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A POLÊMICA - O FOGO GREGO

Uma Especulação Sobre a Alquimia dos Componentes Usados na Preparação da Arma


Bizantina

Nelson Lage da Costa


Mestre em Ensino de Ciências – UNIGRANRIO
nelsonlage@ig.com.br

INTRODUÇÃO:
O fogo grego ou fogo bizantino era uma mistura muito viscosa que flutuava e
queimava mesmo em contato com a água, e acredita-se que tenha sido inventado em 673 por
um refugiado arquiteto sírio, chamado Kallinikos de Heliópolis. Foi utilizada como arma
química pelos gregos bizantinos e muito embora não exista uma fórmula exata para o fogo
grego, uma das hipóteses mais aceita é de que se tratasse de um composto que continha cal
viva (óxido de cálcio), petróleo, nafta, enxofre e salitre (nitrato de potássio), dentre outras
substâncias. Era frequentemente armazenado em pequenos vasos de barro e podia ser
lançado de muralhas e barcos diretamente sobre o inimigo. Esta pesquisa objetiva especular
acerca dos componentes que supostamente eram utilizados para a composição da arma
secreta bizantina. Pretende-se ainda buscar as origens alquímicas de cada um dos
componentes empregados através dos registros históricos existentes. No entanto, mais do
que uma explicação mitológica ou histórica, espera-se dar a esta pesquisa uma explicação
conclusiva acerca das combinações e reações atualizadas na formulação que supostamente
poderiam ter sido usados na preparação da arma bizantina. Serão buscadas na química
orgânica, na química inorgânica e na análise química que se conhece atualmente, as
explicações que possam levar ao entendimento de como Kallinikos criou tão temida arma.

A MITOLOGIA DE PROMETEU:
O fogo grego tem uma estreita ligação com a figura mitológica de Prometeu. Como
expressado nos poemas de Hesíodo, intitulados: Teogonia e Os Trabalhos e os Dias,
Prometeu, um dos Titãs, devolveu o fogo aos humanos, que dele tinham sido privados por
Zeus. Como castigo, por ter beneficiado os humanos na repartição dos lotes de um sacrifício,
Prometeu foi preso a um mastro para ser torturado por uma águia, que durante o dia lhe
devorava o fígado incessantemente; mas este se regenerava durante a noite. Este deus
obstinado mostrou uma nobre personalidade, tendo sido posteriormente libertado por
Hércules, que matou a águia. Prometeu teria ensinado os homens a usar o fogo e é assim que
através deste mito os Gregos explicam o aparecimento do fogo na terra. Nas Metamorfoses
de Ovídio, Prometeu está intimamente ligado ao elemento humano por ter sido o autor da
criação do homem à imagem dos deuses a partir de uma porção de lodo. Para além destes
poderes, proporcionou o conhecimento do tempo, da aritmética, da navegação, da
domesticação de animais e da adivinhação do futuro através da análise das suas entranhas e
do fogo sagrado.

