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APOSTILA DE SOCIOLOGIA
UNIDADE I : INTRODUÇÃO A SOCIOLOGIA
A Sociologia, é uma ciência das áreas humanas, definida como Ciências Sociais, que engloba
Sociologia, Antropologia e Ciência Política, cada uma delas desenvolvidas com teorias, objetos
de estudo e metodologia específica.
Creio que esta é a primeira pergunta que lhe vem quando vê esta disciplina na grade curricular.
Para alguns, a Sociologia representa uma poderosa arma a serviço dos interesses dominantes;
para outros, é a expressão teórica dos movimentos revolucionários.
A Sociologia como vimos anteriormente, é uma ciência que estuda as sociedades humanas e
os processos que interligam os indivíduos em associações, grupos e instituições.
Enquanto o indivíduo isolado é estudado pela Psicologia, a Sociologia estuda os fenômenos
que ocorrem quando vários indivíduos se encontram em grupos de tamanhos diversos, e
interagem no interior desses grupos.
A Sociologia tem na Filosofia e História, os fundamentos para o desenvolvimento de suas
teorias.
A Filosofia se estabelece como conhecimento no séc. VI, na Grécia com Tales de Mileto
( Grécia, 624/625 a.C. - 556 ou 558 a.C.) e a História começa com o grego Heródoto (Grécia,
485?–420 a.C.). A Sociologia surge como ciência no séc. XIX a partir dos estudos de Augusto
Comte ( França, 1798 —1857 ).
O estudo científico dos fatos humanos somente começou a se constituir em meados do século
XIX. Nessa época, assistia-se ao triunfo dos métodos das ciências naturais.
Diante da comprovação inequívoca da fecundidade do caminho metodológico apontado por
Galileu ( Itália em Pisa, 1564 - 1642) com sua Física mecânica e outros, alguns pensadores
que procuravam conhecer cientificamente os fatos humanos passaram a abordá-los segundo
as coordenadas das ciências naturais. Outros, ao contrário, afirmaram a peculiaridade do fato
humano e a conseqüente necessidade de uma metodologia própria. Essa metodologia deveria
levar em consideração o fato de que o conhecimento dos fenômenos naturais é um
conhecimento de algo externo ao próprio homem, enquanto nas ciências sociais o que se
procura conhecer é a própria experiência humana ( interna ).
De acordo com a distinção entre experiência externa e experiência interna, poder-se-ia
distinguir diferenças entre a metodologia das Ciências Naturais e das Ciências Humanas.
Características das C. Naturais e C. Humanas
POSITIVISMO
O Positivismo pregava a cientifização do pensamento e do estudo humano, visando a obtenção
de resultados claros, objetivos e completamente corretos.
Os positivistas, tinham suas origens sobretudo na tradição empirista inglesa que remonta a
Francis Bacon ( Inglaterra em Londres, 1561 – 1626 ) e encontrou expressão em David Hume (
Escócia em Edimburgo, 1711 – 1776 ), nos utilitaristas do século XIX e outros. Nessa linha
metodológica de abordagem dos fatos humanos se colocariam Augusto Comte ( França, 1798
– 1857 ) e Émile Durkheim ( França, 1858 – 1917 ), este considerado por muitos como o
fundador da Sociologia como disciplina científica.
Os antipositivistas, adeptos da distinção entre ciências humanas e ciências naturais, foram
sobretudo os alemães, vinculados ao idealismo dos filósofos da época do Romantismo,
principalmente Hegel ( Alemanha em Esturgarda, 1770 – 1831 ) e Schleiermacher ( Polônia em
Breslau, 1768 – 1834 ). Os principais representantes dessa orientação foram os neokantianos
Wilhelm Dilthey ( Alemanha em Briebrich, Renânia, 1833 – 1911 ), Wilhelm Windelband
( Alemanha em Potsdam, 1848-1915) e Heinrich Rickert ( Alemanha em Danzig, 1863 – 1936 ).
WILHELM DILTHEY
Dilthey estabeleceu uma distinção entre explicação (erklären) e compreensão (verstehen).
O modo explicativo seria característico das ciências naturais, que procuram o relacionamento
causal entre os fenômenos. A explicação consiste na atribuição de uma causa eficiente a um
determinado evento, e é o mecanismo básico de constituição da ciência moderna, pois todo o
progresso das ciências empíricas se baseou na eficácia da explicação dos fenômenos.
A compreensão seria o modo típico de proceder das ciências humanas, que não estudam fatos
que possam ser explicados propriamente, mas visam aos processos permanentemente vivos
da experiência humana e procuram extrair deles seu sentido.
Os sentidos (ou significados) são dados, segundo Dilthey, na própria experiência do
pesquisador.
A intenção do pesquisador encontra-se contaminada pela sua posição no mundo, e a raiz do
seu trabalho está justamente localizada onde se situa o pesquisador e junto a quem ele
trabalha.
Na relação com o mundo, o pesquisador estabelece um encontro com o outro, com falas e
discursos singulares, por meio da tradução da experiência do outro, num encontro de
subjetividades.
Nas várias formas de compreensão do mundo, de nós próprios e do outro, passa-se por um
conjunto de significados embutidos na cultura, na língua, no não-dito e na pluralidade de
elementos, que necessitam de interpretações.
A noção de compreensão corresponde ao modo básico de orientação do homem no mundo
histórico-social. A compreensão é o que há de mais cotidiano e de mais complexo na vida
humana.
A compreensão está pressuposta em toda ação humana. O homem comum é capaz de
compreender uma série de situações complexas que se lhe apresentam no dia a dia, embora
lhe pareçam triviais: ao realizar o mais simples dos atos o homem, inserido no mundo histórico-
social, está na verdade compreendendo uma série de fatos complexos.
A compreensão também se dá em três dimensões. Em primeiro lugar, o homem compreende
as situações historicamente, vale dizer, a partir de sua inserção histórica. O que se apresenta
para a percepção humana é, desde sempre, um fato histórico; o homem se move na história.
Além disso, a compreensão tem uma dimensão análoga à porção teórica das ciências do
espírito, em que o homem se vale de suas crenças, historicamente determinadas, para se
situar no mundo. Compreender é avaliar situações a partir de certas crenças. Por último, a
compreensão resulta na tomada de decisões e na formação de juízos de valores.
O que Dilthey descobre, ou mesmo revela, é que a ‘vida humana’ deve ser considerada o
centro do universo do conhecimento. O mundo físico não é senão uma criação do homem, no
afã de compreender a vida que lhe é próprio.
A tarefa de uma ciência do espírito é, desse modo, conhecer em sua própria estrutura, o mundo
histórico.
Uma vez estabelecido que o universo do conhecimento não é nem o mundo físico e nem o
mundo psíquico, mas sim o mundo que se desdobra a partir da vida humana, torna-se
necessário redimensionar o mundo das ciências.
A realidade física e a realidade psíquica não são senão representações parciais da realidade
total da ‘vida humana’. Essa nova psicologia deverá partir da experiência singular, “daquilo que
me passa a mim e que te passa a ti, onde eu e tu não somos senão isto que nos passa”.
Wilhelm Dilthey valorizou a teoria da "visão do mundo" em que viver é interpretar o mundo
natural. Sua obra "Introdução ao estudo das ciências humanas" (1883), critica a visão
positivista da "explicação" sobre o homem buscando a "compreensão" da sua natureza social e
histórica. (JAPIASSU & MARCONDES, 1995, p.73).
Dilthey, formula a dualidade das ciências da natureza e ciências do espírito que se distinguem
por um método analítico esclarecedor e um procedimento de compreensão descritiva.
Para Dilthey, todas as formas de conhecimento do espírito, enquanto implicar numa relação
com a história, teria como pressuposto a capacidade do homem de se transpor para dentro da
vida psíquica do outro.
Dilthey contudo, foi sobretudo filósofo e historiador e não, propriamente, cientista social, no
sentido que a expressão ganharia no século XX. Outros levaram o método da compreensão ao
estudo de fatos humanos particulares, constituindo diversas disciplinas compreensivas.
Levando-se em conta os esforços realizados por tantos pensadores, desde a Antigüidade, para
entender a sociedade e o seu desenvolvimento, a Sociologia poderia ser considerada a mais
velha de todas as ciências, e a mais acolhedora. Tanto que hoje em dia praticamente todo
mundo é “sociólogo” — “porque todos estamos sempre analisando os nossos comportamentos
e as nossas experiências interpessoais” —, pois, até por razões emocionais, de alguma forma
nos acostumamos a contemplar e a dar palpite sobre os movimentos da sociedade, as forças
que conduzem os seres humanos, as razões dos conflitos sociais, as origens da família, as
relações entre Estado e Direito, o funcionamento dos sistemas políticos, a função das
ideologias e das religiões etc. Segundo esse raciocínio, podem ter sido sociólogos os
veneráveis santos Agostinho (Tagasta, Numídia ao norte da África, 354 – 430 ) e Tomás de
Aquino ( Campânia no sul da Itália, 1225 – 1274 ) e padre Antônio Vieira (Portugal em Lisboa,
1608 - 1697), que interpretavam a realidade social de acordo com os dogmas e interesses da
Igreja Católica, bem como os notáveis Ibn Khaldun (Tunísia na África, 1332 – 1406), historiador
muçulmano e Maquiavel, que criticavam toda interpretação teológica da sociedade.
