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I Workshop de Análise Ergonômica do Trabalho na UFV, no dia 01 de julho de 2003

AVALIAÇÃO ERGONÔMICA DE AMBIENTE DE RECEPÇÃO DE


HOSPITAL DE MÉDIO PORTE (82 LEITOS) - ESTUDO DE CASO

Elcio Massieiro
Médico Especialista em medicina do trabalho
Elvira Oliveira
Economista Doméstica
Simone Caldas Tavares Mafra
Professora Adjunta do Departamento de Economia Doméstica da Universidade Federal de Viçosa – sctmafra@ufv.br

RESUMO

O presente trabalho trata de um estudo ergonômico de ambiente de recepção de hospital


de médio porte, utilizando a metodologia da Análise Ergonômica do Trabalho, tendo como
resultado final a confecção de caderno de proposta de modificações ambientais para maior
conforto e eficácia. Dentre essas propostas sugeridas se destacam: modificação do leiaute do
setor de recepção da internação; controle da umidade, ventilação e temperatura por
condicionamento de ar; fechamento das aberturas com vidro; enclausuramento das
impressoras; retirada de gavetas que dificultam a movimentação dos membros inferiores
comprimidos contra o assento.
Palavras-chave: Hospital, Recepção, Análise Ergonômica do Trabalho

ABSTRACT

This study is about an analysis of hospital's reception with a methodologies Ergonomic Work
Analysis (AET). The end goal of work ergonomic analysis is a confection of change's proposal to
best ambient to work, with more comfort and efficacy. Considering this change's proposal we
have: change the lay-out; control of temperature, wind and humidity; closed the ambient of
reception with glass; printer's sound isolate and take out of drawer that pressure legs of worker
against this seat.
Key Words: Hospital, Reception, Ergonomic Work Analysis

1 INTRODUÇÃO

A utilização da metodologia de Análise Ergonômica do Trabalho (AET) permite o


diagnóstico e proposição de modificações em um posto de trabalho inadequado. A AET possui o
objetivo de propor um leiaute mais adequado à realização das diferentes atividades, a partir dos
dados obtidos da demanda, da tarefa e das atividades. No caso desta avaliação específica
estudou-se o ambiente de recepção de um Hospital de médio porte (220 funcionários), na cidade
de Viçosa/MG.
Ergonomia pode ser considerada como o "conjunto dos conhecimentos científicos relativos
ao homem e necessários para a concepção de ferramentas, máquinas e dispositivos que possam
ser utilizados com o máximo de conforto, de segurança e de eficácia", (WISNER, 1972, in
SANTOS, 1995).
Assim o enfoque ergonômico tende a desenvolver postos de trabalhos que reduzam as
exigências biomecânicas, procurando colocar o operador em uma boa postura de trabalho, os
objetos dentro do alcance dos movimentos corporais e que haja facilidade de percepção de
informações. Essa adaptação do homem ao trabalho não envolve apenas o ambiente físico, mas
também os aspectos organizacionais de como esse trabalho é programado e controlado para
produzir resultados desejados (IIDA, 1993).
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A ergonomia parte de conhecimentos do homem para fazer o projeto do trabalho, ajustando-o


