor. Fomos
regenerados e agora temos Deus em nós. Nosso
velho homem também foi sepultado mediante o
batismo. O Senhor Jesus disse: "Se alguém não
nascer da água e do Espírito, não pode entrar no
reino de Deus"(Jo 3:5). Nascer da água é confessar
que somos pecadores condenados, que sofreram a
penalidade da morte e são sepultados. Por isso,
agora os que nos batizam sepultam nosso velho
homem na água. Assim a regeneração é um lavar.
Essa questão é claramente mencionada em Romanos
6.
B. A santificação - a santificação do Espírito
Santo
O segundo passo da transformação é a santificação,
a santificação do Espírito Santo (Rm 6:19,22; 15:16).
Depois que nosso velho homem foi sepultado pelo
batismo, Deus nos separa e santifica nosso novo
homem regenerado. Esse novo homem pertence a
Deus, e Deus está nele. Essa santificação não é
apenas objetiva em posição; é muito mais
subjetiva em disposição. Nós todos, como pessoas
salvas, temos essa experiência. Por exemplo:
depois de salva, sem que ninguém lhe diga, uma
pessoa talvez sinta que os sapatos que usa são
mundanos demais. Quando os comprou, ela
gostou do estilo pontudo, que é o favorito dos
vaqueiros texanos. Mas agora que foi salva,
quando os usa, sente que têm estilo mundano em
demasia e não pode usá-los mais.
Quando fui aos Estados Unidos há cerca de trinta
anos, era a época dos hippies. Muitos deles vieram
a nossas reuniões, mas havia um que jamais
esquecerei. Era grandalhão, usava um aparador
de cabelo colorido e tinha barba comprida. Ele
vinha às reuniões descalço e se sentava na fileira
da frente. Louvado seja o Senhor, depois de duas
ou três reuniões o aparador de cabelo
desapareceu, e depois de outra semana a barba
comprida também sumiu. Eu fiquei contente.
Porém ele ainda vinha descalço. Depois de outra
semana passou a usar sandálias, o que é melhor
do que vir descalço. Depois de algum tempo ele
começou a usar sapatos e pouco depois já usava
meias. Ele foi santificado.
A primeira estrofe do hino 236 diz: "ó Senhor, és
vida, / Vives dentro em mim; / De Deus plenitude
/ Dada foi assim; / Tua natureza / Santifica a
mim; / Em ressurreição dás / A vitória, enfim". O
Senhor vive em nós para ser nossa vida, e essa
vida com a natureza divina nos santifica. Esse é o
segundo passo da transformação.
c. A renovação - a renovação do Espírito
Santo
O terceiro passo da transformação é a renovação.
Quando fomos lavados, fomos santificados;
quando fomos santificados, fomos renovados.
Tito 3 fala do lavar de regeneração e renovação
do Espírito Santo. Conheço alguns que mudaram
o estilo de cabelo. Isso não foi devido aos ensinos
humanos, mas certamente foi a renovação do
Espírito Santo neles.
Em 1942, durante o grande avivamento em
Chefoo, uma jovem veio para a vida da igreja. Ela
pertencia a uma família muito rica e fora a Xangai
sozinha estudar direito na universidade a fim de
voltar e lutar pela herança a que tinha direito.
Todos estávamos a par de sua situação familiar.
Eu a vi sentada na reunião e notei que seu cabelo
era como uma torre de três ou quatro andares.
Depois de vir às reuniões por uma ou duas
semanas, vi que a altura da torre foi diminuindo,
embora não tenha sumido completamente, pois
ainda havia um pedacinho dela. Depois de mais
algum tempo a torre veio abaixo totalmente.
Podemos dizer que a mudança em seu estilo de
cabelo foi uma renovação. Desde o momento em
que somos salvos, nós, que amamos o Senhor,
podemos sentir que estamos sempre fracos e
fracassamos em muitas coisas. Contudo, se
considerarmos com certo cuidado, perceberemos
que em muitas áreas fomos renovados.
1. A partir de nossa mente
A renovação começa a partir de nossa mente.
Romanos 12:2 diz: "Transformai-vos pela
renovação da vossa mente". Deus está em nós
como nossa vida para nos transformar. Como
Ele começa essa transformação? Primeiro Ele
vem ser nossa vida. Muitos versículos bíblicos
referem-se a essa questão. Segunda Timóteo
4:22 diz: "O Senhor seja com o teu espírito".
Isso mostra que o Senhor está em nosso
espírito. Depois diz: “a graça seja convosco". A
graça do Senhor é o próprio Senhor como nosso
desfrute. Isso ocorre em nosso espírito.
Entretanto nosso espírito é a parte mais
profunda de nosso ser e é circundado pela
mente, emoção e vontade. Desse modo o Senhor
quer que nós, que O amamos, tenhamos nosso
espírito expandido para nossa alma a fim de que
sempre coloquemos a mente no espírito.
Todos sabemos que o homem possui três partes. A
parte mais externa é o corpo, e a mais interior é o
espírito; entre os dois está a alma. Assim, a partir
de fora temos corpo, alma e espírito; a partir de
dentro temos espírito, alma e corpo. Quando somos
salvos, primeiro ficamos pesarosos e confessamos
nossos pecados. Esse sentimento de pesar foi a
função da nossa consciência, que é a parte principal
de nosso espírito. Então nos arrependemos e
invocamos o nome do Senhor. Embora tenhamos
invocado audivelmente, fomos motivados a partir
do espírito no profundo de nosso ser. Dessa
maneira cremos no Senhor e O recebemos. Ele
então começou a nos renovar na mente. A
renovação da mente é o fundamento da
transformação da alma e resulta de colocar a mente
no espírito (Rm 8:6 - lit) A mente é a parte principal
da alma. Visto que a emoção e a vontade, junto com
a mente, constituem nossa alma, quando a mente é
renovada, a emoção e a vontade espontaneamente
o são.
2. Através de nosso espírito, que está mesclado com o
Espírito, atingindo todas as partes interiores de nosso
ser
A renovação também é através de nosso espírito,
que está mesclado com o Espírito (Ef 4:23; Rm 8:6b).
Essa renovação alcança todas as partes interiores de
nosso ser. Deus, que é Espírito, não pode habitar em
nosso corpo nem em nossa alma; Ele precisa tomar
nosso espírito como Sua habitação. João 4:24 diz:
"Deus é Espírito, e importa que os que O adoram O
adorem em espírito e veracidade". Além disso, em
3:6 lemos: "O que é nascido do Espírito é espírito".
Deus é Espírito, e nós nascemos Dele em nosso
espírito. Portanto nosso espírito interior e Ele, que é
o Espírito, tornam-se um só espírito. Depois que
somos salvos, porém, Deus quer que todas as partes
de nossa alma sejam transformadas. Primeiro há a
transformação da mente; depois a transformação da
vontade e emoção.
Nossa mente pode ter dois tipos de ação. Uma
resulta em que estamos no espírito; outra, na carne.
Se nossa mente depende de nosso espírito
regenerado e se une a ele, que foi mesclado com o
Espírito de Deus, isso nos leva ao espírito mesclado
pela renovação da mente, e essa renovação atinge
todas as partes interiores de nosso ser. Se nossa
mente se une à carne e age independentemente do
espírito mesclado, isso nos leva para a carne e nos
torna inimigos de Deus, incapazes de satisfazê-Lo.
Assim não seremos renovados e transformados.
Como pessoas salvas, temos muitas situações nas
quais colocamos a mente no espírito ou na carne. Se
a colocamos na carne, não podemos ser
transformados. Antes, ficaremos piores do que
antes. Nós, os salvos, temos Deus em nosso espírito,
mas ainda assim por vezes não seguimos a Deus em
nosso espírito, e sim a carne. Romanos 8:6a diz que a
mente posta na carne é morte (lit.). Dessa forma
ficaremos mortificados deprimidos, áridos,
obscurecidos e sem paz. Esse é o resultado de pôr a
mente na carne.
Nosso espírito está mesclado com o de Deus; são
dois espíritos mesclados num só. Esse espírito
mesclado é o nosso e também é o de Deus; é o
Espírito de Deus e também o nosso. Quando
colocamos a mente nesse espírito mesclado, logo
ficamos contentes, animados e libertos; também nos
sentimos satisfeitos, regados e iluminados. Temos o
sentimento de vida e paz. Romanos 8:6b diz: "A
mente posta no espírito é vida e paz" (lit.). Se
continuamente colocamos a mente no espírito e
cooperamos com ele, esse espírito mesclado se unirá
à nossa mente e em nós haverá transformação
contínua. Então os conceitos em nossa mente
acerca de muitas coisas serão diferentes. Nossa
lógica será mudada; seremos transformados e
renovados, atingindo cada parte de todo o nosso
ser.
