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CONTEXTO DA INDÚSTRIA 4.

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Como você viu, a 4ª Revolução Industrial é um conjunto de tecnologias que se
beneficia da redução dos limites ou barreiras entre as pessoas e os mundos digital e
físico, permitindo que as máquinas e os seres humanos trabalhem e se comuniquem de
maneira colaborativa, o que promove a eficiência, minimiza a ociosidade e o
desperdício, além de possibilitar a criação de processos e mercados.
Essas mudanças foram impulsionadas pelo acesso maciço da sociedade ao mundo
digital, que passou a influenciar todos os mercados. Pode-se dizer, portanto, que essa
evolução partiu das necessidades da sociedade para o mercado, atingindo os meios
produtivos e de serviços.
No contexto da Indústria 4.0, esse conjunto de tecnologias, chamadas habilitadoras,
possibilita que as linhas de produção sejam ágeis e atendam o consumidor final de
maneira personalizada, sem prejudicar sua produtividade.

PRINCÍPIOS DA INDÚSTRIA 4.0


O conceito de Indústria 4.0 agrega as principais inovações tecnológicas de vários
segmentos e as aplica nos processos de fabricação e de serviços. São tecnologias que
têm permitido o surgimento de novos modelos de negócio, produtos e serviços, e
fomentado melhorias significativas em modelos existentes.
Essas tecnologias são como pilares que dão sustentação e diferenciam a Indústria 4.0 da
3ª Revolução Industrial.
Clique nas setas a seguir para conhecer esses pilares.
Capacidades de tomada de decisão e modificação dos
processos produtivos em tempo real
Em um mundo competitivo, conseguir obter dados e analisá-los em tempo real é
uma vantagem na tomada de decisão das empresas. A capacidade de gestão da
operação em tempo real se beneficia da possibilidade de obter informações
precisas de cada etapa do processo, ampliando as possibilidades de análise nos
processos. Embora os sistemas de gestão da produção tenham sido o primeiro
passo nesta direção, falamos agora de tecnologias como inteligência
artificialpara análise de dados e o reconhecimento de padrões que correlacionam
os dados à decisão a ser tomada de forma automatizada.
Virtualização
A representação digital do processo produtivo, ou seja, do conjunto de máquinas,
dispositivos e robôs, simulando o processo, suas interferências, tempos, velocidades,
consumos de modo a identificar gargalos, prevenir problemas e encontrar a situação
ótima do processo.
Descentralização
Com o objetivo de melhorar a produção na indústria, surge a descentralização dos
processos decisórios, os quais ficam menos dependentes das decisões humanas,
passando, agora, a ocorrer decisões mais assertivas e seguras geradas por sistemas
cyber-físicos e baseadas na análise de dados gerados pelas máquinas do processo.
Ampliação da inter-relação entre produção e serviços (Orientação a
serviços)
Dentro deste grande conceito de indústria 4.0 um dos maiores elementos disruptivos é a
orientação a serviço. Mas, o que é orientação a serviço?
A orientação a serviços está associada, em geral, a softwares.
Neste sentido, o cliente é agente de mudanças no processo ao requisitar novas
aplicações que viabilizem suas necessidades de utilização. Essas alterações, em geral,
atualizam o sistema para corrigir falhas de projeto, evitar retrabalhos em larga escala, ou
para fornecer novas aplicações a este sistema.
Por exemplo, os aplicativos de smartphones são atualizados constantemente, mas, para
isso, os usuários não precisam ir às lojas físicas. As atualizações ficam disponíveis na
Internet e quem decide se irá ou não atualizar o App é o usuário.
Modularidade
O conceito de modularidade é a divisão do sistema produtivo em subunidades que
poderão ser conectadas ou desconectadas do processo, de forma independente,
maximizando a eficiência dos processos necessários à customização da produção.
Neste conceito, cada parte do processo é um módulo, um sistema independente, mas
que interage com os demais, fornecendo informações e realizando tarefas de forma
interativa. Veja um exemplo de sistema modular:
Interoperabilidade
Capacidade de comunicação entre os sistemas cyber-físicos, produtos, sensores,
humanos, fábricas inteligentes (M2M - machine to machine) por intermédio de
diferentes protocolos de comunicação, tendo a Internet das Coisas (IoT) como
facilitadora.
Benefícios
“O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI, entende que a chamada
Indústria 4.0 é a grande oportunidade para a indústria brasileira ser mais produtiva, por
meio de tecnologias digitais que vão ajudar as empresas a aprenderem e a serem mais
ágeis.” (Carta da Indústria 4.0 - CNI).
TECNOLOGIAS HABILITADORAS
A Indústria 4.0 pode ser vista como um mosaico que é composto por tecnologias que
têm modificado os diversos setores da sociedade, as chamadas tecnologias
habilitadoras.
As tecnologias habilitadoras são tecnologias, desenvolvidas ou em desenvolvimento,
capazes de implementar no universo industrial e social parte das mudanças que as bases
da Indústria 4.0 propõem.
Neste curso estudaremos as tecnologias que têm gerado maior impacto para a indústria e
para a sociedade. São elas:
Importante !
É importante entender que essas tecnologias têm feito diferença tanto na indústria
como em diversos setores, inclusive no seu dia a dia. No entanto, isoladamente,
elas não podem ser consideradas como uma evolução para a Indústria 4.0, pois o
conceito implica a integração dessas tecnologias no processo produtivo.

INTERNET DAS COISAS


Neste módulo, você conhecerá como os termos Internet das Coisas - IoT e Internet
Industrial das Coisas - IIoT surgiram; e verá como tecnologias e processos possibilitam
a conexão de objetos nos ambientes físico e virtual e a sua rastreabilidade em toda a
cadeia de valor.
Esperamos que ao final deste módulo, você tenha entendido os benefícios da IoT para
diversos setores como industrial e de serviços e, em especial, como o fluxo de
comunicação contínua de dispositivos na Internet das Coisas contribui para tornar a
indústria ágil.
O QUE É INTERNET DAS COISAS
Em meados de 1999, o pesquisador britânico Kevin Ashton apresentou o termo Internet
das Coisas – IoT (em inglês Internet of Things), como uma possibilidade de se etiquetar
eletronicamente os produtos da linha de produção de uma empresa, facilitando a
logística por meio de identificadores de radiofrequência.
Com base nessa ideia, percebeu-se a oportunidade de interligação direta entre
dispositivos, de modo que eles pudessem se comunicar entre si (M2M machine to
machine). Por exemplo, um smartphone que pode enviar sinais ao portão de uma
residência, abrindo-o automaticamente quando o morador está próximo.
Para Santos et al. (2016), a Internet das Coisas é uma extensão da Internet atual, que
proporciona aos objetos, com capacidade computacional e de comunicação, se
conectarem à Internet. Essa conexão permite aos usuários controlar os objetos
remotamente e/ou torná-los provedores de serviços.
Já os objetos (things) são elementos que possuem capacidade de comunicação e/ou de
processamento aliados a sensores. Eles não são apenas computadores convencionais,
mas também TVs, notebooks, automóveis, smartphones, webcams, sensores ou qualquer
equipamento que possua uma forma de conexão à rede.
Observe a previsão do aumento de dispositivos conectados. Atente-se à relação entre
população e aparelhos:
BLOCOS BÁSICOS DA IOT
Como você viu, a IoT está viabilizando uma série de aplicações, serviços, segmentos.
Isso é possível graças a um combinado de tecnologias que se complementam para
viabilizar a integração dos objetos nos ambientes físico e digital.
Clique em cada uma das tecnologias para saber mais.

Saiba mais!
Indicadores de Radiofrequência – RFID (em inglês, Radio-Frequency
Identification), redes wireless, dispositivos móveis e sensores têm permitido a
construção de grandes aplicações e sistemas industriais em áreas como
Agricultura, Indústria de Processamento de Alimentos, Indústria de Serviços de
Saúde, Monitoramento Ambiental, Transporte, entre outros.
Para entender melhor essa conectividade, veja o caminho dos dados na arquitetura dos
elementos da IoT.
IOT E INDÚSTRIA 4.0
Na Indústria 4.0, a Internet das Coisas contribui para a integração dos ambientes físico e
digital, resultando no chamado ambiente cyber-físico.
Um ambiente de produção cyber-físico pode ser entendido como uma rede on-line de
máquinas organizadas de forma semelhante às redes sociais. De modo geral, há conexão
entre a TI, os componentes mecânicos e os componentes eletrônicos das máquinas e dos
equipamentos, que também se comunicam entre si por meio de seus protocolos de
comunicação.
Dentro da indústria, esse processo de comunicação entre os mundos físico e digital vem
sendo chamado de Internet Industrial das Coisas (IIoT).
Ela também cria uma rede inteligente entre máquinas, propriedades, sistemas de
comunicação, produtos inteligentes e indivíduos em toda a cadeia de valor da empresa,
durante todo o ciclo de vida do produto.
Isso é possível graças aos sensores e elementos de controle que permitem que as
máquinas sejam ligadas à plantas, frotas, redes e aos seres humanos através da Internet.
Com base nas informações disponíveis nesta rede inteligente, processos e contratos
podem ser coordenados com o objetivo de aumentar a eficiência da empresa, otimizar os
tempos de produção e de logística, reduzir energia, aumentar a qualidade dos produtos,
otimizar as vendas e as compras.
Graças à IIoT, a empresa ganha agilidade na tomada de decisão, pois há
compartilhamento de informação em tempo real.

DESAFIOS E OPORTUNIDADES EM IOT


O desenvolvimento de IoT também traz novos desafios. Os dados providos pelos
objetos podem apresentar imperfeições (calibragem do sensor), inconsistências (fora de
ordem, outliers) e serem de diferentes tipos (gerados por pessoas, sensores físicos, fusão
de dados). Assim, as aplicaç̧ões e algoritmos devem ser capazes de lidar com esses
desafios.
As previsões de investimento em tecnologias e aplicações baseadas em IoT apontam
que até 2020 haverá um aumento considerável do investimento nas áreas de manufatura,
transporte e logística, como mostra o gráfico.
Agora, veja o mapa das oportunidades em IoT, que demonstra as previsões de
crescimento dos mais diversos setores com relação ao uso de tecnologias e elementos
baseados em Internet das Coisas.

NA PRÁTICA
Veja nos cases a seguir a aplicação da Internet das Coisas. Em seguida, reflita
sobre como essa tecnologia poderá ser aplicada em sua empresa e/ou em suas
atividades.
FÁBRICA INTELIGENTE
Para as empresas que fabricam produtos exclusisamente para montadoras (OEM,
em português Fabricante Original de Equipamentos), como é o caso da empresa
Hirotec America, o tempo de inatividade operacional é um problema
significativo.
Normalmente, essas paradas na fábrica são causadas por máquinas que operam
fora das condições adequadas. Ou seja, sem manutenção preventiva ou preditiva,
esses equipamentos são mantidos em operação até a falha ocorrer. E quando
ocorre, a equipe de manutenção (ou o técnico) é contatada e o equipamento fica
parado até que os reparos sejam realizados.
A fim de eliminar essa tendência de manutenção reativa, a HIROTEC procurou
usar seus sistemas e registros para obter uma visão mais profunda de suas
operações. Nesse processo, os profissionais da empresa perceberam a
necessidade de conectividade, acesso a dados e escalabilidade, e viram na
Internet das Coisas (IoT) a ferramenta ideal para alcançar esse objetivo.
Com isso, desenvolveram uma estratégia competitiva para capitalizar os
potenciais benefícios da Internet das coisas. A iniciativa começou por identificar
as tecnologias fundamentais que alimentariam a IoT. A empresa optou por uma
plataforma IoT para permitir que os dispositivos da empresa se conectassem à
nuvem.
Ao implementar esta solução, a Hitotec alcançou maior visibilidade de seus
ativos e recursos, e de suas necessidades e prioridades, o que permitiu à empresa
melhorar sua produtividade.
Para Justin Hester, pesquisador sênior da Hirotec America, com a solução IoT, a
empresa ganhou mais visibilidade em seis semanas do que em toda a sua
existência.
CIDADE INTELIGENTE
Com a massificação da conexão dos objetos à Internet surge uma gama de
aplicações como em cidades inteligentes, por exemplo, que se sustentam nos
pilares Sustentabilidade, Eficiência, Pessoas e Segurança. Observe o exemplo:

RECAPITULANDO
Módulo 2
Nesse módulo, você conheceu o conceito de IoT e as tecnologias que viabilizam
a integração dos objetos nos ambientes físico e digital.
Você viu que essa conectividade têm proporcionado a criação de novos modelos
de negócios tanto na indústria como na área de serviços e que a expectativa é que
as empresas usem a IoT para se tornarem ágeis e mais competitivas.
No próximo módulo, você vai conhecer o conceito de Computação em nuvem,
suas tecnologias e aplicações.
Avance para continuar seus estudos.

Módulo 03
COMPUTAÇÃO EM NUVEM
Neste módulo, você conhecerá o conceito de Computação em Nuvem, a evolução dos
sistemas de armazenamento, e os modelos de implantação de nuvem e de serviços
fornecidos por provedores.
Esperamos que ao final de seus estudos, você tenha entendido como essa tecnologia
disponibiliza e amplia o acesso à informação, e que seja capaz de selecionar o modelo
de serviço e de plataforma adequados à cada aplicação.

O QUE É COMPUTAÇÃO EM NUVEM


Na busca pela definição do conceito de Computação em Nuvem (em inglês, Cloud
Computing) encontramos múltiplas abordagens e pouco consenso com relação a uma
definição.
O Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia - NIST, órgão do departamento de
governo dos Estados Unidos da América, define computação em nuvem como:
[...] um modelo para habilitar acesso sob demanda, conveniente
e ubíquo, por meio de redes, a um reservatório compartilhado de recursos
computacionais configuráveis, por exemplo, redes, servidores,
armazenamento, aplicações, etc. que podem ser provisionados rapidamente e
liberados com esforço mínimo de gerenciamento ou interação com o provedor
de serviços.
Informalmente, podemos imaginar a nuvem como um grande reservatório de
recursos, que foi construído para se adaptar às necessidades de armazenamento de
dados de seus clientes e estar disponível em tempo real por meio da Internet.
Dessa forma, a Computação em Nuvem pode ser compreendida como um modo pelo
qual os usuários acessam, por meio da Internet, os recursos computacionais
disponíveis, sendo que tais recursos têm capacidade de se adaptar às necessidades
desses usuários (clientes).
Para melhor entender a Nuvem, clique nas datas na linha do tempo e conheça a
evolução dos sistemas de armazenamento.

1880
1950
1962
1963
1971
1990
1994
1995
1999
2000
2013
SAIBA MAIS.
Na ciência da computação, os fatores multiplicativos são Megabytes, Gigabytes e
Terabytes (mega, giga e tera) que equivalem:

1 MB = 1 megabyte = 1.000.000 de bytes


1 GB = 1 gigabyte = 1.000.000.000 de bytes
1 TB = 1 terabyte = 1.000.000.000.000 bytes
ACESSO SOB DEMANDA E
ESCALABILIDADE
Você viu que a Computação em Nuvem possibilita o armazenamento de recursos, mas
não é só isso. Ela é, também, um modelo para habilitar acesso sob demanda. Essa
característica está ligada à escalabilidade e à rápida disponibilidade dos recursos na
rede. A escalabilidade é uma das características mais importantes na Nuvem, pois
permite que seus recursos sejam rapidamente provisionados, atendendo à mudanças no
fluxo de demandas.
Na computação tradicional, os recursos disponíveis para um serviço são fixos. Por
exemplo, o número de servidores e o espaço para armazenamento. Já no modelo em
nuvem, é possível que os recursos se adaptem às variações no fluxo de demanda,
otimizando custos e respondendo de uma maneira dinâmica e rápida a tais variações.
Há, portanto, uma economia no projeto e uma capacidade de reação mais rápida frente
às mudanças nas demandas.
MODELOS DE SERVIÇO
A nuvem é dinâmica e seus recursos são provisionados à medida que a demanda
cresce ou diminui, em um modelo baseado em métricas de uso. Dessa forma,
sua precificação, na maioria das vezes, é calculada de acordo com o uso do
serviço. Ou seja, o cliente paga por um serviço de armazenamento
proporcionalmente ao espaço que faz uso.
Na definição do NIST, para Computação em Nuvem são descritos três modelos
de serviços, também chamados de camadas de arquitetura em nuvem. Observe,
nas imagens, as diferenças entre eles.

