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DIREITO ADMINISTRATIVO
SERVIDORES
SERVIDORES PÚBLICOS PÚBLICOS
– lei n. 8.112/1990
DIREITO ADMINISTRATIVO
Aula 07 – Servidores Públicos
Prof. Gustavo Scatolino

SUMÁRIO
1. Servidores Públicos..................................................................................4
2. Tipos de Vínculo – Função, Emprego e Cargo...............................................5
3. Classificação dos Cargos...........................................................................7
3.1 Vitalícios...........................................................................................7
3.2 Efetivos (“concursados”).....................................................................8
3.3 Comissão........................................................................................ 10
4. Criação, Transformação e Extinção dos Cargos Públicos............................... 11
5. Provimento........................................................................................... 13
6. Demissão e Exoneração.......................................................................... 13
7. Retribuições Pecuniárias......................................................................... 14
8. Normas Constitucionais Aplicáveis aos Agentes Públicos.............................. 17
8.1 Acessibilidade aos Cargos Públicos...................................................... 17
8.2 Concurso Público.............................................................................. 20
8.3 Teto Remuneratório.......................................................................... 22
8.4 Acumulação de Cargos...................................................................... 25
8.5 Regime Jurídico do Servidor.............................................................. 27
8.6 Direitos Sociais Extensíveis aos Servidores Públicos.............................. 28
8.7 Estágio Probatório............................................................................ 30
9. Disposições da Lei n. 8.112/1990............................................................. 32
9.1 Âmbito de Aplicação......................................................................... 32
9.2. Provimento – Art. 8º....................................................................... 32
9.3. Da Vacância – Art. 33...................................................................... 38
9.4. Remoção e Redistribuição – Arts. 36 e 37........................................... 40
9.5. Substituição – Art. 38...................................................................... 40
9.6. Das Vantagens – Art. 49.................................................................. 41
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9.7. Das Licenças – Art. 81..................................................................... 48


9.8. Dos Afastamentos........................................................................... 51
9.9. Das Concessões – Art. 97................................................................. 53
9.10. Tempo de Serviço – Art. 100........................................................... 54
9.11. Direito de Petição.......................................................................... 56
9.12. Regime Disciplinar......................................................................... 58
9.13. Do Processo Administrativo Disciplinar............................................. 65
9.14. Processo Sumário para Verificação de Acumulação Ilegal de Cargos,
Empregos e Funções – Art. 133 e para Demissão por Abandono de Cargo e
Inassiduidade Habitual........................................................................... 71
9.15. Seguridade Social do Servidor – Arts. 183 e Seguintes....................... 73

Questões de Concurso................................................................................ 77
Gabarito................................................................................................... 96
Questões Comentadas................................................................................ 97

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Prof. Gustavo Scatolino

GUSTAVO SCATOLINO
Atualmente é Procurador da Fazenda Nacional. Bacharel em Direito
e Pós-graduado em Direito Administrativo e Processo Administrativo.
Ex-Assessor de Ministro do STJ. Aprovado em vários concursos
públicos, dentre eles Analista Judiciário do STJ (exercendo essa
função durante 5 anos) e Procurador do Estado do Espírito Santo.

1. Servidores Públicos

Olá, amigo(a) concurseiro(a)! Guerreiro(a)!


Vamos para mais uma aula!
Nesta aula, abordaremos o tema Servidores Públicos.
Veremos, inicialmente, alguns conceitos básicos para a compreensão da legis-
lação. Em seguida, as disposições e as regras constitucionais aplicáveis aos ser-
vidores públicos. Por fim, estudaremos a Lei n. 8.112/1990: direitos, deveres e
responsabilidades dos servidores públicos.
Esta aula será uma das maiores, mas também uma das mais importantes. Pra-
ticamente todos os concursos abordam os Servidores Públicos. Esse é um tema de
que eu gosto bastante e os alunos também, pois é possível analisar quais são os
seus direitos e deveres enquanto servidor.
Então, foco total!
“Sempre que você vir uma pessoa de sucesso,
você sempre verá as glórias,
nunca os sacrifícios que os levaram até ali.”

Essa frase motivacional é uma das mais certas. Muitos acham que os aprovados
em concursos são pessoas superinteligentes – abençoados e presenteados com a
aprovação –, mas, não, hoje não é mais assim. Eu mesmo não conheço um aben-
çoado que passou sem se esforçar. O esforço é necessário. Todos os aprovados são
pessoas persistentes e disciplinadas que, durante um tempo da vida, prioriza-
ram um objetivo: ser aprovado em um concurso.

Venha comigo!
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2. Tipos de Vínculo – Função, Emprego e Cargo

Função pública significa o exercício de atividades da competência da Admi-

nistração, em nome desta e de acordo com as suas finalidades, ou seja, para aten-

der ao interesse público.

Para o desempenho da função pública, pode ser atribuído à pessoa um cargo

público. Assim, a função pública pode ser exercida sem estar revestida de cargo

público, já que nem toda função pública implica cargo público. Nesse aspecto, a

expressão “função pública” é utilizada para designar o tipo de vínculo de trabalho

que as atividades são exercidas.

Ex.: contratados por tempo determinado, nos termos do art. 37, IX, CF (exer-

cem função, mas não possuem cargo público).

Vale salientar que os “temporários” exercem função pública, porém sem atri-

buição de um cargo. A relação com o Estado é contratual, mas não é regida pela

CLT. Assim, eventuais demandas contra a Administração são julgadas pela Justiça

Comum (estadual ou federal), e não pela Justiça do Trabalho.

Segundo o STF, é possível a contratação de temporários para funções de cará-

ter permanente em órgãos públicos, desde que indispensáveis ao atendimento de

necessidade temporária de excepcional interesse público. O fato de a contratação

ocorrer para desempenho de funções similares às de cargo efetivo não impede a

contratação, com base no art. 37, IX da CF, desde que atendidos os requisitos pre-

vistos na Constituição.1

Toda função é atribuída e delimitada pela norma legal. Essa atribuição e essa

delimitação configuram a competência do órgão, do cargo e do agente. O art. 61,

§ 1º, II, da CF exige lei de iniciativa do Presidente da República para a criação de

cargos, empregos e funções no âmbito do Poder Executivo Federal.


1
STF. Plenário. ADI N. 3.247/MA, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 26/3/2014. Informativo n. 740.
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Quando a função é exercida com base em contrato de trabalho regido pela CLT,
o vínculo denomina-se emprego público. Nesse caso, a pessoa tem função (no
sentido de tarefa, atividade), mas não ocupa cargo.
Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades, criado por lei,
em número determinado, com nome certo e remuneração específica. O servidor
público, segundo o art. 2º da Lei n. 8.112/1990, é a pessoa legalmente investida
em cargo público.
Os cargos públicos podem ser isolados ou de carreira. Nos cargos isolados,
não há o sistema de progressão ou promoção, sendo que o servidor permanece no
mesmo cargo ou situação funcional até a extinção do vínculo com o cargo. Já nos
cargos de carreira, o servidor percorre diversas classes/categorias da carreira com
mudança da condição funcional e, normalmente, com acréscimo de remuneração e
responsabilidades.
Classe/categoria representa o agrupamento de cargos da mesma natureza,
como as categorias da carreira da Defensoria Pública da União (DPU) – 1ª, 2ª e
categoria especial. O concurso de ingresso na carreira é para o cargo de Defensor
Público de 2ª categoria e, posteriormente, realiza-se concurso de promoção, por
antiguidade e merecimento, no qual o servidor alcançará a 1ª categoria e, por fim,
a categoria especial. A lei de cada cargo deve estabelecer se o cargo é isolado ou
de carreira e, nesse último caso, os critérios de promoção/progressão.
A Lei n. 1.711/1952, estatuto jurídico anterior à Lei n. 8.112/1990, utilizava
a expressão funcionário público, para designar a ocupação de uma pessoa em
cargo público, expressão corrente e comum na época. Tal denominação não deve
mais ser utilizada, pois não foi recepcionada pela Constituição de 1988, sendo ade-
quada, apenas, para fins penais, uma vez que essa denominação ainda é utilizada

pelo Código Penal, art. 327.2


2
Art. 327. Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem
remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
§ 1º Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem
trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da
Administração Pública. (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
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Todo cargo implica o exercício de função pública. O ato administrativo que atribui a

uma pessoa exercício inicial de um cargo é a nomeação.

O titular do cargo caracteriza-se como servidor público estatutário, na medida

em que a relação entre o servidor e a Administração será definida por meio da lei.

O art. 37, II da CF, exige o concurso público somente para a investidura em

cargo ou emprego. Nos casos de função, a exigência não existe, porque podem

exercê-la os contratados temporariamente para atender às necessidades emergen-

tes da Administração ou os ocupantes de funções de confiança, para as quais não

se exige a realização do certame.

3. Classificação dos Cargos

3.1 Vitalícios

Garantem permanência a seus ocupantes. A única hipótese de perda é por meio

de processo judicial com decisão transitada em julgado. A vitaliciedade tem previ-

são constitucional. Atualmente, são cargos vitalícios os dos Magistrados, membros

do MP, membros dos Tribunais de Contas. Por ser prerrogativa de sede constitucio-

nal, em função da qual cabe ao Constituinte aferir a natureza do cargo e da função

para atribuí-la, não podem as Constituições Estaduais e Leis Orgânicas municipais,

nem mesmo lei de qualquer esfera, criar outros cargos com a garantia da vitalicie-

dade. Consequentemente, apenas Emenda à CF poderá fazê-lo.3

3
Informativo n. 409, STF.
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3.2 Efetivos (“concursados”)

São aqueles cujo ocupante possui uma pretensão de definitividade, pois foi
aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos (art. 37, II, CF) e,
por isso, é o único que pode adquirir estabilidade (CF, art. 41), se for aprovado no
estágio probatório.
A efetividade é alcançada com nomeação e posse, porém a estabilidade so-
mente se adquire após três anos de efetivo exercício (art. 41, CF).
A perda do cargo só poderá ocorrer, depois de adquirida a estabilidade, nos se-
guintes casos (art. 41, § 1º, CF):

I – em virtude de sentença judicial transitada em julgado;


II – mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
III – mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei
complementar, assegurada ampla defesa.

O art. 169, § 3º, da Constituição prevê outra hipótese de perda do cargo do


servidor estável: quando a despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Es-
tados, do Distrito Federal e dos Municípios exceder os limites estabelecidos em lei
complementar. A fim de cumprir os limites estabelecidos, durante o prazo fixado na
lei complementar referida, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
adotarão as seguintes providências:

Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Fede-
ral e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.
[...]
§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o
prazo fixado na lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Fe-
deral e os Municípios adotarão as seguintes providências:
I – redução em, pelo menos, vinte por cento das despesas com cargos em comissão e
funções de confiança;
II – exoneração dos servidores não estáveis.
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes
para assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar referida neste
artigo, o servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado
de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade adminis-
trativa objeto da redução de pessoal.
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Portanto, se forem adotadas as medidas acima mencionadas e, mesmo assim,

o limite fixado em lei complementar não for alcançado o servidor estável poderá

perder o cargo. Caso isso ocorra, o servidor fará jus a indenização correspondente

a um mês de remuneração por ano de serviço. Será vedada a criação de cargo,

emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro

anos (art. 169, §§ 4º, 5º e 6º, CF).

Se ocorrer a hipótese de perda do cargo prevista no art. 169, CF, será caso de exo-

neração. Não é demissão, pois esta implica uma penalidade por infração adminis-

trativa praticada pelo servidor.

Os cargos efetivos podem ser isolados ou de carreira.

Cargos de carreira admitem progressão funcional dos servidores por meio de

diversas classes. Já os cargos isolados não admitem progressão.

• Carreira – é o conjunto de classes funcionais em que seus integrantes vão

percorrendo os diversos patamares, de que se constitui a progressão funcio-

nal. As classes são compostas de cargos que tenham as mesmas atribuições.

Os cargos que compõem as classes são cargos de carreira, diferentes dos

cargos isolados, que, embora integrando o quadro, não ensejam o percurso

progressivo do servidor.

Ex.: procurador de 1ª, 2ª e 3ª classes.

• Quadro – é o conjunto de cargos isolados ou de carreira.

• Lotação – é o número de servidores que devem ter exercício em cada uni-

dade da repartição.
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3.3 Comissão

São de livre nomeação e exoneração (CF, art. 37, II), não necessitando de

concurso público para o provimento. O ocupante, porém, tem um vínculo precário

(pode ser exonerado ad nutum, a juízo da autoridade nomeante) e, obviamente,

não adquire estabilidade. Devem ser ocupados por servidores de carreira (efetivos)

nos casos, condições e percentuais mínimos estabelecidos em lei (art. 37, V, CF).

V – as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de


cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de car-
reira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas
às atribuições de direção, chefia e assessoramento.

Assim, a lei fixará o percentual dos cargos em comissão a serem preenchidos

por servidores de carreira. As funções de confiança, entretanto, serão preenchidas,

exclusivamente, por servidores de cargo efetivo, mas, em ambos os casos, des-

tinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento. O STF já

declarou inconstitucional lei que previa cargo em comissão de índole técnica (ADI

n. 3.706/MS) ou para o desempenho de atividades rotineiras (RE n. 376.444).

Estaria certa a afirmação a seguir?

“A CF reserva, pelo menos, 50% dos cargos em comissão a serem preenchidos por

servidores de carreira.” Item errado! A CF não fixa o percentual, ela determina que

a lei faça isso.

Sobre esses cargos, é importante mencionar que a Súmula Vinculante n. 13 do

STF dispõe que:


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A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afi-


nidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mes-
ma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o
exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gratificada na
Administração Pública direta e indireta, em qualquer dos Poderes da União, dos Esta-
dos, do Distrito Federal e dos municípios, compreendido o ajuste mediante designações
recíprocas, viola a Constituição Federal.

Conforme o art. 37, XI, da CF, pode haver contratação por tempo determinado para

atender a eventual necessidade temporária de excepcional interesse público. Não

se trata, portanto, de cargo público, mas, sim, de função pública remunerada.

4. Criação, Transformação e Extinção dos Cargos Públicos

A criação dos cargos ocorre por meio de lei, de iniciativa privativa do Presi-

dente da República quanto aos cargos do Executivo (CF, art. 61, § 1º, II, a), salvo

quanto aos cargos do Congresso Nacional e das Casas Legislativas, que podem ser

criados por resolução, nos termos dos arts. 51, IV, e 52, XIII, da CF. O mesmo

ocorre na hipótese de transformação.

Quanto ao Judiciário, a iniciativa cabe ao Tribunal interessado, como tam-

bém aos próprios cargos da magistratura (art. 96, II, b, CF). A regra aplicável ao

Judiciário é aplicável aos cargos dos Tribunais de Contas. No Ministério Público,

cabe ao seu Procurador-Geral propor ao Legislativo a criação de cargos para os

membros do Ministério Público e, também, do quadro de apoio. Essa regra explica,

ainda, a criação de cargos no TCU, por expressa previsão constitucional (art. 73,

que, por sua vez, manda aplicar ao TCU as regras do já estudado art. 96 da CF).
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No Ministério Público da União, quanto à criação/extinção de cargos e à fixação


das respectivas remunerações ou subsídios, a iniciativa é privativa (= exclusiva,
reservada) do próprio MPU, por meio do chefe da instituição: o Procurador-Geral
da República (CF, art. 127, § 2º). Ressalta-se que, na competência reconhecida ao
Ministério Público, pelo art. 127, § 2º, da CF, para propor ao Poder Legislativo cria-
ção e extinção de cargos e serviços auxiliares, compreende-se a de propor a fixação
dos respectivos vencimentos, bem como a sua revisão (STF, Pleno, ADI n. 63/AL,
Relator Ministro Ilmar Galvão, DJ 27/5/1994).
No Poder Legislativo, a criação de cargos pode ser feita por Resolução. No en-
tanto, para fixar o valor da remuneração ou extinguir cargos, deve-se editar lei;
mediante decreto (autônomo) do Presidente da República, só quando os cargos
estiverem vagos (sem ocupantes) (CF, art. 84, VI, b). Nos casos de criação por
resolução, deve-se resguardar o paralelismo das formas, isto é, o cargo só poderá

ser extinto por resolução.

Resumindo!

Objeto Iniciativa Instrumento


Criação de cargos no Executivo Presidente da República Lei

Criação de cargos no Legislativo Mesa de cada uma das Casas Resolução

Criação de cargos no Judiciário Tribunais Lei

Aumento dos vencimentos dos cargos do Executivo Presidente da República Lei

Aumento dos vencimentos dos cargos do Legislativo Mesa de cada uma das Casas Lei

Tribunais Superiores
Aumento dos vencimentos dos cargos do Judiciário Lei
(âmbito federal)
Revisão geral anual dos servidores de todos os
Presidente da República Lei
poderes (art. 37, X)
Criação de cargos do Ministério Público e respec- Procurador-Geral da Repú-
Lei
tivo aumento dos vencimentos blica

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Memorize essa tabela! No concurso do STJ, de 2010, a questão discursiva solici-


tou a criação do cargo e a fixação da remuneração em todos os Poderes do Estado.

Funções ou cargos públicos vagos podem ser extintos mediante decreto (art. 84,
VI, b, CF).

5. Provimento

É o preenchimento de um cargo público, consubstanciado por meio de um ato


administrativo de caráter funcional, pois o ato é que materializa ou formaliza o pro-
vimento. Assim, se um cargo estava desocupado e passar a ser ocupado, significa
que ele foi provido.
A Lei n. 8.112/1990 contém seis formas de provimentos derivados, que serão
detalhadas mais à frente. São elas: promoção, readaptação, reversão, aproveita-
mento, reintegração e recondução.

6. Demissão e Exoneração

A demissão e a exoneração provocam a ruptura do vínculo entre o servidor e a


Administração, gerando a vacância do cargo público, ou seja, o cargo ficará deso-
cupado.

A demissão provoca a extinção do vínculo em virtude de conduta ilegal anterior


provocada pelo servidor, constituindo penalidade. A exoneração, por sua vez, é a

dispensa do servidor por interesse deste ou da Administração sem caráter punitivo.

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A exoneração pode ser a pedido, quando o servidor deseja sair do serviço pú-

blico e desocupar o cargo de que é titular; ou ex officio, constituindo-se pela inicia-

tiva da Administração em dispensar o servidor. Esta última (ex officio) possui três

espécies:

a) Não aprovação no estágio probatório, no caso de servidor efetivo.

b) Servidor que toma posse, mas não entra em exercício no prazo legal.

c) Do cargo em comissão a critério da autoridade competente.

Com o advento da EC n. 19/1998, institui-se, com previsão no art. 41, § 1º, III,

mais um caso de perda do cargo, a ser disciplinado por lei complementar. Essa

hipótese ocorrerá quando o servidor, após sofrer avaliação funcional, demonstrar

insuficiência de desempenho, comprovada em processo administrativo com ampla

defesa. No entanto, a exigida lei complementar para disciplinar essa nova possibili-

dade de demissão, até o momento, não foi editada, portanto, não há margem para

ser efetiva a demissão sob esse fundamento.

Criou-se, também, outra hipótese de exoneração de servidor estável, quan-

do tiverem sido insuficientes as providências administrativas com a finalidade de

adequar as despesas de pessoal aos limites fixados na LC n. 101/2000, que regu-

lamentou o art. 169 da CF. Essa hipótese foi abordada em tópico anterior.

7. Retribuições Pecuniárias

A retribuição pecuniária devida ao agente público pode ter várias denominações

e características. Isso dependerá da situação atual do agente ou do cargo ocupado.

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Vencimento Valor que retribui o trabalho efetivo do servidor durante os trinta dias men-
“Vencimento sais. Possui valor fixado na lei que criou ou reestruturou os cargos, bem
básico” como valor igual para todos os servidores que ocuparem os mesmos cargos.

É o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias per-


Remuneração
manentes estabelecidas em lei.

Observação: o art. 41, § 5º, da Lei n. 8.112/1990, com a redação dada pela Lei n. 11.784, de
2008, estabelece que nenhum servidor receberá remuneração inferior ao salário mínimo. O dis-
positivo anterior previa que o vencimento não poderia ser inferior ao salário mínimo.

É a retribuição pecuniária de quem está em inatividade, podendo estar


Proventos
aposentado ou em disponibilidade.
Observação: a disponibilidade é a colocação do servidor estável em inatividade remunerada,
até seu adequado aproveitamento em outro cargo, com proventos proporcionais ao tempo de
serviço.
Conforme o art. 39, § 4º, da CF/1988, trata-se de contraprestação pelo
exercício de função ou cargo público composto de parcela única e insuscetí-
Subsídio
vel de qualquer outra gratificação, adicional, abono, prêmio ou outra espécie
remuneratória.
Observação: recebem subsídio os membros dos poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), os
integrantes do Ministério Público, Defensorias Públicas, Procuradorias dos Estados e do DF, Polí-
cias e Corpo de Bombeiros (art. 144, CF), bem como servidores organizados em carreira (art.
38, § 8º, CF).

A Lei n. 8.112/1990 utiliza o conceito de remuneração com o mesmo sentido de


vencimentos (com “s” no final) mencionado na CF. Quando a CF aborda vencimento
(sem “s”), significa o vencimento básico; quando a CF utiliza a expressão venci-
mentos (com “s”), significa o vencimento básico e as vantagens permanentes, de-
nominado remuneração pela Lei n. 8.112/1990.
Então, fique atento ao ler a Constituição.

