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Documento 1

RAMON LLUL. O livro da ordem da cavalaria.

Do começo de cavalaria
No começo, como veio ao mundo menosprezo de justiça devido à míngua de caridade,
conveio que a justiça retornasse à sua honra pelo temor. E por isso, de todo o povo foram feitos
milenaristas e de cada mil foi eleito e escolhido um homem, mais amável, mais sábio, mais leal
e mais forte, e com mais nobre coragem, com mais ensinamentos e de bons modos que todos os
outros.
Buscou-se em todas as bestas qual era a mais bela besta e a mais veloz, e a que pudesse
sustentar maior trabalho, e qual era a mais conveniente para servir ao homem; e porque o cavalo
é a mais nobre besta e a mais conveniente a servir ao homem, por isso, de todas as bestas, o
homem elegeu o cavalo, que foi doado ao homem que foi dos mil homens eleito; e por isso
aquele homem tem o nome de cavaleiro.
Ajustada a mais nobre besta ao mais nobre homem, seguidamente conveio que o
homem elegesse e escolhesse de todas as armas, aquelas armas que são mais nobres e mais
convenientes para o combate e para defender o homem das feridas e da morte, e aquelas armas o
homem doou e apropriou ao cavaleiro.

Do ofício que pertence ao cavaleiro


(...) Ofício de cavaleiro é manter e defender a santa fé católica pela qual Deus, o Pai,
enviou seu Filho para encarnar na virgem gloriosa Nossa Senhora Santa Maria, e para a fé ser
honrada e multiplicada, sofreu nesse mundo muitos trabalhos e muitas afrontas e grande morte.
Daí que, assim como nosso senhor Deus elegeu clérigos para manter a Santa Fé com escrituras e
com provações necessárias, pregando aquela aos infiéis com tão grande caridade que até a morte
foi por eles desejada, assim o Deus da glória elegeu cavaleiros que são mantenedores e
defensores do ofício de Deus e da fé pela qual nos havemos de salvar. (...)
Muitos são os ofícios que Deus tem dado neste mundo para ser servido pelos homens;
mas todos os mais nobres, os mais honrados, os mais próximos dos ofícios que existem nesse
mundo são ofício de clérigo e ofício de cavaleiro. Onde, assim como o clérigo não segue a
Ordem de clerezia quando é contra a Ordem de Cavalaria, assim, cavaleiro não mantém Ordem
de Cavalaria quando é contrário e desobediente aos clérigos, que são obrigados a amar e manter
a Ordem de Cavalaria. (...)
Ofício de cavaleiro é manter terra; porque pelo pavor que as gentes têm dos cavaleiros,
duvidam em destruir as terras, e por temor dos cavaleiros, os reis e os príncipes hesitam em vir
uns contra os outros. Mas o malvado cavaleiro que não ajuda a seu terrenal senhor, natural,
contra outro príncipe, é cavaleiro sem ofício e é semelhante à fé sem obras e à descrença, que é
contra a fé. Logo, se esse tal cavaleiro seguisse a Ordem e seu ofício de Cavalaria, Cavalaria e
sua Ordem seriam injuriosas ao cavaleiro que combatesse até a morte por justiça e para manter e
defender seu senhor.

Da maneira segundo a qual o escudeiro deve receber a cavalaria.


No princípio, quando o escudeiro deve entrar na Ordem de Cavalaria, convém que se
confesse das faltas que fez contra Deus, ao qual quer servir na Ordem de Cavalaria; e se estiver
sem pecado, deve receber o precioso corpo de Jesus Cristo segundo condiz.
Para armar cavaleiro, convém uma festa das honradas do ano, para que pela honra da
festa se ajustem muitos homens naquele dia e naquele lugar onde o escudeiro deve ser feito
cavaleiro: e que todos orem a Deus pelo escudeiro, que Deus lhe dê graça e bênção pela qual
seja leal à Ordem de Cavalaria.
O escudeiro deve jejuar na vigília da festa, por honra do santo da festa. E deve vir a
Igreja orar a Deus na noite antes do dia em que deve ser feito cavaleiro; deve velar e estar em
preces e em contemplação e ouvir palavras de Deus e da Ordem de Cavalaria; e se escuta jograis
que cantam e falam de putarias e pecados, no começo da entrada na Ordem de Cavalaria começa
a desonrar e a menosprezar a Ordem de Cavalaria.
No dia seguinte, convém que a Missa seja cantada solenemente. E o escudeiro deve vir
diante do altar e deve se oferecer ao presbítero, que está no lugar de Deus, e à Ordem de
Cavalaria, para tal que seja servidor de Deus. E convém que se obrigue e se submeta a honrar e
a manter a Ordem de Cavalaria em todo seu poder. Naquele dia convém seja feito sermão, no
qual sejam recontados os cartoze artigos nos quais é fundada a fé, os dez mandamentos e os sete
sacramentos da santa Igreja, e as outras coisas que pertencem à fé. E o escudeiro deve relembrar
fortemente todas estas coisas para que saiba harmonizar o ofício de Cavalaria com as coisas que
pertencem à santa fé católica.

