Sei sulla pagina 1di 40

UP – UNIVERSIDADE POSITIVO

LÍVIA MACIEL HARTMANN

COMPORTAMENTO ALIMENTAR E IMAGEM CORPORAL ENTRE BAILARINOS


PROFISSIONAIS

CURITIBA
2015
LÍVIA MACIEL HARTMANN

COMPORTAMENTO ALIMENTAR E IMAGEM CORPORAL ENTRE BAILARINOS


PROFISSIONAIS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


como requisito parcial à obtenção do grau de
Bacharelem Nutrição da UP - UNIVERSIDADE
POSITIVO.

Orientadora: Prof.a Silvana Maria dos Santos

CURITIBA
2015
RESUMO

Introdução: Anorexia Nervosa (AN) e Bulimia Nervosa (BN) são transtornos alimentares
psiquiátricos, caracterizados pelo forte desejo de emagrecer, sendo que na AN esse
transtorno é caracterizado pelo fato desses pacientes terem o Índice de Massa
Corporal (IMC) abaixo do caracterizado adequado, realizarem rígidas dietas,
associados a uma imagem corporal distorcida de si mesmo; enquanto que a BN é
caracterizada por períodos de compulsão alimentar seguido de métodos purgativos.
Objetivo geral: caracterizar práticas alimentares e fatores de risco associados a
transtornos do comportamento alimentar entre bailarinos profissionais. Métodos:
para atingir os objetivos propostos, haverá dois componentes metodológicos: a)
abordagem qualitativa; e b) abordagem quantitativa. Na abordagem qualitativa as
informações serão coletadas por meio de entrevistas individuais, junto aos bailarinos
de ambos os sexos, sendo utilizado um roteiro norteador, com perguntas a serem
desdobradas a partir das respostas dos participantes. A abordagem quantitativa será
realizada por meio de um estudo de delineamento transversal, com amostra
constituída pelo universo (totalidade) de bailarinos profissionais da FUNCART. Os
sintomas de transtornos alimentares serão investigados aplicando-se os testes Eating
Attitudes Test (EAT-26) e Bulimic Investigatory Test Edinburgh (BITE). A avaliação da
imagem corporal da população estudada se dará pelo Body Shape Questionnaire
(BSQ). Será realizada também avaliação antropométrica: aferição de peso e estatura,
cálculo do índice de massa corporal (IMC). Os dados serão digitados em planilha
Excel e submetidos ao Teste Qui-Quadrado.

Palavras-chave: Imagem corporal; transtornos alimentares; alimentação, anorexia


nervosa, bulimia nervosa, pesquisa qualitativa.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 4
2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................ 6
3 OBJETIVOS .................................................................................................. 8
3.1 OBJETIVOGERAL ....................................................................................... 8
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................ 8
4 FUNDAMENTAÇÃO ...................................................................................... 9
4.1 HISTÓRIA .................................................................................................... 9
4.2 DEFINIÇÕES ............................................................................................... 11
4.3 TIPOLOGIA ................................................................................................. 12
4.4 CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS .................................................................. 13
4.5 CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO ................................................................. 16
4.5.1 Anorexia nervosa ....................................................................................... 16
4.5.2 Bulimia nervosa ......................................................................................... 17
4.6 TRATAMENTO ............................................................................................ 17
4.6.1 Anorexia nervosa ....................................................................................... 17
4.6.2 Bulimia nervosa ......................................................................................... 19
5 PERCURSO METODOLÓGICO .................................................................... 21
6 CRONOGRAMA ............................................................................................ 26
7 ORÇAMENTO ............................................................................................... 26
REFERÊNCIAS.................................................................................................... 27
APÊNDICE 1 ....................................................................................................... 33
APÊNDICE 2 ....................................................................................................... 34
APÊNDICE 3 ....................................................................................................... 35
ANEXO 1.............................................................................................................. 37
ANEXO 2.............................................................................................................. 38
ANEXO 3.............................................................................................................. 39
4

1 INTRODUÇÃO

Os transtornos alimentares (TA) são entidades ou síndromes, e não doenças


específicas, com causa, curso e patologia comuns; são mais bem conceitualizados
como síndromes e, portanto, recebem classificação de acordo com o conjunto de
sintomas que apresentam (HALMI, 2012). Também são concebidos como hábitos
alimentares que podem ameaçar a sua saúde ou mesmo a sua vida (APA, 2014). Ou
seja, são doenças psiquiátricas caracterizadas por alteração no comportamento
alimentar, causando problemas à saúde física, emocional, intelectual e social.
Os atuais sistemas classificatórios de transtornos mentais, DSM-IV e CID-10,
ressaltam duas entidades nosológicas principais: a Anorexia Nervosa (AN) e a
Bulimia Nervosa (BN). Embora classificados separadamente, os dois transtornos
acham-se intimamente relacionados por apresentarem psicopatologia comum: uma
ideia prevalente envolvendo a preocupação excessiva com o peso e forma corporal
(medo de engordar), que levam os indivíduos a se engajarem em dietas extremamente
restritivas e/ou a utilizarem métodos inapropriados para alcançarem o corpo idealizado
(CLAUDINO; BORGES, 2002).
O termo anorexia deriva do grego orexis (apetite) acrescido do prefixo an
(privação, ausência), que significa perda de apetite, não sendo a denominação mais
adequada, considerando-se que, pelo menos no início do quadro, há uma luta ativa
contra a fome (GALVÃO; CLAUDINO; BORGES, 2006). A AN consiste na alteração do
comportamento alimentar de origem não orgânica, visando o emagrecimento e à
manutenção do peso abaixo do considerado saudável para o indivíduo (MENDONÇA;
MARANHÃO; CLAUDINO, 2013).
O termo bulimia deriva-se das palavras gregas bous (boi) e limos (fome),
que refere-se à alguém com tanta fome que poderia comer um boi inteiro
(BUCARETCHI; WINBERG, 2003). A BN aparece como padecimento crônico
caracterizado pela ingestão de uma grande quantidade de alimentos e em seguida
expelida por métodos purgativos, além de ser também definida no Dicionário Médico
de Quincy (1719) como doença com um apetite extraordinário, relacionada a um
transtorno puramente gástrico (BUCARETCHI, 2003).
Os primeiros estudos científicos escritos sobre BN foram confundidos com os
relatos de AN, onde pacientes anoréxicas faziam uso de laxantes e provocavam
5

vômitos, após sentirem uma fome insaciável e persistente, sendo até esse momento
uma variante da AN e não um distúrbio alimentar propriamente dito/específico
(BUCARETCHI, 2003).
6

2 JUSTIFICATIVA

Epidemiologicamente, tanto a AN quanto a BN vêm tomando um grau de


expansão na sociedade de forma discreta porém rápida; trazendo sérias
consequências a adultos jovens e adolescentes que na atualidade, procuram de
forma acentuada a busca pelo corpo perfeito, usando de forma indiscriminada, todos
os artifícios e meios necessários para esse feito. Sabe-se que pacientes com TA
muitas vezes não são tratados, e que menos de 13% dos adolescentes recebem
tratamento. Com isso indivíduos com anorexia possuem uma taxa de mortalidade 18
vezes maior do que pessoas sem o transtorno.
Estudos com métodos e amostras diversas dificultam a obtenção de dados
epidemiológicos mais acurados (APA, 2000). De uma forma geral, a prevalência de AN
varia entre 0,5 e 3,7% e de BN de 1,1 e 4,2% (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION
PRACTICE GUIDELINES, 2000.)
Nielsen (2001), em extensa revisão de estudos epidemiológicos, estima que,
entre mulheres, a incidência de AN é de aproximadamente 8 por 100 mil indivíduos e
que a incidência de BN é de 13 por 100 mil individuos em uma população pareada
por ano. Os TA afetam predominantemente mulheres jovens, como uma prevalência
média de relação homem-mulher de 1:10 e até 1:20 (KLEIN; WALSH, 2004).
Entre bailarinos, a pressão para o corpo magro é ainda maior. A imagem
corporal é entendida como a forma pela qual o corpo se apresenta para a própria
pessoa, ou seja, ela é vista de acordo com o que pensamos dela, levando em conta
fatores ambientais, emocionais, sociais e outros formadores de opinião (MATURANA,
2004). Diferentes situações vão modificando a própria imagem corporal e a dos
outros, em um processo dinâmico, resultante de memórias e também de percepções
presentes. Assim, a imagem corporal vai sendo formada a partir de vivências, ligadas
às experiências de terceiros com seus próprios corpos (SCHILDER, 1999).
Na cultura ocidental, ser magro(a) significa não apenas ter um corpo magro,
e sim, competência, sucesso, autocontrole e ainda ser atraente sexualmente. As
profissões que demandam uma estética corporal adequada, como modelos,
bailarinas e atletas, apresentam maior incidência de casos de insatisfação corporal,
o que pode levar ao desenvolvimento de TA (VIEIRA et al., 2006).
7

