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EXPERIMENTAL II
autora do original
LUCIANE MARTINS DE BARROS
1ª edição
SESES
rio de janeiro 2016
Conselho editorial regiane burger, luiz gil guimarães, roberto paes, gladis linhares
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida
por quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em
qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Editora. Copyright seses, 2016.
isbn: 978-85-5548-267-0
Prefácio 9
2. Oscilações e Ondas 47
2.1 Introdução 49
2.2 Movimento harmônico simples (MHS) 50
2.3 Energia mecânica do oscilador massa-mola 56
2.4 Oscilações amortecidas, forçadas e ressonância 60
2.4.1 Cinemática do MHS 63
2.5 Gráficos do MHS 65
2.6 Ondas 67
2.6.1 Introdução 67
2.6.2 Conceito de onda e definição de onda 68
2.6.3 Forma de propagação, dimensões e frente de ondas 69
2.6.4 Função de onda harmônica 71
2.6.5 Princípio da superposição- Interferência 74
2.6.6 Ondas estacionárias 75
2.6.6.1 Relação entre o comprimento de onda das ondas (l)
em cordas limitadas a um comprimento fixo (l). 76
2.7 Atividade experimental V – Estudo qualitativo e
quantitativo de ondas em uma cuba de ondas. 77
2.7.1 Objetivos gerais 77
2.7.2 Material necessário: 77
2.7.3 Introdução teórica 78
2.7.4 Procedimento Experimental 80
2.7.5 Montagem da cuba de onda 80
2.7.6 Comprimento da onda (γ) 81
2.8 Parte 2 – Reflexão Em Barreira Retilínea 81
2.8.1 Fundamentos Teóricos 81
2.8.2 Objetivos gerais 83
2.8.3 Material 83
2.8.4 Procedimento Experimental 83
2.9 Parte 1- Reflexão de pulsos retos em barreiras retilíneas 83
2.10 Parte II – Reflexão de pulsos circulares em
barreiras retilíneas 85
2.11 Atividade experimental VI - Vibrações num disco metálico -
Figuras de Chladni 86
2.11.1 Objetivos gerais 86
2.11.2 Material necessário 87
2.11.3 Procedimento experimental 87
2.12 Atividade experimental VII – Ondas sonoras:
Experimentos de Interferência e Ondas em Tubos. 88
2.12.1 Objetivos gerais 88
2.12.2 Material necessário: 88
2.12.3 Procedimento experimental: 88
3. Temperatura 91
3.1 Introdução 93
3.1.1 Equilíbrio térmico e temperatura 94
3.1.2 Termômetros e escalas de temperatura 95
3.1.2.1 3.3.1. Como relacionar as principais escalas
Kelvin, Celsius e Fahrenheit 98
3.1.3 Dilatação térmica 100
3.1.3.1 Dilatação Linear 102
3.1.3.2 Gráfico da dilatação linear 103
3.1.3.3 Dilatação superficial 106
3.1.3.4 Dilatação volumétrica 107
3.2 Atividade experimental VIII – Dilatação Térmica 110
3.2.1 Objetivos gerais 110
3.2.1.1 Material necessário: 110
3.2.1.2 Procedimento experimental: 110
4. Calor e as Leis da Termodinâmica 113
Bem-vindos à Física Teórica e Experimental II, seu livro de apoio aos seus es-
tudos que foi estruturado em 5 capítulos, onde o conteúdo está dentro da Física
Clássica: Mecânica dos Fluidos, Oscilações e Ondas, Temperatura e Equilíbrio
Térmico, Calor e Leis da Termodinâmica e Óptica Geométrica.
Nosso intuito, é motivar e despertar em vocês a vontade e o prazer em ter
conhecimento científico. Tenham em mente que, todo processo de conheci-
mento é marcado por experiências, trabalhos, erros e acertos, e também mui-
ta dedicação.
No capítulo 1, apresentamos a Mecânica dos Fluidos dividida em
Hidrostática e Hidrodinâmica, no capítulo 2 conheceremos as Oscilações e
Ondas com os seus modos de vibração e seus fenômenos associados, estuda-
remos as ondas mecânicas, o oscilador harmônico, estudaremos as Oscilações
Amortecidas, forçadas e Ressonância, a equação fundamental das ondas e os
modos de interferência das ondas
Nos capítulos 3 e 4, mudamos radicalmente para falar de uma física cercada
de várias imposições para seus sistemas, a temperatura, as escalas principais
de temperatura, a capacidade térmica, o calor específico e o que é calor, suas
formas de transferências e transformações, tudo isso para entender melhor a
Termodinâmica com as suas Leis e processos, as máquinas térmicas quentes e
frias, a entropia e sua desordem.
No capítulo 5, fecharemos nosso estudo com os principais conceitos da óp-
tica geométrica, discutiremos a característica ondulatória da luz como sendo
uma oscilação eletromagnética, as fontes de luz, das leis da reflexão, refração e
do fenômeno da polarização e terminaremos com espelhos e lentes esféricas.
Espero que de alguma maneira eu tenha conseguido apresentar a física
como uma ciência interessante e agradável, e que nossos objetivos sejam ple-
namente atingidos, felicidades e sucesso.
Dedique-se!
Bons estudos!
9
1
Mecânica dos
Fluidos
OBJETIVOS
• Destacar a importância da Mecânica dos Fluidos;
• Definir fluido;
• Definir densidade, massa específica e peso específico;
• Definir pressão absoluta e manométrica;
• Enunciar o Princípio de Stevin;
• Enunciar o Princípio de Pascal;
• Definir Empuxo;
• Enunciar o Princípio de Arquimedes;
• Deduzir Equação da Continuidade;
• Deduzir a Equação de Bernoulli.
12 • capítulo 1
1.1 Introdução
Mecânica dos Fluidos é a parte da física que estuda os fluidos em re-
pouso (hidrostática) e os fluidos em movimento (hidrodinâmica). Neste ca-
pítulo, vamos estudar as equações que nos permite conhecer e dimensionar
os fenômenos relacionados com fluidos. Voce sabe qual é o melhor lugar
para observar os efeitos da Mecânica dos Fluidos? Se você respondeu praia,
acertou! A praia é um lugar maravilhoso para observar o movimento das águas
provocado pela gravidade e por diferenças de pressão nas vizinhanças do
fluido e o escoamento da água que muda de laminar para turbulento quan-
do as ondas se quebram.
• 13
capítulo 1
CONCEITO
Denomina-se fluido qualquer substância que pode fluir; o termo pode ser usado para um gás
ou para um líquido.
Fluido é uma substância que não tem forma própria, assume o formato do recipiente.
1.2 Densidade
Todo material tem uma propriedade chamada densidade, vamos utilizar a letra
grega r (rô) para densidade. A densidade r de um material homogêneo é a re-
lação entre a sua massa m e o volume V que ocupa. A densidade se confunde
com outro conceito a de massa específica. Vale a pena esclarecer esta diferença.
A massa específica é relacionada à substância que constitui certo objeto de que
estamos falando, que é definida pela razão entre a massa de substância e o vo-
lume desta amostra. Equação 1.
Material homogêneo significa que em todos os pontos de sua extensão pos-
suem as mesmas propriedades, incluindo densidade.
m
ρ= (1)
v
14 • capítulo 1
A massa específica (m) é relacionada à substância que constitui certo objeto
de que estamos falando, que é definida pela razão entre a massa da subs-
tância e o volume desta amostra. Assim, para obter a massa específica
de certa substância, é necessário subtrair o volume da parte oca do volume
ocupado pelo objeto.Equação 2.
massa
µ= (2)
Volumeobjeto − Volumeparteoca
ATENÇÃO
Estes dois conceitos se confundem, uma vez que objetos maciços terão igual valor para
densidade e massa específica. Entretanto, objetos ocos ou porosos apresentarão diferentes
valores para densidade e massa específica, haja vista que o volume ocupado pelo objeto
não é equivalente ao volume de matéria que o constitui.
COMENTÁRIO
Densidade é uma característica do corpo, independe de sua forma e só é igual a massa es-
pecífica se o corpo for homogêneo.
CURIOSIDADE
O material mais denso encontrado na superfície terrestre é o Ósmio (r = 22,5x103 kg/m3),
porém é muito pequena se comparada com a densidade de estrelas de neutrôns entre outras.
A unidade de densidade no S.I é o kg/m3,, mas também é muito utilizada as unidades do
sistema CGS, grama por centímetro cúbico g/cm3.
capítulo 1 • 15
A tabela 1.1 a seguir mostra a densidade de algumas substâncias comuns.
MATERIAL DENSIDADE (kg/m3) MATERIAL DENSIDADE(kg/m3)
Ar 1,20 Ferro, aço 7,8x103
m⋅g
γ=
V
EXERCÍCIO RESOLVIDO
01. Em um recipiente mistura-se um volume V1 de um líquido de densidade r1 com um vo-
lume V2 de outro líquido de densidade r2. Determine a densidade da mistura, admitindo que
não haja diminuição de volume devido a mistura.
16 • capítulo 1
Figura 1.2 – rmistura = ?
Resolução:
m
A densidade da mistura é dada por: ρ =
V
ρ=
( ρ1V1 + ρ2V2 )
V1 + V2
ATIVIDADES
01. A nata do leite apresenta densidade de 865 kg/m 3 quando pura e constitui 2% do
volume do leite. Qual a densidade do leite desnatado, sabendo que sua massa é de 1,052 kg?
02. Escreva a expressão do peso de um corpo em função de sua densidade r seu volume V
e da aceleração da gravidade g*.
capítulo 1 • 17
03. Um cubo de ouro tem 1 cm de aresta. Calcule a massa do cubo. Consulte a densidade
do ouro na tabela 1.
05. Ache a massa e o peso do ar no interior de uma sala com altura 2,80m, 7,00 m
de comprimento e 10m de largura. Qual seria a massa e o peso de um igual volume
de água?
1.4 Pressão
1.4.1 Introdução
F
FN
Ft
A
18 • capítulo 1
EXERCÍCIO RESOLVIDO
01. Em um jogo de Biribol (Volei praticado dentro de uma piscina), um atleta ao impulsionar-
se verticalmente para cima com os dois pés apoiados em uma área de aproximadamente
3x10–2 m2 exerce uma força de 784N. Qual a pressão exercida neste movimento dos pés do
atleta? Considere g = 9,8 m/s2. A força exercida ao impulsionar é FN =784N
FN F 784
P= ⇒P = N = = 26,133 kPa
A A 0, 03
FN
P=
A
FN
A
capítulo 1 • 19
A pressão atmosférica em grandes altitudes é menor do que a pressão at-
mosférica ao nível do mar e é maior quando mergulhamos. Como a pressão
está relacionada com a elevação ou depressão de um local? Considere um fluí-
do com densidade r , queremos descobrir a diferença de pressão entre dois
pontos 1 e 2, por exemplo:
h
ρ
F1
Peso
F2
Análise do equilíbrio:
• Na horizontal as forças se anulam, pois tem o mesmo módulo, dire-
ção, mas sentidos contrários.
• Na vertical agem as forças na tampa superior do cilindro F1, a força na
tampa inferior do cilindro F2 e a força peso do fluido.
No equilíbrio: S Forças = 0
F1 + Peso – F2 = 0 (3)
20 • capítulo 1
ATENÇÃO
(Observação: a resultante aponta no sentido de F1 e Peso)
Da equação (2) tiramos que: F1 = p1 · A e F2 = p2 · A. Substituindo na equação (3)
p1 · A + m · g + p2 · A = 0 onde peso = m · g (4)
p1 ⋅ A + ρ ⋅ Ahg + p2 ⋅ A = 0
p1 + r · h g + p2 = 0
p2 – p1 = r · h g (6)
CONCEITO
Teorema de Stevin diz que a diferença de pressão entre dois pontos de uma mesma
massa fluida homogênea (densidade constante), em equilíbrio sob a ação da gravidade, é
igual ao produto da densidade do fluido pela aceleração da gravidade e pela diferença de
profundidade entre os pontos:
MULTIMÍDIA
Saiba mais sobre a vida de Stevin:
http://geocities.ws/saladefisica9/biografias/stevin.html
capítulo 1 • 21
EXERCÍCIO RESOLVIDO
01. Princípio de Stevin- Em um recipiente, colocam-se dois líquidos imiscíveis cujas densida-
des são r1 = 800 kg/m3 e r2 = 1.200 kg/m3. Considerando a pressão atmosférica no local
igual a 1,01 x 105 Pa, determine:
3m
ρ1
B
1m
ρ2 C
a) a pressão no ponto A;
b) a pressão no ponto B;
c) a pressão no ponto C.