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ORIGEM E USO:
As armas incendiárias e flamejantes já tinham sido usadas nas guerras por séculos
antes da invenção do Fogo Grego. A primeira utilização de uma substância química
incendiaria no mar pelos Bizantinos data da época de Anastácio I em 513. Entretanto,
credita-se a Kallinikos (Callinicus), um arquiteto de Heliópolis. No entanto, o historiador
James Partington registra que o Fogo Grego foi inventado realmente pelos químicos em
Constantinopla que tinham herdado as descobertas da escola de química da Alexandria.
Em seus usos mais adiantados foi aplicado nas forças inimigas ateando fogo a uma
esfera cheia do líquido envolvida por um pano em chamas. Desenvolvendo as tecnológicas
mais atrasadas foi possível fazer melhorias à máquina usada. A tecnologia permitiu planejar
um mecanismo usando uma bomba que descarregava jatos de líquido em chamas (atirador
de chamas).
É difícil imaginar que o método de criar uma arma tão devastadora como Fogo
Grego estaria perdido pela passagem do tempo. Mas a receita para esta arma era tão bem
guardada que em apenas 50 anos de sua invenção, o conhecimento foi perdido até mesmo
pelos seus criadores. Enquanto as armas incendiárias tinham sido usadas durante séculos
(petróleo e enxofre, ambos tinham sido em uso desde os primórdios dos cristãos), o Fogo
Grego era muito, muito mais potente. Muito semelhante a Bomba de Nepalm do mundo
moderno.
A idéia básica de um lança-chamas é espalhar fogo lançando combustível em
chamas. Os primeiros lança-chamas, datando mais ou menos do século V a.C., eram longos
tubos cheios de material combustível sólido (tais como enxofre ou carvão). Essas armas
funcionavam do mesmo modo que uma zarabatana - os guerreiros simplesmente sopravam
por um lado do tubo, atirando a matéria em chamas na direção de seus inimigos.
Um tipo mais sofisticado de lança-chamas iniciou seu largo emprego no século VII.
Nessa época o Império Bizantino acrescentou o "Fogo grego" ao seu arsenal. O fogo grego
era provavelmente uma mistura de petróleo líquido, enxofre, cal e outros elementos. Em
todo caso era um fluido à base de óleo altamente inflamável.
Para o pesquisador Cesare Rossi,engenheiro mecânico da Università degli Studi di
Napoli Federico II, e autor do livro Ancient Engineers Inventions: Precursors of the Present,,
é muito mais provável que Arquimedes tenha usado um canhão a vapor, que lançaria esferas
de barro com a mistura incendiária, do fogo grego. Evidências indiretas para o canhão de
vapor também vem historiador Plutarco, que conta a história de um dispositivo que obrigou
os soldados romanos a fugir em um ponto das muralhas de Siracusa.

FUNCIONAMENTO
Estudos recentes dão conta do Fogo Grego como sendo uma mistura viscosa que
contava com os seguintes ingredientes:
 Petróleo bruto, ou nafta, para que flutuasse sobre a água;
 Enxofre, que ao entrar em combustão, emite vapores tóxicos;
 Cal viva (Óxido de Cálcio), que reage libertando muito calor ao entrar em
contacto com a água (o suficiente para fazer queimar materiais combustíveis);

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 Resina, para ativar a combustão dos ingredientes,(a Colofonia, também
conhecida como Peixe de Castilla, é uma resina natural de cor ámbar obtida das
coníferas por extração dos troncos.
 Gorduras para aglutinar todos os elementos;
 Nitrato de Potássio, (salitre), que desprende oxigénio, permitindo desta forma
que o fogo continue ardendo sob a água.
Em combate, forças bizantinas bombeavam essa substância de um amplo
reservatório, através de estreitos tubos de latão. Esses tubos concentravam o líquido
pressurizado em um poderoso jorro, da mesma maneira que uma mangueira e o bico
concentram a água em um jato estreito. Os soldados acendiam um pavio na saída do tubo de
latão para inflamar o jorro de fluido quando esguichava. O jorro do fluido levava o fogo a
dezenas de metros pelo ar.
Os bizantinos montavam essas armas ao longo das muralhas de Constantinopla,
bem como na proa de seus navios. Como a substância inflamável era à base de óleo, ela
continuava queimando mesmo quando entrava em contato com a água, tornando-a uma arma
particularmente eficiente em batalhas navais.
Alguns historiadores ingleses dizem que a Armada Invencível de Felipe II
sucumbiu ante Francis Drake, que criou uma fileira de barris de Fogo Grego incendiados
justos na Batalha do Canal da Mancha. No entanto, estas explicações afastam-se da verdade,
já que esta armada sucumbiu às tormentas mais do que na batalha, além de se tratar de uma
época na qual o uso da pólvora fazia que possuíssem armas bem mais destrutivas.

UMA HIPÓTESE: A reação envolvendo o Oxigênio Nascente


Analisando as reações químicas que possivelmente possam ocorrer com a mistura
dos componentes que formam o Fogo Grego, uma hipótese é a ocorrência da liberação de
“oxigênio nascente”. É possível uma reação a partir da instabilidade do oxigênio nascente.
Na verdade, o oxigênio nascente é como um átomo de oxigênio livre no sistema. Nesse
processo o “oxigênio nascente” oxida outras moléculas. É o caso de oxiácidos, íons
oxidantes e peróxidos, que possivelmente poderiam estar presentes no salitre.
Devido a sua elevada reatividade, é capaz de provocar a combustão instantânea de
materiais combustíveis, no caso do Fogo Grego o petróleo que era colocado na mistura.