Outras vantagens do modelo de computação em nuvem são a confiabilidade e


a tolerância à falhas, pois, os clientes podem estabelecer acordos de nível de serviço
com os provedores, de modo a garantir a disponibilidade apenas dos recursos que
precisam. Além disso, tarefas como backup e proteção contra vulnerabilidades de
segurança da informação passam a ser de responsabilidade dos provedores e não mais
dos clientes.
Essa flexibilidade permite que as indústrias tenham maior agilidade, pois no momento
em que acontece a maior demanda, a nuvem se adapta a esta necessidade, o que garante
que a empresa seja ágil na resposta ao cliente.
De uma forma genérica, podemos dizer que o que diferencia os tipos de modelos de
serviço em nuvem é o tipo de cliente ao qual cada um se destina.

Infraestrutura como um serviço (IaaS)


O objetivo desse modelo é tornar mais acessível o fornecimento de recursos
computacionais, como servidores, redes, armazenamento etc. que são
fundamentais na construção de um ambiente na rede.
No IaaS, o provedor é responsável fisicamente pelos servidores, dispositivos de
armazenamento e pela rede. O cliente da nuvem se torna responsável por obter as
máquinas provisionadas pelo provedor de serviços, instalar e configurar o sistema
operacional e as demais aplicações de seu interesse.
Em geral, o cliente não administra ou controla a infraestrutura da nuvem, mas tem
controle sobre os sistemas operacionais, armazenamento, aplicativos implantados
e, eventualmente, seleciona componentes de rede, tais como firewalls
.
Em outras palavras, o IaaS é um serviço destinado a uma equipe de tecnologia da
informação (TI). Sendo assim, a equipe precisa instalar e configurar, por conta
própria, todos os recursos necessários para as suas necessidades, desde o sistema
operacional até as aplicações que serão disponibilizadas. Normalmente, é adotado
por empresas que visam reduzir investimentos em hardware, eliminando custos
como segurança e manutenção, além de liberar o espaço físico que seria ocupado
por servidores, por exemplo.
DICA.
Há diversos provedores de computação em nuvem que fornecem esse modelo,
sendo a solução Amazon Elastic Cloud Computing – EC2 uma das principais
referências.

Plataforma como um serviço (PaaS)


Esse é um modelo intermediário, composto por um hardware virtual disponibilizado
como um serviço. O provedor do serviço disponibiliza o sistema operacional, linguagens
de programação e ambientes de desenvolvimento de aplicações.
O cliente não administra ou controla a infraestrutura subjacente, mas tem o controle sobre
as aplicações implantadas e, possivelmente, sobre as configurações de aplicações
hospedadas nessa infraestrutura.
O foco desse serviço são os desenvolvedores de softwares, pois o PaaS é um ambiente
completo para o desenvolvimento de aplicações, tais como compiladores, depuradores,
bibliotecas etc.
Enquanto o IaaS disponibiliza recursos de uma maneira genérica, isto é, com pouca
ligação com o objetivo final do cliente, o PaaS disponibiliza recursos diretamente ligados
ao negócio do cliente.
DICA.
As soluções Google App Engine e Microsoft Azurese destacam como provedores do
PaaS.
Software como um serviço (SaaS)
Esse modelo provisiona soluções de software com diferentes propositivos para os clientes
da nuvem, acessíveis, por meio da internet, pelos mais variados dispositivos do usuário.
O cliente não administra ou controla a infraestrutura subjacente (rede, servidores, sistema
operacional, discos rígidos etc.).
Esse modelo provê serviços de computação para o usuário final. O usuário enxerga apenas
o software que precisa usar e não tem conhecimento de onde estão localizados os recursos
empregados, nem quais linguagens de programação foram utilizadas para desenvolver o
serviço, assim como desconhece detalhes do sistema operacional e do hardware que o
suporta.
DICA.
Os serviços de armazenamento oferecidos pela Dropbox e pela Google são
exemplo desse modelo.

MODELOS DE IMPLEMENTAÇÃO DE
NUVENS
O Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia - NIST define também modelos para a
implementação de nuvens. Os modelos definidos mais consagrados são: nuvem
pública, nuvem privada, nuvem comunitária e nuvem híbrida.
NUVEM PÚBLICA
Centenas de empresas podem usá-la ao mesmo tempo, mas separadamente. Pode ser
acessada por qualquer usuário.
O provedor da nuvem é responsável pela manutenção e pela segurança.
Por serem de uso geral, há maior risco à privacidade.
NUVEM PRIVADA
Propriedade de uma única empresa que faz uso exclusivo dos recursos (servidores
e software), com a utilização apenas de pessoas específicas. Protegida pelo firewall e
administrada de acordo com o regimento da organização. Seu custo, no entanto, pode
ser alto e, consequentemente, impeditivo para muitas empresas.
NUVEM COMUNITÁRIA
Pode ser compartilhada por diversas empresas que, normalmente, possuem interesses
em comum. A administração geralmente é realizada por uma das empresas parceiras.
Os custos também são divididos.
NUVEM HÍBRIDA
Composta de duas ou mais nuvens, que preservam as características originais de seu
modelo, interligadas por uma tecnologia que possibilite a portabilidade de informações
e aplicações.

A NUVEM NA INDÚSTRIA 4.0


A computação em nuvem, na Indústria 4.0, permite que diversos sistemas atuem
com alta performance, disponibilidade, acessibilidade e economia de recursos.
Além disso, a computação em nuvem se mostra como uma ferramenta fundamental na
quebra de barreiras geográficas, aumento da produtividade,
conectividade e geração de novas oportunidades para empresas de todos os portes e
segmentos. As soluções em computação em nuvem podem garantir este desempenho, já
que ajudam com as ferramentas de colaboração e integração entre os departamentos,
possibilitando mais agilidade na produção, melhor comunicação e redução de erros.
Por exemplo, a indústria pode utilizar um serviço de virtualização que permita
construir, implementar e compartilhar soluções de análise em tempo real da operação de
um parque fabril. E por meio de armazenamento e serviços na nuvem, a indústria pode
aplicar algoritmos de inteligência artificial para auxiliar na análise preditiva.
Com base nesses dados, a indústria poderá tomar decisões mais assertivas quanto aos
recursos materiais e humanos, etapas e volume de produção, períodos de manutenção
etc. visando redução de custos e aumento de produtividade.
Saiba Mais.
Para saber mais sobre a aplicação da Nuvem na Indústria 4.0, leia este artigo:
Benefícios da Cloud para indústrias de manufatura

NA PRÁTICA
Navegue pelos cases e saiba como as empresas estão usando a Computação em
Nuvem. Aproveite para pensar de que maneira essa tecnologia pode ser utilizada
na área ou na empresa em que você trabalha.
Fórmula 1
A Fórmula 1 é um bom exemplo da junção de tecnologias como Computação em
Nuvem, Big Data e Internet das Coisas, pois antes, durante e depois dos treinos e
das corridas, vários dados são coletados, armazenados e analisados.
Os engenheiros das equipes analisam em tempo real dados de, aproximadamente,
150 sensores em cada carro, que contemplam informações sobre pressão dos
pneus, consumo de combustível, força do vento, localização na pista, via GPS,
temperatura dos freios, entre outras. Cada sensor se comunica tanto com a equipe
no boxe como com um time de engenheiros na fábrica. Eles podem transmitir
2GB de dados em uma volta e 3TB em uma corrida.
Os resultados dessas análises têm aumentado a segurança dos pilotos e
mecânicos, reduzido o consumo de peças, pneus e combustível e aumentado a
competitividade entre as escuderias. Mas não é só isso, no conceito de
Horizontalização, os dados obtidos pelas equipes são compartilhados com os seus
fornecedores, a indústria, que os usam para aprimorar seus produtos seja no
design, durabilidade e eficiência das peças, seja na eficiência do combustível.
Eficiência Energética
Em 2008, quando os Estados Unidos da América enfrentavam uma crise de
energia, e a escalada do preço dos barris parecia não ter limites, a pergunta não
era mais se haveria crise mundial no setor de Energia, mas quando ela começaria.
Então, a aplicação das novas tecnologias na exploração do xisto transformou a
indústria e em apenas alguns anos a produção de petróleo e de gás de xisto
dobrou nos EUA.
Os geólogos sabiam sobre os depósitos de rocha de xisto ricos em petróleo há
pelo menos 100 anos, o que eles não sabiam era como aproveitar essas formações
para produzir petróleo e gás a preços competitivos. Os avanços na perfuração
horizontal e na fraturação hidráulica, no entanto, começaram a ser promissores: a
ideia era perfurar, por kilometros, a superfície da Terra para muitos locais a partir
de uma única plataforma acima do solo, então, injetar água pressurizada na rocha
de xisto, liberando grandes quantidades de petróleo e de gás. Para encontrar essas
formações de xisto e descobrir os melhores lugares para abri-las, é necessário
uma modelagem 3D altamente sofisticada de formações sub-superficiais. As
leituras sísmicas e a análise dos dados permitiram aos geólogos e engenheiros
identificar os melhores locais para perfurar. Além disso, a coleta e análise de
dados em tempo real, possibilitados pela computação em nuvem, aceleraram o
aprimoramento dos processos, tendo com base os dados sobre o sucesso ou o
fracasso dos poços, as formações rochosas e as técnicas.
Segundo Mark Mills, especialista em Energia, "A velocidade da melhoria tem
sido notável, com praticamente nenhum aumento de capital”.
Em menos de cinco anos, houve melhora de 50 a 100% nos três quesitos-chave:
tempo, equipamento e distância de perfuração.

Indústria Automotiva
Da criação da linha de produção em série aos dias de hoje, muita coisa mudou na
Indústria Automotiva que, por sinal, é uma das áreas da indústria que mais têm se
beneficiado dos avanços da tecnologia.
Don Butler, diretor executivo de uma montadora de veículos, explica que a
Computação em Nuvem permite que a empresa “colete dados dos veículos,
armazene-os e os analise a fim de descobrir o valor que pode derivar deles como,
por exemplo, reparar mais facilmente esses veículos considerando como as
pessoas os estão usando". Em outras palavras, a Computação em Nuvem permite
que a indústria automotiva crie mais produtos, serviços e experiências baseados
nos dados coletados, em tempo real, sobre a necessidade do consumidor e em sua
experiência de uso.
Além disso, Don Butler está pilotando, no Google Earth, uma solução
desenvolvida pela Siemens que, baseada na nuvem, habilita a navegação virtual
das linhas de montagem em suas plantas, até o nível de estações de trabalho
individuais. Com isso, a empresa busca obter melhoria em comunicação,
eficiência, globalização e padronização de seus processos e produtos.
Módulo 3
Neste Módulo, você conheceu o conceito de Computação em Nuvem, os tipos de
Nuvens e de serviços oferecidos por provedores.
Você viu a evolução dos sistemas de armazenamento de dados digitais e que a Nuvem
permite o acesso sob demanda, um grande diferencial desse novo sistema de
armazenamento, dentre outros benefícios dessa tecnologia para a Indústria 4.0
No próximo módulo, você vai conhecer o conceito de Big Data, suas tecnologias e
aplicações.
Módulo 04

BIG DATA
Neste módulo, você conhecerá o conceito de Big Data, suas características e aplicações;
e entenderá como o uso dessa tecnologia possibilita que as empresas se tornem ágeis.
Além disso, conhecerá como surgiram a Inteligência Artificial e o processo de análise
de dados.
Esperamos que ao final desse módulo, você tenha entendido como Big Data, IoT,
Computação em Nuvem e Inteligência Artificial podem ser utilizados para beneficiar a
indústria, o setor de serviços e a sociedade.
O QUE É BIG DATA
Estamos vivendo a era da informação. Diariamente, são gerados milhões de dados. No
ano de 2017, por exemplo, foram gerados 2.5 quintilhões de bytes de dados por dia
(DOMO, 2017). Se fôssemos armazenar esses dados em discos Blu-ray seriam
necessários 10 milhões de discos. Para se ter uma ideia da velocidade na geração dos
dados, é sabido que 90% dos dados disponíveis hoje foram gerados nos últimos dois
anos. Ou seja, a sociedade atual está gerando uma quantidade de informação muito
superior à gerada por toda a humanidade ao longo dos séculos.
A Internet é uma das principais fontes de dados. Globalmente, a web recebe os mais
diversos formatos de dados, de artigos científicos a publicações nas redes sociais, nos
formatos de texto, imagem, vídeo e áudio.
Este grande volume de dados recebe o nome de Big Data. No entanto, Big Data não
deve ser entendido apenas pelo volume de dados. O fator principal, para a indústria, no
uso dessa tecnologia é a capacidade de processar e avaliar as informações
relevantes, pois de nada serve possuir grandes volumes de dados se não puder fazer uso
deles. É preciso extrair conhecimentos úteis e valiosos, de modo que se faz necessário o
uso de ferramentas e técnicas de gestão para processar grande volume de dados, em
diversos formatos, em velocidade adequada.
Há cinco características-chave em Big Data: volume, velocidade, variedade,
veracidade e valor.
VOLUME
Refere-se à quantidade de dados cada vez maior que está sendo gerada e/ou
consumida.
O desafio de armazenar e recuperar o grande volume de dados. Por meio de soluções
computacionais capazes de armazenar volumes massivos de dados e indexá-los para
uma rápida pesquisa e recuperação.
Além disso, o custo para a armazenagem dos dados está mais barato. De acordo com a
revista Computer World, em 1970, por exemplo, armazenar 1 gigabyte de dados custava
$185.000 (cento e oitenta e cinco mil dólares). Essa mesma quantidade, em 2017, estava
sendo ofertada por $0.02 (2 centavos de dólar).
VELOCIDADE
Refere-se à velocidade com que os dados são gerados e/ou recuperados.
De acordo com o site domo.com (2018), em 2017, a cada minuto, foram realizadas mais
de 150 mil chamadas no Skype, mais de 4 milhões de visualizações no YouTube.
Em 1992, por exemplo, a humanidade gerava 100 GB de dados por dia. Em 2013,
passamos a gerar 28.875 GB de dados por segundo! A previsão para 2018 é de 50.000
GB sendo gerados a cada segundo.
A velocidade dos dados está ligada a taxa de geração, mas também à taxa de consumo.
Para a indústria, essa velocidade é um desafio de Big Data, pois é preciso desenvolver
mecanismos capazes de processar esses dados em tempo real.
VARIEDADE
Refere-se aos mais diversos formatos de dados. No início da era digital, buscou-se
fazer uso de dados estruturados, como em modelos de banco de dados relacionais.
Porém, com o avanço da Internet, e a proliferação das redes sociais, passamos a utilizar
dados não-estruturados, como vídeos, imagens, textos (mensagens). Processar tais
formatos de dados requer o desenvolvimento de tecnologias especializadas.
VERACIDADE
Refere-se à obtenção de dados verídicos. O conceito de velocidade está alinhado com o
conceito de veracidade, pois os dados devem ser analisados em tempo real. Ou seja, os
dados devem ser analisados de forma constante para dar veracidade à análise.
VALOR
Refere-se ao valor agregado ao processo: coleta, armazenamento e análise dados. Em
outras palavras, o processo de análise de dados pode gerar novos conhecimentos e valor
para a indústria.
BIG DATA ANALYTICS
Tirar o melhor proveito do Big Data requer a capacidade de tratamento desses dados.
Esse processo pode ser definido como Big Data Analytics, formado por métodos de
gestão, técnicas de processamento, mineração de dados e descoberta de conhecimento,
inclusive com o uso da Inteligência Artificial.
Conheça uma proposta de processo de Big Data Analytics:
1 - Estabelecer questionamentos
A primeira coisa a fazer é estabelecer as perguntas para as quais buscaremos respostas.
Normalmente, essa formulação acontece em dois estágios: em Adquirir Dados (2) e em
Realizar modelo (4), no qual as perguntas são refinadas.