Resolução:
a) A pressão no ponto A é a pressão atmosférica:
PA = Patm = 1,01 x 105 Pa
22 • capítulo 1
1.4.2.1 Consequências do Teorema de Stevin
F1
A1 A2
F2
Fluído hidráulico
F1 F2
=
P =
A1 A 2
capítulo 1 • 23
Princípio dos vasos comunicantes. (Figura 1.6)
A B C D
Experimento
de Torricelli Vacío
Mercúrio
Altura de
la columna
de mercurio
(76 cm)
Tubo
de vidro
Cubeta
(a) (b)
24 • capítulo 1
Segundo Torricelli, a pressão atmosférica é igual à pressão exercida por uma
coluna de mercúrio de 76 cm, ou por uma coluna de água de 10,3m.
A pressão quando vamos calibrar pneus nos postos e em geral é medida com
um aparelho chamado de manômetro figura 1.7, nestes encontramos outras
unidades de pressão, como quilograma-força por centímetro quadrado (kgf/
cm2) , libra-força por polegada quadrada (lib/pol2) e bar.
1 bar equivale a 105 Pa.
Quando enchemos um pneu com ar, estamos fazendo com que a pressão no
interior seja maior do que a pressão atmosférica, caso contrário este continua-
ria murcho. Quando dizemos que a pressão de um pneu é “4 atm”, queremos
dizer que o ar no interior do pneu possui uma pressão total de 5 atm.
Chamamos o excesso de pressão acima da atmosférica de pressão mano-
métrica e a pressão total denomina-se pressão absoluta.
EXEMPLO
Cálculo da pressão manométrica e da pressão absoluta. Um sistema de aquecimento de
água aproveitando a energia solar usa painéis solares sobre um telhado situado a uma altura
de 12,0 m acima do tanque de armazenamento. A pressão da água no nível dos painéis
é igual a uma atmosfera. Qual é a pressão no tanque? Qual é a pressão manométrica?
Solução de acordo com a equação (6), a pressão absoluta é
p = p1 + rgh
A pressão manométrica é:
p – p1 = 2,19 x 105 – 1,01 x 105 = 1,18 x 105 Pa
capítulo 1 • 25
O manômetro da figura 1.8 é chamado de manômetro metálico ou de
Bourdon. Ao ligar o manômetro pela tomada de pressão, o tubo fica interna-
mente submetido a uma pressão P que o deforma, havendo um deslocamento
de sua extremidade que, ligada ao ponteiro por um sistema de alavancas, rela-
cionará sua deformação com a pressão do reservatório.
A leitura do manômetro quando este está exposto a pressão atmosférica é
chamada de leitura na escala efetiva de pressão.
Pmanômetro = Pressão Entrada – Pexterna ao manômetro
Pressão
externa 300 Pressão
200 400 externa
100 500
0 600
Pressão
Pressão externa
externa
Pressão entrada
p2
p1
Pmanômetro = p1 – p2
26 • capítulo 1
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Determine a leitura dos manômetros A, B, C e D. Considere Patm = 1,013 x105.
A patm
79kPa
45kPa
B D
C
A h2
h1
fluido A B
monométicro
(a) (b)
• 27
capítulo 1
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Calcule a pressão no reservatório (PA). Considere g = 9.8 m/s2, h1=5 cm e h2= 7cm
3 3.
Dados: rHg = 13.600 kg/m rágua = 1.000 kg/m
PA = ?
A
A h2
Água h1
Mercúrio (Hg)
fluido
monométicro
Resolução:
Aplicamos a condição equilíbrio para um fluido estático
Pfe = Pfd (1)
Pfe = Pressão no fundo do lado esquerdo = PA + rágua g h1
Pfd = Pressão no fundo do lado direito = Patm + rHg · g h2
PA = Patm + rHg · g h2
rágua g h1 ⇒ PA = 1,01 x 105 + 13.600 · 9,8 0,07 – 1.000 · 9,8 0,05
PA = 92,160 kPa
ATENÇÃO
Pontos que estão a uma mesma altura como consequência do Teorema de Stevin, tem a
mesma pressão. No exercício anterior a linha pontilhada inferior indicam estes pontos no
fluido mercúrio tanto do lado esquerdo quanto no lado direito do tubo por isso, vão se cancelar.
28 • capítulo 1
1.4.4 Empuxo
volume de água
deslocado na cuba
corresponde ao volume
da coroa
capítulo 1 • 29
MULTIMÍDIA
Para saber mais sobre a fascinante história de Arquimedes
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=1404
Situações:
• Corpo Totalmente imerso, o volume do fluido deslocado (Vfluido ) é o vo-
lume do próprio corpo (VC)
VC Vfluido
V
fluido
30 • capítulo 1
EXEMPLO
Corpo Imerso: Uma coroa de massa 150g e volume V = 90 cm3 é mergulhado em água. Qual
2.
o peso aparente da coroa dentro do líquido? g = 9,8 m/s
O peso aparente da coroa é a força resultante entre seu peso e o empuxo exercido
pelo líquido.
Wap = W – E
W = 150 · 10–3 · 9,8 = 1,47 N
E = rfluido Vfluido g = 1.000 · 90 · 10–6 · 9,8 = 0,882 N
Wap = 1,47 – 0,882 = 0,59 N
VHgdeslocado
W = peso do bloco
Vb ´= volume do bloco
• 31
capítulo 1
O peso do bloco é dado por:
W= rbloco Vbloco g = 7,8 · 103 · Vb · g
COMENTÁRIO
Como o volume do mercúrio deslocado é igual ao volume do bloco que fica submerso,
podemos afirmar que a porção do volume do bloco que ficará submersa é 0,57 Vb , ou
seja, 57% do seu volume.
ATIVIDADES
Densidade
Considere g = 9,8 m/s2
03. Um bloco de metal flutua num recipiente de mercúrio, de modo que 2/3 do seu
3
volume ficam submersos. Sendo a densidade do mercúrio de 13,6 g/cm , qual a densidade
do metal?
32 • capítulo 1
a) Quanto pesa o óleo contido em uma lata de 900ml?
b) Quantas latas de 900ml podem ser preenchidas com 180 kg de óleo?
05. Uma esfera de alumínio ocupa um volume de 150 cm3 e possui massa de 100 g.
07. Colocada numa piscina cheia de água, ela flutuará ou não? Explique.
Pressão
01. O que acontece com a pressão exercida por um tijolo apoiado sobre uma mesa, se mu-
darmos sua posição de modo a apoiá-lo por uma das faces cuja área é um terço da anterior?
02. Quando um submarino desce a uma profundidade de 120 m, qual a pressão total a
que está sujeita sua superfície externa?
Dados: densidade da água do mar = 1030 kg/m3; pressão atmosférica = 1,01.105Pa;
03. O que é pressão atmosférica? A pressão atmosférica aumenta ou diminui com a alti-
tude? Por quê?
04. Se não existisse pressão atmosférica, seria impossível tomar um refresco por
canudinho. Explique a afirmação.
06. Explique o que determina se um corpo sólido vai flutuar ou afundar num líquido.
07. Escreva a expressão matemática que determina o valor do empuxo que age num corpo
imerso num fluido. Especifique cada termo dessa expressão.
capítulo 1 • 33
1.4.5 Escoamento de um fluido
COMENTÁRIO
No escoamento estacionário todo elemento que passa através de um dado ponto segue
sempre a mesma linha de escoamento.
Linha de
escoamento
A
A’
34 • capítulo 1
1.4.5.1 Equação da Continuidade
A massa do fluido que passa pela seção de área A1 é a mesma que passa na
seção de área A2 (a massa se conserva), este fato determina uma relação impor-
tante chamada de equação da continuidade.
Considere o tubo de escoamento delimitado entre duas seções de áreas
A 1 e A2 , a velocidade do fluido na seção A1 chamamos de v1 e na seção de
área A2 de v2 o fluido tem densidade constante.
m1 v1 m2 v2
A
A
∆X1 ∆X2
Equação de Bernoulli
A equação de Bernoulli é uma importante equação na análise de escoa-
mentos em sistemas de encanamentos, em usinas hidrelétricas e no vôo
de aeronaves, pois relaciona a velocidade do escoamento com a pressão em
pontos de diferentes alturas no fluido.
• 35
capítulo 1
Vamos considerar que o fluido seja incompressível e que esteja em es-
coamento estacionário conforme a figura a seguir:
v2∆t = s2
v1∆t = s1 P2 P2
P1 P1
A2 h2
h1
A1
Figura 1.10 –
ATENÇÃO
O sinal de menos no segundo termo da equação (4) é porque a força se opõe ao sentido
do deslocamento.
A variação total da energia cinética K durante o intervalo de tempo t,
mv2
K=
2
mas m = rV
ρV ( v22 − v12 )
K= (5)
2
36 • capítulo 1
Substituindo as equações 4, 5 e 6 na equação do trabalho- energia t = K + U
ρV ( v22 − v12 )
( ρ1 − ρ2 ) V = 2
+ ρVg (h2 − h1)
ρ ( v22 − v12 )
ρ1 − ρ2 = + ρg (h2 − h1) (7)
2
A equação (7) é a Equação de Bernoulli, ela afirma que o trabalho realizado pelo
fluido das vizinhanças sobre uma unidade de volume do fluido é igual à soma das varia-
ções da energia cinética e da potencial.
ρv12 ρv2
p1+ = + ρg h1 = p2 + 2 + ρg h2 Equação de Bernoulli
2 2
EXERCÍCIO RESOLVIDO
A água é descarregada de um tubo cilíndrico horizontal com uma taxa de 465 cm3/s. Em um
5
ponto do tubo onde o raio é 2,05 cm a pressão absoluta é igual a 1,60x10 Pa. Qual é o raio
do tubo em um ponto onde a pressão se reduz para 1,20x105 Pa?
Estratégia para usar Equação de Bernoulli
Comece identificando os pontos 1 e 2 mencionados na equação
1 2
Ponto 2
r2 = ?
p2 = 1,2 x105 Pa
• 37
capítulo 1
Importante:
Vazão em 1 = Vazão em 2 = 465 x10–6 m3 Podemos calcular a velocidade em 1
38 • capítulo 1
1.5.3 Procedimento experimental:
2 2
∂f ∂f
σ f = σ2x + σ y + ...
∂x ∂y
2 2
∂f 2 ∂f
σd = σm + σ v
∂m ∂v
INCERTEZA DA DEN-
VOLUME (CM3) MASSA(G) DENSIDADE (G/CM3)
SIDADE (G/CM3)
OBJETO 01
OBJETO 02
Tabela 1.2 –
capítulo 1 • 39
1.6 Atividade experimental II – Verificação da
Pressão que um corpo sólido exerce sobre
uma superfície plana
1.6.1 Objetivos gerais
• Objeto de estudo (material que tenha, pelo menos, três superfícies dife-
rentes. Pode ser um paralelepípedo);
• Paquímetro;
• Balança digital.
40 • capítulo 1
ÁREA DE CONTATO (M2) MASSA (KG) FORÇA PESO (N) PRESSÃO (N/M2)
Tabela 1.3 –
• Dinamômetro
• Cilindro de nylon;
• Recipiente aparador;
• Paquímetro
• Água;
• Béquer;
• Suporte (tripé universal com kit pêndulo simples);
• Garra de jacaré.
capítulo 1 • 41
1.7.3 Procedimento experimental:
DIÂMETRO (M) RAIO (M) ALTURA (M) (VOLUME) (M3) EMPUXO (N)
PESO DO RECIPIENTE +
PESO DO RECIPIENTE (N) PESO DO LÍQUIDO (N)
LÍQUIDO (N)
42 • capítulo 1
1.8 Atividade Experimental IV – Densidade
de líquidos
ÁGUA
ÓLEO
Tabela 1.7 –
capítulo 1 • 43
1.8.4 Forma Indireta (vasos comunicantes) – Não utiliza nenhum
dado obtido anteriormente
µ2
h2
µ1 h1
1 2
Tabela 1.8 –
Tabela 1.9 –
44 • capítulo 1
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
YOUNG, H. D.; Freedman, R. A. FISICA II: Termodinâmica e Ondas. Editora Pearson Addison Wesley.
12 ed. 2003. Capítulo 14 ISBN 85-88639-03-3
BRUNETTI, F. Mecânica dos fluidos. São Paulo: Prentice-Hall, 2008. Capítulo 2. ISBN 978-85 7605
182-4.
CHIQUETTO, M. J.; PARADA, A. A.; Física, Vol1, Mecânica. Editora Scipione: São Paulo, 1991
SALES, Vítor, Ensino de hidrostática através de atividades investigativas, 2012. (Dissertação
de Mestrado) – Instituto de Física Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2012.
capítulo 1 • 45
46 • capítulo 1
2
Oscilações e
Ondas
OBJETIVOS
• Estudar as causas da oscilação;
• Estudar o Movimento Harmônico Simples (MHS);
• Compreender Energia no MHS;
• Estudar Oscilações Amortecidas, forçadas e Ressonância;
• Definir Onda;
• Classificar Ondas quanto a natureza e formas de propagação;
• Descrever matematicamente as ondas;
• Definir período, frequência e amplitude;
• Definir a velocidade de propagação das ondas;
• Definir princípio da superposição;
• Compreender Interferência Construtiva e Destrutiva;
• Definir Onda Estacionária.