Nosso espírito agora se espalha do mais interior
para nossa mente na alma, e a mente se rende a
ele e coopera com ele. Como resultado, esse
espírito poderá penetrar em nossa vontade e
emoção. Depois descobriremos que nosso amor
para com os outros não é o amor de Deus, e
nossos gostos e preferências em relação a
pessoas, coisas ou questões são diferentes dos de
Deus. Antes pensávamos que éramos muito bons,
mas agora vemos que nosso amor é
simplesmente nosso, e não o de Deus. Nossa
emoção mudou. Já não amamos apenas aquilo de
que gostamos nem odiamos tudo o que
detestamos; já não somos assim. Nossa emoção
agora está sob o controle de Deus e passa por
transformação.
Antes de ser salvo, você pode ter sido alguém de
grande determinação. Quando decidia algo,
ninguém podia fazê-lo mudar de idéia. Agora já
não é assim. Você vê que sua intenção é
totalmente sua; não é a de Deus. Então permite
que o espírito em você dirija sua intenção.
Quando Deus não toma a decisão, você também
não decide. Como resultado, toda sua decisão
será a de Deus. A vontade de Deus e a sua se
tornarão uma só. Desse modo sua alma passa por
transformação, parte por parte. Sua mente é
transformada, sua emoção é transformada, e sua
vontade também é transformada.
Essa obra de transformação levada a cabo por
Deus em nós é muito profunda e também muito
refinada. O Senhor é tão refinado e detalhado que
interfere até em questões como o comprimento
do cabelo. Se cooperarmos com o espírito
mesclado em nós, viveremos com Deus e na vida
divina, permitindo que ela nos fortaleça em nosso
espírito o tempo todo.
Então nosso espírito se manifestará para
conquistar nossa mente, subjugar nossa vontade e
transformar nossa emoção. Assim estaremos em
novidade e veremos as coisas como Deus as vê.
Nossa visão será a de Deus. Nosso amor e ódio a
qualquer coisa serão os mesmos que os de Deus.
Todas as nossas decisões serão iguais às Dele.
Os cristãos geralmente dizem: "Vamos orar e ver
qual é a vontade de Deus". Essa é uma frase
comum, contudo a maioria deles na verdade não
sabe o que quer dizer. Ver qual é a mente do
Senhor requer que nos voltemos ao nosso
espírito e sigamos o Espírito que é vida em nós.
Então a partir desse Espírito teremos uma visão
que sabe discernir as questões. Veremos se
devemos amar certa coisa ou não e como
devemos decidir certa questão. Ao mesmo tempo,
se tomarmos uma decisão, certamente será a de
Deus. Devemos seguir a direção do Espírito
dentro de nós, deixando que nossa mente seja
posta no espírito, que nossa vontade siga o
espírito e também que nossa emoção obedeça ao
espírito.
D. Um processo metabólico - a transformação
O quarto passo da transformação é um processo
metabólico (Rm 12:2a). O que o corpo humano
mais precisa é a circulação sanguínea, mas nela
elementos novos e bons devem ser acrescentados
ao sangue; doutra forma, ela é inútil. Quando os
chineses falam de cuidar do corpo, querem dizer
comer bem para que o sangue ganhe nutrientes.
Assim o sangue leva novos nutrientes às várias
partes do corpo e ao mesmo tempo elimina os
velhos elementos do corpo. Isso é metabolismo.
A transformação do Senhor em nós é um
metabolismo. Se fôssemos mudar a nós mesmos,
não teríamos novos elementos, e nossa mudança
seria apenas maquiagem externa. Mas a
transformação que o Senhor realiza em nós é
com a provisão abundante do Espírito todo-
inclusivo. Quando temos comunhão com o
Senhor, Ele nos supre interiormente. Esse
suprimento é a provisão de novos elementos. A
circulação sanguínea espiritual também elimina
as coisas velhas em nós. Essa é uma
transformação metabólica.
E. Não se realiza num instante
A transformação em nosso interior não pode ser
realizada pelo Espírito Santo num instante. A
transformação metabólica não pode ser levada a
cabo às pressas; antes, é como remédio chinês de
efeito gradual.
F. Mas é atingido no decorrer de toda uma
vida
A transformação em nosso interior que o Espírito
Santo realiza é atingida no decorrer de toda a
nossa vida (2 Co 4:16,17). Quando contatamos o
Senhor diariamente, recebemos os nutrientes
recém-supridos pela Sua vida de ressurreição.
Assim seremos renovados e transformados de
modo contínuo.
O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO
A. Pela comunhão com o Senhor sem barreira
alguma com o rosto desvendado,
contemplando e refletindo como espelho a
imagem gloriosa do Senhor
O modo de ser transformado é primeiro pela
comunhão com o Senhor sem barreira alguma,
isto é, com o rosto desvendado que contempla e
reflete como espelho a imagem gloriosa do
Senhor (3:18a). A estrofe cinco do hino 240 diz:
"Contemplo em espír'to a Ti, / Tua glória vou
refletir; / Irás então me transformar / A fim de
eu Te expressar". Temos de ser assim todos os
dias.
Há grande diferença entre alguém que lê a
Palavra por dez minutos e ora por cinco de
manhã e alguém que não lê nem ora. Cada manhã
precisamos ter comunhão com o Senhor desse
modo, mesmo se estamos muito ocupados. Além
disso, o dia todo precisamos também encontrar
tempo para nos aproximar Dele, para estar face a
face com Ele. Então seremos como um espelho
contemplando-O e refletindo Sua glória. Desse
modo o Senhor transfundirá em nós os elementos
do que Ele é e fez. Pelo poder de Sua vida e com
Seus elementos vitais, seremos gradual e
metabolicamente transformados para ter o
formato, ou conformação, de Sua vida. O que é
mais importante é que pela renovação da mente
seremos gradualmente transformados na Sua
imagem.
B. O avanço - de um grau de glória para outro
Segundo, o caminho da transformação é crescer e
avançar, ou seja, avançar de um grau de glória
para outro (v. 18b). No caminho da
transformação, procedemos de um nível de glória
para outro, de glória em glória, progressiva-
mente.
C. Somos transformados na mesma imagem do
Senhor, como pelo Senhor, o Espírito
Terceiro, o caminho da transformação é ser
transformado pelo Espírito do Senhor na mesma
imagem do Senhor (v. 18c). Hoje o Espírito do
Senhor já não é apenas o Espírito de Deus como
em Gênesis 1:2. Nessa ocasião Ele era puramente
o Espírito de Deus. Ele então tinha apenas um
elemento em Si: o elemento divino, o elemento de
Deus. Não havia outro elemento além desse.
Entretanto desde então Ele passou por vários
processos com o Senhor Jesus e foi consumado.
Em João 7:37-39 o Senhor Jesus disse: "Se alguém
tem sede, venha a Mim e beba. Quem crer em
Mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão
rios de água viva. Isso, porém, disse Ele com
respeito ao Espírito que haviam de receber os
que Nele cressem; pois ainda não havia o
Espírito, porque Jesus não havia sido ainda
glorificado". O Espírito de Deus estava lá, mas o
Espírito processado e consumado ainda não. Só
depois que o Senhor Jesus ressuscitou e foi
glorificado é que Ele se tornou o Espírito que dá
vida. Nessa ocasião o Espírito de Deus também se
tornou o Espírito de Jesus Cristo. Esse Espírito
tem o elemento divino, o humano, os elementos
da morte de Cristo com sua eficácia e os de Sua
ressurreição com seu poder. Hoje esses
elementos estão no Espírito de Jesus Cristo
processado, todo-inclusivo e consumado.
O óleo sagrado da unção em Êxodo 30 prefigura
esse Espírito composto todo-inclusivo. O
ungüento é diferente do azeite. O azeite é apenas
azeite e não tem nenhum ingrediente em si.
Quando, porém, é composto com outros
ingredientes, torna-se ungüento. O ungüento
sagrado em Êxodo 30 era primeiro azeite de
oliva. Segundo, continha quatro ingredientes:
mirra, cinamomo, Cálamo e cássia, que eram
moídos até virar pó e mesclados com o óleo para
se tornar o ungüento. Esse era o ungüento
sagrado da unção. Com ele Moisés ungiu o
tabernáculo, o altar, todo o mobiliário e utensílios
do tabernáculo e também os que nele serviam.
