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CYBERBULLYING: UMA VIOLÊNCIA REAL NO MUNDO VIRTUAL

Avaci Duda Xavier


Bruniele de Souza Santos
Karla Michelly dos Santos Fabrício
José Rogério Silva de Arruda

RESUMO

Fruto do mundo contemporâneo, o cyberbullying constitui-se em uma forma de


violência que ocorre predominantemente entre crianças e jovens em idade escolar. Esses
estudantes têm encarado os relacionamentos virtuais com muita naturalidade e acabam
se expondo muito na rede ou utilizando-se desse espaço para agredir os outros. Na
internet ou no celular, mensagens com imagens e comentários depreciativos se alastram
rapidamente e tornam o bullying ainda mais rápido e perverso. Para agredir de forma
virtual não é necessário ser o mais forte, pertencer a um grupo ou ter coragem de se
manifestar em público, basta ter acesso a um celular ou à internet. Como o espaço
virtual é ilimitado, o poder de agressão se amplia e a vítima se sente agredida 24 horas
por dia. E o que é pior: muitas vezes, ela não sabe de quem se defender. Através do
trabalho que desenvolvemos com estudantes do Ensino Médio e a observação do
envolvimento massivo deles (as) com o mundo virtual, a pesquisa buscou responder ao
seguinte questionamento: Como identificar e diminuir a ocorrência de cyberbullying no
ambiente escolar? Para isso, desenvolvemos esta pesquisa bibliográfica baseando-nos
nas teorias de: Bauman (os relacionamentos da “modernidade líquida”) e Foucault (as
relações de poder). Tais conhecimentos serviram como suporte para a fundamentação de
conceitos que envolvem o uso das mídias digitais na interação com o outro e os
possíveis problemas causados pelo uso inadequado dessas mídias nos relacionamentos
“líquidos” da atualidade. Analisamos também a temática cyberbullying, através dos
estudos realizados por: Luciene Tognetta e Cléo Fante. Assim, a pesquisa oferece
contribuições para qualquer comunidade educativa que poderá intervir e/ou trabalhar
com a prevenção de ações violentas como o cyberbullying.

PALAVRAS-CHAVE: adolescentes – cyberbullying – escola

1. INTRODUÇÃO

Nativos dessa geração digital, crianças e adolescentes em idade escolar têm


encarado os relacionamentos virtuais com muita naturalidade. Sabemos que o acesso à
internet tem sido algo inevitável, sobretudo às redes sociais, seja através de
computadores ou dispositivos móveis. Através desse novo meio de socialização, muitos
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acabam se expondo muito e, mais do que um espaço de encontros e compartilhamentos,


