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Botucatu - SP
Maio de 2013
Qualidade da madeira de Guapuruvu proveniente de áreas de recuperação florestal 1
Projeto de pesquisa
SUMÁRIO
Página
RESUMO ...................................................................................................... 2
1. INTRODUÇÃO........................................................ .................................... 4
1.1 Justificativas e motivação ....................................................................... 4
2. SÍNTESE DA BÍBLIOGRAFIA FUNDAMENTAL ................................... 6
2.1. O guapuruvu e sua utilização na recuperação de áreas degradadas ....... 6
2.2. Potencial tecnológico da madeira de guapuruvu.................................... 8
2.3. Propriedades físicas da madeira ............................................................. 9
2.4. Propriedades mecânicas da madeira ...................................................... 10
2.5. Qualidade da madeira de guapuruvu ...................................................... 10
2.5.1. Madeira juvenil e adulta .............................................................. 10
2.5.2. Retratibilidade ............................................................................. 11
2.5.3. Variação radial ............................................................................ 12
2.6. A Densitometria de raios X .................................................................... 12
3. OBJETIVOS ................................................................................................. 13
4. MATERIAIS E MÉTODOS ......................................................................... 13
4.1. Caracterização da plantação ................................................................... 13
4.2. Seleção, corte das árvores e coleta das amostras ................................... 13
4.3. Delimitação entre madeira juvenil e adulta............................................ 14
4.4. Propriedades físicas da madeira ............................................................. 14
4.4.1 Densidade básica e aparente ......................................................... 14
4.4.2 Variação radial da densidade aparente ......................................... 15
4.4.3 Retratibilidade .............................................................................. 15
4.5 Propriedades mecânicas da madeira ....................................................... 16
4.5.1 Compressão paralela às fibras ...................................................... 16
4.4.2 Flexão estática .............................................................................. 16
4.4.3 Dureza Janka ................................................................................ 16
5. RESULTADOS ESPERADOS ..................................................................... 17
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS .......................................................... 18
Qualidade da madeira de Guapuruvu proveniente de áreas de recuperação florestal 2
Projeto de pesquisa
RESUMO
1. INTRODUÇÃO
A madeira serrada e roliça de guapuruvu pode ser usada para diversos fins, contudo,
como não há estudos conclusivos sobre os possíveis usos do lenho desta espécie. É
imprescindível, portanto, o estudo tecnológico desta, nessas condições particulares de uso –
árvores jovens – com caracterização físico-mecânica de sua madeira, bem como do
desempenho de seus produtos potenciais, buscando, a partir desses resultados, o potencial
tecnológico da espécie, pois é a partir daí que se caracteriza sua disponibilidade comercial
(CARVALHO, 2005).
É altamente desejável que a madeira tenha massa específica o mais homogênea
possível, o que proporciona melhor rendimento e melhor qualidade ao produto final (VALE
et al., 1995). O estudo desta propriedade é muito importante pela sua relação com as
propriedades anatômicas-físicas-mecânicas-químicas e de utilização da madeira (ROQUE E
TOMAZELLO, 2005), e será estudada neste trabalho através da metodologia de
densitometria de Raios-X.
O estudo da dendrocronologia é importante pela sua fácil acessibilidade à informações
extraídas dos anéis de crescimento como a produtividade florestal, idade das árvores e taxa de
crescimento, além da qualidade da madeira, influenciada pela formação do cerne e madeira
adulta (TOMAZELLO FILHO et al., 2002; ROIG , 2000; JANKOWSKY, 1979) que podem
servir como ferramenta para a tomada de decisões quanto ao manejo florestal e melhor
rotação para exploração econômica.
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Projeto de pesquisa
A recuperação de áreas degradadas, que tem sua importância cada vez mais em
evidência, seja por estudos, seja pelas consequências dos desmatamentos; e está sendo feita,
através de políticas públicas e iniciativas privadas, visto que as leis ambientais brasileiras
exigem tal atividade. Mas ainda é necessária uma responsabilidade maior por parte dos
produtores e investidores com o objetivo de recuperar não só as matas degradadas, mas as
condições ambientais locais de um modo geral.