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O Fogo Grego era um líquido de composição muito complexa. Historicamente, são
várias as especulações acerca da sua formulação. Os bizantinos esconderam ou destruíram a
fórmula, para evitar que caísse nas mãos dos seus inimigos, mas uma provável hipótese é
que seja algum composto variante com uma base química formulada com petróleo bruto
e/ou nafta.
É provável, que, além do petróleo e/ou da nafta, tenha sido feita com a adição de cal
viva (óxido de cálcio, CaO), enxofre e salitre, entre outras substâncias. Substâncias as quais
serão analisadas mais adiante.
O Fogo Grego foi muito utilizado na Ásia. Especulasse ainda que outra substância
incendiária, que talvez pudesse ter sido utilizada como "ingrediente secreto", pode ter sido o
magnésio que queima debaixo d'água e é um dos principais constituintes das bombas
incendiárias da guerra moderna. Esses materiais, aparentemente, eram aquecidos em um
caldeirão e, então, bombeados através de um sifão.

Os materiais eram aquecidos em um caldeirão e, então, bombeados através de


um sifão em direção ao inimigo

Anterior ao uso do fogo grego há ainda registros da utilização de espelhos para


queimar navios invasores. Credita-se ao inventor grego Arquimedes a utilização da arma. No
entanto, pesquisadores da Universidade de Nápoles, na Itália, relatam que não passa de lenda
o uso de espelhos por Arquimedes. Os pesquisadores dizem que, na verdade, Arquimedes
teria utilizado canhões de vapor - equipamento que já havia sido atribuído ao inventor. As
informações são do Live Science. Mecanismo que pode ter sido a base para o
desenvolvimento dos lança chamas bizantino.
A lenda, que começou na Idade Média, afirma que Arquimedes utilizava espelhos
para concentrar a luz do Sol e queimar navios durante a guerra de Siracusa (do ano 214 a.C.
a 212 a.C., durante a Segunda Guerra Púnica), na colônia grega de Siracusa, na ilha da
Sicília. Nenhum grego ou romano relatou, na época, o suposto feito do inventor.

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A Lenda dos espelhos de Arquimedes

Os pesquisadores compararam os canhões a vapor com os espelhos. Segundo os


cientistas, os gregos poderiam ter disparado bolas feitas de argila e recheadas com uma
mistura química incendiária conhecida como "fogo grego". Os canhões da época poderiam
transformar um copo de água (30 g) em vapor suficiente para disparar os projéteis.
Rossi calculou que canhões poderiam ter disparado uma bala de canhão pesando
cerca de 6 kg, a velocidades de cerca de 60 metros por segundo, o que não é pouco com tal
tecnologia rudimentar. Isso permitiu que os canhões para, eventualmente, acertar navios a
distâncias de cerca de 150 m, mesmo usando uma trajetória quase plana, mas não
totalmente, já que projéteis seguem trajetórias parabólicas.
A tabela a seguir resume as várias formulações encontradas nas referências
bibliográficas a que se pode ter acesso para o desenvolvimento deste trabalho.
Cal viva (óxido de cálcio); Petróleo; Nafta; Enxofre; Salitre.
Breu; Piche; Enxofre; Nafta; Cal.
Salitre; Piche; Enxofre;
Petróleo; Salitre; Enxofre; Nafta; Cal; Enxofre; Salitre; Fósforo.
Cal; Salitre; Betume; Enxofre; Resina; Piche.

Na forma líquida, o Fogo Grego era muito inflamável, não se misturava com a água
e gerava uma chama difícil de apagar. Os bizantinos, do império, usavam a mistura em
combate, lançando o líquido inflamado sobre os navios inimigos, usando pressão. Uma
engenhoca semelhante ao nosso atual lança-chamas. Os turcos tiveram muita dificuldade em
tomar Constantinopla em face do uso do Fogo Grego, mas na sétima tentativa a cidade caiu.
Os turcos venceram em Constantinopla porque eram mais evoluídos tecnologicamente e
usaram uma arma mais poderosa do que o Fogo Grego; a Pólvora.