às capacidades e limitações humanas.
Didaticamente pode-se subdividir em níveis de atuação:
a) Posto de Trabalho - Local do exercício do trabalho (envolve os mobiliários, maquinários,
equipamentos, ferramentas, etc.)
b) Ambiente do Trabalho - Neste nível de atuação avalia-se o conforto térmico, iluminação,
ruído e temperatura.
c) Organização do Trabalho - É a organização na qual o trabalhador sabe o que precisa
realizar e a seqüência a ser executada.
Um dos pontos importantes enfatizados em estudos ergonômicos em escritórios ou locais de
digitação trata da postura de trabalho, onde maneiras de sentar, movimentar-se, interagir com o
posto de trabalho visam o conforto, segurança de riscos ocupacionais (tanto em quantidade,
como em qualidade).
No ambiente adaptado ergonomicamente espera-se que haja mais saúde, maior segurança,
maior satisfação dos funcionários e, consequentemente, maior qualidade e produtividade.
Pode-se considerar como ambiente ideal para o setor de recepção de um hospital de médio
porte aquele que tenha:
Quanto ao Mobiliário
O trabalho deverá ser realizado sempre que possível na posição sentado e o posto de trabalho
deve ser ajustado a esta posição. Para os trabalhos manuais, as bancadas, escrivaninhas, mesas e
os painéis devem proporcionar ao trabalhador condições de boa postura, visualização e operação.
A altura e características da superfície de trabalho devem ser compatíveis com o tipo de
atividade. A área de trabalho deve respeitar o fácil alcance e boa visualização. A dimensão do
ambiente de trabalho deve proporcionar o posicionamento e movimentação adequada dos
segmentos corporais. Os assentos devem possuir alturas ajustáveis, devem ter bordas
arredondada, encosto protegendo a região lombar e pouca ou nenhuma conformação na base de
assento. Deve existir suporte para os pés com ângulo em torno de 10 a 20 graus com o plano
horizontal. O apoio para os braços deve estar disponível nos momentos de descanso de
digitadores. É necessário a existência de protetores para telas que evitem o excesso de brilhos e
ofuscamentos.
Quanto aos Equipamentos
"Todos os equipamentos que compõem o posto de trabalho devem estar adequados às
características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser desenvolvido”
(NR 17.4.1)
Quanto ao Ambiente acústico: A Norma Brasileira Regulamentadora NBR 10152, que tem
como "objetivo fixar níveis de ruído compatíveis com conforto acústico em ambientes diversos",
apresenta na tabela 1, os valores dB (A) 35 a 45 dB e NC 30 a 40 dB.
Quanto à iluminação: A NBR 5413 - Iluminância de interiores da Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT) estabelece os valores de iluminância mínima, médias e máximas para
iluminação artificial de interiores, prevê para onde se realizam atividades de comércio, indústria,
ensino, esporte e outros. Como escritórios de registros, cartografia e etc. valores de 750-1000 e
1500 lux, como, mínimo, média, máximo.
Quanto a ventilação e Temperatura Efetiva, Umidade Relativa do Ar
Estabelece a Norma Regulamentadora NR 17.5.2 alínea "c" que a Velocidade do ar não deve
ser superior a 0,75 m/s, e na alínea "b" que o índice de Temperatura Efetiva deve estar entre 20 a
23ºC, a Umidade Relativa do Ar deve ser igual ou superior a 40%.
A NR 17 estabelece níveis de conforto abaixo de 0,75m/s, mas não estipula os valores
mínimos. Não se deve usar ventiladores em ambientes cuja Temperatura de Bulbo Seco esteja
acima de 29 º C.
Quanto a Organização do Trabalho
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"Conceito de organização do trabalho é bastante complexo, principalmente quando leva os


aspectos psíquicos do ser humano em situações laborativas. Um conceito importante da
Organização do Trabalho é o de ciclo de trabalho que consiste na execução de um ou mais
movimentos, uma ou mais de uma atividade com resultado final. Os ciclos podem ser
curtíssimos, curtos, médios ou longos. Deve haver enriquecimento das tarefas; automação das
tarefas que envolvam risco; diversidade das funções com exigências diferentes; investimento no
relacionamento interpessoal; treinamentos; gerência com liderança eficaz e rodízio de atividades.
(Rio, RP – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), Guia Prático Belo
Horizonte - HEALTH, 1996)".
O presente trabalho teve como objetivos através da AET, a confecção de caderno de proposta
de modificações ambientais para maior conforto saúde e segurança no ambiente de trabalho.