A imagem corporal consiste então, no modo pelo qual o corpo se apresenta


para cada indivíduo (SAIKALI et al., 2004). O processo de formação da imagem corporal
pode ser influenciado por uma série de fatores, incluindo a relação com crenças e
valores inseridos em uma cultura (DAMASCENO et al., 2005), como no meio profissional
dos bailarinos, onde o corpo magro e esguio é altamente valorizado. A percepção da
imagem corporal pode ser mais importante na determinação de TA do que o próprio
peso (LAUTENBACHER et al., 1992; NUNES et al., 2001).
Bailarinos são um grupo de risco para o desenvolvimento de transtornos
alimentares (TA) devido às rigorosas exigências de desempenho físico e estética
corporal necessários para o exercício da profissão (MELIN; ARAÚJO, 2002; JANOUT;
JANOUTOVÁ, 2004; SUDI et al., 2004; SUNDGOT-BORGEN; TORSTVEIT, 2004; THOMAS;
KEEL; HEATHERTON, 2005).
Essas exigências incluem valores de Índice de Massa Corporal (IMC) e
percentual de gordura corporal (%GC) abaixo dos valores encontrados para a
população em geral (JANOUT; JANOUTOVÁ, 2004; KOUTEDAKIS; JAMURTAS, 2004),
levando à busca constante do "peso ideal" e contribuindo para a insatisfação com a
imagem corporal (SMITH; JOINER, 2008; NILSSON; SUNDBOM; HÄGGLÖF, 2008),
uma vez que apenas a minoria dos bailarinos consegue se manter, naturalmente,
dentro dos padrões exigidos.
Pode-se dizer que a busca da imagem corporal ideal em bailarinos(as) vai
além dos parâmetros da população em geral e, na medida em que eles se tornam
profissionais, a necessidade de manter o peso adequado aumenta (FRAÇÃO et al.,
1999).
A partir deste contexto, depreende-se o fato de os bailarinos(as) profissionais
representam um grupo no qual a demanda por um padrão estético adequado pode
levar à insatisfação e distorções na sua relação com a imagem corporal.
8

3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Caracterizar práticas alimentares e fatores de risco associados a transtornos


do comportamento alimentar entre bailarinos profissionais.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Investigar a satisfação com a imagem corporal nessa população;


- Investigar a associação entre comportamento alimentar e estado nutricional;
- Identificar os sentimentos de bailarinos, acerca da sua relação com
a alimentação;
- Identificar alterações alimentares adotadas em função dessas percepções.
9

4 FUNDAMENTAÇÃO

4.1 HISTÓRIA

Dados históricos mostram que quadros de AN já se faziam presentes na


Idade Média, quando históricos do modo de vida de beatas e santas da Igreja
Católica faziam do jejum autoimposto um escolha de vida (BUCARETCHI, 2003).
Baseado nos relatos de jejum autoimposto dos confessores dessas santas, é
que ocorreram as primeiras descrições científicas da AN, que fez-se em um intervalo
de três séculos, onde somente em 1691 Richard Morton, médico Inglês, descreveu
em seu livro, intitulado como Tisiologia sobre a doença da consunção, o relato de
uma jovem de 18 anos com uma doença desconhecida, que se caracterizava por um
emagrecimento autoinduzido, denominado como consunção ou atrofia nervosa, tendo
como sintomas a falta de apetite, amenorreia e um emagrecimento acentuado
(BUCARETCHI, 2003).
Em 1789, Naudaud, na França, descreveu um doença nervosa, que vinha
acompanhada por uma forte repulsa por alimentos. E somente em 1859, Louis-Victor
Marcér, na Societé Médico-Psycchologique, em Paris, descreveu dois casos de
pacientes com os mesmos sintomas antes descritos (BUCARETCHI, 2003).
O que fez com que a Anorexia fosse vista como uma doença clínica foi
quando o médico inglês Willian Gull, no final do século XIX, durante um encontro do
British Medical Association, em Oxford, descreveu mais uma vez, três casos clínicos de
moças entre 14 e 18 anos, com uma enfermidade chamada "apepsia nervosa", passando
só então a ser chamada de AN em 1874 (BUCARETCHI, 2003).
Segundo observações de Russell (1989) e Bruch (1985), nas últimas décadas
teria ocorrido uma alteração na forma com que o quadro da anorexia se apresentava,
quando Russell afirma um aumento na incidência desse transtorno, já Bruch relata que
essas moças só desenvolveram a doença após ter tido algum tipo de familiaridade
com ela, que foram chamadas de "me too" (apud BUCARETCHI, 2003).
Já no que se refere a BN, são encontrados relatos semelhantes na Roma
antiga, com descrições de consumos alimentares exagerados com sequência de vômito
10

autoinduzidos, em um local propício para esse ato, chamado de "vomitorium", local


encontrado em todos os palácios romanos (BUCARETCHI, 2003).
Até 2011, aproximadamente uma em cada 250 mulheres apresentavam AN,
sendo mais frequentes em adolescentes e/ou adultos jovens, tendo taxa de
prevalência de 0,3%; já a BN se apresenta mais frequente, sendo cinco vezes mais
alta nessa mesma população, porém com uma taxa mais elevada que varia de 0,5%
a 1,0% (MANN; TRUSWELL, 2011).
De acordo com a APA (1995) e Hus (1996) mais de 90% dos pacientes com
AN são mulheres, e ela ocorre principalmente entre as jovens. A incidência é entre
mulheres de 12 e 25 anos com variação de 1.43/100.000 a 50/100.000. Essa variação
se deve às diferenças entre as metodologias utilizadas e às diferentes populações
estudadas. E embora seja uma doença relativamente rara, sua incidência parece
estar aumentando (apud BUCARETCHI, 2003).
Quanto à prevalência a estimativa varia de 0,2 a 0,5% entre mulheres jovens
(HSU, 1996), embora alguns estudos mais recentes cheguem à prevalência de 3,7%
(APA, 2000 apud BUCARETCHI, 2003).
De acordo com a APA, 1995, a AN se inicia, geralmente na adolescência
tardia e início da vida adulta, por volta dos 17 anos, verificando-se raro seu aparecimento
após a 4.a década de vida.
A prevalência de BN varia de 2 a 3% entre mulheres jovens (HSU, 1996), com
alguns estudos mais recentes indicando 4,2% (APA, 2000 apud BUCARETCHI, 2003).
Embora o detalhamento de comorbidades fuja do escopo deste capítulo,
pode-se apontar que:
- 50 a 75% dos pacientes com AN e BN têm comorbidades com transtornos
depressivos ou distimia;
- 4 a 6% tem transtorno bipolar associado;
- Até 25% têm transtornos obsessivo compulsivo associado;
- 30 a 37% dos pacientes com BN têm associado abuso de substâncias,
que ocorre com 12 a 18% dos pacientes com AN (principalmente a do
subtipo compulsão periódica/purgativo);
- Os transtornos de ansiedade, principalmente fobia social, são comuns
nos dois diagnósticos;
- 42 a 75% dos pacientes apresentam pelo menos traços de personalidade
anormal;
11

- 20 a 50% dos pacientes referem-se a abuso sexual na infância (APA,


1995; 2000).

Yates (1989) relatou que a maioria dos estudos estabeleceu uma prevalência
de 1 caso entre 100 garotas adolescentes em relação à AN.
De acordo com Halmi (2012), a incidência de novos casos de AN atinge uma
faixa de 0,6 a 1,6 por 100.00 habitantes e a idade de início é entre 14 e 17 anos,
mas pode ocorrer mais cedo, entre 10 e 13 anos ou mais tarde, até os 40 anos de
idade. A doença é pelo menos 10 vezes mais frequente em moças do que em
rapazes.
Em relação a BN, Fairburn e Cooper (1983), com base em uma amostra da
comunidade, estimaram que 1,9% das mulheres possuem o distúrbio (apud PINZON;
NOGUEIRA, 2004).
Já Pyle et al. (1983), relatou que a prevalência de BN é clinicamente
significativa e maior em estudantes universitários que a da comunidade em geral,
correspondendo a aproximadamente 4% (apud PINZON; NOGUEIRA, 2004).

4.2 DEFINIÇÕES

Anorexia Nervosa: A anorexia nervosa é um transtorno caracterizado por


preocupação com o peso corporal e alimentos, comportamentos voltados à perda de
peso, padrões peculiares de manuseio de alimentos, perda de peso, medo intenso de
ganhar peso, percepção perturbada da imagem corporal e amenorreia (HALMI, 2012).
Ou, doença caracterizada por recusa em manter a massa corporal minimamente
normal, medo intenso de ganhar massa corporal, distorção da imagem corporal, e
amenorreia em mulheres após a menarca; que pode ser um de dois subtipos:
restritivo ou compulsão alimentar/purgativo (SCHEBENDACH, 2010).
Bulimia Nervosa: A bulimia nervosa é um transtorno no qual o comportamento
de bulimia ou compulsão alimentar é predominante. A compulsão alimentar é definida
como uma ingestão episódica, descontrolada e rápida de grandes quantidades de
comida durante um curto período de tempo (HALMI, 2012). Ou, enfermidade
12

caracterizada por episódios repetidos de compulsão alimentar seguidos por métodos


compensatórios inadequados como purgação, incluindo vomito autoinduzido ou uso
impróprio de laxativos, diuréticos, enemas, ou não purgação, incluindo jejum ou
emprenhar-se em exercícios excessivos (SCHEBENDACH, 2010).
Compulsão Alimentar: Episódios de alimentação marcado por três
características particulares: a quantidade de alimento consumido é maior que o
consumo da maioria das pessoas em condições similares; a ingestão excessiva de
alimentos ocorre em um período discreto, normalmente menor que duas horas; e
a alimentação é acompanhada de um senso subjetivo de perda de controle
(SCHEBENDACH, 2010).