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Pelo aspecto físico-químico, o Fogo Grego é uma mistura viscosa que flutua e
queima até mesmo em contato com água. Era frequentemente armazenada em pequenos
vasos de barro e podia ser lançada de muralhas e barcos diretamente sobre o inimigo.
O Fogo Grego teria sido inventado por um refugiado sírio cristão, chamado
Callinicus de Heliópolis. Supostamente a chave da eficácia do fogo grego era sua capacidade
de continuar queimando praticamente sob quaisquer condições. Os navios inimigos
freqüentemente tinham medo de se aproximar muito da frota bizantina porque, dentro de seu
alcance, esse fogo dava uma grande vantagem para os bizantinos. O Fogo Bizantino foi o
grande responsável por muitas vitórias militares bizantinas e um motivo parcial pela
sobrevivência do Império Bizantino por tanto tempo; particularmente próximo ao fim do
Império, quando em Bizâncio não havia mais habitantes em número suficiente para defendê-
lo.
O primeiro registro que se tem a respeito da utilização do fogo grego, data de 672
contra a frota árabe e rapidamente se transformou em uma das mais temidas armas do
mundo medieval; a mera visão de um sifão de qualquer tipo fosse de Fogo Grego ou não,
frequentemente era suficiente para derrotar um inimigo. Entretanto, era uma arma difícil de
manejar e freqüentemente ateava fogo também nos próprios navios bizantinos.

LIGAÇÃO ÀS VITÓRIAS BIZANTINAS


O Fogo Grego era o responsável pela maioria das muitas vitórias militares
Bizantinas. Era particularmente útil na época do fim da vida do império; época em que não
havia bastantes habitantes para defender eficazmente seus territórios.
A eficácia do Fogo Grego era incontestável; entretanto, dependia das circunstâncias
em que era utilizado. Por exemplo, era menos eficaz no mar aberto do que em passagens
estreitas do mar. O Fogo Grego não podia ser considerado uma invenção que resolvesse
todos os problemas marítimos do império Bizantino. A guerra naval continuou a ser baseada
na arte tradicional da estratégia marítima, a que o Fogo Grego adicionou uma arma eficaz
para os Bizantinos.

MANUFATURA
Os ingredientes, o processo de manufatura, e o uso eram um segredo militar
guardado com muito cuidado. Conta-se que o Fogo Grego era feito pelos seguintes
ingredientes: Dos pinheiros e determinadas árvores eram retiradas a resina inflamável. Esta
era friccionada com o enxofre e fundidas. As especulações a respeito de sua composição
incluem como já dito, várias outras substâncias.
Nunca ficou claro se o operador inflamava a mistura com uma chama ou se a
mistura se inflamava espontaneamente no contato com água ou com o ar. Se o último for o
caso, é possível que o ingrediente ativo fosse fosfato de cálcio, obtido através do
aquecimento da cal, com ossos, e o carvão de lenha. No contato com água, o fosfato de
cálcio libera fosfito, que se inflama espontaneamente. A reação de cal viva com água cria
também bastante calor necessário para inflamar hidrocarbonetos, especialmente se um

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oxidante tal como o salitre estiver presente. Entretanto, o Fogo Grego foi usado também na
terra.
Os ingredientes eram aquecidos aparentemente em um caldeirão, e bombeados para
fora com o auxílio de um sifão ou grandes seringas. O mecanismo era montado a bombordo
ou na proa do navio. As embarcações maiores podiam ter dois sifões, um em cada lado da
embarcação. O Fogo Grego podia também ser usado na forma de granadas da mão.
O Fogo Grego tinha uma propriedade de desenvolver o calor intenso, se espalhando
em todas as direções e queimando na água. Alguns relatos sobre o Fogo Grego sugerem que
o petróleo e o óleo foram usados como ingrediente. Suas chamas eram quase que
impossíveis de extinguir, exceto com areia, urina ou sal.
Há registros de que a cidade de Cartago foi facilmente queimada devido ao uso
extensivo de asfalto em sua construção. Sobre o uso do enxofre, este é um sólido amarelo
brilhante macio e, diferentemente da maioria dos outros líquidos, sua temperatura aumenta
bastante devido à formação de cadeias de polímeros. Devido a sua natureza inflamável, o
enxofre também encontra uso na pólvora e em fogos de artifício.