2 METODOLOGIA

A metodologia empregada neste estudo foi a Análise Ergonômica do Trabalho (AET). Esta
se baseia no processo de decomposição e recomposição da situação de trabalho. O objetivo da
AET é de evidenciar fatores que permitam melhorar a qualidade de vida no trabalho para os
envolvidos.
A etapa inicial desta metodologia é a análise de demanda, onde são abordados todos os
fatores ou problemas levantados pelos diversos atores sociais (empregados, empregadores,
sindicatos, Serviço Especializado em Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT,
Ministério do Trabalho - MTb, dentre outros) que estimularam a AET. O segundo passo é a
Análise da Tarefa que consiste em descrever as tarefas desenvolvidas pelo trabalhador ou
conjunto de trabalhadores.
Posteriormente passou-se pela Análise de Atividade, onde subdivide-se a tarefa em seus
vários componentes; finalizando a decomposição da situação do trabalho que originou os
diagnósticos.
Finalmente realiza-se a recomposição com as recomendações ergonômicas concluindo o
caderno de encargos ergonômicos. Complementando a Análise Ergonômica do Trabalho (AET)
são realizadas as medições ambientais nas seguintes técnicas e aparelhos:

a) Ventilação:
Foi realizada a medição na altura do ombro dos funcionários com anemômetro.
Aparelho utilizado: Anemômetro digital modelo AD-165, marca Instrutherm.

b) Temperatura:
Temperatura Efetiva: A Temperatura Efetiva leva em consideração os valores encontrados
nas medições da Temperatura do Bulbo Seco, Bulbo Úmido e Velocidade do Ar em metros por
segundo. Utiliza-se Normograma para Cálculo da Temperatura Efetiva.
Aparelho Utilizado: Termômetro de Globo, Bulbo Úmido e Bulbo Seco, modelo TGD - 200,
marca Instrutherm.

c) Ruído:
É medido ao nível do ouvido do funcionário. Foi utilizado o decibelímetro e não o
dosímetro, devido o ruído do ambiente ser inalterado durante a jornada. A medição foi realizada
com impressora ligada e desligada.
Aparelho utilizado: Decibelímetro marca radio Shack.

d) Iluminamento:
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A avaliação foi realizada nos locais de leitura, próximo ao teclado e local onde ficam os
textos.
Aparelho utilizado: Luxímetro digital modelo LD- 205, marca Instrutherm
Foram colhidas informações no SESMT, departamento pessoal, chefia direta e com todos os
funcionários que exercem a função no local.
Foram entrevistados também usuários do serviço, com perguntas rápidas e objetivas.
Questões quanto ao atendimento (rápido, eficaz, cordial), informações (suficientes para atender a
expectativa do usuário).

3 ANÁLISE ERGONÔMICA DA DEMANDA

A demanda para o estudo do posto de trabalho do setor de recepção do referido hospital de


médio porte surgiu de várias solicitações dos funcionários do serviço de medicina do trabalho,
devido ao desconforto percebido no ambiente. No levantamento inicial dos dados foi possível
constatar uma grande insatisfação por parte dos funcionários quanto a falta de ventilação, ao
calor ambiente, principalmente na época de verão (jan, fev, març).
Segundo eles o ruído no ambiente estudado é intenso, principalmente quando a impressora
encontrava-se em uso e no final do expediente quando se sentiam cansados e com menor limiar
para o incômodo do ruído. Os funcionários consideraram a estrutura da empresa boa e a recepção
de fácil acesso. Consideram a recepção o cartão de visitas do hospital, é onde o cliente forma sua
opinião da empresa. A relação com os colegas do referido setor é boa, mas relação com os
outros setores às vezes é difícil. Como citado pela chefia:
"Sempre pretendemos trabalhar com o ideal de acertar e controlando todos os erros para
evitar confronto com outros setores".
Todos funcionários consideram os equipamentos e mobiliários ultrapassados provenientes de
outros setores da própria empresa e de doações de outras empresas onde foram realizadas
melhorias com o objetivo de atender as especificações ergonômicas.
Sentem falta da atualização das normatizações de atendimento, bem como treinamentos
regulares.