4.3 TIPOLOGIA

Os transtornos mais conhecido (AN e BN) podem apresentar variações em


função de características específicas, abaixo elencadas:
- AN restritivo: utiliza dietas restritivas, jejum ou prática excessiva de
atividade física como forma de emagrecimento (MENDONÇA; MARANHÃO;
CLAUDINO, 2013).
- AN compulsão periódica/purgativo: presença de compulsão alimentar e/ou
purgação por meio da indução de vômitos, uso de laxantes, diuréticos ou
enemas como mecanismo compensatório (MENDONÇA; MARANHÃO;
CLAUDINO, 2013).
Além dos TA mais conhecidos (AN e BN), existem uma série de outros, que
são:
- Síndrome Alimentar Noturna (SAN): condição em que o indivíduo adia a
ação de comer por várias horas após acordar; consome mais que a metade
da ingestão energética diária durante e depois do jantar, mas antes do
café da manhã (SCHEBENDACH, 2010).
- Distúrbio Alimentar Não Específico (TANE): categoria diagnóstica para
distúrbio alimentar que não se enquadra completamente nos critérios de
anorexia nervosa, bulimia nervosa, ou distúrbio compulsivo alimentar
periódico (SCHEBENDACH, 2010).
13

- Distúrbio da Compulsão Alimentar Periódica (TCAP): distúrbio caracterizado


pela ocorrência de episódios de compulsão alimentar de no mínimo 2
vezes por semana em um período de seis meses (SCHEBENDACH, 2010).

4.4 CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS

Anorexia Nervosa ocorre em meninas adolescentes após a puberdade;


apresenta-se como uma acentuada perda de peso autoinduzida; é também
caracterizada por um intenso medo de engordar ou de ser gorda, além de um intenso
desejo de emagrecer, causando alterações da imagem corporal e amenorreia
(CORDÁS et al., 1998).
Alguns problemas ao longo da doença começam a surgir, e podemos
classificá-los em:

 Físicos (CORDÁS et al., 1998):

- Lanugo (pelos finos que recobrem a pele do rosto e outras partes


do corpo);
- Pele seca;
- Intolerância ao frio;
- Queda de cabelo;
- Olhos fundos;
- Bradicardia (batimento lento do coração);
- Hipotensão (pressão baixa);
- Edema.

 Emocionais (CORDÁS et al., 1998):

- Sintomas de depressão, como tristeza, desânimo e até mesmo tentativas


de suicídio; que acontecem quando a doença já está em um estágio
mais avançado.
- Irritabilidade.
- Manias – Obsessões e compulsões: pensamentos repetitivos que levam
a pessoa a ter comportamentos compulsivos, que não consegue
se controlar.
14

Complicações que ocorrem com a evolução da doença (CORDÁS et al., 1998):


- Cardiológicas: arritmias, insuficiência cardíaca congestiva e parada cardíaca.
- Hematológicas: anemia, leucopenia e problemas de coagulação.
- Gastrointestinais: TGI lento, pancreatite (inflamação do pâncreas), enzimas
do fígado alteradas além de alterações renais.
- Diabetes Insípido: perda da capacidade do rim em reter líquidos com
grande perda de água.
- Endócrinas: hipotireoidismo, amenorreia e osteoporose.

A BN atinge mulheres em mais de 90% dos casos, em principal aquelas no


início da adolescência e jovens entre a segunda e terceira década de vida, e como a
AN apresenta causas complexas, que estão envolvidos fatores fisiológicos,
psicológicos e socioculturais (CORDÁS et al., 1998).
Sendo considerado um episódio bulímico, o qual uma pessoa consome
grande quantidade de alimento, frequentemente e de forma incontrolável e rápida,
podendo atingir em uma única refeição entre 1000 e 6000 calorias, sendo a maior
parte da comida constituída de doces, ricas em caloria e com textura que facilite a
deglutição, pois é bastante frequente a pouca mastigação (CORDÁS et al., 1998).
Assim como na AN, a BN também apresenta problemas com o decorrer da
doença, que são (CORDÁS et al., 1998):
- Dor de garganta ou dor de estômago, sendo causada por uma inflamação
do tecido que reveste o estômago, esôfago e a faringe, que como é exposto
diariamente à acidez do suco gástrico no momento do vômito.
- Fraqueza e cansaço.
- Desmaios, causados quase sempre pelas dietas excessivas que acabam
a levar a hipoglicemia ou até mesmo pela desidratação causada pelos
vômitos, uso de laxantes e diuréticos.
- Face inchada e dolorida, pelo aumento das glândulas parótidas, ocorrendo
pelo estímulo excessivo nos momentos em que a pessoa estimula os
vômitos, causando como consequência um aumento da salivação.
- Dor abdominal, náuseas, sensação de inchaço na barriga, podendo ter
sido causada por uma ruptura do estômago e alteração do funcionamento
do intestino, causado por algum laxante.
15

- Diarreia e constipação: que podem ser causadas pelo uso indiscriminado de


laxantes, e em casos mais graves, pela perda da camada de tecido intestinal
responsável pela absorção do alimento, causando diarreias por má absorção.
- Vômitos com sangue (hematêmese): o sangue vem de feridas localizadas
no estômago e esôfago, causadas por úlceras ou lesões provocadas pelo
esforço repetitivo de vomitar.
- Alterações menstruais: muitas bulímicas menstruam apenas com auxílio
de pílulas e acabam por ficar inférteis.
- Câimbras e dores musculares: causado pela falta de nutrientes e também
devida a perda de cálcio e potássio.

Alterações detectadas em um exame médico (CORDÁS et al., 1998):


- Hipertrofia das Parótidas;
- Alterações da frequência cardíaca e da pressão arterial;
- Hérnias que se agravam principalmente pela pressão que sofre o abdome
durante o momento dos vômitos;
- Sinal de Russell: sinal encontrado nas dobras das mãos em pacientes que
põem o dentro da boca para provocar vômitos, causando consequentemente
feridas no local e até calos.

Complicações que ocorre com o desenvolver da doença (CORDÁS et al., 1998):


- Cardiovasculares: não somente alterações vistas em eletrocardiogramas
podem ocorrer no coração de paciente com bulimia, mas a causa
principal desses problemas é a falta/perda de substâncias como potássio,
fundamental para que o coração bata e funcione normalmente. Além de
que existe um xarope que causa vômitos e que é extremamente
perigoso, o Xarope de Ipeca, pois intoxica as fibras do coração, que sofre
destruição, podendo sofrer uma parada e consequente morte imediata.
- Deficiência de vitaminas e sais minerais: a frequente perda de cálcio,
potássio e magnésio causam sérios problemas e podem explicar a fraqueza
e a indisposição frequente desses pacientes.
- Dentárias: há uma alteração no esmalte do dente, em particular na parte
interna e inferior, causando erosão no esmalte dentário, resultando em
cáries, perda dos dentes e doença gengival grave.
16

- Renais: o uso indiscriminado de diuréticos faz com que ocorra perda de


potássio e outros eletrólitos, causando problemas em concentrar e reter
adequadamente a urina, além de favorecer a infecções urinárias.
- Endócrinas: alguns pacientes por fazerem o uso de hormônios tireoidianos
para perder peso, podem acabar inibindo o funcionamento normal da
glândula tireoide, que pode aumentar, causando bócio ou sendo detectados
como hipertireoidismos em dosagem sanguíneas.
- Outras complicações como esofagites, gastrites e ulceras são bastante
frequentes, além de sintomas neurológicos como tremores, confusão e
tonturas que são em geral consequência da desidratação e pulmonares
pela aspiração do vômito, podendo causar pneumonias.

4.5 CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO

4.5.1 Anorexia nervosa

De acordo com Cordás et al. (1998, p.19):

Existem quatro critérios internacionalmente considerados:


- Recusa em manter o peso mínimo para a idade e altura. Por exemplo,
perda de peso e manutenção desse em menos de 85% do esperado, ou
ausência do ganho de peso esperado para aquele período de crescimento,
levando a um peso menor do que 85% do esperado.
- Medo intenso de ganhar peso ou de se tornar gorda, mesmo estando
abaixo do peso.
- Distúrbio na maneira de vivenciar sua forma ou peso corporal, influência
indevida da forma ou peso corporal na auto-avaliação ou negação da
seriedade do baixo peso atual.
- Nos pacientes pós-menarca (ou seja, que já tiveram a primeira menstruação),
a amenorreia (ausência de menstruação) de pelo menos três ciclos.
17

4.5.2 Bulimia nervosa

De acordo com os Critérios de Diagnóstico da American Psychiatric Association,


2010 (SCHEBENDACH, 2010, p.565):

Episódios recorrentes de compulsão alimentar. Um episódio de compulsão


alimentar é caracterizado por ambas as situações:
- 1.a consumo, em período de tempo distintos (i. e., dentro de períodos de 2
horas), de uma quantidade de alimento que é definitivamente maior do que
a quantidade consumida pela maioria das pessoas durante um mesmo
período de tempo e sob circunstâncias similares.
- 2.a Sentimento de perda do controle ao se alimentar durante o episódio
(i. e., a sensação de que não pode parar de comer ou de controlar o que
ou quanto está consumindo)
Repetidos comportamentos compensatórios não apropriados para impedir o
ganho de massa corporal, com a autoindução de vômitos ou o uso impróprio
de laxantes, diuréticos, enemas ou outras medicações. Jejuns; ou exercícios
físicos em excesso.
A compulsão alimentar e os comportamentos compensatórios ocorreram,
em média, pelo menos duas vezes por semana durante três meses.
A auto avaliação é excessivamente influenciada pelo tamanho da massa
corporal.

