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BRASÍLIA | 2013
Uso da Água no Setor MATRIZ DE
COEFICIENTES
Industrial Brasileiro TÉCNICOS
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Robson Braga de Andrade
Presidente
Diretoria de Comunicação
Carlos Alberto Barreiros
Diretor
Diretoria Jurídica
Hélio José Ferreira Rocha
Diretor
Uso da Água no Setor MATRIZ DE
COEFICIENTES
Industrial Brasileiro TÉCNICOS
BRASÍLIA | 2013
© 2013. CNI – Confederação Nacional da Indústria.
Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte.
CNI
Gerência de Meio Ambiente e Sustentabilidade – GEMAS
FICHA CATALOGRÁFICA
C748u
Confederação Nacional da Indústria.
Uso da água no setor industrial Brasileiro:
matriz de coeficientes técnicos. – Brasília : CNI, 2013.
31 p. : il.
ISBN 978-85-7957-083-4
CDU: 628.1
APRESENTAÇÃO
A preocupação com a eficiência no uso da água pela indústria vem ocupando lugar de
destaque nas estratégias competitivas das empresas nacionais, especialmente as que
utilizam mais intensivamente o recurso.
Rede de
Recursos
Hídricos
Criada em 2009, sob a coordenação da CNI, a Rede de Recursos Hídricos da Indústria da Indústria
é formada por 27 federações de indústrias dos estados e associações setoriais.
No âmbito da Rede é realizado o alinhamento de posição dos representantes da indústria
frente às políticas públicas e são disseminadas e incentivadas boas práticas de uso
eficiente da água para o setor.
Como suporte ao projeto de elaboração da Matriz, a A parceria firmada em março de 2012 entre a CNI,
Rede de Recursos Hídricos articulou a participação como coordenadora da Rede de Recursos Hídricos da
e contribuição de diferentes federações e entidades Indústria, e a Agência Nacional de Águas, é outra ação
associativas, notadamente em relação à obtenção dos que visa identificar mecanismos de incentivo para o
dados e sua validação junto à equipe executora. uso eficiente da água na indústria, por intermédio de
programas de Produção Mais Limpa e por meio da soma
Também, por meio da Rede de Recursos Hídricos, a CNI de esforços entre o Poder Público e o setor industrial
incentiva iniciativas que visem a melhoria da governança para qualificar o gerenciamento das águas.
corporativa do uso da água, num esforço conjunto
para aprimoramento da sua gestão, assim como para Como resultado de um conjunto de estratégias voltadas
induzir o uso racional desse recurso. Nesse sentido, ao uso racional da água, setores representativos da
merece destaque a participação da indústria nacional indústria brasileira reportam ganhos importantes de
articulada no desenvolvimento da norma ISO 14.046, que eficiência no uso da água nos últimos anos, como por
estabelece critérios e requisitos para a pegada hídrica, exemplo, os setores de petróleo e gás, automobilístico,
além de outras normas voltadas ao uso responsável da bebidas, indústria química, entre outros (CNI, 2012).
água (WaterStewardship). A sistematização de informações sobre práticas de
5,000
4,86
4,8000 4,66
4,52 4,56
4,6000 4,47 4,45
4,44
4,4000
4,2000
3,95
4,000
3,8000 3,73
3,66
3,6000
3,4000
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
DE ESFORÇOS DO
6,0
5,50
5,0
PODER PÚBLICO E DO
4,45
4,10
3,92
4,0 SETOR PRODUTIVO É
3,0 FUNDAMENTAL PARA
2,0
O APRIMORAMENTO
1,0
DA GOVERNANÇA DOS
0,0
2007 2008 2009 2010 2011 2012
RECURSOS HÍDRICOS.
FONTE: CNI (2012).
de Alimentação – ABIA, na maior produtora de cerveja O setor de produção de álcool brasileiro também reduziu os
do país, a relação entre litro de água utilizada e litro de valores de captação de cerca de 5m3/t de cana processada
cerveja produzida caiu de 4,37, em 2004, para 3,9, em para 1m3/t de cana processada, refletindo seus esforços para
2009, sendo 3,5 a meta para 2012. Já a maior marca de otimizar o uso da água no processo industrial (UNICA, 2012).
refrigerantes do país anunciou, em 2010, a meta de atingir
a neutralidade em água até 2020, ou seja, atingir a relação Os avanços obtidos, contudo, não esgotam as demandas
de um litro de água para um litro de refrigerante. e os desafios existentes para o aprimoramento da gestão
dos recursos hídricos no Brasil, tanto no âmbito do setor
Conforme o gráfico 2, a Associação Nacional dos produtivo quanto do setor público.