Segundo o art. 37, XV, da CF, o subsídio e os vencimentos do servidor


são irredutíveis. Porém, segundo o STF, a irredutibilidade refere-se ao valor no-
minal, não conferindo direito a reajustamento automático em decorrência de per-
da do poder aquisitivo da moeda em razão da inflação. Assim, para o STF, inexiste

garantia à irredutibilidade do valor real.


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Permite o STF que a forma de cálculo seja alterada, desde que o valor total da

remuneração/vencimentos seja mantido no mesmo montante. Desse modo, pode

ser suprida pela lei determinada vantagem e ser criada outra ou majorado o ven-

cimento básico, sem que ocorra ofensa à irredutibilidade prevista na CF, desde que

seja mantido o valor global da remuneração do servidor.4

Exemplificando:

Contracheque B
Contracheque A
(depois da lei que altera a composição)

REMUNERAÇÃO
SUBSÍDIO
Vencimento básico R$ 5.000,00
Valor do subsídio R$ 7.000,00
Gratificação de atividade R$ 2.000,00
Auxílio-alimentação R$ 800,00
Auxílio-alimentação R$ 800,00

Mantido o valor final na alteração de remuneração para subsídio.

Segundo o STF, a irredutibilidade não impede a criação ou majoração de tribu-

tos incidentes sobre os vencimentos, subsídios, aposentadorias e pensões. (ADI

n. 3.105/DF).

O art. 37, X, da CF prevê que a remuneração dos servidores públicos e o subsí-

dio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por

lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão

geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices. Trata-se do di-

reito dos servidores públicos de verem as remunerações reajustadas anualmente.

Nesse sentido a Súmula n. 339 do STF dispõe que “não cabe ao Poder Judiciário,

que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob

fundamento de isonomia.”

A remuneração do servidor ativo, o provento do aposentado ou servidor em

disponibilidade e a pensão têm natureza alimentar, não podendo, portanto, sofrer

4
MS 21659/DF, Rel. Min. Eros Grau, 28.09.2005.
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qualquer espécie de desconto. Somente podem incidir os descontos decorrentes de


lei (tributos em geral, p. ex.) e mandado judicial (pensão alimentícia, por exemplo);
mesmo assim, não pode haver penhora, arresto nem sequestro (art. 48) decor-
rentes de empréstimo consignado em folha de pagamento, faltas injustificadas ou
justificadas não compensadas, atrasos e saídas antecipadas não compensadas e
reposições/indenizações.
O art. 46 da Lei n. 8.112/1990, por sua vez, prevê que as reposições e in-
denizações ao erário, atualizadas até 30 de junho de 1994, serão previamente
comunicadas ao servidor ativo, aposentado ou pensionista, para pagamento, no
prazo máximo de trinta dias, podendo ser parceladas, a pedido do interessado. O
valor de cada parcela não poderá ser inferior (no mínimo) ao correspondente a
dez por cento da remuneração, provento ou pensão.
Quando o pagamento indevido houver ocorrido no mês anterior ao do processa-
mento da folha, a reposição será feita imediatamente, em uma única parcela.
Servidor que perde o cargo (ou a aposentadoria ou disponibilidade) estando em
débito com o erário: deverá quitar o débito dentro de 60 dias, a contar do ato que
determinou a perda do cargo ou da aposentadoria ou disponibilidade, sob pena de
inscrição na dívida ativa da União, com todos os efeitos e restrições daí decorrentes
(possibilidade de cobrança judicial, compensação de créditos de natureza tributária
etc.) (art. 47).

8. Normas Constitucionais Aplicáveis aos Agentes Públicos

8.1 Acessibilidade aos Cargos Públicos

Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que


preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na
forma da lei.5
No plano federal, a Lei n. 8.112/1990, art. 5º, estabelece os requisitos exigidos
para a ocupação de cargo:

5
Súmula n. 14 do STF: “Não é admissível, por ato administrativo, restringir, em razão da idade, inscrição em con-
curso para cargo público”. Súmula n. 683/STF: “O limite de idade para a inscrição em concurso público somente
se legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições
do cargo a ser preenchido”. Súmula n. 686/STF: “Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação
de candidato a cargo público.”
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Art. 5º São requisitos básicos para investidura em cargo público:


I – a nacionalidade brasileira;
II – o gozo dos direitos políticos;
III – a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
IV – o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
V – a idade mínima de dezoito anos;
VI – aptidão física e mental.
§ 1º As atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos estabe-
lecidos em lei.
§ 2º Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em
concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a
deficiência de que são portadoras; para tais pessoas, serão reservadas até 20% (vinte
por cento) das vagas oferecidas no concurso.
§ 3º As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais pode-
rão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo
com as normas e os procedimentos desta Lei.

Súmulas importantes:

Súmula n. 14. “Não será admissível, por ato administrativo, restringir, em razão da
idade, inscrição em concurso para cargo público”. Somente por lei se pode fazer tal exi-
gência, em atenção ao princípio da legalidade (CF, art. 5º, II).
Súmula n. 266. “O diploma ou habilitação legal para o exercício do cargo deve ser exi-
gido na posse e não na inscrição para o concurso público”.
Súmula n. 377 do STJ. “O portador de visão monocular tem direito de concorrer, em
concurso público, às vagas reservadas aos deficientes.”

Entende o STJ que candidato com surdez unilateral não tem direito a participar do

certame na qualidade de deficiente auditivo. Isso porque o Decreto n. 3.298/1999

– que dispõe sobre a Política Nacional para Integração de Pessoa Portadora de

Deficiência – excluiu da qualificação “deficiência auditiva” os portadores de surdez

unilateral.6

6
Informativo n. 535 do STJ.
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EXAME PSICOTÉCNICO

A jurisprudência dos Tribunais Superiores tem entendido ser ilegal a exigên-

cia apenas no edital, sem que a lei que regulamenta a carreira tenha feito a

previsão. Nesse sentido, a Súmula n. 686 do STF estabelece que: “Só por lei se

pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público”.

Além do requisito da legalidade, a jurisprudência exige mais três condições

para que seja válida a exigência de exame psicotécnico em concurso público:

a) ser pautado em critérios objetivos e científicos (AI 529.219-AgR/RS);

b) ser compatível com as atribuições normais do cargo;

c) haver direito a recurso na via administrativa.

A nacionalidade brasileira não é requisito imprescindível em todos os casos,


pois, em alguns, admite-se o acesso de estrangeiros (§ 3º). O art. 12, § 3º, da CF
exige a condição de brasileiro nato7 para os seguintes cargos:
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
I – de Presidente e Vice-Presidente da República;
II – de Presidente da Câmara dos Deputados;
III – de Presidente do Senado Federal;
IV – de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V – da carreira diplomática;
VI – de oficial das Forças Armadas.
VII – de Ministro de Estado da Defesa

A CF não fixa o percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas por-
tadoras de deficiência. Ela determina que a lei reservará o percentual e definirá os
critérios de sua admissão. A Lei n. 8.112/1990 fixa o limite máximo de (até) 20%
das vagas do concurso para os portadores de necessidades especiais. O Decreto n.
3.298/1999, por sua vez, define o percentual mínimo de 5% a ser destinado aos
deficientes em todos os concursos públicos federais, devendo a fração ser arredon-

dada quando não se atingir tal percentual.


7
A CF, art. 12, define a condição de brasileiro nato.
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8.2 Concurso Público

Nos termos do art. 37, II, da CF, a nomeação para cargos efetivos (isolados

ou de carreira) deve ser necessariamente precedida de concurso público de provas

ou de provas e títulos.

A norma constitucional exigiu a realização de concurso para ingresso em cargo e

emprego público. Conforme entendimento do STF, as provas de títulos não podem

ter natureza eliminatória. Sua finalidade é, exclusivamente, a de classificar os can-

didatos, não podendo resultar em eliminação do certame.8

Direito à Nomeação

O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) fixou a tese de repercussão ge-

ral no Recurso Extraordinário (RE) n. 837311, julgado em outubro, que discutiu a

nomeação de candidatos classificados fora das vagas previstas em edital, antes da

convocação dos aprovados em concurso posterior.

Essa tese estabelece que:

O surgimento de novas vagas ou a abertura de novo concurso para o mesmo


cargo, durante o prazo de validade do certame anterior, não gera automati-
camente o direito à nomeação dos candidatos aprovados fora das vagas pre-
vistas no edital (essa é a REGRA), ressalvadas as hipóteses de preterição arbitrária
e imotivada por parte da administração, caracterizada por comportamento tácito ou
expresso do Poder Público capaz de revelar a inequívoca necessidade de nomeação do
aprovado durante o período de validade do certame, a ser demonstrada de forma cabal
pelo candidato.

Assim, o direito subjetivo à nomeação do candidato aprovado em concurso pú-

blico exsurge nas seguintes hipóteses:


8
STF. 1ª Turma. MS 31176/DF e MS 32074/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgados em 2/9/2014. Informativo n. 757.
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1 – Quando a aprovação ocorrer dentro do número de vagas dentro do edital.

2 – Quando houver preterição na nomeação por não observância da ordem de

classificação.

3 – Quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso durante a vali-

dade do certame anterior, e ocorrer a preterição de candidatos de forma arbitrária

e imotivada por parte da administração nos termos acima.

O prazo de validade do concurso público (CF, art. 37, III) é de até dois anos, pror-

rogável uma vez por igual período.

A jurisprudência também entende que, em caso de desistência de candidatos

que foram nomeados dentro do número de vagas, gera aos candidatos subsequen-

tes direito subjetivo à nomeação (RMS n. 32.105/DF, Rel. Ministra Eliana Calmon,

Segunda Turma, julg. 19/8/2010, DJe 30/8/2010).

Decorrente do princípio da presunção de inocência, é vedada a eliminação de

candidato em concurso público em razão de inquérito policial instaurado ou ação

penal em andamento, sem o trânsito em julgado da sentença.9

8.2.1 Abertura de Concurso quando Há Candidato Aprovado


em Concurso Anterior com Prazo de Validade não Expirado

A CF dispõe, no art. 37, IV, apenas que durante o prazo improrrogável previsto

no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de

provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para as-

sumir cargo ou emprego, na carreira.


9
STF. 1ª Turma. AI 829186 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 23/04/2013.
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Dessa maneira, a CF dá espaço para a abertura de novo certame mesmo com


o concurso ainda válido (desde que não seja ainda o primeiro período do prazo de
validade). Ressalva, apenas, que o anterior aprovado tem direito à precedência
na nomeação.
O art. 12, § 2º, da Lei n. 8.112, porém, proíbe a União até mesmo de abrir ou-
tro concurso enquanto ainda houver candidato aprovado em concurso com o prazo
não expirado.
§ 2º Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso
anterior com prazo de validade não expirado.

8.2.2 Exceções ao Concurso Público

Quanto aos cargos vitalícios, é inexigível o concurso para a investidura dos


membros integrantes do quinto constitucional dos Tribunais Judiciários, composto
de membros do Ministério Público e de advogados (art. 94, CF). A investidura nos
Tribunais de Contas sujeita-se à mesma regra (art. 73, §§ 1º e 2º, CF). Também
não se submetem ao concurso os Ministros do STF e do STJ.
Nesse sentido, não há exigência de concurso para o provimento de cargo em
comissão declarado em lei como de livre nomeação e exoneração, art. 37, V, CF. É
inexigível, também, concurso para o recrutamento de agentes temporários, con-
forme art. 37, IX, da CF. A Lei n. 8.745/1993 dispõe que o recrutamento é feito por
processo seletivo simplificado com ampla divulgação, dispensando o concurso
público (art. 3º), bem como, nos termos do art. 196, § 6º, da CF, agente comuni-
tário de saúde ou de agente de combate às endemias.

8.3 Teto Remuneratório

A regra do teto remuneratório está insculpida no art. 37, XI, da CF, com a re-
dação da EC n. 41/2003, pois, com a referida emenda, passou a CF a admitir tetos
remuneratórios geral e específicos, estes dependendo da respectiva entidade

federativa.
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O teto geral para todos os Poderes da União, dos Estados, dos Municípios e do DF

refere-se ao subsídio mensal dos Ministros do STF.

No que concerne aos tetos específicos (ou subtetos), foi fixado, para os Mu-

nicípios, o subsídio do Prefeito e, para Estados e o DF, foram previstos três sub-

tetos:

• Executivo Estadual/Distrital – Governador.

• Judiciário, MP, Defensoria e Procuradorias Estaduais/Distritais – Desembarga-

dor (90,25% de Ministro do STF – v. liminar na ADI n. 3.854).

• Legislativo Estadual/Distrital – Deputados Estaduais/Distritais.

O STF julgou inconstitucional o estabelecimento de limites diferentes de re-

muneração para os magistrados estaduais e federais, já que se sujeitam a um só

estatuto de âmbito nacional (LC n. 75/1979), o que violava a isonomia. Assim,

excluiu os magistrados estaduais do subteto de remuneração, dando interpretação

conforme art. 37, XI e § 12, CF.

A EC n. 47/2005 introduziu o § 12 ao art. 37 da CF. Segundo a emenda, os

Estados e o DF têm a faculdade de fixar teto único remuneratório para os Pode-

res Judiciário e Executivo, desde que o façam por meio de emendas às respecti-

vas Constituições e Lei Orgânica. O limite único deverá corresponder ao subsídio

mensal dos desembargadores do respectivo TJ, o qual, ao seu turno, limita-se

a percentual de 90,25% do subsídio mensal dos Ministros do STF. O dito comando

não se aplica ao âmbito municipal.


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As empresas públicas e sociedades de economia mista só estão submetidas ao teto

se recebem recursos para pagamento de pessoal ou custeio em geral (CF, art. 37,

§ 9º).

A empresa estatal independente não está limitada ao teto remuneratório.

Estão excluídas do teto as vantagens de caráter indenizatório, como, por

exemplo, diárias, ajudas de custo etc. O teto tornou-se “piso”. Existem diversas

carreiras que criam vantagens remuneratórias e as atribuem caráter indenizatório

para poder ultrapassar o teto.

Mas, vamos continuar!

Não é permitida a vinculação ou equiparação entre as remunerações (em

sentido amplo) pagas no serviço público. Veja a disposição da Súmula n. 681/STF:

“É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de servidores estadu-

ais ou municipais a índices federais de correção monetária”.

No entanto, a vedação de equiparação ou vinculação remuneratória se dirige ao

legislador ordinário. A própria CF estabelece:

a) equiparação dos subsídios dos Ministros do TCU aos do STJ (73, §3º);
b) vinculação entre os subsídios dos Ministros do STF, dos Tribunais Superiores e dos
demais membros da Magistratura (93, V).

O art. 37, XIV, da CF determina que os acréscimos percebidos por servidor não

serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulte-

riores. Antes da EC n. 19/1998, o dispositivo continha ao final a expressão “sob o

mesmo título ou idêntico fundamento”. A redação atual é mais abrangente: gratifi-

cações e adicionais só podem incidir sobre o vencimento básico.


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8.4 Acumulação de Cargos

Art. 37.
[...]
XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver
compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI.
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões
regulamentadas.

1. Magistrados e membros do Ministério Público podem exercer mais uma função

de magistério em instituições públicas.

2. A Emenda Constitucional n. 77/2014 possibilitou aos profissionais de saúde das

Forças Armadas a cumulação de outro cargo ou emprego privativo de profissional

de saúde como profissão regulamentada.

Além de estar entre as exceções constitucionalmente previstas, a acumulação

remunerada deve cumprir determinados requisitos, quais sejam:

a) compatibilidade de horários: a acumulação, ainda que lícita, depende da

compatibilidade de horários;

b) Respeito ao teto geral das remunerações (CF, art. 37, XI);

c) inclusão em uma das hipóteses autorizada pelo art. 37, XVI (dois cargos de

professor; um cargo de professor com outro técnico ou científico; dois cargos ou

empregos privativos de profissionais de saúde e com profissões regulamentadas).

A EC n. 20/1998 (art. 11) excluiu dessa vedação os que, já sendo aposentados,

tivessem ingressado novamente no serviço publico até a data da sua publicação, sen-

do, todavia, proibida a percepção de mais de uma aposentadoria pelo regime próprio.

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Quanto ao teto remuneratório, o STJ vem entendendo que o teto deve ser com-

putado em relação a cada cargo. Assim, se a soma dos dois cargos ultrapassa o

teto, não há inconstitucionalidade.10

Na acumulação de cargos, deve ser respeitado o limite de 60 horas semanais

de jornada de trabalho e o intervalo de descanso entre as jornadas (onze horas):

ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL. MANDADO DE SEGURANÇA. ACUMU-


LAÇÃO DE CARGOS PRIVATIVOS DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE. JORNADA SEMANAL
SUPERIOR A 60 (SESSENTA HORAS). AUSÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO. SEGU-
RANÇA DENEGADA.
1. Trata-se de mandado de segurança atacando ato do Ministro de Estado da Saúde
consistente na demissão da impetrante do cargo de enfermeira por acumulação ilícita
cargos públicos (com fundamento nos arts. 132, XII, e 133, § 6º, da Lei n. 8.112/1990),
em razão de sua jornada semanal de trabalho ultrapassar o limite de 60 horas semanais
imposto pelo Parecer GQ-145/98 da AGU e pelo Acórdão 2.242/2007 do TCU.
2. Acertado se mostra o Parecer GQ-145/98 da AGU, eis que a disposição do inciso XVI
do art. 37 da Constituição Federal – “é vedada a acumulação remunerada de cargos pú-
blicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso
o disposto no inciso XI” – constitui exceção à regra da não acumulação; assim, deve ser
interpretada de forma restritiva.
3. Ademais, a acumulação remunerada de cargos públicos deve atender ao princípio
constitucional da eficiência, na medida em que o profissional da área de saúde precisa
estar em boas condições físicas e mentais para bem exercer as suas atribuições, o que
certamente depende de adequado descanso no intervalo entre o final de uma jornada de
trabalho e o início da outra, o que é impossível em condições de sobrecarga de trabalho.
4. Também merece relevo o entendimento do Tribunal de Contas da União no sentido
da coerência do limite de 60 (sessenta) horas semanais – uma vez que cada dia útil
comporta onze horas consecutivas de descanso interjornada, dois turnos de seis horas
(um para cada cargo), e um intervalo de uma hora entre esses dois turnos (destinado à
alimentação e deslocamento) –, fato que certamente não decorre de coincidência, mas
da preocupação em se otimizarem os serviços públicos, que dependem de adequado
descanso dos servidores públicos. Ora, é limitação que atende ao princípio da eficiência
sem esvaziar o conteúdo do inciso XVI do art. 37 da Constituição Federal.
5. No caso dos autos, a jornada semanal de trabalho da impetrante ultrapassa 60 (ses-
senta) horas semanais, razão pela qual não se afigura o direito líquido e certo afirmado
na inicial.
6. Segurança denegada, divergindo da Relatora.
(MS 19.336/DF, Rel. Ministra ELIANA CALMON, Rel. p/ Acórdão Ministro MAURO CAM-
PBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 26/02/2014, DJe 14/10/2014)

10
RMS n. 33.170/DF, Rel. p/ Acórdão Ministro Cesar Asfor Rocha, Segunda Turma, julgado em 15/05/2012,
DJe 07/08/2012; RMS 38682/ES, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado em 18/10/2012.
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A EC n. 77/2014 alterou os incisos II, III e VIII, do § 3º, art. 142 da Constitui-
ção Federal, para permitir aos profissionais de saúde das Forças Armadas a possi-
bilidade de cumulação de outro cargo na área da saúde. Antes dessa emenda, o
militar não poderia acumular sua função de militar com qualquer outro cargo.

A vedação de acumulação alcança também as subsidiárias das referidas entidades,


bem como as sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo Poder Público,
sem esquecer das autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de eco-
nomia mista.

O art. 37, § 10, da CF admite acumulação de aposentadoria com recebimento


de remuneração/subsídio, nos casos de cargos eletivos e de cargos em comissão,
declarados, em lei, de livre nomeação e exoneração. Também é possível acumular
mais de uma aposentadoria pelo regime próprio dos servidores públicos, desde que
sejam cargos acumuláveis em atividade.

8.5 Regime Jurídico do Servidor


Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito
de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da
Administração Pública direta, das autarquias e das fundações públicas. (Vide ADI n.
2.135-4)

Com o advento da Carta Constitucional de 1988, foi instituído o regime jurídico


único, vale dizer, o mesmo regime para os servidores na Administração direta, nas
suas autarquias e fundações. Com isso, cada ente federativo escolheu um regime
para adotar. Ressalte-se que a grande maioria dos entes da Federação optaram
pela adoção do regime estatutário. A União optou por essa modalidade, editando,

em 1990, a Lei n. 8.112. Esse cenário foi alterado pela EC n. 19/1998.


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A referida emenda, porém, modificou a redação do art. 39, caput, da CF, e re-

tirou a obrigação de unicidade do regime (extinção do regime jurídico único), de

modo que poderiam conviver, dentro da mesma estrutura administrativa, servido-

res estatutários e empregados públicos.

Entretanto, no julgamento da ADI n. 2.135, o STF declarou inconstitucional (em

sede de liminar, isto é, numa decisão provisória) a nova redação dada ao art. 39,

caput, da CF, pela EC n. 19/1998, em virtude de vício formal (o texto não foi apro-

vado por 3/5 na Câmara e no Senado, em dois turnos de votação em cada Casa,

como determina o art. 60 da CF).

Com isso, voltou a viger o antigo dispositivo, que fazia referência a regime ju-

rídico único. Porém, trata-se de decisão cautelar (provisória), e ficou determinado

expressamente na decisão do STF, que as leis editadas com base na nova redação

continuam válidas.