2 - Adquirir dados
Nessa etapa, são consultadas diversas fontes de dados a fim de estabelecer os elementos
da análise.
3 - Limpar dados
Essa etapa consiste na aplicação de técnicas de limpeza de dados (data cleaning), com
o objetivo de detectar e sanar imperfeições nos dados coletados. Isso porque nem todos
os dados coletados são necessários para responder ao questionamento estabelecido. Pois
podem conter informações irrelevantes, duplicadas ou em formato inapropriado para o
modelo.

4 - Realizar modelo
Se os dados coletados apresentarem formato adequado para a resolução do problema,
serão transformados em uma semântica que permita ao analista de dados proceder com
a análise. Nesse estágio, os dados são agrupados, formatados e/ou transformados para
os métodos analíticos, normalmente empregando técnicas de aprendizagem de máquina.

5 - Analisar dados
Esse é considerado o passo fundamental do processo. É nesse estágio que, com uso de
técnicas estatísticas, de manipulação de dados e de aprendizado de máquina, os dados
são transformados em conhecimento.

6 - Apresentar
Os resultados dos métodos analíticos são compostos por diversos elementos e a sua
compreensão não é imediata e de fácil assimilação. Por isso, são utilizadas técnicas de
visualização para representar o novo conhecimento de uma maneira coerente e de
fácil compreensão.

7 - Analisar resultados
Nesse momento, as considerações sobre os resultados obtidos são apresentadas por
meio de um conjunto de relatórios que descrevem o processo realizado e
as descobertas geradas ao longo das etapas anteriores.

8 - Refinar o problema
Normalmente, o processo de Big Data Analytics busca a melhoria contínua e o
aperfeiçoamento das análises. Dessa forma, nesse estágio o problema é refinado, seja
para novos questionamentos ou para maior detalhamento do problema abordado.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Você viu que na análise de dados são empregadas técnicas de aprendizagem de
máquina, ou seja, inteligência artificial. Mas, você sabe o que é inteligência artificial e
como ela surgiu?
Na década de 1950, pesquisadores descobriram que ao descrever as ações humanas por
meio de uma série de deduções e lógicas matemáticas, seria possível programar o
computador para realizar estas operações, simulando a inteligência humana. A esta linha
de pesquisa deu-se o nome de Inteligência Artificial (AI, do inglês Artificial
Intelligence), que desde sua criação tem se buscado fazer com que os computadores
simulem a forma de pensar e agir dos seres humanos, modelando elementos como ações
reativas e até sentimentos.
Para melhor compreender os objetivos da Inteligência Artificial, conheça o teste
proposto em 1950 por Alan Turing, conhecido com o pai da computação.

No teste de Turing, um humano (interrogador) utiliza um teclado para fazer perguntas a


duas entidades ocultas: outro humano e um computador.
As respostas são fornecidas pelo computador e pelo humano, sendo que o computador é
programado para simular o papel do humano, enquanto que o humano deve responder
de maneira a confirmar a sua condição. Cabe ao interrogador distinguir qual das
respostas foi enviada pelo humano.
A Inteligência Artificial do computador será aprovada se o interrogador não conseguir
distinguir quais respostas foram fornecidas pelo humano e quais foram fornecidas pelo
computador.
Para Turing, o comportamento inteligente de uma máquina é expresso pela habilidade
de obter o desempenho humano em todas as tarefas cognitivas, podendo,
assim, enganar um interrogador humano. Nenhum computador foi aprovado nesse
teste, pois, para isso, seria necessário uma máquina com diversas habilidades, dentre as
quais destacamos:
 Processamento de linguagem natural de modo a permitir que uma máquina
compreenda e se comunique em uma linguagem humana;
 Representação do conhecimento, permitindo ao computador armazenar
informações antes e/ou durante o interrogatório;
 Raciocínio automatizado para utilizar a informação armazenada para
responder às questões, assim como obter novas conclusões a partir dos
fatos adicionados a cada interrogatório;
 Aprendizado de máquina para se adaptar às circunstâncias, detectar e
extrapolar padrões;
 Visão computacional para reconhecer possíveis imagens ou objetos
utilizados no interrogatório; e
 Robótica para atuar na percepção e para manipular objetos.
MINERAÇÃO DE DADOS
O que Turing propôs foi um desafio e tanto na área da computação, pois desenvolver
todas essas habilidades requer conhecimento provenientes de múltiplas áreas. Dessa
forma, o que se viu ao longo da história da Inteligência Artificial foi o desenvolvimento
isolado de cada habilidade, sem ter o teste de Turing com foco.
Em relação ao Big Data, a Inteligência Artificial contribuiu com a construção de
modelos computacionais para análise e descoberta de padrões em grandes conjuntos de
dados. A área da Inteligência Artificial que mais se relaciona a tais processos é
denominada Aprendizagem de Máquina, com a subárea Mineração de Dados (em
inglês, Data Mining).
Por meio das técnicas de mineração é possível obter dados, normalmente, na forma de
regras lógicas ou predições computacionais, que irão subsidiar um processo de tomada
de decisão. Exemplo disso são as aplicações que buscam
fazer previsões (denominadas modelagens preditivas), descobrir novos
padrões ou associações (denominadas modelagens descritivas), refinar
agrupamentos por critérios de semelhança ou compreender anomalias de
comportamento.
As técnicas de mineração de dados podem variar de acordo com o objetivo da pesquisa.
Clique nos ícones e conheça as principais técnicas de mineração de dados:
ASSOCIAÇÃO
O objetivo dessa técnica é encontrar regras de associação entre itens que ocorrem
simultaneamente. Por exemplo, um conjunto de dados das vendas anuais de uma rede de
supermercados possui todos os itens que foram comprados por uma pessoa, a data/hora
da compra e o sexo do cliente. Por meio de regras de associação pode-se compreender
quais itens são comprados em conjunto (sempre que os clientes compram o item X,
também compram o item Y: sabão lava-roupas e amaciante, por exemplo). Com isso, a
rede de supermercados pode compreender fenômenos de associação e colocar os
produtos lado a lado nas prateleiras a fim de garantir a continuidade desse
comportamento.
CLASSIFICAÇÃO
As técnicas de classificação são utilizadas para predizer possíveis valores (classes) a
partir de uma série de exemplos previamente rotulados.
Por exemplo, em um conjunto de dados provenientes de sensores instalados em
máquinas da linha de produção de automóveis, os dados foram rotulados para dizer se o
produto apresentará problemas na etapa de controle de qualidade. Observe a tabela:
Sensor 1 Sensor 2 Sensor 3 Sensor 4 Sensor 5 Problemas
1.0 0.5 0.3 0.2 1.8 SIM
0.5 0.5 1.0 0.5 0.5 NÃO
1.0 0.5 0.25 0.34 0.24 SIM
0.0 1.0 0.7 0.5 0.3 NÃO

Nessa tabela, a classe “Problemas” é o rótulo de cada linha do conjunto de dados. A


tarefa de classificação é predizer qual será o resultado da classe quando da análise de
outros dados, como abaixo. Quando o sensor 1 está com 0,5, o sensor 2 com 0,8 e o
sensor 3 com 0,9 haverá problema ou não?
Sensor 1 Sensor 2 Sensor 3 Sensor 4 Sensor 5 Problemas
0.5 0.8 0.9 0.2 1.5 ???
0.3 0.4 0.5 0.1 0.7 ???

Veja, na imagem, o processo de classificação. Um algoritmo de classificação é utilizado


para rotular um novo dado a partir de um conjunto de dados previamente rotulados.

AGRUPAMENTO
As técnicas de agrupamento consistem em segmentar em subgrupos um conjunto de
registros a partir da similaridade de seus atributos.
Observe a ilustração que mostra dados não rotulados. No processamento, os padrões são
detectados e os dados são rotulados. Em seguida, um algoritmo de agrupamento é
utilizado para agrupar um conjunto de dados a partir do conceito de similaridade entre
os dados.

BIG DATA NA INDÚSTRIA 4.0


Big Data e Inteligência Artificial podem ser utilizados no contexto da Indústria 4.0 por
meio da leitura de dados gerados por dispositivos e sensores, bases
históricas de downtime, além de alertas de manutenção preventiva.
Os dados coletados a partir de dispositivos e sensores podem ser utilizados em
processos analíticos, integrados com bases externas, ou utilizados por algoritmos de
mineração de dados. Os algoritmos utilizados podem fornecer predições ou novos
conhecimentos que auxiliarão na redução de defeitos, na otimização da matéria-prima e
da energia elétrica, assim como para definir a melhor configuração do ambiente
produtivo para atender flutuações do mercado.

Esse processo ajuda a empresa a ser ágil na tomada de decisão em resposta aos eventos
da planta e às demandas do mercado, e a aprender com as ações tomadas, as reações de
sua cadeia de valor e decisões tomadas no processo.

1. Os dados proveniente de sensores em equipamentos são armazenados e processados


com uso de tecnologias de Big Data e Computação em Nuvem. No armazenamento, é
importante observar a segurança de dados e informações.
2. Os dados passam por um processo analítico, com o uso de inteligência artificial, e são
incorporados dados de outras fontes como clientes e fornecedores, por exemplo.
3. A análise avançada gera novas informações e conhecimentos, os chamados dados
inteligentes (Smart Data).
4. Com esse processo, há economia de insumos, redução dos defeitos e adaptação à
demanda, graças a capacidade analítica que o ambiente proporciona.
NA PRÁTICA
Para melhor entender a aplicação do Big Data, conheça um exemplo da indústria
automotiva. Em seguida, reflita sobre como a sua empresa pode se beneficiar da
coleta e análise dos dados gerados nos processos da empresa e de suas cadeias
produtiva e de valor.

A indústria automotiva vem se beneficiando das novas tecnologias tanto para melhorar a
experiência de condução do motorista como para otimizar os processos de produção.
Por exemplo, sensores instalados no veículo coletam e enviam dados sobre o
desempenho do automóvel...

... tanto para o motorista ...


. como para o fabricante do veículo.

O fabricante pode usar os dados coletados para avisar o motorista sobre a necessidade
de manutenção no veículo, com sugestão de data e local para essa manutenção...
... ao mesmo tempo, o fabricante aciona o concessionário mais próximo do cliente a fim
de que a oficina se prepare para realizar a manutenção do veículo.

Os dados coletados ainda podem ser usados para otimizar a linha de produção, com
peças ou acessórios mais demandados...
... Ou para aprimorar os projetos de novas versões do veículo ou de outros modelos.

Com isso, o fabricante, o motorista e o concessionário se beneficiam do uso da


tecnologia.

Módulo 4
Nesse módulo, você conheceu o conceito de Big Data, as etapas do processo de análise
de dados, no Big Data Analytics, e os conceitos de Inteligência Artificial e Mineração
de Dados.
Você viu, também, como Big Data e Inteligência Artificial podem ser utilizados no
contexto da Indústria 4.0 para promover redução de defeitos, a otimização da matéria-
prima e da energia elétrica, assim como para definir a melhor configuração do ambiente
produtivo para atender flutuações do mercado.
No próximo módulo, você vai conhecer o conceito de Robótica Avançada, suas
tecnologias e aplicações.
Avance para continuar seus estudos.
Módulo 05

ROBÓTICA AVANÇADA
Neste módulo, você conhecerá a Robótica Avançada e sua aplicação. Também,
conhecerá a composição, as características e os tipos de robôs, bem como sua aplicação
dentro e fora da indústria.
Esperamos que ao final de seus estudos, você consiga selecionar o robô mais adequado
a cada tipo de trabalho e tenha entendido como esta tecnologia contribui para tornar a
indústria ágil.

O QUE É ROBÓTICA
Robótica é o uso dos robôs para a execução de atividades, em substituição do ser
humano em locais insalubres e em atividades que possam colocar em risco a
saúde do homem.
A utilização da robótica requer conhecimentos de mecânica (pneumática,
hidráulica, cinemática), eletrônica (sensores e atuadores), softwares e
programação (Microcontroladores e CLP – Controladores lógicos Programáveis).

Mas, o que são robôs?


Segundo a Robotics Industries Association – RIA (2017),
[...] um Robô é um dispositivo automático com conexões de
realimentação (feedback) entre os sensores, atuadores e o ambiente sem que
haja a ação de controle direto do ser humano para a realização das tarefas.
No setor industrial, os robôs vêm contribuindo com o aumento da produtividade
e da qualidade dos produtos, melhorias na saúde e segurança do trabalhador,
redução do consumo de energia e de insumos.
O robô industrial é definido por Norma ISO como uma máquina
multifuncional, que pode ter base fixa ou móvel, e ser usada em aplicações de
automação industrial. Ele pode ser controlado automaticamente e ser usado para
manipulação, com vários graus de liberdade. Pode, ainda, ser usado em ações
colaborativas com seres humanos. Por exemplo, um robô que segura uma carga
enquanto um operador humano a fixa a uma plataforma
A Robótica também se dedica à pesquisa e à construção de robôs que se movem
em seus ambientes de maneira automática. Os robôs móveis, também conhecidos
como AGV (Automatic Guided Vehicle), são veículos que se movimentam de
forma automática, dispensando o auxílio de operadores. Esta área é chamada de
Robótica Móvel.

Cerca de 90% dos robôs industriais são do tipo manipuladores que podem realizar
diversas atividades e também são os mais utilizados nas indústrias. Os AVG também
começam a ter aplicação na área industrial.
Observe a projeção de uso desses robôs nos próximos anos e o potencial que o Brasil
tem para desenvolver e aplicar essa tecnologia no campo da Indústria 4.0:

COMPOSIÇÃO DOS ROBÔS


Os componentes de um robô podem ser subdivididos, basicamente, em 7 grandes
grupos:
 Estrutura
 Manipuladores
 Atuadores
 Controladores
 Fonte de energia
 Transmissão
 Sensores
Para melhor compreender a composição dos robôs, clique nos pontos em
destaque e observe a comparação entre um ser humano e um robô:

Sensores
Podem ser comparados aos nossos cinco sentidos. São responsáveis por coletar
informações do ambiente para que o robô as utilize para tomar decisões baseadas em
sua programação. Para esta interação, são utilizados sensores que podem ser do tipo
termopar (temperatura), GPS (localização), piezoelétrico (pressão), ultrassom
(proximidade), ccd ou cmos (imagem), entre outros.

Manipuladores
São como os nossos membros, por exemplo, braço, antebraço e mão que são
responsáveis por manipular objetos.
Transmissão
Equivalente ao nosso sistema circulatório. É responsável por levar energia e informação
aos diversos pontos do sistema. É basicamente composta por fios, na transmissão de
sinais elétricos, e tubos para transmissão de energia pneumática ou hidráulica.

Atuadores
São responsáveis pelo movimento do robô, assim como nossos músculos. Os atuadores
podem ser elétricos, pneumáticos e hidráulicos.