4.6 TRATAMENTO

4.6.1 Anorexia nervosa

Pela complexidade de sua etiologia e gravidade da sintomalogia, é considerado


desafiador e multidimensional, baseando-se no vinculo terapêutico bem construído,
na abordagem multidisciplinar (psiquiatra, psicólogo, nutricionista, clínico geral,
enfermeiro entre outros), e visando ao aspecto sintomático quanto psíquico do
paciente (MENDONÇA; MARANHÃO; CLAUDINO, 2013).
Segundo a Associação Psiquiatrica Americana (APA), o tratamento tem como
principal objetivo o ganho de peso até que o IMC seja superior a 19Kg/m2, porém a
18

correção do comportamento alimentar e o tratamento das comorbidades presentes


se fazem necessários (MENDONÇA; MARANHÃO; CLAUDINO, 2013).
Inicialmente, deve-se avaliar a gravidade do caso e definir o tipo mais
adequado de tratamento, que pode ser (MENDONÇA; MARANHÃO; CLAUDINO, 2013):
 Ambulatorial: nos casos de pacientes motivados e sem comorbidades
clínicas ou psiquiátrica grave.
 Semi-intensivo (tratamento hospitalar durante o dia), para os casos que
foram tratados sob o esquema de internação completa, mas que ainda
necessitam de cuidados especiais. Também é adequado indicar esse
tratamento para os casos que apresentem baixo risco de auto ou
heteroagressão, ausência de risco clínico iminente, prejuízo do autocuidado
e falha no tratamento ambulatorial.
 Internação hospitalar integral, tanto voluntária como compulsória
(dependendo dos riscos e da capacidade crítica dos pacientes),
considerando-se os critérios descritos abaixo:
- Peso abaixo de 75% do esperado para idade e altura
- IMC (Kg/m2) < 13,5
- Recusa alimentar
- Hipotermia
- Complicações clínicas graves: Adultos: FC <40 bpm, PA <90/60mmHg,
Glicemia < 60mg/dL, K <3 mEq/L, desidratação, distúrbio hidroeletrolítico,
disfunção hepática, cardíaca ou renal.
- Crianças e adolescentes: FC <40 bpm, PA <80/50mmHg, hipocalemia,
hipofosfatemia, hipotensão ortostática.
- Risco de suicídio, com ideação suicida e planejada.
- Resistência ao tratamento, baixa motivação, sintomalogia anoréxica
egossintônica.
- Comorbidades clínicas ou psiquiátricas graves que necessitem de
internação (ex. diabetes sem controle glicêmico adequado, uso
recorrente de substância e álcool, etc.).
- Falta de suporte familiar e social adequado
- Conflitos familiares que interfiram na melhora do paciente.
19

Sendo o tratamento composto por (CORDÁS et al., 1998):


 Educação alimentar, feita especialmente pelo profissional da saúde
nutricionista, com acompanhamento às refeições, e utilização de práticas
teóricas sobre o assunto (alimento).
 Uso de medicações prescrita por um psiquiatra.
 Terapia, sendo a mais indicada a cognitivo-comportamental, sendo usado
reforços positivos ou negativos quando se fizer necessário.
 Terapia familiar e individualizada.

Esse tratamento deve ser feito em um ambulatório específico para o problema,


e se necessário ocorrerá a internação, que será decidida pela equipe, tendo sempre
em vista alguns critérios para esse feito, como (CORDÁS et al., 1998):
 Má resposta ao tratamento.
 Condições físicas e psiquiátricas de risco.

O tratamento não tem um tempo específico, ele se dá de acordo com a


evolução do paciente, porém deve se ter em mente que essa "alta" não será dada
somente quando o paciente tiver recuperado todo o peso, pois ocorrem recaídas e
essas devem ser levadas em conta, não sendo também uma decisão só do paciente,
mas em comum acordo com todos que participam do tratamento, e mesmo após
essa alta, ainda será necessário, acompanhamento, com nutricionista, psiquiatra e
psicólogo (CORDÁS et al., 1998).

4.6.2 Bulimia nervosa

O tratamento em equipe multidisciplinar é considerado a forma mais


adequada e eficaz de tratamento de TA, assim como apontado na AN. O grau de
comprometimento físico e psíquico determina o número de profissionais envolvidos
em seu encaminhamento para um tratamento ambulatorial, internação ou hospital-dia
(GARCIA; MARANHÃO; CLAUDINO, 2013).
Assim como na Anorexia Nervosa, a Bulimia Nervosa tem que ter o diagnóstico
feito por uma equipe multidisciplinar, porém como na BN a paciente mantêm o peso,
não tendo o quadro igual e com o mesmo estado de agravamento a pacientes
20

anoréxicas, além de ser negado o uso de laxantes, diurético e de vômitos


autoinduzidos, o tratamento deve ser feito imediatamente antes que doença já esteja
bastante evoluída (CORDÁS et al., 1998).
Como na AN, o ideal é que seja feito por uma equipe multidisciplinar o
tratamento, ou pelo menos com um médico psiquiatra, psicólogo e nutricionista,
sempre trocando informações (CORDÁS et al., 1998).
Esse tratamento é ambulatorial, com objetivo de educação alimentar, sendo
estipulado o número de refeições diárias, associando a quantidade com a qualidade.
Tratamento medicamentoso, feito por um médico psiquiatra; psicoterapia individual e
familiar para que todos estejam envolvidos e ajudando o paciente sem julgamentos, já
que recaídas podem ocorrer a todo instante e por fim, terapia cognitivo-comportamental,
que visa quebra do ciclo de episódios bulímicos (CORDÁS et al., 1998).
Sendo as indicações de internação as mesmas para pacientes com AN
(CORDÁS et al., 1998).
O tratamento deverá durar meses e mesmo após um quadro de melhora dos
sintomas ele deverá continuar em observação de toda equipe, sendo assim o
momento em que toda a equipe vise que já é hora do paciente ter alta, sendo
indicado acompanhamento por tempo indeterminado com nos casos de AN (CORDÁS
et al., 1998).
21

5 PERCURSO METODOLÓGICO

Este trabalho é parte da obtenção de grau de Bacharel em Nutrição, intitulado


Comportamento Alimentar e Imagem Corporal entre Bailarinos Profissionais. Foi
aprovado pelo comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade Evangélica do Paraná em
27 de Outubro de 2014, sob o nº 847-848.
O espaço de observação, neste estudo, refere-se ao Município de Londrina,
interior do Paraná. Os sujeitos da pesquisa foram selecionados na seguinte
instituição: FUNCART - Fundação Cultura Artística de Londrina (Apêndice 1- termo
de concordância com o serviço envolvido).
Para se atingir os objetivos propostos, houve dois componentes metodológicos:
a) abordagem qualitativa; e b) abordagem quantitativa.

a) Componente qualitativo:

Adotou-se uma abordagem metodológica qualitativa, por se tratar de uma


pesquisa de natureza simbólica, que não permite quantificar, mas sim, compreender
e interpretar, e melhorar o tratamento, dando mais direção nas relações sociais.
Nestes termos, a amostra foi mencionada a ponto de permitir a saturação teórica
(FONTANELLA; RICAS; TURATO, 2008; STRAUSS; CORBIN, 2008.) E subsequente
compreensão, em profundidade desta produção.
A população pesquisada foi constituida por integrantes do corpo de ballet da
FUNCART - Fundação Cultura Artística de Londrina, de ambos os sexos, residentes
em Londrina, e a escolha dos depoentes foi feita desde que esses apresentasse
vinculo com a dança, e se fundamenta nos pressupostos da tradição qualitativa, na
qual não se confere relevância à reprensentatividade estatistica da amosta, no
sentido de possibilitar a generalização dos achados, que consentirem com o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE, Apêndice II).
Na metodologia qualitativa, a definição do número de sujeitos entrevistados
não se baseia em uma representatividade numérica de uma dada população e, sim,
na coleta de informações as quais, por sua profundidade e abrangência, permitam
uma análise detalhada das falas e uma compreensão do objeto investigado. Sendo
assim, o número de entrevistados foi estabelecido de acordo com a reiteração das
22

categorias empíricas ou saturação (MINAYO, 1996). Foram entrevistados, 35


participantes.

