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Do começo de cavalaria
No começo, como veio ao mundo menosprezo de justiça devido à míngua de caridade,
conveio que a justiça retornasse à sua honra pelo temor. E por isso, de todo o povo foram feitos
milenaristas e de cada mil foi eleito e escolhido um homem, mais amável, mais sábio, mais leal
e mais forte, e com mais nobre coragem, com mais ensinamentos e de bons modos que todos os
outros.
Buscou-se em todas as bestas qual era a mais bela besta e a mais veloz, e a que pudesse
sustentar maior trabalho, e qual era a mais conveniente para servir ao homem; e porque o cavalo
é a mais nobre besta e a mais conveniente a servir ao homem, por isso, de todas as bestas, o
homem elegeu o cavalo, que foi doado ao homem que foi dos mil homens eleito; e por isso
aquele homem tem o nome de cavaleiro.
Ajustada a mais nobre besta ao mais nobre homem, seguidamente conveio que o
homem elegesse e escolhesse de todas as armas, aquelas armas que são mais nobres e mais
convenientes para o combate e para defender o homem das feridas e da morte, e aquelas armas o
homem doou e apropriou ao cavaleiro.
Documento 2
Discurso de Urbano II no Concílio de Clermont de 1095, segundo Guillermo de Tiro
Sabeis, meus filhos bem amados, e convêm que vossa caridade não a esqueça nunca,
que o Redentor do gênero humano se revestiu de carne para a salvação de todos, e se fez homem
entre os homens, ilustrando com sua presença a terra de promessas, que Ele havia prometido já
aos patriarcas; a fez célebre sobretudo pelas obras que ali realizou, e pela frequente
manifestação dos seus milagres. O Antigo, como o Novo Testamento, ensinam-nos isso em cada
página, em cada sílaba. Certamente Ele deu a esta porção infinitamente pequena do globo um
privilégio muito particular de predileção, dignando-se a chama-la Sua herança, apesar de que
toda a terra e todo que ela contém Lhe pertença. Assim disse, pela boca de Isaías: “Israel é
minha casa e minha herança” (Is 19, 25) (...). E é dela que se dizem coisas gloriosas, a saber,
que ensinando, sofrendo, ressuscitando nesta cidade, o Salvador realizou ali a Salvação no
centro de toda a terra. Ela foi eleita através dos séculos para chegar a ser o testemunho, o teatro
habitual de tantos milagres (...). Esse lugar de nossa salvação, esta pátria do Senhor, esta mãe da
religião, um povo sem Deus, filho do Egito escravo, ocupa-a pela violência. Os filhos da cidade
livre estão em cativeiro, sofre a mais dura condição da parte de quem a justo título haveriam de
ser seus servos (...). A raça ímpia dos sarracenos, sectários de tradições mundanas, governa com
cruel tirania, já faz muitos anos, os lugares santos, onde pisaram os pés de Nosso Senhor. Ela
subjugou aos fiéis e os condenou à escravidão. Os cachorros entraram nos lugares sagrados, o
santuário tem sido profanado, o povo adorador de Deus tem sido humilhado; a raça dos eleitos
padece de perseguições indignas, o colégio real dos sacerdotes serve na lama; a cidade de Deus,
o reino das nações, tem sido submetida a um tributo (...) O templo de Deus, de onde o Senhor
com grande cuidado, expulsou os vendedores e compradores, porque a casa do seu Pai não
devia ser uma caverna de ladrões, esse templo tem sido a morada de demônios. (...) A cidade do
rei dos reis, que transmitiu a outros os preceitos de uma fé pura, tem sido constrangida, a seu
pesa, a servir às superstições dos gentis. (...) O povo digno de celebrações, benzido pelo Senhor
dos exércitos, geme e sucumbe baixo o peso dos ultrajes e exações das mais vergonhosas. Seus
filhos são arrebatados, prenda preciosa da Igreja, sua mãe; são incitados a se submeterem às
impurezas dos outros povos, a renegar o nome do Deus vivo, ou a blasfemá-lo com boca
sacrílega; ou bem, se detestam o império da impiedade, perecem baixo o ferro como cordeiros,
dignos de estarem entre os santos mártires. Não há para aqueles homens diferença alguma, nem
de lugares nem de pessoas: os sacerdotes e os levitas são assassinados no santuário, as virgens
obrigadas a se prostituírem, ou a perecer entre tormentos, nem sequer a idade salva as matronas
de semelhantes injúrias. (...) Vós, pois, meus irmãos queridos, armados com o cuidado de Deus;
que cada um de vós carregue em sua cintura uma poderosa espada. Armai-vos, e sede filhos do
Todo Poderoso. Vale mais morrer na guerra, que ver as desgraças de nossa raça e dos lugares
santos. Se alguém tem a diligência da lei de Deus, que se uma a nós; vamos socorrer a nossos
irmãos (...). Marcheis, e o Senhor estará com vós. Volteis contra os inimigos da fé e de Cristo
essas armas que injustamente haveis ensanguentado com a morte de vossos irmãos. Aqueles que
cometem latrocínio, incêndio, rapto, homicídio e outros crimes, não entrarão no Reino dos
Céus; resgatados mediante bons serviços que serão agradáveis a Deus, a fim de que aquelas
obras de piedade, junto com a intercessão de todos os santos, levem-nos a obter prontamente a
indulgência de todos os pecados com os quais haveis suscitados a cólera divina. É no nome do
Senhor, pela remissão dos pecados, que convidamos e exortamos a todos nossos irmãos, a ter
compaixão das dores e fatigas de seus irmãos, herdeiros do Reino Celeste (...), que vivem em
Jerusalém e em seus arredores, e ase opor, com uma ira meritória, à insolência dos infiéis, que
se esforçam em subjugar reinos, principados e poderios. (...) Enquanto nós, confiando na
misericórdia do Senhor, e apoiando-nos na autoridade dos bem-aventurados apóstolos Pedro e
Paulo, remitimos aos cristãos fieis que tomem as armas contra esses inimigos, e empreendam a
tarefa dessa peregrinação, as penitência que lhes têm sido impostas pelos seus pecados. Que
quem morrem nesses lugares com verdadeiro arrependimento, não duvidem nenhum momento
que obterão a indulgência pelos seus pecados, e que alcançarão os frutos das recompensas
eternas.