Fabricantes de Veículos Automotores – ANFAVEA
também relata expressiva redução no uso de água em A conjugação de esforços do poder público e do setor
seus processos industriais. Enquanto em 2008 eram produtivo é fundamental para o aprimoramento da
captados 5,5m³ para a produção de um veículo, em 2011, governança dos recursos hídricos, a exemplo do que
esse número caiu para 3,92m³, registrando-se, no curto ocorreu com o projeto de elaboração da Matriz de
período de três anos, uma redução da ordem de 30%. Coeficientes Técnicos de Uso da Água.
Matriz de
coeficientes
técnicos
Síntese Executiva do Estudo desenvolvido pela Funarbe/Universidade
Federal de Viçosa e Fundação Banco do Brasil
Apresentação do estudo: Metodologia e processo de construção da matriz
O uso da água no setor industrial se caracteriza por ser Viçosa (UFV) para, sob o acompanhamento técnico da DEMETRIUS DAVID DA SILVA
Professor Doutor da Universidade
realizado de variadas formas, a citar o uso como insumo Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Federal de Viçosa, área de Recursos
no processo produtivo, o uso em sistemas de utilidades Ministério do Meio Ambiente (SRHU/MMA), segundo Hídricos e Ambientais. Coordenador
do Centro de Referência em Recursos
(resfriamento, caldeiras etc.) e para fins sanitários. as diretrizes emanadas do Plano Nacional de Recursos Hídricos da UFV.
Hídricos (MMA, 2006), desenvolver um estudo sobre
Apesar da crescente participação das diferentes a retirada, consumo e geração de efluentes pelas ZEILA CHITTOLINA PIOTTO
Engenheira Química, Mestre em
tipologias das indústrias na demanda total de água e atividades industriais e agricultura irrigada. O estudo, Engenharia Ambiental, Doutora em
do impacto causado pelo lançamento de efluentes nas denominado de Matriz de Coeficientes Técnicos para Engenharia Hidráulica e Sanitária,
Especialista em métricas e governança
bacias hidrográficas, o papel da água no setor industrial Recursos Hídricos no Brasil, foi iniciado em 2009 e da água nas organizações.
ainda é um assunto pouco estudado no Brasil. Tal finalizado em 2011. MARCO JOSÉ MELO NEVES
fato pode ser explicado pela limitada disponibilidade Engenheiro Agrícola, Mestre em
de dados sobre o uso da água no setor, que constitui Trata-se de um estudo estratégico que visa subsidiar Tecnologia Ambiental e Recursos
Hídricos. Especialista em recursos
obstáculo para a efetiva caracterização das indústrias em ações de planejamento e gestão de recursos hídricos, hídricos da Agência Nacional de Águas.
termos de uso de água e aporte de poluentes às bacias tendo-se em vista a dificuldade existente no Brasil para ALESSANDRO DE FREITAS TEIXEIRA
(FERES et al., 2005). quantificação diagnóstica e prospectiva do Plano Nacional Graduado e Mestre em Ciência
de Recursos Hídricos (PNRH), referente à identificação da Computação, especialista em
sistemas de apoio à decisão.
Nesse sentido, a Fundação Banco do Brasil (FBB) firmou dos coeficientes técnicos setoriais de uso dos recursos
convênio de cooperação financeira com a Fundação hídricos, diferenciados por setores produtivos e por tipo LUANA LISBOA
Engenheira Agrícola e Ambiental, Mestre
Arthur Bernardes (FUNARBE)/Universidade Federal de de processo tecnológico adotado. em Recursos Hídricos e Ambientais.
