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Associação Educacional Sul-Rio-Grandense

FACULDADE PORTO-ALEGRENSE

Faculdade de História – Licenciatura Plena

Simone Correa Miranda

Relatório de Estágio Curricular Supervisionado III

Porto Alegre
2016
SIMONE CORREA MIRANDA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO III

Relatório apresentado a Faculdade Porto-


Alegrense, para avaliação parcial, na disciplina de
Estágio Curricular Supervisionado III, do curso de
Licenciatura em História, sob a orientação da
professora Dra. Susana Schwartz Zalavsky.

Porto Alegre
2016
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................................... 4

2. CONTEXTUALIZAÇÃO............................................................................................................. 5

2.1. CONTEXTUALIZAÇÃO DA TURMA .....................................................................................5

3. REFERENCIAL TEÓRICO........................................................................................................7

4. PRÁTICA DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO...................................................9

5. CONCLUSÃO......................................................................................................................... 18

REFERÊNCIAS.............................................................................................................................. 19

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1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho trata da experiência de estágio no colégio de 1º e 2º grau


Arthur da Costa e Silva, na turma 61, realizada em 16 encontros, nos meses de abril a
maio. A atividade faz parte da disciplina de Estágio Supervisionado III, pertencente ao
curso de História da FAPA, Faculdade Porto-Alegrense.
Neste relatório constam informações da escola onde a prática foi realizada. Traz
também uma fundamentação teórica em torno de qual o papel do professor de História
em sala de aula, e quais as melhores estratégias ao ensinar História e também como o
aluno é motivado a adquirir o conhecimento. Traz ainda descrições das aulas ministradas,
bem como as atividades propostas realizadas. Finalizando, constam as conclusões a
cerca do estágio realizado, caracterizando aspectos positivos e negativos da prática
realizada.

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2. CONTEXTUALIZAÇÃO

A instituição de ensino a qual foi escolhida para prática de Estágio Supervisionado


foi o Colégio Estadual de 1º e 2º grau Presidente Arthur da Costa e Silva, localizada no
bairro Sarandi, em Porto Alegre. A escolha desta escola foi pelo fato de ser ex-aluna e
conhecer a infra-estrutura da mesma, e também pelo fato de que a prática e observação
do Estágio Supervisionado III foram na mesma escola e com o mesmo professor titular,
Jorge Euzébio Assunção.
O espaço físico da escola constitui-se de dois pavilhões, com pátio e quadra de
futebol, onde eles realizam as atividades de Educação Física. A Escola também tem
refeitório, onde os alunos fazem seu lanche no intervalo. Outro espaço de uso comum é a
biblioteca, situada no primeiro pavilhão ao chegar á escola das salas de aula. Existem
neste pavilhão dois banheiros: feminino e masculino e um com acessibilidade para
cadeirantes. Os professores podem contar com a sala do Auditório, localizada no primeiro
andar do prédio onde se encontram as salas da direção, sala dos professores e
secretaria.
A escola possui 767 alunos sendo: 20 alunos de pré-escola, 151 alunos de 1° a 5°
série, 150 alunos de 5° a 9° ano, além de 446 alunos de Ensino médio. A escola não
possui a modalidade E.J.A. (Ensino de Jovens Adultos). A sala de aula possui janelas
amplas e cortinas, bem arejadas e dispõe também de ventiladores. O sistema de
avaliação é feito através de pareceres, avaliando assim, a aprendizagem dos alunos.
Os professores de História na Escola são quatro, dois pela manhã e dois à tarde.

2.1. CONTEXTUALIZAÇÃO DA TURMA

A turma com a qual foi realizada a prática possui 20 alunos, com idades entre 13 e 14
anos. As características que estes alunos possuem seriam de que são agitados, gostam
de conversar e manusear o celular. Ao realizar a observação da turma, o professor titular
me orientou que eles somente poderiam utilizar-se do mesmo quando houvesse
pesquisas de trabalhos em sala de aula. Porém, ao longo da prática, percebi que era uma
turma que se envolvia nas atividades e esclarecia dúvidas em torno do conteúdo e das
atividades propostas. Durante essa observação, percebi a responsabilidade que cabia a

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mim fazer com que a aula de História despertasse o interesse dos alunos e que se
conseguisse traçar um paralelo entre a atualidade e o presente. O desafio é desenvolver
uma prática de ensino de História que se seja adequada aos novos tempos e também aos
novos alunos, que vem com o passar dos anos em constante mutação. Segundo Pinsky
Humanizar o homem é percebê-lo em sua organização social de produção, mas
também no conteúdo específico dessa produção. E, para o momento específico
em que vivemos, no começo do século XXI, isso é particularmente importante.
(PINSKY, 2008, p.27)

Assim, o objetivo do professor de História é único: abordar temas históricos de uma


maneira que a disciplina cumpra seu maior objetivo: criar estudantes que pensam.

