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2019­5­3 Raquel Dodge pede declínio de investigação contra senador Marcelo Castro por lavagem de dinheiro e corrupção — Procuradoria­Geral da República

COMBATE À CORRUPÇÃO 3 DE MAIO DE 2019 ÀS 16H26

Raquel Dodge pede declínio de investigação contra senador Marcelo


Castro por lavagem de dinheiro e corrupção
Para PGR, suspeita de recebimento de R$ 1 milhão em propina deve ser apurada junto à Justiça Federal no
Distrito Federal

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge,


enviou, nesta sexta-feira (3), petição ao ministro do
Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Levandowski,
para que reconsidere a decisão que remeteu para o
Tribunal Regional Eleitoral do Piauí a investigação contra
o senador Marcelo Castro (MDB/PI). Os crimes apurados
são de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, não se
tratando, portanto, de delitos eleitorais, razão pela qual
Dodge considera ser necessário o envio do caso à
primeira instância da Justiça Federal. No documento, ela
Foto: Luiz Antônio/Secom/PGR requer ainda a retirada da pauta da sessão virtual do
agravo interposto pela Procuradoria-Geral da República
(PGR) e a inclusão do processo na pauta da sessão presencial.

O nome do parlamentar foi citado nas colaborações dos executivos da J&F Joesley Batista, Ricardo Saud e
Demilton Antônio de Castro como beneficiário de uma propina de R$ 1 milhão como contrapartida ao
fornecimento de apoio à candidatura de Eduardo Cunha para a Presidência da Câmara dos Deputados. Os
repasses ocorreram em 2014, e Eduardo Cunha se elegeu presidente da Câmara em 2015. Na época dos
fatos, Marcelo Castro era deputado federal, cargo ocupado até o início de 2019, quando foi diplomado
senador da República.

Trata-se de um “mandato cruzado”, ou seja, situação de um parlamentar que deixa de ocupar o cargo eletivo,
por causa do término da legislatura, para assumir um outro, mas em uma casa legislativa diferente. Dessa
forma, Marcelo Castro, ao deixar a condição de parlamentar federal para ocupar uma vaga de senador da
República, já não teria mais direito ao foro especial para crimes cometidos como deputado.

O entendimento decorre de decisão tomada há um ano pelo STF quando, ao julgar a questão de ordem na
Ação Penal nº 937, definiu que o foro para deputados e senadores na Suprema Corte se aplica apenas a
crimes cometidos durante o mandato e relacionados ao exercício do cargo parlamentar. Os demais
processos em curso devem ser remetidos para outras instância da Justiça.

Corrupção e lavagem de dinheiro – Conforme trechos do termo de colaboração de Ricardo Saud, a JBS pagou
R$ 30 milhões em propina ao então deputado federal Eduardo Cunha, para que ele financiasse campanha de
políticos aliados que posteriormente votariam nele para presidente da Câmara dos Deputados. Nesse
contexto, o senador Marcelo Castro teria sido beneficiado com a quantia R$ 1 milhão, repassada por Cunha,
como forma de garantir-lhe apoio. O valor teria sido retirado em espécie em um supermercado no estado do
Piauí.

As informações foram corroboradas por dados contidos numa planilha fornecida por Saud na qual consta a
expressão “Beneficiário EC-RJ”, em referência a Eduardo Cunha eleito pelo Rio de Janeiro, além da presença
do nome “Marcelo Castro” e a quantia a ser paga em um estabelecimento chamado Comercial Carvalho.
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2019­5­3 Raquel Dodge pede declínio de investigação contra senador Marcelo Castro por lavagem de dinheiro e corrupção — Procuradoria­Geral da República

do nome “Marcelo Castro” e a quantia a ser paga em um estabelecimento chamado Comercial Carvalho.
“Isso afasta por completo a ideia de que tais repasses tenham sido feitos a título de doação de campanha,
ainda que não contabilizada. Sem qualquer dúvida, o pagamento ao deputado Marcelo Castro teve como
contrapartida o seu apoio à candidatura de Eduardo Cunha para presidente da Câmara dos Deputados”,
afirma Dodge.

As delações de Josley Batista e de Demilton Antônio também confirmam as suspeitas de corrupção e


lavagem de dinheiro. De acordo com os termos de colaboração, as propinas destinadas a Eduardo Cunha, no
valor total de R$ 30 milhões, foram pagas em três modalidades: doações eleitorais oficiais; entregas em
espécie, realizadas por clientes do grupo J&F (casas de carnes ou supermercados); e emissão de notas fiscais
fictícias em nome de alguma empresa do grupo. “A narrativa dos colaboradores aponta, em tese, para o
cometimento de crimes por parte do atual senador da República Marcelo Castro, evidenciando-se a
necessidade de aprofundar a investigação dos fatos, uma vez que presentes indícios mínimos de
materialidade e autoria de crime”, destaca Raquel Dodge.

Artigo 350 do Código Eleitoral – No documento endereçado ao STF, a procuradora-geral deixa claro que não
existem indícios de crimes eleitorais. Ela afirma que, embora as transferências tenham sido realizadas em
2014 e coincidam com o período eleitoral, isso não significa que essas verbas tenham sido utilizadas para
custear gastos de campanha; “ao revés, trata-se simplesmente de um coincidência temporal inevitável, já
que havia um fluxo contínuo de propina transitando pelos caixas desses empreendimentos”, pontua.

Mesmo sob uma perspectiva abstrata, prossegue a PGR, as condutas não se amoldam ao artigo 350 do
Código Eleitoral (falsidade eleitoral), configurando, na verdade, crimes de corrupção ativa e passiva, além de
possível lavagem de capital. “Ausentes indícios mínimos sobre a utilização, em campanha eleitoral, de
valores não contabilizados e não declarados à Justiça Eleitoral, não há o que se falar na prática de falsidade
ideológica eleitoral, pois inexistiu omissão dos então candidatos em suas respectivas prestações de contas”,
conclui.

Competência – Para Dodge, a competência jurisdicional deste caso deve ser da Justiça Federal, pois envolve
supostos atos praticados por parlamentar valendo-se da função pública. Quanto ao aspecto territorial – em
qual estado deve tramitar o processo –, a PGR afirma ser necessário remeter o caso para a Seção Judiciária
do Distrito Federal e para o Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Primeiro, pelo fato de o Ministro Edson
Fachin já ter determinado a remessa de cópias dos termos de colaboração de Joesley Batista, Ricardo Saud,
Demilton Antônio de Castro e do doleiro Lúcio Funaro à Justiça do Distrito Federal. E ainda, por já existir no
TRF1 um inquérito policial com a finalidade de apurar a suposta prática de corrupção, lavagem de dinheiro e
organização criminosa, por pessoas apontadas por Lúcio Funaro.

Secretaria de Comunicação Social


Procuradoria-Geral da República
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