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“O erro da teoria de direito abstrato consiste em confundir ambos os

conceitos. A indeterminação total em que se situa é própria,


exclusivamente, do direito genérico de petição. Esta, sim, por ser um
direito cívico fundamental, é, de si, incondicionado. Para o seu
exercício, no plano do direito judiciário, requer-se apenas a existência
de uma parte que peça algo a um juiz. No tocante a esse algo, não se
impõe nenhum condicionamento. Todo e qualquer pedido, por mais
absurdo que seja, deverá merecer despacho do juiz. Donde concluir-
se que o titular do direito cívico de petição terá sempre, em qualquer
hipótese, direito à justiça, desde que se dirija à autoridade judiciária.
Logo, definir a ação, como o faz a teoria do direito abstrato,
simplesmente, com direito à jurisdição, sem quaisquer condições
específicas, equivale a identifica-la como o direito cívico genérico e
indeterminado, de tal sorte que qualquer pedido seria ação.
(GALENO LACERDA. Ensaio de uma teoria eclética da ação)

“No Brasil, a palavra ‘ação’ pode ser empregada em dois sentidos


diversos: no amplo, como o direito de acesso à justiça, de
movimentar a jurisdição, ordinariamente inerte, enfim o direito de
obter uma resposta do judiciário a todos os requerimentos a ele
dirigidos; e, no estrito, como direito a resposta de mérito”. (Marcus
Vinicius Rios Gonçalves)

“o direito de acesso a justiça é incondicionado, independe do


preenchimento de qualquer condição: a todos assegurado, em
qualquer circunstância; mas nem sempre haverá o direito a uma
resposta de mérito. Para tanto, é preciso preencher determinadas
condições; quem não as preencher não terá o direito de ação em
sentido estrito, mas tão somente em sentido amplo. Ele receberá uma
resposta do Judiciário, mas não de mérito”. (Marcus Vinicius Rios
Gonçalves)

“A doutrina dominante distingue, porém, a ação com direito ou poder


constitucional, garantindo a todos e de caráter extremamente
genérico e abstrato (oriundo do status civitatis e consistindo na
exigência da prestação do Estado), do direito de ação de natureza
processual, o único a ter relevância no processo: o direito de ação de
natureza constitucional seria o fundamento do direito de ação de
natureza processual”. (Ada Pellegrini Grinover)

“O direito público-subjetivo de ação, que identificou os estudos de


ENRICO TÚLIO LIEBMAN e aparece, nas lições de EDUARDO JUAN
COUTURE, como a espécie mais expressiva do amplo direito de
petição aos poderes públicos, apresentou-se, historicamente, desde a
Carta Magna de 1215, como exercício de liberdade dos homes livres”
(ANTÔNIO SOUZA PRUDENTE)

“A legitimação para agir, como condição de exercício regular da


ação, é uma qualidade jurídica que se agrega à parte, habilitando-a a
ver resolvida no mérito a lide sub judice. Essa qualidade emerge de
uma situação jurídica legitimante e dá colorido a uma situação
processual oriunda, obviamente, de um processo existente, ou seja, a
situação de parte nesse processo” (in Legitimidade para agir no
Direito Processual Civil Brasileiro, Ed. RT, São Paulo, 1979, p. 80).
“mas importante não confundir essas ‘condições’, que são os
requisitos para o exercício regular, legítimo, do direito de ação,
como os pressupostos processuais, que dizem respeito ao processo e
não á ação. E muito menos com os fundamentos de Direito Substantivo
(razões) em que o autor baseia seu pedido” (TORNAGHI, Hélio. A
relação processual, 1987, p. 246).

“assim como a legitimação para agir é condição do exercício regular


do direito de ação, e portanto da possibilidade de julgar-se o mérito da
causa, analogamente a legitimação para recorrer é requisito de
admissibilidade do recurso, que precisa estar satisfeito para que o
órgão ad quem dele conheça, isto é, o julgue no mérito”. (MOREIRA,
josé carlos barbosa. comentários ao código de processo civil, v. 5. Rio
de janeiro: forense, 1981, p. 326).