Do significado que existe nas armas de cavaleiro


Ao cavaleiro é dada a espada, que é feita à semelhança da cruz, para significar que
assim como nosso Senhor Jesus Cristo venceu na cruz a morte a qual tínhamos caído pelo
pecado de nosso pai Adão, assim o cavaleiro deve vencer e destruir os inimigos da cruz com a
espada. E porque a espada é cortante em cada lado, e Cavalaria é para manter a justiça, e justiça
é dar a cada um o seu direito, por isso a espada do cavaleiro significa que o cavaleiro com a
espada deve manter a Cavalaria e a justiça. (...)

Dos costumes que pertencem a cavaleiro


Se a nobreza de coração elegeu o cavaleiro sobre os homens que lhe estão embaixo em
servidão, nobreza de costumes e de bons ensinamentos convém ao cavaleiro; pois nobreza de
não poderia subir na alta honra de Cavalaria sem eleição de virtudes e de bons costumes. Logo,
como isso é assim, então necessariamente convém que cavaleiro convenha com bons costumes e
bons ensinamentos.
Todo cavaleiro deve conhecer as sete virtudes que são raiz e princípio de todos os bons
costumes e são vias e carreiras da celestial glória perdurável (...).
Pela fé que existe nos cavaleiros bem acostumados, vão os cavaleiros a Terra Santa de
Ultramar em peregrinação e fazem armas contra os inimigos da cruz, e são mártires quando
morrem para exaltar a santa fé católica. E pela fé defendem os clérigos dos malvados homens
que por fraqueza de fé os menosprezam, e os roubam, e limpam quanto podem de seus bens.
Usança de cavaleiro deve ser ouvir Missa e sermão e adorar e pregar e temer a Deus;
porque, por tal costume, cavaleiro cogita na morte e na vileza deste mundo e demanda a Deus a
celestial glória e teme a as infernais penas, e por isso usa das virtudes e dos costumes que
pertencem à Ordem de Cavalaria. Mas cavaleiro que faz contrário disso e crê em augúrios e
presságios, faz contra Deus, e possui maior fé e esperança no vento de sua cabeça e nas obras
que fazem as aves e nos presságios, que em Deus e suas obras. E por isso, tal cavaleiro não é
agradável a Deus nem mantém a Ordem de Cavalaria.

Documento 2
Discurso de Urbano II no Concílio de Clermont de 1095, segundo Guillermo de Tiro