Estrutura
Pode ser comprada ao nosso esqueleto, pois ela é a responsável por dar sustentação ao
robô e auxiliar os seu movimentos.
Controladores
São o sistema nervoso responsável por tomar as decisões previamente programadas.
São, basicamente, um computador que pode ser programado para repetir ações.

Fonte de energia
Como o alimento para nós, a fonte de energia do robô é responsável por garantir energia
para as atividades. As principais fontes são:
 Elétrica: via cabo ou bateria.
 Pneumática: ar comprimido.
 Hidráulica: utiliza o movimento do fluido hidráulico para produzir
movimentos.

SAIBA MAIS.
Para saber mais sobre a composição e o funcionamento dos robôs, visite os endereços
abaixo.
Atuadores que funcionam como os músculos humanos:
https://www.youtube.com/watch?v=2iG1ybuchx0
Robôs com inteligência artificial, preparados para aprender e tomar decisões com base
em suas experiências:
https://www.youtube.com/watch?v=5nCVE76LqZQ
Principais tipos de sensores:
https://www.citisystems.com.br/sensor-voce-sabe-que-quais-tipos/

CLASSIFICAÇÃO DOS ROBÔS


MANIPULADORES
Classificação por sua estrutura cinemática
Os robôs são classificados de acordo com a configuração que lhes fornecem
graus de liberdade. Ou seja, as possibilidades de deslocamentos lineares e
angulares de suas partes para a execução de atividades:
 Robô de Coordenadas Cartesianas ou Pórtico;
 Robô Articulado ou Antropomórfico;
 Robô Paralelo ou Delta.
Clique nas setas para conhecer mais sobre os tipos de robôs.
Robô de Coordenadas Cartesianas ou Pórtico
É um Robô industrial cujos três eixos principais de controle são lineares
(movem-se em linha reta ao invés de girarem). Seus eixos estão em ângulos retos
entre si. Muito utilizado para a manipulação e posicionamento de objetos em
superfícies planas, com paradas muito precisas. Por se tratarem de robôs bastante
robustos estruturalmente, no universo da Indústria 4.0 são muito utilizados
em magazines verticais e em movimentação de cargas.

SAIBA MAIS.
Assista ao vídeo para conhecer o funcionamento de
um robô cartesiano:
https://www.youtube.com/watch?v=mME-ykrfAYg
Robô de Coordenadas Articulado ou Antropormófico
É um Robô industrial que possui pelo menos 3 eixos de rotação. O eixo de rotação da
base é ortogonal aos dois outros eixos de rotação que são simétricos entre si. Esta
configuração permite maior mobilidade ao robô.
Esse é um dos robôs mais utilizados nos principais processos de fabricação devido a sua
flexibilidade.
SAIBA MAIS.
Assista ao vídeo para conhecer o funcionamento de um
robô de coordenadas articulado:
https://www.youtube.com/watch?v=L2sk4qGY7-I

Robô Paralelo ou Delta


É um Robô industrial constituído de três ou quatro braços e um punho que une-se aos
braços. Muito utilizado para separação, pega e montagem de pequenos componentes.
Suas principais vantagens são a velocidade e a precisão dos movimentos. É utilizado
em linha de produção onde vários Robôs Delta trabalham em conjunto sendo que cada
um executa uma tarefa diferente.

ROBÔS NA INDUSTRIA 4.0


A robótica sozinha, ou aplicada apenas no contexto da automação industrial, se
caracteriza como modelo já estabelecido na 3ª Revolução Industrial.
No contexto da Industria 4.0, considerando o atual cenário econômico e tecnológico, as
empresas têm buscado tecnologias que associadas aumentam expressivamente a
produtividade, a flexibilidade e a agilidade.
Nesse sentido, a robótica se apresenta como uma tecnologia com potenciais ímpares
quando empregada em conjunto com outras tecnologias habilitadoras da indústria 4.0.
Observe, no vídeo, os robôs trabalhando de maneira integrada. O colaborador humano
assume a gestão do processo por meio das tecnologias de comunicação da planta.
Repare que o colaborador humano não tem contato visual com o processo de solda,
mas, quando a peça é finalizada, o robô envia a informação para o outro robô que a
recolhe e a posiciona na esteira.
Em diversas plantas industriais pelo mundo pode-se observar a difusão da robótica com
elementos de outras tecnologias: robôs sendo controlados via internet, com
programações altamente flexíveis e adaptativas para diversos tipos de produtos
presentes na linha produtiva e robôs que não são apenas executores, mas que,
paralelamente à execução, fornecem informações à linha de produção, o que contribui
com o processo de verticalização e integração de toda a cadeia produtiva.
Na indústria 4.0, destacamos os robôs colaborativos que estão adaptados e preparados
para trabalhar de maneira colaborativa e segura com os seres humanos.
Esses robôs são a materialização da interação entre os mundos cyber-físico e biológico;
é a máquina que contribui e aprende com a atividade humana, respeitando e se
adaptando às limitações físicas do homem.
Há, ainda, a presença de robôs movimentadores de carga e AVG. Estes já estavam
presentes na indústria 3.0, ou seja, em plantas com automação. Mas, nesse novo
contexto, esses robôs aprendem, monitoram e se comunicam a todo momento com a
planta, agindo de maneira integrada com a operação da fábrica.
Observe, na planta, a representação do processo de comunicação entre os robôs,
máquinas e sistemas.
Para que essa comunicação seja possível, os sensores, atuadores e softwares enviam e
recebem dados por meio da rede IIoT (Internet Industrial das Coisas).
Nesta planta, você pode perceber que não existe uma central que decide tudo, cada
máquina possui certa autonomia respeitando os parâmetros com os quais foi
programada.
ROBÓTICA AVANÇADA
Na robótica avançada há robôs que permitirão que empresas se tornem cada dia mais
ágeis e que aumentem sua capacidade de aprendizado.
Clique nas setas para conhecê-los.
Robô Autônomo
Robôs autônomos são capazes de operar em ambientes desestruturados sem
contínuo ou explícito controle humano de seus movimentos. Recebem
informações do ambiente, se deslocam de um ponto ao outro sem assistência
humana e evitam situações perigosas para eles e para humanos.
Os robôs aplicados no campo da engenharia espacial são exemplos de robôs
autônomos, pois nestes locais a comunicação pode falhar e eles precisam seguir
com sua missão. Assim, eles precisam ser capazes de operar sem intervenção
humana.
Além disso, os robôs autônomos dentro das indústrias fornecem dados ao sistema
integrado e aumentam a agilidade e a assertividade nas tomadas de decisão.
SAIBA MAIS.
Para conhecer mais aplicações de robôs autônomos, acesse:
https://www.youtube.com/watch?v=S5t6K9iwcdw
https://www.youtube.com/watch?v=3plGzxnrnJk
Robô Colaborativo
O robô colaborativo é uma evolução dos robôs industriais, quando se trata do trabalho
entre máquina e seres humanos. É um robô articulado, dotado de sensores em seus
eixos, de força limitada, projetado para aprender e se adaptar a novas tarefas, conforme
necessário, como se fosse um colega de trabalhohumano.
Isso requer movimento controlado e seguro, habilitado por servo motor e diversos tipos
de sensores implementados em cada eixo rotativo, a fim de operar com segurança ao
lado de seres humanos.
SAIBA MAIS.
Para conhecer mais aplicações de robôs colaborativos, acesse:
https://www.youtube.com/watch?v=oQJpSzgbLy0
Biomimética
Grande parte das invenções humanas foram baseadas nas formas da natureza. Essa
inspiração é chamada de Biomimética. Ao observarem a natureza, os projetistas buscam
soluções para problemas de design, a fim de produzirem robôs capazes de executar
tarefas cada vez mais complexas.
Um exemplo é o projeto de robôs cooperativos móveis, inspirado nos insetos que vivem
em colônias (formigas, abelhas), animais marinhos que vivem em grandes cardumes
(águas-vivas) ou em pássaros que migram em grandes bandos. A ideia é que em um
sistema multirobôs, cada um dos robôs tenha a capacidade de perceber seu
comportamento enquanto grupo e, no contexto, de agir individualmente.
Os desafios das equipes de programação estão concentrados na comunicação e na
interação desses robôs. Ao vencer esses desafios, os cientistas buscam alcançar o
próximo nível – cooperação baseada em animais mais complexos, como bandos de
mamíferos que executam funções coordenadas.
Essas habilidades são muito importantes quando tratamos da indústria. Imagine sistemas
que percebam a necessidade de auxílio e consigam se reagrupar de forma a atender uma
demanda maior ou menor. Isso permite maior agilidade e flexibilidade dentro da
indústria 4.0
SAIBA MAIS.
Conheça mais sobre a biomimética acessando o link:
https://www.youtube.com/watch?v=5uYcXzDbwIk
Sonda espacial
Sondas espaciais são naves espaciais não tripuladas, com autonomia de movimentos,
programadas para a exploração de planetas, satélites, asteroides, cometas e tudo mais
o que se deseja explorar fora da terra. São utilizadas para coletar informações em locais
onde seria muito caro o envio e retorno de um ser humano ou mesmo locais
desconhecidos, e que não seria seguro a exposição de humanos.
A primeira sonda espacial, a Luna 1, foi enviada à Lua, em 1959, pela antiga União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas – URSS, e desde então diversos países enviam sondas
para o espaço a fim de coletar dados que subsidiem suas pesquisas sobre planetas,
asteroides, satélites e cometas.
VOCÊ SABIA?
Que em 2011, o robô Curiosity foi enviado à Marte para explorar o planeta e coletar
informações sobre sua geologia, clima e meio ambiente?
O robô, do tamanho aproximado de um jipe, possui diversas ferramentas embarcadas,
mas as principais estão em um braço que fica guardado enquanto o robô se movimenta.
Assista ao vídeo para saber mais:
https://www.youtube.com/watch?v=oe8X0iJka_M
NA PRÁTICA
Estude os cases e saiba como as empresas estão se beneficiando da Robótica
avançada. Aproveite para pensar de que maneira essa tecnologia pode ser
utilizada na área ou na empresa em que você trabalha.
INDÚSTRIA FARMACÊUTICA
Na Indústria Farmacêutica, os processos demandam alto grau de confiabilidade e
segurança a fim de garantir a qualidade dos produtos. Na fabricação, os
processos assépticos são os mais críticos.
Por isso, são adotados Sistemas Avançados de Processos Assépticos (APP), que
consiste na utilização de robôs para realizar a manipulação e o controle dos
medicamentos.
Esses robôs passaram a ser utilizados depois que um estudo (Whyte, 1998)
identificou que os operadores humanos, mesmo com vestimentas esterilizadas,
geravam, em seus movimentos, partículas, o que causava risco de contaminação
dos medicamentos, na seguinte proporção:
 Humano em estado imóvel: 500.000 partículas por minuto,
 Humano parado, com a cabeça, braços e corpo em movimento: 1.000.000
de partículas por minuto,
 Humano caminhando a 2km/h: 5.000.000 de partículas por minuto.
O APP é composto por sistemas robóticos, braços e manipuladores aliados à
barreiras físicas para eliminar a intervenção direta do operador no processo. O
operador ainda pode fazer pequenos ajustes, utilizando portas de luvas. No
entanto, a operação efetiva só ocorre se o operador estiver em uma distância
segura do processo.
Nessa situação destacamos três elementos importantes:
 O ser humano continua trabalhando na planta. A diferença é agora está em
uma função mais segura, de supervisão.
 A solução promovida pela robótica ultrapassa os limites da fábrica, pois a
assepsia no processo de fabricação de medicamentos beneficia todos os
seres humanos.
 A fábrica passa a ser mais ágil na medida que diminuem os ajustem durante
a execução dos processos.
Adaptado de: STÄUBLI, Robótica na fabricação asséptica de fármacos, 2017.
SAIBA MAIS.
Acesse os vídeos abaixo e veja como os robôs são usados na Indústria
Farmacêutica:
https://www.youtube.com/watch?v=zWQbXKcuN_A
https://www.youtube.com/watch?v=1LV8P2JK_gI

SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA


O Japão, famoso por sua tecnologia, vem apostando na robótica para amenizar
um problema causado pela redução na natalidade e do aumento do número de
pessoas idosas que moram sozinhas ou em lares comunitários.
Os robôs cuidadores, alguns com formas de “ursinhos” e com vozes
infantilizadas, vêm sendo usados como “cuidadores” de pacientes geriátricos.
Além de monitorar os sinais vitais, fazer chamadas telefônicas de emergência,
servir alimentação e lembrar sobre o horário de medicamentos e compromissos,
os robôs interagem, jogam, ensinam, desafiam e divertem esses idosos. O que os
ajuda a manter corpo e mente saudáveis.
Os resultados terapêuticos do uso de robôs são impressionantes e vão desde de
reabilitação física de pacientes à redução de depressão.
Embora o maior investimento na área tenha sido no Japão, os EUA e países da
Europa vêm acelerando o desenvolvimento dos “Carebot”, como são chamados
os robôs cuidadores. Isso porque a preocupação com o isolamento social de
idosos tem sido tema recorrente nos fóruns mundiais de saúde e qualidade de
vida.
Neste case podemos observar o potencial que a robótica possui. Perceba que
estes robôs cuidadores precisaram ser produzidos em grande volume e por
empresas especializadas, com conhecimentos em diversos setores, gerando,
assim, a criação de novos modelos de indústria.
Adaptado de: TARANTOLA, A. Robot caregivers are saving the elderly from lives of
loneliness, 2017.
SAIBA MAIS.
Acesse os vídeos abaixo e veja os Carebots em ação:
https://www.youtube.com/watch?v=RKqwzyC9O1k
https://www.youtube.com/watch?v=3csjRY8tGoI&feature=youtu.be
Módulo 5
Neste módulo, você conheceu o conceito de robótica avançada, a composição e os tipos
de robôs.
Você viu que a estrutura dos robôs foi inspirada na estrutura do ser humano e que um
robô é composto por, basicamente, estrutura, sistema de sensoriamento, sistema de
energia, sistema de controle e sistema de manipulação.
Você conheceu os tipos de robôs e suas aplicações tanto na indústria como no dia a dia
das pessoas.
Além disso, pôde perceber como a robótica avançada tem permitido que indústrias se
tornem ágeis e competitivas.
No próximo módulo, você vai conhecer o conceito de Manufatura Aditiva, suas
tecnologias e aplicações.
Avance para continuar seus estudos.
Módulo 06

MANUFATURA ADITIVA
Neste módulo, você conhecerá o conceito de manufatura aditiva, suas principais
tecnologias, características e aplicações. E verá como esse processo contribui para
tornar a indústria mais ágil.
Esperamos que ao final de seus estudos, você seja capaz de identificar as principais
tecnologias utilizadas na manufatura aditiva e os benefícios desse processo em relação à
manufatura por usinagem.
O QUE É MANUFATURA ADITIVA
A indústria aplica diversos métodos de fabricação. Um dos mais utilizados na produção
é a usinagem, que aplica a técnica de manufatura por remoção de material. Nessa
técnica, o material é extraído do bloco até se chegar à forma do produto esperado. Ela
pode ser realizada manualmente, por exemplo: limar, cortar, alargar, ou com o auxílio
de máquinas operatrizes como torno mecânico e fresadora.
Observe, no vídeo a seguir, como este processo é realizado em um centro de usinagem:
Já a manufatura aditiva é um processo de sobreposição de material para criar objetos a
partir de dados de um modelo virtual tridimensional, usualmente a adição da matéria-
prima ocorre em camada sobre camada.
Observe, no vídeo a seguir, como este processo é realizado em impressora 3D:
Além de manufatura aditiva, outros termos são utilizados para definir esse processo:
impressão 3D, fabricação aditiva, processo aditivo, técnicas aditivas, manufatura aditiva
por camadas, manufatura por camadas.