48 • capítulo 2
2.1 Introdução
Neste capítulo, vamos estudar as oscilações e os movimentos que tem origem
em um movimento oscilatório (ondas). A importância de se estudar estes fe-
nômenos está relacionada ao fato de que tudo oscila, desde os átomos em es-
truturas cristalinas até mesmo estruturas maiores como pontes, monumentos,
torres de energia, etc. Estudar sistemas com oscilações permite-nos entender
sistemas oscilatórios mais complexos, por exemplo o batimento cardíaco.
Desde as contribuições de Galileu até os nossos dias o estudo e pesquisa das
oscilações aumentou a compreensão da nossa própria visão de universo e da
constituição da matéria. O prêmio Nobel em física de 2015 foi atribuído a dois
pesquisadores, o japonês Takaaki Kajita e o canadense Arthur McDonald, pela
descoberta da oscilação dos neutrinos, o que demonstra que essas partículas
têm massa, fato de enorme relevância. A descoberta de ambos os físicos “mu-
dou nossa compreensão do funcionamento mais profundo da matéria e pode
ser crucial para nossa visão do universo”. Vale a pena conferir no link abaixo a
matéria sobre essa pesquisa.
MULTIMÍDIA
http://brasil.elpais.com/brasil/2015/10/06/ciencia/1444125814_641821.html
capítulo 2 • 49
2.2 Movimento harmônico simples (MHS)
A palavra harmônico lembra-nos de harmonia que ligamos a consenso e ordem,
na música é a perfeita combinação de sons que tem origem em oscilações descri-
tas matematicamente por funções chamadas harmônicas simples seno e cosseno.
Chamamos de Movimento Harmônico Simples (MHS) um movimento de
um ponto material que possui características bem simples e pontuais, ou seja,
o movimento do ponto material é unidimensional e o sentido da sua velocidade
se inverte periodicamente.
O sistema mais interessante que utilizamos para estudar o MHS é o sistema
constituído de um bloco de massa m preso em uma mola de constante elástica k,
esse sistema chama-se Oscilador Massa-Mola.
k
m
(a)
m F
(b)
Figura 2.2 – Oscilador Massa - Mola.
50 • capítulo 2
ATENÇÃO
A lei de Hooke leva em conta apenas a força externa exercida sobre a mola, não considera a
força de reação que a mola exerce sobre o agente que a traciona. [1]
Observe a figura 2.3, abaixo, em (a) deslocamos o bloco, alongando a mola para a direita
da posição de equilíbrio de um valor +A (Amplitude) e soltamos, o bloco tende a voltar para
a posição de equilíbrio, essa tendência é a mola exercendo sobre o bloco uma força que
chamamos restauradora, pois restaura a posição de equilíbrio do sistema.
Posição
Equilíbrio
(a)
(b)
(c)
(d)
(e)
(f)
(g)
–A 0 A
capítulo 2 • 51
Em (c) a mola está comprimida do mesmo valor (-A), mas a mola tende a
voltar sempre para a posição de equilíbrio, como em (d), mas o sistema tem
energia suficiente para alcançar a posição +A novamente (e), e ficar neste movi-
mento oscilatório indefinidamente.
A linha tracejada vermelha indica o movimento do centro de massa do blo-
co no movimento oscilatório. Do ponto de vista da dinâmica, define-se movi-
mento harmônico simples como o movimento retilíneo do ponto material de
massa m sujeito à ação de força resultante elástica restauradora. Assim, pode-
mos escrever que a força resultante
FR = m ⋅ a = −Kx
m ⋅ a = −Kx
K
a=− x (1)
m
52 • capítulo 2
Situação inicial
Situação final
–A 0 A
Figura 2.4 – Oscilação completa.
A A
– Xmáx O + Xmáx x
capítulo 2 • 53
A frequência e o período tanto no MCU e MHS são os mesmos, portanto
as equações:
1 1
=T =e f
f T
Como o ponto material no MHS não descreve ângulo algum a velocidade
angular (w) passa a ser chamada no MHS de frequência angular ou pulsação,
cuja a unidade no SI é radiano por segundo (rad/s). Portanto:
w = 2p f
K
ω=
m
1
Da expressão w = 2p f e da relação T = podemos obter as expressões da
f
frequência e do período do oscilador massa-mola.
1 K m
f= T = 2π
2π m K
COMENTÁRIO
Note que as expressões de w, f e T são equivalentes e evidenciam uma característica impor-
tante desse sistema oscilante: essas grandezas não dependem da amplitude de oscilação,
mas apenas da mola e da massa do corpo.
54 • capítulo 2
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Um bloco de massa m =0,35 kg está preso a uma mola de constante elástica K=35 N/m.
Suponha que o bloco apoiado sobre um plano horizontal sem atrito, seja deslocado por um
agente externo 5 cm de sua posição de equilíbrio, como indica a figura abaixo, e solto, pas-
sando a oscilar.
k
m
m F
Resolução:
a) Deslocando 5 cm de sua posição de equilíbrio, o bloco vai se movimentar com essa
amplitude, portanto A = 5 cm = 0,05 m.
b) Sendo m = 0,15 kg e k = 35 N/m, a frequência angular é:
K
ω=
m
35
ω= = 10 rad/S
0, 35
A frequência é:
1 K 1
f= ⇒f= ⋅10 = 1,59 Hz
2π m 2π
O período é:
1 1
T= ⇒T= = 0,63 s
f 1,59
capítulo 2 • 55
2.3 Energia mecânica do oscilador
massa-mola
–A 0 +A
1
Epel = Kx 2
2
EM = Epel + Ec
56 • capítulo 2
Logo,
1
EM = KA 2
2
Em
Energia
Ep
Ec
–A 0 A x
EXERCÍCIO RESOLVIDO
O gráfico energia cinética x posição, abaixo, é de um oscilador massa-mola de massa
m =0,20 kg.
EC (J)
–0,12cm 0,12cm
capítulo 2 • 57
Determine:
a) a amplitude e a constante elástica;
b) o módulo e sinais das velocidades máximas do bloco;
Resolução:
a) Deslocando 0,12 cm de sua posição de equilíbrio, o bloco vai se movimentar com essa
amplitude, portanto A = 0,12cm = 1,2 x10-3 m.
Pelo gráfico quando o oscilador passa pela origem temos Ec máxima que é a EM do sis-
tema, então:
1
EM = KA 2
2
1
2 = K (1,2 ×10−3 )2
2
4
K= = 2,7 ×106 N/M
, ×10−3 )
(12
2
mv máx
Ecmáx =
2
2Ecmáx 2×2
v máx = = = ±4,47 m / s
m 0,20
ATIVIDADES
01. A corda de um piano emite um dó médio vibrando com uma frequência primária igual a
220 Hz.
a) Calcule o período e a frequência angular.
b) frequência angular de um soprano emitindo um ‘’dó alto’’, duas oitavas acima, que é igual
a quatro vezes a frequência da corda do piano.
58 • capítulo 2
03. Um corpo de massa desconhecida é ligado a uma mola ideal cuja constante é igual a
120 N/m. Verifica-se que ele oscila com uma frequência igual a 6,00 Hz.
a) Calcule o período;
b) A frequência angular;
c) A massa do corpo.
04. Um oscilador harmônico possui massa de 0,500 kg e uma mola ideal cuja constante é
igual a 140 N/m.
a) Calcule o período;
b) A frequência;
c) A frequência angular.
05. A corda de um violão vibra com uma frequência igual a 440 Hz. Um ponto em seu centro
se move com MHS com amplitude igual a 3,00 mm e um ângulo de fase igual a zero.
a) Escreva uma equação para a posição do centro da corda em função de tempo.
b) Quais são os valores máximos dos módulos da velocidade e da aceleração do centro
da corda?
c) A derivada da aceleração em relação ao tempo pode ser chamada ‘’arrancada’’.
06. A extremidade da agulha de uma máquina de costura se move com MHS ao longo do
eixo Ox com uma frequência igual a 2,5 Hz. Para t = 0 os componentes da posição e da
velocidade são +1,1 cm e -15 cm/s.
a) Ache o componente da aceleração da agulha para t = 0.
b) Escreva equações para os componentes da posição, da velocidade e da aceleração do
ponto considerado em função do tempo.
07. Um bloco de massa m = 0,20 kg está preso a uma mola de constante elástica k = 5,0
N/m. Suponha que o bloco, apoiado sobre um plano horizontal sem atrito, seja deslocado por
um agente extremo 8,0 cm de sua posição de equilíbrio, como indica a figura abaixo, e solto,
passando a oscilar.
capítulo 2 • 59
08. A expressão da aceleração do oscilador massa-mola é a = – ω2 · x. Qual o significado
desse sinal negativo? O bloco está sempre freando?
09. Quando o bloco de um sistema massa-mola passa pela origem, a força exercida pela
mola sobre ele é nula. Por que ele não para nessa posição?
10. Você dispõe de um sistema massa-mola em repouso. O que você deve fazer para que ele
oscile com maior ou menor energia? E com maior ou menor frequência? Explique.
60 • capítulo 2
x
A0
0 t
–A0
Figura 2.7 – (a) Modelo de um oscilador com meio amortecedor. (b) Gráfico da amplitude
linha tracejada decaindo exponencialmente com o tempo. Essa linha tracejada também é
chamada de envoltória.
Antivibrador
capítulo 2 • 61
forçadas. É desse modo que brincamos em um balanço: a cada oscilação pe-
quenos impulsos são dados para manter a amplitude constante. As oscilações
dos tímpanos dos nossos ouvidos são oscilações forçadas, exercidas sobre es-
ses sistemas oscilantes pelas ondas sonoras.
Todos os sistemas oscilantes possuem suas características próprias como
a massa e a constante elástica, isso confere aos sistemas uma frequência natu-
ral (f0) para o oscilador, porém um fenômeno interessante acontece quando as
oscilações forçadas coincidem com a frequência natural do sistema oscilante,
trata-se do fenômeno da ressonância.
Observe o gráfico da figura 2.10.
Amplitude
f0 f
Figura 2.9 – A frequência externa ( f ), das oscilações forçadas coincide com a frequência
natural (f0 ).
COMENTÁRIO
A ressonância possibilita a máxima transferência de energia entre a fonte excitadora,
que produz as oscilações forçadas, e o sistema oscilante daí sua importância na física e
nas engenharias.
62 • capítulo 2
CURIOSIDADE
Um exemplo histórico do fenômeno de Ressonância foi a queda de uma ponte pênsil no
estreito de Tacoma (Washington-EUA) quando ventos soprando sobre a ponte provocaram
oscilações de ressonância que levaram à sua destruição em novembro de 1940, apenas 4
meses após ter sido inaugurada. Assista o impressionante vídeo no link abaixo sobre o epi-
sódio Ressonância-Tacoma.
https://youtu.be/dvRHK4yA8rc
capítulo 2 • 63
x
Embora no MHS o ponto material (bolinha azul) não descreva ângulos, as-
socia-se ao seu movimento a fase j, expressa em radianos, correspondente ao
ângulo descrito pelo ponto material (bolinha vermelha) em MCU.
Exemplo: Observe a figura abaixo:
MCU
1
C
MHS
0 x
–x x
A A
64 • capítulo 2
3. A função da aceleração a em função do tempo t
a = - A ω2 cos (ω t + j)
v = ω A2 − x2
0 Tempo (t)
– xm
T
(a)
v
+ xv
8
Velocidade
0 t
– xv
8
(b)
a
+ 2x
8
a
Aceleração
0 t
– 2x
8
(c)
capítulo 2 • 65
EXERCÍCIO RESOLVIDO
01. O gráfico posição X tempo, abaixo, é de um ponto material em MHS.
x (m)
4
0 1 1 3 t (s)
4 2 4
–4
Determine:
a) a amplitude e a fase inicial;
b) o período, a frequência e a frequência angular;
c) a função da posição (ou elongação) em relação ao tempo;
d) o módulo e sinais das velocidades e acelerações máximas;
Resolução:
a) O gráfico da posição em função do tempo mostra que, para t=0, x = -A. Portanto a
fase inicial é j0 = p rad (se tiver dúvida é só consultar o gráfico do cosseno)- note que, para
x= -A, o gráfico deve sofrer um deslocamento j para a direita). A amplitude se obtém por
leitura direta do gráfico A= 4m.
b) O período T é o tempo de uma oscilação completa. O gráfico mostra que, no instante
t=4s o ponto material passa novamente pela posição inicial, correspondente ao instante t=0.
