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CARACTERIZAÇÃO DOS IDOSOS COM FRATURA DE FÊMUR PROXIMAL


ATENDIDOS EM HOSPITAL ESCOLA PÚBLICO CHARACTERIZATION OF AGED
PATIENTS WITH PROXIMAL FEMORAL FRACTURES IN A PUBLI....

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4 authors, including:

Celita Salmaso Trelha


Universidade Estadual de Londrina
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CARACTERIZAÇÃO DOS IDOSOS COM FRATURA DE FÊMUR PROXIMAL
ATENDIDOS EM HOSPITAL ESCOLA PÚBLICO

CHARACTERIZATION OF AGED PATIENTS WITH PROXIMAL FEMORAL FRACTURES


IN A PUBLIC SCHOOL HOSPITAL CARE

Clariana Fernandes Muniz1, Amanda Carla Arnaut1, Mariana Yoshida1, Celita Salmaso Trelha2

1
Acadêmicas do quarto ano do curso de Fisioterapia da Universidade Estadual de Londrina.
2
Departamento de Fisioterapia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Estadual de Londrina.
Correspondência: Celita Salmaso Trelha (celita@dilk.com.br)

Resumo
_________________________________________________________________________________
O envelhecimento representa a passagem do tempo, não a patologia, sendo um processo natural e
fisiológico. No idoso, as alterações como osteoporose, acuidade visual diminuída, fraqueza muscular,
diminuição de equilíbrio, doenças neurológicas, cardiovasculares e deformidades osteomioarticulares
são fatores que contribuem para a alta incidência de fratura do terço proximal de fêmur. Objetivo:
Caracterizar os pacientes idosos com 60 anos e mais que apresentaram fratura de fêmur proximal no
período de junho de 2003 a junho de 2005. Método: Foi realizado estudo retrospectivo de prontuários
de um Hospital Escola Público da Região Norte do Paraná, no Serviço de Arquivo Médico e
Estatística. A análise estatística foi descritiva e as variáveis analisadas foram: sexo, raça, idade, local
da fratura, tipo de cirurgia, tempo de internação, realização de fisioterapia e óbitos. Resultados:
Foram analisados 89 prontuários. A idade variou de 60 a 102 anos, havendo predominância do sexo
feminino (61,80%) e da raça branca (66,29%) e prevalência de fraturas transtrocanterianas (58,43%).
A principal causa da fratura foi a queda da própria altura (78,16%). Foi realizada intervenção cirúrgica
em 88,16% dos casos e a taxa de mortalidade foi de 14,61%. A maior parte dos pacientes (61,80%)
fez fisioterapia durante a internação. Conclusão: Admitindo-se ser a queda da própria altura a causa
mais freqüente das fraturas de fêmur proximal, torna-se necessária a prevenção deste tipo de trauma,
por meio da elaboração de um programa de prevenção de quedas. A fisioterapia pode atuar tanto na
prevenção de quedas quanto no pós-trauma, incluindo o pré-operatório e pós-operatório imediato,
visando uma recuperação mais breve.
Descritores: Fraturas do Fêmur; Idoso; Assistência Hospitalar; Fisioterapia.

