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3 PRECARIZAÇÃO DAS RELAÇÕES DE TRABALHO

As leis que fundamentam o trabalho, durante muito tempo, passaram por


um processo de transformação para obter os resultados encontrados até o
presente momento. No entanto, as leis e políticas criadas para sistematizar as
relações de trabalho vem sendo questionada e atribuídas a ela a ideia de uma
negociação livre entre as partes, ou seja, não havendo o componente
contratual, o que permitiria ao empregado e empregador, também as livres
negociações sobre o legislado.
Para tratar da precarização das relações de trabalho é preciso pensar
também na flexibilização brasileira. Vários aspectos tiveram como origem a
Europa, na década de 60, na qual, começou apresentar os acordos sindicais,
que por meio do suporte jurídico da Lei nº 4.923, que previa a redução geral e
transitório dos salários em caso de crise da empresa. Diante dessa
flexibilização, o objetivo maior era manter em equilíbrio a conjuntura
econômica, porém, em contrapartida aos direitos trabalhistas.
No ano de 1966, com a Lei nº 5.107 os trabalhadores passaram a obter
o direito ao FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), este direito tinha
como fundamento, o depósito bancário, por parte do empregador, de uma
determinada quantia mensal, que no caso de uma demissão imotivada, era
recebida pelo mesmo, propiciando portanto, uma segurança até que o
empregado conseguisse um novo emprego.
Após esta concessão, no ano de 1974, por meio da Lei nº 6.019/74
implantou-se uma forma de trabalho que ficou conhecida como “Lei do
Trabalho Temporário”, o que findou uma característica básica, que foi a busca
constantes das grandes empresas por mão de obra barata. Nesta Lei, os
artigos 1º e 2º estabelecem que:

Art. 1º As relações de trabalho na empresa de trabalho temporário, na


empresa de prestação de serviços e nas respectivas tomadoras de
serviço e contratante regem-se por esta Lei.
Art. 2º Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física
contratada por uma empresa de trabalho temporário que a coloca à
disposição de uma empresa tomadora de serviços, para atender à
necessidade de substituição transitória de pessoal permanente ou à
demanda complementar de serviços (BRASIL, 1974).
Com base no que já foi exposto, pode apreender que a flexibilização na
dimensão trabalhista está redimensionando a ideia de um fazer menos rígido,
ou seja, tornar algo maleável, permissível. Nas relações de trabalho, o
flexibilizar vai estar voltado aos interesses das partes.
A flexibilidade trabalhista, pode ser compreendida como uma adaptação
as normas determinadas por lei, ou seja, é uma adaptação das normas
trabalhista que tem como objetivo suprir uma necessidade de um mercado, e
consequentemente, isso gera um enfraquecimento do Direito do Trabalho. Ao
flexibilizar, há condições menos favoráveis ao empregado daquilo que está
previsto por lei, no entanto, diante a necessidade de ter um emprego, acontece
a aceitação, mesmo sabendo das suas eventuais perdas econômicas.
Na visão de Mannrich (1998) as medidas de flexibilização são adotadas
para agir como instrumento de política social, que visa garantir uma adaptação
constantes as normas jurídicas com a contextualização econômica, social e
institucional. Nesta prática, se estabelece o desenvolvimento social e
econômico, de forma a subsidiar o progresso da sociedade. “O conceito de
flexibilização está intimamente ligado ao de desregulamentação. Como as
próprias expressões indicam, para desregulamentar e flexibilizar um dado
sistema de relações de trabalho pressupõe-se a existência de uma
regulamentação inflexível” (NETO, 1997, p. 327).
Quando dada a importância na flexibilização no processo trabalhista
remete-se a ideia da precarização, ou seja, tornar precário a manutenção dos
direitos obtidos ao longo das décadas no segmento do trabalho.
A precariedade nas relações de trabalho afeta diretamente as pessoas,
gerando sobre tudo a incerteza, tirando do sujeito seus direitos básicos,
obrigando a aceitação de um modo de trabalho, que na visão geral não é
satisfatório, porém, é a única opção diante do contexto daquele determinado
momento.
Para redimensionar os aspectos voltados a precarização das relações
de trabalho, é fundamental que, se compreenda as garantias consolidadas ao
longo dos anos no segmento trabalhista, afim de não deixar diluir as conquistas
previstas por lei.
3.1 Garantias fundamentais