1
Portanto o período T= 4 s e como a frequência f = , e frequência angular p = 2p f temos:
T
f = 0,25 Hz e ω = 2p 0,25= 1,57 rad/s
c) x = A cos (ω t + j) x = 4 cos (1,57t + j)
d) vmáx= ± Aω (Veja gráfico da velocidade figura 10)
vmáx= ± 4.1,57 = ± 6,28 m/s
amáx = ± Aω2 ( veja gráfico da aceleração figura 10)
amáx = ± 4 (1,57)2= 9,86 m/s2
66 • capítulo 2
2.6 Ondas
2.6.1 Introdução
Em uma sala de aula do curso de engenharia civil, foi perguntado aos alunos o
que vinha a mente quando falamos a palavra onda. A maioria respondeu quase
que ao mesmo tempo que lembravam das ondas do mar em uma praia. Eu me
lembro da música de Lulu Santos,
A ideia cotidiana de onda está ligada a forma das ondas do mar, neste mo-
mento do estudo vamos falar desse novo tipo de movimento, em que a matéria
não se desloca, mas é suporte para o deslocamento de deformações que se pro-
pagam e transportam energia- o movimento ondulatório. [1]
Em dias chuvosos escutamos o trovão muito depois do clarão do relâmpago,
por que isso acontece? A resposta vai ser dada nas próximas seções.
• 67
capítulo 2
2.6.2 Conceito de onda e definição de onda
PERGUNTA
Mas o que seria uma onda?
Existem várias respostas, mas uma simples seria, uma onda, figura 2.15, surge quando
um sistema é deslocado de sua posição de equilíbrio e a perturbação pode se deslocar ou se
propagar de uma região para a outra do sistema. [2] Exemplos de fenômenos ondulatórios: o
som, a luz, as ondas do mar, a transmissão de rádio e televisão e terremotos. A= Amplitude e
l é chamado comprimento de onda, que vamos detalhar nas seções seguintes.
CONCEITO
Propagação vem da palavra propagar, que pode ser difundir, multiplicar, generalizar,
transmitir, entre outros, todos relacionados de alguma forma com um movimento.
Dependendo do meio de propagação e a natureza, as ondas são classificadas em:
68 • capítulo 2
CURIOSIDADE
Os cientistas que defendiam a natureza ondulatória da luz comparavam-na com o som,
reconhecidamente um fenômeno ondulatório que necessita de um meio para se propagar,
por isso viam a necessidade da existência de um meio vibratório, através do qual a luz se pro-
pagaria, pois sem esse não entendiam de que forma a luz das estrelas chegava até a Terra.
A esse meio deram o nome de éter. Acesse o link para saber mais!
http://www.cdcc.usp.br/fisica/Professores/Einstein-SHMCarvalho/node10.html
Ondas longitudinais
Ondas transversais
capítulo 2 • 69
ATENÇÃO
A rigor a palavra transversal não significa perpendicular, mas é aceitável utilizar a palavra com
este significado.
Nos exemplos da figura 2.16, as ondas são unidimensionais porque é possível determi-
nar a posição da frente da perturbação, chamada frente de onda, por meio de um único eixo
de coordenadas; nas ondas unidimensionais a frente de onda é um ponto material.
Dependendo do formato da frente de onda, as ondas podem ser: unidimensional, bidi-
mensional e tridimensional.
Frente da Onda
70 • capítulo 2
COMENTÁRIO
Christian Huygens (1629-1695), no final do século XVII, propôs um método de representação
de frentes de onda, onde cada ponto de uma frente de onda se comporta como uma nova fon-
te de ondas elementares, que se propagam para além da região já atingida pela onda original
e com a mesma frequência que ela. Sendo esta ideia conhecida como Princípio de Huygens.
frente de onda em t2
frente de onda em t1
Fonte
capítulo 2 • 71
nua de pulsos é chamada de trem de ondas periódicas. Vamos voltar a analisar
essas ondas harmônicas simples, definindo suas características:
(pico)
B F
C E G I
A
(vale)
D H
λ (comprimento de onda)
λ
v=
T
1
mas lembrando que T =
f
então:
v=lf (1)
72 • capítulo 2
apenas do meio em que ela se propaga, pode-se demonstrar por análise dimen-
sional (Disciplina Fenômenos de Transportes I) que a velocidade de propaga-
ção de uma onda em uma corda é dada por:
F
v=
µ
onde F é a força tensora na corda e m a sua densidade linear.
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Uma fonte oscilante harmônica simples gera um trem de ondas em uma corda de densidade
linear m =0,20 kg/m, tracionada pela carga de massa 10 kg. A figura mostra a distância
entre dois pontos sucessivos em que essa corta o eixo x. Determine:
a) a velocidade de propagação dessa onda;
b) a frequência de oscilação da fonte.
Fonte
0,2 m
Resolução:
a) O módulo da tração na corda é igual ao peso W = m ⋅ g = 10 ⋅ 9,8 = 98 N sendo
F
m =0,20 kg/m, da expressão v = , temos:
µ
F 98
v= = = 22,14 m/s
µ 0,20
• 73
capítulo 2
2.6.5 Princípio da superposição- Interferência
Existem situações em que em uma mesma corda são gerados dois pulsos em
extremidades opostas, como mostra a figura abaixo:
interferência construtiva
Figura 2.18 –
CONCEITO
O princípio da superposição expressa o fato de que pulsos ao contrário de partículas não
alteram suas características quando interagem.
Chamamos de interferência figura 2.20 ao fenômeno e à configuração resultante des-
sa soma algébrica das coordenadas de cada ponto. Na figura acima temos uma interferência
construtiva, pois a amplitude foi aumentada (a).
(a) (b)
74 • capítulo 2
interferência construtiva interferência devstrutiva
A B
N
V
EXEMPLO
A figura representa uma configuração de ondas estacionárias em uma corda, vibrando com
frequência de 400 Hz. Determine:
a) o comprimento de onda das ondas componentes dessa configuração.
b) a velocidade de propagação na corda das ondas componentes dessa configuração.
capítulo 2 • 75
60 cm
A B
Resolução:
a) Observamos 4 ventres então temos dois comprimentos de onda em 60 cm = 0,60 m,
ou seja:
2l = 0,60
l = 0,30m
2.6.6.1 Relação entre o comprimento de onda das ondas (l) em cordas limitadas
a um comprimento fixo (l).
Fundamental n=1
n=2
n=3
n=4
n=5
76 • capítulo 2
Generalizando nós podemos obter a relação:
λ
l=n
2
• 77
capítulo 2
2.7.3 Introdução teórica
• Ondas na água
Quando observamos as ondas na água pela parede lateral de um aquário,
elas apresentam uma forma como vista na figura 2.22. A parte superior da onda
é denominada crista e a parte inferior, depressão ou vale. A distância entre duas
cristas ou dois vales é igual ao comprimento de onda.
V
crista crista
λ
vale vale
crista crista
78 • capítulo 2
de ondas retas (planas), um pulso reto. O movimento do pulso reto é tal que se
mantém paralelo à linha que indica a sua posição original (figura 2.22). A dire-
ção e o sentido estão indicados pela seta.
O comprimento de onda está indicado na figura 2.23 e, que é medido como
a distância entre dois pulsos adjacentes quaisquer.
• 79
capítulo 2
2.7.4 Procedimento Experimental
Imagem
projetada Gerador
de ondas
Vibrador 110V
Cuba de
onda
Calibrador de
Retroprojetor frequência
Figura 2.24 –
80 • capítulo 2
7. Troque o vibrador de uma ponta pelo de placa retangular tal que a extre-
midade inferior da placa toque a superfície da água;
8. Ligue a fonte do calibrador de frequência, e observando a imagem proje-
tada, haverá a produção de pulsos retos;
9. Repita os procedimentos dos itens 5 e 6;
10. Complete a tabela 2.1.
ATENÇÃO
Faça as medidas para pulsos retos e circulares.
• Lei da Reflexão
Pela lei da reflexão da luz temos que o ângulo de incidência, θi, é igual ao
ângulo de reflexão, θr (figura 2.26).
• 81
capítulo 2
Raio N Raio
incidente refletido
θi θr
Superfície refletora
barreira frente
de onda
refletida θr
ângulo de
raio incidente incidência
frente
de onda θi ângulo
incidente de
reflexão
82 • capítulo 2
2.8.2 Objetivos gerais
2.8.3 Material
capítulo 2 • 83
gerador de
ondas vibrador de placa
retangular
(pulsos retos)
cuba de
onda
posição de
placa de
posição acrílico
da placa triangular
retangular (refletor
de acrílico triangular)
Gerador de
onda
θi Parede refletora
θr
Figura 2.28 – Reflexão de ondas planas (pulsos retos) em uma barreira retilínea (ima-
gem CDCC).
84 • capítulo 2
MEDIDA 1 MEDIDA 2
θ
Barreria de placa
retangular de
acrílico
• 85
capítulo 2
Medidas
vibrador
0 I
Ondas
incidentes
p q
Figura 2.30 – Ondas circulares (pulsos circulares) refletidas em uma barreira retilínea (ima-
gem CDCC).
MEDIDA 1 MEDIDA 2
ΘI
ΘR
86 • capítulo 2
2.11.2 Material necessário
capítulo 2 • 87
2.12 Atividade experimental VII – Ondas
sonoras: Experimentos de Interferência e
Ondas em Tubos.
2.12.1 Objetivos gerais
Parte I
1. Disponha os dois autofalantes, um de frente para o outro, a uma distância
de aproximadamente 1m;
2. Regule previamente para que os dois autofalantes estejam na mesma fre-
quência (dê preferência aos sons mais graves – frequência baixa – afim de se
obter melhor resultado);
3. Ligue um dos autofalantes e observe o som. Logo em seguida desligue-o e
ligue o outro autofalante, também observando o som;
88 • capítulo 2
4. Verifique se no item 3 foi observada alguma oscilação (variação no volu-
me) em algum dos autofalantes;
5. Ligue os dois autofalantes simultaneamente e observe o ocorrido, justifi-
cando o resultado obtido.
Parte II
tubo de
vidro
Gerador de
função Suporte
capítulo 2 • 89
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Gaspar,A.; Física, Vol. 2, Ondas, Óptica e termodinâmica, 2a Ed., Ática Editora S.A., São Paulo, 2009
Halliday, D., Resnick,R.,Walker,J.; Física, Vol. 2, Livros Técnicos e Científicos Editora, Rio de Janeiro,
1996
Tipler, P.A.; Física (Para Cientistas e Engenheiros), Vol.2 , Gravitação Ondas e Termodinâmica, 3a Ed.,
Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 1995
Keller, F. , W. E. Gettys e M. J. Skove, Física, vol.1, 1a ed., Makron Books (1999).
H. M. Nussenzveig, Curso de Física Básica ,Fluidos Oscilações, Ondas e Calor, vol. 2 , 4a ed., Edgard
Blucher (2002).
Sears & Zemansky - Física II, Termodinâmica e Ondas H. D. Young e R. A. Freedman, 10a ed., São
Paulo: Addison Wesley-2003.
90 • capítulo 2
3
Temperatura
OBJETIVOS
• Definir temperatura;
• Enunciar a Lei Zero da Termodinâmica: Equilíbrio Térmico;
• Apresentar os tipos de termômetros e as escalas de temperaturas;
• Relacionar as principais escalas de temperaturas;
• Estudar a Dilatação Térmica;
• Propor um modelo de dilatação para os sólidos e líquidos;
• Equacionar matematicamente a dilatação térmica linear;
• Equacionar matematicamente a dilatação térmica superficial;
• Equacionar matematicamente a dilatação térmica volumétrica.
92 • capítulo 3
3.1 Introdução
O trecho de uma das marchinhas de carnaval mais famosas e cantadas abaixo
contém palavras como calor e quente. Acompanhe o trecho:
Allah-lá-ô, ô ô ô ô ô ô
Mas que calor ô ô ô ô ô ô
Atravessamos o deserto do Saara
O sol estava quente
Queimou a nossa cara
Allah-lá-ô, ô ô ô ô ô ô
Mas que calor ô ô ô ô ô ô
Será que estamos nos expressando corretamente quando dizemos: Mas que
calor ô ô ô ô ô ô?” Ou “ o sol estava quente? Ao longo desse capítulo e do próxi-
mo vamos encontrar as respostas para essas questões.
Estamos adentrando o terreno do calor e temperatura, nesta fase do cur-
so vamos mostrar como esses conceitos se relacionam, para estudarmos a
Termodinâmica (calor associado a dinâmica) precisamos conhecer esses con-
ceitos, pois eles são a base para entendermos as transformações de energia,
capítulo 3 • 93
e como essas transformações podem ser relacionadas com a propriedade dos
materiais.
O estudo da Termodinâmica é indispensável para todas as áreas da ciência,
pois está aplicada a inúmeros sistemas como motores, processos bioquímicos,
refrigeradores, ar condicionado, estrutura de uma estrela.
ATENÇÃO
Devemos ressaltar que os corpos A, B e C estão em um ambiente termicamente isolado.
Os corpos A, B e C podem estar quentes ou frios, em contato ou não os corpos frios irão
se aquecer e os quentes esfriar até que atinjam o mesmo estado térmico, ou seja, a mesma
temperatura.