Regime jurídico único não significa regime estatutário. Assim, cada Ente da Federa-

ção tem autonomia para escolher o regime de trabalho, seja estatutário, seja CLT.

Nos inúmeros municípios que temos no Brasil, muitos adotaram o regime celetista.

8.6 Direitos Sociais Extensíveis aos Servidores Públicos

Dica para sua prova: memorize esse tópico da aula. Questões do tipo “decore-

ba” gostam de perguntar isso.

A CF garantiu aos servidores públicos alguns direitos sociais previstos em seu

art. 7º. São eles: salário mínimo, décimo terceiro salário, adicional noturno, sa-

lário-família, jornada máxima de 8 horas diárias e 44 horas semanais, repouso


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semanal remunerado, hora extra de pelo menos 50%, férias anuais remuneradas,

adicional de férias, licença à gestante, licença-paternidade, proteção ao mercado

de trabalho da mulher, redução dos riscos inerentes ao trabalho e proibição de di-

ferença de salários por motivos discriminatórios.11

Quanto ao salário mínimo, o STF decidiu que deve ser observada a remuneração

(vencimento básico + vantagens permanentes) do servidor, não apenas o venci-

mento básico. Esse entendimento encontra-se na Súmula Vinculante n. 16: “Os

artigos 7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC n. 19/1998), da Constituição, referem-se

ao total da remuneração percebida pelo servidor público”.

Assim, um servidor pode ter vencimento inferior ao salário mínimo, desde que

sua remuneração final seja de valor maior.

A Lei n. 8.112/1990 previa que o vencimento básico não poderia ser inferior ao

salário mínimo (art. 40, parágrafo único), mas o dispositivo foi revogado pela Lei

n. 11.784/2008, a qual acrescentou o § 5º, estabelecendo que nenhum servidor

receberia remuneração inferior ao salário mínimo.

O Plenário do Supremo Tribunal Federal no julgamento do Recurso Extraordi-

nário (RE) n. 693456, com repercussão geral reconhecida, por 6 votos a 4, decidiu

que a Administração pública deve fazer o corte do ponto dos grevistas, mas admitiu

a possibilidade de compensação dos dias parados mediante acordo. Também foi

decidido que o desconto não poderá ser feito caso o movimento grevista tenha sido

motivado por conduta ilícita do próprio Poder Público.


11
A Súmula Vinculante n. 16 estabelece que: “Os arts. 7º, IV, e 39, § 3º (Redação da EC n. 19/1998), da Constituição, referem-se ao total
da remuneração percebida pelo servidor público”. Os artigos citados tratam da irredutibilidade de salário. Dessa forma, segundo o STF, o
que deve ser superior ao salário mínimo não é o vencimento básico, mas o total da remuneração. É o que prevê, também, o art. 41, § 5º,
da Lei n. 8.112/1990.
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8.7 Estágio Probatório

O estágio probatório é o período de tempo durante o qual será avaliada a capa-


cidade do servidor para o exercício do cargo. O art. 20 da Lei n. 8.112/1990 esta-
belece que durante o estágio deverão ser avaliados os seguintes fatores:

I – assiduidade;
II – disciplina;
III – capacidade de iniciativa;
IV – produtividade;
V – responsabilidade.

Para não esquecer, memorize o mnemônico DICAPARE:

DIsciplina
CApacidade de iniciativa
Produtividade
Assiduidade
REsponsabilidade

O servidor não aprovado no estágio probatório será exonerado ou, se estável, re-

conduzido ao cargo anteriormente ocupado.

Licenças permitidas no Afastamentos permitidos no EP


estágio probatório (EP)
• Licença para o serviço militar (art. 85). • Afastamento para servir em organismo interna-
• Licença por motivo de doença em pessoa cional (art. 96).
da família (art. 83). • Afastamento para exercício de mandato eletivo
• Licença para acompanhar cônjuge ou (art. 94).
companheiro (art. 84).
• Licença para atividade política (art. 86).

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Suspensão do EP
Enquanto estiver suspenso o EP, o servidor não é avaliado e o prazo não é contado.
• Licença por motivo de doença em pessoa da família (art. 83).
• Afastamento para servir em organismo internacional (art. 96).
• Licença para acompanhar cônjuge ou companheiro (art. 84).
• Licença para atividade política (art. 86).

8.7.1 Prazo do Estágio Probatório

Esse assunto já foi muito controverso, mas agora está pacificado.

A controvérsia refere-se ao prazo do estágio probatório a nível federal, em ra-

zão da alteração do art. 41, CF, e das sucessivas mudanças na Lei n. 8.112/1990.

A princípio, prevalecia o entendimento no Superior Tribunal de Justiça de que o

prazo de três anos para a aquisição da estabilidade no serviço público não estava

vinculado ao prazo do estágio probatório, o que teria fundamento na interpretação

do art. 41, caput, e § 4º, da CF; desse modo, deveria manter-se para o estágio pro-

batório o prazo anterior de 24 meses, fixado no artigo original da Lei n. 8.112/1990.

Essa decisão era baseada no MS STJ n. 9.373, Relatora Ministra Laurita Vaz.

Ocorre que, em 2008, por meio de medida provisória, o prazo do estágio pro-

batório foi, conforme o art. 20 da Lei n. 8.112/1990, estabelecido em 36 meses.

Entretanto, na conversão da referida medida provisória em lei, essa parte não foi

aprovada. Assim, retorna a redação antiga do artigo segundo o qual o prazo do es-

tágio probatório é de 24 meses. Atualmente, esse é o prazo fixado em lei federal.

Entretanto, o STF afirmou que a estabilidade e o estágio probatório têm de ter

a mesma duração (3 anos ou 36 meses). Finalmente, o STJ adotou o mesmo posi-

cionamento, passando a considerar que o estágio probatório tem a mesma duração

da estabilidade.

Veremos sobre aposentadoria mais adiante, no tópico seguridade social do servidor.

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9. Disposições da Lei n. 8.112/1990

9.1 Âmbito de Aplicação

A Lei n. 8.112/1990 institui o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da


União, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações públicas
federais. O referido diploma não é lei nacional, mas, sim, lei federal. Portanto,
cada ente federativo possui autonomia para elaborar estatuto jurídico próprio refe-
rente a seus servidores.
Ressalte-se que, em relação às empresas públicas e às sociedades de economia
mista, o regime, tanto daquelas criadas em nível federal quanto das criadas pelos
demais entes federativos, será o trabalhista, também chamado de celetista, por
ser oriundo da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), tendo em vista o art. 173
da CF.

9.2. Provimento – Art. 8º

Provimento é a ocupação de um cargo vago. Pode ser originário ou derivado.


Provimento originário é aquele que não decorre de vínculo anterior da pes-
soa com a Administração. A nomeação é a única forma de provimento originário
e pode ocorrer para cargo de provimento efetivo ou em comissão (art. 9º, Lei n.
8.112/1990), devendo ser precedida de concurso público na primeira hipótese (art.
10, Lei n. 8.112/1990).
Provimento derivado é aquele que decorre de vínculo anterior da pessoa com
a Administração, isto é, o cargo é provido em virtude de a pessoa já ser titular de
um cargo. Investidura é a efetiva atribuição de um cargo (conjunto de atribuições
e responsabilidades) a uma pessoa, que agora passa a ser servidor público (se já
não o era). A investidura é um ato complexo porque depende de duas manifesta-
ções que se unem para formar um só ato (a própria investidura): o provimento (ato
da Administração Pública) e a concordância do provido, que só então passa a ser

titular do cargo.
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Segundo Celso Antônio B. de Mello, provimento derivado vertical é aquele

em que o servidor é investido em cargo mais elevado, realizando-se por meio

da promoção. Provimento derivado horizontal é aquele em que o servidor

não ascende nem é rebaixado em sua posição funcional. A única forma é a re-

adaptação, que consiste na investidura do servidor em cargo de atribuições e

responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capa-

cidade física ou mental, verificada em inspeção médica.

Ainda conforme o autor, o aproveitamento – retorno à atividade de servidor em

disponibilidade – é forma de provimento por reingresso, com a reversão,

reintegração e recondução.

Anteriormente, havia duas formas de provimento derivado: a ascensão e a

transferência. Mas foram declaradas inconstitucionais pelo STF e, depois, revo-

gadas pela Lei n. 9.527/1997. As formas de ascensão e transferência previam a

movimentação do servidor de uma carreira para outra, dentro do mesmo quadro

(ascensão), ou até mesmo de um quadro para outro (transferência).

De acordo com a Súmula Vinculante n. 685 do STF:

É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se,


sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que
não integra a carreira na qual anteriormente investido.

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São formas de provimento:

a) Nomeação: designação para o exercício da função.

CONCURSO PÚBLICO → HOMOLOGAÇÃO → NOMEAÇÃO → POSSE → EXERCÍCIO →

ESTÁGIO PROBATÓRIO = ESTABILIDADE.

Esse é o caminho que você percorrerá até adquirir sua estabilidade.

A homologação é o ato de aprovação do certame. Com ela, começa o início do

prazo de validade do concurso, que poderá ser de até dois anos, prorrogável uma

vez por igual período.

Uma vez homologado o concurso, a Administração fará a nomeação do candida-

to para que, em 30 dias, tome posse (§ 1º, art. 13).

Se o nomeado não tomar posse no prazo legal, o ato de nomeação ficará sem efeito.

A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção médica oficial (art. 14).

Só poderá ser empossado aquele que for julgado apto física e mentalmente para o

exercício do cargo. No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e

de valores que constituem seu patrimônio e declaração quanto ao exercício ou não

de outro cargo, emprego ou função pública.

A posse poderá dar-se mediante procuração específica.

Quando a questão afirmar que a posse poderá dar-se mediante procuração

específica, desde que o servidor justifique o motivo da ausência, está errada. A lei

dispõe que “a posse poderá dar-se mediante procuração específica”. E ponto final!

Não exige essa justificativa que a questão apresentou.

Após a posse, vem o exercício… Porém, o exercício não é possível mediante

procuração. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou

da função de confiança (art. 15).


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Sempre brinco com isso nas aulas: posse por procuração é a mesma regra do
casamento. Alguém pode casar por procuração? Sim… Não imagino isso na prática,
mas… A pessoa que se casou com a procuração pode entrar em efetivo exercício no
casamento? Entendo que também não pode.
É de 15 dias o prazo para o servidor empossado em cargo público entrar em
exercício, contados da data da posse. O servidor será exonerado do cargo ou será
tornado sem efeito o ato de sua designação para função de confiança se não entrar
em exercício no prazo legal. O que acontece na prática, normalmente, é a posse e
o exercício ocorrerem no mesmo dia.

Servidor foi nomeado e não tomou posse: torna sem efeito o ato de nomeação.
Servidor tomou posse e não entrou em exercício: exoneração.

Licenças e afastamentos que prorrogam a contagem do prazo


para a posse:

• Licença por motivo de doença em pessoa da família (art. 81, I);


• Licença para o serviço militar (art. 81, III, e 102, VIII, f);
• Licença para capacitação (art. 81, V, e 102, VIII, e);
• Férias (art. 102, I);
• Participação em programa de treinamento regular (art. 102, IV);
• Participação em júri e outros serviços obrigatórios (art. 102, VI);
• Licença à gestante, à adotante e licença paternidade (art. 102, VIII, a);
• Licença para tratamento da própria saúde (art. 102, VIII, b);
• Licença por motivo de acidente em serviço ou moléstia profissional (art. 102,
VIII, d);
• Período de trânsito (deslocamento para nova sede): art. 102, IX;

• Participação em competição desportiva nacional ou internacional (art. 102, X).


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Memorize essa lista!

O servidor com exercício em outro município em razão de remoção, redistribui-

ção, requisição, cessão ou colocação em exercício provisório terá, no mínimo, 10

e, no máximo, 30 dias de prazo, contados da publicação do ato, para a retomada

do efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluído nesse prazo o tempo ne-

cessário ao deslocamento para a nova sede. Na hipótese de o servidor encontrar-se

legalmente em licença ou afastado, o referido prazo será contado a partir do térmi-

no do impedimento, sendo-lhe facultado declinar dos prazos estabelecidos.

b) Promoção: é o ato pelo qual o servidor passa de um cargo para outro mais

elevado, dentro da mesma carreira. Exemplo: ao ocupar o cargo de Procurador

da Fazenda Nacional ou as carreiras da AGU de modo geral (Procurador Federal,

Defensoria Pública da União e Procuradores do Banco Central), o servidor entra

como Procurador de 2ª categoria, e pode ser elevado a Procurador de 1ª categoria

e categoria especial. Com a promoção, o subsídio/remuneração recebe acréscimo

pecuniário e as atribuições devem ser elevadas.

c) Readaptação (art. 24):

O que é? Servidor é investido em outro cargo.


Decorre de limitação em sua capacidade física ou mental, verificada em ins-
Motivo
peção médica.
Cargo de atribuições afins, respeitados a habilitação e o nível de escolaridade
Requisitos
exigidos e desde que haja equivalência de vencimentos.
Excedente Sim, se não houver cargo vago.
Julgado incapaz Será aposentado.
para o serviço
público

Ser excedente é exercer a função sem ter o cargo. Ele trabalha, mas não tem

um cargo específico.

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d) Reversão (art. 25):

O que é? Servidor que estava aposentado retorna à atividade.


Servidor foi aposentado Fica como excedente se não houver cargo vago.
por invalidez, mas junta
Motivo 1 médica oficial declara
insubsistentes os motivos
da aposentadoria.
Servidor foi aposentado Requisitos:
voluntariamente e retorna. a) solicitação do aposentado;
O servidor volta a receber b) a aposentadoria tenha sido voluntária;
Motivo 2 remuneração no lugar dos c) o servidor já era estável antes de se aposentar;
proventos de aposentadoria. d) prazo máximo de cinco anos entre a aposenta-
doria e a reversão;
Ele pede para voltar. e) existência cargo vago.
O tempo em que o servidor estiver em exercício será considerado para conces-
Observação 1
são da aposentadoria.
Não poderá reverter o aposentado que já tiver completado 70 (setenta) anos
Observação 2
de idade.

Apesar de a aposentadoria ser aos 75 anos de idade, foi mantida, na lei, a pre-

visão de que não há reversão para o aposentado que tiver completado 70 (setenta)

anos de idade.

e) Reintegração (art. 28):

O que é? Servidor é reinvestido no cargo anteriormente ocupado.


Motivo Demissão ilegal é invalidada por via administrativa ou judicial.
Eventual ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem direito a
Cargo provido
indenização, ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponi-
(ocupado)
bilidade.
Cargo extinto O servidor ficará em disponibilidade.

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f) Recondução (art. 29):

O que é? Servidor retorna ao cargo anteriormente ocupado.


Motivo 1 Inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo.
Motivo 2 Reintegração do anterior ocupante.
Observação Para que possa ser reconduzido ao cargo anterior, o servidor tem de ser estável.

Na prática administrativa, também se admite a recondução quando o servidor

desiste do estágio probatório. Assim, não precisa ser reprovado no estágio para

voltar.

O STJ admitiu a recondução para o cargo anterior mesmo sendo entre Entes

Federativos diversos.12

g) Aproveitamento (art. 30):

Servidor que estava em inatividade remunerada (disponibilidade) é aprovei-


O que é? tado em outro cargo.
Estava sem trabalhar e retorna.
Requisitos Cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com os do anteriormente ocupado.

Disponibilidade: servidor estável que fica em inatividade remunerada com pro-


Observação 1
ventos proporcionais ao tempo de serviço.
Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade se o
servidor não entrar em exercício no prazo legal, salvo doença comprovada por
Observação 2
junta médica oficial. Cuidado! Torna sem efeito não é o mesmo que exone-
ração nem demissão.

9.3. Da Vacância – Art. 33

Vacância é ato contraposto ao de provimento, tornando vago o cargo anterior-

mente ocupado.

12 Recurso em Mandado de Segurança – RMS n. 12.576.


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Formas de vacância:
a) Exoneração: forma de perda do cargo (a pedido ou não) do servidor em

atividade, mas sem caráter punitivo (art. 34);

b) Demissão: perda do cargo com caráter punitivo (ver arts. 127 e 132);

c) Promoção: é simultaneamente forma de provimento e de vacância;

d) Readaptação: também é forma de provimento e de vacância;

e) Aposentadoria: é a passagem definitiva do servidor para a inatividade re-

munerada (passa a receber proventos). Ver arts. 186/195;

f) Posse em outro cargo inacumulável;

g) Falecimento.

Formas de provimento e vacância:

Provimento Vacância
NOmeação Exoneração
PROmoção Demissão
APROveitamento Promoção
REadaptação Readaptação
REversão Aposentadoria
REintegração Posse em outro cargo inacumulável
REcondução Falecimento

Remoção e redistribuição não são formas de provimento, e, sim, de desloca-

mento do servidor e do cargo.

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9.4. Remoção e Redistribuição – Arts. 36 e 37

Os dois institutos acima não são formas de provimento. São formas de desloca-

mento do servidor ou do cargo.

A remoção é o deslocamento do servidor, no âmbito do mesmo quadro, com

ou sem mudança de sede, podendo ser:

a) de ofício pela Administração;

b) a pedido, a critério da Administração;

c) a pedido, independentemente do interesse da Administração:

c1) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público

civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do DF e dos Muni-

cípios, que foi deslocado no interesse da Administração;

c2) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente

que viva às suas expensas e conste do seu assentamento funcional, condicionada

à comprovação por junta médica oficial;

c3) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que o número

de interessados for superior ao número de vagas, de acordo com as normas prees-

tabelecidas pelo órgão ou pela em que aqueles sejam lotados.

Redistribuição é o deslocamento de cargo, dentro da carreira, para outro

órgão ou outra entidade do mesmo poder, com atribuições, responsabilidades e

vencimentos equivalentes. Pode incidir sobre cargo ocupado ou vago.

9.5. Substituição – Art. 38

De acordo com a Lei n. 8.112/1990, os servidores investidos em cargo ou função

de direção ou chefia e os ocupantes de cargo de natureza especial terão substitutos

indicados no regimento interno ou, no caso de omissão, previamente designados

pelo dirigente máximo do órgão ou entidade.


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O substituto assumirá automática e cumulativamente, sem prejuízo do cargo

que ocupa, o exercício do cargo ou função de direção ou chefia e os de natureza

especial, nos afastamentos, impedimentos legais ou regulamentares do titular e na

vacância do cargo, hipóteses em que deverá optar pela remuneração de um deles

durante o respectivo período.

O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo ou função de direção

ou chefia ou de cargo de Natureza Especial, nos casos dos afastamentos ou impe-

dimentos legais do titular, superiores a trinta dias consecutivos, paga na propor-

ção dos dias de efetiva substituição, que excederem o referido período.

STJ, Sexta Turma, RMS 11.343/DF, Relator Ministro Fernando Gonçalves: “ADMINIS-
TRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. CARGO EM COMISSÃO. AFASTAMENTO. SUBSTITUIÇÃO.
PAGAMENTO AO SUBSTITUÍDO. MEDIDA PROVISÓRIA N. 1.522/97 E LEI N. 9.527/97.
INCIDÊNCIA. 1 – Nos termos do entendimento sufragado pelo STF, no caso de sucessi-
vas reedições de Medida Provisória, sem solução de continuidade, a sua eficácia resta
incólume, com força de lei. 2 – Sendo assim, no concernente à substituição, previs-
ta no art. 38, § 2º, da Lei n. 8.112/90, prevalece a alteração engendrada pela MP n.
1.522/97, consolidada, mais tarde, na Lei n. 9.527/97, no sentido de que o substituto
somente terá direito “à retribuição pelo exercício do cargo ou função de direção ou
chefia ou de cargo de Natureza Especial, nos casos de afastamentos ou impedimentos
legais do titular, superiores a trinta dias consecutivos, paga na proporção dos dias de
efetiva substituição, que excederem o referido período “, condição temporal, aliás, não
ocorrente in casu. 3 – Recurso improvido.”

9.6. Das Vantagens – Art. 49

São vantagens que o servidor pode receber:


Indenizações Gratificações Adicionais
• Ajuda de custo; • Retribuição pelo exercício de função • Atividades insalubres, perigosas
• Diárias; de direção, chefia e assessoramento; ou penosas;
• Transporte; • Gratificação natalina; • Serviço extraordinário;
• Auxílio-moradia. • Gratificação por encargo de curso ou • Noturno;
concurso. • Férias.
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A indenização é uma compensação por um gasto que o servidor teve para

exercer a função. A gratificação é uma vantagem em razão de desempenhar uma

função além do seu cargo e serve de estímulo para o bom desempenho do cargo.

O adicional é quando o servidor desempenha a função em situações excepcionais,

em especial, que prejudiquem sua saúde e bem-estar.

As indenizações não se incorporam ao vencimento ou provento para

qualquer efeito. As gratificações e os adicionais incorporam-se ao venci-

mento ou provento nos casos e condições indicados em lei.

Memorize isso. É pedido em provas!

9.6.1. Espécies de Indenizações

Tudo que for indenização pode superar o teto remuneratório, segundo previsão na CF.
Ajuda de custo (art. 53)
Compensar as despesas de instalação do servidor que, no interesse
Finalidade do serviço, passar a ter exercício em nova sede, com mudança de
domicílio em caráter permanente.
Não. Se o cônjuge também for servidor e os dois se deslocarem,
O cônjuge recebe?
apenas um receberá.
Despesas de
Correm por conta da Administração.
transporte do servidor

Servidor que falecer São assegurados à família ajuda de custo e transporte para locali-
na nova sede dade de origem dentro do prazo de 1 ano, contado do óbito.