Todos os leitores entendidos da Bíblia admitem
que o ungüento sagrado da unção prefigura o
Espírito Santo. O azeite representa o Espírito
Santo, a mirra simboliza a morte de Cristo, o
cinamomo prefigura a eficácia de Sua morte, o
Cálamo tipifica a ressurreição de Cristo, e a cássia
é sombra do poder de Sua ressurreição. Esses são
todos os componentes do Espírito processado e
consumado. Portanto o Espírito de Deus tornou--
se o Espírito composto com esses elementos.
Hoje esse Espírito não é meramente o Espírito de
Deus, mas também o Espírito de Jesus, o Espírito
de Cristo e mais ainda o Espírito de Jesus Cristo.
Portanto Filipenses 1 fala da provisão abundante
do Espírito de Jesus Cristo (lit.). Uma vez que o
Espírito de Jesus Cristo é o Espírito composto
todo-inclusivo, Sua provisão é abundante. Você
precisa de divindade? Ele a tem. Precisa de
humanidade? Ele a possui. Necessita da morte do
Senhor? Nele há. Precisa da eficácia da morte do
Senhor? Ele a tem. Precisa de ressurreição? Ele a
tem. Precisa do poder da ressurreição? Ele
também a tem. Quando você tem esse Espírito,
tem tudo. Portanto nossa transformação na
mesma imagem do Senhor, mencionada em 2
Coríntios 3:18, procede desse Espírito, o Senhor
Espírito.
D. Pela permanência em nosso espírito e pelo
exercício dele
O quarto item do caminho da transformação é
permanecer em nosso espírito e exercitá-lo (2Tm
4:22; Fp 4:23; Gl 6:18). Hoje esse Espírito
processado, todo-inclusivo e composto está em
nosso espírito e nele trabalha. Por isso 1 João
2:27 diz: "A unção que dele recebestes
permanece em vós, e não tendes necessidade de
que alguém vos ensine; mas, como a sua unção
vos ensina a respeito de todas as coisas". Essa
unção é a ação do Espírito composto todo-
inclusivo em nós. Temos de nos mesclar com Ele
diariamente, de manhã e de noite, e até mesmo
momento após momento. O melhor é permanecer
em nosso espírito habitado por esse Espírito.
Quando permanecemos em nosso espírito, o
Espírito composto, que é o Espírito de Jesus
Cristo hoje e é o Espírito todo-inclusivo que dá
vida, trabalha em nós. Sua obra nos supre, e desse
suprimento recebemos novos elementos. Isso é
metabolismo. Ouvir mensagens e entender o
significado de transformação não nos
transformarão. Esta série de quatro mensagens
contém apenas explicações e instruções; ainda
precisamos praticar segundo o que foi dito aqui.
Diariamente precisamos ter a prática de
permanecer em nosso espírito e ser unidos ao
Senhor, que é o Espírito composto, todo-
inclusivo, que dá vida e Se dispensa a nós. Ele nos
provê continuamente, dispensando as riquezas
de Cristo e a plenitude de Deus a todo o nosso ser.
Isso se torna a provisão de todo o nosso ser, e
dentro de nós temos, então, novos elementos
para substituir os antigos. Essa é a obra de
metabolismo espiritual. Desse modo seremos
espiritualmente saudáveis e seremos
transformados. Isso não é melhorar a nós
mesmos; antes, é o Espírito composto todo-
inclusivo a nos transformar mediante os
elementos divinos.
Em suma, não devemos afastar-nos do Espírito
em nosso espírito. Quando permanecemos no
Espírito, gradualmente somos transformados. O
Espírito não nos melhora simplesmente; em vez
disso, Ele nos transforma: nós que não somos
Deus somos transformados em homens-Deus e
unidos a Deus como um só. Rigorosamente
falando, esse Deus é Jesus Cristo hoje. Isso é viver
Cristo e expressá-Lo em nosso viver. Isso é
expressar e manifestar Cristo. Em resumo: essa é
a expressão corporativa, que é o Corpo de Cristo
como Sua plenitude e expressão.
O RESULTADO DA TRANSFORMAÇÃO
A. Crescimento e maturidade na vida
divina
O primeiro resultado da transformação é nosso
crescimento e maturidade na vida divina (Ef
4:13b; Cl 1:28). Quando somos transformados,
obtemos Cristo como o elemento da vida divina, e
crescemos e amadurecemos nessa vida.
B. Chegar à medida da estatura da plenitude
de Cristo
O segundo resultado da transformação é que
chegamos à medida da estatura da plenitude de
Cristo (Ef 4:13c). Como pessoa, Cristo tem uma
plenitude, e Sua plenitude é Seu Corpo. Se eu
tivesse apenas a cabeça, e não um corpo, minha
cabeça ficaria suspensa no ar. Não apenas não
haveria plenitude, como também eu seria
aterrador para quem me visse. Hoje tenho um
corpo, e essa é minha plenitude. A plenitude de
Cristo é Seu Corpo, que possui estatura e medida.
Quando formos transformados, teremos a medida
da estatura da plenitude de Cristo.
 O PROPÓSITO DA TRANSFORMAÇÃO
O propósito da transformação é a edificação do
Corpo de Cristo (Ef 4:12) e a realização da
economia eterna de Deus (3:9).
A TRANSFORMAÇÃO EXTREMA
A transformação extrema é a transfiguração de
nosso corpo (Fp 3:21). Hoje temos um corpo de
humilhação; na vinda do Senhor, Ele o
transfigurará para conformá-lo ao corpo de Sua
glória, segundo Sua operação pela qual pode até
sujeitar todas as coisas a Si mesmo. Essa é a
glorificação de nosso corpo (Rm 8:30) e também
é a redenção extrema de Deus (v. 23c; Ef 1:14;
4:30). Nesse estágio teremos alcançado o ápice:
seremos completamente redimidos. Não apenas
nosso espírito será regenerado e nossa alma
transformada, como também nosso corpo será
redimido e transfigurado. Esse será o gozo pleno
da filiação divina (Rm 8:23b). Deus entrou em
nós e nos regenerou para fazer de nós Seus filhos.
Como tais, temos a filiação, a bênção dos filhos. A
bênção extrema da filiação divina que recebemos
de Deus é a transfiguração de nosso corpo mortal,
um corpo de pecado e de morte, num corpo de
ressurreição e de glória. Essa é a bênção mais
elevada e cheia de desfrute. Tudo isso é produzido
mediante a transformação. Que o Senhor tenha
misericórdia de nós para que diariamente sejamos
transformados na salvação de Deus em vida.

O TERCEIRO PASSO DA SALVAÇÃO DE DEUS EM VIDA: A CONFORMAÇÃO

Leitura Bíblica: Rm 8:29; Fp 3:10; 1 Jo 3:2

ESBOÇO
I. A definição de conformação:
A. É o efeito da transformação em vida - 2 Co 3:18.
B. Tendo como molde o Primogênito de Deus, o Homem-Deus que une Deus ao homem - Rm 8:29.
II. O propósito da salvação de Deus em vida:
A. Conformar os crentes à imagem do Primogênito de Deus - Rm 2:29:
1. Ser conformados à imagem do Primogênito de Deus é ser conformado à imagem do Homem-
Deus, que é a união do Deus Triúno processado com o homem tripartido transformado:
a. A fim de ser conformado à gloriosa imagem de Deus como a Palavra que se tornou carne.
b. A fim de ser conformado à imagem humilde do homem em quem Deus está corporificado -
Fp 2:7-8.
c. A fim de ter um viver de homem-Deus no qual os atributos divinos são expressos nas
virtudes humanas.
2.Ter um viver de negar a vida natural sob a crucificação de Cristo sendo conformados com
Sua morte - Fp 3:l0c.
3. Expressar em nosso viver a realidade da vida espiritual de Deus pelo poder da
ressurreição de Cristo - Fp 3:l0a.
4. Tomar o Espírito que dá vida, o Cristo pneumático, como nossa vida e pessoa - 1 Co
15:45b; Rm 8:2; Gl 5:16,25.
B. Ser conduzido à glorificação na glória divina chegando à maturidade de vida mediante a
transformação em vida - Ef 4:13b; Cl 1:28; Rm 8:30; Hb 2:l0a.