AUGUSTE COMTE
O núcleo da filosofia de Comte radica na idéia de que a sociedade só pode ser
convenientemente reorganizada através de uma completa reforma intelectual do homem. Ele
achava que antes da ação prática, seria necessário fornecer aos homens novos hábitos de
pensar de acordo com o esta¬do das ciências de seu tempo. Por essa razão, o sistema
comteano estruturou-se em torno de três temas básicos : em primeiro lugar, uma filosofia da
história com o objetivo de mostrar as razões pelas quais uma certa maneira de pensar
(chamada por ele filosofia positiva ou pensamento positivo) deve imperar entre os homens. Em
segundo lugar, uma fundamentação e classificação das ciências baseadas na filosofia positiva.
Finalmente, uma sociologia que, deter¬minando a estrutura e os processos de modificação da
sociedade permitisse a reforma prática das instituições.
A contribuição principal de Comte à filosofia do positivismo foi sua adoção do método científico
como base para a organização política da sociedade industrial moderna.
O estado positivo corresponde à maturidade do espírito humano. O termo positivo designa o
real em oposição ao quimérico, a certeza em oposição à indecisão, o preciso em oposição ao
vago. É o que se opõe as formas teológicas ou metafísicas de explicação do mundo.
Ex: a explicação da queda de um objeto ou corpo: o primitivo explicaria a queda como uma
ação dos deuses; o metafísico Aristóteles explicaria a queda pela essência dos corpos
pesados, cuja natureza os faz tender para baixo, onde seria seu lugar natural; Galileu, espírito
positivo, não indagaria o porquê, não procuraria as causas primeiras e últimas, mas se
contentaria em descrever como o fenômeno da queda ocorre.
Não era apenas quanto ao método de investigação que a filosofia positivista se aproximava das
ciências da natureza. A própria sociedade foi concebida como um organismo constituído de
partes integradas e coesas que funcionavam harmonicamente, segundo um modelo físico ou
mecânico. Por isso o positivismo foi chamado também de organicismo.
CARACTERÍSTICAS DO POSITIVISMO
A realidade é formada por partes isoladas, de fatos atômicos; a explicação dos fenômenos se
dá através da relação entre eles; não se interessa pelas causas, mas pelas relações entre os
fenômenos; rejeição ao conhecimento metafísico; há somente um método para a investigação
dos dados naturais e sociais. Tanto um quanto outro são regidos por leis invariáveis.
Em sua Lei dos três estados ou estágios do desenvolvimento intelectual, Comte teoriza que o
desenvolvimento intelectual humano havia passado historicamente primeiro por um estágio
teológico, em que o mundo e a humanidade foram explicados nos termos dos deuses e dos
espíritos; depois através de um estágio metafísico transitório, em que as explanações estavam
nos termos das essências, de causas finais, e de outras abstrações; e finalmente para o
estágio positivo moderno. Este último estágio se distinguia por uma consciência das limitações
do conhecimento humano.
Comte tentou também uma classificação das ciências, baseada na hipótese de que as ciências
tinham se desenvolvido a partir da compreensão de princípios simples e abstratos, para daí
chegarem à compreensão de fenômenos complexos e concretos.
Assim as ciências haviam se desenvolvido a partir da matemática, da astronomia, da física, e
da química para atingir o campo mais complexo da biologia e finalmente da sociologia.
De acordo com Comte, esta última disciplina, a Sociologia, não somente fechava a série mas
também reduziria os fatos sociais a leis científicas, e sintetizaria todo o conhecimento humano,
como ápice de toda a ciência.
A Sociologia de Comte divide a sociedade em duas partes: estática e dinâmica.
ESTÁTICA
DINÂMICA
Todo estado social é uma conseqüência do passado e uma preparação para o futuro. Não há
espaço para quaisquer vontades superiores. As leis que regem o estado social são leis
análogas às leis biológicas. E exatamente por essa analogia conclui-se que a humanidade
caminha para a completa autonomia, o que ocorrerá quando for ultrapassada a sua etapa
metafísica.
Mas nada é eterno! A evolução da sociedade, da mesma forma que no indivíduo, leva-a para o
inevitável caminho da decadência final.
No início a humanidade assumiu a fase teológica ou fictícia, que foi uma fase provisória, mas o
ponto de partida necessário para todo o processo cultural.
A segunda fase é a metafísica ou abstrata, que é transitória, onde os agentes sobrenaturais
são substituídos por força abstratas, entendidas como seres do mundo.
A terceira fase é a positiva, científica ou real, que é a fase definitiva da humanidade, quando o
homem descobre a impossibilidade de obter conhecimentos absolutos e desiste de indagar
sobre a origem e a finalidade do universo, assim como sobre as causas íntimas dos
fenômenos. O homem passa a se preocupar apenas em descobrir as leis efetivas que
estabelecem as relações invariáveis de sucessão e semelhança. Estuda-se as leis a abandona-
se a pesquisa das causas.
O séc. XIX, é o período das revoluções burguesas. Algumas imagens do Brasil ilustram o
processo de mudança nas relações sociais, principalmente no sistema escravista. É um
período em que novas tecnologias, novos conhecimentos, novas formas de pensar,
revolucionaram, mudaram posturas, vestuário, e tudo o mais que se refere a sociedade.
No séc. XXI, ainda podemos ver vestígios materiais e de formas de pensar dos séc. XIX e XX,
porém, definitivamente a sociedade mudou e continua em processo de mudança.
A “mudança”, como fenômeno, é algo que surge no decurso de um conjunto de alterações,
provocadas pela ruptura com valores ou pressupostos que se passam a considerar
insuficientes ou inadequadas, para fazer face aos novos desafios no sentido da concretização
de metas comuns a um grupo de pessoas ou apenas idealizadas por um sujeito.
As revoluções, são mudanças de valores e formas de existir em sociedade, que não se
sustentam mais. E se faz necessário compreender as inovações que surgem. Daí a importância
de pensadores que problematizando as questões sociais, vão buscar soluções que apontem
para a harmonia, o equilíbrio social.
REVENDO O POSITIVISMO
Ciência criada por Auguste Comte, o Positivismo, vai influenciar seus predecessores,
principalmente Émile Durkheim, considerado pai da Sociologia.
Como muitos dos filósofos da época, Comte alarmou-se com os efeitos da Revolução Francesa
e com a desordem social, neste período de mudanças sociais.
Desde cedo a sua principal preocupação passou a ser o aprimoramento da sociedade. Julgava
ele que para tal aprimoramento, fazia-se necessária uma ciência teórica da sociedade. Não
dispondo de tal ciência, resolveu criá-la.
Na trilha de Saint-Simon, Condorcet e dos utopistas do começo do século, seguia a idéia
básica de aplicar o método científico ao estudo dos fatos sociais, tornando a sociologia uma
ciência “positiva”.
No início do século XIX o clima intelectual da França era de orgulho pelas conquistas das
ciências matemáticas e naturais e, quanto aos assuntos sociais, acreditava-se na existência de
leis sociais similares às leis das ciências naturais.
Comte afirmava que, se temos uma física celeste, uma física terrestre, uma física vegetal e
uma física animal, desejamos uma física social.
A física social teria por objeto o estudo dos fenômenos sociais, considerados sob o mesmo
prisma dos fenômenos físicos e químicos. Mais tarde chamou sua física social de Sociologia.
O Positivismo foi uma doutrina filosófica elaborada por ele que propõe um conhecimento
científico baseado na observação, comparação e experimentação e a ciência como única forma
válida de conhecimento.
A ciência, através da razão, é a única explicação legítima da sociedade. Somente pela ciência
o homem tem conhecimento e domínio do mundo. O progresso é o dogma supremo do
positivismo e o alvo supremo da sabedoria. A ordem deve ser assegurada pela classe
ascendente, ou seja, as elites.
No mundo da ordem que garante o progresso os conceitos da soberania popular, igualdade,
direitos do homem não são considerados.
A liberdade não existe. Não passa de resultado passageiro da anarquia moderna, pois
consagra cada vez mais o individualismo absoluto.
A elite tem mais o papel de reprimir do que de dirigir.
O governo é um organismo ativo encarregado de mostrar o que deve e o que não deve ser
feito.
A hierarquia é essencial no projeto positivista. À hierarquia submetem-se os proletários para o
bom andamento do progresso.
O regime político consiste na dupla máxima: dedicação dos fortes pelos fracos e veneração dos
fracos pelos fortes.
Nenhuma sociedade pode perdurar se os inferiores não respeitarem os superiores.
Sustenta-se na divisão do trabalho e na divisão de classes sociais.
O princípio das classes sociais é natural, necessário e estrutural para a sobrevivência da
humanidade.
Importa o alto grau de eficiência e para isto é necessário o controle.
Quem determina, legisla e organiza é o grupo dominante. Administrar os negócios é administrar
o povo. As forças sociais preponderantes acabam por se tornar as classes dirigentes.
A BANDEIRA DO BRASIL
A Bandeira do Brasil foi adotada pelo decreto no 4 de 19 de novembro de 1889. Este decreto
foi preparado por Benjamin Constant, membro do Governo Provisório.
A idéia da nova Bandeira do Brasil deve-se ao professor Raimundo Teixeira Mendes ( 1855 –
1927 ), filósofo e matemático brasileiro nascido em Caxias, MA, presidente do Apostolado
Positivista do Brasil. Com ele colaboraram o Dr. Miguel Lemos e o professor Manuel Pereira
Reis, catedrático de astronomia da Escola Politécnica. O desenho foi executado pelo pintor
Décio Vilares.