PROCESSO DE MANUFATURA ADITIVA


Popularmente, a manufatura aditiva é conhecida como impressão 3D, devido ao fato de
a tecnologia ser vista como um hardware de impressão que imprime em três dimensões,
e prototipagem rápida, devido à grande aplicação da tecnologia na produção de
protótipos.
Observe a imagem e veja que cada fatia é como uma folha de papel e em cada folha será
impressa a geometria da peça naquela posição.

Saiba mais!
Segundo o dicionário Michaelis,
Manufatura é:
1- Ato ou efeito de manufaturar, de fabricar ou produzir; manufaturação.
2- Trabalho realizado à mão ou em máquina caseira.
O termo Manufatura Aditiva surgiu em 2010, quando a Sociedade Americana de
Ensaios e Materiais - ASTM - American Society for Testing and Materials, definiu o
nome desse processo produtivo para melhor descrever os potencias dessa tecnologia.
O conceito produtivo da manufatura aditiva é inovador, pois ao invés de extrair
material, como na subtrativa, ele é depositado e fixado, camada por camada. Além
disso, a espessura da camada depende da capacidade e da tecnologia do equipamento de
impressão.
A forma correta do depósito das camadas é especificada no modelo 3D, em três
dimensões, que é feito em softwares específicos de desenho, que podem ser AutoCad,
Catia, Inventor, Solidwork, Sketchup, 3ds Max, Meshmixer, TinkerCAD, entre outros.
Observe a representação dos processos:
Manufatura subtrativa Manufatura aditiva
Saiba mais!
A tecnologia de prototipagem rápida foi introduzida no mercado no fim da década de
1980. A partir de então, o desenvolvimento de novas tecnologias de impressão
proporcionou maior precisão dos movimentos e maior resolução dos desenhos. Com
isso, a partir dos anos 2.000, peças mais complexas e com maior precisão começaram a
ser produzidas.
Vale lembrar que existem várias tecnologias de prototipagem, e a chamada manufatura
aditiva não é a evolução do processo e sim um dos tipos. Para cada manufatura existe
um processo que melhor se adequa à necessidade de produção.
IMPRESSÃO EM 3D
Com a evolução das tecnologias, também no que se refere aos materiais que podem ser
empregados, setores como o médico, odontológico, automobilístico, aeroespacial e
bélico conseguem atender demandas muito específicas como a necessidade de
customização, redução de massa (peso) e aumento da velocidade de fornecimento.

Além disso, a manufatura aditiva vem sendo usada em outras áreas industriais devido à
sua capacidade de produzir peças de geometrias complexas.
Acompanhe o processo produtivo com impressão 3D, ou seja, a manufatura aditiva.
Clique sobre os números.
O primeiro passo consiste em desenhar o produto em um software de
modelagem 3D, respeitando as condições mecânicas do produto.
Converter o arquivo (desenho) para um formato aceito pela impressora (por
exemplo, extensão STL ou IGS).

IMPRIMIR O PRODUTO.
Observe que antes da impressão, foram selecionados os materiais que serão
utilizados como base do produto e o acabamento que será dado à peça. Essa escolha
determina a resistência do produto de acordo com a sua aplicação.

DAR ACABAMENTO AO PRODUTO.


Retirar suportes, rebarbas e finalizar os processos de cura e/ou sinterização.

O tipo de acabamento do produto dependerá da tecnologia utilizada na


impressão. Nas próximas telas, você conhecerá mais sobre o acabamento.
PRINCIPAIS TECNOLOGIAS DA
MANUFATURA ADITIVA
Como você viu, a capacidade de produzir geometrias complexas é um dos grandes
diferenciais da manufatura aditiva. Além disso, essa tecnologia permite produzir peças
mais leves, com resistência mecânica igual, ou superior, as peças produzidas por
métodos produtivos convencionais.
Com a manufatura aditiva também é possível reduzir o número de ferramentas e
dispositivos necessários para a produção, pois todas as informações do produto estão em
um arquivo digital que pode ser armazenado tanto localmente como na nuvem.
Entre os benefícios proporcionados pela manufatura aditiva estão:
 Agilidade na customização em massa;
 Facilidade na produção de geometrias complexas;
 Baixo custo de armazenamento das matrizes;
 Velocidade de produção (projeto e produto).
Na customização em massa, por exemplo, essa tecnologia permite mudanças no produto
a cada peça produzida, o que garante à empresa flexibilidade e agilidade no atendimento
às demandas do mercado.
Veja exemplos de produtos manufaturados com essa tecnologia:
Veja abaixo as principais tecnologias utilizadas na manufatura aditiva:
Modelagem por Fusão e Deposição - Fused Deposition
Modeling (FDM)
Este é o método mais difundido de impressão 3D. Nele é utilizada uma bobina de
filamento, em geral polimérico. O equipamento conduz o filamento até um bico de
extrusão que controla a deposição e a fusão do material em camadas. Para que a
deposição aconteça em todos os pontos, esse bico possui um sistema de movimentação
que permite o seu movimento em X, Y, Z. Com isso, ele pode ser movimentado
lateralmente, para cima e para baixo, conforme as necessidades de produção.
Esse é também um dos métodos mais lentos da manufatura aditiva.

Os equipamentos com esta tecnologia são facilmente encontrados em laboratórios de


experimentos e fabricação colaborativa (FabLabs), pois essa é umas das tecnologias
mais baratas para impressão 3D. No entanto, também encontramos estas máquinas em
plantas industriais devido à sua alta flexibilidade e possibilidade de produção com
precisão.
O acabamento dos produtos oriundos desse processo consiste, basicamente, em retirar
os suportes gerados pela impressora para dar sustentação ao produto impresso.
Estereolitografia - Stereolithography Aparattus (SLA)
Nesse processo são utilizadas resinas líquidas que se solidificam, camada por camada,
para formar o objeto. A solidificação acontece por meio da emissão precisa e pontual de
um laser. Conforme o laser percorre o caminho definido pelo software, a resina se
solidifica criando a camada. Assim, a plataforma de impressão vertical desce um nível,
permitindo que a resina se sobreponha ao produto criando uma nova camada líquida, no
qual o processo pode ser repetido.
O acabamento nesse processo consiste em limpar o produto, retirando a resina
sobressalente, e colocá-lo em um forno específico para a cura total da resina.
Embora esse seja um dos métodos mais precisos do mercado, em geral seus produtos
precisam de tratamento posterior devido à sua fragilidade.

Saiba mais!
Assista ao vídeo para saber como esse processo ocorre:
https://www.youtube.com/watch?v=uCrczfO0s8Q
Estereolitografia por Processamento de Luz Digital - Digital
Light Processing (DLP)
Esse método também funciona com uma resina líquida. A diferença entre esse e o SLA
é que ao invés da cura acontecer por um feixe de laser, ela ocorre com a utilização da
luz. A luz é projetada pela parte inferior do tanque e o produto vai sendo retirado do
tanque, o que faz parecer que um objeto sólido está sendo retirado de um meio líquido.
O processo de acabamento da esteriolitografia acontece em 3 fases: limpeza da resina
líquida que resta no produto, retirada dos suportes e, em muitos casos, a colocação do
produto em uma câmara de calor ou de luz para concluir a cura da resina.

Sinterização a laser - Selective Laser Sintering (SLS)


Esse método utiliza dióxido de carbono a laser para sinterizar pós poliméricos e outros
compósitos, criando, assim, camadas precisas de material sólido.
Com essa técnica é possível processar polímeros, cerâmicas e areia de fundição e criar,
diretamente na impressora 3D, produtos ou moldes para fundição de produtos em metal.

Como finalização, esse processo exige apenas a extração do produto do tanque de


impressão e algum pequeno acabamento superficial.
Saiba mais!
Assista ao vídeo para saber como esse processo ocorre:
https://www.youtube.com/watch?v=9E5MfBAV_tA&t=35s
Sinterização Direta de Metal Por Laser – Direct Metal Laser
Sintering (DMLS)
A Sinterização direta de metal por laser é um dos métodos mais revolucionários por ser
capaz de sinterizar pós metálicos e por apresentar acabamento e resistência mecânica
similares a de processos como forjamento e usinagem. Essa técnica vem sendo utilizada
nas indústrias aeroespacial e médica, além de outros segmentos.

Esse processo é semelhante ao SLS. As principais diferenças são a capacidade


do laser utilizado e o sistema de focalização do laser.
Na indústria aeroespacial, é usada em centenas de aplicações, de componentes de
turbinas a partes de cintos. Isso porque essa tecnologia permite produzir peças com a
mesma resistência mecânica das peças produzidas por meio de processos tradicionais,
porém com design mais orgânico e mais leve (redução em 1/3 do peso).
Saiba mais!
Conheça mais sobre este processo no vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=05XblUnwzNM
Estudo da consultoria estadunidense Wohler Associates indica que os negócios
com impressoras 3D movimentaram US$ 5,1 bilhões no mundo em 2016, uma
evolução de 30% em comparação com 2015. Até 2020, a estimativa é que a cifra
chegue a R$ 21 bilhões. Outra consultoria, a Gartner, aponta que em 2016 existiam
455,7 mil unidades de impressão 3D no mundo. Estima que em 2020 esse número
chegue a 6,7 milhões.
NA PRÁTICA
Leia o case e saiba como as empresas estão se beneficiando da Manufatura
Aditiva. Aproveite para pensar de que maneira essa tecnologia pode ser utilizada
na área ou na empresa em que você trabalha.
Otimização na Manufatura
Normalmente, os blocos hidráulicos são produzidos por usinagem. São compostos por
aço inox ou liga de alumínio, usinados e, posteriormente, furados de forma a criar a
passagem para os fluidos. Devido ao seu design curvilíneo, após as furações, é
necessária aplicação de tampões em alguns pontos, a fim de garantir o caminho ideal
para o fluido. Esse processo, além de consumir bastante matéria-prima, requer adição de
material para os tampões e ferramental específico no processo de furação.
Com o desafio de reprojetar um coletor de bloco hidráulico a fim de reduzir a massa do
bloco, uma empresa especializada em usinagem de precisão utilizou a manufatura
aditiva. Durante o processo, verificou-se a possibilidade de otimizar o percurso para
aumentar a eficiência do fluxo de fluidos.
No novo projeto, o bloco produzidos por manufatura aditiva proporcionou:
 Aumento da eficiência do fluxo de fluidos em até 60%;
 Redução expressiva de massa em até 79%;
 Redução das ferramentas e dispositivos;
 Liberdade total de projeto e flexibilidade de adaptações;
 Construção de peça única, menos oportunidades para os defeitos;
 Compatibilidade com o projeto anterior.
Resumo dos resultados:
Volume Massa
Manufatura Material
(cm³) (Kg)
Coletor hidráulico (Projeto original - Liga de
9600 25,6
Usinagem) alumínio
Projeto para 1ª iteração (Manufatura Liga de 4650 (-
12,3
Aditiva) alumínio 52%)
Projeto para 2ª iteração Aço inoxidável 2040 (-
16,3
(Manufatura Aditiva) 316L 79%)

RECAPITULANDO
Módulo 6
Nesse módulo, você viu o que é Manufatura Aditiva e conheceu as principais
tecnologias aplicadas na impressão 3D.
Você viu que a escolha da tecnologia está intimamente ligada à aplicação, ou
seja, ao produto que se pretende fabricar, considerando, dentre outras coisas,
custo, prazo e volume de produção.
Conheceu as vantagens do uso da Manufatura Aditiva em comparação ao
processo de produção por usinagem e como ela pode contribuir para que sua
empresa seja mais competitiva e ágil no atendimento as demandas de seus
clientes.
No próximo módulo, você vai conhecer o conceito de Manufatura Digital, suas
tecnologias e aplicações.
Avance para continuar seus estudos.
Módulo 07

MANUFATURA DIGITAL
Neste módulo, você conhecerá o processo de manufatura digital, os conceitos de
comissionamento virtual, realidade aumentada e de realidade virtual, e verá as etapas de
virtualização do produto, dos equipamentos e da célula.
Esperamos que ao final desse módulo, você tenha entendido como essas tecnologias
contribuem para tornar a indústria ágil na implantação de projetos e na tomada de
decisão, e possa listar o passo a passo para preparar a empresa para o uso das
tecnologias habilitadoras da indústria 4.0.

O QUE É MANUFATURA DIGITAL


Manufatura Digital é a utilização de ferramentas e softwares de modelagem
tridimensional desde o produto até o processo produtivo. Com o uso dessas ferramentas,
é possível realizar análises e simulações a fim de identificar melhorias e otimização dos
processos de manufatura em estudo.
O ciclo de um processo da Manufatura Digital engloba os conceitos de Planejar,
Simular e Validar. Ou seja, o planejamento eficiente do processo, a simulação do
processo em ambiente virtual e a validação dos resultados simulados com base nas
metas de produção.
Esse ciclo traz as seguintes vantagens para a indústria:
 Otimização do planejamento do processo e, consequentemente, a redução
dos custos;
 Redução do tempo de startup (entrada em produção) do processo em
desenvolvimento;
 Redução dos custos de protótipos e melhoria da qualidade com a utilização
de modelos digitais (Digital Mockup) e simulação das linhas de
manufatura;
 Integração das fases de desenvolvimento do projeto (Engenharia
Simultânea) devido a possibilidade de trabalho colaborativo entre as
equipes de projeto do produto e de planejamento da produção;
 Validação dos processos de manufatura devido a utilização de simulações e
análise dos resultados com a implementação das melhorias antes do início
da produção.
Todas essas vantagens fazem com que a empresa tenha melhor poder de resposta
em relação às demandas de mercado e por consequência seja ágil em seus
processos.
Saiba mais!
O desenvolvimento da Manufatura Digital teve origem em conceitos tais como:
 Desenho para a Manufaturabilidade - DFM;
 Manufatura Integrada;
 Manufatura Flexível;
 Lean Manufacuring;
 Desenho e Colaboração de Processos.

As etapas de desenvolvimento da manufatura digital requerem recursos de informática


com máquinas de engenharia, softwares específicos e recursos humanos com alto grau
de conhecimento nas áreas de desenvolvimento. Acompanhe a seguir.
DESENVOLVIMENTO DA MANUFATURA
DIGITAL
Para desenvolver o modelo de um processo de manufatura a ser simulado é necessário
construir cada uma das etapas:
Clique nas abas.
MODELO VIRTUAL TRIDIMENSIONAL DO PRODUTO
O modelo virtual tridimensional do produto a ser produzido, conhecendo suas
partes e os processos de fabricação e montagem. Nesta fase é possível simular o
funcionamento cinemático do produto (caso exista) e as resistências mecânicas
de seus componentes com relação aos esforços aplicados em seu uso final.

MODELO VIRTUAL DOS EQUIPAMENTOS


O modelo virtual dos equipamentos necessários ao processo e a aplicação da
cinemática de suas partes. Caso o equipamento seja uma máquina de usinagem
CNC, será possível implementar na máquina um pós-processador de forma a
simular os processos de usinagens, levando em conta todas as características de
usinagem no modelo.
Geralmente, os modelos de robôs podem ser fornecidos pelos fabricantes ou
adquiridos nas bibliotecas dos softwares.
MODELO VIRTUAL DA CÉLULA
O modelo virtual da célula ou processo de manufatura utilizando os
equipamentos, dispositivo, máquinas, robôs e infraestrutura como bancadas,
áreas de armazenamento, esteiras etc.