“Com mais razão estão BARBOSA MOREIRA e HÉLIO TORNAGHI,


que de há muito vêm defendendo uma mudança na terminologia
empregada por nosso código. Sugerem a expressão “condições do
exercício legítimo do direito de ação”, em substituição à nossa
malsinada “condições da ação”, pois, como já tentamos demonstrar, os
referidos requisitos nada dizem quanto à existência do direito de ação
(incondicionado), apenas quanto a seu exercício. No geral, não há
reparos a fazer na lição dos mestres, que tentam, ao menos, emprestar
um pouco de coerência ao instituto.” (FREDIDE DIDIER. )

Muitas das críticas à teoria de Liebman podem ficar prejudicadas se


fizermos a distinção entre o direito de ação, assegurado na
Constituição Federal (Eduardo Couture) e o EXERCÍCIO do direito
de ação, disciplinado nos códigos processuais. Ao disciplinar o
direito constitucional de ação, a lei processual cria as condições
para o seu regular exercício. Desta forma, as condições da ação
seriam, na verdade, condições para o seu regular exercício, como já
alertava o grande Hélio Tornaghi. São também questões
preliminares, que devem estar presentes para que tenhamos a
resolução do mérito processual (e a tutela efetiva e adequada do
direito material, acrescentariam os autos da obra comentada). A
falta de uma destas condições para o regular exercício do direito de
ação deve levar à extinção do processo. Já os pressupostos
processuais de validade, uma vez ausentes, devem acarretar a
nulidade da relação processual.(ALFRANIO DA SILVA JARDIM)

Flávio Luiz Yarshell: "a aferição das chamadas ‘condições da ação’ nada mais
é do que um exame, apriorístico e superficial, da própria relação material ou de
dados relevantes colhidos no plano substancial. Trata-se de um juízo formulado
com base em cognição não exauriente da controvérsia que, desde logo, pode
antecipar o insucesso do pleito deduzido pelo demandante" (in: Tutela
Jurisdicional. São Paulo: Atlas, n. 17, p. 103)

"O exame da legitimidade, pois, como o de qualquer das condições da ação – tem de ser
feito com abstração das possibilidades que, no juízo de mérito, vão deparar-se o julgador:
a de proclamar existente ou a de declarar inexistente a relação jurídica que constitui a res
in judicio deducta. Significa isso que o órgão judicial, ao apreciar a legitimidade das partes,
considera tal relação jurídica in statu assertionis, ou seja, à vista do que se afirmou. Tem
ele de raciocinar como que admita, por hipótese, e em caráter provisório, a veracidade da
narrativa, deixando para a ocasião própria o juízo de mérito a respectiva apuração, ante os
elementos de convicção ministrados pela atividade instrutória". (Legitimação para agir.
Indeferimento da Petição Inicial, in"Temas de Direito Processual", Primeira Série. 2.ª ed.
São Paulo: Saraiva,, p. 200.).

"como que admita, por hipótese e em caráter provisório, a veracidade da narrativa, deixando para a
ocasião própria (o juízo de mérito) a respectiva apuração, ante os elementos de convicção ministrados
pela atividade instrutória" (BARBOSA MOREIRA, José Carlos. Apontamentos para um estudo sistemático
da legitimação extraordinária. Direito processual civil (ensaios e pareceres). Rio de Janeiro: Borsoi, 1971.
p. 59).

“A doutrina de LIBEMAN representa, de certa forma, uma intermediação entre os dois


extremos, representados pelas correntes do ‘direito concreto de ação’ e do direito ‘abstrato’.
Reagindo contra a doutrina ‘civilista’ da ação, ou contra a sua variante moderna representada
pelos ‘concretista’, e, ao mesmo tempo, negando também a tese oposto, que identifica a ação
o simples exercício de um direito público subjetivo incondicionado, por meio do qual qualquer
pessoa pode provocar a atividade jurisdicional” (SILVA, Ovídio A. Batista da Silva. Curso de
Processo Civil: Processo de Conhecimento. Vol. 1. 7ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2005, p.
86-87).

Carlos Augusto de Assis, in verbis[4]:

A teoria da asserção parte do pressuposto de que as condições


da ação são justificáveis no sistema apenas como medida de
economia processual, possibilitando, através de cognição
superficial (tendo em vista a simples afirmação do
demandante), extinguir, desde logo, processos que não
possuem viabilidade alguma. Se a análise exigir dilação
probatória e cognição exauriente não parece adequado dizer
que não houve exame de mérito.

Haroldo Lourenço[1]:
Inicialmente, cumpre registrar que nenhum direito
fundamental é absoluto, aceitando temperamentos à luz de
outros princípios constitucionais ou outros valores. Nesse
sentido, as condições da ação têm como finalidade
precípua otimizar a atividade jurisdicional, evitando o
desperdício de tempo e atividade jurisdicional. Essa visão
será fundamental quando da análise da teoria da
asserção.