As cores verde e amarelo estão associadas à casa real de Bragança, da qual fazia parte o
imperador D. Pedro I, e à casa real dos Habsburg, à qual pertencia a imperatriz D. Leopoldina.
O círculo interno azul corresponde a uma imagem da esfera celeste, inclinada segundo a
latitude da cidade do Rio de Janeiro às 12 horas siderais (8 horas e 30 minutos) do dia 15 de
novembro de 1889.
Cada estrela representa um estado da federação e todas as estrelas têm 5 pontas. Embora
alguns digam que a faixa branca representa a eclíptica, ou o equador celeste ou o zodíaco, na
verdade ela representa na nossa bandeira apenas um lugar para a inscrição do lema "Ordem e
Progresso". Ela não tem qualquer relação com definições astronômicas.
O lema "Ordem e Progresso" é atribuído ao filósofo positivista francês Augusto Comte, que
tinha vários seguidores no Brasil, entre eles o professor Teixeira Mendes.
REAÇÕES AO POSITIVISMO
O Positivismo será duramente criticado pela tradição sociológica e filosófica marxista,
principalmente pela Escola de Frankfurt ( Alemanha, séc. XX, 1920 ).
O Positivismo irá fundamentar as teorias racistas, cujos expoentes são Lombroso e Gobineau.
Cesare Lombroso ( 1835 – 1909 ): professor universitário e criminologista italiano. Teve
importante papel na Criminologia e a Escola Positiva de Direito Penal. Tornou-se mundialmente
famoso por seus estudos e teorias no campo da caracterologia, ou a relação entre
características físicas e mentais. Apesar da natureza inconsistente destas teorias, Lombroso foi
muito influente na Europa (e também no Brasil) entre criminologistas e juristas. Entre seus
livros estão: L'Uomo Delinquente (1876; "O Homem Criminoso") e Le Crime, Causes et
Remèdes (1899; O Crime, Suas Causas e Soluções).
Joseph Arthur de Gobineau ( 1816 —1882 ): diplomata, escritor e filósofo francês. Um dos mais
importantes teóricos do racismo no século XIX. Se celebrizou como ensaista ao escrever seu
"Ensaio sobre a desigualdade das raças humanas" (1855), seu livro mais célebre, um dos
primeiros trabalhos sobre eugenia e racismo publicados no século XIX. Segundo ele, a mistura
de raças era inevitável e levaria a raça humana a graus sempre maiores de degenerescência
física e intelectual. É-lhe atribuída a frase "Não creio que viemos do macacos mas creio que
vamos nessa direção".
Durkheim ( 1858 – 1917 ) viveu numa época de grandes conflitos sociais entre a classe dos
empresários e a classe dos trabalhadores. É também uma época em que surgem novos
problemas sociais como favelas, suicídios, poluição, desemprego etc. No entanto, o crescente
desenvolvimento da indústria e tecnologia fez com que Durkheim tivesse uma visão otimista
sobre o futuro cio capitalismo. Ele pensava que todo o progresso desencadeado pelo
capitalismo traria um aumento generalizado da divisão do trabalho social e, por conseqüência,
da solidariedade orgânica, a ponto do fazer com que a sociedade chegasse a um estágio sem
conflitos e problemas-sociais. Dentro desta lógica, ele traz de Comte, o conceito de consenso
social para alcançar este objetivo.
Segundo Comte os fenômenos sociais só podem ser estudados em conjunto porque eles são
fundamentalmente conexos, ou seja, estão em conexão uns com os outros. E é pelo Consenso
Social que pode existir a Harmonia Social.
Durkheim, vai buscar a mesma harmonia, admitindo que o capitalismo é a sociedade perfeita;
trata-se apenas de conhecer os seus problemas e de buscar uma solução cientifica para eles.
Em outras palavras, a sociedade é boa, sendo necessário, apenas, "curar as suas doenças".
Tal forma de pensar o progresso de um jeito positivo fez com que Durkheim concluísse que os
problemas sociais entre empresários e trabalhadores não se resolveriam dentro de uma LUTA
POLÍTICA, e, sim, através da CIENCIA, ou melhor, da SOCIOLOGIA. Esta seria, então, a tarefa
da SOCIOLOGIA: compreender o funcionamento da sociedade capitalista de modo objetivo
para observar, compreender e classificar as leis sociais, descobrir as que são falhas e corrigi-
las.
Para Durkheim, a sociedade é algo exterior e superior aos indivíduos.
E como está estruturada esta sociedade segundo Durkheim ?
A estrutura da sociedade é formada pelas esferas política, econômica e ideológica. Estas
esferas formam a estrutura social responsável pela consolidação do Capitalismo.
Ao refletir sobre a sociedade, Durkheim começou a elaborar algumas questões que orientaram
seu trabalho:
1. O que faz uma sociedade ser sociedade ?
2. Qual é a relação entre o indivíduo e a sociedade ?
3. Como os indivíduos transformam o social ?
4. O social é a superação do individual. Em que momento os indivíduos constituem uma
sociedade ?
Uma outra preocupação de Durkheim, assim como outros pensadores, era a formação de uma
ciência social desvinculada das Ciências Naturais. Além disso na emergência do proletariado,
era preciso encontrar formas de controle de tal forma que o indivíduo se integre à ordem. Este
princípio será aplicado na educação.
A contribuição de Durkheim foi de importância fundamental para que a Sociologia adquirisse o
status de ciência, pois ele estuda a sociedade e separa os fenômenos sociais da Psicologia,
construindo um Objeto e um Método.
Para Durkheim, a sociedade, como todo organismo, apresentaria estados normais e
patológicos, isto é, saudáveis e doentios.
Durkheim considera um fato social como normal quando se encontra generalizado pela
sociedade ou quando desempenha alguma função importante para sua adaptação ou sua
evolução. Assim, ele afirma que o crime, por exemplo, é normal não só por ser encontrado em
qualquer sociedade, em qualquer época, como também por representar a importância dos
valores sociais que repudiam determinadas condutas como ilegais e as condenam a
penalidades.
Mais adiante, no processo de desenvolvimento dos estudos sociológicos, o sociólogo
canadense Erving Goffman ( 1922 - 1982 ), aprofundando a questão do que seja ou não
patológico em uma sociedade, escreve sobre o conceito de estigma e suas relações com a
formação das identidades individuais. Reflete, também, sobre os denominados ”desvios
sociais” vinculando-os às situações estigmatizantes.
A generalidade de um fato social, isto é, sua unanimidade, é garantia de normalidade na
medida em que representa o consenso social, a vontade coletiva, ou o acordo de um grupo a
respeito de determinada questão. Normal, é aquele fato que não extrapola os limites dos
acontecimentos mais gerais de uma determinada sociedade e que reflete os valores e as
condutas aceitas pela maior parte da população. Patológico é aquele que se encontra fora dos
limites permitidos pela ordem social e pela moral vigente. Os fatos patológicos, como as
doenças, são considerados transitórios e excepcionais.
Para Durkheim, o seu método sociológico tinha três características básicas que o distinguiam
de seus antecessores na sociologia, como Auguste Comte e Herbet Spencer :
1. Ele é um método independente de toda a filosofia. Ou seja, ele não tem que ter uma
vinculação com qualquer visão filosófica ou ideológica do mundo. Ele não precisa afirmar nem
a liberdade nem o determinismo; a sociologia, assim, não será nem individualista, nem
comunista, nem socialista, no sentido que se dá vulgarmente a estas palavras.
2. É um método objetivo. Segundo Durkheim, ele é um método inteiramente dominado pela
idéia de que os fatos sociais são coisas e como tais devem ser tratados.
3. É exclusivamente sociológico. Ou seja, não deriva da forma da filosofia tratar a sociedade,
nem da psicologia, e nem das ciências naturais, uma vez que afirma que a sociedade tem uma
natureza própria, que não é derivada nem da natureza humana, nem das consciências
individuais, nem das constituições orgânicas dos indivíduos.
Para Émile Durkheim, fatos sociais são maneiras de agir, pensar e sentir exteriores ao
indivíduo, dotadas de um poder coercitivo e compartilhadas coletivamente. Variam de cultura
para cultura e tem como base a moral social, estabelecendo um conjunto de regras e
determinando o que é certo ou errado, permitido ou proibido. Não podem ser confundidos com
os fenômenos orgânicos nem com os psíquicos, constituem uma espécie nova de fatos.
Os fatos sociais deveriam ser encarados como coisas, isto é, objetos que, lhe sendo exteriores,
poderiam ser medidos, observados e comparados independentemente do que os indivíduos
pensassem ou declarassem a seu respeito.
Para se apoderar dos fatos sociais, o cientista deve identificar, dentre os acontecimentos gerais
e repetitivos, aqueles que apresentam características exteriores comuns.
1. Coercitividade:
O poder de coerção exercido sobre os indivíduos, é identificado pelas sanções ou resistências
a alguma atitude individual contrária e quando é exterior a ele. Ex: A a regra da escola é usar
uniforme composto de blusa com logotipo do colégio, calça jeans azul e tênis. Se um aluno
chega no colégio de roupa de praia, ele estará em desacordo com a regra e sofrerá sanção por
isso, seja voltar para casa ou uma advertência por escrito.
O grau de coerção dos fatos sociais se torna evidente pelas sanções a que o indivíduo está
sujeito quando contra elas tenta se rebelar. As sanções podem ser legais ou espontâneas.