Abstract
_________________________________________________________________________________
Aging represents the time span, not pathology, being a natural and physiological process. On the
elders, changes such as osteoporosis, loss of visual accuracy, muscle strength, balance impairment,
neurological and cardiovascular diseases and deformities on the skeletal, muscular and articulation
systems are factors that contribute to the high incidence of fractures on the upper third of the femur
bone. Objective: Characterize aged patients with more than 60 years that presented fracture of the
upper femural region during the period of January 2003 until June 2005. Method: A retrospective study
was performed, analyzing the medical history registers of the patients from the Public School Hospital
of North Paraná, at the Medical and Statistical Archives Services. The statistical analysis was
descriptive and the study variables were: gender, race, age, fracture location, type of surgery, time of
hospital admission until discharge, physical therapy treatment and deaths. Results: 89 medical history
registers were analyzed. The age varied from 60 to 102 years, being most patients of female gender
(61.80%), belonging to the white race (66.29%) and the trochanter fractures were prevalent (58.43%).
It was caused mainly by falls from their own height (78.16%). Surgical intervention was necessary in
88.16% of cases and death mortality index was 14.61%. The majority of the patients (61.80%) during
hospitalization were submitted to physical therapy. Conclusion: Conceiving that falls are the most
frequent causes of upper femoral fractures, the prevention of this type of trauma is important and
requires the development of a prevention program from falling. Physical therapy can perform on the
prevention of falls and on the post-trauma, including the pre-operation and immediate post-operation
periods by interventions that aim a shorter time of rehabilitation.
Keywords: Femoral Fractures; Aged; Hospital Care; Physical Therapy.

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Muniz CF, Arnaut AC, Yoshida M et al.

INTRODUÇÃO Esta fratura nos idosos é causada


geralmente por traumas pequenos e não
O envelhecimento representa a intencionais como as quedas, que ocorrem por
passagem do tempo, não a patologia1, sendo debilidade decorrente da senescência e ainda
um processo natural e fisiológico2 onde as dependem de fatores extrínsecos.
experiências emocionais, psicológicas e Aproximadamente um terço das pessoas com
ambientais, o tornam singular e individual. mais de 65 anos que moram em comunidades
Desta forma duas pessoas não envelhecem e mais da metade que moram em instituições
de maneira idêntica. O indivíduo idoso caem todos os anos, mas apenas 5% resultam
apresenta alguns aspectos próprios como: em fratura5.
tendência a ter múltiplas patologias, doenças
Este tipo de lesão ocasiona maior
crônicas, recuperação lenta e as primeiras
mortalidade (15%) no primeiro ano pós-
manifestações de uma doença que aparecem
fratura7. Este tipo de fratura representa perda
somente em fases avançadas3. Sendo assim
significativa da capacidade funcional. Cerca de
as alterações fisiológicas, ao se somarem,
metade dos idosos torna-se incapaz de
diminuem a capacidade funcional do indivíduo
deambular e um quarto necessita de cuidado
e, conseqüentemente, comprometem sua
domiciliar prolongado8.
qualidade de vida. No Brasil, o índice de
envelhecimento segundo IBGE4, mostra que O tratamento da maioria destas fraturas
para cada 100 indivíduos jovens, existem 35,4 é cirúrgico, são utilizados vários métodos de
acima de 60 anos. osteossíntese proporcionando fixação rígida e
segura, permitindo um início da marcha
A pré-disposição para lesões pode estar
precoce. A utilização de novos materiais para
associada ao processo de senescência, ou
substituição protética visa menor índice de
seja, ao envelhecimento fisiológico. As
complicações, devido à sua tecnologia e
alterações que ocorrem em vários sistemas
desenhos9.
diminuem a funcionalidade dos idosos. Este
envelhecimento também pode estar associado O objetivo deste trabalho é caracterizar
a patologias, sendo caracterizado como os pacientes idosos com 60 anos e mais que
senilidade5. apresentaram fratura de fêmur proximal no
período de junho de 2003 a junho de 2005.
O equilíbrio e a marcha dependem de
uma complexa interação entre as funções
nervosas, osteomusculares, cardiovasculares
e sensoriais, além da capacidade de adaptar- MATERIAL E MÉTODO
se rapidamente as mudanças ambientais e Foi realizado estudo retrospectivo de
posturais. Com a idade o controle de equilíbrio prontuários de um Hospital Escola Público da
se altera, causando instabilidade na marcha, o Região Norte do Paraná, no Serviço de
que, associado á interação de vários fatores Arquivo Médico e Estatística.
ambientais e do próprio indivíduo, pode
resultar em queda4. Participaram da pesquisa, pacientes
acima de 60 anos que deram entrada no
Osteoporose, acuidade visual diminuída, hospital por fratura proximal de fêmur, no
alteração de equilíbrio e dos reflexos, além de período de junho de 2003 a junho de 2005.
fraqueza muscular e outras doenças Foram excluídos os prontuários com dados
associadas6, como doenças neurológicas, incompletos e internações por outras fraturas.
cardiovasculares e deformidades
osteomioarticulares4 são fatores que A análise estatística foi descritiva e as
contribuem para a alta incidência de fratura do variáveis analisadas foram: sexo, raça, idade,
terço proximal de fêmur. local da fratura, tipo de cirurgia, tempo de
internação, realização de fisioterapia e óbitos.
A fratura do fêmur está entre as lesões
traumáticas mais comuns na população idosa,
pode ocorrer na região proximal, distal ou RESULTADOS E DISCUSSÃO
ainda na diáfise femoral. Uma vez que o osso
apresenta a capacidade de transmitir a carga Foram selecionados 110 prontuários de
durante o movimento, com a fratura há perda pacientes acima de 60 anos com diagnóstico
da integridade estrutural óssea. Assim o idoso de fratura de fêmur. Desse total, foram
que permanece imobilizado por períodos excluídos 21 prontuários por não terem
prolongados, aumentando a debilidade e diagnóstico de fratura de fêmur proximal e por
diminuindo a funcionalidade5. estarem incompletos. Foram analisados 89
prontuários.