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3. REFERENCIAL TEÓRICO

O conceito de educação significa o meio em que os hábitos,


costumes e valores de uma comunidade são transferidos de uma geração para a geração
seguinte. A educação vai se formando através de situações presenciadas e experiências
vividas por cada indivíduo ao longo da sua vida.Uma de suas funções é a de contribuir
para o processo de humanização, além disso, a principal função é, seja jovens ou adultos,
formar indivíduos críticos e conscientes. Percebe-se então, a importância do enfoque
social na aprendizagem dos jovens. É através dessa problematização que o
conhecimento começa a ser construído individualmente e socializado através da
intervenção do professor. Segundo Libâneo
A aprendizagem escolar tem um vínculo direto com o meio social que circunscreve
não só as condições de vida das crianças, mas também a sua relação com a escola
e estudo, sua percepção e compreensão das matérias. A consolidação dos
conhecimentos depende do significado que eles carregam em relação à experiência
social das crianças e jovens na família, no meio social, no trabalho. (LIBÂNEO,
1994, p. 87)

A sala de aula não é mais um local de ensino somente. Tornou-se um espaço de


compartilhamento de experiências, relações entre aluno e professor, transmissão de
informações e questionamentos. Faz-se necessário, então uma nova metodologia, com
novas técnicas de aprendizado. Analisando os educandos do presente estágio, e
considerando que todos são jovens, parte-se do presuposto de que eles irão desenvolver
o conhecimento sobre a diciplina de História. Para isso, porém é necessário de o
desenvolvimento das aulas seja, primeiramente, embasado na problematização de
conteúdos. Para que se desperte no aluno o interesse, é importante conforme Schwartz
No contexto escolar o professor é o principal responsável pela articulação de
fatores que motivam o aluno a buscar, a pesquisar e a construir conhecimentos,
pelo estímulo em tornar a aprendizagem dinâmica e inovadora.(Schwartz, 2002,
p.123)

Desta forma, questiona-se também qual o papel do professor em sala de aula


como agente facilitador da aprendizagem.Schmidt diz que
O professor de História pode ensinar o aluno a adquirir as ferramentas de trabalho
necessárias; o saber-fazer, o saber-fazer-bem, lançar os germes do histórico. Ele
é o responsável por ensinar o aluno a captar e a valorizar a diversidade dos
pontos de vista. Ao professor cabe ensinar o aluno a levantar problemas e a
reintegrá-los num conjunto mais vasto de outros problemas em problemáticas.
(SCHMIDT, 2004, p.57)

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Um aspecto de grande importância no processo de aprendizagem é a motivação,


onde o aluno questiona, interage e através de sua curiosidade em saber, adquire um
aprendizado de mais qualidade. Schwartz diz que
O processo de aprendizagem caracteriza-se por ser animado por um interesse, um
problema uma falta.Uma ordem inicial é abalada, provocando uma desordem, que
faz com que o sujeito atue com o intuito de alcançar uma nova organização. Se o
objetivo é atingido, aprendeu. Se não, provavelmente ele(a) não aprenderá o que
pretendia, quando se pretendia, ainda que possa aprender outras coisas: como o
que pensa saber não ser tanto como pensava. (SCHWARTZ,2002, p.120)

O professor como facilitador da aprendizagem, está aberto às novas experiências,


procura compreender, os sentimentos e os problemas de seus alunos e tenta levá-los à
auto-realização. A responsabilidade da aprendizagem (objetivos) fica também ligada ao
aluno, àquilo que é mais significativo para ele, e deve ser facilitada pelo professor.
Portanto, o processo de ensino depende da capacidade individual de cada professor, de
sua aceitação e compreensão e do relacionamento com seus alunos, e da criatividade das
aulas a fim de que transforme este aluno em um indivíduo pensante. Neste aspecto que o
ensino de História torna-se fundamental para a compreensão dos fatos históricos. Onde o
passado e o presente convergem para a mesma direção: o de um ensino de História onde
a educação tem a função de transformar o mundo.