4 CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE DE TRABALHO

O ambiente analisado foi um ambiente de recepção (ver figura 1) de um hospital de médio


porte, com 220 funcionários, 82 leitos, situado na cidade de Viçosa/MG. Trata-se de entidade
sem finalidade lucrativa de direito privado.

mouse

teclado rebaixado anotações


video
vidro
cadeira

cadeira

mesa

porta cadeira

bancada
video impressora
teclado
bancada elevada
cliente
Figura 1: Setor de recepção do ambulatório (superior) e de internação (inferior)
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A recepção é composta de dois postos de atendimento ao público sendo um para ambulatório


e outro para internação. Cada posto conta com um microcomputador, impressora, telefone e
gavetas com os impressos referentes às funções. No setor de internação a funcionária acessa, por
telefone, as Alas do Hospital para manter-se informada sobre vagas de leitos e eventualmente
para prestar informações a clientes externos.
Trabalham na recepção 7 (sete) funcionários em regime de plantão escalados da seguinte
forma:
¾ 2 funcionários no plantão noturno trabalhando 12 horas e folgando 36 horas.
¾ 4 funcionários no plantão diurno trabalhando 12 horas e folgando 36 horas.
¾ 1 funcionário na chefia fazendo 8 horas de segunda a Sexta feira.
A faixa etária dos funcionários está entre 19 e 43 anos, com a média de 29 anos, 6 do total
dos funcionários possuem 2º grau completo e conhecimentos de informática. Um funcionário
possui curso superior na área de química e trabalha no turno noturno.
Quanto a avaliação ambiental encontramos os seguintes resultados:
a) Setor de ambulatório: ventilação de 0 metros por segundo (o valor desejado é de
<0,75 m/s), o valor de temperatura efetiva de 26,5º (o valor desejado entre 20 e 23º),
umidade relativa do ar de 80% (valor desejado >=40%), iluminação de 72 lux
(desejado entre 300 a 750 Lux) e ruído de 56 dB (valor desejado de 45 a 55 dB)
b) Setor de internação: ventilação de 0 metros por segundo (o valor desejado é de <0,75
m/s), o valor de temperatura efetiva de 26,5º (o valor desejado entre 20 e 23º),
umidade relativa do ar de 80% (valor desejado >=40%), iluminação de 97 lux
(desejado entre 300 a 750 Lux) e ruído de 54 dB (valor desejado de 45 a 55 dB)
c) Setor da chefia: ventilação de 0 metros por segundo (o valor desejado é de <0,75
m/s), o valor de temperatura efetiva de 26,5º (o valor desejado entre 20 e 23º),
umidade relativa do ar de 80% (valor desejado >=40%), iluminação de 236 lux
(desejado entre 300 a 750 Lux) e ruído de 54 dB (valor desejado de 45 a 55 dB)

5 ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA E DA ATIVIDADE

Três funcionários trabalham simultaneamente na recepção em turno diurno. Cada


trabalhador ocupa um posto de atendimento dentre os postos reservados para o ambulatório,
internação ou chefia.
A recepção possui um Manual de Normas de Atendimento no qual as principais tarefas
encontram-se prescritas como mostra o fluxograma abaixo.
As atribuições do Setor de Internação são dentre outras verificar a existência de pedido de
internação, conferir a existência de vagas, observar a qual médico se destina, qual o sistema de
convênio, comunicar imediatamente a internação ocorrida ao médico assistente, identificar o
paciente com o nome completo, exigindo documentação e anotar o número da carteira do
convênio no prontuário. Na impossibilidade do médico assistente assumir o paciente, a recepção
deverá providenciar o médico substituto. Preenche cheques, promissórias e outros documentos.
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Fluxograma de funcionamento do setor


Recepção:
CLIENTE / USUÁRIO DO SERVIÇO
Atende, colhe
informações,
Decisão: digita,
SETOR DE RECEPÇÃO AMBULATORIAL interpreta,
preenche
documentos,
orienta.
AMBULATÓRIO SERVIÇO MÉDICO