Para a obtenção do material empírico, foi utilizado um roteiro norteador


(Apêndice III), com perguntas a serem desdobradas a partir das respostas dos
participantes. As entrevistas foram gravadas após a assinatura do TCLE e,
transcritas, posteriormente.
A diversidade dessa amostra teve como intuito mostrar a semelhança em
relação aos sentimentos que esses bailarinos carregam relacionado ao alimento, a
fim de aprofundar os conhecimentos acerca do fenômeno estudado (MINAYO, 1996).
A obtenção de informações qualitativas foi realizada por meio de entrevistas
individuais. O instrumento utilizado, foi um roteriro norteador, que pode ser
desdobrado em outras questões, a partir do conteúdo emergente nas narrativas.
Em momento posterior, as entrevistas foram transcristas e processadas e,
em seguida, o material empírico foi submetido à leitura transversal, de maneira a
permitir a impregnação pelo sentido do “todo” de cada depoimento, bem como a
identificação das unidades temáticas indicativas dos vários temas ou dimensões
presentes nas narrativas e que constituiram os eixos de significação da analise
empreendida.

b) Componente quantitativo:

Foi realizado um estudo de delineamento transversal, com amostra


constituída pelo mesmo universo de bailarinos.

Avaliação Antropométrica:
 Peso e Estatura:
Os participantes tiverão sua estatura mensurada através de um estadiômetro
fixado à parede, com extensão de 2,00 metros e escala em milímitros e visor de
plástico, com esquadro acoplado a uma das extremidades.
A pesagem foi feita através de balança digital (Marca Plenna), com
capacidade para 180Kg e devidamente calibrada. As medidas de peso e estatura
foram aferidas com os bailarinos devidamente descalços, e com roupas leves, em
posição ereta, sem acessórios e pesos nos bolsos.
23

Por meio da obtenção destas medidas foi calculado o Índice de Massa


Corporal (IMC), que relaciona o peso corporal (Kg) com a estatura (m2), verificando-
se em que classificação cada parcitipante se enquadra de acordo com o ponto de
corte de individuos adultos (WHO, 1995).
Para avaliar as atitudes e o comportamento típico de pacientes com anorexia
nervosa e o índice de gravidade que caracteriza distúrbios de comportamento, o Teste
de Atitudes Alimentares (EAT-26) (Anexo 1) (GARNER; GARFINKEL, 1979) foi
adotado. O EAT-26 é um instrumento de autorrelato reconhecido internacionalmente
empregado na avaliação e identificação de padrões alimentares anormais, sendo útil
no acompanhamento da evolução de casos clínicos. O instrumento é composto por
26 itens, com seis opções de resposta: sempre, com muita frequência, com frequência,
às vezes, raramente e nunca. A análise fatorial desses itens é realizada, levando em
consideração três aspectos:
 Fator 1: Dieta - os primeiros 13 itens que refletem recusa patológica para
alimentos com uma alta ingestão calórica e preocupação com a forma física;
 Fator 2: Bulimia nervosa - os seis itens seguintes, que refletem a pensar
em comida e atitudes bulímicas;
 Fator 3: Controle oral - os últimos sete itens refletem o autocontrole em
relação a alimentos e reconhecer a existência de pressões sociais no
ambiente para ganhar peso (BOSI; UCHIMURA; LUIZ, 2009).

Avaliação das respostas ao EAT-26 é realizada pela atribuição três pontuações


para cada item para o qual a resposta anoréxica mais extrema foi marcado
("sempre" ou "nunca"), duas pontuações para o segundo mais extremo de resposta
e uma pontuação para o terceira resposta mais extrema; as outras respostas não
recebem pontuação. No presente estudo, o ponto de corte utilizado será de 21
pontos, pois este apresenta sensibilidade e especificidade altamente satisfatórios
(MANN et al., 1983; JOHNSON-SABINE, 1988). Uma vez que o instrumento foi
aplicado, os escores obtidos para cada questão em EAT-26 serão somados e
computados para cada pessoa avaliada. Se a soma das pontuações é maior do que 21,
o EAT-26 é considerado positivo e a presença de atitudes alimentares que representam
um risco para o desenvolvimentode desordens alimentares é confirmada (GROSS et
al., 1986 apud BOSI; UCHIMURA; LUIZ, 2009).
24

Para avaliar a presença de comportamentos bulímicos e a intensidade destes


foi adotado o Bulimic Investigatory Test Edinburgh - BITE) (Anexo 2) (HENDERSON;
FREEMAN, 1987). Trata-se de questionário autoaplicável, composto de 33 questões
e duas subescalas, sendo uma voltada para sintomas e a outra para a gravidade
destes (CORDÁS; HPCHGRAF, 1993). A escala de sintomas oferece três grupos de
escores (BOSI; UCHIMURA; LUIZ, 2009). Nessa escala, a avaliação é composta por
todas as questões, com excessão das de número 6, 7 e 27. As questões de numero
1, 13, 21, 23 e 31 recebem um ponto para cada resposta “não”. As demais 25
questões recebem um ponto para cada resposta “sim”. A pontuação máxima
possivel é de trinta pontos e os resultados são subidivididos em (BELING, 2008):
 Uma pontuação maior ou igual a vinte (20) pontos indica comportamento
típico de compulsão alimentar com grande probabilidade de diagnóstico de
bulimia nervosa, de acordo com o DSM-IV (APA, 1994) e o critério de Russell
(1979), indicando um padrão alimentar incomum e episódios compulsivos;
 Uma pontuação entre quinze (15) e dezenove (19): sugere-se entrevista,
pois indivíduos nessa categoria podem refletir um grupo subclínico de
bulímicos, na fase inicial ou no final do tratamento deste distúrbio;
 Uma pontuação entre dez (10) e quatorze (14) sugere um hábito
alimentar não usual, porém é insuficiente para preencher todos os
critérios de diagnóstico para bulimia nervosa, necessitando de maiores
investigações para se estabelecer um diagnóstico mais preciso;
 Uma pontuação de zero (0) e nove (9) pontos retrata os limites normais
de um padrão alimentar, o que indica a ausência de compulsão alimentar
e bulimia nervosa.

A escala de gravidade do BITE, por sua vez, fornece um índice baseado na


frequência dos comportamentos compulsivos e purgativos, de acordo com a frequência
com que ocorrem. É constituída pelos itens 6, 7 e 27 do instrumento, e mede a
gravidade do comportamento compulsivo pela frequência de atitudes compensatórias,
tais como o jejum, uso de moderadores de apetite, diuréticos, laxantes e vômitos
para auxiliar a perda de peso e também a frequência dos episodios de compulsão
alimentar. Sendo analisada para os casos em que a pontuação na escala de
sintomas é superior a 10, ramificando-se em três estágios:
25

 Alto (escore > 10 pontos): indicam alto grau de gravidade, podendo


apontar a presença de vômito psicogênico ou abuso de laxante sem
comportamento compulsivo, e devem ser seguidos de entrevista
diagnóstica com especialistas.
 Moderado (entre 5 e 9 pontos): são considerados clinicamente significativos
e devem ser seguidos de entrevista diagnóstica com especialistas.
 Baixo (até 5 pontos): resultado clinicamente não significativo.

O instrumento usado para avaliar a insatisfação com a autoimagem corporal


foi o questionário Body Shape Questionnaire - BSQ (Questionário de Imagem Corporal)
(Anexo 3), que mede o grau de preocupação com a forma do corpo, a
autodepreciação devido à aparência física e a sensação de estar gordo. O BSQ foi
validado em uma população de universitários brasileiros (CORDÁS; NEVES, 1999). O
questionário distingue dois aspectos específicos da imagem corporal: a exatidão da
estimativa do tamanho corporal e os sentimentos em relação ao corpo (insatisfação ou
desvalorização da forma física). O instrumento consta de 34 questões com seis opções
de respostas: 1 - nunca, 2 - raramente, 3 - às vezes, 4 - frequentemente, 5 - muito
frequente, e 6 - sempre (HAAS; GARCIA; BERTOLETTI, 2010).
A classificação dos resultados é feita pelo total de pontos obtidos e reflete os
níveis de preocupação com a imagem corporal. Obtendo o resultado menor ou igual
a 80 pontos, é constatado padrão de normalidade e tido como ausência de distorção
da imagem corporal. Resultados entre 81 e 110 pontos são classificados como leve
distorção da imagem corporal, e entre 111 e 140 pontos são classificados como
moderada distorção da imagem corporal; acima de 140 pontos, a classificação é
representada como grave distorção da imagem corporal (OLIVEIRA et al., 2003).
Os dados forão digitados em planilha excel e forão analisados estatisticamente
por meio do teste qui-quadrado.
26

6 CRONOGRAMA

Atividades 2015
Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro
Pesquisa Bibliografica X X X X X
Obtenção de Resultados X X
Interpretação e Analise dos Resultados X X X
Elaboração do Artigo X X
Entrega final do TCC X

7 ORÇAMENTO

Discriminação Quantidade Preço Unitário (R$) Preço Total (R$)


MATERIAL DE CONSUMO
Impressão 240 0,12 28,8
MATERIAL PERMANETE
Estadiômetro Portátio 1 250 250
Balança 1 64,9 64,9
DESPESAS COM VIAGEM
Transporte (Passagem Aérea) 2 194,9 389,8
Hotel 2 150 300
Alimentação 6 30 180
SUB‐TOTAL 1.213,50
27

REFERÊNCIAS

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION PRACTICE GUIDELINES. Practice


Guideline for the Treatment of Patients with Eating Disorders. American Journal of
Psychiatry, v.157, 1 suppl., p.1-39, 2000.

