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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

DETERMINAÇÃO DA CONDUTIVIDADE TÉRMICA DE MATERIAIS


POLIMÉRICOS E METÁLICOS PELO MÉTODO DA FITA QUENTE

Felipe Sobrinho Polon Ra: 105534


Lucas Mateus Santos Ra: 105522
Pedro Henrique Barbosa Pontalti Ra: 104235
Victor Hugo Coutinho da Silva Ra: 104011

Professor: Wagner André dos Santos Conceição

Maringá
2019
Felipe Sobrinho Polon

Lucas Mateus Santos

Pedro Henrique Barbosa Pontalti

Victor Hugo Coutinho da Silva

DETERMINAÇÃO DA CONDUTIVIDADE TÉRMICA DE MATERIAIS


POLIMÉRICOS E METÁLICOS PELO MÉTODO DA FITA QUENTE

Trabalho apresentado ao Departamento de


Engenharia Mecânica, Centro de Tecnologia
da Universidade Estadual de Maringá, como
requisito parcial para avaliação bimestral da
disciplina de Transferência de Calor.

Professor: Wagner André dos S. Conceição

Maringá
2019
1 – RESUMO
Uma das características fundamentais para a realização de projetos é a
condutividade térmica (𝑘) dos materiais, ela é definida pela habilidade do material em
conduzir energia térmica. Para determinar o seu valor, diversos métodos podem ser
utilizados, dentre eles o método da fita quente (Hot-Strip Method), descrito neste trabalho,
que consiste em introduzir uma fonte de calor entre as superfícies do material, acoplando
no centro da resistência um termopar, a fim de medir a temperatura. O método foi
utilizado para obtenção da condutividade térmica do Nylon 6,6 e do aço ASMT A36.
Depois de efetuado o experimento, obteve-se valores de 𝑘 para o nylon de 0,2538
[𝑊/𝑚 ∙ 𝐾] e 0,9019 [𝑊/𝑚 ∙ 𝐾] para o aço. Comparando os resultados obtidos com a
literatura foi calculado um erro experimental pequeno para o polímero e muito grande
para o aço, concluindo assim a eficácia deste método para o cálculo da condutividade
térmica do polímero, mas grande divergência na caracterização do aço, não sendo então
recomendado tal uso.
Palavras-chave: condutividade térmica, fita quente, nylon 6,6, aço ASMT A36.
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 1

1.1. OBJETIVOS.................................................................................................. 1

2. METODOLOGIA....................................................................................................... 2

2.1. MÉTODO DA FITA QUENTE..................................................................... 2

2.2. MATERIAIS.................................................................................................. 5

2.3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL........................................................ 5

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................ 8

4. CONCLUSÃO........................................................................................................... 12

REFERÊNCIAS............................................................................................................ 13
1 – INTRODUÇÃO
A crescente busca pela caracterização termodinâmica dos materiais, trouxe à
engenharia a possibilidade não só de antecipar os fatores naturais, mas também viabilizar
os melhores materiais para específicas utilizações. Uma das características mais
importantes e indispensável em projetos, é a condutividade térmica do material “𝑘”,
compreendida como a habilidade do material de conduzir energia térmica. Sua aplicação
vai desde a seleção de materiais para grandes construções na engenharia civil, quanto para
projetos aerodinâmicos na indústria aeroespacial.
A partir dos dados de condutividade térmica, um novo conceito que relaciona a
temperatura aos efeitos atômicos dos mais variados materiais começou a ser introduzido
na engenharia. As especificações e necessidades de cada projeto, estão ligados a
capacidade térmica do material. Materiais com alta condutividade térmica conduzem
calor de forma mais rápida que os materiais com baixa condutividade térmica. Desta
maneira, materiais com alta condutividade térmica são utilizados como dissipadores de
calor e materiais de baixa condutividade térmica são utilizados como isolantes térmicos.
Hongyu (2016) aborda a importância da condutividade térmica para a dissipação de calor
em equipamentos eletrônicos, podendo aumentar o tempo de vida e confiabilidade do
equipamento, muito importante, por exemplo, para pequenos chips de computadores, que
tendem a aumentar a temperatura com facilidade. Sendo assim, a melhor escolha está
diretamente ligada à utilização do material.
Os métodos de medição de condutividade térmica são geralmente divididos em
duas categorias: permanentes e transientes, a principal diferença está no tempo requeridos
para medições. Houngan (2015) enfatiza que a maioria dos métodos testados na literatura
são realizados no modo estacionário, o que apresenta maior desvantagem relacionado ao
tempo de duração. Um dos métodos mais recorrentes no regime transiente é o método da
fita quente (hot-strip method), o qual foi utilizado neste experimento. Jannot (2004)
enfatiza as vantagens desse método, apresentando sua simplicidade, curto tempo de
experimentação, e baixo custo de implementação, tendo como elemento principal de
medição apenas um termopar.