Para tanto, um incentivo maior seria a garantia de um retorno financeiro ao investidor.
É importante a escolha de espécies que desempenham um bom papel ambiental e
retribuam financeiramente o proprietário da floresta (BORTOLETTO JÚNIOR & BELINI,
2002).
O Schizolobium parahyba é uma das espécies recomendadas para recuperação da
Mata Atlântica (KALIL FILHO et al., 2002). Foi considerada como uma das 12 espécies
mais importantes (entre 55 selecionadas) para estabelecimento de reflorestamentos. E teve
ainda sua importância destacada quanto à alta qualidade de sua madeira, sua vitalidade,
abundância, ampla dispersão, rápido crescimento e produção periódica de sementes viáveis
(REITZ et al., 1979).
Por se tratar de uma espécie heliófila de rápido crescimento, é bastante recomendada
para fins de reflorestamento e recuperação de áreas degradadas (LIMA et al., 2000) onde é
usada em primeiro lugar, para formação de dossel a fim de sombrear as espécies secundárias
tardias e clímax. Com o tempo, o guapuruvu acaba por desaparecer do sistema em que foi
inserido, e se for removido gradualmente sem danificar a regeneração do sub-bosque cria-se,
então, uma floresta secundária com um desenvolvimento mais acelerado, consorciando
povoamentos plantados de espécies nativas que trazem benefícios diretos e indiretos, com
uma aceleração da sucessão secundária através de uma indução natural da regeneração da
vegetação nativa (ENGEL & PARROTA, 2000). Sendo, entretanto, fundamental, o
conhecimento prévio da qualidade da madeira de Schizolobium parahyba para quando esta
for removida de um sistema de recuperação, tenha um fim adequado para tal.
As propriedades do lenho do guapuruvu e suas demais características foram estudadas
primeiramente por Reitz et al. em 1978, depois, estudos mais aprofundados foram relatados
por Carvalho em 2005.
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Projeto de pesquisa
e apresenta uma superfície áspera após o acabamento, porém de difícil fixação de pregos e
parafusos.
Pode ser seca sem apresentar rachaduras, empenamentos, encanoamentos ou
descolorações. É considerada pouco durável em contato com o solo, relativamente durável no
uso externo, muito durável em usos internos e não suscetível ao ataque de insetos. No litoral
esta espécie é bastante difundida para a fabricação de canoas, tida como de grande
durabilidade em contato com águas salgadas. (RICHTER; TOMASELLI; MORESCHI,
1974).
A cor do alburno é branco-palha, não diferenciado do cerne, com manchas amareladas
e rosadas com superfície lisa ao tato, com textura média a grossa, uniforme e grã irregular a
reversa e textura média a grossa (INOUE; RODERJAN; KUNIYOSHI, 1984). As fibras
apresentam comprimento de 0,5 mm a 1,1 mm, sendo as mais freqüentes de 0,8 e 0,9 mm e
predominando as de 0,8 mm. (REITZ; KLEIN; REIS, 1979).
Nock et al. (1975) sugerem a classificação da qualidade e uso indicado para a madeira
em função do índice de anisotropia, conforme Tabela 1.
A madeira do guapuruvu apresenta-se altamente instável, com coeficiente de
anisotropia de 2,06 (LTM, 2009) e 3,06 (JANKOWSKI et al., 1990) e contração volumétrica
de 13,95% e 8,4% respectivamente, podendo ser usada, portanto, principalmente para a
construção civil.
A madeira serrada e roliça do guapuruvu pode ser usada como miolo de painéis
compensados e para confecção de portas, brinquedos, saltos para calçados, embalagens leves,
aeromodelismo, pranchetas, embalagem de frutas; palitos para fósforos e lápis, peças para
interior, canoas para alto mar; na construção civil, uso como forro, tabuado e obras internas.