Calculada sobre a remuneração do servidor, conforme se dispuser em


Forma de cálculo regulamento, não podendo exceder a importância correspondente a
3 (três) meses.

Somente para efetivos? Não. Pessoa que é nomeada para cargo em comissão também recebe.

Deve restituir a ajuda de custo quando, injustificadamente, não se


Restituição
apresentar na nova sede no prazo de 30 (trinta) dias.

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Diárias (art. 58)


Compensação financeira ao servidor que, a serviço, afastar-se da sede em
Finalidade caráter eventual ou transitório, destinada a indenizar as parcelas de despe-
sas extraordinária com pousada, alimentação e locomoção.
Localidade Outro ponto do território nacional ou exterior.
Será concedida por dia de afastamento, sendo dividida pela metade quando o
Forma de
deslocamento não exigir pernoite fora da sede, ou quando a União custear, por
pagamento
meio diverso, as despesas extraordinárias cobertas por diárias.
Nos casos em que o deslocamento da sede constituir exigência permanente do
cargo, o servidor não fará jus a diárias. Exemplo: concurso para fiscal de obras
Observação 1
da União. Já que a União faz obras no Brasil inteiro e o servidor teria de viajar
com frequência, não teria direito a diárias.
Também não fará jus a diárias o servidor que se deslocar dentro da mesma
região metropolitana, aglomeração urbana ou microrregião, constituídas por
municípios limítrofes e regularmente instituídas, ou em áreas de controle
integrado mantidas com países limítrofes, cuja jurisdição e competência dos
Observação 2
órgãos, entidades e servidores brasileiros considera-se estendida, salvo se
houver pernoite fora da sede, hipóteses em que as diárias pagas serão sempre
as fixadas para os afastamentos dentro do território nacional. Exemplo: São
Paulo–Guarulhos
O servidor que receber diárias e não se afastar da sede, por qualquer motivo,
Observação 3
fica obrigado a restituí-las integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias.

Se na prova constar: se deslocou para mudar de domicílio em caráter permanen-

te, coloque que receberá ajuda de custo. Se constar: se deslocou em caráter

eventual e transitório, coloque que receberá diárias.

Transporte (art. 58)


Indenização de transporte ao servidor que realizar despesas com a utilização
de meio próprio de locomoção para a execução de serviços externos, por força
Finalidade
das atribuições próprias do cargo. Exemplo: o oficial de justiça recebe essa
indenização.

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Auxílio-moradia (art. 60-A)


Ressarcimento das despesas comprovadamente realizadas pelo servidor com
Finalidade aluguel de moradia ou com meio de hospedagem administrado por empresa
hoteleira.
I – não exista imóvel funcional disponível para uso pelo servidor;
II – o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe imóvel funcional;
III – o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou tenha sido proprie-
tário, promitente comprador, cessionário ou promitente cessionário de imóvel no
Município aonde for exercer o cargo, incluída a hipótese de lote edificado sem
averbação de construção, nos doze meses que antecederem a sua nomeação;
IV – nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba auxílio- -moradia;
V – o servidor tenha se mudado do local de residência para ocupar cargo em
comissão ou função de confiança do Grupo-Direção e Assessoramento Superio-
res – DAS, níveis 4, 5 e 6, de Natureza Especial, de Ministro de Estado ou equi-
Requisitos
valentes;
VI – o Município no qual assuma o cargo em comissão ou função de confiança
não se enquadre nas hipóteses do art. 58, § 3º, em relação ao local de residência
ou domicílio do servidor;
VII – o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha residido no Município, nos
últimos doze meses, aonde for exercer o cargo em comissão ou função de con-
fiança, desconsiderando-se prazo inferior a sessenta dias dentro desse período;
VIII – o deslocamento não tenha sido por força de alteração de lotação ou nome-
ação para cargo efetivo.
IX – o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho de 2006.
A Lei n. 12.998/2014 revogou os dispositivos da Lei n. 8.112/90 que fixavam
Prazo prazo. Assim, atualmente, não há mais limite temporal para a concessão do
benefício.
Limitado a 25% (vinte e cinco por cento) do valor do cargo em comissão, função
comissionada ou cargo de Ministro de Estado ocupado.
Valor Art. 60-D, § 1º: "O valor do auxílio-moradia não poderá superar 25% (vinte e
cinco por cento) da remuneração de Ministro de Estado. Independente do valor
do CC ou FC fica assegurado o valor de R$ 1.800,00".
Art. 60-E: "No caso de falecimento, exoneração, colocação de imóvel funcional
Observação à disposição do servidor ou aquisição de imóvel, o auxílio-moradia continuará
sendo pago por um mês".

O auxílio-moradia da Lei n. 8.112/1990 é diferente do auxílio-moradia dos ju-

ízes e promotores. Nesse último caso, todos os juízes e promotores recebem. Na

situação da Lei n. 8.112/1990, somente recebe quem tem cargo em comissão de

nível alto e se observadas as demais condições que a lei prevê.


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9.6.2. Das Gratificações

Retribuição pelo exercício Recebe o servidor ocupante de cargo efetivo investido em


de função de direção, chefia função de direção, chefia ou assessoramento, cargo de provi-
e assessoramento – art. 62 mento em comissão ou de Natureza Especial.

Gratificação natalina (art. 63)


1/12 (um doze avos) da remuneração a que o servidor fizer jus no mês de
Valor
dezembro. Remuneração proporcional aos últimos 12 meses trabalhados.
Data do
Até o dia 20 (vinte) do mês de dezembro de cada ano.
pagamento
Servidor
Recebe proporcionalmente calculada sobre o mês da exoneração.
exonerado
Observação Fração igual ou superior a 15 (quinze) dias será considerada como mês integral.

Gratificação por encargo de curso ou concurso (art. 76-A)

Devida ao servidor que, em caráter eventual:


I – atuar como instrutor em curso de formação, de desenvolvimento ou de trei-
namento regularmente instituído no âmbito da Administração Pública Federal;
(2,2%)
II – participar de banca examinadora ou de comissão para exames orais, para
análise curricular, para correção de provas discursivas, para elaboração de
questões de provas ou para julgamento de recursos intentados por candidatos;
Motivo
(2,2%)
III – participar da logística de preparação e de realização de concurso público
envolvendo atividades de planejamento, coordenação, supervisão, execução e
avaliação de resultado, quando tais atividades não estiverem incluídas entre as
suas atribuições permanentes; (1,2%)
IV – participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas de exame vestibular ou
de concurso público ou supervisionar essas atividades. (1,2%)

A retribuição não poderá ser superior ao equivalente a 120 (cento e vinte) horas
de trabalho anuais, ressalvada situação de excepcionalidade, devidamente jus-
Observação 1 tificada e previamente aprovada pela autoridade máxima do órgão ou entidade,
que poderá autorizar o acréscimo de até 120 (cento e vinte) horas de trabalho
anuais.

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Nesse adicional, o servidor recebe por hora. O valor máximo da hora traba-
lhada corresponderá aos seguintes percentuais, incidentes sobre o maior ven-
cimento básico da Administração Pública Federal:
Observação 2 – 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento), em se tratando de atividades
previstas nos incisos I e II;
– 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento), em se tratando de atividade pre-
vista nos incisos III e IV.
A gratificação por encargo de curso ou concurso somente será paga se as atividades
forem exercidas sem prejuízo das atribuições do cargo de que o servidor for
titular, devendo ser objeto de compensação de carga horária quando desempenha-
das durante a jornada de trabalho, na forma do § 4º do art. 98 da Lei n. 8.112/90.
Observação 3
A gratificação por encargo de curso ou concurso não se incorpora ao venci-
mento ou salário do servidor para qualquer efeito e não poderá ser uti-
lizada como base de cálculo para quaisquer outras vantagens, inclusive
para fins de cálculo dos proventos da aposentadoria e das pensões.

9.6.3. Dos Adicionais

Adicionais de insalubridade, periculosidade ou atividades penosas (art. 68)


Exerce com habitualidade atividades em locais que possam causar
Insalubridade danos irreversíveis à saúde ou em contato permanente com subs-
tâncias tóxicas ou radioativas.
Periculosidade Risco de vida.
Não pode acumular insalubridade e periculosidade. O servidor
Cumulação
deve fazer opção.
É condicional Cessa com a situação.
Servidora gestante ou
Será afastada enquanto durar a gestação ou lactação.
lactante
Devido aos servidores em exercício em zonas de fronteira ou em
Atividade penosa localidades cujas condições de vida o justifiquem, nos termos,
condições e limites fixados em regulamento.
Servidor que opera raio x Serão submetidos a exames médicos a cada 6 (seis) meses.

Adicional por serviço extraordinário (art. 73)


50% de acréscimo com relação ao valor da hora normal de traba-
Percentual do acréscimo
lho. Cálculo de hora com base no art. 40.
Casos Atender a situações excepcionais e temporárias.
Limite máximo de 2 horas por jornada (art. 19 – jornada normal
Limite diário
será de 6 a 8 horas diárias).
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Adicional noturno (art. 75)


Percentual do acréscimo 25% de acréscimo com relação ao valor da hora normal de trabalho.
Horário noturno 22 (vinte e duas) horas de um dia a 5 (cinco) horas do dia seguinte.
Cálculo da hora Cada hora como 52 minutos e 30 segundos.
Em se tratando de serviço extraordinário, o acréscimo de que trata
Observação
este artigo incidirá sobre a remuneração prevista no art. 73.

Segundo o STJ, o servidor público federal, mesmo aquele que labora em regi-

me de plantão, faz jus ao adicional noturno quando prestar serviço entre 22h e

5h da manhã do dia seguinte, nos termos do art. 75 da Lei n. 8.112/90, que não

estabelece qualquer restrição. (“É devido o adicional noturno, ainda que sujeito o

empregado ao regime de revezamento”. Súmula 213 do STF).

Férias (art. 77)


Prazo De 30 dias.
Cumulação Até o máximo de 2 períodos, no caso de necessidade do serviço.
Período de Para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos 12 (doze) meses de
aquisição exercício. Para os períodos seguintes, basta a entrada do exercício.
Poderão ser parceladas em até 3 etapas, desde que assim requeridas pelo ser-
vidor, e no interesse da Administração Pública. Em caso de parcelamento, o
Parcelamento
servidor receberá o valor adicional previsto no inciso XVII do art. 7º da Consti-
tuição Federal, quando da utilização do primeiro período.
O pagamento da remuneração das férias será efetuado até 2 (dois) dias antes
Pagamento
do início do respectivo período. Adicional de 1/3 sobre a remuneração (art. 76).
Por motivo de calamidade pública, comoção interna, convocação para júri, ser-
viço militar ou eleitoral, ou por necessidade do serviço declarada pela autori-
Interrupção
dade máxima do órgão ou entidade. O restante do período interrompido será
gozado de uma só vez.
Observação 1 É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço.
O servidor que opera direta e permanentemente com raios x ou substâncias
Observação 2 radioativas gozará 20 dias consecutivos de férias, por semestre de atividade
profissional, proibida em qualquer hipótese a acumulação.
O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em comissão, receberá indenização
Observação 3 relativa ao período das férias a que tiver direito e ao incompleto, na proporção
de 1 por mês de efetivo exercício, ou fração superior a 14 dias.
12

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9.7. Das Licenças – Art. 81

Licença por motivo de doença em pessoa da família (art. 83)


Cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e ente-
É conside-
ado, ou dependente que viva a suas expensas e conste do seu assentamento
rado família
funcional, mediante comprovação por perícia médica oficial. Cuidado! Nesse
do servidor
caso, irmão não é família.
Somente será deferida se a assistência direta do servidor for indispensável e
Requisitos não puder ser prestada simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante
compensação de horário.
Prazo e Até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, com remuneração; até 90 (noventa)
remuneração dias, consecutivos ou não, sem remuneração.
Poderá ser concedida a cada período de 12 meses. O início do interstício de 12
(doze) meses será contado a partir da data do deferimento da primeira licença
Observação
concedida. O período total da licença será a soma dos dias com remuneração,
mais os dias de licença sem remuneração (150 dias).
Pode no EP? Sim, mas suspende a contagem.
Os primeiros 30 dias com remuneração contam para tempo de serviço para
todos os efeitos (modificação trazida pela Lei n. 12.269/2010, art. 103, II). Já
a prorrogação por mais 30 dias, com remuneração, conta apenas para fins de
Tempo de
aposentadoria ou disponibilidade (art. 103, II). Nos possíveis 90 dias após
serviço
esse prazo (prorrogação sem remuneração), a licença não conta sequer para
aposentadoria ou disponibilidade (interpretação a contrario sensu do art. 103,
II), pois o servidor não contribui para o regime de previdência

Licença por motivo de afastamento do cônjuge (art. 84)


Acompanhar cônjuge ou companheiro que foi deslocado para outro ponto
Motivo do território nacional, para o exterior ou para o exercício de mandato ele-
tivo dos Poderes Executivo e Legislativo.
Prazo e
Prazo indeterminado e sem remuneração.
remuneração
Poderá haver exercício provisório em órgão ou entidade da Administração
Observação Federal direta, autárquica ou fundacional, desde que para o exercício de
atividade compatível com o seu cargo.
Pode no EP? Sim, mas suspende a contagem.
Tempo de serviço Não conta para nenhum efeito.

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Licença para o serviço militar (art. 85)


Convocação para o serviço militar, na forma e nas condições previstas na
Motivo
legislação específica.
Concluído o serviço militar, o servidor terá até 30 dias sem remuneração
Observação
para reassumir o exercício do cargo.
Pode no EP? Sim. Não suspende a contagem.
Tempo de serviço Conta, para todos os efeitos, como efetivo exercício.

Licença para atividade política (art. 86)


Escolha em convenção partidária até a vés-
Sem remuneração.
pera do registro na Justiça Eleitoral.
Momento
Registro na Justiça Eleitoral até 10 dias após
Com remuneração (3 meses).
as eleições (não pode ultrapassar 3 meses).

O servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde desempenha suas


funções e que exerça cargo de direção, chefia, assessoramento, arre-
Observação cadação ou fiscalização, dele será afastado, a partir do dia imediato ao
do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral, até o décimo dia
seguinte ao do pleito.
Pode no EP? Sim, mas suspende a contagem.

Com remuneração – conta apenas para efeito de aposentadoria e disponi-


Tempo de serviço
bilidade. Sem remuneração – não conta para nenhum efeito.

Uma vez eleito ao cargo que disputou nas eleições, o servidor terá direito ao

afastamento para mandato eletivo. Mas, enquanto candidato, tem direito à licença

para atividade política.

Licença capacitação (art. Licença para tratar de interesses


87) particulares (art. 91)
Prazo 3 meses. 3 anos.
Remuneração Sim. Não.
A cada quinquênio de efetivo
Requisitos exercício e curso de capaci- Não está no EP.
tação. Não pode no EP.
Ato Discricionário. Discricionário.

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Pode no EP? Não. Não.

Conta para todos os efeitos


Tempo de serviço Não conta para nenhum efeito.
como efetivo exercício.

Os períodos de licença não Poderá ser interrompida, a qualquer tempo,


Observação são acumuláveis. Não con- a pedido do servidor ou no interesse do ser-
seguiu tirar, perde. viço. Pode ser renovada.

O servidor, durante o exercício do cargo, não pode participar de gerência de em-

presa privada, mas, excepcionalmente, durante a licença, para tratar de interesses

particulares, o servidor pode participar de gerência ou administração de sociedade

privada, personificada ou não personificada, e exercer o comércio (art. 117, pará-

grafo único).

Licença para o desempenho de mandato classista (art. 92)


Desempenho de mandato em confederação, federação, associação de
classe de âmbito nacional, sindicato representativo da categoria ou enti-
Motivo dade fiscalizadora da profissão ou, ainda, para participar de gerência ou
administração em sociedade cooperativa constituída por servidores públi-
cos para prestar serviços a seus membros.
• Até 5.000 associados: 2 servidores.
Limites • 5.001 a 30.000 associados: 4 servidores.
• Mais de 30.000: 8 servidores.
Prazo e Duração igual à do mandato, podendo ser prorrogada, no caso de reelei-
remuneração ção, e por uma única vez, sem remuneração.
Somente poderão ser licenciados os servidores eleitos para cargos de dire-
Observação ção ou de representação nas referidas entidades, desde que cadastradas
no órgão competente.
Pode no EP? Não.
Tempo de serviço Conta, salvo para promoção por merecimento.

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9.8. Dos Afastamentos

Afastamento para servir a outro órgão ou entidade (art. 93)

O servidor poderá ser cedido para ter exercício em outro órgão ou entidade dos
Afastamento
Poderes da União, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos Municípios.

Sendo a cessão para órgãos ou entidades dos Esta-


Exercício de cargo em dos, do Distrito Federal ou dos Municípios, o ônus da
Motivo 1 comissão ou função de remuneração será do órgão ou entidade cessionária
confiança. (quem recebeu o servidor), mantido o ônus para o
cedente nos demais casos.
Motivo 2 Nos casos previstos em leis específicas.
Para o exercício de cargo de direção ou de gerência no caso de serviço social autô-
nomo (Sesc, Senai); (Redação dada pela Medida Provisória n. 765, de 2016). O
Motivo 3
ônus da remuneração será do órgão ou da entidade cessionária. A entidade que
recebeu o servidor cedido paga a remuneração.
Na hipótese de o servidor cedido a empresa pública ou sociedade de economia
mista optar pela remuneração do cargo efetivo ou pela remuneração do cargo
Observação efetivo acrescida de percentual da retribuição do cargo em comissão, a entidade
cessionária efetuará o reembolso das despesas realizadas pelo órgão ou entidade
de origem.
Servidor em estágio probatório só poderá ser cedido para exercer cargo em
Observação
comissão de nível DAS-4, 5, 6 ou equivalente.

Afastamento para exercício de mandato eletivo (art. 94)


Servidor será afastado do Não poderá optar pela remuneração.
Mandato federal,
cargo. Exemplo: servidor do Receberá o subsídio do cargo para o
estadual ou distrital
STJ foi eleito Deputado Federal. qual foi eleito.
Poderá optar pela remuneração.
Servidor será afastado. Exem-
O agente fica com a remuneração/
Mandato de prefeito plo: agente da PF foi eleito pre-
subsídio do seu cargo ou receberá o
feito de Unaí (MG).
subsídio do cargo para o qual foi eleito.
Se houver compatibilidade de Não havendo compatibilidade de
Mandato
horários, poderá acumular as horários, será afastado, podendo
de vereador
funções. optar pela remuneração.
No caso de afastamento do cargo, o servidor contribuirá para a seguri-
Observação 1
dade social como se em exercício estivesse.
O servidor investido em mandato eletivo ou classista não poderá ser
Observação 2 removido ou redistribuído de ofício para localidade diversa daquela
onde exerce o mandato.

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Afastamento para estudo ou missão no exterior (art. 95)


Presidente da República, Presidente dos órgãos do Poder Legislativo
Autorização
(Câmara ou Senado) e STF.
Concessão É ato discricionário da Administração.
Não excederá a 4 anos, e finda a missão ou estudo, somente decor-
Prazo e remuneração rido igual período, será permitida nova ausência. Requisitos e remu-
neração são dispostos em regulamento.
Tempo de serviço Conta para todos os efeitos.
Ao servidor beneficiado com esse afastamento não será concedida
exoneração ou licença para tratar de interesse particular antes de
Observação 1
decorrido período igual ao do afastamento, ressalvada a hipótese de
ressarcimento da despesa havida com seu afastamento.
As regras desse afastamento não se aplicam aos servidores da car-
Observação 2
reira diplomática.
O art. 20, § 4º, da Lei n. 8.112/1990 permite o afastamento durante o
estágio probatório. Contudo, com a redação do § 7º, do art. 96-A fica
Observação 3 inviável a concessão durante o estágio probatório. Entende-se que a
intenção do legislador foi de vedar a concessão durante o período do
EP.
Art. 96: "O afastamento de servidor para servir em organismo inter-
Observação 4 nacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere dar-se-á com
perda total da remuneração".

Afastamento para participação em programa de pós-graduação stricto sensu no País


(art. 96-A)
Afastar-se do exercício do cargo efetivo para participar em programa de pós-
Fato -graduação stricto sensu em instituição de ensino superior no País (mestrado,
doutorado ou pós-doutorado).
Remuneração Com remuneração.
• No interesse da Administração;
Requisitos • Desde que a participação não possa ocorrer simultaneamente com o exer-
gerais cício do cargo; ou
• Mediante compensação de horário.
Para Mestrado: servidores titula- Para Doutorado: servidores titulares
res de cargos efetivos no órgão há, de cargos efetivos no órgão há, pelo
Requisitos
pelo menos, três anos. menos, quatro anos.
Específicos
Para Pós-doutorado: servidores titulares de cargos efetivos no órgão há,
pelo menos, 4 anos.

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Na contagem dos prazos acima, inclui-se o período de estágio probatório. E


desde que o servidor não tenha se afastado por licença para tratar de assun-
tos particulares, para gozo de licença capacitação ou para participação em
Observação 1
programa de pós-graduação stricto sensu no País nos 2 anos anteriores à
data da solicitação de afastamento (para mestrado e doutorado). No caso de
pós-doutorado, 4 anos.
Os servidores beneficiados pelos afastamentos terão de permanecer no exer-
cício de suas funções após o seu retorno por um período igual ao do afasta-
Observação 2
mento. Ou, caso o servidor venha a solicitar exoneração do cargo ou aposen-
tadoria, deverá ressarcir o órgão ou a entidade.
Caso o servidor não obtenha o título ou grau que justificou seu afastamento
Observação 3
também deverá ressarcir o órgão ou entidade.

