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XXX Congresso de Secretários

Municipais de Saúde do
Estado de São Paulo São Paulo/SP

SUS e o direito à Saúde:


política pública com qualidade e sustentabilidade

Título da experiência: CRISE NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA: TECENDO CUIDADOS NA REDE


DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL

Tema da experiência: Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas


Autores
Mara Isa de Vasconcelos Coracini 1, Rener Busso de Martini 1
Instituição
1
PMSP/SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE SÃO PAULO - PMSP/SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE
DE SÃO PAULO

Resumo

INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA

Este relato propõe pensar experiências em atenção às crises na infância e adolescência, e os cuidados
propostos dentro da Ética da Atenção Psicossocial que se desenham na organização e nas práticas do
CAPS Infantil II Cachoerinha/Casa Verde/Limão em São Paulo e da RAPS deste território. No atual
cenário da infância e adolescência são inúmeras as questões que apontam uma leitura de “crise” do
usuário. Pode-se trazer à superfície tanto questões relacionadas às relações que os usuários estabelecem
em seu meio social, situações de conflito em casa, escola; cenas de violência; normatização de
comportamentos; como um estado da existência que apresenta formas de sofrimento para este
indivíduo, com traços e estados psicopatológicos. Diante da mudança do paradigma Hospitalocêntrico
para o da Atenção Psicossocial, que referencia os CAPS como um eixo estruturante da Rede de Atenção
Psicossocial, vamos destacar uma prática que efetivamente se afirma como substitutiva ao atendimento
de crises estritamente medicalizante, reducionista e normatizadora. Sustentamos um cuidado em rede
territorial, afirmando as singularidades e potencializando as diferenças, garantido os direitos adquiridos e
um tratamento em liberdade.

OBJETIVOS

Garantir uma prática em Saúde Mental que seja composta por uma RAPS alinhada com a Reforma
Psiquiátrica e não à Psiquiatria Reformada.

METODOLOGIA

Para entender e olhar para o sofrimento, a equipe acolhe as demandas advindas da crise e propõe que
este usuário permaneça no serviço por um período para que possa ser avaliado. Esta avaliação se dá a
partir de dispositivos individuais e coletivos, conversas com a família e com os demais atores envolvidos
no dia-a-dia do usuário (SASF – Serviço de Assistência Social às Famílias, UBS, Escolas, Conselho
Tutelar, Centros de convivência). A equipe se reúne cotidianamente para discutir os atravessamentos,
observações e olhares acerca desta crise para que possa se desenhar uma forma acolhedora e cuidadosa
para este sofrimento. Esta avaliação da equipe multidisciplinar vai enviesar as formas de cuidados que
serão ofertadas para a crise, não havendo aqui, protocolos, tempo, espaço ou formas de fazer. A
construção vem a partir da singularidade, complexidade e gravidade de cada caso. Avaliados estes
modos que a crise se apresenta, a equipe, junto à família e demais atores envolvidos, aponta alguns
dispositivos que considera mais potentes para acolher e cuidar. Estas conversas se apresentam sempre
difíceis, uma vez que o paradigma ainda vigente e conhecido socialmente é um entrave na garantia de
cuidados dentro da Ética da Atenção Psicossocial inclusive dentro do próprio serviço que se configura
heterogêneo.

RESULTADOS

De maneira geral, apresentam-se quatro organizações territoriais mais insistentes neste CAPSi para
acolhimento de crises:

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• Acolhimento diurno no CAPS Infantil com retaguarda familiar: Esses são os casos de manejo mais fácil.
O usuário em crise pode contar com a equipe e todos os dispositivos de cuidado da Rede durante o
tempo de funcionamento dos mesmos e, no período noturno e fins de semana, ficam sob cuidados e
parcerias das famílias e do território psicossocial ao qual pertencem (amigos, vizinhos, família
estendida). Àquelas situações para as quais se fizer necessário, as famílias são orientadas a procurar um
CAPS infantil III com o qual já tenhamos feito contato previamente a fim de garantir eventual referência
a buscar um Hospital com psiquiatria.
• Acolhimento diurno em CAPS infantil II sem retaguarda familiar: Da mesma forma que foi dito
anteriormente, essa combinação é pensada para aqueles casos em que os usuários ficam o dia sob
cuidados do CAPS II e que não há indicação imediata de hospitalidade noturna em CAPS infantil III.
Aqui, uma Rede intersetorial é tramada a fim tecida para sustentar a continuidade dos cuidados. Esses
são os casos mais difíceis, exigindo da equipe responsável constante invenção de possibilidades, seja
através de parceria com Abrigos, Unidades de Acolhimento, CAPS III (adulto e AD).
• Acolhimento diurno em CAPS infantil II e retaguarda de CAPS i III: Aqui, pode-se considerar os casos
que se beneficiam de cuidados em tempo integral. O que se pactua nessas situações é um compartilhar
da responsabilização. O que se tem vivenciado nessas situações é um dia-a-dia onde o usuário fica parte
do dia em um serviço e parte em outro. No entanto, isso não implica numa fragmentação do processo.
Ao contrário, parece implicar na corresponsabilização que fica facilitada pelo constante contato entre as
equipes.
• Acolhimento diurno em CAPS infantil II com retaguarda em HG: Sendo essas as situações mais
indesejadas, as poucas situações que compreenderam essa combinação podem ser subdivididas entre
aquelas que iniciaram por uma demanda clínica hospitalar e que escaparam da nossa governabilidade,
tendo sido direcionadas diretamente ao Hospital; em segundo lugar, aquelas que, dessa vez sim, por
insuficiência ou ineficácia dos arranjos anteriores, necessitam de tratamento em Hospitais. Já
vivenciamos situações de pactuação importante entre CAPS i II de referência e Hospital no qual o
usuário apenas passou a noite ou fim de semana e retornou ao CAPS. Da mesma forma, esse acordo
garante uma continuidade de cuidados territoriais e evita internações de longa duração ou em Hospitais
Psiquiátricos. Por fim, apontamos os casos que estão internados no Hospital Geral e que, apesar disso,
são cotidianamente acompanhados pelo CAPS infantil II a fim de evitar sua internação.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Estas formas de cuidado para situações de crise são, em sua grande maioria, pactuadas em rede,
principalmente a própria rede psicossocial do usuário. É importante salientar que na maioria das vezes
estes processos são realizados a partir de uma organização da equipe que leva em conta a urgência de
cada situação e se propõe a realizar articulações com a RAPS para garantir o melhor encaminhamento.

Referências Bibliográficas

LIMA, M. et al. Signs, meanings and practices of crisis management in psychosocial care centers.
Interface - Comunic., Saude, Educ., v.16, n.41, p.423-34, abr./jun. 2012.

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