as redes sociais tem sido utilizadas também como instrumento de agressão. Tendo em
vista que a internet é uma “janela do tudo”, se não houver as orientações devidas, o seu
uso inadequado pode trazer sérios prejuízos aos seus usuários.
A partir do surgimento dessa nova forma de relação entre as pessoas, surge então
uma nova modalidade de bullying ainda mais perigosa que a tradicional: o
cyberbullying. Sendo este, segundo Tognetta (2010), “uma manifestação violenta grave,
que não pode ser tolerada, precisa ser pesquisado e divulgado já que ocorre de maneira
oculta no ‘mundo virtual’ de crianças e jovens.” Na internet ou no celular, mensagens
com imagens e comentários depreciativos se alastram rapidamente e tornam o bullying
ainda mais rápido e perverso. Para agredir de forma virtual não é necessário ser o mais
forte, pertencer a um grupo ou ter coragem de se manifestar em público, basta ter acesso
a um celular ou à internet. Como o espaço virtual é ilimitado, o poder de agressão se
amplia e a vítima se sente agredida 24 horas por dia. E o que é pior: muitas vezes, ela
não sabe de quem se defender.
Partindo desse princípio, levantamos a seguinte problemática: Como identificar
o fenômeno cyberbullying e diminuir sua ocorrência no ambiente escolar? Para isso, o
trabalho inicia-se com a conceituação e diferenciação o cyberbullying, como marca das
relações virtuais na atualidade. Procuramos também, perceber e identificar as possíveis
causas do cyberbullying, compreendendo o contexto das redes sociais. Por fim, o
trabalho propõe uma possibilidade de diálogo entre o ambiente real da escola e o
ambiente virtual do cyberbullying.
Assim, trata-se de uma pesquisa bibliográfica, dialogando com as teorias de
autores como: Bauman e Foucault, que contribuíram para o embasamento teórico na
compreensão do cenário social contemporâneo. Tais conhecimentos serviram como
suporte para a fundamentação de conceitos que envolvem o uso das mídias digitais na
interação com o outro e os possíveis problemas causados pelo uso inadequado dessas
mídias nos relacionamentos “líquidos” da atualidade. Ainda analisamos estudos
desenvolvidos com a temática cyberbullying realizados por: Luciene Tognetta e Cléo
Fante. Por conseguinte, pretendemos que o estudo possa trazer contribuições à qualquer
comunidade educativa a fim de intervir e/ou trabalhar com a prevenção de ações
violentas como o cyberbullying.
2. CYBERBULLYING: (RE) CONHECENDO O INIMIGO NA ESCOLA
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As redes sociais tem sido palco das relações entre as pessoas de forma cada vez
mais frequente. Através dessas novas ferramentas interativas, a comunicação entre os
usuários ultrapassa os limites de espaço e tempo, tornando o fluxo de informações cada
vez mais rápido. Por conseguinte, além das redes sociais propiciarem o contato virtual,
pode também piorar o contato real, trazendo prejuízos psicossociais, tais como a
diminuição das atividades sociais, prejuízos na esfera pessoal e escolar.
A escola tem sido o palco de muitas manifestações de violência e podemos
perceber que essa instituição tem passado por uma crise moral e ética que delineia as
problemáticas sociais. Na era da socialização digital, assistimos cenas de falta de
respeito e indisciplina que intensificam os problemas surgidos na relação interpessoal da
comunidade educativa. O conteúdo programático das disciplinas parece perder o sentido
em meio à necessidade de uma formação ética e moral que denuncia a carência de uma
atitude familiar.
Nesse contexto é comum perceber que pessoas são agredidas, ofendidas e
intimidadas, através de manifestações violentas que compreendemos ser o bullying,
“uma forma de maltrato em que um aluno, longe dos olhos de um adulto, promove uma
ação violenta com a intenção de magoar, ofender, intimidar, ameaçar outro aluno.”
(TOGNETTA, L.R.; BOZZA, T. L. 2010, p. 3).

O bullying é uma forma de violência que ocorre na relação entre


pares, sendo sua incidência maior entre os estudantes, no espaço
escolar. É caracterizado pela intencionalidade e continuidade das
ações agressivas contra a mesma vítima, sem motivos evidentes,
resultando danos e sofrimentos e dentro de uma relação desigual de
poder, o que possibilita a vitimação. (FANTE: 2005, p.36)

Entretanto, com o avento da tecnologia e da internet, o bullying passou a estar


presente no mundo virtual através do cyberbullying, marcando um novo território de
intimidação através dos meios tecnológicos, onde são enviadas mensagens obscenas e
difamatórias que costumam ser usadas como forma de perseguição via web.

As formas de relações sociais entre as pessoas se tornam cada vez


mais virtuais, essa mesma forma de violência atravessa as fronteiras
da escola, ou mesmo da família em que pequenas violências
domésticas estão presentes: o Cyberbullying. (TOGNETTA: 2010,
p.3)
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Diante desse tipo de violência, mais do que encontrar os culpados e os inocentes


é conhecer o inimigo e combate-lo. Segundo Foucault (1999), toda manifestação de
violência reflete as relações de poder que impera sobre os corpos, sejam físicos ou
imaginários, estabelecendo os dominantes e dominados. Sabemos que os conceitos e
preconceitos que fundamentam as ações de violência também dizem respeito às crenças
e valores sociais que permitem, muitas vezes de forma sutil, a sobrevivência de uma
violência sutil. O cyberbullying, permitindo o anonimato, oferece o espaço de escape da
vigilância garantindo uma ação ainda mais devastadora.