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4. PRÁTICA DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO

As práticas de estágio iniciaram no dia 20 de abril á 02 de junho, quartas-feiras das


13h30 min às 15h e quintas-feiras das 15h ás 15h45 min, na disciplina de História da
turma 61, sendo três períodos por semana, totalizando 16 horas/aula.

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1ª e 2ª aula: 20/04/2016 – 13h30 min ás 15hmin


Dei início ao período me apresentando e explicando quais seriam as didáticas das
aulas e pedi para que cada aluno apresentasse o colega da frente e dissesse o nome e a
idade.Os alunos timidamente apresentaram seus colegas. Em seguida, dei início à aula,
mostrando dois mapas: do Egito e o atual, mostrando sua localização do continente
africano. Eles fizeram um comparativo das semelhanças e diferenças dos dois mapas.
Ouvi respostas variadas, desde sua dimensão até a quantidade de água existente nele.
Segundo Becker (2001, pg. 24), o professor construtivista não acredita que o aluno é uma
tábua rasa, ele acredita que o que o aluno construiu até hoje em sua vida serve de
patamar para continuar a construir que alguma porta se abrirá para o novo conhecimento
é só questão de descobri-la; ele descobre isso por construção.
Para que isso ocorra, é preciso planejar situações desafiadoras, que coloque em
jogo o que os estudantes sabem, para que eles possam refletir sobre as diferenças entre
o conhecimento antigo e o novo e seguir aprendendo.
Pedi então para que se lesse o texto do livro didático, onde a tarefa seria marcar as
palavras desconhecidas e aspectos mais importantes. Em seguida, fiz algumas questões
com base no texto entregue para que eles me respondessem. Tive bons resultados com
essa atividade, pois senti que a turma se envolveu por parte deles.
Inicialmente, fiz com eles uma dinâmica diferente: pedi que se reunissem em
grupos e que trabalhassem algumas imagens que escolhi contendo o cotidiano do Egito
Antigo, e pedi para que eles interpretassem essas imagens fazendo uma evocação da
memória. As imagens continham o sistema de irrigação do Egito Antigo e as barragens do
desastre de Mariana, em Minas Gerais. Curiosamente, alguns responderam que houve o
desastre porque em Minas Gerais as águas não tinham para onde correr. Endaguei então
se ela achava que a forma como a água era tratada no Egito Antigo era diferente dos dias
atuais, e então eles me disseram que acreditavam que hoje em dia as pessoas não tavam
tanta importância como na antiguidade. Expliquei então no Egito Antigo, o rio Nilo sempre
foi muito importante para os egípcios por ser a única fonte de abastecimento de água para
esse povo, além de ser importante também para a agricultura, o transporte e o comércio.
Vendo que eles estavam um tanto tímidos, pedi para que então, lessem suas respostas

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em voz alta e que pudéssemos debater em aula. Aos poucos, a turma começou a interagir
mais.
No período seguinte, nos dirigimos para a sala de multimídia e mostrei a eles então
um power point que contava um pouco a respeito do Rio Nilo e seus recursos de
aproveitamento de água. Em seguida, eles formaram grupos e distribui imagens do
cartunista Ziraldo, e pedi para que eles desenvolvessem uma cartilha falando da
importância da água na atualidade e no passado.Esta atividade fez com que eles crissem
tanto diálogos como uma história a respeito da água. Eles, ao final da aula apresentaram
suas conclusões ao grande grupo. Esta atividade foi muito prazerosa para mim, pois vi ali,
que consegui alcançar meus objetivos. Os alunos interagiram nas aulas de uma forma
que me impressionei, pois durante a observação vi que era uma turma um pouco agitada.
Essa motivação, parte importante do processo de aprendizagem que senti com a turma,
faz com que o aluno se interesse e por conseqüencia questione, e devido a essa
curiosidade se obtenha um ensino de qualidade. Conforme Schwartz:
A motivação está ligada á interação dinâmica entre as características pessoais e
os contextos em que ocorrem as aprendizagens [...] a carga afetiva desempenha
um papel importante na aprendizagem. Ela pode inibir ou contribuir para o
crescimento intelectual e emocional do sujeito, dependendo de como for
trabalhada. Nesse sentido, saber motivar para aprendizagens supõe o
conhecimento de como as pessoas aprendem. (SCHWARTZ, 2002, p.117).