III. A consumação da salvação de Deus em vida:
A. Os crentes serão absolutamente semelhantes a Deus na justiça e santidade divinas na
consumação de sua maturidade de vida - 1 Jo 3:2; Ef 4:24.
B. A Nova Jerusalém, na qual os crentes culminarão, e Deus, que se assenta no trono na
eternidade, terão a aparência da glória divina em plena semelhança um com o outro, sendo
semelhantes a jaspe - Ap 4:3a; 21:11, 18a, 19b.
A fim de ser nossa vida, Deus encarnou-se para
realizar por nós a redenção. Ele morreu e
ressuscitou e, em ressurreição, foi transfigurado
a fim de se tornar Espírito que dá vida para
entrar em nós. Desse modo Ele nos regenerou, e
nós O recebemos como nossa vida interiormente.
Depois disso, o que precisamos fazer é permitir
que essa vida nos transforme de dentro para fora.
Essa transformação é totalmente uma questão de
metabolismo espiritual. Agradecemos ao Senhor
porque estamos todos nesse processo de
transformação. Entretanto ela tem uma meta.
Que meta é essa? Que sejamos conformados à
imagem do Primogênito de Deus. Neste capítulo
vamos considerar a questão da conformação.
A DEFINIÇÃO DE CONFORMAÇÃO: O EFEITO DA
TRANSFORMAÇÃO EM VIDA, TENDO COMO MOLDE
O PRIMOGÊNITO DE DEUS, O HOMEM-DEUS QUE
UNE DEUS AO HOMEM
A conformação é o efeito da transformação em
vida (2 Co 3:18), tendo como molde o
Primogênito de Deus, o Homem-Deus que une
Deus ao homem (Rm 8:29). A conformação é o
resultado final da transformação. Ela inclui
mudança em nossa essência e natureza interiores
e também em nossa forma exterior, para que
tenhamos a mesma imagem de Cristo, o Homem-
Deus, em glória.
O Primogênito de Deus, o Homem-Deus que une
Deus ao homem, é o molde ao qual somos
conformados. Somos Sua produção em série. As
mudanças interiores e exteriores em nós, o
produto, são resultado da operação da lei do
Espírito da vida (v. 2) em nosso ser.
O PROPÓSITO DA SALVAÇÃO DE DEUS EM VIDA
A. Conformar os crentes à imagem do
Primogênito de Deus
A meta da salvação de Deus em vida é conformar
os crentes à imagem do Primogênito de Deus (Rm
8:29).
1. Ser conformado à imagem do Primogênito de Deus é
ser conformado à imagem do Homem-Deus, que é a
união do Deus Triúno processado com o homem
tripartido transformado
Ser conformado à imagem do Primogênito de
Deus é ser conformado à imagem do Homem-
Deus, que é a união do Deus Triúno processado
com o homem tripartido transformado. Como
unigênito Filho de Deus antes da encarnação,
Cristo possuía divindade, mas não humanidade.
Ele existia por Si só e eternamente, assim como
Deus. O fato de Ele ser o Primogênito de Deus,
tendo divindade e também humanidade, começou
com Sua ressurreição.
Esse Homem-Deus é a união do Deus Triúno
processado com o homem tripartido
transformado. Ele é tanto Deus como homem.
Agora Deus foi processado, e o homem,
transformado. Pela união dos dois, Cristo torna-se
o Homem-Deus a cuja imagem somos
conformados. Quando somos conformados à
imagem do Primogênito de Deus, somos
conformados, por um lado, à imagem gloriosa de
Deus como a Palavra que se fez carne e, por outro,
à imagem humilde do homem em quem Deus foi
corporificado (Fp 2:7-8). Assim, temos o viver de
homem-Deus, uma vida na qual os atributos
divinos se expressam nas virtudes humanas.
Desde o princípio Cristo existiu na forma de Deus,
tendo a essência e a natureza do ser divino
glorioso. Quando assumiu a semelhança de
homens, entrando na condição da humanidade, foi
achado na imagem humilde de homem que
corporificava Deus. Por um lado, como Deus, Ele
era glorioso; por outro, como homem, era
humilde. Cristo uniu esses dois aspectos. Quando
estava na terra, às vezes era glorioso; isso era Seu
ser divino. Outras vezes, quando falava, as pessoas
talvez não vissem tanta glória, mas as palavras
que O ouviam dizer eram de fato gloriosas. Se
lermos Mateus 5 a 7 ou João 14 a 17, temos a
sensação de que esse homem, o Senhor Jesus, é
tão grandioso. Sua sabedoria e palavras são
indescritíveis. Só podemos dizer: "Glorioso!
Glorioso! De fato glorioso!". Ele falou como
homem, contudo o que expressou em Suas
palavras era glória. Afinal era Jesus, o nazareno,
falando ali? Sim, era o Jesus humilde de Nazaré,
porém Suas palavras, que eram as palavras de
Deus, eram cheias de glória. Suas palavras eram
grandiosas, elevadas e gloriosas, contudo foram
proferidas por um Jesus humilde, manso e
pequeno. Como isso é maravilhoso!
Essa é a imagem à qual somos conformados. Nela
há o homem e também Deus; há glória e também
humildade. Por nós mesmos não conseguimos.
Precisamos desse Alguém maravilhoso a nos
salvar sendo nossa vida. Ele nos pode conformar a
essa imagem para que tenhamos tal viver de
homem-Deus, um viver no qual os atributos
divinos se expressam nas virtudes humanas.
Quero acrescentar algo aqui. Quando jovem,
observei que em julho os chineses do norte faziam
um doce chamado" chiaokuo". Usavam uma tábua
com sete desenhos entalhados em relevo no
formato de peixe, frango, pássaro, tigre, leão,
leopardo e menino respectivamente. Esses sete
entalhes eram sete moldes com os quais se fazia o
doce. As pessoas preparavam a massa e dela
enchiam os moldes. Depois de assada, a massa
saía no formato de peixe, frango, pássaro, tigre,
leão, leopardo e menino. Isso é conformação. A
massa original é apenas um amontoado sem nariz
ou olhos; não tem formato definido. Depois de
passar pelo molde e pelo forno, já não era um
amontoado de massa; tornavam-se sete bolos em
vários formatos. Depois desse processo, viravam
doces muito gostosos. Mas esse tipo de molde é
apenas exterior.
Árvores frutíferas produzem fruto, como maçã,
pêssego, damasco, banana e mamão. Essas várias
árvores frutíferas não precisam que o jardineiro
providencie moldes para que produzam seus
frutos. Macieiras produzem frutos no formato de
maçãs, e por milhares de anos esse formato tem
sido o mesmo. Igualmente os pessegueiros
produzem pêssegos. As árvores frutíferas não
precisam que nos preocupemos nem que as
ensinemos, muito menos precisam de moldes. O
formato do fruto está no elemento vital da árvore.
O elemento vital do pessegueiro é o pêssego; logo
o pessegueiro espontaneamente produz
pêssegos.
Considere a concepção humana. Quando o feto é
concebido no útero materno, não há um molde.
Ainda assim, quando se desenvolve no útero,
formam-se as orelhas, os olhos, o nariz e outras
partes do corpo até que se torne uma criança.
Embora não haja nenhum molde, ele cresce no
formato adequado. O formato dos seres vivos não
é determinado por molde exterior, mas provém
dos genes. Que são os genes? Podemos dizer que
são o "molde" interior de vida que Deus deu a
cada item de Sua maravilhosa criação. Esse molde
de vida não é exterior e não procede de imitação;
antes, está contido no elemento vital. As várias
árvores frutíferas dão os vários frutos segundo
seu elemento intrínseco de vida.
Hoje nós, que cremos em Cristo, temos tanto a
vida humana como a divina; a vida divina pode
transformar a vida humana. Isso pode ser
comparado com a lagarta que se transforma em
borboleta. A lagarta cresce continuamente até
que, por fim, torna-se borboleta, e o que sobra da
lagarta original é apenas um casulo vazio. Somos
pecadores por dentro e transgressores por fora;
ou seja, somos como lagartas. Entretanto, depois
de certo tempo, seremos transformados em
borboletas. Hoje somos todos como lagartas, mas
todos temos a vida divina em nós. Desde que
Deus entrou em nós, Ele nos tem transformado
diariamente. A obra transformador a de Deus em
nosso interior é muito profunda e refinada. Logo,
não pode ser rápida como a transformação da
lagarta em borboleta.