3. AÇÃO E REAÇÃO: AS MARCAS DE UMA VIOLÊNCIA REAL

Conforme MELO (2010, p.20) “Os atos de intolerância ao outro, ao diferente,


em quaisquer perspectivas, denotam um desrespeito à condição humana”, uma vez que,
atos de discriminação podem gerar na vítima consequências traumatizantes que podem
deixar sequelas para o resto da vida. É como se a pessoa vitimada estivesse sendo
“punida” da forma mais injusta, pois está “pagando um alto preço” de forma imerecida.
Em Vigiar e Punir, Foucault menciona que “o suplício tornou-se rapidamente
intolerável. Revoltante, visto da perspectiva do povo, onde ele [o tirano] revela a tirania,
o excesso, a sede de vingança e o cruel prazer de punir. Vergonhoso, considerado da
perspectiva da vítima, reduzida ao desespero.” (FOUCAULT, 1987, p.63)
Em relação ao advento da era da informação e a amplitude que as redes sociais
assumem nos dias de hoje, surge o conceito de “modernidade líquida” criado por
Zygmund Bauman. Com a ideia de “liquidez”, ele tenta explicar as mudanças profundas
que a civilização vem sofrendo com a globalização e o impacto da tecnologia da
informação. Ao ser entrevistado pela Revista Época em fevereiro de 2014, Bauman é
questionado sobre o aumento das redes sociais e sua força na internet, assim ele
responde:

Redes são interligadas, mas também descosturadas e remendadas por


meio de conexões e desconexões... As redes sociais eram atividades de
difícil implementação entre as comunidades do passado. De algum
modo, elas continuam assim dentro do mundo off-line. No mundo
interligado, porém, as interações sociais ganharam a aparência de
brinquedo de crianças rápidas. (...) Hoje, assistimos à tendência de
adaptar nossas interações na vida real (off-line), como se imitássemos
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o padrão de conforto que experimentamos quando estamos no mundo


on-line da internet. (Revista Época Digital, 2014)

As interações sociais com aparência de brinquedo de criança, mencionadas por


Bauman, leva-nos a refletir sobre o cyberbullying como um tipo de violência impiedosa
em que o agressor “se diverte” com o sofrimento do outro. Esses agressores geralmente
são pertencentes a famílias desestruturadas com pobreza de afeto e convívio com a
violência. As vítimas costumam ser pessoas com poucos amigos, introspectivos e
passivos diante das ameaças sofridas. As consequências psicológicas dessas agressões
costumam ser prejuízos no processo de aprendizagem, perda de concentração, estresse,
ansiedade, sentimentos negativos, choro, insônia, ataques de pânico, automutilação,
baixa imunidade fisiológica, sensação de aperto no coração instabilidade emocional e
suicídio. As vítimas tem grande potencial de desenvolver fobia social, transtorno de
ansiedade, transtorno obsessivo-compulsivo e transtorno do pânico, sendo necessárias
intervenções psiquiátricas e psicológicas. (TAVARES, 2010).

4. FRENTE A FRENTE COM O INIMIGO: ESTRATÉGIAS DA


COMUNIDADE EDUCATIVA

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS

FANTE, C. Fenômeno bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a
paz. Campinas: Verus, 2005.
FOUCAULT, M. Vigiar e Punir: Nascimento da prisão; tradução de Raquel Ramalhete.
Petrópolis: Vozes, 1987.
____. Microfísica do Poder. Rio de Janeiro: Graal, 1999.
MELO, J. A. de. Bullying na Escola. Recife: EDUPE, 2010.
TAVARES, J. Brincadeira de mau gosto. In: Revista Psiquê. Ciência & Vida. Ano V. nº
58, 2010. (p. 38-47).
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TOGNETTA, L.R.; BOZZA, T. L. Cyberbullying: quando a violência é virtual - Um


estudo sobre a incidência e sua relação com as representações de si em adolescentes.
Anais do I Seminário Violar: Problematizando juventudes na contemporaneidade.
Campinas, SP: FE/UNICAMP, 2010.

ANEXOS

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