“As condições da ação, entretanto, não são inconciliáveis com a


teoria do direito abstrato de agir, que em nosso entender é a mais
aceitável. Seriam “condições” para o julgamento do mérito da causa,
impostas basicamente por razões de economia processual, e não
condições para a existência da ação”. WATANABE (2000, p. 79):

Didier Júnior (2005, p. 217) explica: Sem olvidar o direito positivo, e


considerando a circunstância de que, para o legislador, carência de
ação é diferente de improcedência do pedido, propõe-se a análise
das condições da ação, como questões estranhas ao mérito da
causa, fique restrita ao momento de prolação do juízo de
admissibilidade inicial ao procedimento. Essa análise, então, seria
feita à luz das afirmações do demandante contidas em sua petição
inicial (in statu assertionis). ‘Deve o juiz raciocinar admitindo,
provisoriamente, e por hipótese, que todas as afirmações do autor
são verdadeiras, para que se possa verificar se estão presentes as
condições da ação’. ‘ O que importa é a afirmação do autor, e não a
correspondência entre a afirmação e a realidade que já seria
problema de mérito’. Não se trata de um juízo de cognição sumária
das condições da ação, que permitiria um reexame pelo magistrado,
com base em cognição exauriente. O juízo definitivo sobre a
existência das condições da ação far-se-ia nesse momento: se
positivo o juízo de admissibilidade, tudo o mais seria exame de
mérito, ressalvados fatos supervenientes que determinassem a perda
de uma condição da ação. A decisão sobre a existência ou não da
carência de ação, de acordo com esta teoria, seria sempre definitiva.
Chama-se de teoria da asserção ou da prospettazione.

“O que importa é a afirmação do autor, e não a


correspondência entre a afirmação e a realidade, que já seria
problema de mérito”, explica Luiz Guilherme Marinoni (1991,
p. 58 apud DIDIER JR., p. 182).
[...] a noção de que o art. 5º, XXXV, da Constituição Federal não é
absoluto e, como tal, ele aceita, à luz de outros princípios, de outros
valores, certas atenuações, certas ponderações, para que o Estado e,
em específico, o seu modo de atuar (o processo) atinjam suas
finalidades precípuas. As condições da ação, entendidas nesse
contexto do ‘modelo constitucional do processo civil’ têm por
finalidade precípua a de evitar desperdício de tempo e de atividade
jurisdicional, racionalizando sai prestação com vistas à concessão da
tutela jurisdicional. A opção política feita pelo Código de Processo
Civil brasileiro ao disciplinar as ‘condições da ação’ encontra
fundamento suficiente no art. 5º, LXXVIII, e, mais amplamente, antes
dele no princípio do devido processo legal do inciso LVI do mesmo
art. 5º, ambos da Constituição Federal: as condições da ação são
técnicas para implementar maior celeridade processual e, mais
amplamente, para a racionalização do exercício da própria atividade
judicial, permitindo uma escorreita atuação jurisdicional (BUENO,
2008, p. 360).

“Não há mais razão para o uso, pela ciência do processo brasileira, do


conceito “condições da ação”. A legitimidade ad causam e o interesse
de agir passarão a ser explicados com suporte no repertório teórico
dos pressupostos processuais. A legitimidade e o interesse passarão,
então, a constar da exposição sistemática dos pressupostos
processuais de validade: o interesse, como pressuposto de validade
objetivo extrínseco; legitimidade, como pressuposto de validade
subjetivo relativo às partes” (DIDIER JR., 2015, p. 306).

Rodolfo Kronemberg Hartmann:

“Inicialmente, se deve destacar que os institutos “processo” e “ação” são


muito bem delineados, sendo absolutamente razoável que os requisitos para a
constituição e desenvolvimento de um ou outro sejam totalmente distintos
entre si. Se não fosse, não teria o CPC enumerado a falta de pressupostos
processuais como uma das hipóteses de prolação de sentença terminativa
(art. 485, inc. IV) e a legitimidade ou falta de interesse como outra distinta
(art. 485, inc. VI), pois o tema iria se exaurir apenas no primeiro dispositivo.

Heitor Sica que entende que, "Seja como for, goste-se ou


não dessa solução, qualquer entendimento que pura e
simplesmente se limite a deslocar as condições da ação
para o exame de mérito mostra-se contra legem seja na
vigência do CPC de 1973, seja sob o império do CPC de
2015. Quando muito, se poderia considerar que o CPC
2015 abre margem, tal como o de 1973 o faz, para a
chamada 'teoria da asserção'". 40

Heitor Vitor Mendonça Sica, que afirma, também, que "a


despeito do avanço terminológico, as chamadas
'condições da ação' continuam, no CPC 2015, na mesma
posição que ocupam no CPC de 1973, isto é, de
'pressupostos do válido julgamento de mérito' Categoria
que constitui gênero, do qual historicamente se
apresentavam como espécies as antes chamadas
'condições da ação', a serem aqui examinadas, e os
'pressupostos processuais', cujo conceito será examinado
oportunamente (...)". 42