Legais são as sanções prescritas pela sociedade, sob a forma de leis, nas quais se identifica a
infração e a penalidade subsequente. Espontâneas seriam as que aflorariam como decorrência
de uma conduta não adaptada à estrutura do grupo ou da sociedade à qual o indivíduo
pertence.
A educação desempenha, segundo Durkheim, uma importante tarefa nessa conformação dos
indivíduos à sociedade em que vivem, a ponto de, após, algum tempo, as regras estarem
internalizadas e transformadas em hábitos.
2. Exterioridade:
Os fatos sociais atuam sobre os indivíduos independentemente de sua vontade ou de sua
adesão consciente, ou seja, eles são exteriores aos indivíduos. As regras sociais, os costumes,
as leis, já existem antes do nascimento das pessoas, são a elas impostos por mecanismos de
coerção social, como a educação. Portanto, os fatos sociais são ao mesmo tempo coercitivos e
dotados de existência exterior às consciências individuais.
3. Generalidade:
É social todo fato que é geral, que se repete em todos os indivíduos ou, pelo menos, na maioria
deles. Desse modo, os fatos sociais manifestam sua natureza coletiva ou um estado comum ao
grupo, como as formas de habitação, de comunicação, os sentimentos e a moral.
Para se apoderar dos fatos sociais, o cientista deve identificar, dentre os acontecimentos gerais
e repetitivos, aqueles que apresentam características exteriores comuns.
O conjunto de atos que suscitam na sociedade reações concretas classificadas como
‘penalidades’ constituem os fatos sociais identificáveis como ‘crime’. Vemos que os fenômenos
devem ser sempre considerados em suas manifestações coletivas, distinguindo-se dos
acontecimentos individuais ou acidentais. A generalidade distingue o essencial do fortuito e
especifica a natureza sociológica do fenômeno.
Consenso Social
Durkheim, acreditava que a harmonia social seria possível através do consenso social, onde há
acordo comum entre as partes envolvidas, seja afetivamente, nos pensamentos ou ações.
Durkheim acreditava que é o consenso entre indivíduos que cria o coletivo. E a coletividade é
fundamental no projeto Ordem e Integração ( do indivíduo com a sociedade ) do capitalismo.
As transformações que se produzem no meio social, sejam quais forem as causas repercutem
em todas as direções do organismo social e não podem deixar de afetar mais ou menos, todas
as suas funções.
Durkheim não aceita a idéia que diz ser o social formado de processos psíquicos. Durkheim
afirma que o social não pertence a nenhum indivíduo mas ao grupo que sofre pressões e
sansões sendo obrigado a aceitá-lo.
Partindo do princípio de que o objetivo máximo da vida social é promover a harmonia da
sociedade consigo mesma e com as demais sociedades, e que essa harmonia é conseguida
através do consenso social, a ‘saúde’ do organismo social se confunde com a generalidade dos
acontecimentos e com a função destes na preservação dessa harmonia, desse acordo coletivo
que se expressa sob a forma de sanções sociais.
Quando um fato põe em risco a harmonia, o acordo, o consenso e, portanto, a adaptação e
evolução da sociedade, estamos diante de um acontecimento de caráter mórbido e de uma
sociedade doente.
Na obra ‘As regras do Método Sociológico’, Durkheim definiu o método a ser usado pela
Sociologia e as definições e parâmetros para a Sociologia tornar-se uma ciência, separada da
Psicologia e Filosofia. Ele formulou o tipo de acontecimentos sobre os quais o sociólogo
deveria se debruçar : os fatos sociais. Estes constituiriam o objeto da Sociologia.
Durkheim coloca que:
1º) Devemos afastar sistematicamente todas as idéias pré-concebidas ou prenoções ao se
estudar um fato social:
• Idéia é a representação mental de alguém ou coisa concreta ou abstrata.
• Pré-conceber significa antecipar uma idéia, sem saber ao certo o que é. Ex: naquela escola,
dizem, o ensino é fraco; escola pública é sinônimo de má qualidade no ensino; todo político é
corrupto, acho que Roberto gosta de vinho suave.
2º) Os fatos sociais devem ser explorados de acordo com os seus aspectos gerais e comuns,
evitando suas manifestações individuais. Ex: Aspectos gerais da dengue: A dengue é uma
doença febril aguda, causada por vírus, de evolução benigna, na forma clássica, e, grave,
quando se apresenta na forma hemorrágica. A manifestação individual da dengue varia de
pessoa para pessoa. Uma pessoa pode ter dengue hemorrágica enquanto outra pode ter
dengue simples.
3º) Para explicar um fenômeno social devemos separar dois estudos: o da sua causa e o da
sua função. Ex: qual a função do professor na escola? Qual é a causa do desinteresse do
aluno pelo conteúdo oferecido na escola?
4º) A pesquisa da causa que determina o fato social deve ser feita entre os fatos sociais
anteriores e nunca entre os estados de consciência individual.
Ex: em dada comunidade, há histórico de violência doméstica. Os relatos anteriores e atuais,
determinaram ser a violência doméstica um fato social naquela comunidade e não somente um
caso isolado ou individual.
5º) Devemos buscar a origem primeira de todo processo social de alguma importância na
constituição do meio social interno.
Meio social interno é a família, grupo da escola, o ambiente em que a pessoa se desenvolve. A
interação entre a pessoa e o meio ambiente representa a dinâmica da vida. É um processo de
ação e reação a estímulos positivos ou não e que serão responsáveis pelo despertar ou
bloqueio das potencialidades da pessoa.
Processo social é qualquer mudança ou interação social em que é possível destacar uma
qualidade ou direção contínua ou constante. Produz aproximação ( cooperação, acomodação,
assimilação ) ou afastamento ( competição, conflito ).
O Todo se manifesta numa parte. O Todo é mais do que a soma das partes,
porque a consciência coletiva passa pela individualidade mas vai além desta individualidade.
Durkheim no livro ‘Da divisão do trabalho social’, reconhecia a existência de duas consciências.
Segundo ele :
"...em cada uma de nossas consciências há duas consciências: uma, que é conhecida por todo
o nosso grupo e que, por isso, não se confunde com a nossa, mas sim com a sociedade que
vive e atua em nós; a outra, que reflete somente o que temos de pessoal e de distinto, e que
faz de nós um indivíduo. Há aqui duas forças contrárias, uma centrípeta e outra centrífuga, que
não podem crescer ao mesmo tempo".
Para Durkheim, o social é modelado pela Consciência Coletiva , que é uma realidade social
resultante do contato social. Essa consciência difere da consciência individual , pertencendo a
todos enquanto integrados e a nenhum em particular. Os fenômenos sociais refletem a
estrutura do grupo social que os produz ( idéia da Sociologia Moderna).
Se a sociedade é o corpo, o Estado é o seu cérebro e por isso tem a função de organizar essa
sociedade, reelaborando aspectos da consciência coletiva.
Para Durkheim, a sociedade capitalista esta cheia de problemas. Para ele, o Estado é uma
instituição que tem o dever de elaborar leis que corrijam os casos patológicos da sociedade.
Se cabe a Sociologia observar, entender e classificar os casos patológicos, procurando criar
uma nova moral social, cabe ao Estado colocar em pratica os princípios dessa nova moral.
Neste contexto, a Sociologia e o Estado complementam-se na organização da sociedade para,
na prática, evitarem os problemas sociais. Isso levou Durkheim a acreditar que os sociólogos
devessem ter uma participação direta dentro do Estado.
Para Durkheim, a Sociologia deveria ter ainda por objetivo comparar as diversas sociedades.
Constituiu assim o campo da morfologia social ou seja, a classificação das espécies sociais.
EXERCICIOS DE FIXAÇÃO
1. Responda:
a) Qual é a preocupação das Ciências Sociais?
b) Qual é o objetivo das Ciências Sociais?
c) Por que o distanciamento é necessário na pesquisa sociológica?
d) O conhecimento, organizado dentro de parâmetros científicos leva o aluno a que atitude?
2. Relacione:
a) Sociologia ( ) desenvolvimento de atitude cognitiva
b) Olhar social ( ) estudo de grupos sociais
c) Aspecto humano da sociologia ( ) postura crítica
3. Responda:
a) Que possibilidades o estudo da Sociologia traz para o aluno que se escolariza?
b) Segundo Flávio M. Sarandy, qual contribuição a Sociologia pode dar?
c) Como a Sociologia pode contribuir para a formação humana?
d) Quando é que a Sociologia cumpre sua finalidade pedagógica?
2. Complete as frases:
a. Outros pensadores viram a peculiaridade do fato humano e a necessidade de uma
________________ própria.
b. O conhecimento dos fenômenos naturais é um conhecimento de algo _____________ ao
próprio homem.
c. As ciências exatas partem da observação _______________.
d. Os positivistas tinham suas origens na tradição _______________ e nos
_________________ do séc. XIX.
e. As C. Naturais tem como método a ________________.
3. Responda:
a) Quais foram os dois campos principais da Sociologia segundo Comte?
b) O que é consenso social?
c) O que a sociedade deve ter para que o progresso, inevitável, não a inviabilize?
5. RESPONDA:
e) Como se pode definir o século XIX ?
f) Como se realiza a mudança em uma sociedade?
g) Qual foi a principal preocupação de Comte?
h) Quais foram as ciências que influenciaram os estudos da sociedade?
7. COMPLETE AS FRASES:
a. Comte sustentava que o governo ideal, seria constituído por uma _____________________
b. O lema da bandeira do Brasil, ________________ e _________________ é positivista.
c. O séc. XIX é o período das _____________________________________________
d. A _______________________ é essencial no projeto positivista.