A HISTÓRIA DOS BIZANTINOS (476 A 1453)


Os Bizantinos levaram o nome deles da Bizantina, uma cidade antiga no Bosphorus,
a via fluvial estratégica que une o Mar Negro para o Mar Egeu. O Imperador romano
Constantino tinha renomeado esta cidade a Constantinopla no quarto século e tinha feito isto
um capital de irmã do império dele. Esta partição oriental do Império romano sobreviveu sua
contraparte ocidental antes de mil anos, enquanto defendendo a Europa contra invasões do
leste por persianos, árabes, e Turcos. Os bizantino perseveraram porque a Constantinopla foi
defendida bem por paredes e a cidade poderia ser provido através de mar. Ao zênite
deles/delas no sexto século, os bizantino cobriram muito dos territórios do Império romano
original, enquanto faltando só a Península ibérica (a Espanha moderna e Portugal), gaulês (a
França moderna), e Inglaterra. Os bizantino também seguraram a Síria, Egito, e Palestina,
mas pelo meio do sétimo século eles tinham os perdido aos árabes. Dali em diante o império
deles/delas consistiu principalmente nos Bálcãs e Turquia moderna.
O primeiro grande imperador bizantino era Justiniano eu (482 a 565). a ambição
dele era restabelecer o Império romano velho e ele quase teve sucesso. O instrumento dele
era o maior general da idade, Belisarius que riscou o império que derrota os persianos ao
Leste os Vândalos no Norte da África, Ostrogoths na Itália, e Bulgaros e eslavos nos Bálcãs.
Além de campanhas de exército, Justiniano pôs a fundação para o futuro estabelecendo um
sistema legal e administrativo forte e defendendo a Igreja Cristã.
A economia bizantina era a mais rica na Europa durante muitos séculos porque
Constantinopla era idealmente situada na rotas de comércio entre a Ásia, Europa, o Mar
Negro, e o Mar Egeu. Era um ponto de destino importante para a Rota de Seda da China. A
nomisma, a principal moeda de ouro bizantina, foi o padrão para dinheiro ao longo do
mediterrâneo durante 800 anos. A posição estratégica de Constantinopla atraiu a inveja e
animosidade das cidades soberanas italianas eventualmente.
Uma força fundamental do Império bizantino era seu exército geralmente superior
que utilizou os melhores e mais experientes elementos romanos. O miolo do exército era
uma força de choque de cavalaria pesada apoiada por ambas as infantarias de luz (os

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arqueiros) e infantaria pesada (os espadachins blindados). O exército era organizado em
unidades. Oficiais receberam uma educação em história e teoria militar. Embora
normalmente excedesse em número por quantidade de guerreiros destreinados, prevaleceu
graças a táticas inteligentes e disciplina boa. O exército foi apoiado por uma rede de espiões
e agentes secretos que proveram informação sobre planos inimigos e poderia ser usado
suborno ou, caso contrário, a inclinação dos agressores.
A marinha bizantina manteve a “pita marítima” aberta para o comércio. No século
oitavo, um ataque organizado pelos árabes por mar e por terá foi derrotado em grande parte
por uma arma secreta, fogo grego. Esta arma química, com sua composição desconhecida,
era um tipo de napalm líquido que poderia ser borrifado de uma mangueira. A marinha árabe
foi devastada no mar através de fogo grego.
Nos sétimo e oitavos séculos, os árabes invadiram o Egito, o Oriente Médio, Norte
da África, e a Espanha, tirando estas áreas permanentemente do controle bizantino. Uma
vitória turca a Manzikert em 1071 conduziu à devastação a Ásia Menor, a fonte mais
importante do império de grãos, gado, cavalos, e soldados.