Para compreender as garantias fundamentais do Direito Trabalhista, é


preciso desenvolver uma análise sobre o contexto histórico, observando as
conquistas de cada período. Nesse sentido, é importante destacar as primeiras
leis criadas para findar os direitos trabalhistas. Essas leis estavam
direcionadas ao sindicalismo, que por volta do século XIV, se consolidou com
um atendimento ao sindicato rural, subsequente ao sindicato urbano.
Os sindicatos em uma conceituação ampla e básica se constitui com o
espírito de harmonia entre patrões e operários, tendo como base principal o elo
entre empregado e empregador, oferecendo conselhos permanentes de
conciliação e arbitragem, destinados dirimir as divergências e contestações
existentes entre o capital e o trabalho (NASCIMENTO, 2006).
Ainda no início do século XIV, os principais avanços conquistado na área
de trabalho estiveram relacionados a proibição do trabalho noturno para
menores de quinze anos e com uma carga horária limitada de sete horas,
podendo ser prorrogada até nove horas, sendo que aos menores de doze
anos, era vetado o trabalho.
Percebe-se, portanto, que a jornada de trabalho já era pauta de análise
e discussão dos Direitos Trabalhistas desde os anos de 1900, entendendo que
expor sujeito a uma carga horária extensa é submetê-lo ao trabalho escravo.
Entre os anos de 1915 a 1920, por meio da Lei Nº 3725, institui-se
algumas prerrogativas subsequente que pautaram as leis trabalhistas
conhecidas atualmente. Nela já se estabelecia questões relacionadas ao
salário, jornada de trabalho, aposentadoria pensões. Os aspectos relacionados
a proteção e assistência aos menores de dezoito anos se deu por volta do ano
de 1930.
Após a década de 30 também foi direcionado a política trabalhista,
estabelecendo com alguns decretos por profissões. isso aconteceu no governo
de Getúlio Vargas tendo fortes influências do comparativíssimo italiano
(NASCIMENTO, 2006).
As principais garantias deste período foi a criação do Ministério do
Trabalho, Indústria e Comércio, por meio do Decreto nº 19.433 e a instituição
da Carteira Profissional, estabelecida pelo Decreto nº 21.175 de 1932. Ainda
nesta década, o trabalho da mulher e do menor tiveram texto de destaque nos
decretos nº 21.417-A e 22.042 de 1932.
É possível analisar ainda como direito fundamental do trabalho,
estabelecido na década de 30, as bases do direito coletivo. Isso foi decorrente
as ações dos trabalhadores e os movimentos sociais, que tinham como suporte
os sindicatos, que buscavam de forma coletiva a realização da justiça social.
Nota-se uma força sindical, agregado ao período histórico e a necessidade
social da época. Os sindicatos “foram considerados não só órgãos de defesa
dos interesses da profissão e dos direitos dos seus associados, mas também
entidades de coordenação dos direitos e deveres recíprocos de trabalhadores e
empregados” (NASCIMENTO, 2006, p. 73).
Diante a força estabelecida pelos sindicatos, foi necessário
redimensionar as leis que integravam os sindicatos, atualizando a lei sindical.
Em tal caso, na visão de Nascimento (2006, p. 74), no ano de 1937 instituiu-se
a Lei Magna, na qual é relevante enfatizar a proibição dos conflitos coletivos de
trabalho mediante pressões dos interesses, ou seja, as greves de caráter
antissociais, nocivos ao trabalho e ao capital e incompatível com os superiores
interesses de produção.
Com toda a transformação decorrentes aos movimentos da época, foi
preciso estabelecer normativas para sistematizar a oferta e contratação de
produtos e serviços, criando no ano de 1943, a Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT). O documento afirma em seu Art. 1º “Esta Consolidação estatui
as normas que regulam as relações individuais e coletivas de trabalho, nela
previstas”.
A CLT foi estabelecida com o intuito de organizar as leis trabalhistas que,
neste período, estavam sendo implantadas de modo a prejudicar algumas
profissões que não se enquadravam da forma de proteção legal. Com a
estruturação da Consolidação das Leis, todos passariam a seguir um mesmo
direcionamento, norteando a forma de trabalho. Pode-se dizer que a CLT foi o
instrumento de “cristalização dos direitos trabalhista”.
Ao decorrer dos anos e com a mudança no cenário político da década