II. RESPONDA:
1. Para Durkheim, qual é a tarefa da Sociologia?
2. Como está estruturada a sociedade segundo Durkheim?
3. Quando um fato social pode ser considerado patológico?
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
Dicionário do pensamento marxista, Tom Bottomore. RJ: Jorge Zahar, 1988
OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Introdução à Sociologia: série Brasil. SP: Ática, 2004
ARANHA, Maria L. de Arruda. Filosofando: introdução à Filosofia. SP: Moderna, 1993
COSTA, Maria C. Castilho. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. SP: Moderna, 1998
MARTINS, Carlos Benedito. O que é Sociologia. SP: Brasiliense, 1982
Meksenas, Paulo. Sociologia. SP: Cortez, 1994
FONTES NA INTERNET
http://www.iupe.org.br/ass/sociologia/soc-durkheim-escola_sociologica.htm
http://www.prof2000.pt/users/dicsoc/soc_p.html
http://www.direitonet.com.br/artigos/x/14/48/1448/
http://www.anpocs.org.br/cursosoc.doc
http://redebonja.cbj.g12.br/ielusc/turismo/disciplinas/admin1/grupos/burocrac.htm
http://smurf3.tripod.com/burocracia.html
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.do?
select_action=&co_autor=8260
http://www.infonet.com.br/marcosmonteiro/sociologiajuridica/objetodasociologia.doc
Weber ( 1864 – 1920 ) nasceu e teve sua formação intelectual no período em que as primeiras
disputas sobre a metodologia das ciências sociais começavam a surgir na Europa, sobretudo
em seu país, a Alemanha. Filho de uma família da alta classe média, Weber encontrou em sua
casa uma atmosfera intelectualmente estimulante. Seu pai era um conhecido advogado e
desde cedo orientou-o no sentido das humanidades. Weber recebeu excelente educação
secundária em línguas, história e literatura clássica. Em 1882, começou os estudos superiores
em Heidelberg; continuando-os em Göttingen e Berlim, em cujas universidades dedicou-se
simultaneamente à economia, à história, à filosofia e ao direito.
Concluído o curso, trabalhou na Universidade de Berlim, na qualidade de livre-docente, ao
mesmo tempo em que servia como assessor do governo. Em 1893, casou-se e; no ano
seguinte, tornou-se professor de economia na Universidade de Freiburg, da qual se transferiu
para a de Heidelberg, em 1896. Dois anos depois, sofreu sérias perturbações nervosas que o
levaram a deixar os trabalhos docentes, só voltando à atividade em 1903, na qualidade de co-
editor do Arquivo de Ciências Sociais (Archiv tür Sozialwissenschatt), publicação extremamente
importante no desenvolvimento dos estudos sociológicas na Alemanha. A partir dessa época,
Weber somente deu aulas particulares, salvo em algumas ocasiões, em que proferiu
conferências nas universidades de Viena e Munique, nos anos que precederam sua morte, em
1920.
A Sociologia weberiana caracteriza-se pelo dualismo racionalismo – irracionalismo:
- Racionalismo: rotina social; estabilidade; tradição; legalidade; continuidade; espírito científico
e pragmático do ocidente, sacrificando a espontaneidade da vida aos cálculos e à seleção dos
meios, para serem atingidos fins previamente escolhidos.
- Irracionalismo: crenças; mitos; sentimentos; ação carismática.
AÇÃO SOCIAL
Para Weber a sociedade não seria algo exterior e superior aos indivíduos, como em Durkheim.
Para ele, a sociedade pode ser compreendida a partir do conjunto das ações individuais
reciprocamente referidas ( tem referência mútua ). Por isso, Weber define como objeto da
sociologia a ação social.
Weber afirma que a Ciência Social que ele pretende exercitar é uma “Ciência da Realidade”,
voltada para a compreensão da significação cultural atual dos fenômenos e para o
entendimento de sua origem histórica.
O método compreensivo, defendido por Weber, consiste em entender o sentido que as ações
de um indivíduo contêm e não apenas o aspecto exterior dessas mesmas ações.
Se, por exemplo, uma pessoa dá a outra um pedaço de papel, esse fato, em si mesmo, é
irrelevante para o cientista social. Somente quando se sabe que a primeira pessoa deu o papel
para a outra como forma de saldar uma dívida (o pedaço de papel é um cheque) é que se está
diante de um fato propriamente humano, ou seja, de uma ação carregada de sentido. O fato em
questão não se esgota em si mesmo e aponta para todo um complexo de significações sociais,
na medida em que as duas pessoas envolvidas atribuem ao pedaço de papel a função do servir
como meio de troca ou pagamento; além disso, essa função é reconhecida por uma
comunidade maior de pessoas.
CONHECIMENTO
‘O conhecimento são os acontecimentos pensados, racionalizados, não apenas vividos’.
O que é conhecimento?
O conhecimento é a relação entre uma consciência e um objeto que se quer conhecer.
O conhecimento é o saber acumulado pelo homem através das gerações.
O conhecimento é produto da ação e do pensamento ( que gerou a ação ).
Ex: Tive a idéia de fazer um bolo. Não qualquer bolo. Escolhi fazer um bolo de chocolate. A
massa que saiu do forno é o produto da idéia que tive. Meus colegas Clóvis e Andréia, que
comeram o bolo, não pensaram, não tiveram a idéia, não racionalizaram criando a receita.
Apenas o consumiram.
O conhecimento pode ser:
concreto: sujeito estabelece relação com objeto individual. Ex: conhecimento que temos de
alguém em particular.
abstrato: relação estabelecida com um objeto geral, universal. Ex: conhecimento que temos
do ser humano, como gênero.
Acontecimentos Pensados: são as idéias que temos das coisas: o pensamento :
• Antes da ação existe a idéia, o pensamento do que se quer fazer.
• O pensamento é organizado com o vocabulário aprendido assim como os conceitos e
definições.
• As ações exemplificam este conteúdo aprendido racionalmente através da língua ( portuguesa
).
• As idéias são os pensamentos organizados.
Definição de idéia: representação abstrata de um ser, de um objeto, elaborada pelo
pensamento. Ex: idéia do que seja belo ( ideal de beleza ).
TIPO IDEAL
O tipo ideal é uma construção do pensamento e sua característica principal é não existir na
realidade, mas servir de modelo para a análise de casos concretos, realmente existentes.
As construções de tipo ideal fazem parte do método tipológico criado por Max Weber. Ao
comparar fenômenos sociais complexos o pesquisador cria tipos ou modelos ideais,
construídos a partir de aspectos essenciais dos fenômenos.
Características da Burocracia:
Caráter legal das normas e regulamentos: é uma organização ligada por normas e
regulamentos
Caráter formal das comunicações: são registradas por escrito
Divisão racional do Trabalho
Impessoalidade: relação em nível de cargos, e não de pessoas
Hierarquia: cada cargo inferior deve estar sob supervisão do cargo automaticamente superior
Rotina: o funcionário deve fazer o que a burocracia manda; não tem autonomia
Meritocracia: a escolha das pessoas é baseada no mérito e na competência técnica
Especialização da Administração: separação entre propriedade e administração
Profissionalização
Previsibilidade: prever as ações; através das normas
Disfunções da Burocracia :
Internalização das regras: as normas passam de "meios para os fins"; os funcionários
adquirem uma viseira e esquecem que a previsibilidade é uma das características mais
racionais de qualquer atividade
Excesso de formalismo e papelatório: necessidade de formalizar e documentar todas as
comunicações
Resistência a mudanças
Despersonalização: os funcionários se conhecem pelos cargos que ocupam
Categorização como base do processo decisorial: o que possui o cargo mais alto, tomará as
decisões independentemente do conhecimento que possui sobre o assunto
Superconformidade às rotinas
Exibição de poderes de autoridade
Dificuldade com clientes: o funcionário está voltado para o interior da organização
A burocracia não leva em conta a organização informal e nem a variabilidade humana.
A divisão do trabalho em áreas especializadas é obtida pela definição precisa dos deveres e
responsabilidades de cada pessoa, considerada não individualmente, mas como um "cargo".
Essa definição de cargo delimita determinadas áreas de competência, que não podem ser
desrespeitadas em nenhuma hipótese, de acordo com os regulamentos pertinentes. Em
situações extremas ou anômalas, recorre-se à consulta "por via hierárquica", ao órgão
imediatamente superior.
Essa via, segundo Weber, resulta da absoluta compartimentação do trabalho e da estruturação
hierárquica dos diferentes departamentos, de forma racional e impessoal. A legitimação da
autoridade não é pessoal, nem se baseia no respeito primário à tradição, como nas relações
tradicionais entre superiores e inferiores, mas resulta do reconhecimento da racionalidade e da
excelência dos processos estabelecidos. O respeito e a obediência são devidos não à pessoa,
nem sequer à instituição, mas sim ao ordenamento estabelecido.
Para Weber, a característica básica de todo o sistema burocrático é a existência de
determinadas normas gerais e racionais de controle, que regulam o funcionamento do conjunto
de acordo com técnicas determinadas de gestão, visando o maior rendimento possível.
Na realidade, como reconhece Weber, nem todas as organizações administrativas apresentam-
se com todas essas características, presentes, no entanto, na grande maioria delas.
MATERIALISMO HISTÓRICO
Em 1859, Marx e Engels publicaram o Prefácio da Contribuição à crítica da economia política.