O comportamento da turma em relação à motivação das atividades propostas me


fez pensar em novas perspectivas de abordagem do conteúdo para eles. Através deste
pensamento, busquei a elaboração das minhas próximas aulas.
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3ª e 4ª aula: 27/04/2016 – 13h30 min ás 15h

A aula deste dia teve início com a revisão do conteúdo que ministrei na aula
anterior. Em seguida, pedi para que eles fizessem à leitura do livro didático no capítulo
que dizia respeito ao conteúdo trabalhado do dia, onde dividi a turma em três grupos.
Cada grupo ficou com um título e fez a leitura em voz alta . Assim, partimos para nossa
atividade da tarde, onde dividi o quadro em três partes e com a ajuda deles, coloquei as
características de cada período do Egito Antigo. Após, criei uma linha do tempo em papel
pardo que preenchi com a ajuda dos alunos conforme iam consultando o livro didático e
ainda ilustraram essa linha com recortes de revista e jornais. Foi uma atividade da qual vi
a interação da turma de uma forma que não era apenas por valer nota,mas percebi a
forma como a atiidade foi proposta os atraiu. Essa linha do tempo ficou colada na parede
da sala de aula, onde eles puderam consultá-la inclusive em dias de prova. O resultado
desta atividade foi bastante positivo, pois conforme fui explicando a periodização do Egito
Antigo, os alunos acompanhavam em seu caderno a linha do tempo, empolgados com o
novo conhecimento.
A próxima atividade foi de entregar a eles um texto a respeito do poder dos faraós e
pedi resposta a questionamento do tipo: qual o sistema de monarquia dos faraós?Qual a
origem da palavra teocracia? Estas respostas foram anotadas no quadro e pedi que eles
copiassem. Neste mesmo contexto expliquei a origem da palavra e qual seu significado,
do qual seria uma introdução para próxima atividade.
Pedi para que a turma se reunisse em três grupos, onde cada grupo ficou com uma
reportagem a respeito do Irã na atualidade. O objetivo da atividade seria que eles
comparassem a Teocracia do Egito Antigo com a atualidade e se assemelhava com a
teocracio dos faraós. Não notei a turma envolvida, porém essa atitude mudou quando
trabalhei com eles uma charge, onde os questionamentos foram muitos tais como
“Professora, porque este homem tem um polvo na barba? Por que há diferença de
tamanho entre eles?” Prontamente respondi estes questionamentos.

Com o uso da charge como recurso didático, é preciso estar atento aos detalhes,
podendo perceber os diferentes significados que podem ser explorado junto aos alunos, o
que, naturalmente, resultará em variadas interpretações. Segundo Kossoy

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No esforço de interpretação das imagens fixas, acompanhadas ou não de textos, a


leitura das mesmas se abre em leque para diferentes interpretações a partir aquilo
que o receptor projeta de si, em função do seu repertório cultural, de sua situação
socioeconômica, de seus preceitos, de sua ideologia, razão por que as imagens
sempre permitirão uma leitura plural. (KOSSOY, 2001, p.115)
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Os alunos participaram dos questionamentos, o que fez toda a diferença para que
a atividade desse certo.

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5ª aula: dia 28/4/2016 – 15h ás 15h45min

Meu objetivo nesta aula foi de que os alunos analisassem sociedade egípcia. Para
isso, trabalhei com o conceito “Escravidão”. Fomos para o auditório, onde exibi o power
point a respeito da pirâmide social egípcia. Expliquei o que era uma pirâmide social e
perguntei se sabiam como era a sociedade do Brasil atual com o objetivo de explicar as
classes sociais existentes no Egito Antigo. Expliquei as diferenciações dessas classes
sociais e um aluno me disse que se assemelhava com a nossa atualidade, onde os ricos
sempre ficavam no topo e os pobres abaixo. Achei interessante essa associação, pois
comecei a ver que minha proposta com a turma estava funcionando. Eles estavam
começando a problematizar, sendo que essa atividade torna-se importante por fazer com
que o aluno reflita sobre questões que o professor lança sobre o conteúdo a ser
trabalhado, tirando-o também de um pensamento tradicional.
Pedi então, que eles desenhassem como eles achavam que era a sociedade
brasileira atual em forma de pirâmide. Surgiram trabalhos muito interessantes, onde os
alunos mostraram através das ilustrações a desigualdade social no Brasil. Foi a atividade,
que segundo os alunos, eles mais se interessaram. Na seqüencia, exibi um documentário
a respeito da desigualdade social no Egito antigo e exploração de trabalho. Pedi após a
exibição, o preenchimento do roteiro para discutirmos na próxima aula. Ao final,
debatemos um pouco a respeito da escravidão e se ainda existia na atualidade. Foi um
momento onde os alunos expuseram suas opiniões a respeito da escravidão ao mesmo
tempo questionando sua existência.