1.1 - Objetivos
 Aplicar os conhecimentos teóricos da disciplina transferência de calor de forma
experimental;
 Medir a condutividade térmica da liga metálica Aço ASTM A36;
 Medir a condutividade térmica do polímero Nylon 6,6;
 Comparar os valores experimentais com os encontrados na literatura.

1
2 – METODOLOGIA
A condutividade térmica do material é uma propriedade de transporte, fornece
uma indicação da taxa na qual a energia é transferida pelo processo de difusão. Ela
depende da estrutura física da matéria, da atômica e da molecular, que está relacionada
ao estado da matéria [4].
A lei de Fourier é a base matemática na descrição da condução térmica de calor.
Ela é baseada em evidências experimentais e para a condução térmica unidimensional, a
condutividade térmica associada à condução na direção 𝑥 é definida conforme segue.
𝑞 ′′𝑥
𝑘𝑥 = − 𝜕𝑇 (1)
𝜕𝑥

Onde:
 𝑘𝑥 é a condutividade térmica na direção 𝑥;
 𝑞 ′′ 𝑥 é o fluxo térmico na direção 𝑥;
𝜕𝑇
 é o gradiente de temperatura na direção 𝑥;
𝜕𝑥

Definições similares estão associadas às condutividades térmicas nas direções 𝑦 e


𝑧, porém para um material isotrópico a condutividade térmica independe da direção da
transferência de calor.

2.1 - Método da fita quente


O procedimento utilizado, tem por base o Hot-Strip Method. Este modelo
considera uma fonte de calor de extensão infinita e de largura infinitamente pequena
introduzida num meio infinito, homogêneo e isotrópico, ou seja, entre as superfícies do
material [7]. As dimensões dos corpos de prova devem ser grandes o bastante para validar
a hipótese de meio semi-infinito. No centro da resistência é acoplado um termopar, a fim
de medir a temperatura.
Figura 2.1.1 – Representação do experimento proposto.

Fonte: Adaptado de Jannot e Meukam, 2004 [5].

2
Pela modelagem teórica, tem-se:
𝜕 2 𝑇𝑠 (𝑥, 𝑦, 𝑡) 𝜕 2 𝑇𝑠 (𝑥, 𝑦, 𝑡) 1 𝜕𝑇𝑠 (𝑥, 𝑦, 𝑡)
+ = (2)
𝜕𝑥 2 𝜕𝑦 2 ∝ 𝜕𝑡
Em que:
 𝑇𝑠 é temperatura no centro da fita quente;
 ∝ é a difusividade térmica;
 𝑡 é tempo;
 𝑥, 𝑦 𝑒 𝑧 são as coordenadas cartesianas.

Aplicando as condições de contorno, temos:


𝜕𝑇𝑠 (𝑥,𝑦,𝑡) 𝜕𝑇𝑠 (𝑥,𝑦,𝑡)
1. Em 𝑦 = 0: −𝑘 = −𝜙 se 𝑥 < 𝑏 e −𝑘 = 0 se 𝑥 > 𝑏;
𝜕𝑦 𝜕𝑦

𝜕𝑇𝑠 (0,𝑦,𝑡)
2. Em 𝑥 = 0: = 0 devido à simetria;
𝜕𝑦

3. Em 𝑥 = 𝐿: 𝑇𝑠(𝐿,𝑦,𝑡) = 0 devido à hipótese de meio semi-infinito na direção 𝑥,

4. Em 𝑦 = 𝑒: 𝑇𝑠(𝑥,𝑒,𝑡) = 0 devido à hipótese de meio semi-infinito da direção 𝑦.

Em que:
 𝑏 é a metade da largura da fita quente;
 𝐿 é a metade da largura da amostra;
 𝑒 é espessura da amostra;
Como apresentado por Jannot (2004), para grandes períodos de tempo, a fita quente
tem comportamento semelhante ao do fio quente, estudado por Ladevie (1988). Através
de modelagem matemática, parametrização, encontra-se a seguinte função resposta para
a temperatura no centro da fita/fio.