MODELOS VIRTUAIS
Como você viu, a construção de um modelo virtual compreende várias etapas e permite
diversas simulações. Clique nas abaspara conhecer os detalhes de cada uma das etapas
de virtualização:
PROJETOS DE ENGENHARIA
A modelagem tridimensional do produto contempla o produto e seus
componentes, levando em conta a geometria e suas dimensões. Nesta etapa,
existe a possibilidade de análise das interferências de montagem do conjunto,
com base nos requisitos do projeto, e a análise cinemática do movimentos das
peças quanto aos graus de liberdade e de deslocamento funcional.
O modelo proporciona a representação em vista explodida, o que permite criar
procedimentos de montagem e desmontagem do produto para manutenção, fornecendo
detalhes visuais inclusive com movimento entre as peças.
SIMULAÇÕES DE ENGENHARIA
Com base nas características geométricas da peça, nas características do material
e nas condições de fixação, assim como no esforço atuante, é possível efetuar
simulações cujos resultados fornecerão indicadores para aprovação ou
reprovação da peça (ou produto) de acordo com a condição de uso em estudo.
Geralmente, os modelos virtuais de análise são validados com ensaios das
condições reais de uso.

A grande vantagem dos ensaios virtuais é que erros de projeto podem ser
detectados nesta fase. Desta forma, a utilização de ensaios de protótipos reais cai
drasticamente e, consequentemente, o custo do projeto. Há, ainda, o aumento da
qualidade dos componentes analisados.
SIMULAÇÕES DE USINAGEM CNC
As simulações dos processos de usinagem possibilitam avaliar as melhores
estratégias de usinagens, ferramentas, parâmetro, possibilidades de colisões para
máquinas em CNC dos tipos Tornos, Centros de torneamento, Centros de
usinagens 2, 3 e 5 eixos.
Após a simulação de usinagem, o programa CNC é gerado automaticamente.
Esse programa será enviado à máquina CNC para a execução da operação.
Observe nas ilustrações:
Simulação de usinagem Geração do programa Usinagem real conforme
programa gerado

SIMULAÇÕES ROBÓTICAS
As simulações dos processos robóticos possibilitam analisar as melhores
estratégias de movimentação e atuação das ferramentas terminais (garras) durante
o processo. Permite identificar as possibilidades de colisões com elementos do
próprio processo, assim como em processos anterior ou posterior numa
integração com diversos módulos fabris. Após o teste e a análise, toda a
programação gerada na simulação virtual poderá ser transmitida ao processo real.
Caso se planeje alterações no processo, estas poderão ser simuladas virtualmente
e retransmitidas sem a necessidade de parada do processo produtivo.

Simulação Robótica Geração do programa Operação robótica conforme


programa gerado
SIMULAÇÕES DOS PROCESSOS PRODUTIVOS
Nas simulações dos processos produtivos são utilizados conhecimentos das
técnicas de planejamento da produção, como o Lean Manufacturing, de forma a
obter o processo mais produtivo. Podem ser considerados o produto a ser
produzido, suas partes, o volume de produção solicitado, os equipamentos,
tempos de máquina, tempos de parada, a modificação de layouts ou outros
parâmetros.

Manufatura Digital
A montagem do processo produtivo traz todos os equipamentos e infraestruturas
necessários e simula, virtualmente, o ambiente fabril.
SIMULAÇÕES MANUFATURA DIGITAL
O processo de simulação da Manufatura Digital conecta todos os conhecimentos
da virtualização: modelamento tridimensional de produtos, componentes,
máquinas, programações de unidades de usinagem, programações de sistemas
robotizados necessários ao processo produtivo e as informações da análise da
produção como o layout e tempos de processos, por exemplo.
Observe um exemplo no vídeo abaixo:
COMISSIONAMENTO VIRTUAL
No comissionamento virtual é utilizado o modelo virtual do processo ligado diretamente
ao controlador lógico programável (CLP), controlando equipamentos automatizados,
robôs, equipamentos de segurança, sensorização do sistema. Desta forma, é possível
analisar e validar novos programas de controle do processo, além de corrigir falhas e
efetuar alterações, testando-as.
REALIDADE AUMENTADA
A realidade aumentada - RA vem sendo utilizada no processo produtivo para ampliar o
acesso à informação sobre máquinas, equipamentos, produtos e processos. Utilizando os
óculos, como mostrado no vídeo a seguir, o colaborador poderá obter informações sobre
a máquina, acessar seu manual e, ainda, contatar, por meio de vídeo-chamada, um
especialista para ajudá-lo.

Saiba mais.
O recurso de realidade aumentada também pode ser utilizado por meio de aplicativo,
em tablets ou celulares.
Assista ao vídeo e saiba como:
https://www.youtube.com/watch?v=EUmNbNa3RYY

REALIDADE VIRTUAL
A Realidade virtual permite recriar, virtualmente, ambientes físicos e inserir elementos
que levam o indivíduo, que imerge nesses ambientes, a simular experiências e sensações
muito próximas àquelas vivenciadas em ambientes reais.
Entre as vantagens proporcionadas por esses ambientes virtuais, estão a integridade da
saúde e da segurança do indivíduo, a preservação de máquinas e equipamentos e a
oportunidade de testar inovações sem custo com mão de obra, matéria-prima e energia,
entre outros.
Por exemplo, a análise de projetos em ambientes de projeção tridimensional permite aos
analistas, especialistas e engenheiros uma visão geral de detalhes, erros e oportunidades
de melhoria.
A RV é utilizada também em treinamentos. As tarefas de grande periculosidade em
ambientes reais ou de alto custo são problemas no treinamento de pessoas. Com a
utilização de ambientes virtuais, o indivíduo estará em um ambiente similar ao real e
poderá simular movimentos e decisões sem correr riscos. Como exemplo, podemos citar
os simuladores de voo para a aviação, os de autoescolas para treino de direção de
veículos, no processo de habilitação de novos motoristas e os simuladores para
condutores de trens.
Saiba mais.
Clique aqui e veja outras possibilidades de uso da realidade virtual.

GÊMEO DIGITAL (DIGITAL TWIN)


Digital Twin, ou Gêmeo Digital, em português, pode ser definido como uma réplica
virtual de ativos, processos e sistemas de uma empresa. Essa réplica combina os dados
digitais e operacionais gerados nessa empresa em uma plataforma de softwareque
permite simulações e análise. Com base na análise dos dados gerados nas simulações de
processos reais ou de processos futuros (com mudanças que se pretende implementar),
por exemplo, a empresa pode tomar decisões que resultarão em melhoria na produção,
redução nos custos, inovação em produtos e processos etc.
O gêmeo digital integra processos e tecnologias como a Internet das coisas, Big Data,
Análise de dado e, principalmente, Inteligência Artificial (com o aprendizado de
máquina) uma vez que as premissas dessa réplica virtual são o aprendizado e a
atualização contínuos para respostas em tempo real.
Ao longo desse curso, você viu que as máquinas possuem sensores que captam e
enviam dados. O aprendizado do gêmeo digital se baseia nesses dados fornecidos pelas
máquinas, equipamentos e ambiente conectados, nas informações inseridas pelos
colaboradores envolvidos no processo (engenheiros, técnicos, especialistas) e até
mesmo de outras máquinas semelhantes que possam ter sido usadas ou que possam vir a
ser usadas no processo (para comparação de desempenho, por exemplo).
Nesse aspecto, ao integrar dados históricos do uso passado da máquina ao modelo
digital, a empresa poderá tomar decisão assertiva quanto a substituição de ativos físicos,
sistemas ou procedimentos para otimizar o seu processo de fabricação.
Saiba mais.
Clique aqui e conheça o caso de uma empresa que utiliza o gêmeo digital.
Assista ao vídeo para saber mais sobre o processo de gêmeo digital:
https://www.youtube.com/watch?time_continue=111&v=cxoHx7kitzk

AGORA É COM VOCÊ!


Nas aulas anteriores, propomos o estudo de caso sobre a aplicação das tecnologias
habilitadores. Nesta aula, propomos que você se prepare para participar ativamente das
mudanças na sua empresa.
Como você tem visto, as diversas tecnologias habilitadoras aplicadas na Indústria 4.0 já
estão no mercado há alguns anos, ou décadas. O que vem mudando ao longo dos anos
são a aplicação e o custo dessas tecnologias. A aplicação dessas tecnologias tem sido
impulsionada pelas demandas do mercado e as necessidades das empresas de responder
a tais demandas. São exemplos de “demandas do mercado” a customização em massa, e
de “necessidade das empresas” a redução de custo.
Considerando que o custo tem se tornado mais acessível, e que essas tecnologias
deixam de ser privilégio das grandes corporações, a escolha da tecnologia será
influenciada pelas respostas que a empresa pretende dar aos seus desafios. Ou seja, a
empresa pode adotar uma ou diversas tecnologias habilitadoras, acoplando-as de acordo
com suas necessidades e seus objetivos.
Mas, para isso, é preciso que a empresa se prepare para as mudanças, pois a aquisição
da tecnologia é apenas uma das fases do processo. Veja algumas ações que devem ser
tomadas.
Clique sobre as fases para saber mais:

Analise as necessidades de cada área da empresa e estabeleça os objetivos. O


que você quer alterar? Por que você quer alterar? E quais resultados espera obter com as
mudanças? Com base nas respostas, você poderá identificar o tipo de tecnologia mais
aderente ao seu negócio.
Identificadas as áreas e as tecnologias, identifique as pessoas e prepare-as. A
tecnologia por si só não trará soluções. É preciso que os colaboradores da empresa
estejam capacitados para tirar o melhor proveito do novo modelo.

Para preparar as pessoas, mapeie as capacidades e os conhecimentos necessários


em cada etapa do processo. Tenha em mente que para atender as demandas do mercado
e manter a empresa competitiva, é preciso agilidade de resposta e inovação. O que exige
das equipes criatividade, flexibilidade e colaboração.

Com as equipes preparadas, é hora de iniciar a adaptação da planta e dos


processos. Dependendo do nível de mudança, é possível que sua cadeia de valor seja
atingida. Se identificar essa possibilidade, tenha um plano para minimizar os impactos
nos negócios dos fornecedores e até na comunidade.

Abra espaço para a inovação. Colete e analise o feedback dos consumidores e


manipuladores de seus produtos. Use esses dados para aplicar melhoria, seja nos
processos, seja nos produtos. O seu foco pode estar no aumento da qualidade, na
velocidade de resposta, na redução dos custos de produção ou do produto. Ou, ainda,
em tudo isso junto, pensando na customização em massa.

E antes de adquirir as tecnologias, conheça-as. Procure saber o que cada uma é


capaz de fazer e o que precisa para funcionar. Lembre-se de que estamos na era da
conectividade e que a manufatura digital depende, primordialmente, dessa
conectividade e se beneficia das tecnologias que você já viu, como Manufatura Aditiva,
Big Data, Internet das Coisas e Computação em Nuvem, por exemplo, e de outras que
você verá a seguir, como Segurança Digital.

Saiba mais.
Para não ficar sem o estudo de caso, acesso o link abaixo e saiba como as empresas têm
aplicado as tecnologias habilitadoras:
https://exame.abril.com.br/revista-exame/a-fabrica-do-futuro/

RECAPITULANDO
Módulo 7
Nesse módulo, você conheceu o conceito, os ciclos e as tecnologias e processos
que envolvem a Manufatura Digital.
Você viu que esse modelo de manufatura proporciona vários benefícios ao
processo produtivo e pode agregar tecnologias como Realidade Aumentada e
Realidade Virtual.
Além disso, você viu o que deve ser considerado na implementação das
tecnologias habilitadoras da Indústria 4.0, como é o caso da Manufatura Digital.
No próximo módulo, você vai conhecer como a Integração de Sistemas tem
tornado as empresas ágeis.
Avance para continuar seus estudos.
Módulo 08

INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS
Neste módulo, você conhecerá o conceito de integração sistemas, a verticalização e a
horizontalização na indústria 4.0.
Esperamos que ao final de seus estudos, você tenha conseguido entender a diferença
ente verticalização e horizontalização e como a integração dos sistemas e a capacitação
dos recursos humanos contribuem para tornar a empresa ágil.
SISTEMAS INTEGRADOS -
VERTICALIZAÇÃO E
HORIZONTALIZAÇÃO
Como você tem visto, as empresas buscam, cada vez mais, estratégias para se tornarem
competitivas frente a um mercado altamente dinâmico. O aumento dos lucros já não está
mais relacionado ao aumento do preço do produto, e sim à diminuição dos custos
empresariais.
Frente às mudanças globais e à concorrência empresarial, velhos conceitos e bases
estratégicas que visavam apenas a otimização dentro da fábrica começaram a ser
questionados e modificados por meio de novas estratégias que envolvem todos os
integrantes das cadeias de suprimentos, dando margem a um horizonte de possibilidades
para redução de custos.
Um dos conceitos que abordam mudanças estratégicas da forma de atuação das
empresas na elaboração de seus produtos é a integração de sistemas de
maneira vertical e horizontal.
Este conceito é utilizado para apresentar como os dados, processos, produtos, sistemas
de produção e sistemas de gestão se integram na Indústria 4.0.
É, também, um desafio para as empresas que estão, ou estarão, na transição para 4.0,
uma vez que seus sistemas de TI - Tecnologia da Informação e de TA - Tecnologia da
Automação ainda não estão integrados, e mais que isso, não foram pensados para serem
integrados em sua totalidade.
Pois, com o advento da Industria 4.0, cresce a demanda pela comunicação entre
sistemas para coleta, compartilhamento e análise de dados.
A integração dos sistemas, mapeando todos os processos da empresa, como o
desenvolvimento de produtos, melhoria de produtos já existentes, planejamento
estratégico e processos produtivos é chamada de verticalização. Ela permite uma visão
sistêmica do funcionamento da empresa.
Já o processo de comunicação realizado entre a empresa e suas cadeias de valor e de
suprimentos, ou seja, seus fornecedores, prestadores de serviço, clientes e outros
agentes externos à planta é chamado de horizontalização. Nessa integração, é possível
rastrear o ciclo de vida do produto, desde a matéria-prima que o compõe até a sua
reciclagem.
Embora haja diferença entre a integração vertical e a horizontal, o objetivo em ambos os
processos é transformar em informação de valor os dados gerados pelos sistemas e
processos que envolvem a fabricação e a comercialização de produtos.
Clique na imagem abaixo e observe a representação gráfica dessa comunicação:

Os maiores benefícios que estas estratégias de integração oferecem para a indústria são
a flexibilidade na produção e agilidade na tomada de decisão.
As tecnologias habilitadoras nesses processos são:
 A Robótica avançada: os sensores e atuadores instalados nas máquinas
captam e enviam para a rede os dados de seu funcionamento;
 A Internet das coisas: que permite que os dados enviados pelos sensores e
atuadores sejam disponibilizados na rede;
 O Big Data: que agrega, em tempo real, dados dos ambientes interno e
externo;
 A Computação em nuvem: que viabiliza o armazenamento de dados,
informação e sistemas fora dos domínios da fábrica;
 A Segurança digital: que garante que a segurança dos equipamentos, dos
sistemas e da informação que transita entre máquinas. Essa segurança é
fundamental, pois mais do que roubar dados, dentro do contexto da
Indústria 4.0, um invasor pode parar máquinas, operá-las remotamente e
expor os trabalhadores da planta a riscos físicos. Você estudará esse tema
no próximo módulo.
VERTICALIZAÇÃO INTEGRADA
Os dados gerados nos processos externos podem influenciar os processos internos e
impactar custo, tempo e até mesmo qualidade na produção de um produto.
Mas, para que a empresa tire o melhor proveito das informações fornecidas pelas suas
cadeias de suprimentos e de valor, é preciso que tenha uma visão detalhada de seu
ambiente interno, o que é possível por meio da integração vertical.
Na verticalização, há integração dos sistemas de TI em vários níveis hierárquicos,
passando pela interface com os dispositivos físicos do chão da planta (sensores e
atuadores), pelo nível de controle de máquinas e sistemas, linha de produção,
planejamento da produção, controle de qualidade, até os processos de negócios nas
áreas de marketing e de vendas.
As soluções e tecnologias típicas na integração vertical são:
 CLP - Controlador lógico programável: Responsável por controlar os
processos de fabricação. Se encontra no nível de controle.
 SCADA - Sistemas de Supervisão e Aquisição de Dados: Permite
monitorar, controlar e supervisionar várias tarefas no nível de produção.
 MES - Manufacturing Execution System: É um sistema de execução de
fabricação para o gerenciamento do nível operacional da planta.
 ERP - Enterprise Resource Planning: É o sistema inteligente da empresa
que opera no nível de planejamento empresarial, o nível mais alto da
hierarquia.
Mas, para que essa conexão ocorra, é preciso que a linguagem de comunicação e a
arquitetura sigam um padrão. O modelo de arquitetura utilizado pela indústria 4.0 é o
RAMI 4.0 (Reference Architectural Model for Industrie 4.0) que propõe que a
informação seja organizada em camadas, desde o nível mais baixo (o sensor instalado
na máquina, por exemplo) até o nível mais alto, o de gestão.
Observe a representação gráfica:
Em outras palavras, todos os componentes e áreas estão conectados, o que permite que
os dados compartilhados por máquinas, equipamentos e sistemas sejam transformados
em informação que suportam as tomadas de decisão.
Clique nos icones e observe o processo:
s
Camada de dispositivos
Sensores e atuadores instalados nas máquinas enviam dados para a rede.