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6ª e 7ª aula: dia 04/05/2016 – 13h30min ás 15h

No início da aula, entreguei o roteiro aos alunos e fiz sua correção, onde através
destas respostas construi no quadro um texto e pedi para que todos copiassem. Acredito
que a tarefa tenha sido um pouco difícil para eles, pois notei um grau de dificuldade da
turma fazer algumas associações, talvez porque eles não eram estimulados por meio
deste tipo de atividade.
Entregarei a eles um fragmento do Livro “Como seria sua vida no Egito Antigo” com
o capítulo intitulado “Os Deuses, em quem você acreditaria?”. Fiz os questionamentos a
respeito dos deuses e sua importância para os egípcios . Foi uma atividade da qual os

alunos gostaram, e se envolveram bastante na aula . As questões de mitologia estigaram


muito os alunos. Aproveitando o envolvimento deles na aula, perguntei se achavam que a
religião é usada como forma de poder pela política brasileira. Entreguei então uma
reportagem e pedi para que analisassem e, em grupos, criassem um cartaz onde
deveriam avaliar as relações de poder e religião no Egito Antigo e no Brasil . Alguns
comentaram que no Egito o poder era mais controlado do que no Brasil atual, pois tinha
um faraó que respeitava as regras do governo.
Desta atividade, teve uma exposição em sala de aula, onde outras turmas
acabaram visitando a sala. Foi um momento bem especial para mim, pois vi a escola
interagindo com os alunos de uma maneira integrada e a certeza de que meu propósito
no estágio estava dando certo.

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8ª aula: dia 05/05/2016 – 15h ás 15h45min


Nesta aula, trabalhei novamente com o livro didático, e aproveitando fiz
questionamentos a respeito do texto trabalhado. Perguntei a eles quais as formas de arte
existentes no Egito antigo qual o significado da arte para os Egipcios. Conforme as
respostas, anotei no quadro as percepções da turma . Uma das respostas de um dos
alunos foi bem curiosa, me respondendo que a arte no Egito representava o poder da
classe mais alta.
Na atividade do dia, eles teriam de analisar a história de Asterix e Obelix e criar um
diálogo nos balões relativos ao quadro em questão. Segundo Ramos
Assim como o cinema e a literatura ficcional, os quadrinhos são muitas vezes
vistos pelo professor de História apenas como suporte de um conteúdo. Eles
podem ser mais do que isso. Os quadrinhos, por exemplo, podem ser utilizados
pelos professores para trabalhar o conceito de tempo e suas dimensões:
sucessão, duração e simultaneidade. (RAMOS, 2007, p. 106)

Os alunos tiveram que escrever um texto sobre a importância do legado da arte


egípcia analisando os quadrinhos. Tive excelentes resultados dessa atividade. O
comprometimento dos alunos foi total, onde me questionaram alguns aspectos dos
quadrinhos. Um dos questionamentos foi: “Professora, porque Asterix roubou o nariz da
Esfinge?” Acredito que o sucesso desta aula tenha sido ter trabalhado com algo diferente,
já que muitos gostam de história e quadrinhos, porém muitos não conheciam Asterix e
Obelix. Conforme Circe
O professor é quem transforma o saber a ser ensinado em saber aprendido, ação
fundamental no processo de produção do conhecimento. Conteúdos, métodos e
avaliações constroem-se nesse cotidiano e nas relações entre professores e
alunos (BITTENCOURT, 2009, p.500)

Em seguida, entreguei a eles uma folha com imagens de uma escultura de faraós
e do artista Abelardo da Horta pedi para que eles as interpretassem comparando a arte
atual e a da sociedade egípcia em forma de texto. Percebi muita dificuldade por parte
deles em desenvolver a parte textual, pois a maioria era objetiva nas respostas. O
envolvimento dos alunos nesta atividade foi muito fraco. Acredito a atividade não atraiu,
fazendo então que estes não interagissem muito.