Neste prefácio está a formulação de uma teoria empírica, fundada na observação de condições
reais do capitalismo emergente e definida como materialismo histórico.
Os conceitos desenvolvidos por Marx em sua teoria são: mercadoria, capital, lei da mais-valia,
classes sociais, Estado e ideologia.
Em seu livro mais importante, O Capital, Marx afirmava que a nossa sociedade aparece
inicialmente como um grande depósito de mercadorias. Por exemplo: relaciono-me com o
padeiro, porque compro seu pão; relaciono-me com o cobrador do ônibus, pois pago a
passagem. Tudo acaba sendo mercadoria. O trabalhador vende sua capacidade de trabalhar
em troca de um salário e assim por diante.
Marx diz que a estrutura da sociedade está fundamentada na mercadoria, ou seja, a sociedade
está estruturada na economia.
Segundo o materialismo histórico, a estrutura econômica de uma sociedade depende da forma
como os homens organizam a produção social de bens. Essa estrutura é a verdadeira base da
sociedade. É o alicerce sobre a qual se ergue a superestrutura jurídica e política e ao qual
correspondem formas definidas de consciência social.
A produção social de bens, segundo Marx, engloba dois fatores básicos: as forças produtivas e
as relações de produção.
As forças produtivas e relações de produção constituem o modo de produção e são as
condições naturais e históricas de toda atividade produtiva que ocorre na sociedade.
O modo de produção da vida material condiciona o processo de vida social, política e espiritual
em geral. Para Marx, o estudo do modo de produção é fundamental para se compreender
como se organiza e funciona uma sociedade. As relações de produção, nesse sentido, são
consideradas as mais importantes relações sociais. As formas de família, as leis, a religião, as
idéias políticas, os valores sociais são aspectos cuja explicação depende, em princípio, do
estudo do modo de produção.
A história do homem é portanto, a história do desenvolvimento e do colapso de diferentes
modos de produção. Analisando a história , Marx identificou alguns modos de produção
específicos: sistema comunal primitivo, asiático, antigo, germânico, feudal e modo de produção
capitalista. Cada qual representa passos sucessivos no desenvolvimento da propriedade
privada e do advento da exploração do homem pelo homem.
Fonte: BARBOSA, Leila M. A. & MANGABEIRA, Wilma C. A incrível História dos homens e
suas relações sociais. RJ: Vozes, 1982
"Não é a consciência que determina o ser, mas o ser que determina a consciência"
( K. Marx, Contribuição à Crítica da Economia Política ).
A MAIS-VALIA
Suponhamos que o operário tenha uma jornada diária de nove horas e confeccione um par de
sapatos a cada três horas. Nestas três horas, ele cria uma quantidade de valor correspondente
ao seu salário, que é suficiente para obter o necessário à sua subsistência. Como o capitalista
lhe paga o valor de um dia de força de trabalho, o restante do tempo, seis horas, o operário
produz mais mercadorias, que geram um valor maior do que lhe foi pago na forma de salário. A
duração da jornada de trabalho resulta, portanto, de um cálculo que leva em consideração o
quanto interessa ao capitalista produzir para obter lucro sem desvalorizar seu produto.
Suponhamos uma jornada de nove horas, ao final da qual o sapateiro produza três pares de
sapatos. Cada par continua valendo 150 unidades de moeda, mas agora eles custam menos
ao capitalista. É que, no cálculo do valor dos três pares, a quantia investida em meios de
produção também foi multiplicada por três, mas a quantia relativa ao salário – correspondente a
um dia de trabalho – permaneceu constante. Desse modo, o custo de cada par de sapatos se
reduziu a 130 unidades.
Assim, ao final da jornada de trabalho, o operário recebe 30 unidades de moeda, ainda que seu
trabalho tenha rendido o dobro ao capitalista: 20 unidades de moeda, em cada um dos três
pares de sapatos produzidos. Esse valor a mais não retorna ao operário: incorpora-se no
produto e é apropriado pelo capitalista.
Visualiza-se, portanto, que uma coisa é o valor da força de trabalho, isto é, o salário, e outra é
o quanto esse trabalho rende ao capitalista.
Esse valor excedente produzido pelo operário é o que Marx chama de mais-valia.
O capitalista pode obter mais-valia procurando aumentar constantemente a jornada de
trabalho, tal como no nosso exemplo. Essa é, segundo Marx, a mais-valia absoluta. É claro,
porém, que a extensão indefinida da jornada esbarra nos limites físicos do trabalhador e na
necessidade de controlar a própria quantidade de mercadorias que se produz.
Agora, pensemos numa indústria altamente mecanizada. A tecnologia aplicada faz aumentar a
produtividade, isto é, as mesmas nove horas de trabalho agora produzem um número maior de
mercadorias, digamos, 20 pares de sapatos. A mecanização também faz com que a qualidade
dos produtos dependa menos da habilidade e do conhecimento técnico do trabalhador
individual. Numa situação dessas, portanto, a força de trabalho vale cada vez menos e, ao
mesmo tempo, graças à maquinaria desenvolvida, produz cada vês mais. Esse é, em síntese, o
processo de obtenção daquilo que Marx denomina mais-valia relativa.
O processo descrito esclarece a dependência do capitalismo em relação ao desenvolvimento
das técnicas de produção. Mostra, ainda, como o trabalho, sob o capital, perde todo atrativo e
faz do operário mero “apêndice da máquina”
GLOSSARIO MARXISTA
CLASSE SOCIAL:
O conceito cientifico das classes sociais exige análise dos seguintes níveis: modo de produção,
estrutura social, situação social e a conjuntura. Em uma explicação mais simples, classe social
é um grupo de pessoas que tem status social similar segundo critérios diversos, especialmente
o econômico.
Segundo a ótica marxista, em praticamente toda sociedade, seja ela pré-capitalista ou
caracterizada por um capitalismo desenvolvido, existe a classe dominante, que controla direta
ou indiretamente o Estado, e as classes dominadas por ela, reproduzida inexoravelmente por
uma estrutura social implantada pela classe dominante. Segundo a mesma visão de mundo, a
história da humanidade é a sucessão das lutas de classes, de forma que sempre que uma
classe dominada passa a assumir o papel de classe dominante, surge em seu lugar uma nova
classe dominada, e aquela impõe a sua estrutura social mais adequada para a perpetuação da
exploração.
SÍNTESES E EXERCÍCIOS
UNIDADE V : MAX WEBER
SINTESE DA UNIDADE
A Sociologia weberiana caracteriza-se por um dualismo racionalismo – irracionalismo.
A sociedade pode ser compreendida a partir do conjunto das ações individuais
reciprocamente referidas.
O objeto da sociologia, para Weber é a ação social.
ação social é toda ação em que o indivíduo age orientando-se pela ação de outros.
A ação social, é a conduta humana dotada de sentido.
O sentido motiva a ação individual.
Cada sujeito age levado por um motivo que se orienta pela tradição, por interesses racionais
ou pela emotividade.
O objetivo que transparece na ação social permite desvendar o seu sentido, que é social na
medida em que cada indivíduo age levando em conta a resposta ou reação de outros
indivíduos.
A ação social gera efeitos sobre a realidade em que ocorre.
É o indivíduo que através dos valores sociais e de sua motivação, produz o sentido da ação
social.
A transmissão destes valores comuns de uma geração para outra é chamada socialização,
que é uma forma inconsciente de coerção social.
Há diferentes tipos de ação social: tradicional, carismática, afetiva, social racional e política.
O método compreensivo, defendido por Weber, consiste em entender o sentido que as ações
de um indivíduo contêm e não apenas o aspecto exterior dessas mesmas ações.
O tipo ideal é uma construção do pensamento e sua característica principal é não existir na
realidade, mas servir de modelo para a análise de casos concretos, realmente existentes.
Tipos ideais de dominação: carismática, tradicional e legal.
A noção de burocracia define, por um lado, a estrutura organizativa e administrativa das
atividades coletivas, no campo público e privado, e, por outro, o grupo social constituído pelos
indivíduos dedicados ao trabalho administrativo, organizado hierarquicamente, de forma que
seu funcionamento seja estritamente regido por rigorosas regras de caráter interno, emanadas
da legislação administrativa geral.
O domínio legal é caracterizado, do ponto de vista da legitimidade, pela existência de normas
formais.
A burocracia possui três características básicas: é hierárquica, cada indivíduo desempenha
papel específico e há normas reguladoras das relações entre as unidades dessa estrutura.
A característica básica de todo o sistema burocrático é a existência de determinadas normas
gerais e racionais de controle, que regulam o funcionamento do conjunto de acordo com
técnicas determinadas de gestão, visando o maior rendimento possível.
EXERCICIOS DE FIXAÇÃO
I. LEIA AS PERGUNTAS E ASSINALE COM X A MELHOR RESPOSTA:
2. Em uma eleição, como a ação social pode ser compreendida como tal?
( ) a. Quando a ação aponta para o partido com maiores chances de vencer.
( ) b. Quando a escolha feita pelo indivíduo tem como referência o conjunto de eleitores.
( ) c. Quando a escolha feita pelo indivíduo tem como referência outro eleitor.
SINTESE DA UNIDADE
As revoluções burguesas iniciadas no séc. XVIII, se encontravam no início do séc. XIX,
ameaçadas pelas forças conservadoras do feudalismo ( nobreza ) e pelo clero.
As forças revolucionárias eram representadas pela burguesia e pelo proletariado.