AMERICAN PSYCHOLOGICAL ASSOCIATION (APA). Eating disorders. Disponível


em: <http://www.apa.org/topics/eating/index.aspx>. Acesso em: 09 mar. 2014.

BELING, Maria Tereza Cordeiro. A auto imagem corporal e o comportamento


alimentar de adolescentes do sexo feminino em Belo Horizonte, MG. Disponivel
em: <http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/handle/1843/ECJS-
7W7GY5/maria_tereza_cordeiro_beling.pdf?sequence=1>. Acesso em: 18 ago. 2014.

BOSI, Maria Lúcia Magalhães; UCHIMURA, Kátia Yumi; LUIZ, Ronir Raggio.
Comportamento alimentar e imagem corporal entre estudantes de psicologia. Jornal
Brasileiro de Psiquiatria, Rio de Janeiro, v.58, n.3, 2009. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0047-20852009000
300002&lang=pt>. Acesso em: 29 jul. 2014.

BUCARETCHI, Henriette Abramides (Org.). Anorexia e bulimia nervosa: uma visão


multidisciplinar. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003.

CLAUDINO, Angélica de Medeiros; BORGES, Maria Beatriz Ferrari. Critérios


diagnósticos para os transtornos alimentares: conceitos em evolução. Revista
Brasileira de Psiquiatria, v.24, Supl III, p.7-12, 2002. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/rbp/v24s3/13964.pdf>. Acesso em: 1.o mar. 2014.

CORDÁS, Táki Athanássios; COBELO, Alícia; FLEITLICH, Bacy; GUIMARÃES,


Daniel; SCHOMER, Ester. Anorexia e bulimia: o que são? Como ajudar? Um guia
de orientação para pais e familiares. Porto Alegre: ArtMed, 1998.

CORDÁS, Táki Athanássios; HPCHGRAF, Patrícia Brunfentrinker. O "BITE":


instrumento para avaliação da bulimia nervosa versão para o português. Jornal
Brasileiro de Psiquiatria, v.42, n.3, p.141-144, 1993.

CORDÁS, Táki Athanássios; NEVES, José Eduardo P. das. Escalas de avaliação de


transtornos alimentares. Revista de Psiquiatria Clínica, v.26, p.41-47, 1999.
28

DAMASCENO, Vinicius Oliveira; LIMA, Jorge Roberto Perrout; VIANNA, Jeferson


Macedo; VIANNA, Viviane Ribeiro Avila; NOVAES, Jefferson Silva. Tipo físico ideal e
satisfação com a imagem corporal de praticantes de caminhada. Revista Brasileira
de Medicina do Esporte, v.11, p.181-186, 2005.

FONTANELLA, Bruno José Barcellos; RICAS, Janete; TURATO, Egberto Ribeiro.


Amostragem por saturação em pesquisas qualitativas em saúde: contribuições
teóricas. Cadernos de Saúde Pública, v.24, n.1, p.17-27, 2008.

FRAÇÃO, Viviane Bortoluzzi; VAZ, Marco Aurélio; RAGASSON, Carla Adriane Pires;
MÜLLER, Jocimar Prates. Efeito do treinamento na aptidão física da bailarina
clássica. Movimento, Porto Alegre, v.5, n.11, p.3-15, jul./dez. 1999. Disponível
em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_nlinks&ref=000082&pid=S1517-
8692201000030000500005&lng=en>. Acesso em: 29 jul. 2014.

GARCIA, Fabiana C. Rocha; MARANHÃO, Mara Fernandes; CLAUDINO, Angélica


de Medeiros. Bulimia nervosa. In: MARI, Jair de Jesus; KIELING, Christian.
Psiquiatria na prática clínica. Barueri, SP: Manole, 2013. p.265-282.

GARNER, David M.; GARFINKEL, Paul E. Eating attitudes test: an index of the
symptoms of anorexia nervous. Psychological Medicine, v.9, n.2, p.273-279, 1979.

HALMI, Katherine A. Transtornos da alimentação: anorexia nervosa, bulimia nervosa


e obesidade. In: HALES, Robert E.; YUDOFSKY, Stuart C.; GABBARD, Glen O.
Tratado de psiquiatria clínica. Tradução de Cláudia Dornelles et al.; revisão técnica
de André Campos Gross et al. 5.ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. p.1010-1029.

HAAS, Aline Nogueira; GARCIA, Anelise Cristina Dias; BERTOLETTI, Juliana. Imagem
corporal e bailarinas profissionais. Revista Brasileira de Medicina do Esporte,
v.16, n.3, maio/jun. 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=
sci_arttext&pid=S1517-86922010000300005&lang=pt>. Acesso em: 29 jul. 2014.

HENDERSON, M.; FREEMAN, C. P. L. A self-rating scale for bulimia – the BITE.


British Journal of Psychiatry. v.50, p.18-24, 1987.

JANOUT, Vladimír; JANOUTOVÁ, Gabriela. Eating disorders risk groups in the


Czech Republic: cross-sectional epidemiologic pilot study. Biomed Papers, v.148,
p.189-193, 2004.

JOHNSON-SABINE, E.; WOOD, K.; PATTON, G.; MANN, A.; WAKELING, A. Abnormal
eating attitudes in London schoolgirls. A prospective epidemiological study: factors
associated with abnor- mal response on screening questionnaires. Psychological
Medicine, v.18, n.3, p.615-622, 1988.
29

KLEIN, D. A.; WALSH, T. Eating Disorders: Clinical Features and Pathophysiology.


Phisiology & Behaviour, v.81, n.2, p.359-374, 2004.

KOUTEDAKIS,Yiannis; JAMURTAS,Athanasios. The dancer as a performing athlete.


Sports Medicine, v.34, n.10, p.651-661, 2004.

LAUTENBACHER, S.; THOMAS, A.; ROSCHER, S.; STRIAN, F.; PIRKE, K. M.;
KRIEG, J. C. Body size perception and body satisfaction in restrained and unrestrained
eaters. Behaviour Research and Therapy, v.30, n.3, p.243-250, 1992.

MANN, Jim; TRUSWELL, A. Stewart (Eds.). Nutrição humana. Tradução de Carlos


Henrique Cosendey, Maria de Fátima Azevedo, Telma Lúcia de Azevedo
Hennemmann; revisão técnica de Fernanda Medeiros. Reimpr. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2011.

MANN, A. H.; WAKELING, A.; WOOD, K.; MONCK, E.; DOBBS, R.; SZMULLER, G.
Screening for abnormal eating attitudes and psychiatric morbidity in an unselected
population of 15-year-old schoolgirls. Psychological Medicine, v.13, n.3, p.573-580,
1983.

MATURANA, Leonardo. Imagem corporal: noções e definições. Rev. Digital


EFDeportes, v.10, n.71, abr. 2004.Disponível em:<http://www.efdeportes.com/efd71/
imagem.htm>. Acesso em: 06.Ago.2014.

MELIN, Paula; ARAÚJO, Alexandra M. Transtornos alimentares em homens: um


desafio diagnóstico. Revista Brasileira de Psiquiatria, v.24, suppl.3, p.73-76, 2002.

MENDONÇA, Beatriz Kerr de; MARANHÃO, Mara Fernandes; CLAUDINO, Angélica


de Medeiros. Anorexia nervosa. In: MARI, Jair de Jesus; KIELING, Christian.
Psiquiatria na prática clínica. Barueri, SP: Manole, 2013. p.245-263.

MINAYO, Maria Cecília de. Souza. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa


em saúde. 4.ed. São Paulo: Hucitec, 1996.

MINDEN, Eliza Gaynor. The Ballet Companion. New York: Fireside, 2005.

NIELSEN, Søren. Epidemiology and Mortality of Eating Disorders. Psychiatric


Clinics of North America, v.24, n.2, p.201-214, 2001.
30

NILSSON,Karin; SUNDBOM,Elisabet; HÄGGLÖF,Bruno. A longitudinal study of


perfectionism in adolescent onset anorexia nervosa-restricting type. European
Eating Disorders Review, v.16, n.5, p.386-394, 2008.

NUNES,Maria Angélica.; OLINTO,Maria Teresa A.; BARROS,Fernando C.; CAMEY,


Suzi. Influência da percepção do peso e do índice de massa corporal nos
comportamentos alimentares anormais. Revista Brasileira de Psiquiatria, v.23, n.1,
p.21-27, 2001.

OLIVEIRA, F. P.; BOSI, M. M.; VIGÁRIO, O. S.; VIEIRA, R. S. Comportamento


alimentar e imagem corporal em atletas. Revista Brasileira de Medicina do Esporte,
v.9, p.348-356, 2003.