Quem nos transforma a partir de nosso interior
não é apenas Deus, mas o Homem-Deus, que é o
próprio Deus encarnado que morreu na cruz, pôs
fim à velha criação e entrou em ressurreição. Em
ressurreição Ele se tornou o Espírito que dá vida.
Essa foi a passagem de Deus por vários processos.
Se não tivesse passado por tudo isso, não poderia
entrar em nós. Agora que passou por todos esses
processos, Ele é como o ar - é fácil entrar em nós.
Depois de entrar em nós, Ele realiza a obra de
transformação em nós. Ele não nos ajusta.
Sempre temos o velho conceito de moralidade e
pensamos que o Espírito Santo está em nós para
nos ajustar. Se temos propensão a perder a calma,
pensamos que precisamos do Espírito Santo para
nos ajustar a fim de que não a percamos. Esse é
nosso conceito. Embora não seja herético, é um
ensinamento errôneo. É a influência dos ensinos
de Confúcio. Esse é o conceito dos filósofos
chineses e dos discípulos de Confúcio, mas não é
o que a Bíblia ensina. Ela diz que todos os homens
tornaram-se pecadores e transgressores por
causa da queda. Um dia Deus, que é santidade,
justiça, amor e luz, passou pelo processo da
encarnação, da morte e da ressurreição a fim de
se tornar o Espírito que dá vida. Assim Ele pôde
entrar em nós. Quando entrou, trouxe Consigo
alguns fatores e elementos com os quais nos
transforma em nosso ser interior dia a dia.
Portanto o apóstolo Paulo disse em Filipenses
1:19: "Disto me resultará salvação, pela vossa
oração e pelo socorro do Espírito de Jesus Cristo"
(VRC - o termo socorro nessa versão pode ser
traduzido por provisão abundante).
O Senhor Jesus é o Deus Triúno que se encarnou a
fim de se revestir da natureza humana.
Originalmente Ele era apenas Deus, mas agora,
tendo-se revestido da natureza humana mediante
a encarnação, Ele se tornou um Homem-Deus. Em
Sua sabedoria e por Sua divina providência, Deus
planejou e preparou a cruz na qual Jesus, como
Homem-Deus, foi crucificado. Como Deus, Ele é sem
pecado e também santo, e pela morte na cruz Ele
liberou Sua vida. Porém Ele é também homem, e
mediante a morte na cruz todas as coisas negativas
do universo que estavam sobre Ele, como pecados,
transgressões, Satanás, a carne, as paixões e
concupiscências, e o mundo, foram crucificadas com
Ele. Depois Cristo saiu da morte e entrou na
ressurreição, na qual tornou-se o Espírito que dá
vida. O Deus Triúno passou por esses processos e
agora, nesse Espírito que dá vida, há Deus, o homem,
a morte todo-inclusiva e a eficácia dessa morte.
Nessa morte os pecados são derrotados, o mundo é
julgado, a carne e as concupiscências são eliminadas.
Além disso, nesse Espírito há o poder da
ressurreição que libera a vida divina, a vida eterna e
incriada.
Esse é o Espírito todo-inclusivo que dá vida.
Podemos usar este exemplo: gosto de tomar
limonada com mel e sal. Primeiro tenho um copo de
água pura, depois acrescento limão e a seguir
adiciono mel e uma pitada de sal. Por fim, nesse copo
há água, limão, mel e sal. Quando o bebo, ingiro a
água, o limão, o mel e o sal. Originalmente o Espírito
de Deus era semelhante à água pura. Quando Deus
se encarnou, a humanidade foi acrescentada à
divindade. Depois Ele foi crucificado, e por meio
disso a morte na cruz também foi acrescentada ao
Espírito de Deus; a eficácia da morte também foi
incluída nesse Espírito. Ele, então, entrou em
ressurreição, portanto o poder de ressurreição
também está nesse Espírito. Agora quem nos
regenera é esse Espírito. Quando faz isso, Ele se
torna vida em nós. Esse Espírito todo-inclusivo
contém o Deus Triúno processado com Sua
divindade completa e plena e com Sua humanidade
perfeita. Além disso, esse Espírito tem a morte do
Senhor com a eficácia dela e também Sua
ressurreição com o poder dela. Esse Espírito todo-
inclusivo é Cristo, e Cristo é Deus. Deus se encarnou
para ser Cristo, Cristo se transfigurou para se tornar
o Espírito, e o Espírito entra em nós com todos esses
elementos.
Sempre que nos levantamos de manhã e temos
comunhão com o Senhor em nós, invocando Seu
nome, Ele, como o Espírito da realidade, supre-nos
interiormente. Deus é Cristo, o Senhor, o Espírito, e
está em nós. Quando recebemos Sua provisão,
ficamos satisfeitos e animados. Sentimos a operação
interior que elimina as coisas negativas dentro de
nós, como ira e precipitação, e também nos supre de
vida abundante. Isso é transformação metabólica,
cujo resultado é que somos conformados à imagem
do Senhor Jesus. O Senhor Jesus era tanto Deus como
homem e passou pela morte e ressurreição. De
semelhante modo, também somos Deus e homem, e
também passamos por morte e ressurreição. Somos
a união do Deus Triúno com o homem tripartido;
morremos e agora vivemos.
Estamos no processo de conformação à imagem do
Homem-Deus, o Primogênito de Deus. Ele é o
Primogênito, e nós, os muitos filhos. Assim
desfrutamos todas as riquezas de Deus.
2. Ter um viver de negar nossa vida natural sob a
crucificação de Cristo pela conformação com Sua
morte
Além do mais, ser conformado à imagem do
Primogênito de Deus é ter um viver de negar nossa
vida natural sob a crucificação de Cristo pela
conformação à Sua morte (Fp 3:l0c). Para ser
conformados à imagem de Cristo, precisamos ser
conformados primeiro à Sua morte. Se não somos o
mesmo que Ele em Sua morte, não seremos
semelhantes a Ele. Por isso Filipenses 3:10 diz que
precisamos estar na comunhão de Seus sofrimentos,
sendo conformados à Sua morte. Ele sofre, e nós
sofremos com Ele; isso é a comunhão de Seus
sofrimentos. Desse modo somos conformados ao
molde de Sua morte. O molde da morte de Cristo é
ter um viver de negar nossa vida natural sob a
crucificação de Cristo. No viver diário não devemos
fazer nada pela nossa vida natural; antes, em tudo
devemos negá-la. Isso é aplicar a morte a nós
mesmos. Temos um molde em nós, o qual é a morte,
o negar de nossa vida natural.
Na imagem do Primogênito de Deus há o elemento
da morte, ou seja, o negar de Sua vida. Enquanto
vivia na terra, Ele negava a própria vida cada
momento e vivia pela vida do Pai. Embora Sua
crucificação fosse a parada final de Sua jornada na
terra, por todos os trinta e três anos e meio de vida
Ele viveu sob a morte da cruz negando a Si mesmo e
vivendo pela vida do Pai. Esse também é um
elemento grandioso do Espírito todo-inclusivo. Na
questão do amor precisamos perguntar: "Senhor,
sou eu que amo, ou és Tu que amas em mim, a partir
de mim e por meio de mim?". Se amamos por nós
mesmos, esse é um amor pela vida natural e é sem a
morte e a ressurreição. Se negamos nossa vida
natural e vivemos por Cristo, estamos de acordo
com a palavra do apóstolo Paulo: "Estou crucificado
com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo
vive em mim" (01 2: 19b-20a). Isso é ser
conformado à morte de Cristo.
3. Expressar em nosso viver a realidade da vida
espiritual de Deus pelo poder da ressurreição de
Cristo
Ser conformado à imagem do Primogênito de Deus é
expressar em nosso viver a realidade da vida
espiritual de Deus pelo poder da ressurreição de
Cristo (Fp 3:l0a). O poder da ressurreição de Cristo é
a vida que O fez ressurgir dentre os mortos. Para
conhecer e experimentar esse poder de Cristo
precisamos estar unidos e conformados à Sua morte.
Precisamos ter um viver de crucificação como Ele
teve. Ser conformados à Sua morte permite que Seu
poder de ressurreição se manifeste para que Sua
vida divina espiritual se expresse de modo prático
por meio de nós.
4. Tomar o Espírito que dá vida, o Cristo pneumático, santidade de Deus na realidade de nosso viver.
como nossa vida e pessoa Quanto mais nos revestimos do novo homem,
mais manifestamos a imagem da justiça e
Ser conformados à imagem do Primogênito de Deus santidade de Deus em nosso Viver.