A HISTÓRIA E O FOGO GREGO


Fire foi o "termo grego" atribuído à mistura até que o tempo das Cruzadas
Européias chegasse. Alguns dos nomes originais eram conhecidos e incluíam: "fogo
líquido", “fogo da marinha", "fogo artificial" e "fogo romano". O último foi usado devido ao
fato de que os muçulmanos (contra quem a arma era mais usada) acreditavam que os
bizantinos eram romanos e não gregos. Os próprios bizantinos usavam o Fogo Grego
raramente, presumivelmente por causa do medo que tinham da fórmula secreta da mistura
cair em mãos inimigas.
No entanto, existem dois casos conhecidos dos bizantinos utilizando esta arma. Em
678 eles destruíram uma frota muçulmana (acredita-se que mais de 30.000 homens foram
perdidos) e também em 717-718, quando o califa Suleiman atacou Constantinopla. A
maioria da frota muçulmana foi novamente destruída pelo Fogo Grego, e finalmente o califa
foi obrigado a fugir.
Alguns historiadores ingleses dizem que a Armada Invencível de Felipe II
sucumbiu ante Francis Drake, que criou uma fileira de barris de Fogo Grego incendiados
justos na Batalha do Canal da Mancha. No entanto, estas explicações afastam-se da verdade,
já que esta armada sucumbiu às tormentas mais do que na batalha, além de se tratar de uma
época na qual o uso da pólvora fazia que possuíssem armas bem mais destrutivas.
Como não existe praticamente nenhuma documentação da sua utilização pelos
bizantinos, acredita-se (em parte devido ao fraco desempenho da frota bizantina após esta
data), que foi durante esta época que os segredos da criação de Fogo Grego foram perdidos.
Embora tenha havido muita especulação envolvendo a preparação do Fogo Grego, ninguém
até agora foi capaz de recriar essa mistura. O mais próximo teria sido o exército da Arábia,
que acabou criando sua própria versão (as opiniões divergem quanto exatamente quando isso
ocorreu provavelmente em algum momento entre meados do século VII e início do século
X), mas a fórmula foi imprecisa e, em comparação com o original bizantino, foi
relativamente fraco. Mas isso não impediu de ser uma das armas mais devastadoras da
época. Os árabes usaram o Fogo Grego de forma muito eficaz, bem como os bizantinos, eles
também utilizaram tubos de bronze a bordo de navios e sobre as paredes dos castelos.
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As Memórias do Senhor de Joinville, do século XIII, nobre francês, inclui algumas
observações sobre o Fogo Grego durante a Sétima Cruzada, das quais se destacam a seguir:

"Então, logo que lançou o primeiro tiro, descemos nos cotovelos e joelhos,
como ele nos havia instruído, e seu primeiro tiro passou entre as duas torres, e se
alojaram em frente de nós, onde eles tinham vindo a levantar a represa. Nossos
bombeiros estavam prontos para apagar o fogo, e os sarracenos, não sendo capazes
de apontar diretamente para eles, por conta das duas alas da casa-pent que o rei
tinha feito, disparou em linha reta até as nuvens, para que os dardos em fogo
caíssem em cima deles."

"Esta foi a forma grega do fogo: ele entrou em campo como amplo em
frente como um barril de vinagre, e da cauda de fogo que arrastava atrás de si era
tão grande como uma lança grande, e fez tanto barulho que veio, que soou como um
trovão do céu. Parecia um dragão voando pelo ar. Uma luz tão brilhante que ele
elenco, que se podia ver todo o campo como se fosse dia, devido à grande massa de
fogo, e o brilho da luz que
é derramado."

Para além dos perigos


físicos de Fogo Grego, este
trecho nos dá uma idéia de sua potência como uma arma psicológica. O horror de ver seus
camaradas queimar até a morte deve ter sido um golpe devastador para muitos um soldado.
Muitos homens eram convencidos simplesmente em abandonar os seus lugares em
vez de enfrentar as chamas. No entanto, tão devastador como o fogo grego poderia ter sido,
e como a água só foi amplamente ineficaz, havia alguns métodos de combatê-la, as defesas
comuns incluíram areia, vinagre e urina.