RECEPÇÃO:Atende, colhe
informações, solicita documentos
SETOR DE RECEPÇÃO PARA INTERNAÇÃO AÇÃO: digita, interpreta, verifica
vagas, orienta, comunica ao médico
responsável, providencia médico
substituto se necessário

As Atribuições no Setor de Ambulatório são informar, diretamente e por telefone, ao público


em geral sobre as Normas do Estabelecimento, internações, ocorrências e altas hospitalares;
encaminhar pacientes aos diversos setores, como serviços de RX, Laboratório, Ortopedia, Centro
de Imagem e Hemodiálise. Preenchimento de fichas de atendimento para ambulatório e
pequenas cirurgias.

Setor de atendimento ambulatorial

Este posto possui um bancada em L de 83 x 80 x 80 cm de altura, profundidade e largura


respectivamente com um corte em diagonal, onde está localizado o computador permitindo bom
espaço para a localização da perna (ver figura 2).
mouse

teclado rebaixado anotações


video
vidro
cadeira
cadeira

mesa

Figura 2: Setor de recepção ambulatorial

O teclado está situado a 12 cm abaixo da bancada, mas sua altura não é regulável, é possível
movê-lo para mais perto ou mais longe do operador. O mouse encontra-se na mesma bancada do
monitor, não existe suporte para documentos nem apoio para os pés. A cadeira é estofada, com
as bordas arredondadas, possui cinco pés, com rodízio, a altura é ajustável, mas não oferece
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estabilidade e apoio para os braços. As recepcionistas ficam com os pés apoiados em cima dos
pés da cadeira.
Não há espaço adequado para realizar anotações próximo ao computador e o fato de existir
gaveteiros impedem o fácil deslize para a escrivaninha (ver foto 1 e 2), necessitando levantar-se
e dirigir-se para a outra cadeira da bancada ou a mesa.

Foto 1: Setor de recepção do ambulatório Foto 2: Recepção do ambulatório

A funcionária que trabalha neste setor de recepção de atendimento ambulatorial considera o


local de trabalho adequado quanto ao mobiliário, devido os equipamentos ficarem próximos, as
gavetas serem de fácil abertura e leves e em maior número, tornando fácil a organização.
Os funcionários do setor criaram dentro das gavetas, subdivisões para colocarem clips,
papéis de anotações.

Setor de recepção para internação

Este posto para recepção de atendimento para internação possui uma bancada reta, com
73x60x100 cm de altura, profundidade e largura respectivamente (ver figura 3). O computador
neste posto fica a 45 graus para permitir a comunicação e visualização do cliente, forçando o
funcionário a adotar postura inadequada para a digitação. O angulo olho-tela está entre 0 e 15º,
não há ajuste de rotação do vídeo, podendo apenas aproximar ou distanciar do operador. O
teclado e o mouse estão no mesmo nível da bancada do monitor e da impressora. Pelo fato da
impressora estar distante, a cada ficha de internação impressa, o funcionário necessita levantar-se
e dirigir-se até a outra extremidade da bancada para buscar o material impresso. A cadeira é do
mesmo modelo da cadeira utilizada no setor de atendimento ambulatorial.
cliente
bancada elevada

impressora video
bancada teclado

cadeira

Figura 3: Setor de recepção da internação

6 RESULTADOS E DISCUSSÕES
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Foi possível perceber que o ambiente da recepção deste hospital estudado encontrava-se
com situações que modificadas podem gerar maior conforto e eficácia. Embora as queixas dos
funcionários predominem quanto ao ruído ambiental e calor, outros problemas foram também
identificados, como podem ser observados.