94 • capítulo 3
3.1.2 Termômetros e escalas de temperatura
MULTIMÍDIA
Quer entender como se constrói um termômetro, assista esse vídeo no link http://videos.
clicrbs.com.br/rs/zerohora/videonews/60861/
capítulo 3 • 95
CURIOSIDADE
Como funcionam os termômetros digitais que ficam nas ruas?
Por definição
1K = 1°C
96 • capítulo 3
CONCEITO
Definição de Temperatura Celsius
De acordo com o Quadro Geral de Unidades aprovado pela Resolução nº 12/88 do
CONMETRO, Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial, a
temperatura Celsius é o “intervalo de temperatura unitário igual a 1Kelvin, numa escala
de temperaturas em que o ponto tríplice coincide com 273,15 Kelvins. (Unidade de base
ratificada pela 13ª CGPM-1967. Kelvin e grau Celsius são ainda unidades de intervalo
de temperaturas).”
T (ºC) = T (K) – 273,15 (1)
K C RA F R
2° ponto fixo-
373 100 672 212 80
água em ebulição
1° ponto fixo-
gelo fundente –273 0 492 32 0
Figura 3.3 – Escalas termométricas construídas com dois pontos fixos: o gelo fundente e a
água em ebulição a pressão norma
capítulo 3 • 97
3.1.2.1 3.3.1. Como relacionar as principais escalas Kelvin, Celsius e Fahrenheit
°C F K
Tc Tf Tk
0 32 273
Tc − 0 TF − 32 T − 273
= =
100 − 0 212 − 32 373 − 273
Tc T T − 273
= F =
100 180 100
Tc TF − 32 T − 273
= =
5 9 5
PERGUNTA
Você sabia que pode construir a sua escala de temperatura?
98 • capítulo 3
EXEMPLO
Vou construir a minha escala termométrica que chamarei de L. Então, começamos colocando
uma outra de referência que no exemplo vou chamar de X. Veja a figura a seguir:
Escala X Escala L
2o Ponto
X2
1o Ponto X1
Vamos supor que são dados os pontos fixos das escalas X (X2 e o X1) e L (L1 e L2).
Suponha que um termômetro graduado na escala X assinala a temperatura TX e outro termô-
metro graduado na escala L assina a temperatura TL. Como os pontos fixos são os mesmos,
essas escalas podem ser relacionadas pela expressão:
Tx − X1 TL − L1
=
X2 − X1 L2 − L1
Suponha que, a escala termométrica L cujos pontos fixos adotados sejam -15°L para a
fusão no gelo e 125°L para a água em ebulição. Determine:
a) a relação entre a escala Celsius e a escala L.
b) a temperatura em graus Celsius que corresponde a 60°L.
Solução:
°C °L
2o Ponto
100 125
TC = ? TL= 60
1o Ponto
0 –15
• 99
capítulo 3
a) Considerando a escala Celsius como a escala X, temos:
Tc − 0 TL − L1
=
100 − 0 L2 − L1
Tc − 0 TL − ( −15)
=
100 − 0 125 − ( −15)
20
Tc = ( TL + 15)
27
20
Tc = ( TL + 15)
27
20
Tc = (60 + 15) 55,56 oC
27
100 • capítulo 3
Com a variação na temperatura de um sólido, as partículas que o consti-
tuem vibram, menos ou mais, em torno de sua posição de equilíbrio.
Figura 3.5 – Modelo mecânico de um sólido cristalino. Os átomos (em azul) vibrando como
se estivessem presos por molas, quando a temperatura varia, varia a amplitude de oscilação
desses átomos.
CURIOSIDADE
O que os pequenos espaços entre os trilhos de trem e a forma que os fios de ligação entre
torres de energia possuem em comum? Embora pareça que nada, ambos se utilizam do fato
de que as dimensões desses objetos tendem a mudar com a temperatura.
capítulo 3 • 101
3.1.3.1 Dilatação Linear
L0 L0 ∆L
Para fazer uma análise da dilatação linear, tomemos como exemplo a barra
da Figura 6. Seu comprimento inicial é L0 para uma temperatura inicial Ti. A
temperatura é elevada com a vela acesa e atinge um valor T, o que causa um au-
mento da barra de DL. Esse aumento DL é experimentalmente verificado como
sendo diretamente proporcional ao comprimento inicial da barra (L0), a varia-
ção da temperatura DT e a expansibilidade da barra que é uma característica do
material da barra que chamaremos de E. Então, temos:
DL µ E L0 ΔT (1)
102 • capítulo 3
A equação 3 é a expressão matemática da dilatação linear de um sólido.
Observe na tabela a seguir o valor do coeficiente de dilatação linear de algu-
mas substâncias:
Alumínio 24
Latão 19
Prata 18
Cobre 17
Ouro 14
Ferro 12
Concreto 12
Platina 9,0
Tungstênio 4,3
Invar 0,70
Tabela 3.1 –
ATENÇÃO
O coeficiente de dilatação linear de um sólido, embora varie pouco, só é constante dentro de
determinado intervalo de temperaturas. Na tabela acima os valores foram obtidos em torno
da temperatura de 20°C.
• 103
capítulo 3
L
∆L
L0 Φ
TI T T
Figura 3.7 – Gráfico da dilatação térmica linear que demonstra a variação de comprimento
em função da variação de temperatura.
∆L
mas a tangente do ângulo φ é
∆T
COMENTÁRIO
Certamente você irá utilizar a (5) em sua aula experimental para determinar o coeficiente
linear de uma barra. A reta que representa a dilatação linear não pode passar pelo ponto zero,
uma vez que o comprimento inicial não pode ser nulo.
CURIOSIDADE
As consequências das variações de temperatura são sentidas principalmente por grandes
obras da construção civil. Na construção de pontes, ferrovias, viadutos ou prédio, a dilatação
104 • capítulo 3
destes deverá ser considerada. Para que a dilatação não cause destruição, os engenheiros
utilizam as juntas de dilatação, que constituem um pequeno espaço entre blocos de concre-
to ou ferro que é preenchido no caso de aumento de temperatura, o que impede danos às
construções. Na figura abaixo vemos exemplos de junta de dilatação.
EXERCÍCIO RESOLVIDO
O gráfico abaixo representa a variação, em milímetros, do comprimento de uma barra metá-
lica, de tamanho inicial igual a 100 cm, aquecida em laboratório por um aquecedor elétrico
de vapor. Qual é o valor do coeficiente de dilatação térmica linear do material de que é feita
a barra, em unidades de 10-6 ºC-1 ?
∆L (mm)
15
7,5
Φ
0
0 250 500 T (°C)
Solução:
Sabemos que o coeficiente angular da reta é numericamente igual a equação (5):
tg φ = a · L0
capítulo 3 • 105
15x10−8 − 0
tg φ = = 3 ⋅10−5
500 − 0
3 ⋅10−5
α= = 3 ⋅10−5 oC−1
1
Quando um corpo sólido com uma forma geométrica definida é aquecido, sua
área e volume sofrem dilatação devido a dilatação de suas dimensões lineares.
O espelho de um telescópio como o Keck, no Havaí, figura 7, apresenta espaços
entre os espelhos que o compõem, para prevenir os efeitos da dilatação térmica.
106 • capítulo 3
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Uma placa quadrada de alumínio tem uma área de 2m2 a 0 °C, se a placa é resfriada até 50 °C
sua área varia de 0,0044 m2. Determine os coeficientes de dilatação superficial e linear
do alumínio;
Solução:
Dados:
DA= variação da área = 0,0044 m2
A0= Área inicial= 2 m2
DT= variação da temperatura=50°C
b=?
α=?
DA = bA0 DT
0,0044 = b · 250
b = 4,4 · 10–5 oC–1
mas
β 4,4 ⋅10−5
α= = = 2,2 ⋅10−5 oC−1
2 2
capítulo 3 • 107
O modelo proposto para explicar porque quase todos os líquidos aumentam
de volume com o aumento da temperatura é o mesmo proposto para explicar a di-
latação dos sólidos. Pode-se supor que os líquidos sejam compostos por partículas
que ficam amontoadas e que com o aumento da temperatura passam a oscilar au-
mentando sua amplitude, passando assim, o líquido a ocupar um volume maior.
Na tabela abaixo vamos citar o coeficiente de dilatação volumétrica dos
principais líquidos.
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Um recipiente possui volume interno de 1 litro a 20 °C, o recipiente é então aquecido até
100 °C. Determine o volume interno desse recipiente depois de aquecido sabendo que o
coeficiente de dilatação linear do material é de 15 · 10–6 °C–1.
Solução:
Como se trata de um líquido precisamos calcular o coeficiente de dilatação volumétrica, que é
g = 3a., então g = 3 15 · 10–6 = 45 · 10–6 °C –1
V0= 1 L = 10–3 m3 , basta lembrar que 1000L= 1m3
V=?
DT = 100 – 20 = 80 °C
DV = gV0 DT
V – V0 = V = gV0 DT
V = V0 (1 + gDT)
Substituindo os valores, temos:
V = 10–3 (1 + 45 · 10–6 80)
V = 1,0036 · 10–3 m3 ou 1,0036 L
108 • capítulo 3
ATIVIDADE
01. Uma barra de ferro, coeficiente de dilatação linear 12 · 10–6 °C –1, possui um comprimen-
to de 15 m a 20 °C, se a barra é aquecida até 150 °C, determine:
a) A dilatação sofrida pela barra;
b) O comprimento final da barra.
02. Uma placa quadrada de alumínio tem uma área de 2 m2 a 50 °C, se a placa é resfriada
até 0 °C sua área varia de 0,0044 m2. Determine os coeficientes de dilatação superficial e
linear do alumínio;
03. Um recipiente possui volume interno de 1 litro a 20 °C, o recipiente é então aquecido
até 100 °C. Determine o volume interno desse recipiente depois de aquecido sabendo que o
coeficiente de dilatação linear do material é de 15 · 10–6 °C–1.
04. Um recipiente está completamente cheio com 125 cm3 de mercúrio a temperatura de
20 °C. O coeficiente de dilatação médio do mercúrio é de 180 · 10–6 oC–1 e o coeficiente de
dilatação linear do vidro é de 9 · 10–6 oC–1. Determinar o volume de mercúrio que extravasa
quando a temperatura passa para 28°C.
REFLEXÃO
Depois dos estudos sobre dilatação térmica dos materiais, reflita sobre esta questão:
É conveniente construir casas geminadas?
capítulo 3 • 109
3.2 Atividade experimental VIII – Dilatação
Térmica
a) Monte o tubo no aparato experimental conforme indica a figura abaixo. A base do con-
tato do Relógio comparador (medidor da dilatação) deverá estar apoiada no anel de
fixação do tubo;
110 • capítulo 3
b) Verifique a temperatura ambiente e após colocar o termômetro na saída do tubo (cui-
dado para não vedá-lo) zere o relógio comparador (desaperte o parafuso (A) lateral do
indicador que fixa a escala e, em seguida, gira a escala colocando em zero a posição do
ponteiro do indicador);
c) Acenda a lamparina (ou bico de Bunsen) e posicione o fogo bem próximo do recipiente
de água.
d) Observar o deslocamento do ponteiro do micrômetro. Quando o aquecimento do tubo
esteja estabilizado depois de certo tempo anote o valor do deslocamento do ponteiro
(isto equivale ao valor da dilatação DL) e a temperatura final que o sistema estabilizou
(Tf). Então DT=Tf –Ti.
e) Calcule o valor do coeficiente de expansão do tubo com os dados acima.
f) A partir dos valores do coeficiente de dilatação linear e dentro das incertezas experimen-
tais, descubra o material utilizado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Sears & Zemansky - Física II, Termodinâmica e Ondas H. D. Young e R. A. Freedman,
10a ed., São Paulo: Addison Wesley-2003.
Gaspar, A.; Física, Vol. 2, Ondas, Óptica e termodinâmica, 2a Ed., Ática Editora S.A., São
Paulo, 2009.
Exercícios Resolvidos de Física- Dilatação. Disponível em http://www.fisicaexe.com.br/fisica0/
termologia/dilatacao/exedilatacao.html> acesso em 12/10/2015.
capítulo 3 • 111
112 • capítulo 3
4
Calor e as Leis da
Termodinâmica
OBJETIVOS
• Destacar a importância da Termodinâmica no cotidiano;
• Conceituar calor, calor específico e de transformação;
• Definir caloria;
• Estudar as formas de transmissão do calor;
• Definir fluxo de calor;
• Enunciar a Lei de Condução Térmica de Fourrier;
• Enunciar a 1ª Lei da Termodinâmica;
• Conceituar Energia Interna;
• Estudar os processos termodinâmicos: a pressão, volume e temperatura constantes;
• Enunciar a 2ª Lei da Termodinâmica- Máquinas Térmicas;
• Enunciar a 2ª Lei da Termodinâmica- Entropia;
• Conhecer o funcionamento das Máquinas Térmicas Quentes e Frias;
• Estudar o Ciclo de Carnot.