PINZON, Vanessa; NOGUEIRA, Fabiana Chamelet. Epidemiologia, curso e evolução


dos transtornos alimentares. Revista de Psiquiatria Clínica, ano 31, n.4, p.158-160,
2004. Disponível em: <http://www.hcnet.usp.br/ipq/revista/vol31/n4/158.html>.
Acesso em: 23 maio 2014.

SAIKALI,Carolina Jabur; SOUBHIA,Camila Saliba; SCALFO,Bianca Messina;


CORDÁS,Táki Athanássios. Imagem corporal nos transtornos alimentares. Revista
de Psiquiatria Clínica, v.31, n.4, p.164-166, 2004.

SCHEBENDACH,Janet E. Nutrição nos distúrbios alimentares. In: MAHAN, L. Kathleen;


STUMP, Sylvia Escott. Krause: alimentos, nutrição e dietoterapia. Tradução de Natalia
Rodrigues Pereira et al. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. p.563-586.

SCHILDER, Paul. A imagem do corpo:as energias construtivas da psique. São


Paulo: Martins Fontes, 1999.

SIMAS,Joseani Paulini Neves; GUIMARÃES,Adriana Coutinho de Azevedo. Ballet


clássico e transtornos alimentares. Revista da Educação Física/UEM Maringá,
v.13, n.2 p.119-126, 2.o sem. 2002. Disponível em:<http://www.periodicos.uem.br/
ojs/index.php/RevEducFis/article/view/3709/2550>. Acesso em: 30.Jul.2014.

SMITH, A. R.; JOINER, T. E. Examining body image discrepancies and perceived


weight status in adult Japanese women. Eating Behaviors, v.9, p.513-515, 2008.

SOUTO, Silvana; FERRO-BUCHER, Júlia Sursis Nobre. Práticas indiscriminadas de


dietas de emagrecimento e o desenvolvimento de transtornos alimentares. Revista de
Nutrição, Campinas, v.19, n.6, nov./dez. 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/
scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732006000600006>. Acesso em: 21
maio 2014.
31

STRAUSS, Anselm L.; CORBIN, Juliet M. Pesquisa qualitativa: técnicas e


procedimentos para o desenvolvimento da teoria fundamentada. Tradução de Luciane
Oliveira da Rocha. 2.ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.

SUDI, Karl;ÖTTL, Karl; PAYERL, Doris; BAUMGARTL, Peter; TAUSCHMANN, Klemens;


MÜLLER, Wolfram. Anorexia athletica. Nutrition, v.20, p.657-661, 2004.

SUNDGOT-BORGEN, J.; TORSTVEIT, M. K. Prevalence of eating disorders in elite


athletes is higher than in the general population. Clinical Journal of Sport Medicine,
v.14, n.1,p.25-32, 2004.

THOMAS, J. J.; KEEL, P. K.; HEATHERTON, T. F. Disordered eating attitudes and


behaviors in ballet students: examination of environmental and individual risk factors.
International Journal ofEating Disorders, v.38, n.3, p.263-268, 2005.

UCHIMURA, Kátia Yumi; BOSI, Maria Lúcia Magalhães; LIMA, Flávia Emília Leite
de; DOBRYKOPF, Vanessa França. Qualidade da alimentação: percepções de
participantes do programa bolsa família. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro,
v.17, n.3, mar. 2012. Disponivel em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-
81232012000300015&script=sci_arttext>. Acesso em: 21 maio 2014.

VIEIRA, José Luiz Lopes; OLIVEIRA, Leonardo Pestillo de; VIEIRA, Lenamar Fiorese;
VISSOCI,João Ricardo Nickenig; HOSHINO,Elton Fernando; FERNANDES,Saulo
Luders. Distúrbios de atitudes alimentares e sua relação com a distorção da auto-
imagem corporal em atletas de judô do Estado do Paraná. R. da Educação
Física/UEM, v.17, n.2, p.177-184, 2.o sem. 2006. Disponível em:
<http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/RevEducFis/article/view/3338/2411>.
Acesso em: 25.Jul.2014.
32

APÊNDICE
33

APÊNDICE 1
34

APÊNDICE 2

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Declaro, por meio deste termo, que concordei em participar na pesquisa intitulada
“Comportamento Alimentar e Imagem Corporal entre Bailarinos Profissionais”desenvolvida
por Lívia Maciel Hartmann. Fui informado(a), ainda, de que a pesquisa é orientada pela
Professora Silvana Maria dos Santos. Estou ciente de que poderei consultar e esclarecer
minhas dúvidas a qualquer momento que julgar necessário através do telefone (41) 9561-
7789 ou e-mail: silvanamsantos@hotmail.com.

Afirmo que aceitei participar por minha própria vontade, sem receber qualquer
incentivo financeiro ou ter qualquer ônus e com a finalidade exclusiva de colaborar para o
sucesso da pesquisa. Fui informado(a) dos objetivos estritamente acadêmicos do estudo,
que, em linhas gerais é verificar como a formação em nutrição, caracterizar práticas
alimentares e possíveis fatores de risco associados a transtornos do comportamento
alimentar entre bailarinos profissionais de ambos os sexos. Fui também esclarecido(a) de
que os usos das informações por mim oferecidas estão submetidos às normas éticas
destinadas à pesquisa envolvendo seres humanos, da Comissão Nacional de Ética em
Pesquisa (CONEP) do Conselho Nacional de Saúde, do Ministério da Saúde.

Minha colaboração se fará de forma anônima, por meio da aplicação de testes


(EAT-26, BSQ e BITE), entrevista individual, aferição de peso e altura, com duração
aproximada de 40 minutos. Estou ciente e concordo que a entrevista individual tenha o
áudio gravado e posteriormente transcrito, sendo seu conteúdo utilizado apenas para a
realização da pesquisa.

Fui ainda informado(a) de que posso me retirar desta pesquisa a qualquer


momento, sem sofrer quaisquer sanções ou constrangimentos.

Atesto recebimento de uma cópia assinada deste Termo de Consentimento Livre e


Esclarecido, conforme recomendações da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP).

Londrina, ____ de _________________ de _____

Assinatura do (a) participante: ______________________________


Assinatura do (a) pesquisador (a): ____________________________
35

APÊNDICE 3

ROTEIRO DE ENTREVISTA

1). Relate como é, atualmente, sua relação com a alimentação.


2). Informe se houve mudanças na sua alimentação em função da dança.
3). Em caso afirmativo, como você descreveria tais mudanças?
36

ANEXOS
37

ANEXO 1

Nome:
Data de Nascimento: Data Atual:

EAT - 26
Responda as questões marcando um X na coluna que melhor se aplicar.
S = Sempre / MV = Muitas Vezes / AV = As Vezes / PV = Poucas Vezes / QN = Quase Nunca / N= Nunca

S MV AV PV QN N
1) Fico apavorado (a) com a ideia de estar engordando.
2) Evito comer quando estou com fome.
3) Sinto-me preocupado (a) com os alimentos.
4) Continuar a comer em exageiro faz com que eu sinta que não sou capaz de
parar.
5) Corto meus alimentos em pequenos pedaços.
6) Presto atenção na quantidade de calorias dos alimentos que eu como.
7) Evito, particularmente, os alimentos ricos em carboidratos (arroz, pão,
batata, ect).
8) Sinto que os outros gostariam que eu comesse mais.
9) Vomito depois de comer.
10) Sinto-me extremamente culpado (a) depois de comer.
11) Preocupo-me com o desejo de ser magro (a).
12) Penso em queimar calorias a mais quando me exercito.
13) As pessoas me acham muito magro (a).
14) Preocupo-me com a ideia de haver gordura em meu corpo.
15) Demoro mais tempo para fazer minhas refeições que as outras pessoas.
16) Evito comer alimentos que contenham açúcar.
17) Costumo comer alimentos dietéticos.
18) Sinto que os alimentos controlam a minha vida.
19) Demonstro autocontrole diante dos alimentos.
20) Sinto que os outros me pressionam para comer.
21) Passo muito tempo pensando em comer.
22) Sinto desconforto após comer doces.
23) Faço regimes para emagrecer.
24) Gosto de sentir meu estômago vazio.
25) Gosto de experimentar novos alimentos ricos em calorias.
26) Sinto vontade de vomitar após as refeições.
38

ANEXO 2

Nome:
Data de Nascimento: Data Atual:

BITE
Res ponda as ques tões m arcando um X na coluna que m elhor s e aplicar.