Sabeis, meus filhos bem amados, e convêm que vossa caridade não a esqueça nunca,
que o Redentor do gênero humano se revestiu de carne para a salvação de todos, e se fez homem
entre os homens, ilustrando com sua presença a terra de promessas, que Ele havia prometido já
aos patriarcas; a fez célebre sobretudo pelas obras que ali realizou, e pela frequente
manifestação dos seus milagres. O Antigo, como o Novo Testamento, ensinam-nos isso em cada
página, em cada sílaba. Certamente Ele deu a esta porção infinitamente pequena do globo um
privilégio muito particular de predileção, dignando-se a chama-la Sua herança, apesar de que
toda a terra e todo que ela contém Lhe pertença. Assim disse, pela boca de Isaías: “Israel é
minha casa e minha herança” (Is 19, 25) (...). E é dela que se dizem coisas gloriosas, a saber,
que ensinando, sofrendo, ressuscitando nesta cidade, o Salvador realizou ali a Salvação no
centro de toda a terra. Ela foi eleita através dos séculos para chegar a ser o testemunho, o teatro
habitual de tantos milagres (...). Esse lugar de nossa salvação, esta pátria do Senhor, esta mãe da
religião, um povo sem Deus, filho do Egito escravo, ocupa-a pela violência. Os filhos da cidade
livre estão em cativeiro, sofre a mais dura condição da parte de quem a justo título haveriam de
ser seus servos (...). A raça ímpia dos sarracenos, sectários de tradições mundanas, governa com
cruel tirania, já faz muitos anos, os lugares santos, onde pisaram os pés de Nosso Senhor. Ela
subjugou aos fiéis e os condenou à escravidão. Os cachorros entraram nos lugares sagrados, o
santuário tem sido profanado, o povo adorador de Deus tem sido humilhado; a raça dos eleitos
padece de perseguições indignas, o colégio real dos sacerdotes serve na lama; a cidade de Deus,
o reino das nações, tem sido submetida a um tributo (...) O templo de Deus, de onde o Senhor
com grande cuidado, expulsou os vendedores e compradores, porque a casa do seu Pai não
devia ser uma caverna de ladrões, esse templo tem sido a morada de demônios. (...) A cidade do
rei dos reis, que transmitiu a outros os preceitos de uma fé pura, tem sido constrangida, a seu
pesa, a servir às superstições dos gentis. (...) O povo digno de celebrações, benzido pelo Senhor
dos exércitos, geme e sucumbe baixo o peso dos ultrajes e exações das mais vergonhosas. Seus
filhos são arrebatados, prenda preciosa da Igreja, sua mãe; são incitados a se submeterem às
impurezas dos outros povos, a renegar o nome do Deus vivo, ou a blasfemá-lo com boca
sacrílega; ou bem, se detestam o império da impiedade, perecem baixo o ferro como cordeiros,
dignos de estarem entre os santos mártires. Não há para aqueles homens diferença alguma, nem
de lugares nem de pessoas: os sacerdotes e os levitas são assassinados no santuário, as virgens
obrigadas a se prostituírem, ou a perecer entre tormentos, nem sequer a idade salva as matronas
de semelhantes injúrias. (...) Vós, pois, meus irmãos queridos, armados com o cuidado de Deus;
que cada um de vós carregue em sua cintura uma poderosa espada. Armai-vos, e sede filhos do
Todo Poderoso. Vale mais morrer na guerra, que ver as desgraças de nossa raça e dos lugares
santos. Se alguém tem a diligência da lei de Deus, que se uma a nós; vamos socorrer a nossos
irmãos (...). Marcheis, e o Senhor estará com vós. Volteis contra os inimigos da fé e de Cristo
essas armas que injustamente haveis ensanguentado com a morte de vossos irmãos. Aqueles que
cometem latrocínio, incêndio, rapto, homicídio e outros crimes, não entrarão no Reino dos
Céus; resgatados mediante bons serviços que serão agradáveis a Deus, a fim de que aquelas
obras de piedade, junto com a intercessão de todos os santos, levem-nos a obter prontamente a
indulgência de todos os pecados com os quais haveis suscitados a cólera divina. É no nome do
Senhor, pela remissão dos pecados, que convidamos e exortamos a todos nossos irmãos, a ter
compaixão das dores e fatigas de seus irmãos, herdeiros do Reino Celeste (...), que vivem em
Jerusalém e em seus arredores, e ase opor, com uma ira meritória, à insolência dos infiéis, que
se esforçam em subjugar reinos, principados e poderios. (...) Enquanto nós, confiando na
misericórdia do Senhor, e apoiando-nos na autoridade dos bem-aventurados apóstolos Pedro e
Paulo, remitimos aos cristãos fieis que tomem as armas contra esses inimigos, e empreendam a
tarefa dessa peregrinação, as penitência que lhes têm sido impostas pelos seus pecados. Que
quem morrem nesses lugares com verdadeiro arrependimento, não duvidem nenhum momento
que obterão a indulgência pelos seus pecados, e que alcançarão os frutos das recompensas
eternas.

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