Luiz Guilherme Marinoni, Sérgio Cruz Arenhart e Daniel


Mitidiero
"como o direito de ação é exercido diante de uma situação
de direito material, a legitimidade e o interesse são
elementos capazes de demonstrar a adequação da ação
ao plano concreto. Servem para impedir que a ação se
desenvolva de forma arbitrária e inútil e, por essa razão,
são requisitos para o julgamento do pedido e não
elementos constitutivos da ação como propôs Liebman.
Ou seja, porque objetivam impedir que a ação se
desenvolva de forma desnecessária, a aferição desses
requisitos deve ser feita segundo a afirmação do autor,
sem tomar em conta as provas produzidas no processo".
43

HEITOR VITOR MENDONÇA SICA “a presença das condições da ação em geral (e em


especial da legitimidade ad causam) deve ser aferida apenas de acordo com o relato fático na
peça inicial, in statu assertionis, em sede de cognição sumária”

“Admitir as condições da ação não implica aceitar limitações à garantia


constitucional, que é incondicionada. O Supremo Tribunal Federal já firmou
entendimento sobre a constitucionalidade das condições da ação (RE
631.240-MG, rel. Min. Roberto Barroso, DJe 10.11.2014), exigências feitas
pela técnica processual para tornar possível o julgamento do mérito. Sem elas
o processo será inútil, pois, por problemas relacionados ao próprio direito
material deduzido, a solução pleiteada revela-se inadmissível de plano.” JOSÉ
ROBERTO DOS SANTOS BEDAQUE

“À luz do CPC/1973, examinamos o problema relacionado à distinção entre possibilidade jurídica do


pedido (então considerada condição da ação) e mérito, chegando à conclusão de que as figuras se
confundem.119 O CPC/2015 não se refere àquela figura (e nem às condições da ação), embora mencione
legitimidade e interesse processual que, segundo pensamos, podem ser chamadas de requisitos da
demanda, encartando-se entre os pressupostos processuais (já que a demanda é um dos pressupostos
processuais).” (JOSÉ MIGUEL GRACIA MEDINA)

Flávio Luiz Yarshell: "a aferição das chamadas ‘condições da ação’ nada mais
é do que um exame, apriorístico e superficial, da própria relação material ou de
dados relevantes colhidos no plano substancial. Trata-se de um juízo formulado
com base em cognição não exauriente da controvérsia que, desde logo, pode
antecipar o insucesso do pleito deduzido pelo demandante" (in: Tutela
Jurisdicional. São Paulo: Atlas, n. 17, p. 103)

"O exame da legitimidade, pois, como o de qualquer das condições da ação – tem de ser
feito com abstração das possibilidades que, no juízo de mérito, vão deparar-se o julgador:
a de proclamar existente ou a de declarar inexistente a relação jurídica que constitui a res
in judicio deducta. Significa isso que o órgão judicial, ao apreciar a legitimidade das partes,
considera tal relação jurídica in statu assertionis, ou seja, à vista do que se afirmou. Tem
ele de raciocinar como que admita, por hipótese, e em caráter provisório, a veracidade da
narrativa, deixando para a ocasião própria o juízo de mérito a respectiva apuração, ante os
elementos de convicção ministrados pela atividade instrutória". (Legitimação para agir.
Indeferimento da Petição Inicial, in"Temas de Direito Processual", Primeira Série. 2.ª ed.
São Paulo: Saraiva,, p. 200.).

"como que admita, por hipótese e em caráter provisório, a veracidade da narrativa, deixando para a
ocasião própria (o juízo de mérito) a respectiva apuração, ante os elementos de convicção ministrados
pela atividade instrutória" (BARBOSA MOREIRA, José Carlos. Apontamentos para um estudo sistemático
da legitimação extraordinária. Direito processual civil (ensaios e pareceres). Rio de Janeiro: Borsoi, 1971.
p. 59).

“A doutrina de LIBEMAN representa, de certa forma, uma intermediação entre os dois


extremos, representados pelas correntes do ‘direito concreto de ação’ e do direito ‘abstrato’.
Reagindo contra a doutrina ‘civilista’ da ação, ou contra a sua variante moderna representada
pelos ‘concretista’, e, ao mesmo tempo, negando também a tese oposto, que identifica a ação
o simples exercício de um direito público subjetivo incondicionado, por meio do qual qualquer
pessoa pode provocar a atividade jurisdicional” (SILVA, Ovídio A. Batista da Silva. Curso de
Processo Civil: Processo de Conhecimento. Vol. 1. 7ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2005, p.
86-87).

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