9.9. Das Concessões – Art. 97

As concessões são contadas como efetivo exercício, para todos os efeitos, nos

termos do art. 102, caput.

Doação de sangue Um dia.


Pelo período comprovadamente
necessário para alistamento ou reca-
Alistamento como eleitor
dastramento eleitoral, limitado, em
qualquer caso, a 2 dias.
Casamento 8 dias corridos.
Falecimento de cônjuge ou companheiro, pai,
mãe, madrasta, padrasto, filho, enteado, irmão 8 dias corridos, a partir do óbito.
ou qualquer menor sob sua guarda ou tutela

Horário especial
ao servidor estu- Horário especial ao servidor com deficiência (art. 98, § 1º)
dante (art. 98)
Incompatibilidade Incompatibilidade de horário. Junta médica oficial deve
Condição
de horário. comprovar a necessidade.
Compensação Deve haver. Não se exige.

É extensivo ao servidor que tenha cônjuge, filho ou depen-


Observação -------------------- dente portador de deficiência física. Também não se exige
a compensação de horário (Lei n. 13.370/2016).

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Ao servidor estudante que mudar de sede no interesse da Administração, é assegura-


da, na localidade da nova residência ou na mais próxima, matrícula em instituição de
ensino congênere, em qualquer época, independentemente de vaga. Estende-se ao
cônjuge ou companheiro e aos filhos ou enteados do servidor que vivam na sua com-
panhia, bem como aos menores sob sua guarda, com autorização judicial (art. 99).

No caso de servidor com gratificação de curso ou concurso, quando de-


sempenhado durante a jornada normal de trabalho, as horas relativas a esse en-
cargo somente serão remuneradas se devidamente compensadas (art. 76-A, § 2º)
durante o longo prazo de 1 ano.

9.10. Tempo de Serviço – Art. 100

O tempo de serviço não se confunde com o tempo de contribuição. A diferença


se dá porque o tempo de contribuição pode, no máximo, ser igual ao tempo de
serviço, já que o primeiro é contado para efeitos previdenciários e com base na
efetiva contribuição do servidor para o regime próprio de previdência social, vedada
qualquer forma de contagem fictícia (CF, art. 40, § 10); já o segundo (tempo de
serviço) tem importância para efeitos de disponibilidade e de promoção.

Tempo de serviço: conta para disponibilidade e promoção.


Tempo de contribuição: conta para efeitos previdenciários (aposentadoria).
Hoje, a aposentadoria é por tempo de contribuição.

A apuração do tempo de serviço será feita em dias, que serão convertidos em


anos, considerado o ano de 365 dias (art. 101).
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Períodos que contam como efetivo exercício Períodos que contam apenas para fins
para todos os efeitos. de aposentadoria e disponibilidade.
a) concessões do art. 97 (doação de sangue, a) tempo de serviço público (em cargo
alistamento eleitoral, licença de gala e licença público efetivo e também em emprego
de nojo), além de outras concessões previstas público e cargo de provimento em comis-
em lei específica (serviços do júri, eleições, etc. – são, os quais, embora se submetam regime
inciso VI) – caput; geral de previdência social e contem como
b) férias (arts. 77 a 80, inciso I); compensação recíproca entre os regimes,
c) Cessão para exercer cargo de provimento em não estão incluí­dos na previsão do inciso V
comissão ou equivalente (art. 93, I, inciso II); deste art. 103) prestado aos Estados, ao
d) cessão para exercer cargo de governo (Minis- Distrito Federal e aos Municípios, desde que
tro, Presidente de Estatal) ou de Administração devidamente averbado (inciso I);
(Diretor de Estatal, p.ex), desde que a nomea- b) licença para tratamento de saúde de
ção tenha sido feita pelo Presidente da República pessoa da família do servidor, com remu-
(inciso III); neração, que exceder a 30 (trinta) dias em
e) participação em programa de treinamento período de 12 (doze) meses;
regularmente instituído (inciso IV), o que não c) licença para atividade política, quanto ao
se confunde com a licença para capacitação (art. segundo período, remunerado, que vai do
87); aqui, o servidor vai participar de treina- registro da candidatura na Justiça Eleitoral
mento oferecido pelo próprio órgão/ entidade ou até o décimo dia seguinte ao pleito, desde
repartição conveniada, na mesma sede ou não que não ultrapassado o limite de três meses
(inclusive curso de formação, se não for etapa do (art. 86, § 2º); o primeiro período (entre a
concurso). aprovação em convenção partidária e a vés-
f) júri e outros serviços obrigatórios instituídos por pera do registro da candidatura), bem como
lei, como o trabalho em eleições (inciso VI), e que a parcela do segundo período que eventual-
têm a natureza de concessão; mente ultrapasse os três meses, como são
g) afastamento para missão ou estudo no exterior concedidos sem remuneração, não contam
(inciso VII); como exercício para efeito algum (inciso
h) licença à gestante (art. 207), à adotante (art. III);
210) e à paternidade (art. 208, inciso VIII, a); d) mandato eletivo exercido antes do ingresso
i) licença para tratamento da própria saúde (arts. no serviço público federal (inciso IV);
202 a 206), até o limite (cumulativo ao longo e) tempo de serviço na iniciativa privada,
do serviço público prestado à União) de 24 meses desde que registrado na previdência social
(inciso VIII, b); ultrapassado o limite de 24 meses, (regime geral) (inciso V);
conta somente para fins de aposentadoria e dispo- f) tempo de serviço relativo ao tiro-de-
nibilidade, nos termos do art. 103, VII; -guerra (inciso VI);
j) licença por motivo de acidente em serviço (arts. g) licença para tratamento da própria saúde
211 a 214, inciso VIII, d) – ver comentários ao (arts. 202 a 206), quanto ao período que
art. 211; ultrapassar o limite (cumulativo) de 24
k) licença para capacitação (art. 87, inciso VIII); meses durante o tempo de serviço público
l) licença para o serviço militar (art. 85, inciso federal, nos termos do art. 102, VIII, b.
VIII, f); (obs: até 24 meses, conta-se para todos os
m) período de trânsito para a nova sede, em caso efeitos)
de deslocamento (art. 18, inciso IX); (10 a 30 dias)
n) participação em competição desportiva nacional
(campeonatos, torneios, copas, etc.) ou convoca-
ção para integrar representação desportiva nacio-
nal (seleção brasileira, qualquer que seja a moda-
lidade), no país ou no exterior, conforme disposto
em lei específica (inciso X);
o) afastamento para servir em organismo inter-
nacional de que o Brasil participe ou com o qual
coopere (art. 96, inciso XI).

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Se o gozo de alguma licença ou algum afastamento não contar como efetivo


exercício para todos os efeitos ou não contar apenas para aposentadoria ou dispo-
nibilidade, não contará para nada. Exemplos: faltou para doar sangue, conta para
todos os efeitos, de acordo com a lei. Mandato eletivo exercido antes do ingresso
no serviço público federal conta apenas para aposentadoria e disponibilidade.
Faltou um dia sem motivo, não conta para nada.

Períodos que contam como efetivo exercício para todos os efeitos, exceto

para promoção por merecimento:

�• Afastamento para o exercício de mandato eletivo (art. 94, inc. V);

�• Tempo de mandato eletivo anterior ao ingresso no serviço público federal

somente conta para fins de aposentadoria ou disponibilidade, nos termos do

art. 103, IV;

• Licença para o desempenho de mandato classista (art. 92, inciso VIII, c).

9.11. Direito de Petição

É assegurado ao servidor o direito de requerer aos Poderes Públicos, em defesa


de direito ou interesse legítimo (art. 104).
Temos as seguintes formas, na Lei n. 8.112/1990, de formular pedidos à Admi-
nistração Pública:

Requerimento – trata-se de uma petição formal ou alguma solicitação à

Administração Pública.

Pedido de reconsideração – trata-se de um pedido feito à própria autorida-

de que proferiu a decisão, para que reconsidere (“volte atrás”) o indeferimento

do pedido anterior feito.

Recurso – é um pedido feito à autoridade superior para reformar a decisão

anterior.
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O requerimento será dirigido à autoridade competente para decidi-lo e encami-

nhado por intermédio daquela a que estiver imediatamente subordinado o reque-

rente.

Cabe pedido de reconsideração à autoridade que houver expedido o ato ou pro-

ferido a primeira decisão, não podendo ser renovado.

O requerimento e o pedido de reconsideração de que tratam os artigos anterio-

res deverão ser despachados no prazo de 5 (cinco) dias e decididos dentro de 30

(trinta) dias.

Caberá recurso:

I – do indeferimento do pedido de reconsideração;

II – das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos.

O recurso será dirigido à autoridade imediatamente superior à que tiver ex-

pedido o ato ou proferido a decisão, e, sucessivamente, em escala ascendente, às

demais autoridades. Será encaminhado por intermédio da autoridade a que estiver

imediatamente subordinado o requerente.

O prazo para interposição de pedido de reconsideração ou de recurso é de 30

(trinta) dias, a contar da publicação ou da ciência, pelo interessado, da decisão

recorrida (art. 108).

O recurso poderá ser recebido com efeito suspensivo, a juízo da autoridade

competente.

Com o efeito suspensivo, o recurso não produz os seus efeitos. Exemplo: de-

cisão administrativa determinou descontar dias não trabalhados pelo servidor. Ao

interpor recurso, solicita o efeito suspensivo: se ele for dado, até a decisão final da

análise do recurso, nenhum desconto será efetuado.

O direito de requerer prescreve:

Professor, o que significar prescrever? Hum... Sei que é complicado… Mas em

termos bem simples, prescrição tem a ver com prazo para exercer uma pretensão.
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A pretensão é exercida por meio da ação. Exemplo: cobrarei uma dívida que tenho

com um amigo.

A pretensão está sujeita a prescrição (tem um prazo para “entrar com a ação”):

• em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de cassação de aposen-

tadoria ou disponibilidade, ou que afetem interesse patrimonial e créditos

resultantes das relações de trabalho;

• em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo quando outro prazo for

fixado em lei.

Assim, por exemplo, servidor que foi demitido, tem prazo prescricional de 5

anos para formular pedido requerendo a anulação da demissão.

O prazo de prescrição será contado da data da publicação do ato impugnado

ou da data da ciência pelo interessado, quando o ato não for publicado.

O pedido de reconsideração e o recurso, quando cabíveis, interrompem a pres-

crição. A interrupção inicia novamente a contagem do prazo prescricional, qual-

quer que seja o tempo. Quando da interrupção, deve ser desconsiderado o prazo

já transcorrido, e procede-se a nova contagem, a partir do zero, tendo por termo

inicial a data da interrupção. Essa é, aliás, a grande diferença entre a suspensão

e a interrupção: nesta, o prazo é zerado, enquanto naquela, o prazo volta a correr

contando o tempo já vencido quando da suspensão do ato.

9.12. Regime Disciplinar

Veremos agora o regime disciplinar, que é o conjunto de obrigações que o ser-

vidor possui na sua atividade funcional.

Descumprida uma obrigação, será aberto um processo administrativo para apu-

rar se houve infração administrativa e, em seguida, aplicar a sanção disciplinar.


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9.12.1. Das Responsabilidades – Art. 121

O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular

de suas atribuições. Assim, por um ato que ele cometa, pode responder nas três

esferas.

Relativa a danos de Ressarcimento dos danos causa-


Civil natureza patrimonial ou dos, na forma dos arts. 45 a 47 da
moral. Lei n. 8.112/1990.
A sanção consiste na pena pri-
Abrange os crimes e con-
vativa de liberdade, em regra, e
Penal travenções imputadas ao
Responsabilidade multa como pena acessória. Apli-
servidor.
cação pelo Poder Judiciário.
Decorre do descumpri-
mento dos deveres fun- Sanção administrativa disciplinar
Administrativa
cionais exigidos do servi- (art. 127).
dor (arts. 116 e 117).

Estabelece a lei que as sanções civis, penais e administrativas poderão cumu-

lar-se, sendo independentes entre si. Porém, a regra não é absoluta: a absolvi-

ção penal, por negativa do fato ou negativa de autoria, gera absolvição na via

administrativa (art. 126).

Absolvição na esfera penal por falta ou ausência de provas não vincula a esfera

administrativa.

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A absolvição criminal somente se reflete obrigatoriamente nas demais esferas (ci-


vil e administrativa) se decorrer de negativa de existência do fato (o judiciário
reconhece que o fato de que o servidor é acusado não existiu) ou negativa de
autoria (o fato existiu, mas não foi o servidor que o cometeu). Pode ocorrer de
o servidor ser absolvido na esfera penal por falta de provas e, mesmo assim, ser
condenado na esfera administrativa. Pode ocorrer de o juiz entender que não há
provas suficientes para uma condenação criminal (a mais pesada para a pessoa),
mas, na via administrativa, haver aplicação de sanção.

A Lei de Acesso à Informação, Lei n. 12.527/2011, acrescentou o art. 126-A na Lei


n. 8.112/1990: “Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil, pe-
nal ou administrativamente por dar ciência à autoridade superior ou, quando houver
suspeita de envolvimento desta, a outra autoridade competente para apuração de
informação concernente à prática de crimes ou improbidade de que tenha conheci-
mento, ainda que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou função pública.”.

9.12.2. Das Penalidades – Art. 127

Quais penalidades um servidor pode receber pela prática de uma infração ad-
ministrativa?
Na esfera administrativa, responde com o seu cargo. A sanção máxima será
a demissão. Se o servidor já está aposentado, receberá a sanção de cassação de
aposentadoria. Nesse caso, ele continua sem trabalhar, mas sem receber qualquer

prestação pecuniária.
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Advertência (art. 129) Demissão (art. 130)


Aplicada nos casos do art. 117, I – crime contra a Administração Pública; (arts. 312 a 326 do
incisos I a VIII e XIX, e de inobser- CP);
vância de dever funcional previsto II – abandono de cargo; (falta por mais de 30 dias consecutivos)
em lei, regulamentação ou norma III – inassiduidade habitual; (faltar por 60 dias durante 12
interna, que não justifique imposi- meses)
ção de penalidade mais grave. IV – improbidade administrativa;
I – ausentar-se do serviço durante V – incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição;
o expediente, sem prévia autoriza- (atos que violam o decoro; desvios de conduta; pessoa imode-
ção do chefe imediato; rada em sensualidade)
II – retirar, sem prévia anuência da VI – insubordinação grave em serviço; (não cumpre ordens)
autoridade competente, qualquer VII – ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo
documento ou objeto da reparti- em legítima defesa própria ou de outrem;
ção; VIII – aplicação irregular de dinheiros públicos;
III – recusar fé a documentos IX – revelação de segredo do qual se apropriou em razão do
públicos; cargo;
IV – opor resistência injustificada X – lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacio-
ao andamento de documento e nal;
processo ou execução de serviço; XI – corrupção;
V – manifestação de apreço ou XII – acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públi-
desapreço no recinto da repartição; cas;
VI – cometer a pessoa estranha à XIII – transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117; São eles:
repartição, fora dos casos previstos IX – valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem,
em lei, o desempenho de atribui- em detrimento da dignidade da função pública;
ção que seja de sua responsabili- X – participar de gerência ou administração de sociedade pri-
dade ou de seu subordinado; vada, personificada ou não personificada, exercer o comércio,
VI – coagir ou aliciar subordinados exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário;
no sentido de filiarem-se a asso- XI – atuar, como procurador ou intermediário, junto a reparti-
ciação profissional ou sindical, ou a ções públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciá-
partido político; rios ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de côn-
VII – manter sob sua chefia ime- juge ou companheiro;
diata, em cargo ou função de con- XII – receber propina, comissão, presente ou vantagem de qual-
fiança, cônjuge, companheiro ou quer espécie, em razão de suas atribuições;
parente até o segundo grau civil; XIII – aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estran-
XIX – recusar-se a atualizar seus geiro;
dados cadastrais quando solicitado. XIV – praticar usura sob qualquer de suas formas; (emprestar
dinheiro a juros)
XV – proceder de forma desidiosa; (descaso, desleixo)
XVI – utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em
serviços ou atividades particulares;

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Suspensão (art. 130)


Aplicada em caso de reincidência das faltas punidas com advertência e de violação das
demais proibições que não tipifiquem infração sujeita à penalidade de demissão (XVII e XVIII
do art. 117).
Suspensão é um meio-termo. A infração não é tão leve para aplicar advertência e não é tão
grave que justifique a demissão.
Prazo: não pode exceder a 90 dias.
Observação 1: será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o servidor que,
injustificadamente, recusar-se a ser submetido a inspeção médica determinada pela autoridade
competente, cessando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a determinação (art. 130,
§ 1º).

Observação 2: quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de suspensão poderá


ser convertida em multa, na base de 50% (cinquenta por cento) por dia de vencimento ou
remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço (art. 130, § 2º).

Cassação de aposentadoria ou disponibilidade (art. 134).


Aplicada ao inativo que houver praticado, na atividade, falta punível com a demissão.
Destituição de cargo em comissão ou da função comissionada.
Será aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades de suspensão e de demissão.
Observação: constatada essa hipótese, a exoneração efetuada nos termos do art. 35 será
convertida em destituição de cargo em comissão.

Na aplicação das penalidades, serão consideradas a natureza e a gravidade

da infração cometida, os danos que dela provierem para o serviço público, as cir-

cunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais (art. 128).

Antes de aplicar a sanção, devem ser analisadas essas condições, para, talvez,

aplicar sanção mais grave ou mais branda em relação àquela indicada.

O ato de imposição da penalidade mencionará sempre o fundamento legal e a

causa da sanção disciplinar.

9.12.2.1. Competência para Aplicação das Penalidades – Art. 141

A Lei n. 8.112/1990 definiu quais autoridades têm competência para aplicar

cada sanção.

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Sanção Autoridade competente


Chefe da repartição (ou outra autoridade apontada em regula-
Advertência
mento ou regimento interno).
Suspensão até 30 dias O mesmo da advertência.
Autoridade imediatamente inferior à mais alta de cada órgão
ou Poder (Vice-Presidentes dos Tribunais, Vice-Procurador-Ge-
Suspensão de 31 a 90 dias
ral da República, Vice-Presidente da República e de cada Casa
do Congresso Nacional).

Autoridade mais alta de cada órgão (Presidentes dos Tribunais


Demissão Federais e Procurador-Geral da República) ou Poder (Presidente
da República ou de cada Casa do Congresso Nacional).

Cassação de aposentadoria
O mesmo da demissão.
ou disponibilidade
Destituição de cargo em
Autoridade que nomeou o servidor para o cargo em comissão.
comissão

A destituição de cargo em comissão é uma sanção para aquele que tem

cargo em comissão e praticou infração pela qual seria aplicada suspensão ou

demissão. Assim, cargo em comissão pode receber como punição advertência

ou destituição de cargo em comissão. Ocupante de cargo em comissão não é

demitido. Se ele sai do cargo por punição, esta é a destituição do cargo. Se

sair a pedido, é exoneração. Ao contrário do que a mídia divulga, a autoridade

(exemplo: Ministro) não entrega carta de demissão.

A autoridade competente para determinar destituição de cargo em comissão

não é a autoridade máxima, mas a autoridade nomeante.

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9.12.2.2. Prescrição da Ação Disciplinar – Art. 142

Prazo prescricional Prazo para cancelamento do


Sanção (art. 127)
(art. 142) registro (art. 131)
Advertência 180 dias. 3 anos.
Suspensão 2 anos. 5 anos.
Demissão, cassação de apo-
Nunca, pois a punição tem efeitos
sentadoria ou disponibilidade 5 anos.
permanentes.
e destituição de CC/FC

O prazo prescricional começa a correr quando o fato se torna conhecido por algu-

ma autoridade competente para instaurar o processo administrativo.

Tais prazos de prescrição só têm aplicação se a infração não for também capitu-

lada como crime. No caso de haver coincidência entre a falta funcional e o crime,

vale o prazo prescricional deste, seja menor ou maior.

O termo inicial da contagem do prazo de prescrição dos ilícitos disciplinares não

é, ao contrário do que ocorre no Direito Penal, a data da prática do ato, mas, sim,

a data em que o ato ficou conhecido, foi descoberto.

Estará interrompida a prescrição, de acordo com o § 3º, com a abertura de

qualquer processo disciplinar (abertura de sindicância ou instauração de processo

administrativo disciplinar propriamente dito, nos termos dos arts. 144 e 148), man-

tendo-a interrompida até a decisão final da autoridade competente. A interrupção

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zera a contagem a partir da data do fato interruptivo. A Lei n. 8.112/1990 não fez

previsão de quando a contagem do prazo prescricional reinicia. Esse prazo foi fixa-

do pelo STJ. Veja a nota a seguir:

Segundo entendimento jurisprudencial, não sendo o PAD concluído em 140 dias,

o prazo prescricional volta a ser contado em sua integralidade. Isso porque esse é

o prazo máximo para encerramento do PAD (60 + 60 dias do PAD + 20 dias para

decisão).

Prevê o art. 170 da lei que, extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade jul-

gadora determinará o registro do fato nos assentamentos individuais do servidor.

O Plenário do STF entendeu que o dispositivo é inconstitucional.13 Já que o servidor

não foi condenado, não há justificativa para ficar algum registro em seus assenta-

mentos funcionais.

9.13. Do Processo Administrativo Disciplinar

9.13.1. Instrumentos Processuais de Apuração

São meios para apurar infrações disciplinares: sindicância e processo adminis-

trativo disciplinar.

13 MS 23262/DF, rel. Min. Dias Toffoli, 23.4.2014. Informativo n. 743, STF.

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9.13.2. Sindicância

A sindicância é o procedimento administrativo mais simples, tanto é que é utili-

zada para apurar infrações mais leves.