PARTE I
1) Qual é a s ua altura?
2) Qual é o s eu pes o atual?
3) Qual é o pes o m áxim o que você já apres entou?
4) Qual é o pes o m ínim o que você já apres entou?
5) Qual é, no s eu entender, s eu pes o ideal?
6) Com o voce s e s ente em relação ao s eu pes o? ( ) m uito gorda ( ) gorda ( ) m édio ( ) abaixo do pes o
( ) m uito abaixo do pes o
7) Você tem periodos m es ntruais regulares ? ( ) Sim ( ) Não
8) Com que frequência você faz em m édia as s eguintes refeições ?
Todos os Dias 5 dias na semana 3 dias na semana 1 dia da semana Nunca
Caf é da Manhã 1 2 3 4 5
Almoço 1 2 3 4 5
Jantar 1 2 3 4 5
Lanche entre as ref eições 1 2 3 4 5
9) Você algum as vez teve um a orientação profis s ional com a finalidade de fazer regim e ou s er orientado quanto a s ua
alim entação? ( ) Sim ( ) Não
10) Você algum as vez foi m em bro de algum a s ociedade ou clube para em agrecim ento? ( ) Sim ( ) Não
11) Você algum a vez teve algum tipo de problem a alim entar? ( ) Sim ( ) Não
12) Cas o tenha res pondido "s im " na pergunta anterior, des creva com detalhes :

PARTE II
1) Você tem algum padrão de alim entação diário alim entar? ( ) Sim ( ) Não
2) Você s egue um a dieta rígida? ( ) Sim ( ) Não
3) Você s ente fracas s ado (a) quando quebra s ua dieta um a vez? ( ) Sim ( ) Não
4) Você conta as calorias de tudo que com e, m es m o quando não es tá de dieta? ( ) Sim ( ) Não
5) Você já jejuou por um dia inteiro? ( ) Sim ( ) Não
6) Se s im , qual a frequência? ( ) dias alternados ( ) de vez em quando ( ) 2 a 3 vezes por s em ana
( ) s om ente 1 vez ( ) 1 vez por s em ana
7) Você us a um a das s eguintes es tratégias para auxiliar na s ua perda de pes o?
Nunca De vez em quando 1 x/ semana 2 a 3x/ semana Diariamente 2 a 3x/ dia 5 ou +x/ dia
Tomar comprimidos 0 1 2 3 4 5 6
Tomar Diuréticos 0 1 2 3 4 5 6
Tomar Laxantes 0 1 2 3 4 5 6
Vômitos 0 1 2 3 4 5 6
8) O s eu padrão de alim entação prejudica s everam ente s ua vida? ( ) Sim ( ) Não
9) Você poderia dzer que a com ida dom inou a s ua vida? ( ) Sim ( ) Não
10) Você com e s em parar até s er obrigado (a) a parar por s entir-s e m al fis icam ente? ( ) Sim ( ) Não
11) Há m om entos em que você s ó cons egue pens ar em com ida? ( ) Sim ( ) Não
12) Você com e m oderadam ente na frente dos outros e depois exagera em particular? ( ) Sim ( ) Não
13) Você s em pre pode parar de com er quando quer? ( ) Sim ( ) Não
14) Você já s entiu incontrolável des ejo para com er e com er s em parar? ( ) Sim ( ) Não
15) Quando você s e s ente ans ios a, você tende a com er m uito? ( ) Sim ( ) Não
16) O pens am ento de tornar-s e gorda a apavora? ( ) Sim ( ) Não
17) Você já com eu grandes quantidades de com ida m uito rapidam ente (não um a refeição)? ( ) Sim ( ) Não
18) Você s e envergonha de s eus hábitos alim entares ? ( ) Sim ( ) Não
19) Você s e preocupa com o fato de não ter controle s obre o quanto você com e? ( ) Sim ( ) Não
20) Você s e volta para a com ida para aliviar algum tipo de des conforto? ( ) Sim ( ) Não
21) Você é capaz de deixar com ida no prato ao final de um a refeição? ( ) Sim ( ) Não
22) Você engana os outros s obre o quanto com e? ( ) Sim ( ) Não
23) O quanto você com e é determ inado pela fom e que você s ente? ( ) Sim ( ) Não
24) Você já teve epis ódios exagerados de alim entação? ( ) Sim ( ) Não
25) Se s im , es s es epis ódios deixaram você s entindo-s e m al? ( ) Sim ( ) Não
26) Se você tem es s es epis ódios , eles s ó ocorrem quando você es ta s ozinha? ( ) Sim ( ) Não
27) Se você tem es s es epis ódios , qual é a frequência?
( ) quas e nunca ( ) 1 vez / m ês ( ) 1 vez / s em ana ( ) 1 a 3 vezes / s em ana ( ) Diariam ente ( ) 2 a 3 vezes / dia
28) Você iria até as últim as cons equências para s atis fazer um des ejo de alim entação exagerado? ( ) Sim ( ) Não
29) Se você com e dem ais , você s e s ente m uito culpada? ( ) Sim ( ) Não
30) Você já com eu es condida? ( ) Sim ( ) Não
31) Seus hábitos alim entares s ão os que você poderia cons iderar norm ais ? ( ) Sim ( ) Não
32) Você s e cons idera alguém que com e com puls ivam ente? ( ) Sim ( ) Não
33) Seu pes o flutua m ais que 2,5 quilogram as em um a s em ana? ( ) Sim ( ) Não
39

ANEXO 3

Nome:
Data de Nascimento: Data Atual:

BSQ
Responda as questões assinalando a alternativa que melhor se aplicar.
1. NUNCA / 2. RARAMENTE / 3. ÀS VEZES / 4. FREQUENTEMENTE / 5. MUITO FREQUENTEMENTE / 6. SEMPRE

Nas últimas quatro semanas:

1) Sentir-se entediado (a) faz você se preocupar com sua forma física? 1 2 3 4 5 6
2) Você tem se preocupado com a sua forma fisica a ponto de sentir que deveria fazer dieta? 1 2 3 4 5 6
3) Você acha que suas coxas, quadril ou nádegas são grandes demais para o restante de seu
1 2 3 4 5 6
corpo?
4) Você tem sentido medo de ficar gosdo (a) (ou mais gordo (a))? 1 2 3 4 5 6
5) Você se preocupa com o fato de seu corpo não ser suficientemente firme? 1 2 3 4 5 6
6) Sentir-se satisfeito (a) (por exemplo após ingerir uma grande refeição) faz você sentir-se gordo
1 2 3 4 5 6
(a)?
7) Você já sentiu-se tão mal a respeito do seu corpo que já chegou a chorar? 1 2 3 4 5 6
8) Você já evitou correr pelo fato de que seu corpo poderia balançar? 1 2 3 4 5 6
9) Estar com mulheres (homens) mais magras (os) faz você sentir preocupada (o) em relação ao
1 2 3 4 5 6
seu físico?
10) Você já se preocupou com o fato de suas coxas poderem espalhar-se quando se senta? 1 2 3 4 5 6
11) Você já sentiu gordo (a), mesmo comendo uma quantidade menor de comida? 1 2 3 4 5 6
12) Você tem reparado no físico de outras mulheres (ou outros homens) e, ao se comparar, sente-se
1 2 3 4 5 6
em desvanagem?
13) Pensar no seu físico interfere em sua capacidade de se concentrar em outras atividades (como
1 2 3 4 5 6
por exemplo, enquanto assite à televisão, lê ou conversa)?
14) Estar nua, por exemplo, durante o banho, faz você sentir-se gordo (a)? 1 2 3 4 5 6
15) Você tem evitado usar roupas que a (o) fazem notar as formas do seu corpo? 1 2 3 4 5 6
16) Você se imagina cortando fora porções do seu corpo? 1 2 3 4 5 6
17) Comer doces, bolos ou outros alimentos ricos em calorias faz você se sentir gorda (o)? 1 2 3 4 5 6
18) Você deixou de participar de eventos sociais (como, por exemplo, festas) por sentir-se mal em
1 2 3 4 5 6
relação ao seu físico?
19) Você se sente excessivamente grande e arredondado (a)? 1 2 3 4 5 6
20) Você já teve vergonha do seu corpo? 1 2 3 4 5 6
21) A preocupação diante do seu físico leva-lhe a fazer dietas? 1 2 3 4 5 6
22) Você se sente mais contente em relação ao seu físico quando de estômago (por exemplo, pela
1 2 3 4 5 6
manhã)?
23) Você acha que seu físico atual decorre de uma falta de autocontrole? 1 2 3 4 5 6
24) Você se preocupa que outras pessoas possam estar vendo dobras na sua cintura ou na barriga? 1 2 3 4 5 6
25) Você acha injusto que outras mulheres (ou homens) sejam mais magros que você? 1 2 3 4 5 6
26) Você já vomitou para se sentir mais magro (a)? 1 2 3 4 5 6
27) Quando acompanhado (a), você fica precupado (a) em estar ocupando muito espaço (por
1 2 3 4 5 6
exemplo, sentado num sofá ou no banco de um ônibus)?
28) Você se preocupa com o fato de estarem surgindo dobrinhas em seu corpo? 1 2 3 4 5 6
29) Ver seu reflexo (por exemplo, num espelho ou na vitrine de uma loja) faz você se sentir mal em
1 2 3 4 5 6
relação ao seu físico?
30) Você belisca áreas de seu corpo para ver o quanto há de gordura? 1 2 3 4 5 6
31) Você evita situações nas quais as pessoas possam ver seu corpo (por exemplo, vestiários ou
1 2 3 4 5 6
banhos de psicina)?
32) Você toma laxantes para se sentir magro (a)? 1 2 3 4 5 6
33) Você fica particularmente consciente do seu físico quando em companhia de outras pessoas? 1 2 3 4 5 6
34) A preocupação com seu físico faz-lhe sentir que deveria fazer exercícios? 1 2 3 4 5 6

Potrebbero piacerti anche