é tomar o Espírito que dá vida, o Cristo pneumático,
como nossa vida e pessoa (1 Co 15:45b; Rm 8:2; Gl B.A Nova Jerusalém, na qual os crentes
5:16, 25). culminarão, e Deus, que se assenta no trono
na eternidade, têm a aparência da glória
B. Ser conduzido à glorificação na glória divina divina no pleno aspecto um do outro, ambos
pela chegada à maturidade de vida mediante a sendo semelhantes a jaspe
transformação em vida
A consumação extrema da salvação de Deus em
A meta da salvação de Deus em vida é também que vida é que a Nova Jerusalém, na qual os crentes
sejamos conduzidos à glorificação na glória divina culminarão, e Deus, que se assenta no trono na
pela chegada à maturidade de vida mediante a eternidade, terão a aparência da glória divina no
transformação em vida (Ef 4:13b; Cl 1:28; Rm 8:30; pleno aspecto um do outro, ambos sendo
Hb 2:10a). A glorificação é algo a que precisamos ser semelhantes a jaspe (Ap 4:3a; 21:11, 18a, 19b).
conduzidos. De acordo com 2 Coríntios 3: 18, nossa
transformação é de glória em glória. A transfor- A Nova Jerusalém é a consumação de todos nós,
mação é o caminho para a glória e aumenta de um crentes redimidos. As muralhas da cidade são de
grau de glória para outro. Quando tivermos passado jaspe. Essa é a imagem da muralha. Apocalipse 4:3
por esse tipo de transformação, o resultado será mostra que o Deus que se assenta no trono é
nossa conformação, que é muito próxima à semelhante a pedra de jaspe no aspecto. Portanto
glorificação e nos conduz a ela. a Nova Jerusalém e o Deus que se assenta no
trono têm o mesmo aspecto. Essa é nossa
A CONSUMAÇÃO DA SALVAÇÃO DE DEUS EM VIDA conformação consumada como a Nova Jerusalém
corporativa. Essa cidade é exatamente igual ao
A. Os crentes tornam-se absolutamente Deus que se assenta no trono. Deus, que está
semelhantes a Deus na justiça e santidade sentado no trono, é jaspe, e nós também o somos.
divinas na consumação de sua maturidade em A cor do jaspe é verde e brilhante. Isso simboliza
vida que somos resplandecentes em vida assim como
Deus. Em nossas ações e viver somos justos e
A consumação da salvação de Deus em vida é a santos como Deus. Em essência somos jaspe, que
semelhança absoluta dos crentes com Deus em Sua é tão cheio de vida que resplandece, assim como
justiça e santidade na consumação de sua Deus. Essa é a conformação consumada.
maturidade em vida (1 Jo 3:2; Ef 4:24). Efésios 4:24
diz: "E vos revistais do novo homem, criado segundo
Deus, em justiça e retidão procedentes da
verdade". Revestir-nos do novo homem não é
instantâneo; é gradual. Precisamos despir-nos do
velho homem e revestir-nos do novo. Despir-nos
do velho homem também é gradual. Não pense
que nosso velho temperamento e hábitos podem
ser completamente despidos de uma só vez. O
Espírito Santo é muito paciente. Nós nos
revestimos do novo homem no espírito renovado
e transformado de nossa mente. Esse novo
homem é criado segundo a imagem de Deus, e
essa imagem denota a justiça e a santidade de
Deus. Quanto mais nos despimos do velho homem
e nos revestimos do novo, mais seremos
semelhantes a Deus em Sua justiça e santidade.
Anteriormente conseguíamos comprar certas
coisas, mas agora não. Já não podemos ir a lugares
a que íamos antes. Descobrimos que certos estilos
de roupa que usávamos antes não são adequados
para nós agora. Alguns quadros e itens de
decoração que tínhamos em casa já não podemos
pendurar ou exibir. Isso é expressar a justiça e a
O QUARTO PASSO DA SALVAÇÃO DE DEUS EM VIDA: A GLORIFICAÇÃO
Leitura Bíblica: Hb 2:l0a; 1 Pe 5:l0a; 2 Co 3:18b; Rm 8:30

ESBOÇO
I. A definição de glorificação:
A. Objetivamente a glorificação é que os crentes redimidos serão introduzidos na glória de Deus a
fim de participar dela - Hb 2: l0a; 1 Pe 5:l0a.
B. Subjetivamente a glorificação é que os crentes maduros manifestarão a partir de seu interior,
pela maturidade . de vida, a glória de Deus como o elemento de sua maturidade de vida - Rm
8:17-18,21; 2 Co 4:17.
C. A regeneração é realizada em nosso espírito, a transformação opera em nossa alma e a
glorificação é . consumada em nosso corpo - Jo 3:6b; Rm 12:2b; 8:23, 30.
II. O verdadeiro significado da glória de Deus:
A. A glória de Deus é o próprio Deus - Jr 2:11.
B. A manifestação de Deus é a glória de Deus - At 7:2.
III. A realidade da glorificação dos crentes:
A. A glorificação dos crentes é o fato de eles ganharem o próprio Deus.

B. A entrada dos crentes na glória de Deus para participar dela é a entrada no próprio Deus para
desfrutá-Lo.
C. O fato de os crentes serem transformados na vida divina hoje é Deus sendo expresso neles como
glória; portanto essa transformação diária é de glória em glória - 2 Co 3:18b.
D. A consumação da glória na qual os crentes entrarão pela transformação em vida é que eles serão
glorificados _ seu corpo será redimido, e eles assim entrarão na glória de Deus para desfrutá-Lo
plenamente como glória - Rrn 8:21, 23, 30.
IV. A glorificação é a consumação extrema da salvação de Deus em vida:
A. A chegada dos crentes à glorificação é o clímax de sua maturidade na vida divina.
B. O acesso dos crentes ao ápice da glorificação é seu acesso ao clímax da salvação de Deus em vida.
C. A glorificação dos crentes é a realização da economia de Deus para a satisfação de Seu desejo:
D. A plena expressão da glorificação dos crentes é a Nova Jerusalém, que será manifestada em glória -
Ap 21:10-11.
E. Essa é a plena expressão na eternidade de Deus ter-se tornado homem em humanidade, e o
homem ser conformado a Deus em divindade.
F. É isso que Deus deseja, é o deleite de Seu coração e também é o que Ele espera em Seu bom prazer.

Os hinos 479, 480 e 492- dizem respeito a Cristo
como nossa esperança da glória. A primeira estrofe
do hino 479 diz: "O mistério oculto revelado foi: / De
Deus, Cristo realidade é; / Corporiza a Deus, é vida
para mim / E da glória a esperança é". No coro
lemos: "Glória, glória, Cristo é vida em mim! / Glória,
glória, que esperança enfim! / Hoje em meu espír'to
o místério é, / Mas um dia a glória em mim vai ser".
A estrofe dois afirma: "Ele em meu espír'to me
regenerou, / E minh'alma transformando está; / Ao
Seu próprio corpo moldará o meu, / Como Ele então
me tornará". E a terceira estrofe continua: "Hoje em
natureza e vida somos um; / Logo Nele, a glória,
estarei; / Pela eternidade desfrutá-Lo vou, /
Conformado a Ele enfim serei".
O hino 492 tem por tema o desejo central de Deus, e
sua primeira estrofe diz: "De Deus, o desejo é / Um
co' o homem se tornar; / Ele tudo ao homem é, / Pra
Seu plano executar". A estrofe nove diz: "Deus no
homem, este em Deus, / Tendo mútua habitação; /
Deus seu conteúdo é, / E o homem, a expressão".
Hoje Deus está no homem, e o homem, em Deus.
Deus e o homem assim têm mútua habitação. Deus é
o conteúdo do homem, e o homem, a expressão de
Deus.
Agora sabemos que o desejo de Deus e Sua
intenção é ser a vida do homem. A idéia central de
Deus é ser um com o homem; Ele quer ser tudo
para o homem para cumprir Seu plano. Portanto
Ele mesmo tornou-se homem mediante a
encarnação a fim de cumprir a redenção. Depois
entrou em ressurreição e liberou Sua vida divina.