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9ª e 10ª aula: dia 11/05/2016 – 13h30 min ás 15h

Nesta aula novavente trabalhei com imagens, onde a dinâmica era de que levei a
foto de uma escultura de um escriba e comecei a indagar que personagem seria aquele.
Alguns compararm o escriba com um jornalista. Muitos tinham muita curiosidade e
expliquei sua importância na pirâmide social. Em seguida, entreguei a eles uma cópia do
livro de Ruth Rocha “O livro da escrita”. Neste momento, dividi a turma em pequenos
grupos e em voz alta fizeram a leitura do texto. Conforme era lido, eu fazia uma pausa e
mostrava algumas imagens que colei em paspatur e coloquei no quadro para que eles
observassem e acompanhassem a explicação. A curiosidade deles em relação aos tipos
de escrita foi muito interessante. Surgiram questionamentos como “como os egípcios não
se confundiam com tantos símbolos?”
Na seqüência trabalhei com novamente com quadrinhos, desta vez uma tirinha do
personagem Snoopy, onde questionei qual a importância de ler e escrever. Neste
momento um aluno me disse “É fácil professora, a função de ler e escrever é para que se
consiga um bom emprego”. Neste momento, começaram uma série de debates a respeito
do tema que foi muito produtivo. Optei trabalhar com história em quadrinhos, pois acredito
que esta pode ser uma excelente ferramenta para desenvolver em sala de aula. Barbosa
(2007, p. 21) destaca que no uso das histórias em quadrinhos em sala de aula é muito
importante “estabelecer a estratégia mais adequada às suas necessidades e às
características da faixa etária, nível de conhecimento e capacidade de compreensão de
seus alunos”
Na última atividade deste primeiro período, entreguei aos alunos uma folha com o
alfabeto egípcio, onde eles responderiam um questionamento do que mais chamou a
atenção nessa forma de escrita, como surgiu o nosso alfabeto e quais os tipos de escritas
existentes no Egito Antigo. Os alunos se divertiram porque a última tarefa era criar um
bilhete para seu colega do lado com o alfabeto Egípcio.
No período subsequente, fomos a sala de multimídia onde passei aos alunos um
power point falando um pouco das construções faraônicas, as pirâmides e sua função no
Egito Antigo. Foi um pouco difícil este último período, pois a turma estava muito agitada
em função da aula de educação física, pois teria torneio de futebol.
Em seguida, fizeram a leitura do livro didático, que falava da força da ideologia da e

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da propaganda no Egito Antigo. Então perguntei se eles sabiam o que era uma ideologia.
Todos se olharam e então respondi que era um conjunto de idéias, pensamentos de
pessoas ou grupos e que está presente em nosso dia a dia. Exemplifiquei este conceito
falando da ideologia política existente nos dias atuais. Depois da leitura do texto,
perguntei qual a importância das construções arquitetônicas para os faraós do Egito
Antigo. Muitos disseram que era apenas onde ficava seus corpos depois que morressem.
Expliquei então sua função de mostrar o poder do faraó. Timidamente, surgiram outras
respostas e questionamentos interessantes que acrescentaram bastante para a aula
deste dia.
Aproveitando estar na sala de multimídia, exibi uma propaganda do governo federal
e perguntei após se propaganda governamental da atualidade é igual a que os faraós
faziam de seus reinados, e se os governantes atuais usam a propaganda para enaltecer
seus governos como faziam e de que forma essa ação influencia a vida dos brasileiros.
Esses questionamentos foram respondidos no caderno e, ao final da aula dei visto a cada
aluno que me mostrou. Notei então, uma dificuldade muito grande deles fazer
associações, pois muitos me indagavam que não haviam entendido a proposta da
atividade. Uma aluna havia me comentado dessa dificuldade, pois o professor titular não
os estimulava a pensar, sendo uma aula tradicional.
Percebi que o professor comanda todas as ações da sala de aula e sua postura
está intimamente ligada à transmissão de conteúdos. Ao aluno, neste contexto, era
reservado o direito de aprender sem qualquer questionamento, através da repetição e
automatização de forma racional. Consiste, enfim, na transmissão de conteúdo e a
imitação dos modelos aprendidos.