de 60, as leis trabalhistas tiveram um olhar econômico. Este olhar, fez com que
o foco estivesse direcionado as metas para combater a inflação. Por isso,
surgiram leis denominadas de “política salarial do Governo”. As principais
ações dessas políticas estão direcionadas ao reajuste salarial padronizado, que
antes, precisava acontecer por meio de negociação. As negociações para
acréscimo decorrente a produtividade. O Fundo de Garantia por Tempo de
Serviço (FGTS), benefício este que tinha como objetivo promover o
desenvolvimento de recursos captados para aplicação no sistema habitacional
e que depois direcionou a uma forma de indenização pela estabilidade no
emprego.
Ao situar-se no contexto histórico que proporcionou as garantias
fundamentais para as leis trabalhistas, percebe-se a importância de cada
elemento conquistados. Os avanços foram ampliados com o processo de
democratização do país, que apresentou bases essenciais com a Constituição
Federal de 1988.
A Constituição Federal trouxe algumas mudanças no sistema jurídico
das relações de trabalho, sendo uma delas, as relações entre sindicato e
Estado. Por meio da negociação coletiva foi possível agilizar as questões
relacionadas ao trabalho.
Na Constituição Federal estabelece-se a ampliação do direito a greve, a
diminuição da carga horária semanal, que passou de 48 horas para 44 horas. A
garantia de 1/3 de remuneração por período de férias. O direito a licença
maternidade, prevista com o prazo de 120 dias. A idade mínima para
contratação passou a ser quatorze anos e não mais doze. O direito a creche e
pré-escolas a população, permitindo que mais pessoas fossem inseridas no
mercado de trabalho. Os cuidados necessários para prevenção contra acidente
de trabalho. Enfim, por meio da Constituição Federal de 1988, muitos avanços
no que diz respeito ao trabalho e a vida em sociedade como um foram
adquiridos.
É preciso levar em consideração que a sociedade vive em constante
processo de globalização, as leis são inovadas constantemente de acordo com
o novo cenário político e social. Nessa inovação, aspectos relacionados ao
avanço tecnológico e o desemprego precisam ser mencionados. Atualmente,
máquinas desenvolvem determinadas funções que antes precisavam de muitas
pessoas, oferecendo mão de obra.
Diante dessa necessidade, o país passou a elaborar novas leis
destinadas a superar os efeitos negativos causados pela globalização. Na
visão de Nascimento (2006) as principais alternâncias perante esse contexto
são: o contrato por prazo determinado (Lei nº 9601/98); a compensação de
horas quadrimestral; o programa de desligamento voluntário de servidores
civis do Poder Executivo Federal (Lei número 9468/97); a justificativa por falta
para o empregado em processo de admissão ensino superior (Lei Nº 9471/97);
a obrigatoriedade em concursos públicos para admissão empresa pública (Lei
nº 9528/97); o trabalho voluntário (Lei Nº 9608/98); o contrato parcial com
jornada semanal de 25 horas; a suspensão temporária do contrato de trabalho
de 2 a 5 meses mediante a causas econômicas; a descaracterização do
vínculo de emprego de cooperado e cooperativa; a proibição de qualquer
prática discriminatória é limitativa para efetivo acesso ao emprego; a
contratação de pessoas portadoras de necessidades especiais e deficiências; a
qualificação profissional e aprendizagem do menor de mais de 14 anos; o
direito a mãe adotiva a licença maternidade; o direito ao desconto em folha de
pagamento para empréstimos bancários e financiamentos; o saque do FGTS
diante de uma necessidade pessoal urgente devidamente comprovada, entre
outras.
As transformações enquanto leis trabalhistas puderam nortear a área
judicial para que, os direitos do cidadão sejam garantidos. Essas mudanças
são decorrentes a uma necessidade social e política de cada período. No
entanto, os aspectos já conquistados precisam ser mantidos, ou seja, não deve
haver uma regressão nas leis trabalhistas, nas quais o empregado passa a ser
explorado. Desta forma, um estudo mais apurado sobre os aspectos que
envolvem a precarização é primordial.
Frente a esta temática, a próxima abordagem da pesquisa vai trazer
uma análise sobre as garantias internacionais e subsequente os
aprofundamentos dos as garantias da CLT.

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