𝑟
𝑙𝑛 ( ℎ𝑤 )
ϕ √∝ + 0.577 ]
𝑇𝑠 (𝑡) = ln(𝑡) + ϕ [𝑅𝑐 + (3)
4𝜋𝑘𝐿𝑐 2𝜋𝑘𝐿𝑐 4𝜋𝑘𝐿𝑐

Onde:

 ϕ é a potência elétrica na fita;

 𝑘 é a condutividade térmica da amostra;

 𝑅𝑐 é a resistência da fita;

3
 𝑟ℎ𝑤 é o raio do fio;

 𝐿𝑐 é o comprimento da área de contato da fita com a amostra.


A plotagem da temperatura em função do logaritmo natural do tempo, tende à uma
reta depois de algum tempo. O gráfico todo pode ser caracterizado da forma como se
segue.
Figura 2.1.2 - Curva típica de ensaio pelo método da fita quente.

Fonte: Lopes, Vieira e Soares, 2015 [7].

Deve ser plotado o gráfico da parte mais reta da curva, linearizando-o e


encontrando o coeficiente angular da reta, através do qual poderá ser encontrado o valor
da condutividade térmica requerido. A partir da regressão linear do tipo 𝑦 = 𝐴𝑥 + 𝐵 , o
coeficiente angular A é dado, a partir da equação 3, por

ϕ
𝐴= (4)
4𝜋𝑘𝐿𝑐

Assim, isolando a condutividade térmica 𝑘, é obtido o valor experimental para a


mesma a qual é dada por:

ϕ
𝑘= (5)
4𝜋𝐴𝐿𝑐

A potência elétrica é obtida por meio da Lei de Joule:

ϕ=U∙I (6)

4
Em que 𝑈 representa a tensão, em V, e I a corrente elétrica, dada em A.
Com isso, o valor de 𝑘 pode ser obtido por:
U∙I
𝑘= (7)
4𝜋𝐴𝐿𝑐
Dessa forma, é possível encontrar a condutividade térmica das amostras, através
da medição de temperatura, tempo, tensão e corrente para cada material ensaiado.

2.2 – Materiais
Para a efetuação da prática foi necessária a utilização dos seguintes materiais:
 Duas amostras do aço ASTM A36 com dimensões de 98,15 x 31,60 x 4,60 mm;
 Duas amostras do polímero Nylon 6,6 com dimensões de 78,65 x 13,1 x 3,4 mm;
 Arduino MEGA;
 Módulo MAX6675 para Arduino;
 Termopar tipo K;
 Fita de resistência elétrica de Níquel-Cromo;
 Fonte de Alimentação para PC;
 Potenciômetro;
 Notebook;
 Paquímetro;
 Multímetro digital.

2.3 – Procedimento experimental


O sistema utilizado já estava montado, com a fonte de PC conectada a um
potenciômetro e às extremidades da fita quente, sobre um suporte de madeira, no qual as
amostras podiam ser alocadas de tal forma a ficarem presas, garantindo o contato e a
correta medição do termopar, localizado no centro do conjunto.
Com o auxílio de um paquímetro foram realizadas medições das dimensões das
amostras. Foi inserido então uma amostra, primeiro para o polímero, embaixo da fita
quente, colocando o sensor do termopar sobre a fita e então colocada a segunda amostra
do material, da forma como se segue:

5
Figura 2.3.1 – Representação da fita quente e termopar entre as amostras.

.
Fonte: Próprios autores, 2019

O sensor termopar, por sua vez, foi conectado ao módulo MAX6675 no Arduino,
microcontrolador utilizado para leitura dos dados de temperatura e tempo para o
experimento.
Figura 2.3.2 – Montagem das amostras de Nylon no suporte com o termopar e Arduino.

Fonte: Próprios autores, 2019

Foi utilizada a biblioteca padrão para o módulo mencionado e determinado um


intervalo de 3s no programa parar a plataforma realizar a leitura dos dados. Esse valor foi
definido devido à grande quantidade de dados gerados anteriormente testando com apenas
um segundo de intervalo entre as medições. Por apresentar grande variação, oscilando
entre valores crescentes e decrescentes para variação muito pequena de tempo, esse tempo
se mostrou mais adequado.
Foi utilizado também o programa PLX-DAQ para facilitar a aquisição dos dados,
exportando os valores diretamente para uma planilha no EXCEL, onde era possível definir
a plotagem dos dados em tempo real conforme eram medidas, para isso pequenas
alterações no código Arduino foram impementas para que houvesse tal conexão entre os
programas. Capturas de tela do código e da planilha do PLX-DAQ encontra-se a seguir.