Em Sua ressurreição tornou-se Espírito que dá
vida. Esse Espírito que dá vida entra em nós e nos
regenera. Depois disso, habita em nosso espírito e
a partir de então quer espalhar-se diariamente
para todo o nosso ser, permeando todas as partes
de nossa alma, inclusive mente, emoção e vontade,
transformando assim todo o nosso ser em Deus:
nossa mente será transformada na mente de Deus,
nossa emoção será transformada na emoção de
Deus e nossa vontade será transformada na
vontade de Deus. Desse modo nós nos
tornaremos homens-Deus. Porém ainda
permanece uma parte de nós que não é
transformada, isto é, nosso corpo. Depois de
salvos, a parte que mais causa problemas para
nós é o corpo, a parte com a qual é mais difícil
lidar.
Entretanto o Senhor nos deu uma promessa: Ele
virá transfigurar nosso corpo. Esse é o terceiro
aspecto da transformação, que introduz nosso
corpo na glória. Glória é Deus expresso. Portanto
ser introduzido na glória é ser introduzido no
próprio Deus para que O desfrutemos
plenamente. Esse é o ápice, a consumação, da
transformação, na qual somos transformados a
tal ponto que nos tornamos o mesmo que Deus.
Exceto pelo fato que não teremos parte na Sua
pessoa divina, isto é, na Deidade, seremos
exatamente o mesmo que Ele é em Sua vida, em
Sua natureza e em Sua expressão exterior, Sua
glória. Isso está claramente revelado na Palavra
santa de Deus.
Hoje Deus é um mistério em nós, e no futuro esse
mistério será a glória. Deus está em nosso
espírito, e este está cheio de Deus. O Deus que
está em nosso espírito permeia nossa alma
diariamente, espalhando-se a partir de nosso
espírito dia a dia. Ele não discute conosco.
Quando concordamos, Ele vem; mesmo quando
discordamos, Ele vem. Ele não apenas permeia
todo o nosso ser, mas também se espalha para
fora de nosso espírito. O Deus que habita em nós
não argumenta conosco. É o único que é; nós não
somos. Temos de decrescer, e Ele deve crescer. E
não apenas isso, depois que vem, Ele não nos
abandona; quer que fiquemos com Ele. Deus está
em nosso espírito e todos os dias trabalha
também para ocupar nossa mente, emoção e
vontade. Ele está em cada parte de nosso ser. Por
isso temos um hino que diz: "Que Teu Espírito no
meu / Se extravase do meu ser; / E em cada parte
Tu e Deus / Possais em glória resplender"
(número 225, estrofe . Isso quer dizer que temos
Deus em nosso espírito e toda a nossa alma é
também ocupada por Deus. Portanto somos
homens-Deus. O que nos falta hoje é a
transfiguração do corpo. Entretanto temos uma
esperança gloriosa, a saber, que um dia seremos
transfigurados no corpo para entrar em Deus
plenamente. Então de dentro para fora teremos a
vida divina, a natureza divina e a gloriosa
expressão divina. Mais do que isso, estaremos em
Deus. Essa é a revelação central de Deus nas
Escrituras.
Nessa conferência, meu único encargo é mostrar
a vocês a salvação de Deus em vida, cujo primeiro
passo é nos regenerar, o segundo é nos
transformar na alma, o terceiro é conformar-nos
interiormente à imagem do Primogênito de Deus.
Esse Primogênito é misterioso: Ele era Deus, que
entrou na humanidade, revestiu-se da
humanidade e morreu na cruz para pôr fim a
tudo o que é negativo e liberar Sua vida. Depois
ressuscitou e tornou-se Espírito que dá vida. Esse
Espírito agora entra em nós. Ele é o Primogênito
de Deus, e Deus nos conforma à imagem desse
Primogênito. No Primogênito há Deus e há
também o homem; há morte e também sua
eficácia; há ressurreição e ainda seu poder. Ele
tem tudo em Si. Esse Ser todo-inclusivo vive em
nós. Queremos Deus? Ele está aqui. Queremos
humanidade elevada? Ela também está aqui. Nós
que temos Deus e Lhe permitimos transformar-
nos a partir de nosso interior somos de fato
homens acima de todos os homens. Não apenas
temos Deus, mas também a humanidade elevada.
Todo crente é um homem-Cristo, e um homem-
Cristo é um homem-Deus. Em nosso espírito está
Deus, e em nossa alma - mente, emoção e vontade
- está Deus. Todo o nosso ser é Deus. Agora
aguardamos o quarto passo da salvação de Deus
em vida, ou seja, a transfiguração e glorificação de
nosso corpo.
A DEFINIÇÃO DE GLORIFICAÇÃO
A. Objetivamente a glorificação é que os
crentes redimidos serão introduzidos na
glória de Deus a fim de participar dela
Objetivamente falando, a glorificação é que os
crentes redimidos serão introduzidos na glória de
Deus a fim de participar dela (Hb 2:l0a; 1 Pe
5:l0a). Essa é a definição objetiva de glorificação.
Parece que hoje a glória de Deus está distante nos
céus, e nós, os redimidos, estamos aqui na terra;
há uma distância enorme que nos separa. Por
vezes sentimos que estamos muito longe da
glória divina, mas esse tipo de sentimento é
apenas parcialmente correto.
B. Subjetivamente a glorificação é que os
crentes maduros manifestarão a partir de seu
interior, por meio da maturidade de vida, a
glória de Deus como o elemento de sua
maturidade em vida
Subjetivamente falando, a glorificação é que os
crentes maduros manifestarão a partir de seu
interior, por meio da maturidade de vida, a glória
de Deus como o elemento de sua maturidade em
vida (Rm 8:17-18,21; 2 Co 4:17). Essa é a
definição subjetiva de glorificação. Podemos usar
um exemplo para ilustrá-la. Quando uma flor
começa a crescer, é apenas um talo tenro e verde.
Quanto mais cresce, porém, mais madura se
torna. Por fim a flor cria botões e começa a
desabrochar. Se a planta for regada
continuamente, ela crescerá mais. Depois de um
tempo, ela floresce. Quando as flores estão
plenamente abertas, isso é glorificação. A glória
das flores não vem de fora; antes, cresce do
interior. Portanto nós, por um lado, temos uma
esperança da glória de que Cristo virá glorificar-
nos. Isso é objetivo. Por outro, estamos sendo
transformados na imagem do Senhor, com glória
sobre glória, ou seja, de glória em glória (2 Co
3:18). Isso não é a glória a descer sobre nós;
antes, é a glória a crescer de nosso interior. Na
primavera, quando todas as flores desabrocham
nenhuma delas desce sobre os ramos vinda de
fora. Pelo contrário, crescem de dentro da
própria planta. Se você ama o Senhor e permite
que Ele viva em você e você viva por Ele, quando
as pessoas o observarem, verão a glória de Deus
sobre você. Essa glória é subjetiva, e não objetiva.
Nossa entrada na glória consiste nesses dois
aspectos da glorificação. Suponha que você não
viva pelo Senhor e não viva Cristo. Você
simplesmente faz o que quer e, em tudo o que
faz, embora os grandes pecados sejam raros, os
pecados pequenos estão sempre presentes. Se
você é um cristão assim pode livremente perder
a calma ou olhar com cara brava em casa, e
ninguém na igreja é capaz de lidar com você. Se
você é assim, não há nenhuma glória do Senhor
sobre você, e não há nenhuma glória de Deus
vista em você. Contudo você diz que, quando
Cristo vier, você será glorificado e entrará na
glória. Pois vou dizer-lhe uma coisa: Sim, você
entrará na glória quando Cristo voltar, mas essa
glória será apenas uma glória pequenina.
Portanto em 1 Coríntios 15:41 o apóstolo Paulo
disse: "Uma é a glória do sol, outra, a glória da
lua, e outra, a das estrelas; porque até entre
estrela e estrela há diferenças de esplendor".
Como pode a glória de uma estrela ser
comparada com a do solou da lua? Temo que, na
volta do Senhor, a glória de Paulo seja grande e
você seja apenas uma pequena estrela que nem
pode ser vista. Você será glorioso ali? Você não
será glorioso ali na glória.
Hoje se você ama ao Senhor e expressa Sua glória
em seu viver a partir do interior, na vinda do
Senhor Ele o colocará na glória do mais elevado
grau. Contudo, se ainda se comporta da velha
maneira - encarando os outros com raiva,
fofocando, criticando à vontade, embora
raramente cometendo grandes pecados, mas
sempre cometendo pecados pequenos - você crê
que na volta do Senhor você será tão glorioso
quanto o apóstolo Paulo? A glória é dada pelo
Senhor, mas o grau de glória deve ser estabelecido
por você. Há ainda uma classe de pessoas que são
derrotadas e não entrarão na glória. Elas irão para
as trevas onde haverá choro e ranger de dentes.