Camada de integração
Os dados passam do sistema físico (rede) para o sistema virtual (Nuvem).
Camada funções
Essa camada fornece os dados para as tomadas de decisão. É um canal para integração
horizontal de várias funções.

Camada de comunicação
Os dados são “traduzidos” para a linguagem padrão. São estruturados e integrados.

Camada de informação
Os dados são analisados e selecionados por cada área que pode fazer uso deles.

Os dados analisados, disponíveis por área, permitem mais


assertividade e agilidade na tomada de decisão.

NO CONTEXTO DA INDÚSTRIA 4.0


Agora, veja como o processo de verticalização acontece na indústria 4.0.
Camada de dispositivos - Sensores e atuadores instalados nas máquinas enviam dados
para a rede. Esses dados fornecem informação detalhada sobre os processos, como:
 paradas de produção,
 quantidade de produtos produzidos,
 qualidade da produção,
 rastreabilidade do produto,
 gestão do custo,
 gestão da manutenção,
 planejamento da produção, e
 indicadores e métricas.
Você imagina quanto vale a capacidade de antecipar e evitar problemas antes da
produção parar?

Os dados enviados pelas máquinas e equipamentos da planta passam do sistema físico


para o sistema virtual. E uma vez nos sistemas, esses dados são traduzidos, estruturados
e integrados e ficam prontos para serem analisados e compartilhados pelos tomadores de
decisão da empresa.
Isso tudo imprime rapidez na tomada de decisão tanto por parte dos gestores como do
próprio sistema, que pode tomar decisão sozinho, descartando peças defeituosas, por
exemplo. Essa velocidade na tomada de decisão é uma das capacidades da indústria
ágil.

O resultado das análises podem direcionar mudanças em tempo real na planta


(layout, equipamentos), na produção (tempo, volume, produto etc.), em outras
áreas da empresa (financeiro, no sentido de custo x preço do produto, marketing,
logística etc.), ou na cadeia de valor (fornecedores, cliente, parceiros) na
horizontalização.

Como você viu na planta e ao longo desse curso, o uso das tecnologias habilitadoras
vem revolucionando a produção industrial globalmente. Os benefícios da
implementação dessas tecnologias nas empresas são diversos, assim como os desafios.
Os investimentos vão além de capital financeiro na aquisição de tecnologias e
dispositivos. Para tornar a empresa digital, ágil e inteligente, é preciso investir também
no desenvolvimento de novas competências no capital humano e na criação de uma
cultura digital na empresa, como mostram os cenários nacional e internacional.
No âmbito nacional, a pesquisa Indústria 4.0: Digitização como vantagem
competitiva no Brasil, conduzida pela PwC Brasil em 2016, apontou que:
No Brasil, apenas 9% das empresas brasileiras se classificam como avançadas
em níveis de digitização, mas elas apostam em um avanço acelerado nessa
área nos próximos anos. Em 2020, a expectativa é que o percentual salte para
72%.
A integração de tecnologias habilitadoras da Indústria 4.0 requer mão de obra
qualificada em áreas como TI, robótica, eletroeletrônica, mecânica e mecatrônica.
Para os entrevistados pela PwC Brasil,
O investimento nas tecnologias adequadas é importante, mas o sucesso ou o
fracasso vai depender de diversos fatores relacionados a pessoas. As empresas
precisam desenvolver uma cultura digital robusta e ter certeza de que a
mudança é impulsionada por uma liderança clara da alta administração.
Também precisam atrair, reter e treinar funcionários para trabalhar em um
ambiente digital dinâmico.
Alinhado ao contexto global,
O SENAI compreende que a manufatura avançada é mais do que adotar novas
tecnologias, como inteligência artificial e big data. Exige, entre outros
aspectos, a qualificação dos profissionais que vão programar máquinas
complexas, implantar novos processos e, principalmente, tomar decisões
embasadas e em tempo real. Passa também pelo investimento em inovação,
essencial para que o Brasil participe das principais cadeias globais de valor.
(Carta da Indústria 4.0)
No Brasil, algumas empresas já caminham nessa direção. Avance para saber mais.

NA PRÁTICA
Saiba como as empresas estão investindo na capacitação de seus colaboradores e reflita
sobre como essas ações podem ser revertidas em aprendizados para você e para a sua
empresa.

Evolução profissional
De acordo com o estudo realizado em 2015 pela Boston Consulting Group, a
configuração da Indústria 4.0 provocará redução significativa nos postos de trabalho de
funções repetitivas e mais braçais. Em contrapartida, a indústria abrirá postos de
funções estratégicas, que exigirão dos profissionais conhecimento mais técnico e
especializado para lidar com máquinas e sistemas inteligentes e comportamento mais
flexível para trabalhar em equipe e tomar decisão rapidamente.
Em outras palavras, é preciso que os profissionais de hoje se capacitem para mudar de
posição na empresa, pois com a previsão de um aumento de 6% no número de empregos
até 2025 na Alemanha, onde a indústria 4.0 surgiu, espera-se que o mundo acompanhe a
tendência de desenvolvimento humano, profissionais de mecatrônica com habilidade
em software, por exemplo, da mesma forma como acompanhou o desenvolvimento de
sistemas e equipamentos na planta.
Mesmo antes de serem divulgados os resultados desse estudo, no Brasil, as empresas já
se articulavam frente às mudanças anunciadas pela Indústria 4.0. Um exemplo dessa
articulação é o Programa de Desenvolvimento da Cadeia Aeronáutica criado em 2014
com o objetivo de melhorar os processos e aumentar a competitividade das
empresas brasileiras do setor aeronáutico. Apoiado pela Embraer e pela Agência
Brasileira de Desenvolvimento Industrial – ABDI, o programa envolve 75 empresas da
cadeia de fornecedores da indústria aeronáutica brasileira e visa capacitar os
colaboradores dessas empresas nas novas tecnologias e soluções usadas na indústria
4.0.
Outro exemplo vem das indústrias do setor de alimentos e bebidas que estão
capacitando os seus colaboradores com cursos complementares a fim de que
profissionais aumentem sua visão sobre a área em que atuam, ultrapassando as barreiras
de suas funções na planta e colaborando em outras funções.
Fontes: Valor Econômico, 2018. | Fispal Digital, 2018.

RECAPITULANDO
Módulo 8
Neste módulo, você conheceu o conceito de Integração de Sistemas e a diferença
ente verticalização e horizontalização.
Você também viu como a verticalização integrada contribui para tornar a
indústria ágil, e a importância da capacitação dos recursos humanos na indústria
4.0.
No próximo módulo, você vai conhecer o conceito de Segurança Digital, suas
tecnologias e aplicações.
Avance para continuar seus estudos.

Módulo 09

SEGURANÇA DIGITAL
Neste módulo, você conhecerá o conceito de segurança digital, os pilares da segurança
digital e os novos riscos aos quais a indústria está exposta com a digitalização.
Esperamos que ao final de seus estudos, você consiga identificar os requisitos e as boas
práticas para garantir a segurança da informação na indústria 4.0.

O QUE É SEGURANÇA DIGITAL


Para a sociedade contemporânea, a informação é um dos recursos mais valiosos. No
mundo corporativo, é fundamental nos processos de tomada de decisão, na criação de
novos produtos e na competitividade.
A informação é considerada um ativo de valor para a organização. Como um ativo, deve
ser protegida. É com essa premissa que a área de segurança digital atua, com o objetivo
de proteger as informações disponíveis para a organização, minimizando os riscos,
estabelecendo controles, ou seja, estabelecendo uma política de segurança da
informação.
Quando pensamos em informação, nos veem em mente os arquivos que estão em uma
empresa. Na verdade, podemos adicionar ao termo informação qualquer forma de
armazenamento e manipulação de dados. Logo, são exemplos de informação: e-mails,
vídeos, gravações de reuniões etc. E no contexto da indústria 4.0, podemos citar os
dados oriundos dos dispositivos.
Todas as empresas, independentemente de seu tamanho, possuem e manipulam
informação, devendo, portanto, adotar algumas ações básicas para a proteção dessa
informação.
Na área de Segurança da Informação existem normas que norteiam os procedimentos a
serem aplicados. Uma dessas normas é a NBR ISO/IEC 27002. Trata-se de um código
de prática para a gestão de segurança da informação. Para a ISO, a segurança da
informação pode ser definida como a
Proteção da informação contra vários tipos de ameaças para garantir a
continuidade do negócio, minimizar riscos, maximizar o retorno sobre os
investimentos e as oportunidades de negócio.
Vamos analisar um pouco essa definição. Temos que segurança da informação é a
proteção contra vários tipos de ameaças. Mas, quais são estas ameaças?
Segundo FONTES (2008), algumas ameaças são:
Descontentamento ou desmotivação de
colaboradores;
Baixo nível de conscientização dos
colaboradores sobre assuntos relacionados à
segurança;
Inexistência de políticas e procedimentos para
acesso, manipulação e armazenagem da
informação;
Hacking
, vírus, spam, e-mails maliciosos;
Falta de um plano de recuperação a desastres;
Desastres naturais, tais como incêndio, inundação,
terremoto etc.

Quando uma ameaça se concretiza, ou seja, quando ocorre um incidente de segurança


da informação, a empresa pode ter que lidar com diversas consequências, tais como a
perda de clientes e contratos, danos à imagem, perda de produtividade, perda de
propriedade intelectual etc.
Em outras palavras, nestes ataques, os criminosos podem alterar informações das bases
de dados afetando processos, controlando máquinas e equipamentos das indústrias. Um
vírus pode desligar dispositivos de proteção, alterar o comportamento de robôs, violar
as variáveis de processos como pressão, temperatura, nível, velocidade. Isso tudo, além
de causar danos financeiros à empresa, pode causar danos físicos aos colaboradores.
Por isso, em empresas cada vez mais digitalizadas que utilizam IIoT, Nuvem,
Integração de Sistemas, Big data, Inteligência Artificial e sistemas cyber-físicos, a
segurança da informação representa a segurança de todo o processo.
Uma vez que se um hacker invadir os sistemas de uma indústria 4.0, ele poderá acessar
mais do que informações, poderá controlar todos os sistemas produtivos e impactar toda
a cadeia produtiva, tanto interna (vertical) como externa (horizontal). As consequências
de não se implantar e seguir os procedimentos de segurança podem ser catastróficas.
Nesse sentido, as medidas de segurança da informação são fundamentais para garantir
que as empresas sejam ágeis e competitivas.
Importante!
Os sistemas cyber-físicos são formados por máquinas e equipamentos que
mantêm comunicação constante na planta e tudo que trafega nesta rede é
informação, seja no formato de foto, áudio, sinal de sensores, vídeo, planilha,
texto. E essa informação deve ser protegida contra o acesso por pessoas não
autorizadas.
PILARES DA SEGURANÇA
Podemos dizer que uma das maneiras de zelar pela segurança é a prevenção. E para
isso, podemos estabelecer três pilares fundamentais que nortearão a definição de
controles e procedimentos a fim de garantir a segurança da informação em uma
organização. São eles (Sêmola, 2003):
Integridade
É a garantia de que a informação não foi alterada, de forma indevida ou não autorizada.
Se ocorrer a adulteração da informação, é importante ter mecanismos que sinalizem tal
ocorrência.

Confidencialidade
É a certeza de que o acesso à informação será feito apenas por aqueles que possuem o
direito. É importante frisar que o objetivo não é negar o acesso à informação, mas sim
impedir que a informação fique disponível para pessoas indevidas, enquanto se garante
que aquelas que estão autorizadas possa acessá-la.
Disponibilidade
É a garantia de que a informação estará disponível sempre que necessário.

REQUISITOS DE SEGURANÇA
Há, ainda, requisitos que são valiosos na proteção da informação de uma empresa
(Iepsen, 2014):
Autenticidade
É a certeza de que as partes envolvidas em um processo de troca de informação sejam
quem afirmam ser.

Auditoria
É a capacidade de rastrear diversos passos de um negócio ou de um processo,
identificando os participantes, assim como locais e horários dos eventos.

Não repúdio
É a segurança de que o emissor ou manipulador da informação não possa negar sua
autoria ou responsabilidade. Por exemplo, uma troca de e-mails utilizando certificados
digitais para assinar digitalmente o e-mail garante que o emissor não pode negá-lo, caso
sua autoria seja questionada, assim como garante ao receptor saber quem escreveu a
mensagem.

Privacidade
É a confiança da capacidade de manter oculto o usuário criador ou manipulador da
informação, não sendo possível realizar uma associação direta entre a informação e o
usuário. Não se pode confundir este conceito com confidencialidade. A
confidencialidade visa manter confidencial a informação, com o acesso apenas para
usuários autorizados (logo, deve-se conhecer quem é o usuário). A privacidade visa não
associar a informação ao usuário. Um bom exemplo desta privacidade são as urnas
eletrônicas brasileiras, que não permitem associação de um voto a um eleitor, tornando
o voto secreto.

Legalidade
É a certeza da legalidade da informação, de modo que esta fique aderente à legislação.

SEGURANÇA DIGITAL E INDÚSTRIA 4.0


A Indústria 4.0 é caracterizada pela alta conectividade dos dispositivos e equipamentos,
por isso, a segurança digital passou a ser um elemento primordial com a expansão das
redes de comunicação. Em um cenário de indústria 4.0, há a integração total da planta,
de todos os setores e sistemas, e conexão com a Internet para uso de serviços de
computação em nuvem.
Um ponto fundamental para garantir a segurança nas redes industriais é a proteção de
acessos. A partir da proteção de acessos físico e lógico aos dispositivos, a empresa pode
estabelecer serviços de monitoramento e políticas para minimizar ameaças aos dados no
ambiente industrial.
Na planta que você visitou, no início deste curso, o acesso ao sistema é concedido por
meio do reconhecimento facial.
A indústria 4.0 utiliza tecnologias como Internet das Coisas, Big Data e Computação na
nuvem, o que permite alta conectividade. No entanto, os dispositivos conectados podem
ser alvos de ataques e de roubo de dados da indústria uma vez que a maioria das redes
industriais não foi planejada para ambientes conectados. Por isso, a exposição do
ambiente à Internet aumenta o risco de invasão, roubo de dados, controle não
autorizados etc.
Saiba mais.
Conheça um exemplo de riscos à segurança da informação em redes industriais.
https://canaltech.com.br/seguranca/in-seguranca-40-102354/.
Assista ao vídeo para conhecer algumas ameaças à segurança da informação e
saiba como garantir a segurança da indústria conectada, por meio de
reconhecimento biométrico e de tokens.
https://www.youtube.com/watch?v=dvhaXBa6Rac

BOAS PRÁTICAS
No cuidado com a segurança da informação, algumas práticas são tradicionais e muitas
pessoas as utilizam, outras são utilizadas apenas por especialista de Tecnologia da
Informação.
Clique nas setas para conhecer algumas delas:

Backup
A cópia de segurança, conhecida como backup, é imprescindível para garantir a
disponibilidade da informação em caso de dano na armazenagem ou de roubo.
O backup pode ser guardado tanto em dispositivos físicos como na nuvem.