6
Figura 2.3.3 – Programa carregado no Arduino para leitura de dados.

Figura 2.3.4 – Planilha do EXCEL com o PLX-DAQ para as medições para o metal.

Ao final das medições, com a fonte ainda ligada e todo o aparato ainda conectado,
foram medidos os valores de tensão e corrente na fita, com o auxílio de um multímetro
digital. O mesmo procedimento foi realizado exatamente da mesma forma, tanto para o
metal quanto para o polímero.

7
4 – RESULTADOS E DISCUSSÃO

Através da metodologia proposta por Jannot e utilizando o procedimento descrito


acima, foi possível a obtenção das curvas de temperatura em função do logaritmo natural
do tempo, 𝑇 𝑥 𝑙𝑛(𝑡). Os gráficos obtidos estão apresentados a seguir.

Figura 4.1.1 – Dados de temperatura em função do 𝑙𝑛(𝑡) para o Nylon 6,6.

80

70

60
Temperatura (°C)

50

40

30

20

10

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8

ln (t)

Figura 4.1.2 – Dados de temperatura em função do 𝑙𝑛(𝑡) para o aço ASTM A36.

80

70
Temperatura (°C)

60

50

40

30

20

10

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

ln(t)

8
A partir do gráfico, foi observada a região onde a curva apresentava
comportamento mais próximo ao linear, para eliminar os erros, conforme disposto na
figura 2.1.2. Esse intervalo foi então plotado e linearizado. Para o nylon, tal região
compreende-se entre 40 e 70 °𝐶. Para o metal, entre 40 e 50 °𝐶.

Figura 4.1.3 – Linearização do gráfico para o Nylon 6,6 e equação da reta.

75
y = 20,297x - 70,329
70

65
Temperatura (°C)

60

55

50

45

40

35

30
5.3 5.5 5.7 5.9 6.1 6.3 6.5 6.7 6.9

ln (t)

Figura 4.1.4 – Linearização do gráfico para o Aço ASTM A36 e equação da reta.

53

51
y = 6,3613x + 8,1485
49
Temperatura (°C)

47

45

43

41

39

37

35
4.8 5 5.2 5.4 5.6 5.8 6 6.2 6.4 6.6

ln (t)

9
Dessa forma, para o Nylon, tem-se um coeficiente angular 𝐴 = 20,297 e para o
metal tem-se 𝐴 = 6,3613.

Foi obtida a tensão de 1,68 V e uma corrente de 3,03 𝐴 quando o polímero estava
em contato com a fita e uma tensão de 2,29 𝑉 e uma corrente de 3,09 𝐴 para o aço.
Utilizando-se desses valores encontrados e dos comprimentos das amostras, são obtidos
os valores das condutividades térmicas dos materiais, de acordo com a equação (7).

1,68 ∙ 3,03
𝑘𝑛𝑦𝑙𝑜𝑛 =
4𝜋 ∙ 20,297 ∙ 0,07865

𝑘𝑛𝑦𝑙𝑜𝑛 = 0,2538 [𝑊/𝑚 ∙ 𝐾]

2,29 ∙ 3,09
𝑘𝑎ç𝑜 =
4𝜋 ∙ 6,3613 ∙ 0,09815

𝑘𝑎ç𝑜 = 0,9019 [𝑊/𝑚 ∙ 𝐾]

Conforme apontado em Callister (2016), a condutividade térmica teórica dos


materiais utilizados no experimento é de 51,9 [𝑊/𝑚 ∙ 𝐾] para o aço ASTM A36 e de
0,24 [𝑊/𝑚 ∙ 𝐾] para o polímero Nylon 6,6.

Comparando com os valores teóricos, foi possível calcular os erros para o


experimento, através da fórmula de desvio percentual.

𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 − 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙


𝐷% = | | . 100 % (8)
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜

0,24 − 0,2538
𝐷𝑛𝑦𝑙𝑜𝑛 = | | . 100 %
0,24

𝐷𝑛𝑦𝑙𝑜𝑛 = 5,75 %

51,9 − 0,9019
𝐷𝑎ç𝑜 = | | . 100 %
51,9

𝐷𝑎ç𝑜 = 98,26 %

Portanto, o desvio relativo do valor teórico encontrado para o Nylon apresentou


um valor razoável, dentro do esperado (1-10%) de acordo com Hongyu. Jannot, encontrou
em seu trabalho valores parecidos para os desvios com amostras de PVC, PCTFE e
polietileno, sendo 4,2, 3,0 e 3,6%, respectivamente, comprovando a eficiência do método
para medições de condutividade térmica em polímeros.