(CARVALHO, 2005 e RICHTER et al. 1974).
Richter et al. (1975) comprovaram ainda a eficiência de chapas de compensado e
laminados produzidos com a madeira desta espécie, com possibilidades de emprego em
móveis, fôrmas de concreto, caixotaria pesada e leve (geladeiras, congeladores, etc.).
Segundo os autores, o baixo peso específico do material não representou queda
proporcional nas propriedades mecânicas.
2.5.2. Retratibilidade
empenamento da madeira. Para fins que requerem uma estabilidade dimensional maior, a
madeiramais recomendada é aquela que apresentar a menor taxa T/R.
Existe uma maior variabilidade das propriedades da madeira dentro de uma mesma
árvore, do que variações entre árvores de um mesmo talhão ou de talhões distintos
(LARSON, 1969). Existem três padrões predominantes de variação da densidade da madeira
dentro de uma árvore: o primeiro é a diferença entre lenho inicial e lenho tardio; o segundo
padrão é observado no sentido medula-casca e considera as variações existentes entre as
regiões de cerne e alburno e lenho juvenil e adulto e o terceiro padrão considera a variação da
densidade da madeira na direção longitudinal da árvore (ZOBEL; BUIJTENEN, 1989).
As variações da massa específica nos sentidos longitudinal e radial para a madeira de
Eucalyptus estão relacionadas com a idade da árvore, a amostragem, o genótipo e as
condições ambientais (TOMAZELLO FILHO, 1985).
3. OBJETIVOS
Este trabalho tem como objetivo principal avaliar as propriedades físicas e mecânicas
da madeira do guapuruvu (Schizolobium parahyba) conforme preconizada pela NBR 7190/97
(ABNT, 1997), a variação radial dessas propriedades e a caracterização dos diferentes tipos
de lenho (juvenil e adulto) do guapuruvu, buscando a definição clara do potencial de uso
dessa madeira.
4. MATERIAL E MÉTODOS
Serão estudadas seis árvores de guapuruvu. De cada árvore será desdobrada uma tora
de 1.200 mm de altura, na região imediatamente acima do DAP. De cada tora, será
desdobrada uma prancha diametral central com 80 mm de espessura que serão submetidas a
um banho em preservativo inseticida Osmose CP50 (2,5%) e fungicida Osmotox Plus (4%).
Os corpos-de-prova serão produzidos na marcenaria da Faculdade de Ciências
Agronômicas - FCA/UNESP - Botucatu, com sobre-medida para, após a climatização na
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Projeto de pesquisa
A densidade básica da madeira determinada nos discos foi avaliada pelo método
gravimétrico (método da balança hidrostática), reportado em Vale et al. (1999) e Santos et al.
(2008).
Nos corpos de prova, a densidade básica da madeira seguirá as diretrizes da NBR 7190
(ABNT, 1997). Os corpos de prova terão as seguintes dimensões nominais: 20 mm na direção
tangencial x 30 mm na direção radial x 50 mm na direção longitudinal.
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Projeto de pesquisa
A densidade básica dos corpos de prova será calculada pela relação entre massa seca e
volume saturado.
Figura 1 – Metodologia de raios X e a obtenção das imagens radiográficas do lenho das árvores a:
(a) corte das amostras em equipamento de dupla serra; (b) seções transversais das
amostras; (c) suporte com as amostras sobre o filme radiográfico; (d) irradiação das
amostras em equipamento de raios X; (e) imagem radiográfica e sua análise nos
programas CRAD e CERD e (f) perfil da densidade aparente e respectiva amostra do
lenho.
Fonte: Laboratório de Anatomia da Madeira – Dep. de Ciências Florestais – ESALQ/USP.
4.4.3. Retratibilidade
5. RESULTADOS ESPERADOS
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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