Redundância de sistemas
A infraestrutura replicada, seja ela física ou virtual, permite que outro sistema entre em
operação caso um servidor ou equipamento falhe, de forma rápida, sem que o usuário
perceba.
Eficácia no controle de acesso
O controle de acesso à informação pode ser físico ou lógico. Exemplos de controle físico
são câmeras de monitoramento e travas especiais nas portas com uso de senhas. E como
exemplo de controle lógico podemos citar o Firewall, que aplica protocolos de segurança
sobre o tráfego de informação de uma máquina para outra.
A tendência para a indústria 4.0 é o uso de assinatura digital, que identifica e autentica o
usuário por meio da impressão digital, da voz, do rosto inteiro ou da íris dos olhos.

Contratos de confidencialidade
Os colaboradores de uma organização, contratados ou terceirizados podem ter acesso a
informações confidenciais.
O contrato de confidencialidade é uma forma de preservar a segurança das informações.

Política de segurança da informação


Conhecida como PSI, é a diretriz da organização em matéria de segurança da informação.
Por meio desse documento, os colaboradores tomam ciência das normas comportamentais
de uso da tecnologia. Essas normas visam impedir invasões, vírus, fraudes, sequestro de
informações etc.
Atualização tecnológica
Os equipamentos tecnológicos sofrem evolução contínua e, portanto, é necessário
substituí-los constantemente, respeitando as questões técnicas e de qualidade. A
atualização tecnológica torna a infraestrutura mais segura, menos vulnerável à ataques.

NA PRÁTICA
Veja, no case a seguir, a falha de uma grande empresa no quesito segurança da
informação. Em seguida, reflita sobre o que poderia ter sido feito para garantir a
segurança dos dados.

Dados roubados
Em 2013, a empresa de segurança LastPass, especialista em senhas, descobriu que
dados (nomes e senhas) de mais de 152 milhões de usuários de contas da Adobe
Systems haviam sido disponibilizados na internet, fato que foi considerado, na época, o
maior vazamento de informação da história.
Do mesmo modo, 2,8 milhões de dados bancários ficaram disponíveis, além dos
códigos-fonte de aplicativos como ColdFusion, Adobe Acrobat e Reader. A empresa
negou essa proporção, alegando que a invasão havia comprometido apenas 38 milhões
de contas.
Segundo a LastPass, entre os dados furtados havia endereços de e-mail,
senhas criptografadas e dicas de senhas armazenadas sem proteção nos perfis dos
usuários. Os dados roubados foram disponibilizados em um site acessado por
cybercriminosos.
No entanto, a Adobe explicou que nem todas as contas encontradas no site eram
genuínas, porque o principal data center visado era um sistema de backup que estava
prestes a ser substituído. Ou seja, pelo menos 25 milhões de registros eram de e-
mails inválidos, e 18 milhões de senhas não tinham efeito. O porta-voz da empresa
disse, ainda, que uma parte considerável dos perfis encontrados era fictícia, tendo sido
usada por seus criadores com o intuito de baixar softwares gratuitos e outros recursos.
Mesmo assim, os perfis “reais” poderiam ser usados para práticas criminosas
de phishing, para obtenção de dados bancários, por exemplo.
Paul Stephens, diretor da ONG Privacy Rights Clearinghouse, dedicada à segurança da
informação, ressaltou que se uma pessoa tinha uma conta antiga da Adobe que não
usava mais, mas utilizava a mesma senha para operações na intranet, criminosos
poderiam roubar informações utilizando essa senha.
Para Joe Siegrist, diretor executivo da LastPass, a Adobe não protegeu adequadamente
as senhas dos usuários porque deixou de usar um código extra junto a cada senha
criptografada (técnica conhecida como “salgar a senha”) antes de armazená-la no data
center. Pelo menos 108 milhões de contas tinham senhas fáceis, e 1,9 milhões usavam
praticamente a mesma senha, completou Siegrist.
Adaptado de: O Globo e Mihajlo Prerad, Canal Tech.

RECAPITULANDO
Módulo 9
Nessa aula, você viu o que é Segurança Digital e conheceu as principais medidas
e boas práticas para garantir a segurança da informação.
Você viu que as ameaças à segurança da informação podem estar dentro e fora da
empresa. Por isso, é imprescindível que todos os colaboradores, contratados e
terceirizados, tenham acesso à política de segurança adotada pela empresa e que
compreendam a importância das medidas de segurança.
No próximo e último módulo, você vai conhecer como aplicar em sua empresa o
conhecimento que adquiriu nesse curso.
Avance para continuar seus estudos.

Módulo 10

ENCERRAMENTO
Neste módulo, você conhecerá os níveis de maturidade das empresas em relação à
indústria 4.0, e outros fatores, além da tecnologia, que impactam as empresas
inteligentes.
Esperamos que ao final de seus estudos, você consiga identificar os fatores que devem
ser considerados pela empresa ao se preparar para as mudanças nos processos e nas
tecnologias adotados na Indústria 4.0.

PRÓXIMOS PASSOS
Agora que você já tem uma visão geral da Indústria 4.0 e de como as tecnologias
habilitadoras se integram à ela, deve estar se perguntando como aplicar esse
conhecimento em sua empresa.
Como você viu, as tecnologias habilitadoras permitem à empresa acelerar a tomada de
decisão e as mudanças nos processos. Tornando a empresa ágil em um processo de
aprendizagem contínua.
Você percebeu, também, que a tecnologia, por si só, não representa a solução. É preciso
que tanto a sua escolha como a sua aplicação seja aderente às necessidades da empresa,
e que os colaboradores estejam preparados para o novo cenário, dominando a
tecnologia, se adaptando às mudanças nos processos e se antecipando às demandas do
mercado.
A escolha das ferramentas deve ser baseada na visão abrangente sobre todas as áreas do
negócio, as oportunidades de melhoria e o planejamento para atingir seus objetivos de
curto, médio e longo prazos. Em outras palavras, a empresa deve ter muito claro onde
está, aonde quer chegar e o que precisa para chegar lá.
RASMUS, R. & NICHOLS, J. (2016) listam alguns fatores que devem ser considerados
pelas empresas rumo à Indústria 4.0:
Clique nos ícones centrais (em destaque) para saber mais:
Pessoas
Ao apostar na melhoria contínua, a empresa deve pensar no todo. O primeiro passo é
cuidar do recurso humano adotando:

Engenharia colaborativa: abordagem colaborativa de


maneira que os projetos digitais (novidades, ajustes, correções) possam ser rapidamente
compartilhados com a equipe de produção, o que agiliza as mudanças de processos e de
produtos.

Educação corporativa: soluções para desenvolver


competências nos colaboradores (cursos, publicações,
vídeos, coaching, mentoring). Devem ser trabalhadas as competências técnicas (nas
tecnologias habilitadoras) e socioemocionais (soft skills). Com isso, os profissionais
estarão preparados para lidar com as novas tecnologias e as mudanças nos processos,
assim como para propor melhorias.

Processos
Ainda antes de investir em tecnologia, a empresa deve mapear e simplificar os seus
processos, a fim de promover:

Análise e monitoramento: analisar os dados internos (em


especial da produção) e externos (em especial do mercado) para descobrir tendências,
anormalidades que possam alterar as decisões sobre confiabilidade, qualidade,
segurança, manutenção preditiva, operações técnicas etc.

Acessibilidade: os dados analisados são transformados em


informação valiosa para cada área da empresa. É preciso que essa informação seja
compartilhada com todos os usuários, de acordo com o nível de acesso de cada um, em
tempo real, de maneira a garantir a confiabilidade dessa informação que suporta e
otimiza as decisões.

IMPORTANTE!
O mapeamento e a mudança de processos podem gerar economias às empresas. Ao
adotar métodos consagrados como manufatura enxuta, eficiência energética e produção
mais limpa, a indústria passa a conhecer melhor suas deficiências e oportunidades de
melhorias antes de implantar a digitalização e de adotar novas tecnologias previstas na
Indústria 4.0. O SENAI possui metodologias e indicadores padronizados nacionalmente
para cada uma dessas etapas.

Tecnologia
Ao investir em tecnologia, a empresa deve ter claros os seus objetivos a fim de eleger a
solução que melhor responda às suas expectativas. Como, por exemplo:

Automação e controle inteligentes: Sistemas de automação


e de controle que permitam a intervenção, em tempo real, nos processos da empresa, em
especial nos de gestão e de produção. Técnicas e sistemas de segurança (cyber security),
que antecipem, detectem, entendam e respondam à ameaças de maneira a minimizar os
riscos nos sistemas de TI e operacionais.

Tecnologias digitais: Adoção de hardware e software que


habilitem a automação e a manufatura digital, incluindo robótica, simulação e impressão
3D.

Plataforma digital: Plataforma para capturar dados internos


e externos, experiências, conhecimento, boas práticas que sirvam de base para os
processos de melhoria contínua em todas as áreas da empresa.
Sistema de gestão de energia: Solução que monitore as
máquinas, os equipamentos e áreas da empresa a fim de otimizar o uso da energia.

NA PRÁTICA
O SENAI conduziu em 2017, em todo o território nacional, o programa Indústria mais
produtiva – I+P para aplicação das ferramentas do Lean Manufacturing em 3.000
empresas, buscando a otimização do processo produtivo. Essa intervenção proporciona
resultados e melhorias rápidas, com baixo custo, e gera alto impacto na produtividade
da empresa.

ALÉM DA TECNOLOGIA
Os dados do Programa I+P corroboram as descobertas da empresa Accenture Strategy,
em uma pesquisa conduzida em 2015, que apontam outros fatores, além da tecnologia,
que podem impactar a produtividade da empresa. Os pesquisadores compilaram os
principais desafios, ou obstáculos, enfrentados pelas empresas na adoção da tecnologia
digital.
A pesquisa apontou, ainda, que desenvolver nos colaboradores as competências
necessárias para tirar o melhor proveito das mudanças é uma das principais
preocupações das empresas. Pois as competências não são apenas técnicas, mas também
interpessoais (soft skills), em especial a capacidade de trabalhar de forma colaborativa,
uma vez que a palavra-chave na Indústria 4.0 é conexão.
Outro ponto importante, relacionado à empresa, é a escolha da tecnologia. Em muitos
casos, a empresa falha em adotar tecnologias que não estão alinhadas aos seus objetivos.
As tecnologias devem suportar benefícios aderentes ao negócio.
A boa prática tem sido começar pelo “fim”, identificando os principais resultados que a
empresa deseja obter com a digitalização (reduzir custo, aumentar produtividade,
flexibilizar a produção, alcançar novos mercados etc.).

RUMO À INDÚSTRIA 4.0


Como você pôde observar, o processo rumo a Indústria 4.0 começa com soluções mais
simples e de baixo custo, porém fundamentais. Uma vez que os processos estão
ajustados, são iniciadas as fases de digitalização e implementação da Indústria 4.0 na
empresa.
Observe no gráfico a seguir as fases do processo de implementação e maturidade da
empresa em relação à Indústria 4.0.
Observe o esquema e clique nos números para saber mais:
Estágios de desenvolvimento rumo à Indústria 4.0
(Adaptado de: Industrie 4.0 Maturity Index apud FIR e. V. at RWTH Aachen University)
Informatização
A primeira etapa é a informatização que fornece a base para a digitalização. Nesta fase,
as diferentes tecnologias da informação são usadas isoladamente, independentes uma
das outras, dentro da empresa.

Conectividade
As tecnologias isoladas são substituídas por componentes conectados a fim de refletir os
principais processos da empresa. Partes dos sistemas de tecnologia operacional (TO)
fornecem conectividade e interoperabilidade, mas a integração completa das camadas de
TI e TO ainda não ocorreu.

Visibilidade
Nessa etapa, a fábrica adota os equipamentos com sensores que permitem que os
processos sejam capturados do começo ao fim. A empresa, como um todo, pode ser
enxergada em tempo real, em vez de apenas em áreas individuais como a célula de
produção como era anteriormente. Isso permite ter uma visão da fábrica em todos os
momentos.
Transparência
O terceiro estágio consiste em criar uma versão digital da empresa de maneira a ter
todos os dados a serem usados no próximo estágio.

Capacidade preditiva
Com base nos dados da etapa anterior, a empresa é capaz de simular cenários futuros e
identificar os mais prováveis. As possibilidades podem ser testadas na versão digital
antes de serem implementadas na planta física. Em outras palavras, as empresas podem
antecipar desenvolvimentos futuros, tomar decisões e implementar as medidas
apropriadas em tempo hábil.

Adaptabilidade
A capacidade preditiva é um requisito fundamental para ações e tomada de decisão
automatizadas. A adaptação contínua permite que uma empresa delegue certas decisões
ao sistema de TI para que ele possa se adaptar e fornecer resposta ao mercado o mais
rápido possível.

Essa informação reforça a importância da atuação de profissionais preparados para ler


os dados (Visibilidade), interpretá-los (Transparência), tomar as decisões frente aos
cenários futuros (Capacidade preditiva) e delegar (Adaptabilidade).
Por isso, continue investindo no seu desenvolvimento e na capacitação dos recursos
humanos de sua empresa.
O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI entende que a chamada
Indústria 4.0 é a grande oportunidade para a indústria brasileira ser mais
produtiva, por meio de tecnologias digitais que vão ajudar as empresas a
aprenderem e a serem mais ágeis.
Convidamos a indústria nacional a ser protagonista no caminho rumo à
Indústria 4.0, com quatro passos fundamentais:
 Tornar seus processos produtivos mais enxutos;
 Requalificar seu capital humano;
 Identificar e adotar tecnologias já disponíveis e de baixo custo; e
 Investir em pesquisa, desenvolvimento e inovação.
ATÉ BREVE!
Neste curso você conheceu:
 o que são tecnologias habilitadoras.
 os princípios da Indústria 4.0 e como as tecnologias habilitadoras tornam as
indústrias ágeis e que aprendem.
 as oportunidades e benefícios que essas tecnologias têm proporcionado
para a indústria e, consequentemente, para a sociedade.
Você viu, também, que a evolução é constante, pois todos os dias são descobertas novas
aplicações para as tecnologias existentes, assim como surgem outras tecnologias. Por
isso, não deixe que o seu aprendizado pare por aqui, adote o hábito de pesquisar e
estudar mais sobre a Indústria 4.0 e as tecnologias habilitadoras.
E para conhecer mais sobre os métodos de implantação dos princípios da Indústria
4.0 nas empresas, desenvolver competências por meio de formação e
aperfeiçoamento profissional e ser um protagonista nesta 4ª revolução industrial,
visite o Portal SENAI 4.0 (www.senai40.com.br).
Parabéns! Você chegou ao final do curso Desvendando a Indústria 4.0. Retorne ao
ambiente de estudos e realize a avaliação.

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