114 • capítulo 4
4.1 Introdução
A importância da Termodinâmica no nosso cotidiano foi assunto de destaque
nessa entrevista com o Físico Cláudio Furukawa do Instituto de Física- USP São
Paulo, acompanhe suas principais ideias nesta entrevista ao site Globo Ciência,
disponível em:
MULTIMÍDIA
<http://redeglobo.globo.com/globociencia/noticia/2011/12/entenda-o-que-etermodina-
mica-e-suas-aplicacoes-nos-dias-de-hoje.html
116 • capítulo 4
Site Globo Ciência: Hoje em dia, onde a termodinâmica é aplicada?
Cláudio Furukawa: Em todos os processos que envolvem a mudança de es-
tados. Sua aplicação vai desde as máquinas térmicas à meteorologia, com a me-
dição de pressão e temperatura, umidade relativa do ar. Ou seja, existem inú-
meros instrumentos que permitem medir as características variáveis dos gases,
como os hidrômetros, que conferem a umidade relativa do ar e o barômetro,
que afere a pressão.
A termodinâmica também é aplicada em larga escala nos automóveis. No
processo de combustão, há uma grande liberação de calor e energia. Essa ener-
gia térmica é aproveitada para realizar o trabalho mecânico. A termodinâmica
também é aplicada em outras situações, como na turbina de avião e nas usinas
termoelétricas, que se utilizam do calor produzido pela fissão atômica.
aumento de vapor
atravétz do tubo
água vaporizada em
uma chaleira aquecida
CONCEITO
Calor é a energia que se transfere de um corpo para outro devido a uma diferença de tem-
peratura entre eles.
Sendo calor energia, seu símbolo Q e é dado em Joules (J) no S.I, mas também temos
a caloria (cal).
118 • capítulo 4
4.1.2 Capacidade térmica, calor específico e de transformação
Q
C=
∆T
ou Q = CDT (1)
No S.I. as unidades da capacidade térmica é J/K ou J/°C
CURIOSIDADE
Podemos dizer que o cozimento de alimentos está diretamente ligado à capacidade térmica.
Por exemplo, quando vamos preparar o macarrão, devemos manter a temperatura da água
bem próxima de 100 ºC. Por isso a panela e a água devem ter uma alta capacidade térmica,
a fim de que sua temperatura sofra pouca variação quando adicionarmos o macarrão, que por
sinal fica à temperatura ambiente, dentro da panela. Devemos usar bastante água na panela
para cozinhar o macarrão, pois se usarmos pouca água fervente, a temperatura da água irá
baixar significativamente quando o macarrão for colocado, impedindo um cozimento ideal. [2]
capítulo 4 • 119
COMENTÁRIO
Um calorímetro, são recipientes projetados especialmente para a realização de ensaios ex-
perimentais que envolvam troca de calor, para esses recipientes, a capacidade calorífica
costuma ser previamente determinada.
Figura 4.2 –
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Um calorímetro sofre uma variação de temperatura de 30°C quando absorve uma quantidade
de calor de 50J. a) Qual é a capacidade térmica desse calorímetro? b) Qual a quantidade de
calor necessária para elevar em 60K a temperatura desse calorímetro?
Solução:
a)
Q 50
C= = = 1,67 J/o C
∆T 30
b) Q = C DT = 1,67 . 60 ⇒ Q = 100,2 J
120 • capítulo 4
EXERCÍCIO RESOLVIDO
01. Um calorímetro sofre uma variação de temperatura de 50K quando absorve a quantida-
de de calor 450 J. Determine:
a) a capacidade térmica desse calorímetro.
b) a quantidade de calor necessária para elevar em 70°C a temperatura desse calorímetro.
Experimentalmente observamos que, a capacidade térmica de corpos constituídos de
uma mesma substância é diretamente proporcional à massa (m) de cada corpo. Podemos
escrever como:
C=c·m
onde c é a constante de proporcionalidade que depende da substância de que é consti-
tuído o corpo, chamada de calor específico dessa substância. Substituindo na eq (1) temos:
Q = c m DT (2)
A equação 2, permite determinar a quantidade de calor Q absorvida ou cedida pelo corpo
de massa m, constituído por determinada substância de calor específico c quando sua tem-
peratura varia de DT. Isolando o calor específico na equação 2, temos:
Q
C= (3)
m ∆T
Tabela 4.1 –
A água é uma das substâncias de maior calor específico que existem e foi usada
como substância padrão para definir a caloria (cal)
1 cal = 4,1868 J
Esta relação de conversão foi obtida em 1840 por James Prescott Joule, em
seu experimento conhecido como o equivalente mecânico do calor. O maior
mérito de Joule não foi estabelecer um valor em número, mas a prova inques-
tionável de que calor e energia são grandezas únicas.
122 • capítulo 4
Q
L= (5)
m
CALOR LATENTE
PONTO CALOR LATENTE DE FUSÃO PONTO
DE VAPORIZAÇÃO
DE FUSÃO (KJ/KG) DE EBULIÇÃO
SUBSTÂNCIA (KJ/KG)
(ºC) (CAL/G) (ºC)
(CAL/G)
Água 0 330 80 100 2.300 540
Tabela 4.2 –
capítulo 4 • 123
T (°C)
vapor
PE líquido
+
vapor
líquido
sólido
PF +
líquido tempo
sólido
124 • capítulo 4
Raios raios Raios-x ultra luz infra- micro- ondas de energia
Cósmicos gama violeta visível vermelho ondas rádio de cor.
alternada
CURIOSIDADE
Embora a atmosfera seja muito transparente à radiação solar incidente, somente em torno de
25% penetra diretamente na superfície da Terra sem nenhuma interferência da atmosfera,
constituindo a insolação direta. O restante é ou refletido de volta para o espaço, ou absorvido,
ou espalhado em volta até atingir a superfície da Terra, ou retornar ao espaço.
LEITURA
Termografia – na medicina é uma técnica de registro gráfico das temperaturas da super-
fície da pele, usando uma câmera infravermelha de alto desempenho. O aparelho detecta a
radiação infravermelha (calor) emitida pelo corpo, podendo refletir uma fisiologia normal ou
anormal. Uma cor é atribuída baseada na temperatura registrada naquela parte da pele. Não
tem dor. Não é invasiva. Pela capacidade de identificar a origem da dor, fornece um mapa di-
gital do corpo em que os padrões de calor são mostrados (uma termografia). Figura 4.6. Para
o médico que está analisando estas alterações nos padrões, elas podem servir de bandeira
vermelha para alertar de alguma doença ou anormalidade.
126 • capítulo 4
LEITURA
Veja outras aplicações incluindo na área das engenharias, no artigo:
DE SOUSA SILVA, Wallace Felipe. Termografia: o uso da tecnologia em prol da solução
de problemas tecnológicos. Bolsista de Valor, v. 1, n. 1, p. 371-372, 2010.[5]
35.1 °C
35
30
25
21.4
capítulo 4 • 127
temperaturas mais baixas (moléculas com menor energia cinética). A capacida-
de das substâncias para conduzir calor (condutividade) varia consideravelmen-
te. Os sólidos são melhores condutores que líquidos e líquidos são melhores
condutores que gases. Num extremo, metais são excelentes condutores de ca-
lor e no outro extremo, o ar é um péssimo condutor de calor.
Quando cozinhamos, o fenômeno da condução acontece, pois, ao aquecer-
mos a panela, suas moléculas começam a agitar-se mais, causando aumento de
sua energia térmica, logo, o aquecimento dela. figura 4.8.
∆Q
Φ= (6)
∆t
T final
Φ
A
T inicial
d
128 • capítulo 4
O fluxo é dado pela Lei de Fourrier, que relaciona-o com a espessura do blo-
co (d), a área (A) seção normal e a variação da temperatura, sendo a temperatura
inicial maior do que a temperatura final, temos:
A ⋅ ∆T
Φ= (7)
d
Tabela 4.3 –
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Uma porta retangular de vidro com altura de 1,80 m, largura 2,00 m e com 6 mm de espessu-
ra, separa a sala da varanda, a sala deve ter uma temperatura mantida a 20°C da temperatura
ambiente da sacada de 35°C. Determine qual é o fluxo de calor que atravessa essa porta,
sabendo que a condutividade térmica do vidro é 0,80 W/m.K.
Solução:
A ⋅ ∆T
Φ =k
d
capítulo 4 • 129
A = 1,80 x 2,00 = 3,6 m2 área da porta retangular
DT= 35 – 20 = 15 °C
d = 6 mm = 6 · 10–3 m
k = 0,80 W/m · K
Substituindo
A ⋅ ∆T 3,6 ⋅15
Φ =k = 0,80 = 7.200 W
d 6 ⋅10−3
Convecção Térmica
A convecção consiste no movimento dos fluidos, só acontece para os flui-
dos, é o princípio fundamental da compreensão do vento, por exemplo. O ar
que está nas planícies é aquecido pelo sol e pelo solo, assim ficando mais leve e
subindo. Então as massas de ar que estão nas montanhas, e que está mais frio
que o das planícies, toma o lugar vago pelo ar aquecido, e a massa aquecida se
desloca até os lugares mais altos, onde resfriam. Estes movimentos causam,
entre outros fenômenos naturais, o vento. Formalmente, convecção é o fenô-
meno no qual o calor se propaga por meio do movimento de massas fluidas de
densidades diferentes.
CURIOSIDADE
O voo dos urubus- Correntes de Convecção
Por: Daniele Souza disponível em <http://www.invivo.fiocruz.br>
Se, inicialmente, para resolver o problema do voo, até o famoso pintor Leonardo da Vinci
pensou numa asa batente. A ideia da asa batente funcionava com uma tela e um pano embai-
xo. Quando a asa subia, o pano abaixava, deixando o ar passar. Ao contrário, quando descia,
o pano batia na tela, criando uma força para cima. Era um mecanismo muito simples e pouco
funcional, despendendo enorme energia. Mesmo assim, diversos inventores se atiraram de
torres e acabaram não sustentando o voo, como na maioria dos pássaros, é por meio do
desenho de um planador, que as ideias de voar começam a se desenvolver. Sabe qual é uma
conhecida ave que plana? Os urubus. Eles são excelentes planadores, capazes de passar o
dia inteiro planando, sem fazer força, realizando voos em círculos por meio de térmicas, cor-
rentes ascendentes de ar quente.
130 • capítulo 4
ATIVIDADES
01. Num dia de calor, você tira duas pedras de gelo iguais do congelador. Uma delas você
coloca sobre a pia da cozinha e a outra dentro de um copo de água. Se a água do copo e a
pia estão na mesma temperatura, onde o gelo derrete mais depressa? Explique.
02. Você põe água para ferver numa panela. Que alteração a intensidade da chama do fogão
causa na temperatura da água antes da fervura e durante a fervura? Explique.
03. Tem-se 0,10 kg de vapor de água a 120 ºC, a pressão atmosférica normal constante,
que deve ser transformado em gelo a -10 ºC.
(Dados: calor específico do vapor de água Cva = 2,0 · 103 J/kg · K; temperatura de vapo-
rização da água tva = 100 ºC; calor latente de vaporização da água Lva = 2,3 · 106 J/K; calor
específico da água ca = 4,2 · 103 J/ kg · K; temperatura de fusão do gelo tfg = 0 ºC; calor la-
tente de fusão do gelo Lfg = 3,3 · 105 J/kg; calor específico do gelo cg = 2,1 · 103 J/kg · K.)
a) Determine a quantidade de calor necessária para transformar esse vapor em gelo a – 10 ºC.
b) Construa o gráfico temperatura X quantidade de calor cedido nessa transformação.
04. Um projétil de chumbo de massa 10 g, a 50 ºC, atinge uma parede rígida e funde-se
integralmente. Admitindo que 80% da energia dissipada no choque se transforme em calor e
seja absorvida pelo projétil, determine a velocidade do projétil ao atingir a parede.
(Dados: calor específico do chumbo cPb = 130 J/kg · ºC; temperatura de fusão do
chumbo a pressão normal tfPb = 330 ºC; calor latente de fusão do chumbo LfPb = 2,5 ·
104 J/kg.)
05. Uma pedra de gelo de 100 g a -20 ºC é colocada num recipiente com 300 g de água a
60 ºC. Admitindo que o sistema esteja a pressão atmosférica normal e desprezando o calor
cedido pelo recipiente, determine a temperatura de equilíbrio térmico.
(Dados: calor específico do gelo cg = 2,1 · 103 J/kg · K; temperatura de fusão do gelo
tfg = 0 ºC; calor latente de fusão do gelo Lfg = 3,3 · 105 J/kg; calor específico da água ca =
4,2 · 103 J/kg · K.)
capítulo 4 • 131
4.2 Primeira Lei da Termodinâmica
A primeira lei da Termodinâmica envolve a conservação de energia nos pro-
cessos termodinâmicos. Entende-se por processos termodinâmicos, quan-
do um sistema muda de um estado para o outro, sofrendo um processo (ou
transformação).