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11ª aula: dia 11/5/2016 – 15h ás 15h45min


Após cumprimentar a turma e fazer a chamada, trabalhei com eles à questão da
ciência e sua funcionabilidade. Pedi aos alunos que fizessem à leitura do livro didático e
me dissessem quais ciências desenvolvidas pelos Egípcios. Anotando o quadro as
percepcções deles, notei que a turma do fundo estava muito barulhenta. O uso de celular
é proibido pelo professor titular e adotei esta política em sala de aula. Porém, alguns
alunos continuam com seu uso tirando Selfie e ouvindo música alta. Como destaca Frison
e Schwartz: “os aspectos ativadores e direcionais dos motivos afetam a aprendizagem,
pois o motivo é a condição para que ela se estabeleça quanto mais significativa, mais
respostas o organismo dará e mais aprendizagens o sujeito realizará”. (FRISON;
SCHWARTZ, 2002, p. 119)
Então, pedi a leitura do livro didático, porém uma atividade que eles teriam que ler
e interpretar documentos. Neste momento tive que parar a aula e esperar silêncio da
turma para continuar a atividade.
Nesta atividade, deveriam ser entregues em uma folha as questões ao final da
página. Nem todos conseguiram terminar e tive que prorrogar o prazo, deixando que esta
fosse entregue no início da próxima aula. Neste dia a turma estava muito agitada e não
obtive bons resultados com as atividades propostas.

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12ª e 13ª aula: dia 18/05/2016 - 13h30 min ás 15h


Entrei na sala cumprimentei os alunos e fiz a chamada. Começando as atividades,
trabalhei com os alunos uma reportagem a respeita da ciência nos dias atuais e em que
elas se assemelham com os dias as descobertas ciêntíficas do Egito Antigo, As respostas
de alguns para estes questionamento foram de que, não havia diferença, pois assim como
no Egito Antigo, a ciência servia para ajudar as pessoas. Outros, disseram que a
diferença existente era o modo como eles ajudariam as pessoas.
Entreguei, após o término desta atividade, uma folha com as etapas de
mumificação. Os alunos adoraram, me fazendo perguntas do tipo, se realmente as
múmias existiram, se ainda existiam múmias no Egito, etc. Perguntei qual a função da
mumificação e quem era mumificado no Egito Antigo, e alguns me responderam que
somente os ricos eram mumificados e que a função da mumuficação era para que a
pessoa mumificada voltasse um dia da morte.
Aproveitando esta interação dos alunos, entreguei a eles uma reportagem do
cemitério da Santa Casa e pedi para que eles me dissessem se a morte é tratada da
mesma forma que no Egito Antigo. Com base nestes questionamentos, pedi que fizessem
um carta enigmática, onde eles a construiram utilizando recorte de revistas e que
trocaram entre seus colegas.Foram trabalhos bem interessantes e divertidos onde li
frases do tipo “ que hoje em dia as pessoas são enterradas para que não assumbrem as
pessoas como era com as múmias no Egito Antigo”. Terminei a atividade e uma aluna
veio me questionar se eu não poderia ficar no lugar do professor Euzébio, pois a forma
com que eu abordava o conteúdo fazia com que ela entendesse de História e até
gostasse um pouco.

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14ª aula: dia 19/05/2016 - 15h ás 15h45min

No período pós-recreio, informei que no próximo encontro teríamos uma avaliação


final. Fiz com eles uma atividade de revisão para prova. Primeiramente, expliquei o
conteúdo e fiz uma espécie de “esquema”, preenchendo lacunas com os alunos conforme
estes iam me questionando. Em seguida, pedi que os alunos fizessem perguntas e
colocassem em uma caixa de sapatos, que os alunos apelidaram de “caixa mágica”.
Sorteei aleatoreamente as perguntas e quem soubesse levantaria a mão. Os alunos
respondiam as perguntas e alguns, quando não sabiam, me perguntavam. Acredito que
esta atividade foi importante para a fixação do conteúdo, pois não tive nenhuma nota
regular ou ruim.