O BRIGADEIRO ALPOIM

“POR TERESA CRISTINA DE CARVALHO PIVA EM 07/08/2009”

Em seu livro, na parte em que discorre sobre outros fogos e suas aplicações, o
Brigadeiro Alpoim trata do Fogo Grego, que "é uma espécie de artifício, que queima, até

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dentro da água, aonde se lhe aumenta a sua violência: o seu movimento é para cima, para
baixo, e para os lados: chama-se Fogo Grego, por se dizer, que os Gregos, foram os
primeiros, que o puseram em uso". Ele também dá várias preparações para o Fogo Grego,
como, por exemplo, "cal viva, goma arábica, enxofre, óleo de linhaça, de cada coisa X,
pólvora, a que for necessária, tudo muito bem misturado, se lhe embeba algodão, ou estopa,
de que se fazem balas, indo, a cada capa, embrulhando em pólvora".
Segundo Alpoim, "para se dar mais vigor à pólvora, para o fogo Grego, e ser
mais inflamável, a borrifaremos com água alcanforada". Em seguida, em sua característica
maneira didática, ele dá o modo de preparar a água alcanforada: "em 16 x de água clara,
deitaremos x de alcanfor, e fundindo a fogo brando, fica feita a água alcanforada".

AS RESINAS USADAS NO FOGO GREGO


A resina é uma secreção formada em algumas plantas como, por exemplo, árvores
coníferas. Numa ferida na casca da árvore, a resina escoa lentamente, endurecendo por
exposição ao ar. De outra forma pode ser obtido fazendo talhos na casca ou madeira da
planta separadamente.

As plantas produzem resinas por várias razões cujas importâncias relativas são
debatidas. Sabe-se que as resinas cicatrizam as feridas da planta, matam insetos e fungos, e
permitem que a planta elimine acetatos desnecessários.
Determinadas resinas são obtidas em uma condição fossilizada, sendo o âmbar o
exemplo mais notável desta classe; O copal do México e a goma kauri da Nova Zelândia são
obtidos também em uma condição semi-fóssil. As resinas que são obtidas de exudações
naturais são formados por diferentes ácidos, chamados ácidos da resina, que se dissolvem
em solução alcalina formando "sabões de resina", de que os ácidos de resina são regenerados
pelo tratamento com ácidos.
São relacionados aos terpenos, com os quais ocorrem nas plantas e dos quais são
produtos da oxidação. Os exemplos de ácidos de resina são ácido abiético (sílvico),
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C20H30O2, occorrendo em colofônio, e ácido pimárico, C 20H35O2, um componente da "resina
gallipot". O ácido abiético pode ser extraído do colofônio por meio do álcool quente;
cristaliza em folhas e, em oxidação, produzem o ácido trimelítico, ácido isoftálico e ácido
terébico. O ácido pimárico assemelha-se ao ácido abiético quando destilado a vácuo; supõe-
se que consiste de três isômeros.
REFERÊNCIAS
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LANÇAS, W.H., Jr. (1969). Fogo grego: A arma secreta, Europa. ISBN 0-9600106-3-7.
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Janeiro: Jorge Zahar, 2002.
WATTS, John M. (1993): Tecnologia do fogo, Volume 29, número
3/DOI10.1007/BF01152106

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SUMÁRIO
Página

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................... 01

2. ORIGEM.................................................................................................... 06

3. O USO DO FOGO GREGO..................................................................... 06

4. LIGAÇÃO ÀS VITÓRIAS BIZANTINAS............................................. 07

5. MANUFATURA....................................................................................... 07

6. A HISTÓRIA DOS BIZANTINOS (476 A 1453).................................... 08

7. A HISTÓRIA DO FOGO GREGO.......................................................... 10

8. O BRIGADEIRO ALPOIM
POR TERESA CRISTINA DE CARVALHO PIVA.............................. 12

9. FUNCIONAMENTO................................................................................. 13

10. AS RESINAS USADAS NO FOGO GREGO......................................... 14

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................ 15
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