Em 1842, Marx vai para a França e conhece Engels. Em 1845 expulso da França, vai para
Bruxelas participar da recém-fundada Liga dos Comunistas.
Em 1848, Marx e Engels ( 1820 – 1895 ) escrevem o Manifesto Comunista, formulando suas
idéias a partir da realidade social por eles observada. O manifesto, foi a obra fundadora do
marxismo, enquanto movimento político e social a favor do proletariado.
O objetivo de Marx não era apenas contribuir para o desenvolvimento da ciência, mas propor
uma ampla transformação política, econômica e social.
A teoria marxista compõe-se de uma teoria científica, o materialismo histórico e de uma
filosofia, o materialismo dialético.
Marx desenvolve o materialismo histórico, a corrente mais revolucionária do pensamento
social. Ele faz uma leitura crítica da filosofia de Hegel ( Alemanha, 1770 – 1831 ), de quem
absorveu e aplicou, de modo peculiar, o método dialético.
Para Hegel, o mundo é a manifestação da idéia. Marx e Engels ao contrário, diz que a
matéria é a fonte da consciência e esta, reflexo da matéria.
Marx substitui o conceito de espírito ou idéia, elementos básicos da dialética de Hegel, pelas
relações de produção, sistemas econômicos e classes sociais, ou seja, pelas condições
materiais de existência.
Marx contraria a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que diz que ‘todos os homens
são iguais política e juridicamente e que a liberdade e justiça eram direitos inalienáveis de todo
cidadão’. Ele proclama que não existe tal igualdade natural e observa que o Liberalismo vê os
homens como átomos, como se estivessem livres das evidentes desigualdades estabelecidas
pela sociedade.
Marx tem um visão que difere da de Durkheim, dizendo que não existe consenso, mas sim
uma eterna luta de classes.
Marxismo é o conjunto de idéias filosóficas, econômicas, políticas e sociais elaboradas
primariamente por Marx e Engels e desenvolvidas mais tarde por outros.
O marxismo interpreta a vida social conforme a dinâmica da luta de classes.
A sociedade se transforma de acordo com as leis do desenvolvimento histórico de seus
sistema produtivo.
Os dois elementos principais do marxismo são: materialismo dialético ( matéria em
movimento e evolução permanente ) e o materialismo histórico ( o modo de produção é a base
determinante dos fenômenos históricos e sociais ).
O conceito central na teoria marxista é a mudança.
Marx formula uma teoria, fundada nas condições reais do capitalismo, que é definida como
materialismo histórico.
A estrutura da sociedade está fundamentada na mercadoria, ou seja, na economia.
A estrutura econômica de uma sociedade depende da forma como os homens organizam a
produção social de bens.
A produção social de bens, engloba dois fatores básicos: as forças produtivas e as relações
de produção.
A estrutura econômica é o alicerce sobre a qual se ergue a superestrutura jurídica e política.
À superestrutura jurídica e política correspondem formas definidas de consciência social.
As forças produtivas e as relações de produção constituem o modo de produção.
O modo de produção condiciona o processo de vida social, política e espiritual.
O estudo do modo de produção é fundamental para se compreender a organização e
funcionamento da sociedade.
Em cada modo de produção, a desigualdade de propriedade, cria contradições básicas como
o desenvolvimento das forças produtivas.
Ao se desenvolverem, as forças produtivas entram em conflito com as relações de produção
existentes. Este é o momento em que acontece a revolução social.
A mudança da base econômica, provocam revoluções nas formas ideológicas da sociedade
( jurídica, política, religiosa, artística e filosófica ).
As desigualdades sociais são provocadas pelas relações de produção do sistema capitalista,
as quais dividem os homens em proprietários e não-proprietários dos meios de produção.
As desigualdades são a base da formação das classes sociais.
A história do homem é a história da luta de classes.
Uma classe, não existe sem a outra. As classes são complementares e interdependentes.
Só existem proprietários porque há uma massa de despossuídos, cuja única propriedade é
sua força de trabalho.
O conhecimento das leis gerais que regem a natureza, a sociedade e o pensamento, permite
estudar cientificamente os fenômenos da natureza e da sociedade.
O método deve ser a ciência das leis mais gerais da natureza, da sociedade e do
pensamento.
A dialética leva em conta o processo permanente de mudanças, de perene transformação de
todas as coisas, do eterno vir-a-ser
A dialética, é parte integrante da filosofia marxista e se constitui num guia para a ação
revolucionária do partido proletário.
Para o método do materialismo dialético, a base do desenvolvimento do mundo é objetiva e
real, a natureza é material; a consciência e as idéias são reflexos do mundo.
Tanto a burguesia quanto a classe operária possuem visões de mundo diferentes. A oposição
entre o método dialético de Marx e o método idealista de Hegel, expressa estas diferenças.
A dialética marxista postula que as leis do pensamento correspondem às leis da realidade.
A dialética é pensamento e realidade a um só tempo.
A matéria e seu conteúdo histórico ditam a dialética do marxismo: a realidade é contraditória
com o pensamento dialético.
Princípios da dialética: tudo relaciona-se, tudo se transforma, unidade e luta dos contrários.
A alienação da sociedade burguesa – fetichismo, é o fato da pessoa idolatrar certos objetos.
A alienação se estende por todos os lados, mas não se trata de produto da consciência
coletiva.
A alienação constrói uma consciência fragmentada, que vem a ser a visão ou concepção que
a pessoa têm de um assunto, sem explorar suas multifaces e suas contradições.
Na alienação não há senso crítico. A alienação alimenta o dogmatismo, que se baseia em
uma verdade única e não questionada.
Para Marx, a alienação religiosa seria gerada pela alienação econômica.
O sistema capitalista transforma o trabalhador e o trabalho em mercadorias, ao privar o
trabalhador dos objetos que produz. Quanto mais ele produz, menos pode possuir.
O Estado submete os trabalhadores a seus próprios interesses.
O trabalhador ganha um salário que não consegue comprar os produtos que ele próprio
produziu. Esta é a contradição básica do sistema capitalista na época de Marx.
Marx, dialeticamente, oferece um quadro de inversões para as atividades dos trabalhadores:
quanto mais produz, menos possui, quanto mais civilizado é o produto feito por ele, tanto mais
bárbaro ele se mostra.
Nas fábricas as limitações a que o empregado é submetido, como os movimentos repetitivos,
as jornadas de trabalho sobre-humanas, o baixo salário, a repressão e outras, apenas
evidenciam seu caráter apenas funcional.
O trabalhador não transforma mais a natureza para fazer coisas que estão relacionadas a
ele, ou que vão beneficiá-lo diretamente. Sua atividade apenas vai garantir que não morra de
fome, pois o salário mínimo é a soma das condições mínimas de subsistência (alimentação e
moradia).
A alienação para Marx ocorre não na relação do trabalhador com o produto de seus
trabalhos, mas também na própria atividade produtiva.
O trabalho não pertence à natureza do trabalhador, mas sim é condição para que esse
sobreviva minimamente, sendo obrigado a se adequar à condições de trabalho.
O trabalho "não constitui a satisfação de uma necessidade, mas apenas um meio de
satisfazer outras necessidades".
O trabalhador vendeu seu tempo, seu sentimento, sua força, suas aspirações pelo dinheiro, e
na posse de algum, pode trocá-lo por qualquer tipo de mercadoria, inclusive pelas que ajudou a
produzir.
Este trabalho alienado é um processo de mortificação, em que homem exerce uma atividade
cansativa que não condiz com sua aspiração de indivíduo opinante, de cidadão livre, ou mesmo
de animal, que tem emoções, orgulho, instinto, prioridades físicas.
A alienação religiosa, subordinada à alienação econômica-política, leva o homem à
incapacidade de reconhecer sua humanidade em si mesmo, porque seu Deus é definido por
tudo aquilo que ele mesmo não possui, ou que perdeu.
Marx, reconhece dois aspectos do trabalho alienado: a relação do trabalhador com o produto
de seu trabalho, e a relação do trabalhado ao ato de produção, a auto-alienação.
Os meios de sobrevivência do homem estão condicionados pelas leis de mercado e do
trabalho.
O trabalho alienado tira do homem o fruto de sua produção, tirando assim, ao mesmo tempo,
a sua vida genérica.
O homem depende da natureza para crescer e conseguir sustento. Sua consciência não
pode ser fechada, subjetiva, mas sim ser moldada pela realidade natural e social.
O trabalho alienado transforma o homem estranho a si mesmo e ao ambiente onde vive.
A propriedade privada é fruto do trabalho alienado. A propriedade privada, para Marx, é
conseqüência e causa do trabalho alienado, da mesma forma que o salário também é
conseqüência deste.
Marx chegou ao conceito de trabalho alienado a partir da economia política, que "tudo atribui
à propriedade privada" e nada ao trabalho.
O caráter do trabalho alienado, é hostil à natureza humana, escravizador, que transforma o
homem em um instrumento da riqueza de outros.
O motor da história não pode ser, de modo algum, as idéias ou as teorias, mas sim a
atividade humana objetiva - o trabalho.
Os filósofos sempre separaram o mundo intelectivo do mundo cotidiano, prosaico. De fato, há
essa diferença entre o ócio e o negócio. O cultivo do espírito, necessário para as atividades
intelectuais, não se realiza com o trabalho obrigatório.
A ciência é o saber racional do mundo, mas suas descobertas tem valor prático sobretudo por
direcionar melhor a transformação da natureza em produtos utilizáveis pelo homem.