Quanto à avaliação quantitativa temos:

• A ventilação: o valor ideal é prevista na NR17 que seja inferior a 0,75 m/s, mas não é
estipulado o valor mínimo. A ventilação deve ser uma brisa leve, capaz de colaborar com
a evaporação do suor, que reduz a sensação do calor e dá sensação agradável de frescor.
O valor encontrado de 0 m/s não é adequado para este ambiente embora esteja dentro dos
limites sugeridos pela legislação, ao considerarmos o calor e umidade do ar.
• Nível de ruído: o nível sugerido pela NBR 10152 é de 45 a 55 dB(A), que foi
ultrapassado quando as impressoras estão ligadas em atividade, chegando a 78 dB(A),
causando desconforto notado pelos funcionários, documentados no levantamento da
demanda. Essas impressoras são utilizadas de forma intermitente mas com grande
freqüência, o que deverá ser analisado em nossas propostas de encargos ergonômicos.
• Umidade do ar: embora esteja acima dos limites propostos pela Nr17, ou seja 80% supera
em muito 40%. Quando os valores da umidade de ar estão muito baixos ou muito altos
dificultam o ajuste térmico do corpo, considerando a temperatura ambiente.
• Temperatura Efetiva: a temperatura efetiva encontrada foi de 26,5, bem acima dos limites
de 20 a 23º, sugerido pela NR17. Esse valor encontrado é compatível com as queixas dos
funcionários do setor.
• Iluminação: a iluminação encontrada está abaixo do ideal, foram feitas medidas nos
horários mais iluminados, sendo problema de fácil solução. A baixa iluminancia pode
gerar esforço visual e cansaço desnecessário.

Quanto aos usuários

Quanto aos usuários pode-se notar que em geral o atendimento da recepção, tanto do
ambulatório quanto o da internação são aceitos como muito bom a excelente, e que o serviço é
eficiente.

Medidas Gerais

Como medida geral, por apresentar ação em todos os postos ao mesmo instante, teríamos
como solução para reduzir o calor, melhorar a ventilação e a umidade do ar que se encontram
fora da zona de conforto, o uso de condicionadores de ar. Para que se possa utilizar o recurso de
aparelhos de "ar condicionados" será necessário o fechamento das laterais com vidro, deixando
locais com sistema de abertura para comunicação com o cliente e entrega de documentos. Tal
utilização de vidros diminuirá, inclusive, a possibilidade de contágio dos funcionários por risco
biológico, aumentando a salubridade do local de trabalho. O vidro que hoje fecha parcialmente
permite que o cliente se curve para manter contato com o funcionário, saindo do espaço de
proteção. Com a implantação do ar condicionado é rigorosamente proibido fumar dentro da
recepção. O iluminamento pode ser facilmente melhorado com o aumento de luminárias,
colocadas perpendiculares às bancadas, tendo o cuidado de se evitar os reflexos junto aos
monitores.
As impressoras, por serem de agulhas, provocam ruídos de 58 a 78 dB(A), devendo ser
enclausuradas ou substituídas por impressoras de jato de tinta (cujo custo é maior tanto na
compra quanto no consumo de tinta).
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Setor de Recepção da Internação

Já no setor de recepção da internação percebe-se que as gavetas da bancada comprimem os


membros inferiores contra a cadeira, devendo ser retiradas duas gavetas que liberarão espaço.
Tais gavetas possuem uma freqüência de uso baixa, e outras gavetas já são utilizadas atualmente
para os mesmos fins, ou seja, guarda de papéis de prontuário. As cadeiras embora apresentem
requisitos mínimos de conforto, são antigas e se encontram instáveis necessitando serem
substituídas. A bancada reta é inadequada, pois, dificulta a visualização e comunicação com o
cliente e ao mesmo tempo acessos à digitação. As soluções sugeridas são a utilização de
bancada em "Z" (ver figura 4) ao contrário, permitindo que o monitor permaneça de frente para o
operador e com o deslize da cadeira ele possa se voltar de frente para o cliente. O teclado deverá
estar rebaixado para melhor ajuste da altura. O apoio para os pés deve ser providenciado em
ângulo de aproximadamente 15 graus.
cliente

rebaixamento teclado video

vidro

cadeira

"Z" invertido com quina arredondada

Figura 4: Proposta para o setor de atendimento da internação

Setor de Recepção do Ambulatório

No setor de recepção de atendimento de ambulatório foi encontrado deficiente a cadeira e o


suporte para os pés cujas soluções são as mesmas já citadas para o setor de internação.
Sugerimos mudança de posição do gaveteiro para facilitar o deslizamento do assento e o trabalho
de escrituração.