Pode, também, ser aberta uma sindicância investigativa a fim de apurar a ocor-

rência de uma suposta infração.

Consequências da sindicância:

Conclui-se pela atipicidade da


conduta ou pela inocorrência Arquivamento da sindicância.
do fato
Conclui-se pela existência de
falta funcional punível com
A penalidade deve ser aplicada por meio da própria sindicân-
advertência ou com sus-
cia. Dispensa PAD.
pensão por até 30 dias, e já
se conhece o autor do fato
(autoria)
Conclui-se pela existência
Deve ser encerrada a sindicância e instaurado processo admi-
de infração (materialidade)
nistrativo disciplinar (art. 146).
punível com demissão ou
suspensão superior a 30 dias

O prazo para o término da sindicância é de 30 dias (a contar


Observação da abertura), podendo ser prorrogado uma vez por igual perí-
odo (mais 30).

9.13.3. Afastamento Preventivo do Servidor – Art. 147

Como medida cautelar e a fim de que o servidor não influencie na apuração

da irregularidade, a autoridade instauradora do processo disciplinar poderá deter-

minar o seu afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de até 60 (sessenta)

dias, sem prejuízo da remuneração (leia-se com remuneração), podendo ser

prorrogado por igual prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que não

concluído o processo.
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9.13.4. Comissão – Art. 149

Órgão colegiado composto por três servidores estáveis que devem ser de-

signados pela autoridade competente, na ocasião da instauração do PAD. O único

requisito para integrar a comissão é ser servidor estável. Porém, para ser o presi-

dente da comissão, é necessário, além de ser estável, possuir nível superior ou o

mesmo nível de escolaridade do indiciado, ou ainda, ser titular de cargo de nível

mais elevado ou do mesmo nível.

Nível de escolaridade superior ao do indiciado; ou

Presidente da comissão (condições). Mesmo nível de escolaridade do indiciado; ou


Além da estabilidade, deve ter: Cargo efetivo superior do indiciado; ou
Cargo efetivo do mesmo nível do indiciado.

Para os demais membros, basta que sejam efetivos.

Não pode atuar nos procedimentos disciplinares, integrando comissão de sin-

dicância ou de inquérito, quem seja cônjuge ou companheiro do investigado ou

parente, consanguíneo ou afim, até o terceiro grau.

A comissão exercerá suas atividades com independência e imparcialidade, as-

segurado o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da Ad-

ministração.

Segundo a Súmula Vinculante n. 5 do STF, a falta de defesa técnica por advogado

no processo disciplinar não viola a Constituição.

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O servidor deve ser citado por meio de mandado expedido pelo presidente da

comissão, para que apresente a defesa, por escrito e no prazo de 10 dias. O prazo

de 10 dias, prorrogável uma vez pelo dobro, será dilatado para 20 dias, quando

houver mais de um acusado.

Achando-se o indiciado em lugar incerto e não sabido, será citado por edital,

publicado no Diário Oficial da União e em jornal de grande circulação na localidade

do último domicílio conhecido, para apresentar defesa. Nesse caso, o prazo para

defesa será de 15 (quinze) dias a partir da última publicação do edital.

A citação por edital é uma citação ficta, pois presume-se que o servidor foi noti-

ficado, mas, na prática, o servidor não tem o conhecimento de que foi cientificado.

Serve para o processo administrativo poder transcorrer.

Durante o tempo em que trabalho com PAD, só vi uma vez uma citação por

edital. Foi o caso de um servidor que foi indiciado por abandono de cargo, quando

faltou por mais de 30 dias consecutivos. O servidor sumiu e o processo tinha de

continuar. Ele foi citado por edital e, como esperávamos, não apareceu. O processo

teve o seu curso, mas, antes de finalizado o PAD e aplicada a demissão, ele com-

pareceu e apresentou justificativa.

Sabe por que sumiu?

Ele teve uma relação extraconjugal com a esposa do vizinho e estava ameaçado

de morte. A ameaça era séria, pois o marido traído era temido na região. Tanto é

que o marido traído foi assassinado por um outro desafeto. Por isso o desapare-

cimento do servidor. No final, não foi aplicada a demissão porque ele não tinha a

vontade de abandonar o cargo (animus abandonandi).

Voltemos ao processo disciplinar...

Considerar-se-á revel o indiciado que, regularmente citado, não apresentar de-

fesa no prazo legal.


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O PAD se desenvolve nas seguintes fases: instauração, inquérito e julgamento.


Inquérito é a fase de investigação propriamente dita, conduzida pela comis-
são (chamada de “comissão de inquérito”). Tem início logo após a instauração e só
termina com a conclusão do relatório pela comissão. É também aqui que o servidor
investigado exerce a defesa. O inquérito divide-se em três subfases, as quais são:
a) Instrução: é a fase de produção de provas, em que a comissão vai colher
depoimentos de testemunhas de acusação e de defesa, do acusado, vai requerer a
produção de perícias, requisitar documentos, e todas as atuações que julgar cabíveis
na busca da verdade real;
b) Defesa: terminada a instrução, vem a oportunidade do servidor acusado de
exercer sua defesa, contraditando as provas eventualmente contra ele produzidas
pela comissão. A defesa é parte fundamental do processo, tanto que sua ausência
é causa de nulidade (art. 169);
c) Relatório: é a conclusão da comissão de inquérito, que deve elaborá-lo e
encaminhá-lo à autoridade competente para o julgamento. O relatório deve ser
conclusivo, isto é, deve conter claramente um juízo de valor sobre a conduta do
indiciado, absolvendo-o ou recomendando a aplicação de uma punição específica.
Deve ser pleno, adequado e perfeitamente motivado.
O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade
do servidor. Não vincula a autoridade que julgará o processo: trata-se de um verda-
deiro parecer obrigatório, imprescindível à validade do processo, mas não é vincu-
lante (art. 168, caput). Porém, caso não acate a decisão da comissão, a autoridade
julgadora deverá motivar o ato (art. 168, parágrafo único).
Conforme dito anteriormente, o julgamento é a última fase do processo admi-
nistrativo disciplinar, na qual se resolverá sobre a culpa ou não do servidor proces-
sado. O prazo para julgamento é de 20 dias, a contar do recebimento dos autos,
independentemente da complexidade do processo ou do número de indiciados. A
lei não prevê prorrogação do prazo, embora seja oportuno lembrar que o julgamen-

to fora do prazo não implica nulidade do processo (art. 169, § 1º).


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O julgamento acatará o relatório da comissão, salvo quando contrário às pro-


vas dos autos. Quando o relatório da comissão contrariar as provas dos autos,
a autoridade julgadora poderá, motivadamente, agravar a penalidade proposta,
abrandá-la ou isentar o servidor de responsabilidade.
É incomum a autoridade julgadora aplicar sanção diversa daquela sugerida pela
comissão, pois foi a comissão que realmente se aprofundou na análise da infração e
apontou todas as justificativas para a devida sanção. Apenas se o relatório final da
comissão não for bem feito é que, geralmente, há aplicação de outra sanção pela
autoridade competente.

9.13.5. Prazo para Conclusão do PAD – Art. 152

O prazo para a conclusão do processo disciplinar não excederá 60 dias, contados


da data de publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua prorro-
gação por igual prazo, quando as circunstâncias o exigirem.
O termo inicial do prazo é a publicação do ato de instauração. O julgamento
fora do prazo não implica nulidade do processo (art. 169, § 1º), mas pode causar
a prescrição intercorrente, pois a partir do término do prazo previsto em lei volta
a correr o prazo prescricional. De acordo com a jurisprudência, o termo final desse
prazo é a conclusão do relatório pela comissão de inquérito, e não o julgamento
em si, do que resulta que o prazo total do processo é de, no máximo, 140 dias
(60+60+20).

9.13.6. Revisão do PAD – Art. 174

O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de


ofício, quando se aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar
a inocência do punido ou a inadequação da penalidade aplicada. Em caso de fa-
lecimento, ausência ou desaparecimento do servidor, qualquer pessoa da família

poderá requerer a revisão do processo.


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Da revisão não pode resultar agravamento da sanção aplicada.

A simples alegação de injustiça da penalidade não constitui fundamento para a


revisão, que requer elementos novos, ainda não apreciados no processo originário
(art. 176).
A comissão revisora terá 60 dias para a conclusão dos trabalhos.
O prazo para julgamento será de 20 dias, contados do recebimento do processo,
no curso do qual a autoridade julgadora poderá determinar diligências.
A autoridade julgadora do processo de revisão é a mesma que aplicou a penali-
dade, nos termos do art. 141, ao qual remetemos o leitor.

9.14. Processo Sumário para Verificação de Acumulação Ile-


gal de Cargos, Empregos e Funções – Art. 133 e para Demissão
por Abandono de Cargo e Inassiduidade Habitual

Cabimento: abandono de cargo, inassiduidade habitual e acumulação ilegal de


cargos, empregos e funções.

9.14.1. Processo Sumário para Verificação de Acumulação


Ilegal de Cargos

Verificado que o servidor descumpre as normas para a acumulação lícita de car-


gos, empregos ou funções (arts. 118-120), deve ser notificado (por intermédio da
chefia imediata) pela autoridade que tiver conhecimento do fato para optar entre
um deles, no prazo de 10 dias, a contar da ciência da notificação. A opção feita
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dentro do prazo equivale a pedido de exoneração do cargo preterido (§ 5º), não


podendo o servidor ser, nesse caso, punido, pois se presume a boa-fé na acumu-
lação (§ 5º). Como efeitos de decisão condenatória, o servidor perde os dois
(ambos) cargos ou empregos ou funções (§ 6º), devendo haver comunicação aos
dois órgãos ou entidades.
Vejamos:
O prazo para a conclusão do procedimento sumário é de 30 dias (§ 7º), con-
tados da instauração, podendo ser prorrogado por mais 15 dias. Porém, deve-se
lembrar de que o julgamento fora do prazo não acarreta nulidade do processo (art.
169, § 1º).
O abandono de cargo e a inassiduidade habitual também serão apurados me-
diante processo sumário.

9.14.2. Abandono de Cargo – Art. 138

É a conduta do servidor que, intencionalmente, deixa de comparecer ao traba-


lho por mais de 30 dias consecutivos.

Tem de haver: ausência por mais de 30 dias (elemento objetivo) + vontade

de abandonar o cargo (animus abandonandi) (elemento subjetivo).

9.14.3. Inassiduidade Habitual (art. 139)

Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao serviço, sem causa justificada,


por 60 dias, interpoladamente, durante o período de 12 meses. De acordo com o
STF, a inassiduidade decorrente de greve não pode implicar exoneração de servidor
em estágio probatório nem sanção disciplinar. RE n. 226.966/RS e ADI n. 3.235/AL,

respectivamente.
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9.15. Seguridade Social do Servidor – Arts. 183 e Seguintes

O servidor que ocupa exclusivamente cargo em comissão é regido pela Lei n.

8.112/1990. No entanto, quanto à seguridade social, será regido pelo Regime Ge-

ral da Previdência Social (RGPS), salvo no que se refere à assistência à saúde.

Os destinatários dos benefícios são o servidor e a família.

9.15.1. Benefícios Prestados ao Servidor

Os benefícios são:

a) Aposentadoria (arts. 186-195, com as modificações trazidas pelas ECs n.

20/1998, 41/2003 e 47/2005 ao art. 40 da CF), que é a inatividade permanente e

remunerada;

b) Auxílio-natalidade (art. 196), valor pago em virtude do nascimento de filho;

c) Salário-família (arts. 197-201);

d) Licença para tratamento da própria saúde (arts. 202-206);

• Até o limite de 24 meses;

• A pedido do servidor ou de ofício pela Administração;

• Concedida com base em perícia oficial.

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e) Licença à gestante (art. 207), à adotante (art. 210) e licença-paternidade

(art. 208);

f) Licença por acidente em serviço ou moléstia profissional (arts. 211-214);

g) Garantia de condições individuais e ambientais de trabalho favoráveis, que

deverão ser apuradas nos termos dos arts. 154-233 da CLT (no que for aplicável),

por analogia, uma vez que a Lei n. 8.112/1990 nada dispõe a esse respeito, a não

ser com relação a:

• condições de trabalho e de férias do servidor que trabalha diretamente com

raios x (arts. 72 e 79).

Veremos cada um desses benefícios!

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Advertência

Suspensão
Demissão
Sanções Dano patrimonial
Cassação de aposentadoria Civil
ou disponibilidade
Dano moral
Destituição de CC ou FC RESPONSABILIDADES Crimes
Penal
Contravenções
Advertência Administrativa
Sindicância
Suspensão até
30 dias

Suspensão mais LEI N. 8.112


de 30 dias

Demissão

PAD Advertência
INSTRUMENTOS 180 dias Cancelamento
Cassação de aposentadoria
3 anos
ou disponibilidade
PRESCRIÇÃO Suspensão
Destituição de CC ou FC 2 anos Cancelamento
5 anos
Demissão
Não há
Abandono de cargo 5 anos
cancelamento
Inassiduidade habitual Procedimento
sumário
Acumulação ilícita
de cargos

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Nomeação
Exoneração
Promoção
Demissão
Punição Aproveitamento
Promoção Reversão
VACÂNCIA Aposentado retorna
PROVIMENTOS
Readaptação Limitação capacidade
Readaptação física ou mental
Aposentadoria
Posse em cargo inacumulável Demissão invalidade
Reintegração
Falecimento via adm. ou judicial
Recondução
Retorno cargo anterior

Doenças em pessoas da família Ajuda de custo


Afastamento do cônjuge Diárias
INDENIZAÇÃO
Serviço militar Transporte
Atividade de política LICENÇAS LEI N. 8.112 Auxílio moradia

Capacitação Retribuição pelo exercício


de FC ou CC
Tratar de interesses
particulares GRATIFICAÇÃO
VANTAGENS Gratificação natalina
Mandato classista
Encargo de curso ou concurso
Insalubridade, periculosidade
Servir a outros órgãos ou entidades
penosidade
Exercícios de mandato eletivo Serviço extraordinário
ADICIONAIS
AFASTAMENTOS
Estudo ou missão no exterior Noturno
Férias
Pós-graduação stricto sensu no pais

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QUESTÕES DE CONCURSO

1. (CESPE/BACEN/2013) A investidura em cargo público ocorre no ato da posse do

indivíduo.

2. (CESPE/BACEN/2013) Se uma pessoa foi nomeada para determinado cargo to-

mar posse desse cargo, mas não entrar em exercício dentro do prazo legal, ela

deverá ser exonerada de ofício.

3. (CESPE/BACEN/2013) Um servidor poderá ser punido nas esferas administrati-

va, civil e criminal, de forma cumulativa.

4. (CESPE/PCDF/AGENTE DE POLÍCIA/2013) Os cargos em comissão e as funções

de confiança podem ser preenchidos por livre escolha da autoridade administrativa

entre pessoas sem vínculo com a administração pública.

5. (CESPE/MPU/ANALISTA – DIREITO/2013) São requisitos para a investidura em

cargo público, entre outros, a idade mínima de dezoito anos e a aptidão física e

mental, podendo as atribuições do cargo justificar a exigência de outros requisitos

estabelecidos em lei.

6. (CESPE/MPU/TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ÁREA ADMINISTRATIVA/2013) É

permitida a acumulação remunerada de cargo de professor de universidade pública

estadual com o de procurador da República, ainda que não haja compatibilidade de

horários.

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7. (CESPE/TCE-RS/OFICIAL DE CONTROLE EXTERNO/2014) Professor estrangei-

ro que resida no Brasil e pretenda ocupar cargo público em universidade federal

somente poderá atuar como professor visitante, visto que a investidura em cargo

público é restrita a brasileiros natos ou naturalizados.

8. (CESPE/TCE-RS/OFICIAL DE CONTROLE EXTERNO/2013) Para a instauração de

processo administrativo disciplinar para a apuração de responsabilidade de servi-

dor público, deve ser composta comissão com três servidores estáveis, devendo o

presidente da comissão ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível

do indiciado, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao dele.

9. (ANS/ATIVIDADE TÉC. DE SUPORTE/DIREITO) Quanto ao regime jurídico dos

servidores públicos, aponte a alternativa correta.

a) Os servidores contratados por tempo determinado para atender a necessidade

temporária de excepcional interesse público passam a integrar o regime estatutá-

rio.

b) O servidor público investido no mandato de vereador, será afastado do cargo,

emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.

c) A proibição de acumulação remunerada de cargos públicos estende-se a em-

pregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades

de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indireta-

mente, pelo Poder Público.


d) Os servidores públicos adquirem estabilidade após o efetivo exercício por 2

(dois) anos no cargo de provimento efetivo.

e) O servidor público estável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial

transitada em julgado; em virtude de sindicância em que lhe seja assegurada am-

pla defesa; ou mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na

forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.


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10. (ANS/ATIVIDADE TÉC. DE SUPORTE/DIREITO) No que se refere aos servidores


públicos, qual a alternativa correta?
a) Apenas brasileiros natos podem ocupar cargos públicos.
b) A promoção é uma forma de provimento originário.
c) Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e
decorrerá de inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo ou reintegra-
ção do anterior ocupante
d) Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, para quadro dis-
tinto do que ocupava, com ou sem mudança de sede

11. (CESPE/TRT 8ª REGIÃO (PA E AP)/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRA-


TIVA/2014) À luz da CF, assinale a opção correta a respeito da administração pú-
blica.
a) A CF estabelece que a aposentadoria dos servidores públicos da União será
compulsória aos setenta anos de idade no caso dos homens e aos sessenta e cinco
anos de idade no caso das mulheres, com proventos proporcionais ao tempo de
contribuição.
b) As funções de confiança, que deverão ser exercidas exclusivamente por servido-
res ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, que deverão ser preen-
chidos por servidores de carreira, são exceções à regra estabelecida pelo princípio
da eficiência administrativa.
c) A lei deverá reservar percentual dos cargos e empregos públicos para as pesso-
as idosas e definir os critérios de admissão dessas pessoas.
d) É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, salvo se um dos cargos
for de nível superior e o outro, de nível médio, ambos na área jurídica.
e) Os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de con-
curso público poderão adquirir a estabilidade após três anos de efetivo exercício,
sendo condição para a aquisição da referida estabilidade avaliação especial de de-
sempenho por comissão instituída.
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12. (ANVISA/TÉCNICO ADMINISTRATIVO) Com relação à Lei n. 8.112/1990, que

trata do regime jurídico dos servidores públicos civis da União, assinale a alterna-

tiva incorreta.

a) Não há adicional sobre vencimento do cargo efetivo para servidores que tra-

balhem com habitualidade em locais insalubres ou em contato permanente com

substâncias tóxicas, radioativas ou com risco de vida, uma vez que o salário já é

diferenciado para o exercício desses tipos de atividades.

b) O servidor público readaptando, se julgado incapaz para o exercício do serviço

público, será aposentado.

c) É possível a reversão à atividade de servidor aposentado, no interesse da ad-

ministração, desde que a aposentadoria tenha sido voluntária, que o servidor es-

tivesse gozando de estabilidade quando na atividade, que a aposentadoria tenha

ocorrido nos 5 anos anteriores à solicitação, que haja cargo vago e que a reversão

tenha sido solicitada.

d) A posse de um servidor público poderá dar-se mediante procuração específica.

e) Às pessoas portadoras de deficiência, serão reservadas até 20% das vagas ofe-

recidas em concurso.

13. (CESPE/TRT 8ª REGIÃO (PA E AP)/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRA-

TIVA/2014) Acerca das disposições da Lei n. 8.112/1990 relacionadas ao processo

administrativo disciplinar, assinale a opção correta.

a) O processo disciplinar poderá ser revisto quando se aduzirem fatos novos sus-

cetíveis de justificar a inadequação da penalidade aplicada, devendo o requeri-

mento de revisão do processo ser dirigido ao ministro de Estado competente ou a

autoridade equivalente.

b) O processo disciplinar deve ser conduzido por comissão composta de três ser-

vidores estáveis e ocupantes de cargo efetivo de mesmo nível ou de nível superior

ao do indiciado.
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c) Concluído o interrogatório do acusado, a comissão deverá promover a inquirição

das testemunhas.

d) Na hipótese de sugestão, pela comissão processante, em um mesmo processo

administrativo disciplinar, de aplicação da penalidade de cassação de aposentadoria

a um indiciado e da aplicação da penalidade de suspensão de vinte dias a outro in-

diciado, o julgamento, em cada caso, caberá ao chefe da repartição em que estiver

lotado o indiciado.

e) Da sindicância poderá resultar a aplicação de penalidade de suspensão de até

sessenta dias.

14. (CESPE/TRT 8ª REGIÃO (PA E AP)/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRA-

TIVA/2014) A propósito das vantagens previstas na Lei n. 8.112/1990 que podem

ser pagas ao servidor, assinale a opção correta.

a) A ajuda de custo destina-se a compensar as despesas de instalação do servidor

que, no interesse do serviço, passar a ter exercício em nova sede, com mudança

de domicílio em caráter eventual.

b) A gratificação por encargo de curso ou concurso será devida ao servidor que,

em caráter eventual, participar de banca examinadora para exames orais e so-

mente será paga se a referida atividade for exercida sem prejuízo das atribuições

de seu cargo, ou mediante compensação de carga horária, quando desempenhada

durante a jornada de trabalho.

c) As gratificações, os adicionais e as indenizações incorporam-se ao vencimento,

nos casos e condições indicados em lei.

d) É possível a concessão de auxílio-moradia para o servidor cujo deslocamento

tenha ocorrido por força de alteração de lotação resultante de concurso de remoção

a pedido.