10
Enquanto que para o aço não houve nenhuma relação plausível entre o valor
encontrado através dos testes com o teórico, evidenciando grande erro no experimento.
Foi descoberto depois que o metal apresentava um revestimento cerâmico contendo óxido
de Ferro, o que contribuiu ainda mais para a diminuição da condutividade térmica do
material.
No entanto, já era de se esperar tal erro já que o método da fita quente/ fio quente
não é indicado para metais, como mostrado por Hongyu, a faixa de condutividade térmica
do material a ser avaliado deve estar abaixo de 25 [𝑊/𝑚 ∙ 𝐾], o metal utilizado
apresentava o dobro desse valor para 𝑘.
Tabela 4.1.1 – Comparação de diferentes métodos de determinação da condutividade
térmica e materiais adequados para cada método.

Fonte: Hongyu et al, 2016 [2].

Além da eficácia do método com os polímeros e os materiais descritos acima, foi


comprovada por Hougan [3] e Johansen [6] a utilização do método da fita quente, com
resultados satisfatórios, para amostras de madeira, com diferentes teores de umidade.
Mesmo constituindo-se um material ortotrópico, os valores de condutividade encontrados
por eles foram bem próximos aos descritos na literatura.

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5 – CONCLUSÃO

A partir dos dados obtidos e análises efetuadas, pode-se observar que para o nylon
6,6 foi alcançado um valor de 𝑘 bem próximo ao da literatura, contendo um erro
experimental bem baixo, considerando a simplicidade dos materiais utilizados e
facilidade de execução, demonstrando êxito no experimento.
No entanto, para o aço A36, foi obtido um valor de 𝑘 muito destoante do valor
presente na literatura, contabilizando um erro experimental muito grande. Esses valores
divergentes confirmam que o método da fita quente não é adequado para ser utilizado em
metais, devido à faixa de trabalho de condutividade térmica do método. Esse grande
desvio pode ser também justificado pela simplicidade do método, considerando os corpos
como muito extenso e desconsiderando assim alguns efeitos de dissipação de calor para
o ambiente, não sendo adequado, portanto, para materiais com maiores condutividades
térmica. O metal utilizado apresentava ainda um revestimento cerâmico, para melhora de
suas propriedades mecânicas, tal revestimento, por estar disposto sobre a superfície do
material, colaborou para a diminuição da condutividade térmica, haja visto que cerâmicas
geralmente comportam-se como isolantes térmicos.
Com isso, o método da fita quente mostra-se viável e pode ser utilizado sem
preocupações para a obtenção rápida e fácil da condutividade térmica de polímeros, já
para metais, recomenda-se o estudo e uso de outras técnicas experimentais, que sejam de
fato eficientes, como por exemplo o método estacionário de fluxo axial ou dos métodos
transientes por laser ou fonte plana, que abrangem a faixa de condutividade do aço
utilizado, conforme apresentado por Hongyu.

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REFERÊNCIAS

[1] CALLISTER W. D. e RETHWISCH D. G. “Ciência e engenharia dos materiais: uma


introdução”, 9ª ed. Editora LTC, Rio de Janeiro, Brasil, 2016;

[2] HONGYU et al. “Thermal conductivity of polymer-based composites: Fundamentals


and applications” Progress in Polymer Science 59, 41–85, 2016;

[3] HOUGAN C., AWANTO C., DJOSSOU A., ANJORIN M. e VIANOU A.


“Measurement of thermal effusivity and thermal conductivity at various water content for
two tropical wood species” International Conference on Computational Heat and Mass
Transfer, Procedia Engineering 127, 48 – 55, 2015;

[4] INCROPERA, F.P., BERGMAN, T.L. e DEWITT, D.P. “Fundamentos de


transferência de calor e de massa”, 7ª ed., Editora LTC, Rio de Janeiro, Brasil, 2014;

[5] JANNOT, Y. e MEUKAN, P. “Simplified estimation method for the determination of


the thermal effusivity and thermal conductivity using a low-cost hot strip”, Meas. Sci.
Technol. 15, 1932–1938, 2004;

[6] JOHANSEN, G. H. Z.,ROZZA, M. F. E HERRERO, M. V. O., “Condutividade


térmica da madeira”, Programa de pós graduação em engenharia mecânica da
Universidade Estadual de Maringá, Maringá, Brasil;

[7] LOPES, H., VIEIRA,A. e SOARES, S. “Soil thermal characterization by the hot wire
method”, Portugal, 2015.

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