Situações interessantes:
a) Quando o gás aquece: DT > 0 ⇒ DU > 0
b) Quando o gás se resfria: DT < 0 ⇒ DU < 0
c) Quando a temperatura do gás não varia: DT = 0 ⇒ DU = 0
132 • capítulo 4
4.2.2.1 Transformação isobárica (Pressão Constante)
p0
Área = W
0 Vi Vf V
W= p0 (Vf – Vi )= p0 . DV
W = p0 . DV
EXEMPLO
Um mol de um gás ideal dobra o seu volume em um processo de aquecimento isobárico de
A para B, conforme mostra a figura:
P (Pa)
A B
6.106
∆V
0 2 4 V (10–3)m3
• 133
capítulo 4
Determine:
a) o trabalho mecânico realizado pelo gás;
b) a variação de energia interna do gás nesse processo.
A constante universal dos gases perfeitos é R = 8,3 J/ mol.K
c) a quantidade de calor trocada pelo gás
Solução:
a) W = p ( Vf – Vi ) = 6.106 (4-2).10-3 = 12 .103 J que é igual a Área A no gráfico.
b) Para calcularmos a variação da energia interna (DU) precisamos calcular a variação
da temperatura DT, para usarmos a equação:
3
∆U = n R∆T
2
P1 ⋅ V1 6 ⋅106 ⋅ 2 ⋅10−3
Então a T1 = = ⇒ T1 = 1,45 ⋅103 K
nR 1⋅ 8, 3
P2 ⋅ V2 6 ⋅106 ⋅ 4 ⋅10−8
Por analogia T2 = = ⇒ T1 = 2,89 ⋅103 K
nR 1⋅ 8, 3
3 3
∆U = nR∆T = ⋅1⋅ 8,3 ⋅1,44 ⋅103 = 1,8 ⋅104 J
2 2
134 • capítulo 4
P
A
V
P isoterma
P = nRT
V
A
B
WA B
0 VA VB V
Como o trabalho (W) é calculado pela área sob a curva (isoterma) desde o
ponto A até o ponto B, podemos calculá-lo utilizando a ferramenta do cálculo
diferencial integral. Pela definição de trabalho:
v
W = ∫ v B pdV (9)
A
nRT
mas como colocamos na figura p = ,pois estamos considerando um
V
gás ideal, substituindo em (9), temos:
• 135
capítulo 4
v v nRT
W = ∫ v B pdV = ∫ v B
A A V
dV
⇒ W = nRTIn ( VA − VB )
v
W = nRT ∫ v B
A V
ln = logaritmo natural base e
136 • capítulo 4
Figura 4.13 – Quadro Natureza Morta Viva de Salvador Dali (1904-1989).
Q
∆S =
T
• 137
capítulo 4
A variação de entropia de um sistema isolado é sempre positiva ou nula.
A igualdade ΔS = 0 ocorre quando os processos são reversíveis: processos re-
versíveis não aumentam a entropia. Sistemas isolados, que não recebem nem
cedem calor para o meio, só podem ter sua entropia aumentada ou manti-
da constante.
O físico francês Nicolas Sadi Carnot (1706-1832) foi quem estabeleceu o princí-
pio de funcionamento das máquinas térmicas, mesmo antes de ser anunciada
a segunda lei da termodinâmica, Carnot percebeu que para uma máquina tér-
mica funcionar era imprescindível uma diferença de temperatura, assim como
uma diferença de altura se faz fundamental para o funcionamento de uma roda
d’água.
Umamáquinatérmicaconvertecaloremtrabalhoentreduasfontes,figura 4.14,
uma fonte quente com temperatura (T1) do qual retira uma quantidade de ca-
lor Q1 e outra fria a uma temperatura ( T2), para qual rejeita uma quantidade de
calor Q2. A diferença entre essas duas quantidades de calor, que serão conside-
radas sempre em módulo, é exatamente o trabalho obtido da máquina:
W = Q1 – Q2 (9)
T1
fonte quente
Q1
máquina
térmica
Q2
fonte fria
T2
138 • capítulo 4
A máquina térmica funciona com uma substância trabalhante no seu inte-
rior, realizando ciclos contínuos, apesar das trocas energéticas, as temperatu-
ras T1 e T2 permanecem constantes.
EXEMPLO
Motor a explosão
A substância trabalhante que realiza os ciclos é uma mistura de ar com vapor do com-
bustível. A fonte quente corresponde à combustão do vapor ao ser atingido pela faísca da
vela. A fonte fria é o ambiente, para o qual se dissipa o calor que não é convertido em ener-
gia mecânica.
w
η= (10)
Q1
capítulo 4 • 139
Substituindo a eq (9) na eq (10), temos:
w Q1 − Q2
η= = (11)
Q1 Q1
Q2
η = 1−
Q2
COMENTÁRIO
Perceba que o rendimento de 100% (h = 1), contraria a segunda lei da termodinâmica, pois
Q2 seria igual a zero. Uma máquina com rendimento 100% converteria integralmente Q1 em
trabalho (W), nada rejeitando para a fonte fria, o que é impossível! As melhores máquinas
térmicas têm rendimento máximo de 30%.
CURIOSIDADE
A Máquina de Carnot
Em 1824, Carnot propôs uma máquina teórica que funciona tendo como substância tra-
balho ou trabalhante um gás ideal, que realiza continuamente o ciclo de Carnot. Partindo de
A, o gás realiza uma expansão isotérmica (temperatura constante) AB, recebendo calor de
Q1 ( fonte quente). A seguir, ocorre a expansão adiabática BC, durante a qual não há troca de
calor. A compressão isotérmica CD se verifica à temperatura T2 da fonte fria, e nesta etapa o
gás “rejeita” a quantidade Q2 que não foi transformada em trabalho. A compressão adiabática
DA se completa sem a troca de calor.
B
D
T1
C T2
V
140 • capítulo 4
É possível, para este experimento constatar que:
Q2 T2
=
Q1 T1
Q2
η = 1−
Q1
Então para o Ciclo de Carnot temos que o rendimento é função exclusiva das tempera-
turas absolutas das fontes quentes e fria, ou seja:
T2
η = 1−
T1
este é o rendimento máximo de uma máquina térmica, e como nunca podemos ter T1 = 0 e
|T2| > |T1| constatamos que uma máquina térmica jamais terá rendimento de 1, ou seja,
transformar todo o calor fornecido em trabalho.
4.2.2.2 Refrigeradores
Q1
T1 Fonte quente
T1 > T 2 w
T2 Fonte fria
Q2
capítulo 4 • 141
A máquina frigorífica funciona retirando uma quantidade de calor Q2 da
fonte fria e rejeitando para a fonte quente uma quantidade de calor Q1, corres-
pondente à soma da quantidade de calor Q2 com o trabalho externo W que é
convertido em calor no processo, temos:
Q1 = Q2 + W (12)
Q2
e=
W
COMENTÁRIO
Importante observar que o rendimento de uma máquina térmica não pode ser 1, mas a efi-
ciência da máquina frigorífica pode.
Condução
142 • capítulo 4
Material necessário:
• régua milimetrada;
• vela de cera comum;
• placa metálica com furos
• esferas metálicas
• lamparina
• cronômetro digital.
capítulo 4 • 143
Convecção
Material necessário:
• cata-vento metálico com pivô;
• base de apoio;
• lamparina ou lâmpada (com lamparina funciona mais rápido);
1. Acenda a lamparina e a fixe o cata-vento; ao utilizar a lamparina, não
aproxime em demasia o cata-vento do fogo.
2. Observe o cata-vento girar.
a) O que acontece à molécula de ar frio que se encontra próximo da lam-
parina acesa?
b) Com base no princípio de Arquimedes, justifique o movimento de su-
bida da molécula aquecida de ar.
c) Justifique o movimento da ventoinha.
d) Como se denomina esta maneira do calor se propagar e qual a sua prin-
cipal característica?
Irradiação
144 • capítulo 4
Material necessário:
• Base de apoio;
• Termômetro;
• Cronômetro;
• Lâmpada com suporte;
• 2 elásticos ortodônticos;
capítulo 4 • 145
3. Ligue a lâmpada por cinco minutos (cronometrado), anotando a tem-
peratura final;
4. Desligue a lâmpada.
146 • capítulo 4
4.4 Atividade experimental X – Equilíbrio
Térmico e Curva de Aquecimento
• 147
capítulo 4
• agitador;
• termômetros de -10ºC a 110ºC;
• Becker;
• Tubo de ensaio;
• proveta;
• gelo picado;
• água a temperatura ambiente;
• água fervente;
• lamparina ou bico de buncen;
Equilíbrio térmico
a) Coloque 50g de água à temperatura ambiente dentro do calorímetro e
verifique sua temperatura;
b) Acrescente 50g de água fervente (previamente verificada sua tempera-
tura) ao calorímetro;
c) Nunca pare de agitar... Aguarde e verifique a temperatura do conjunto;
d) Explique quem ganhou e quem perdeu calor neste sistema;
e) Que tipo de calor (sensível ou latente) transferiu de um corpo para
o outro?
f) Acrescente 100g de gelo (previamente verificada sua temperatura)
ao calorímetro;
g) Aguarde e verifique a temperatura do conjunto;
h) Explique quem ganhou e quem perdeu calor neste sistema;
i) Que tipo de calor (sensível ou latente) transferiu de um corpo para
o outro?
j) Explique o motivo da temperatura final não corresponder a uma média
aritmética como houve no item “c”.
148 • capítulo 4
Curva de aquecimento e mudanças de estados física da água
a) Anote a temperatura ambiente;
b) Coloque gelo picado dentro de um tubo de ensaio, anotando
a temperatura;
c) Aguarde cerca de dois minutos observando por fora do tubo de ensaio e
justifique o ocorrido;
d) De onde veio a água líquida?
e) Que mudança de fase ocorre neste caso?
f) Ao se retirar do freezer uma vasilha de alumínio, cria-se ao redor dela
uma fina camada de gelo (como neve), explique porque isso ocorre.
g) Prenda o termômetro na haste com auxílio das mufas;
h) Com gelo picado no tubo de ensaio, leia a temperatura e anote;
i) Aguarde dois minutos e verifique a temperatura novamente;
j) Aqueça o tubo de ensaio com a lamparina, verificando a temperatura a
cada 20 segundos e a existência gelo no sistema. Use sempre o agitador;
k) Ao derreter todo o gelo verifique a temperatura e o tempo em que esse
gelo levou para derreter;
l) Continue observando e anotando a temperatura e o tempo, a cada 20
segundos e anotando os resultados numa tabela;
m) Ao começar a levantar fervura, verifique e anote a temperatura e
o tempo;
n) Deixe certo tempo esta água ferver, anotando a temperatura e o tempo
e anotando os resultados;
o) Faça um gráfico (temperatura versus tempo) do fenômeno observado;
(neste caso, somente neste caso, é permitido o uso do programa EXEL para fa-
zer o gráfico);
p) Explique porque em certos pontos do gráfico não há aumento de tem-
peratura (platô);
q) Como se chama cada mudança de estado físico observado;
r) Caso você repetisse esta atividade em outro lugar (ou em outro dia, com
pressão atmosférica diferente), outros valores encontrados teriam que ser os
mesmos? Justifique a sua resposta.
150 • capítulo 4
5
Óptica
Geométrica
OBJETIVOS
• Destacar a importância da Óptica Geométrica
• Conceituar luz e fontes de luz
• Conhecer os princípios da Óptica Geométrica
• Enunciar as Leis da Reflexão da Luz
• Enunciar as Leis da Refração da Luz
• Conhecer o fenômeno da Polarização da Luz
• Estudar espelhos planos e esféricos
• Estudar Lentes Esféricas
152 • capítulo 5
5.1 Introdução
No capítulo anterior falamos que a luz só se diferencia do calor pela sua frequên-
cia de emissão, isto é, pelas ondas com frequências definidas que nossos olhos
conseguem captar, esta faixa do espectro eletromagnético que enxergamos é
muito estreito, que vai do vermelho ao violeta. O espectro eletromagnético é for-
mado por ondas eletromagnéticas (radiações infravermelhas, ultravioleta, os si-
nais de rádio e de TV, os raios X, as micro-ondas, as sete cores da luz visível, etc.)
As obras impressionistas das últimas décadas do século XIX, quebrou aque-
le aspecto da natureza como uma fotografia e passamos a observar quadros
com outros aspectos principalmente da cor, da luz e sombra, da refração e refle-
xão. Para dar a impressão de que a luz acabava com os contornos nítidos, usou-
se pinceladas com cores vivas que deram a textura desejada aos contornos.
Claude Monet (1840-1926), foi um dos principais pintores franceses do período
impressionista, pintou várias vezes o mesmo tema em diferentes condições de
iluminação no decorrer do dia e nas diferentes estações do ano. Foram várias
séries, a mais famosa foi a série da Catedral de Rouen que pintou entre os anos
de 1892-1894.
(a) (b)
Figura 5.1 – Catedral de Rouen pintura de Monet (a) durante o dia; (b) ao entardecer.