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e) A ajuda de custo consiste em vantagem indenizatória que se destina a com-

pensar as despesas de instalação do servidor que, no interesse do serviço, passar

a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter transitório ou

permanente.

15. (CESPE/MJ/ANALISTA TÉCNICO – ADMINISTRATIVO/2013) Conforme decisão

recente do STJ, o adicional noturno previsto na Lei n. 8.112/1990 será devido ao

servidor público federal que preste serviço em horário compreendido entre 22 ho-

ras de um dia e 5 horas do dia seguinte. Entretanto, esse adicional não será devido

se o serviço for prestado em regime de plantão.

16. (CESPE/MJ/ANALISTA TÉCNICO – ADMINISTRATIVO/2013) Segundo entendi-

mento firmado pelo STJ, o candidato aprovado fora das vagas previstas originaria-

mente no edital, mas classificado até o limite das vagas surgidas durante o prazo

de validade do concurso, possui direito líquido e certo à nomeação se o edital dis-

puser que serão providas, além das vagas oferecidas, as outras que vierem a existir

durante a validade do certame

17. (CESPE/CGE-PI/AUDITOR GOVERNAMENTAL/2015) A licença para tratar de in-

teresse particular concedida a servidor não poderá ser interrompida pela adminis-

tração, senão a pedido do próprio servidor.

18. (CESPE/MPU/ANALISTA DO MPU/2015) O ocupante de cargo vitalício só perde

o cargo mediante regular processo judicial com sentença transitada em julgado.

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19. (CESPE/TJ-DF/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/2015) Os servidores públicos

abrangidos pelo regime próprio de previdência social da União, dos estados, do DF

e dos municípios fazem jus a aposentadoria por invalidez permanente, com pro-

ventos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se a invalidez decorrer de

acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurá-

vel, na forma da lei.

20. (2015/CESPE/FUB/ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO) Servidor público apo-

sentado poderá ter a sua aposentadoria cassada em função de condenação por

infração vinculada ao cargo público anteriormente ocupado.

21. (CESPE/TJ-PB/JUIZ SUBSTITUTO/2015) No que concerne à administração pú-

blica direta e indireta e ao regime jurídico dos servidores públicos civis da União,

assinale a opção correta.

a) No nível federal, a qualificação de uma autarquia como agência executiva exige

edição de lei específica de iniciativa da Presidência da República.

b) De acordo com a jurisprudência do STJ, regras impostas por uma agência regu-

ladora, mediante a edição de atos normativos secundários, em prol da população,

não têm natureza impositiva com relação às demais entidades atuantes no setor

regulado.

c) Conforme a jurisprudência do STJ, o tempo de serviço prestado por servidores

públicos federais no âmbito das empresas públicas e sociedades de economia mis-

ta integrantes da administração pública indireta deve ser computado para fins de

promoção e licença capacitação.

d) Para a contratação de serviços relacionados diretamente a sua atividade-fim, a

empresa pública exploradora de atividade econômica não precisa realizar procedi-

mento licitatório.
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e) Na esfera estadual, é vedado a uma mesma agência reguladora atuar na nor-

matização de mais de um serviço público titularizado pelo estado.

22. (CESPE/TJ-PB/JUIZ SUBSTITUTO/2015) Com fundamento na legislação e na

jurisprudência do STJ e do STF a respeito dos agentes públicos e do regime jurídico

dos servidores públicos civis da União, assinale a opção correta.

a) Os efeitos financeiros de decisão, proferida por magistrado em mandado de se-

gurança, que acate o pedido de reintegração de servidor público no cargo devem

incidir a partir da data da impetração do mandado, embora os efeitos funcionais

devam retroagir à data do ato de demissão.

b) O servidor público federal que se valer do cargo ocupado para lograr proveito

pessoal, em detrimento da dignidade da função pública, poderá receber pena diver-

sa da demissão, de acordo com a discricionariedade do administrador.

c) Será correta a decisão proferida por magistrado que declare a nulidade de pro-

cesso administrativo disciplinar no âmbito do qual tenha sido promovida a citação

por edital de servidor público federal que se encontrava em lugar incerto e não sa-

bido, visto que essa forma de citação é vedada pela Lei n. 8.112/1990.

d) Será ilegítimo o ato da administração pública que desconte os dias não trabalha-

dos da remuneração de servidores públicos participantes de movimento paredista,

sendo obrigatório, em tal hipótese, que a administração pública promova a com-

pensação dos dias paralisados.

e) A estabilidade típica do regime estatutário não se estende aos empregados pú-

blicos de sociedade de economia mista prestadora de serviço público, razão pela

qual a demissão desses trabalhadores pode se dar mesmo que sem motivação ou

justificativa.

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23. (CESPE/TRF 1ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/2015) Assinale a opção


correta a respeito das autarquias federais e de seus regimes jurídicos.
a) Os conselhos profissionais de caráter nacional passaram a ser reconhecidos
como autarquias federais por meio da Lei n. 9.649/1998. Entretanto, por essa lei
ter sido declarada inconstitucional pelo STF, tais conselhos são atualmente entes
privados que prestam serviços públicos delegados pela União.
b) As autarquias federais gozam de privilégios processuais como prazo em dobro
para contestação, isenção de custas processuais, duplo grau de jurisdição obriga-
tório e dispensa do depósito prévio no ajuizamento de ação rescisória.
c) O regime de pessoal das autarquias federais é o regime jurídico único, sendo
o quadro de pessoal dessas entidades composto por agentes políticos sujeitos a
regras como exigência de concurso público, vedação à acumulação, teto remune-
ratório e estabilidade.
d) A elaboração e o controle de orçamentos e balanços das autarquias federais
são regulados pela Lei n. 4.320/1964 e pelas regras de responsabilidade fiscal da
Lei Complementar n.º 101/2000. As autarquias federais também estão sujeitas à
fiscalização do TCU.
e) As autarquias federais gozam de imunidade tributária sobre seu patrimônio,
renda e serviços, e, sobre estes mesmos elementos, de imunidade fiscalizatória, o
que impede que outras pessoas jurídicas de direito público lhes imponham multas
administrativas.

24. (CESPE/TJDFT/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/2016) Considerando o regime


jurídico dos servidores públicos e as jurisprudências consolidadas do STF e do STJ,
assinale a opção correta.
a) A portaria de instauração de processo administrativo disciplinar dispensa a des-
crição minuciosa da imputação contra o servidor público, exigida na fase de indi-
ciamento.
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b) Não se admite a aposentadoria especial do servidor público com deficiência.


c) Ao profissional médico é permitida a cumulação de dois cargos públicos na área
de saúde, sem limitação quanto à duração da jornada total de trabalho, desde que
não haja comprometimento do princípio constitucional da eficiência.
d) A falta de intervenção de advogado, em atos do processo administrativo disci-
plinar, impõe a nulidade absoluta.
e) A fundamentação por referência (per relationem) no ato decisório que determi-
na a demissão de servidor público é insuficiente para constituir a motivação de ato

administrativo.

25. (CESPE/TJDFT/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/2016) No que concerne ao regi-

me jurídico do servidor estatutário e do empregado público e ao regime de previ-

dência social para ambos, assinale a opção correta.

a) O RGPS organizado pelo INSS se aplica aos empregados das pessoas jurídicas

de direito privado da administração indireta e aos empregados públicos em geral,

deles excluídos os servidores ocupantes exclusivamente de cargos em comissão e

os servidores temporários.

b) O RGPS é obrigatório para os servidores que ingressaram no serviço público até

a data da publicação do ato de instituição desse regime, e facultativo para os que

ingressaram no serviço público depois da instituição desse regime.

c) Em que pese a alteração promovida pela Emenda Constitucional n. 19, que

implementou, em 1998, a reforma da administração pública, permanece válida a

norma constitucional que determina que todos os entes federativos devem instituir

regime jurídico único para os servidores da administração pública direta, das autar-

quias e das fundações de direito público.

d) O regime de emprego público regulamentado pela Lei n. 9.962/2000 incide so-

bre os servidores da administração federal direta, mas não sobre os servidores das

autarquias, das empresas públicas e das sociedades de economia mista.


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e) Os cargos em comissão e as funções de confiança podem ser exercidos por qual-

quer pessoa, servidor público ou não, cabendo à legislação ordinária estabelecer os

casos, as condições e os percentuais mínimos de cargos comissionados destinados

aos servidores de carreira.

26. (CESPE/TRT 8ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2016) De acordo com a Lei n.

8.112/1990, que trata do regime jurídico dos servidores públicos federais, a rever-

são

a) não se aplica ao servidor aposentado que já tiver completado setenta anos de

idade.

b) ocorrerá quando a demissão do servidor for anulada por decisão administrativa

ou judicial.

c) ocorre quando o servidor estável retorna ao cargo anterior, em decorrência de

inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo.

d) pode ocorrer no interesse do requerente aposentado, desde que haja solicitação

nos últimos cinco anos.


e) poderá ser aplicada quando o servidor aposentado por invalidez ou por tempo

de contribuição tiver a sua aposentadoria anulada por decisão judicial.

27. 27. (CESPE/TRE-RS/CBTC/2015) Com relação ao regime jurídico dos servido-

res públicos da União, assinale a opção correta nos termos da Lei n. 8.112/1990.

a) A nomeação para cargo isolado de provimento efetivo depende de prévia habi-

litação em concurso público.

b) Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, acrescido

das indenizações que porventura sejam devidas ao servidor.

c) O auxílio-moradia consiste no ressarcimento das despesas comprovadamente

realizadas pelo servidor com moradia, sendo cabível o seu pagamento na hipótese

de deslocamento do servidor por força de alteração de lotação.


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d) Constitui requisito básico para investidura em cargo público a quitação com as

obrigações trabalhistas, militares e eleitorais.

e) A demissão de ocupante de cargo em comissão pode dar-se a pedido do servi-

dor ou de ofício pela administração.

28. (CESPE/TRE-RS/CBTC/2015) Com relação ao regime disciplinar dos servidores

públicos civis da União, assinale a opção correta.

a) A destituição de servidor de cargo em comissão por infração à proibição de se

valer do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem em detrimento da dig-

nidade da função pública incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em

cargo público federal pelo prazo de cinco anos.

b) O processo administrativo disciplinar pode ser revisto a qualquer tempo na hi-

pótese de se aduzirem fatos novos suscetíveis de justificar inadequação da penali-

dade aplicada, podendo resultar, inclusive, em agravamento de penalidade.

c) A penalidade de suspensão poderá ser aplicada ao servidor na hipótese de in-

fração disciplinar consistente em insubordinação grave em serviço.

d) A responsabilidade administrativa do servidor deverá ser afastada caso tenha

ocorrido absolvição criminal por insuficiência de provas.

e) O processo administrativo disciplinar destinado à apuração da infração discipli-

nar de acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas desenvolve-se

em procedimento sumário nas fases de instauração, inquérito administrativo e jul-

gamento.

29. (CESPE/TRE-MT/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2015) No que se refere ao dis-

posto na Lei n. 8.112/1990 e ao processo administrativo disciplinar, assinale a op-

ção correta.

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a) A fase do julgamento do processo administrativo disciplinar compreende a ela-


boração do relatório final pela comissão processante e a aplicação de penalidade
disciplinar pela autoridade competente.
b) Em se tratando de sindicância punitiva, não é necessário observar o devido
processo legal e a ampla defesa, ao contrário do que ocorre em caso de processo
administrativo disciplinar.
c) Na hipótese de invalidação, por decisão judicial, da demissão de servidor público
estável, deverá o servidor ser reintegrado no cargo por ele ocupado anteriormente
ou no cargo resultante de sua transformação.
d) A violação, pelo servidor, do dever de manter conduta compatível com a mora-
lidade administrativa pode resultar na aplicação da penalidade de demissão.
e) O inativo, ainda que tenha praticado infração disciplinar na atividade, não pode
ser submetido a processo administrativo disciplinar.

30. (CESPE/TRE-MT/ANALISTA JUDICIÁRIO/2015) Com base no que dispõe a


Constituição Federal (CF) sobre os servidores públicos, assinale a opção correta.
a) As funções de confiança devem ser exercidas exclusivamente por servidores
ocupantes de cargos efetivos na administração.
b) A investidura em cargo público depende da aprovação prévia em concurso pú-
blico, cujo prazo de validade previsto em lei é de dois anos, admitidas sucessivas
prorrogações pelo mesmo período.
c) O regime de subsídio foi imposto pela CF como forma obrigatória de remune-
ração para os cargos efetivos e empregos públicos criados após sua promulgação.
d) O servidor público federal adquire estabilidade no serviço público após dois anos
de efetivo exercício do cargo por ele ocupado, somente podendo perder seu cargo
por decisão judicial definitiva.
e) Somente brasileiros natos ou naturalizados podem ocupar os cargos públicos

efetivos, porém admite-se a ocupação de cargos em comissão por estrangeiros.

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31. (CESPE/TRE-MT/CG 1.2.4.5/2015) No que tange ao regime jurídico dos servi-

dores públicos civis da União, assinale a opção correta.

a) A remoção, que pode ser de ofício, no interesse da administração, consiste no

deslocamento do servidor no âmbito do mesmo quadro, com a necessária mudança

de sede.

b) Se receber diárias e não se afastar da sede por motivo de força maior, o servidor

público ficará obrigado a restituir integralmente o valor recebido, no prazo de cinco

dias.

c) A responsabilidade administrativa do servidor deverá ser afastada no caso de

absolvição criminal por insuficiência de provas.

d) Caso sejam aduzidas circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do pu-

nido em processo administrativo disciplinar, este poderá ser revisto a qualquer

tempo, cabendo o ônus da prova à administração.

e) A posse corresponde ao efetivo desempenho das atribuições, tanto do cargo

público quanto da função de confiança.

32. (CESPE/TRE-MT/CG 6/2015) No que tange ao regime jurídico dos servidores

públicos civis da União, assinale a opção correta.

a) A autoridade julgadora do processo administrativo disciplinar poderá, motivada-

mente, aumentar a penalidade proposta no relatório da comissão processante na

hipótese de esse relatório contrariar as provas dos autos.

b) O auxílio-moradia, que poderá ser concedido quando não houver imóvel fun-

cional disponível para uso pelo servidor, consiste no ressarcimento das despesas

realizadas pelo servidor com aluguel de moradia ou com meio de hospedagem ad-

ministrado por empresa hoteleira, devendo a comprovação das despesas ser feita

no final de cada ano.


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c) A nomeação dos servidores públicos federais para cargos de provimento em


comissão dispensa a observância da Lei n. 8.112/1990, cuja aplicação restringe-se
aos servidores públicos nomeados em caráter efetivo.
d) A vacância do cargo público poderá decorrer de demissão efetivada a pedido do
servidor.
e) O servidor público pode ser responsabilizado civilmente por dar ciência à autori-
dade superior sobre ato de improbidade administrativa praticado por outro servidor
público da qual tenha conhecimento em decorrência de seu cargo.

33. (CESPE/TJDFT/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2015) De acordo com o entendi-


mento firmado pelo STF, apenas nos casos expressamente previstos em lei pode o
servidor aposentar-se com proventos integrais em razão de doença grave ou incu-
rável.

34. (CESPE/TJDFT/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2015) Em razão do atributo da au-


toexecutoriedade dos atos administrativos, é possível a execução dos efeitos da
pena imposta a servidor público antes do trânsito em julgado da decisão conde-
natória em processo administrativo disciplinar, ou seja, ainda que esteja pendente
julgamento de recurso administrativo.

35. (CESPE/TJDFT/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2015) Indivíduo aposentado em


emprego público pelo regime oficial da previdência social pode tanto exercer função
pública em caráter temporário quanto ocupar cargo em comissão de livre nomea-
ção, por não se configurar, nesses casos, acumulação de cargos públicos.

36. (CESPE/TJDFT/CARGOS 13 e 14/2015) De acordo com a lei que dispõe sobre o


Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias e das funda-
ções públicas federais, em especial o regime disciplinar, os deveres e as proibições,

julgue os itens subsequentes.


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A conduta de atender ao público com presteza, embora não esteja expressa-

mente inserida no rol dos deveres do servidor, é uma imposição ética e moral a

qualquer servidor público.

37. (CESPE/TJDFT/CARGOS 13 e 14/2015) As sanções penais, civis e administrati-

vas são independentes entre si, o que justifica a eventual responsabilização civil e

administrativa do servidor, mesmo quando absolvido criminalmente pela ausência

de autoria.

38. (CESPE/PC-PE/DELEGADO/2016) Assinale a opção correta a respeito de servi-

dor público, agente público, empregado público e das normas do regime estatutário

e legislação correlata.

a) O processo administrativo disciplinar somente pode ser instaurado por autorida-

de detentora de poder de polícia.

b) Nomeação, promoção e ascensão funcional são formas válidas de provimento

de cargo público.

c) Empregado público é o agente estatal, integrante da administração indireta, que

se submete ao regime estatutário.

d) A vacância de cargo público pode decorrer da exoneração de ofício de servidor,

quando não satisfeitas as condições do estágio probatório.

e) Para os efeitos de configuração de ato de improbidade administrativa, não se

considera agente público o empregado de empresa incorporada ao patrimônio pú-

blico municipal que não seja servidor público.

Com relação aos convênios administrativos, aos agentes públicos e à responsa-

bilidade civil do Estado, julgue os itens a seguir.


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39. (CESPE/FUNPRESP-EXEC/CBC7/2016) De acordo com a Lei n. 8.112/1990,

tendo sofrido limitação em sua capacidade física ou mental, verificada em inspeção

médica, o servidor público estará sujeito a readaptação, que consiste na investidu-

ra em outro cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com as do cargo

por ele anteriormente ocupado.

40. (CESPE/FUNPRESP-EXEC/CBC7/2016) Situação hipotética: Um empregado de

empresa prestadora de serviços públicos causou, por omissão, dano a usuário do

respectivo serviço, tendo ficado configurada a sua responsabilidade pela inobser-

vância inescusável a dever de cautela. Assertiva: Nessa situação, se a empresa

empregadora indenizar o usuário, estará assegurado seu direito de regresso em

face do empregado, ainda que a conduta deste não tenha sido intencional.

Uma autarquia federal, desejando comprar um bem imóvel — não enquadrado

nas hipóteses em que a licitação é dispensada, dispensável ou inexigível — com

valor de contratação estimado em R$ 50.000,00, efetuou licitação na modalidade

concorrência. Considerando a situação descrita, julgue os itens a seguir, acerca da

organização administrativa da União, das licitações e contratos administrativos e do

disposto na Lei n. 8.112/1990.

41. (CESPE/DPU/ANALISTA TÉC. ADMINISTRATIVO/2016) Em virtude do valor de

contratação estimado, se cumpridas as exigências legais, seria permitida a realiza-

ção da licitação sob a modalidade convite.

42. (CESPE/DPU/ANALISTA TÉC. ADMINISTRATIVO/2016) É prerrogativa da refe-

rida autarquia, que certamente foi criada por meio de lei específica, a impenhora-

bilidade dos seus bens.

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43. (CESPE/DPU/ANALISTA TÉC. ADMINISTRATIVO/2016) Servidor público efetivo

da referida autarquia federal que, no curso do processo licitatório, recusasse fé a

documento público regularmente apresentado por um dos licitantes não estaria

sujeito a sanção administrativa prevista na Lei n. 8.112/1990, uma vez que servi-

dores de autarquias submetem-se a regime jurídico próprio.

44. (CESPE/DPU/ANALISTA TÉC. ADMINISTRATIVO/2016) Os requisitos para a re-

alização da referida compra incluem a adequada caracterização do seu objeto e a

indicação dos recursos orçamentários para o seu pagamento.

Em relação aos serviços públicos e ao disposto na Lei n. 8.112/1990, julgue os

itens seguintes.

45. (CESPE/DPU/ANALISTA TÉC. ADMINISTRATIVO/2016) A investidura em cargo

público em comissão ocorre com a nomeação e independe de prévia habilitação em

concurso público.

46. (CESPE/DPU/ANALISTA TÉC. ADMINISTRATIVO/2016) Os servidores contrata-

dos por tempo determinado para atender à necessidade temporária de excepcional

interesse público e os empregados públicos classificam-se, em virtude da ausência

de estabilidade, como servidores temporários.

47. (CESPE/DPU/ANALISTA TÉC. ADMINISTRATIVO/2016) A classificação de de-

terminado serviço público como singular pressupõe a individualização de seus des-

tinatários, propiciando a medição da utilização individual direta do serviço público

prestado.

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48. (CESPE/DPU/ANALISTA TÉC. ADMINISTRATIVO/2016) A efetiva prestação de

um serviço público e a obrigatoriedade de procedimento licitatório prévio são carac-

terísticas comuns ao regime de concessão e ao de permissão de serviços públicos.

49. (CESPE/FUB/ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO/2015) Considere que determi-

nado servidor público tenha sido investido em novo cargo, compatível com as suas

limitações decorrentes de acidente de trânsito. Nessa situação, é correto afirmar

que o referido servidor está em provimento originário.

50. (CESPE/FUB/ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO/2015) A remoção de servidor

público pode ocorrer com ou sem mudança de sede e, algumas vezes, pode se dar

independentemente do interesse da administração

51. (CESPE/FUB/ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO/2015) Se um servidor público

estiver em estágio probatório, o seu cargo não poderá ser extinto, já que isso re-

sultaria na perda da função pública desse servidor.

52. (CESPE/FUB/ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO/2015) Servidor público apo-

sentado em cargo técnico de determinado ministério poderá acumular cargo em

comissão de gestor em outro ministério, mesmo que esse servidor não seja das

áreas de saúde ou de ensino.