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15ª e 16ª aula: dia 02/06/2016 - 15h ás 15h45min


Este nosso último encontro demorou uma semana, pois a escola havia liberado os
alunos mais cedo na semana anterior e não havia me avisado. Retomei um pouco da
revisão da última aula e distribuí as provas para os alunos, pedindo que sentassem
separadamente. A prova foi com consulta, e fiz desta maneira para valorizar a
participação dos alunos durante as aulas. Destacando o período de realização da
atividade, notei certa insegurança dos alunos em responderem as questões. Tinham
muitas dúvidas, estavam dispersos quando li as questões e me chamavam o tempo todo,
com dúvidas em relação às questões da prova. Ao término do período, recolhi as provas,
e avisei a eles que no próximo período as provas estariam corrigidas, e que iríamos
corrigi-las juntos. A respeito das avaliações, Esteban diz que.
Como outra face dessa exigência, oferece uma ferramenta conceitual que atua no
sentido de transformar a avaliação de uma prática de classificação em um
processo de investigação. Essa perspectiva de avaliação insere na prática
pedagógica uma ação concreta que fomenta a ação coletiva e contribui para que o
professor reflita sobre seu contexto, sobre o processo de
aprendizagem/desenvolvimento dos seus alunos, sobre sua atuação profissional e
sobre seu próprio processo de construção de conhecimentos. (ESTEBAN, 2001, p.
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No período após o recreio, fiz a correção da prova. Revisei cada uma das questões
com os alunos. Para minha alegria a turma teve um bom desempenho. O sistema de
avaliação da escola é baseado em pareceres: Plenamente satisfatório (CSA),
parcialmente satisfatório (CPA) e não atingiu (CRA). Da turma de 21 alunos, somente um
não conseguiu atingir a nota, todos ficaram com pelo menos, a nota com parcialmente
satisfatório. Fiquei satisfeita, pois é resultado de que atingi meus objetivos.

O que os professores podem avaliar pelas provas é a performance do


aluno, obtendo assim um indicador de sua competência. No entanto,
um performance aquém do esperado não significa, necessariamente,
falta de competência. Por esse motivo um professor competente não
avalia seus alunos por uma prova.( Moretto, 2005, p. 28 e 29)

Finalizando minhas aulas, agradeci a turma pela boa aceitação perante as


atividades propostas e o envolvimento da turma. Pedi então que eles preenchessem
minha autoavaliação. Ao final da aula, pedi que então da mesma forma como nos

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sarcófagos dos faraós havia desenhos do cotidiano da sociedade Egípcia, fizessem um


desenho de tudo que aprenderam durante as minhas aulas durante estes dois meses.
Quando terminaram, me despedi agradecendo a turma e fui ovacionada com uma salva
de palmas e pedidos para que eu ficasse até o ano que vem. Nas autoavaliações me
surpreendi com os elogios perante minha atuação em sala de aula. E avaliei também as
críticas, importantes para o crescimento profissional. Este foi o reconhecimento que eu
esperava. Percebi que, o papel do professor é fazer a diferença, mostrando que se é
possível fazer um ensino de História da qual se possa ser prazeroso ensinar e aprender.

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5. CONCLUSÃO

Através da finalização do estágio Supervisionado III, percebo que meus objetivos


com a prática da docência foram alcançados. No decorrer destes dois meses, tive a
oportunidade de entender a grande responsabilidade do professor de História, que é fazer
com que a escola seja um lugar de aprendizado prazeroso, e através de múltiplos meios.
Ao início das aulas, me preocupei, pois queria muito que os alunos assimilassem o
conteúdo e mudasse o pensamento de alguns, no que diz respeito à não gostar de
História, comentário que ouvi de alguns no primeiro dia em sala de aula. Era uma turma
acostumada com um modelo pedagógico onde o professor entra em sala de aula onde
tem autonomia absoluta, exigindo silêncio. O sistema da aula é: professor ensina, o aluno
aprende, segundo o modelo Epistemológico de Fernando Becker O educador tem essa
atitude porque acredita que só assim o conhecimento pode ser transmitido para o
educando. O professor considera o aluno como uma tábua rasa, sem conhecimento
nenhum, e se considera o meio para que o aluno adquira esse conhecimento. Os alunos
me surpreenderam, pois se envolveram nas aulas e participaram de todas as propostas.
Acredito ainda, que consegui fazer com que eles pensassem, e por esse motivo valeu a
experiência. Não acreditava na docência até bem pouco tempo, mas essa turma mostrou-
me que é possível acreditar nesses jovens, e apostar que o professor faz a diferença com
seus alunos.

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