Quanto à metodologia

A metodologia da Análise Ergonômica do Trabalho (AET) apresenta vantagens e


desvantagens, comparando com outras ferramentas utilizadas por alguns autores como "Check
list", Ambientes Pré-montados Ergomicamente e Comissão de Ergonomia. Essas ferramentas
não possuem as etapas essenciais da Análise Ergonômica do Trabalho. Elas podem ser incluídas
dentro da AET.
As principais vantagens da AET são:

¾ É uma forma sistemática de avaliação;


¾ Considera a demanda tanto por parte dos funcionários quanto por parte dos empregadores
e outros atores sociais;
¾ Pode ser testada posteriormente quanto a eficácia e a melhoria ambiental;
¾ Permite pessoas menos familiarizadas identificarem precocemente problemas de ordem
ergonômica, uma vez que a avaliação ambiental é sistemática;
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¾ Permite a co-responsabilidade dos empregados e dos empregadores quanto as decisões e


modificações tomadas;
¾ Permite a adaptação do que já existe, fazendo apenas ajustes;
¾ Menor custo para a empresa, por considerar o que já existe;
¾ Mais eficaz no diagnóstico, desenvolvimento e modificações ergonômicas por ser mais
ampla que as outras ferramentas.

As principais desvantagens são:

¾ Demora nas análises, pois, necessita retornos dos empregados e empregadores quanto a
questionários e entrevistas ;
¾ Depende da cooperação dos diversos profissionais dos setores envolvidos;
¾ Exige maior observação dos ambientes analisados;
¾ Está desvinculado com a Legislação.

7 CONCLUSÃO

A Análise Ergonômica das Atividades que consiste em 3 fases (Análise da Demanda, Análise
das Tarefas e Análise das Atividades) permitiu o diagnóstico ambiental que resultou no Caderno
de Encargos Ergonômicos. No caso deste ambiente estudado, modificações no leiaute, mobiliário
e no controle do ar (temperatura, ventilação e umidade), certamente, proporcionarão melhorias
no ambiente de trabalho como conseqüente melhoria na Qualidade de Vida no Trabalho. Estudos
posteriores sobre o impacto dessas modificações sob a ótica dos empregados e do empregador
deverão revelar os benefícios ou novos desafios ergonômicos.

8 BIBLIOGRAFIA

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American Jornal of Indutrial Medicine 35: 358-365. 1999.

COUTO, H. A. Ergonomia aplicada ao trabalho. Belo Horizonte: Ergo, 1996.

COUTO, H. A. Fisiologia aplicada ao trabalho. Belo Horizonte: Ergo, 1978.

COUTO, H. A. Ergonomia aplicada ao trabalho- o manual técnico da máquina humana. vol


1, Belo Horizonte: Ergo, 1996.

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2, Belo Horizonte: Ergo, 1996.

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IIDA,I.; WIERZZBICKI, H.A.J. - Ergonomia - notas de aula, 3ª edição revisada, 1978.

NORMA REGULAMENTADORA N.º 7: nota técnica - Brasília 1996- Ministério do Trabalho:


SSST, 1996.

SILVA, L.B.; MÁCULO, F.S.; LIMA, M.B.F.; CARTAXO, C.; NÓBREGA, C.A.L. -
Ergonomia: revisão histórica e suas implicações em termos de qualidade, tecnologia,
I Workshop de Análise Ergonômica do Trabalho na UFV, no dia 01 de julho de 2003

produtividade, saúde e trabalho - 8º Congresso Brasileiro de Ergonomia, 4º Congresso Latino


Americano de Ergonomia.

SANTOS, N.; FIALHO, F. Manual de análise ergonômica do trabalho. Curitiba: Gênesis,


1995.

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