• 153
capítulo 5
Várias obras de Monet nos despertam curiosidades sobre a natureza da luz
e sua forma de propagação, das penumbras e das sombras, como enxergamos
as cores, como funciona a reflexão e a refração da luz entre outras, vamos lá?
154 • capítulo 5
(a) (b)
COMENTÁRIO
Corpos luminosos e iluminados
É costume definir como luminosos os “corpos que têm luz própria”, os que não têm luz
própria, mas emitem luz são definidos como iluminados. Na verdade, luz não é algo que possa
estar contido em um corpo, portanto essa definição, baseada nessa expressão é fisicamente
incorreta. Então, define-se um corpo luminoso como sendo “aquele que emite radiação ele-
tromagnética visível”.
espelho
r. luz
III Princípio da independência dos raios de luz: Cada raio de luz se propaga
independentemente dos demais. figura 5.6.
ATIVIDADE
Para você pensar e resolver
Quando você olha no espelho e vê alguém, essa pessoa, olhando para o espelho, vai ver
você? Explique.
156 • capítulo 5
5.4 Reflexão da luz
Como já dissemos a característica mais importante da reflexão da luz é tornar
iluminado qualquer corpo, transformando-o em fonte de luz. [2] Ex.: O sol atra-
vés de reações nucleares gera a luz que ilumina a lua e a Terra, por exemplo.
Essa luz, ao incidir sobre um objeto, pode ser refletida de duas maneiras: Refle-
xão difusa e regular. Figura 6 (a) e 6 (b), respectivamente.
Reflexão difusa
O feixe de raios paralelos retorna perdendo o paralelismo, espalhando-se
em todas as direções. A reflexão difusa é responsável pela visão dos objetos
que nos cercam. Por exemplo, vemos um objeto porque ele reflete difusamente
para nossos olhos a luz que recebe.
Reflexão regular
O feixe de raios paralelos retorna mantendo o paralelismo. É o que acontece
sobre a superfície plana de um metal ou na superfície de um espelho plano.
capítulo 5 • 157
Normal
ì=r
Figura 5.8 – 2ª Lei da Reflexão.
ATENÇÃO
Observe bem:
Meio 1 = meio da onda incidente
Meio 2 = meio da onda refratada
R= ângulo de Refração
Meio1
Meio2
R
Raio refratado
158 • capítulo 5
Para você entender, pare em frente de uma janela de vidro, você certamente estará se vendo
no vidro (reflexão) e também estará vendo a paisagem lá fora (refração). Figura 5.9.
v1 v2 v1 λ1
= ou =
λ1 λ2 v2 λ2
capítulo 5 • 159
2ª Lei da Refração: A razão entre o seno do ângulo de incidência (i) e o seno
do ângulo de Refração (R) é um valor constante, n21, que depende da frequência
da luz que atravessa os meios 1 e 2 e da natureza desses meios.
seni
= n21 (1)
senR
seni v1
= (2)
senR v 2
v1
n21 = (3)
v2
c
n2 = (4)
v2
onde n1 e n2 são os índices de refração dos meios 1 e 2, que podem ser rela-
cionados pela razão:
n2
n21 =
n1
160 • capítulo 5
O índice de refração é um número adimensional, pois é definido pela razão de
duas velocidades. Na tabela abaixo listamos os índices de refração em relação
ao vácuo para uma frequência de uma luz monocromática de 5 ·1014 Hz.
ÍNDICES DE REFRAÇÃO
MATERIAL ÍNDICES DE REFRAÇÃO
Gases 0°C e 1 atm
Hidrogênio 1,00013
Ar 1,00029
Dióxido de carbono 1,00045
Líquidos a 20°C
Água 1,33
Álcool etílico 1,36
Óleo 1,48
Benzeno 1,50
Bissulfeto de carbono 1,63
Sólidos a 20°C
Quartzo fundido 1,46
Poliestireno 1,49
Vidro (crown) 1,52
Vidro (flint) 1,66
Diamante 2,42
EXEMPLO
A figura representa um raio de luz monocromática passando do ar para um bloco de vidro. O
índice de refração do ar é nar = 1,00 e o índice de refração desse vidro é nv = 1,50.
Normal
Meio1
Meio2
R
Raio refratado
capítulo 5 • 161
Determine o ângulo de refração R quando o ângulo de incidência (i) for 30°;
Solução:
Aplicando a Lei de Snell- Descartes temos:
n1 · sen i = n2 sen R
i= 30°
n1 = nar = 1,00
n2 = nvidro = 1,50
0,50
sen R = = 0,333 , logo R= 19,5°
1,50
y
comp
rimen
to de
onda
(λ)
onda elétrica
x
z
onda magnética
162 • capítulo 5
Olha que interessante, então a luz é uma oscilação conjunta de um cam-
po elétrico (vermelho) e um campo magnético (azul), mas isso é assunto para
Física III, o importante agora é aceitar isso. Baseando-se nisso, o processo de
polarização é muito simples, observe a figura 5.11 abaixo:
PERGUNTA
Como você pode comprovar que o azul do céu é polarizado? Explique.
• 163
capítulo 5
ATIVIDADES
01. (ITA) A luz linearmente polarizada (ou plano-polarizada) é aquela que:
a) apresenta uma só frequência
b) se refletiu num espelho plano-polarizada
c) tem comprimento de onda menor que o da radiação ultravioleta
d) tem oscilação, associada à sua onda, paralela a um plano.
e) tem oscilação, associada à sua onda, na direção de propagação.
5.7 Espelhos
O espelho mais comum que conhecemos é o plano, que é feito de uma lâmina
de vidro de faces paralelas, sendo que em uma das faces é depositada uma del-
gada camada de prata (face refletora).
É toda superfície lisa e plana que reflete a luz de maneira regular. Ex.: superfície
de um metal polido, superfície de um lago etc.
O estudo geométrico do espelho plano comum, inicia-se com a figura 5.12:
164 • capítulo 5
Espelho
O normal
P P’
d d’
5 cm 5 cm
3 cm 3 cm
objeto imagem
• 165
capítulo 5
5.7.1.1 Imagens de um objeto entre dois espelhos planos
Olha que interessante quando temos um objeto entre dois espelhos planos
cujas superfícies refletoras formam um determinado ângulo a, podemos ob-
servar a formação de inúmeras imagens (figura 5.14).
Para explicar o número de imagens formadas, que no caso acima são 4, faze-
mos uma conta muito simples. Alguém há muito tempo, propôs uma equação,
de um modo geral, sendo a o ângulo entre os espelhos, temos para o número
N de imagens:
360o
N= −1
α
360o
N= − 1 N = 4 imagens ⇒ N = 4 imagens.
72o
166 • capítulo 5
5.7.2 Espelho esférico
É uma calota esférica na qual uma das superfícies é refletora. Quando a super-
fície é a interna, o espelho é denominado côncavo (ex.: espelhos de aumento,
como dos dentistas, de barbear etc.) e, quando a superfície refletora é a exter-
na o espelho é convexo (retrovisores em motocicletas, em portas de elevadores,
fundo de lojas etc.).
calota
e.p.
α V CV = R
C
capítulo 5 • 167
5.7.3 Espelhos esféricos de Gauss
b) todo raio de luz que incide numa direção que passa pelo foco principal
reflete-se paralelamente ao eixo principal.
c) todo raio de luz que incide numa direção que passa pelo centro de curva-
tura reflete-se sobre si mesmo.
d) todo raio de luz que incide sobre o vértice do espelho reflete-se simetrica-
mente em relação ao eixo principal.
168 • capítulo 5
C F
V
Virtual
Maior
Direita
Entre o foco principal e o
vértice
O
c F V – Real
i – Invertida
– Maior
c f v
Imagem Real,
Invertida e
Menor
• 169
capítulo 5
No espelho convexo a situação é muito mais simples, pois qualquer que seja
a posição do objeto colocado diante do espelho, a imagem formada é sempre
virtual, direita e menor do que o objeto (figura 5.18).
Espelho
Objeto convexo
EXEMPLO
Um objeto é colocado diante de um espelho esférico côncavo, como mostra a figura. C é o
centro de curvatura, F é o foco principal e V é o vértice.
C V
A imagem obtida é:
a) real, invertida, ampliada e localiza-se entre F e V.
b) real invertida, reduzida e localiza-se entre C e F.
c) real, invertida, reduzida e localiza-se entre F e V.
d) virtual, direita, ampliada e localiza-se entre C e F.
e) virtual, direita, reduzida e localiza-se entre C e F.
170 • capítulo 5
Solução:
Como o objeto está localizado antes do centro de curvatura C, temos a situação 3.
Portanto a imagem é real, invertida e menor, e está localizada entre C e F.
0
C F V
i
Resposta: Alternativa d
PERGUNTA
Quando você se olha em um espelho côncavo e vê seu rosto aumentado e direito, o rosto
se encontra:
a) no foco do espelho.
b) no centro de curvatura do espelho.
c) entre o foco e o espelho.
d) entre o foco e o centro de curvatura.
e) mais afastado que o centro de curvatura, em relação ao espelho.
capítulo 5 • 171
CONCEITO
Lente esférica é um sistema óptico constituído de três meios homogêneos e transparentes,
sendo que as fronteiras entre cada par sejam duas superfícies esféricas ou uma superfície
esférica e uma superfície plana, as quais chamamos faces das lentes.
R1 R2
Biconvexa
R1
Plano-convexa
R1
R2
Côncavo-convexa
172 • capítulo 5
R1 R2
Bicôncava
R1
Plano-côncava
R1
R2
Convexo-côncava
• 173
capítulo 5
n2 Divergente
n1
n1
RESUMO
As lentes de bordos finos são convergentes quando n2 > n1 e divergentes quando n2 < n1 .
As lentes de bordos espessos, por exemplo, plano-côncava, a situação é inversa, são
convergentes quando n2 < n1 e divergente quando n2 > n1.
A B A F1 (2)
=
CD CF1
174 • capítulo 5
Luz incidente Luz emergente
B D
O F1 A’
A F0 C
f f
B’
p p’
Considerando que:
A’F1 = p’- f
CF1 = f
CD = AB
vem que:
A B p −f
= (3)
AB f
p p −f (4)
=
p f
Fazendo uma manipulação algébrica, encontramos a Equação de Gauss:
1 1 1
+ = (5)
p p f
O
A F’ A’ N’
N F O
M’
p p’
Solução:
Temos p=20 cm e f = 15 cm. Podemos determinar p’ usando a equação de Gauss:
1 1 1
+ =
p p f
1 1 1 1 4−3 1
= − ⇒ = = ⇒ p = 60 cm
p 15 20 p 60 60
Sendo p’ positivo a imagem é real e se forma a 60 cm da lente
176 • capítulo 5
i
A=
o
i −p
A= =
o p
EXEMPLO
Um objeto real está colocado perpendicularmente ao eixo principal de uma lente convergen-
te e a uma distância de 6 cm da lente. A imagem formada é virtual e tem altura quatro vezes
maior que a do objeto. Determine a distância da imagem à lente. [4]
Solução:
Temos p = 6 cm e sendo a imagem virtual, ela é direita, logo:
i
=4
o
−p ’
4= ⇒ p ’ = −24 cm
6
5.9.1 Objetivos:
capítulo 5 • 177
5.9.2 Material Utilizado
178 • capítulo 5
6. Posicionar dois espelhos planos de modo a formarem um ângulo (a)
entre si;
7. Anotar o ângulo e o número de imagens formadas. Comparar com o
resultado obtido através da equação: N = (360o/a) -1;
5.10.3.1 Objetivos
a) Diferenciar espelhos côncavos de convexos;
• 179
capítulo 5
5.10.1 Material Utilizado
180 • capítulo 5
5. Com a ponta seca do compasso no foco “f” e a outra em “v”, trace sobre
a reta “r” um ponto “c”, distante 2f do vértice “v”;
6. Desenhe os raios principais no espelho côncavo e descreva as leis da
reflexão para os espelhos côncavos;
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Gaspar, A.; Física, Vol. 2, Ondas, Óptica e termodinâmica, 2a Ed., Ática Editora S.A., São
Renan Schetino de Souza. “Óptica Geométrica” Disponível em <http://www.ufjf.br/cursinho/
files/2012/05/APOSTILA-RENAN-2012.109.146.pdf> Acesso em 12/11/2015.
“Equação de conjugação de Gauss: aumento linear transversal” Disponível em <http://www.
colegioweb.com.br/lentes-esfericas/equacao-de-conjugacao-de-gauss-aumento-linear-transversal.
html#ixzz3rQufr7Re> Acesso em 15/11/2015.
Penteado, P.C.M, Torres, C.M.A. Física - Ciência e Tecnologia, São Paulo: Editora Moderna, v.2,2005.
capítulo 5 • 181
ANOTAÇÕES
182 • capítulo 5
ANOTAÇÕES
capítulo 5 • 183
ANOTAÇÕES
184 • capítulo 5