Marx critica os filósofos por desprezarem a praxis e se preocuparem apenas com a teoria. A
práxis estava sendo entendida até então como uma atividade suja e mundana, e não estava
sendo respeitado seu caráter revolucionário.
A fonte da deficiência religiosa deveria ser buscada na deficiência do próprio Estado. Esta
deficiência deveria ser suprimida com a tomada de consciência do homem como um ser
espécie, num coletivismo que mudava o homem individual, abstrato. Daí advém a divisão da
sociedade em classes sociais.
A mudança do modo de produção artesanal, feudal, para o modo de produção capitalista
acarretou uma série de exigências dos novos grupos comerciais, como por exemplo a livre
competição econômica.
O grau de avanço de um país, portanto, é determinado pelas relações de trabalho e pelas
formas de produção.
O homem ativo - aquele que produz as condições materiais de existência - teria evoluído em
diferentes estágios, desde os tempos de caçador-coletor. Apresenta três formas de
propriedade: a tribal, a comunal e a estamental. A quarta forma de propriedade estaria ainda
acontecendo: a propriedade burguesa.
O homem, ao satisfazer suas primeiras necessidades, chega inevitavelmente a novas
necessidades. Para satisfazer suas novas necessidades, precisava transformar os meios de
produção, que estariam constantemente se revolucionando.
O capitalismo ( a industrialização, a propriedade privada e o assalariamento ) alienou, isto é,
separou o trabalhador dos seus meios de produção – ferramentas, matéria-prima, terra e
máquina – que se tornaram propriedade privada do capitalista.
Politicamente, também o homem se tornou alienado, pois o princípio da representatividade,
base do liberalismo, criou a idéia de Estado como um órgão político imparcial, capaz de
representar toda a sociedade e dirigi-la pelo poder delegado pelos indivíduos.
Marx mostrou, que na sociedade de classes esse Estado representa apenas a classe
dominante e age conforme o interesse desta.
A divisão social do trabalho fez com que a filosofia se tornasse a atividade de um
determinado grupo. Ela é, portanto, parcial e reflete o pensamento desse grupo. Essa
parcialidade e o fato de que o Estado se torna legítimo a partir dessas reflexões parciais –
como, por exemplo, o liberalismo – transformaram a filosofia em “filosofia do Estado”. Esse
comportamento do filósofo e do cientista em face do poder resultou também na alienação do
homem.
Uma vez alienado, o homem só pode recuperar sua condição humana pela crítica radical ao
sistema econômico, à política e à filosofia que o excluíram da participação efetiva na vida
social. Essa crítica radical só se efetiva na práxis, que é a ação política consciente e
transformadora.
Os marxistas vinculam a crítica da sociedade à ação política. Marx propôs não apenas um
novo método de abordar a explicar a sociedade mas também um projeto para a ação sobre ela.
No capitalismo, a força de trabalho se torna uma mercadoria, algo útil, que se pode comprar e
vender. Surge assim, o contrato entre capitalista e operário.
O salário é, assim, o valor da força de trabalho, considerada como mercadoria.
O salário deve garantir a reprodução das condições de subsistência do trabalhador e sua
família.
O cálculo do salário depende do preço dos bens necessários à subsistência do trabalhador.
O tipo de bens necessários depende, por sua vez, dos hábitos e dos costumes dos
trabalhadores. Isso faz com que o salário varie de lugar para lugar.
O salário depende ainda da natureza do trabalho e da destreza e da habilidade do próprio
trabalhador.
No cálculo do salário de um operário qualificado deve-se computar o tempo que ele gastou
com educação e treinamento para desenvolver suas capacidades.
Os economistas clássicos ingleses, desde Adam Smith, já haviam reconhecido o trabalho
como a verdadeira fonte de riqueza das sociedades.
Para Marx o trabalho, ao se exercer sobre determinados objetos, provoca nestes uma
espécie de “ressurreição”. Tudo o que é criado pelo homem, diz Marx, contém em si um
trabalho passado, “morto”, que só pode ser reanimado por outro trabalho.
Marx disse que o tempo de trabalho se estabelecia em relação às habilidades individuais
médias e às condições técnicas vigentes na sociedade. Por isso, dizia que no valor de uma
mercadoria era incorporado o tempo de trabalho socialmente necessário à sua produção.
As mercadorias resultam da colaboração de várias habilidades profissionais distintas; por
isso, seu valor incorpora todos os tempos de trabalho específicos.
De acordo com a análise de Marx, não é no âmbito da compra e da venda de mercadorias
que se encontram bases estáveis para o lucro dos capitalistas individuais nem para a
manutenção do sistema capitalista. Ao contrário,a valorização da mercadoria se dá no âmbito
de sua produção.
Uma coisa é o valor da força de trabalho, isto é, o salário, e outra é o quanto esse trabalho
rende ao capitalista.
O valor excedente produzido pelo operário é o que Marx chama de mais-valia.
O capitalista pode obter mais-valia procurando aumentar constantemente a jornada de
trabalho. Essa é, segundo Marx, a mais-valia absoluta.
A extensão indefinida da jornada esbarra nos limites físicos do trabalhador e na necessidade
de controlar a própria quantidade de mercadorias que se produz.
Numa indústria altamente mecanizada, a tecnologia aplicada faz aumentar a produtividade,
isto é, as mesmas nove horas de trabalho agora produzem um número maior de mercadorias.
A mecanização faz com que a qualidade dos produtos dependa menos da habilidade e do
conhecimento técnico do trabalhador individual.
Na confrontação do trabalhador com a tecnologia, a força de trabalho vale cada vez menos e,
ao mesmo tempo, graças à maquinaria desenvolvida, produz cada vês mais. É onde se dá a
mais-valia relativa.
O capitalismo depende do desenvolvimento das técnicas de produção.
O trabalho, sob o capital, perde todo atrativo e faz do operário mero “apêndice da máquina”.
Segundo Marx, o socialismo conseguiu duas coisas: os socialistas demonstraram a
existência de uma luta universal e generalizada entre o capital e o trabalho e,
consequentemente, tentaram promover um entendimento entre os trabalhadores dos diferentes
países.
Os capitalistas se estão a tornar mais cosmopolitas na contratação do trabalho, admitindo
trabalhadores estrangeiros em vez de trabalhadores nacionais, não só na América, mas em
Inglaterra, França e Alemanha.
Com o socialismo, nasceram de imediato relações internacionais entre trabalhadores dos três
diferentes países, mostrando que o socialismo é um problema internacional, e que seria
resolvido pela ação internacional dos trabalhadores.
As classes trabalhadoras agem espontaneamente, sem saber quais serão os fins do
movimento.
Os socialistas não inventaram nenhum movimento. Limitaram-se a dizer aos trabalhadores
qual é o caráter e quais são os fins dos movimentos que já existem.
O sistema de terra e capital nas mãos dos empregadores, por um lado, e a mera força de
trabalho nas mãos dos trabalhadores, por outro, é apenas uma fase histórica, que há de dar
lugar a uma situação social mais evoluída.
O antagonismo entre as duas classes vai a par com o desenvolvimento dos recursos
industriais dos países modernos.
A partir dos sindicatos construíram-se em muitos países organizações políticas.
Na América, a necessidade de um partido dos trabalhadores tornou-se manifesta. A América
não está sozinha, só que o seu povo é mais decidido que o europeu.
As medidas violentas contra a religião não fazem sentido. À medida que o socialismo cresce,
a religião vai desaparecer. Mas o seu desaparecimento terá de se fazer pelo desenvolvimento
social, no qual a educação tem um papel importante.
Não é preciso ser socialista para prever uma revolução sangrenta na Rússia, na Alemanha,
na Áustria e possivelmente na Itália, se os italianos continuarem a política atual. Os
acontecimentos da Revolução Francesa podem acontecer de novo nesses países. Isso é
evidente para qualquer estudante de política. Mas essas revoluções serão feitas pela maioria.
Nenhuma revolução pode ser feita por um partido, mas por uma nação.
Nenhum grande movimento se fez sem derramamento de sangue.
EXERCICIOS DE FIXAÇÃO
II. RESPONDA:
a) Quais foram os obstáculos encontrados pelas revoluções burguesas no início do século
XIX ?
b) Os movimentos liberais e nacionais, iniciados na França, se estenderam por quais países?
c) Qual foi o foco do Manifesto Comunista?
d) Qual era o objetivo de Marx?
e) Quais são as idéias principais do Manifesto Comunista?
f) Quais são os três tipos de socialismo?
V. RESPONDA:
9. O que é marxismo?
10. O que você entende por materialismo dialético?
11. O que você entende por materialismo histórico?
12. Quais são as três leis da dialética ?
13. O que são modos de produção, forças produtivas e relações sociais da produção?
VII. RESPONDA:
1. Qual é a conseqüência da alienação para a consciência do indivíduo?
2. Para Marx qual é a origem da alienação religiosa?
3. Quando o sistema capitalista transforma o trabalhador e o trabalho em mercadoria?
4. Que crítica Marx faz a economia política?
5. Qual é a contradição básica do sistema capitalista?
6. Quais são as evidências do caráter funcional do trabalho nas fábricas?
7. Como se define o trabalho para o trabalhador?
8. Em que situação o homem perde sua essência?
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
Dicionário do pensamento marxista, Tom Bottomore. RJ: Jorge Zahar, 1988
OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Introdução à Sociologia: série Brasil. SP: Ática, 2004
ARANHA, Maria L. de Arruda. Filosofando: introdução à Filosofia. SP: Moderna, 1993
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