CONVÊNIO DE COOPERAÇÃO FINANCEIRA N°. 8.553 Secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano Agrometeorologia
Silvano Silvério da Costa Paulo Márcio de Freitas
EXTRATO DO RELATÓRIO TÉCNICO 6
Matriz de coeficientes técnicos de vazões Diretor de Recursos Hídricos Estatística
de retirada e efluente para o setor industrial Marco José Melo Neves Ângela Maria Quintão Lana
Assessora Sênior
Maria HelenaLangoni Stein
EXTRAÇÃO DE
07
MINERAIS METÁLICOS
Extração de minerais
07.2
metálicos não-ferrosos
Extração de minerais
07.29-4 metálicos não-ferrosos não t produzida 1,86 1,58 0,28
especificados anteriormente
EXTRAÇÃO DE MINERAIS
08
NÃO-METÁLICOS
Extração de outros
08.9
minerais não-metálicos
Extração de minerais
08.99-1 não-metálicos não t produzida 6,25 1,25 5,00
especificados anteriormente
INDÚSTRIAS DE
C
TRANSFORMAÇÃO
FABRICAÇÃO DE
10
PRODUTOS ALIMENTÍCIOS
Valor médio
10.7 Fabricação e refino de açúcar t de açúcar 17,0 17,0 –
Fabricação de outros
10.9 t produzido 4,72 0,95 3,78
produtos alimentícios
11 FABRICAÇÃO DE BEBIDAS
Fabricação de aguardentes e
11.11-9 m3 produzido 1,24 0,47 0,77
outras bebidas destiladas
Fabricação de bebidas
11.2 m3 produzido 1,4 – 3,0 0,9 0,5 – 2,1
não-alcoólicas
FABRICAÇÃO DE
12 t matéria-prima 31,25 6,25 25,00
PRODUTOS DO FUMO
FABRICAÇÃO DE
13
PRODUTOS TÊXTEIS
Fabricação de sabões,
detergentes, produtos de
20.6 t produzida 1,2 – 1,7 0,6 – 0,8 0,6 – 0,9
limpeza, cosméticos, produtos de
perfumaria e de higiene pessoal
24 METALURGIA
Produção de ferro-gusa
24.1 t produzida 1,25 0,25 1,00
e de ferroligas
Metalurgia dos
24.4 t produzida 1,24 – 3,5 0,25 – 0,7 0,99 – 2,8
metais não-ferrosos
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE
25 METAL, EXCETO MÁQUINAS E t produzida 2,65 1,24 1,41
EQUIPAMENTOS
FABRICAÇÃO DE VEÍCULOS
29 AUTOMOTORES, REBOQUES
E CARROCERIAS
Unidade
29.2 Fabricação de caminhões e ônibus 9 1,6 7,4
produzida
FABRICAÇÃO DE OUTROS
EQUIPAMENTOS DE
30
TRANSPORTE, EXCETO
VEÍCULOS AUTOMOTORES
Unidade
30.4 Fabricação de aeronaves 2484 309 2175
produzida
Visão da
Indústria
Como processos produtivos distintos têm padrões métricas, indicadores e coeficientes associados são uma
muito diferenciados no uso da água, a adoção de importante ferramenta, a CNI alerta para a necessidade
valores de referência por unidade de produção precisa de estudos mais aprofundados.
considerar um grau de estratificação dos dados
compatível com os produtos e processos envolvidos. A evolução tecnológica e a gestão do uso da água
No entanto, como esta estratificação não pode ser feita, induzem ao uso mais racional desse recurso, alterando
o uso dos coeficientes como valores de referência para expressivamente os valores de retirada, o consumo e
processos de regulação ou benchmarking fica limitado as emissões hídricas ao longo do tempo. Essa dinâmica
para muitas tipologias. demanda que os valores de referência para o uso dos
recursos hídricos nos processos produtivos sejam
Observa-se que como os valores (coeficientes) não estão atualizados periodicamente.
associados às condições locais, o seu uso não deve ser
correlacionado aos impactos potenciais ou estimativa Outro aspecto a considerar em revisões futuras é a
de pressão sobre os recursos hídricos e ecossistemas dificuldade para a correlação entre os dados disponíveis
associados. Mesmo reconhecendo que a otimização do e os catalogados pelas associações com os padrões de
uso da água no setor industrial é uma tendência e que as classificação adotados no estudo (CNAE 2.0).
3 VISÃO DA INDÚSTRIA 29
CADA PRODUTO Questões metodológicas e conceituais também precisam As oportunidades de melhoria e aspectos conceituais
ser contempladas nas revisões futuras desse estudo apresentados acima, não devem, contudo, inviabilizar
TEM UM PADRÃO ou mesmo consideradas no uso das informações o uso dos coeficientes para fins de planejamento em
apresentadas. Destaca-se a necessidade de maior escalas macro. Essa é a principal contribuição desse
DE USO, RETIRADA precisão com relação aos conceitos de retirada, consumo, estudo ao gerenciamento das águas do país.
retorno e unidade de produção, evitando distorções nos
E CONSUMO, dados obtidos, permitindo também sua aderência com O setor industrial continua disposto a colaborar com o
outras iniciativas e indicadores de uso da água. Poder Público no aperfeiçoamento dessa iniciativa e na
COMPATÍVEL COM qualificação do gerenciamento das águas do Brasil.
Cada produto tem um padrão de uso, retirada e consumo,
A TECNOLOGIA compatível com a tecnologia do processo produtivo e
com a gestão do uso da água adotado pela empresa.
DO PROCESSO
PRODUTIVO E COM
A GESTÃO DO USO
DA ÁGUA ADOTADO
PELA EMPRESA.
FÉRES, J. G.; THOMAS, A.; REYNAUD, A.; SEROA DA MOTTA, R. Demanda por Água e Custo de Controle da Poluição
Hídrica em Indústrias da Bacia do Rio Paraíba do Sul. In: CAMPOS, José Nilson B. (Org.). Recursos Hídricos: Prêmio
Jovem Pesquisador 2005. Fortaleza: ABRH, 2005. p. 277-304.
REFERÊNCIAS 31
CNI
9 788579 570834