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GABARITO

1. E 27. a

2. C 28. a

3. C 29. c

4. E 30. a

5. C 31. b

6. E 32. a

7. E 33. C

8. C 34. C

9. c 35. C

10. c 36. E

11. e 37. E

12. a 38. d

13. a 39. C

14. b 40. C

15. E 41. E

16. C 42. C

17. E 43. E

18. C 44. C

19. C 45. E

20. C 46. E

21. d 47. C

22. c 48. C

23. d 49. E

24. a 50. C

25. c 51. E

26. a 52. C
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Q UESTÕES COMENTADAS

1. (CESPE/BACEN/2013) A investidura em cargo público ocorre no ato da posse do

indivíduo.

Errado.

A investidura ocorre com a posse (art. 7º).

2. (CESPE/BACEN/2013) Se uma pessoa foi nomeada para determinado cargo to-

mar posse desse cargo, mas não entrar em exercício dentro do prazo legal, ela

deverá ser exonerada de ofício.

Certo.

Conforme art. 13, § 6º e art. 34, da Lei n. 8.112/1990.

3. (CESPE/BACEN/2013) Um servidor poderá ser punido nas esferas administrati-

va, civil e criminal, de forma cumulativa.

Certo.

Conforme art. 121, da Lei n. 8.112/1990.

4. (CESPE/PCDF/AGENTE DE POLÍCIA/2013) Os cargos em comissão e as funções

de confiança podem ser preenchidos por livre escolha da autoridade administrativa

entre pessoas sem vínculo com a administração pública.

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Errado.

Veja art. 37, V, CF/88.

5. (CESPE/MPU/ANALISTA – DIREITO/2013) São requisitos para a investidura em

cargo público, entre outros, a idade mínima de dezoito anos e a aptidão física e

mental, podendo as atribuições do cargo justificar a exigência de outros requisitos

estabelecidos em lei.

Certo.

Veja art. 5º, da Lei n. 8.112/1990. Lembrando que, de acordo com a Súmula n. 266

do STJ, as condições para ocupar o cargo devem ser preenchidas na data da posse.

6. (CESPE/MPU/TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ÁREA ADMINISTRATIVA/2013) É

permitida a acumulação remunerada de cargo de professor de universidade pública

estadual com o de procurador da República, ainda que não haja compatibilidade de

horários.

Errado.

Para a acumulação, deve haver a compatibilidade de horários.

7. (CESPE/TCE-RS/OFICIAL DE CONTROLE EXTERNO/2014) Professor estrangei-

ro que resida no Brasil e pretenda ocupar cargo público em universidade federal

somente poderá atuar como professor visitante, visto que a investidura em cargo

público é restrita a brasileiros natos ou naturalizados.

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Errado.

Veja art. 37, I, CF e art. 5º, § 3º, da Lei n. 8.112/1990. Estrangeiro pode ocupar

cargo em universidades.

8. (CESPE/TCE-RS/OFICIAL DE CONTROLE EXTERNO/2013) Para a instauração de

processo administrativo disciplinar para a apuração de responsabilidade de servi-

dor público, deve ser composta comissão com três servidores estáveis, devendo o

presidente da comissão ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível

do indiciado, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao dele.

Certo.

Veja art. 149, da Lei n. 8.112/1990.

9. (ANS/ATIVIDADE TÉC. DE SUPORTE/DIREITO) Quanto ao regime jurídico dos

servidores públicos, aponte a alternativa correta.

a) Os servidores contratados por tempo determinado para atender a necessidade

temporária de excepcional interesse público passam a integrar o regime estatutá-

rio.

b) O servidor público investido no mandato de vereador, será afastado do cargo,

emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.

c) A proibição de acumulação remunerada de cargos públicos estende-se a em-

pregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades

de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indireta-

mente, pelo Poder Público.

d) Os servidores públicos adquirem estabilidade após o efetivo exercício por 2

(dois) anos no cargo de provimento efetivo.


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e) O servidor público estável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial

transitada em julgado; em virtude de sindicância em que lhe seja assegurada am-

pla defesa; ou mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na

forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.

Letra a. Errada. Os temporários exercem função pública, mas não integram o re-

gime estatutário.

Letra b. Errada. Veja art. 94, da Lei n. 8.112/1990; e art. 38, da CF/88. A ques-

tão fica errada quando afirma que será afastado. Se houver horário compatível,

poderá fazer acumulação das funções.

Letra c. Certa. Veja art. 37, XVI e XVII, da CF/88.

Letra d. Errada. Veja art. 41, da CF/88: a estabilidade é conquistada após 3 anos

de efetivo exercício.

Letra e. Errada. Sindicância só pode resultar advertência e suspensão por até 30 dias.

10. (ANS/ATIVIDADE TÉC. DE SUPORTE/DIREITO) No que se refere aos servidores

públicos, qual a alternativa correta?

a) Apenas brasileiros natos podem ocupar cargos públicos.

b) A promoção é uma forma de provimento originário.

c) Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e

decorrerá de inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo ou reintegra-

ção do anterior ocupante

d) Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, para quadro dis-

tinto do que ocupava, com ou sem mudança de sede

Letra a. Errada. Veja art. 37, I, da CF/88.

Letra b. Errada. Provimento derivado.


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Letra c. Certa:

Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e


decorrerá de:
I – inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
II – reintegração do anterior ocupante.
Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor será aproveitado
em outro, observado o disposto no art. 30.

Letra d. Errada. Remoção é a mudança de lotação. Não muda de quadro.

11. (CESPE/TRT 8ª REGIÃO/PA E AP/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATI-

VA/2014) À luz da CF, assinale a opção correta a respeito da administração pública.

a) A CF estabelece que a aposentadoria dos servidores públicos da União será

compulsória aos setenta anos de idade no caso dos homens e aos sessenta e cinco

anos de idade no caso das mulheres, com proventos proporcionais ao tempo de

contribuição.

b) As funções de confiança, que deverão ser exercidas exclusivamente por servido-

res ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, que deverão ser preen-

chidos por servidores de carreira, são exceções à regra estabelecida pelo princípio

da eficiência administrativa.

c) A lei deverá reservar percentual dos cargos e empregos públicos para as pesso-

as idosas e definir os critérios de admissão dessas pessoas.

d) É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, salvo se um dos cargos

for de nível superior e o outro, de nível médio, ambos na área jurídica.

e) Os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de con-

curso público poderão adquirir a estabilidade após três anos de efetivo exercício,

sendo condição para a aquisição da referida estabilidade avaliação especial de de-

sempenho por comissão instituída.


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Letra a. Errada. Não há distinção de idade para homens e mulheres na aposenta-

doria compulsória.

Letra b. Errada. Não é exceção ao princípio da eficiência.

Letra c. Errada. Não há reserva de vagas para pessoas idosas na CF/88.

Letra d. Errada. A situação apresentada não se trata de acumulação de cargo

prevista na CF.

Letra e. Certa. Veja art. 41 da CF/88.

12. (ANVISA/TÉCNICO ADMINISTRATIVO) Com relação à Lei n. 8.112/1990, que

trata do regime jurídico dos servidores públicos civis da União, assinale a alterna-

tiva incorreta.

a) Não há adicional sobre vencimento do cargo efetivo para servidores que tra-

balhem com habitualidade em locais insalubres ou em contato permanente com

substâncias tóxicas, radioativas ou com risco de vida, uma vez que o salário já é

diferenciado para o exercício desses tipos de atividades.

b) O servidor público readaptando, se julgado incapaz para o exercício do serviço

público, será aposentado.

c) É possível a reversão à atividade de servidor aposentado, no interesse da ad-

ministração, desde que a aposentadoria tenha sido voluntária, que o servidor es-

tivesse gozando de estabilidade quando na atividade, que a aposentadoria tenha

ocorrido nos 5 anos anteriores à solicitação, que haja cargo vago e que a reversão

tenha sido solicitada.

d) A posse de um servidor público poderá dar-se mediante procuração específica.

e) Às pessoas portadoras de deficiência, serão reservadas até 20% das vagas ofe-

recidas em concurso.

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Letra a. Errada. Há adicional de insalubridade:

Art. 68. Os servidores que trabalhem com habitualidade em locais insalubres ou em


contato permanente com substâncias tóxicas, radioativas ou com risco de vida, fazem
jus a um adicional sobre o vencimento do cargo efetivo.
§ 1º O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade e de periculosidade deverá
optar por um deles.
§ 2º O direito ao adicional de insalubridade ou periculosidade cessa com a eliminação
das condições ou dos riscos que deram causa a sua concessão.
Art. 69. Haverá permanente controle da atividade de servidores em operações ou locais
considerados penosos, insalubres ou perigosos.
Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante será afastada, enquanto durar a ges-
tação e a lactação, das operações e locais previstos neste artigo, exercendo suas ativi-
dades em local salubre e em serviço não penoso e não perigoso.
Art. 70. Na concessão dos adicionais de atividades penosas, de insalubridade e de peri-
culosidade, serão observadas as situações estabelecidas em legislação específica.
Art. 71. O adicional de atividade penosa será devido aos servidores em exercício em
zonas de fronteira ou em localidades cujas condições de vida o justifiquem, nos termos,
condições e limites fixados em regulamento.

Letra b. Certa.

Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsa-


bilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou
mental verificada em inspeção médica.
§ 1º Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando será aposentado.

Letra c. Certa.

Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado: (Redação dada pela


Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
I — por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos da
aposentadoria; ou (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
II — no interesse da administração, desde que: (Incluído pela Medida Provisória nº
2.225-45, de 4.9.2001)
a) tenha solicitado a reversão; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
b) a aposentadoria tenha sido voluntária; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45,
de 4.9.2001)
c) estável quando na atividade; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
4.9.2001)
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação; (Incluído pela
Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
e) haja cargo vago. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
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Letra d. Certa.

§ 3º A posse poderá dar-se mediante procuração específica.

Letra e. Certa.

Art. 5º [...]
§ 2º Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em
concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com
a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20%
(vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso.

13. (CESPE/TRT 8ª REGIÃO/PA e AP/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATI-


VA/2014) Acerca das disposições da Lei n. 8.112/1990 relacionadas ao processo
administrativo disciplinar, assinale a opção correta.
a) O processo disciplinar poderá ser revisto quando se aduzirem fatos novos sus-
cetíveis de justificar a inadequação da penalidade aplicada, devendo o requeri-
mento de revisão do processo ser dirigido ao ministro de Estado competente ou a
autoridade equivalente.
b) O processo disciplinar deve ser conduzido por comissão composta de três ser-
vidores estáveis e ocupantes de cargo efetivo de mesmo nível ou de nível superior
ao do indiciado.
c) Concluído o interrogatório do acusado, a comissão deverá promover a inquirição
das testemunhas.
d) Na hipótese de sugestão, pela comissão processante, em um mesmo processo
administrativo disciplinar, de aplicação da penalidade de cassação de aposentadoria
a um indiciado e da aplicação da penalidade de suspensão de vinte dias a outro in-
diciado, o julgamento, em cada caso, caberá ao chefe da repartição em que estiver
lotado o indiciado.
e) Da sindicância poderá resultar a aplicação de penalidade de suspensão de até

sessenta dias.
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Letra a. Certa.

Art. 174. O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de


ofício, quando se aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a ino-
cência do punido ou a inadequação da penalidade aplicada.
§ 1º Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do servidor, qualquer pes-
soa da família poderá requerer a revisão do processo.
§ 2º No caso de incapacidade mental do servidor, a revisão será requerida pelo respec-
tivo curador.

Letra b. Veja o art. 149 da Lei n. 8.112/1990:

Art. 149. O processo disciplinar será conduzido por comissão composta de três servido-
res estáveis designados pela autoridade competente, observado o disposto no § 3º do
art. 143, que indicará, dentre eles, o seu presidente, que deverá ser ocupante de cargo
efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do
indiciado. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
§ 1º A Comissão terá como secretário servidor designado pelo seu presidente, podendo
a indicação recair em um de seus membros.

Letra c. Errada. Interrogatório é a fase final do inquérito. Inquirição de testemu-

nhas vem antes.

Letra d. Errada. Art. 167, § 2º:

Art. 167. No prazo de 20 (vinte) dias, contados do recebimento do processo, a autori-


dade julgadora proferirá a sua decisão.
§ 1º Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada da autoridade instauradora do pro-
cesso, este será encaminhado à autoridade competente, que decidirá em igual prazo.
§ 2º Havendo mais de um indiciado e diversidade de sanções, o julgamento caberá à
autoridade competente para a imposição da pena mais grave.
§ 3º Se a penalidade prevista for a demissão ou cassação de aposentadoria ou disponi-
bilidade, o julgamento caberá às autoridades de que trata o inciso I do art. 141.
§ 4º Reconhecida pela comissão a inocência do servidor, a autoridade instauradora do
processo determinará o seu arquivamento, salvo se flagrantemente contrária à prova
dos autos. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 168. O julgamento acatará o relatório da comissão, salvo quando contrário às pro-
vas dos autos.

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Letra e. Errada. Da sindicância pode resultar em penalidade de advertência ou

suspensão por até 30 dias.

14. (CESPE/TRT 8ª REGIÃO/PA E AP/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATI-

VA/2014) A propósito das vantagens previstas na Lei n. 8.112/1990 que podem ser

pagas ao servidor, assinale a opção correta.

a) A ajuda de custo destina-se a compensar as despesas de instalação do servidor

que, no interesse do serviço, passar a ter exercício em nova sede, com mudança

de domicílio em caráter eventual.

b) A gratificação por encargo de curso ou concurso será devida ao servidor que,

em caráter eventual, participar de banca examinadora para exames orais e so-

mente será paga se a referida atividade for exercida sem prejuízo das atribuições

de seu cargo, ou mediante compensação de carga horária, quando desempenhada

durante a jornada de trabalho.

c) As gratificações, os adicionais e as indenizações incorporam-se ao vencimento,

nos casos e condições indicados em lei.

d) É possível a concessão de auxílio-moradia para o servidor cujo deslocamento tenha

ocorrido por força de alteração de lotação resultante de concurso de remoção a pedido.

e) A ajuda de custo consiste em vantagem indenizatória que se destina a com-

pensar as despesas de instalação do servidor que, no interesse do serviço, passar

a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter transitório ou

permanente.

Letra a. Errada. A mudança tem que ser em caráter permanente, conforme arts.

53-57 da Lei n. 8.112/1990.

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Letra b. Certa.

Art. 76-A. A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso é devida ao servidor que,


em caráter eventual:
I – atuar como instrutor em curso de formação, de desenvolvimento ou de treinamento
regularmente instituído no âmbito da administração pública federal;
II – participar de banca examinadora ou de comissão para exames orais, para análise
curricular, para correção de provas discursivas, para elaboração de questões de provas
ou para julgamento de recursos intentados por candidatos;
III – participar da logística de preparação e de realização de concurso público envolvendo
atividades de planejamento, coordenação, supervisão, execução e avaliação de resultado,
quando tais atividades não estiverem incluídas entre as suas atribuições permanentes;
IV – participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas de exame vestibular ou de con-
curso público ou supervisionar essas atividades.

Letra c. Errada:

Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes vantagens:


I – indenizações;
II – gratificações;
III – adicionais.
§ 1º As indenizações não se incorporam ao vencimento ou provento para qualquer efeito.
§ 2º As gratificações e os adicionais incorporam-se ao vencimento ou provento, nos
casos e condições indicados em lei.

Letra d. Errada. Para a concessão do auxílio-moradia, o servidor tem de sair do


seu município de origem para assumir cargo em comissão ou função de confiança.

Letra e. Errada. Tem de ser em caráter permanente.

15. (CESPE/MJ/ANALISTA TÉCNICO – ADMINISTRATIVO/2013) Conforme decisão

recente do STJ, o adicional noturno previsto na Lei n. 8.112/1990 será devido ao

servidor público federal que preste serviço em horário compreendido entre 22 ho-

ras de um dia e 5 horas do dia seguinte. Entretanto, esse adicional não será devido

se o serviço for prestado em regime de plantão.

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Errado.
O STJ entendeu que, mesmo se o serviço for prestado em horário de plantão, o

servidor terá direito ao adicional.

16. (CESPE/MJ/ANALISTA TÉCNICO – ADMINISTRATIVO/2013) Segundo entendi-


mento firmado pelo STJ, o candidato aprovado fora das vagas previstas originaria-
mente no edital, mas classificado até o limite das vagas surgidas durante o prazo
de validade do concurso, possui direito líquido e certo à nomeação se o edital dis-
puser que serão providas, além das vagas oferecidas, as outras que vierem a existir
durante a validade do certame.

Certo.
De acordo com a posição do STJ. No entanto, na visão do STF, o fato de simples-

mente existirem vagas não gera direito à nomeação. Confira:

O surgimento de novas vagas ou a abertura de novo concurso para o mesmo cargo,


durante o prazo de validade do certame anterior, não gera automaticamente o direito à
nomeação dos candidatos aprovados fora das vagas previstas no edital, ressalvadas as
hipóteses de preterição arbitrária e imotivada por parte da administração, caracterizada
por comportamento tácito ou expresso do Poder Público capaz de revelar a inequívoca
necessidade de nomeação do aprovado durante o período de validade do certame, a ser
demonstrada de forma cabal pelo candidato. Assim, o direito subjetivo à nomeação do
candidato aprovado em concurso público exsurge nas seguintes hipóteses: a) quando
a aprovação ocorrer dentro do número de vagas dentro do edital; b) quando houver
preterição na nomeação por não observância da ordem de classificação; e c) quando
surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso durante a validade do certame an-
terior, e ocorrer a preterição de candidatos de forma arbitrária e imotivada por parte
da administração nos termos acima. Essa a tese que, por maioria, o Plenário fixou para
efeito de repercussão geral. Na espécie, discutia-se a existência de direito subjetivo
à nomeação de candidatos aprovados fora do número de vagas previstas no edital de
concurso público, no caso de surgimento de novas vagas durante o prazo de validade
do certame. Em 14.10.2014, a Corte julgou o mérito do recurso, mas deliberara pela
posterior fixação da tese de repercussão geral — v. Informativo 803. O Ministro Luiz Fux
(relator) destacou que o enunciado fora resultado de consenso entre os Ministros do
Tribunal, cujo texto fora submetido anteriormente à análise. Vencido o Ministro Marco

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Aurélio, que se manifestava contra o enunciado, porque conflitava com as premissas


lançadas pela corrente vitoriosa no julgamento do recurso extraordinário. Aduzia que a
preterição se caracterizava quando, na vigência do concurso, convocava-se novo certa-
me, a revelar a necessidade de se arregimentar mão de obra. RE 837311/PI, rel. Min.
Luiz Fux, 9.12.2015. (RE-837311)

17. (CESPE/CGE-PI/AUDITOR GOVERNAMENTAL/2015) A licença para tratar de in-


teresse particular concedida a servidor não poderá ser interrompida pela adminis-

tração, senão a pedido do próprio servidor.

Errado.

Art. 91. A critério da Administração, poderão ser concedidas ao servidor ocupante de


cargo efetivo, desde que não esteja em estágio probatório, licenças para o trato de as-
suntos particulares pelo prazo de até três anos consecutivos, sem remuneração.
Parágrafo único. A licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido do ser-
vidor ou no interesse do serviço.

18. (CESPE/MPU/ANALISTA DO MPU – 2015) O ocupante de cargo vitalício só per-


de o cargo mediante regular processo judicial com sentença transitada em julgado.

Certo.

Revisando:

"Garantem uma permanência a seus ocupantes. Trata-se de verdadeira prerrogati-


va para os titulares dos cargos dessa natureza, justificada pela circunstância de que
é necessária para tornar independente a atuação desses agentes, sem que sejam
sujeitos a eventuais pressões impostas por determinados grupos de pessoas. A vi-
taliciedade tem previsão constitucional. Via de regra, a perda do cargo ocorre por
meio de processo judicial com decisão judicial transitada em julgado. Contudo, é
necessário destacar que é também possível a perda do cargo de determinadas au-
toridades em razão de decisão do Senado Federal na análise de crime de responsa-

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bilidade, art. 52, II, da CF10. Atualmente, são cargos vitalícios os dos Magistrados,
membros do Ministério Público, membros dos Tribunais de Contas. Por ser prerro-
gativa de sede constitucional, em função da qual cabe ao Constituinte aferir a natu-
reza do cargo e da função, não podem as Constituições Estaduais e Leis Orgânicas
municipais, nem mesmo lei de qualquer esfera, criar outros cargos com a garantia

da vitaliciedade. Consequentemente, apenas Emenda à CF poderá fazê-lo.”

(Manual de Direito Administrativo, Ed. Juspodivm, 2016, Gustavo Scatolino e João Trindade)

19. (CESPE/TJ-DF/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/2015) Os servidores públicos


abrangidos pelo regime próprio de previdência social da União, dos estados, do DF
e dos municípios fazem jus a aposentadoria por invalidez permanente, com pro-
ventos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se a invalidez decorrer de
acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurá-

vel, na forma da lei.

Certo.

CF/88, art. 40:


I – por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contri-
buição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença
grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei;

20. (2015/CESPE/FUB/ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO) Servidor público apo-


sentado poderá ter a sua aposentadoria cassada em função de condenação por
infração vinculada ao cargo público anteriormente ocupado.

Certo.

Art. 146. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a imposição de penalida-


de de suspensão por mais de 30 (trinta) dias, de demissão, cassação de aposentadoria
ou disponibilidade, ou destituição de cargo em comissão, será obrigatória a instauração
de processo disciplinar.

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