Hoje o Senhor nos deu dons e quer que os
apliquemos e ministremos aos outros. Todavia
muitos vivemos descuidadamente na terra e não
usamos nossos dons. O Senhor disse que, ao
voltar, teremos de prestar contas perante Ele.
Nesse momento, Ele talvez nos diga: "Servo mal e
preguiçoso, serás lançado fora nas trevas
exteriores" (Mt 25:26-30). Portanto essa questão
tem dois lados. Hoje os cristãos lamentavelmente
ensinam somente um deles, dizendo às pessoas
que, uma vez que creram em Jesus, Seu precioso
sangue assume total responsabilidade e você está
perdoado de todos os pecados. Isso não é
incorreto, mas o Senhor Jesus perdoa seus
pecados a fim de que você viva em Sua vida. Se
você não vive em Sua vida, Ele ainda precisa lidar
com você, muito embora já o tenha perdoado. Ele
estabelecerá uma conta bancária com você até
Sua vinda. Isso é claramente ensinado nas
Escrituras sagradas.
Além do mais, 2 Coríntios 4:17 nos diz que a leve e
momentânea tribulação que sofremos agora pelo
Senhor opera em nós, mais e mais
abundantemente, eterno peso de glória. Se hoje
suportamos os sofrimentos pelo Senhor, isso
aumentará o peso de glória que Dele
receberemos. Romanos 8: 17 também diz que, se
sofremos com o Senhor, com Ele também seremos
glorificados. Esses versículos todos provam que o
grau de glória que receberemos no futuro é
edificado hoje.
Agradecemos ao Senhor porque fomos
regenerados. Nós O temos em nós como nossa
vida e provisão. Diariamente recebemos do
Senhor a provisão para que sejamos
metabolicamente transformados. Nossa
transformação desse modo cada dia é nosso
crescimento em vida. E nosso crescimento em
vida é a edificação do grau de nossa glorificação.
Se não temos tido um viver que expressa a glória
do Senhor na terra, como podemos esperar que
Ele de repente nos revista de glória ao voltar? Por
isso hoje, se expressamos Deus em nosso viver na
terra, Ele se torna a glória sobre nós. Quando o
Senhor voltar, dirá: "Muito bem, servo bom e fiel;
entra no gozo do teu senhor" (Mt 25:23). Isso é
entrar na glória.
Também sou humano como você. Sempre tenho
fraquezas e defeitos, mas estou sempre em temor
e tremor. Freqüentemente, quando certa questão
vem a mim, considero diante do Senhor se é o que
Ele quer. O que o Senhor quer para nós é que O
expressemos em nosso viver. Ele quer que o
vivamos nas situações difíceis e quer que O
vivamos também nas situações agradáveis. O
apóstolo Paulo disse: "Para mim o viver é Cristo"
(Fp 1:21a). Também disse: "Segundo a minha
ardente expectativa e esperança de que em nada
serei envergonhado; antes, com toda a ousadia,
como sempre, também agora, será Cristo
engrandecido no meu corpo, quer pela vida, quer
pela morte" (v. 20). Engrandecer aqui é a glória.
C.A regeneração é realizada em nosso espírito,
a transformação é operada em nossa alma e a
glorificação é consumada em nosso corpo
A regeneração é realizada em nosso espírito, a
transformação é operada em nossa alma e a
glorificação é consumada em nosso corpo (Jo
3:6b; Rm 12:2; 8:23, 30).
O SIGNIFICADO REAL DA GLÓRIA DIVINA:
GLÓRIA É O PRÓPRIO DEUS E A MANIFESTAÇÃO DE
DEUS É SUA GLÓRIA
Que é a glória de Deus? É o próprio Deus Jr 2:11),
e Sua manifestação é Sua glória (At 7:2). Quando
você expressa Deus em seu viver, isso é a glória
divina. Essa é a glória que cresce a partir de
nosso crescimento em vida. O desabrochar de
belas flores não procede do alto; antes, cresce
metabolicamente dos elementos vitais interiores.
A REALIDADE DA GLORIFICAÇÃO DOS CRENTES
A. A glorificação dos crentes é ganhar o
próprio Deus
A realidade da glorificação dos crentes é que eles
ganham o próprio Deus. Sem Deus, não temos
glória. Quando ganhamos Deus, somos
glorificados. A medida de Deus que temos
determina a medida de nossa glória.
B. A entrada dos crentes na glória de Deus
para participar dela é a entrada no próprio
Deus para desfrutá-Lo
A entrada dos crentes na glória de Deus para
participar dela é a entrada no próprio Deus para
desfrutá-Lo. Deus não nos dá grande glória
objetivamente apenas para que façamos uma
exibição. Deus Se manifesta em nós para que.o
desfrutemos. Quanto mais O desfrutamos e O
temos em nós, mais de Sua glória temos. Quanto
mais O desfrutamos, mais plenos de glória somos.
A despeito de ser jovem ou idoso, rico ou pobre,
enquanto desfruta Deus e O experimenta, você é
glorioso aos olhos dos outros. Para você é
simplesmente um desfrute de Deus; para os
outros, porém, você manifesta a glória divina.
Você glorifica a Deus, e Deus é expresso por meio
de você.
C.O fato de os crentes serem transformados na
vida divina hoje é o fato de Deus ser expresso
neles como glória; logo, essa transformação
diária é de glória em glória
O fato de os crentes serem transformados na vida
divina hoje é o fato de Deus ser expresso neles
como glória; logo, essa transformação diária é de
glória em glória (2 Co 3:18b). A glória prática e
subjetiva de Deus em nós é a que progride de um
grau de glória para outro. Essa expressão de Deus
é progressiva e avança; logo, é de glória em glória.
D. A consumação da glória na qual os crentes
entram pela transformação em vida é que eles
serão glorificados - seu corpo será redimido e
assim eles entrarão na glória de Deus para
desfrutá-Lo plenamente como glória
A consumação da glória na qual os crentes entram
pela transformação em vida é que eles serão
glorificados - seu corpo será redimido e assim
eles entrarão na glória de Deus para desfrutá-Lo
plenamente como glória (Rm 8:21, 23, 30). O
resultado extremo da transformação dos crentes
em vida é que ganharão Deus e O desfrutarão.
Esse é o princípio hoje e será o mesmo no futuro.
A GLORIFICAÇÃO É A CONSUMAÇÃO EXTREMA DA
SALVAÇÃO DE DEUS EM VIDA
A. A chegada dos crentes à glorificação é o
clímax de sua maturidade na vida divina
A glorificação é a consumação extrema da
salvação de Deus em vida. É a salvação de Deus
em vida salvando-nos ao extremo mediante a
regeneração, transformação, conformação e
glorificação. A chegada dos crentes à glorificação é
o clímax de sua maturidade na vida divina.
B. o acesso dos crentes ao ápice da glorificação é
seu acesso ao clímax da salvação de Deus em
vida
O acesso dos crentes ao ápice da glorificação é seu
acesso ao clímax da salvação de Deus em vida.
A GLORIFICAÇÃO DOS CRENTES É A REALIZAÇÃO
DA ECONOMIA DE DEUS
PARA A SATISFAÇÃO DO DESEJO DIVINO
Com respeito a Deus, a glorificação dos crentes é a
realização da economia de Deus para a satisfação do
desejo divino.
A. A plena expressão da glorificação dos crentes
é a Nova Jerusalém, que será manifestada em
glória
A plena expressão da glorificação dos crentes é a
Nova Jerusalém, que será manifestada em glória (Ap
21:10-11). A Nova Jerusalém é a glória extrema. Ela
será constituída da glória divina para ser a
expressão de Deus.
B. Essa será a plena expressão na eternidade de
Deus tornar-se homem em humanidade, e o
homem ser conformado a Deus em divindade
Essa será a plena expressão na eternidade de Deus
tornar-se homem em humanidade, e o homem ser
conformado a Deus em divindade. Deus é expresso
na humanidade, e o homem é expresso na divindade.
A mais grandiosa expressão corporativa de Deus
tornar-se homem e de o homem ser conformado a
Deus é a Nova Jerusalém.
C. É isso que Deus deseja, é o deleite de Seu
coração e também o que Ele espera em
Seu bom prazer
Isso é o que Deus deseja, é o deleite de Seu coração e
também o que Ele espera em Seu bom prazer. Nós
esperamos por isso, e Deus também.