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Fratura de fêmur em idosos

A faixa etária dos pacientes com apresentavam esta informação. No presente


diagnóstico de fratura proximal de fêmur estudo houve predominância da raça branca
variou de 60 a 102 anos com média 78,64 assim como no estudo de Rocha10, onde
(D.P: 9,05). O predomínio de fraturas foi maior foram estudados, retrospectivamente, 1.054
na faixa etária entre 80 a 89 anos, com 36 prontuários de pacientes com 1.054 fraturas
idosos (40,45%), como pode ser observado na do fêmur proximal (fraturas do colo do fêmur,
tabela 1. Rocha et al. 10 verificou maior transtrocanterianas e subtrocanterianas),
incidência de fraturas em idosos na faixa tratadas no Hospital Escola da Faculdade de
etária de 71 e 80 anos (27,99%). Vilas-Boas Medicina do Triângulo Mineiro (Uberaba, MG),
Jr et al. aponta a faixa etária de 60 a 69 anos de janeiro de 1985 a março de 2000. As raças
como a mais acometida (36,64%).6 branca e amarela encontram-se mais
propícias a fraturas, pois apresentam maior
Tabela 1 – Distribuição dos idosos com fratura
tendência a desenvolver osteoporose,
proximal de fêmur segundo a faixa etária. Londrina, enquanto a raça negra apresenta maior massa
2005. óssea.
Faixa Etária n %
Devido ao alto índice de miscigenação
60 – 69 anos 16 17,98 do nosso país, é difícil a identificação dos
70 – 79 anos 28 31,46 indivíduos pela raça10, e isto explica a alta
porcentagem dos prontuários designados
80 – 89 anos 36 40,45 como: outros/indefinida.
Acima de 90 9 10,11
Em relação ao mecanismo de fratura,
Total 89 100,00 houve predominância de traumas, como
queda da própria altura 80 (89,89%),
atropelamento 3 (3,37%), agressão 1 (1,12%)
Em relação ao gênero, verificou-se que e em 5 (5,62%) casos não foi encontrada a
55 (61,80%) eram do sexo feminino e 34 causa da fratura. Em consonância com outros
(38,20%) do sexo masculino. Estudo realizado estudos 6,11, este também demonstrou as
por Pereira et al. também verificou o características dessas lesões e que suas
predomínio da fratura de fêmur no sexo causas podem ser, muitas vezes, evitáveis por
feminino11. procedimentos simples e de baixo custo, como
a prevenção e tratamento da osteoporose, de
De acordo com o estudo de Eisler et al.12 déficits oftalmológicos e modificações nas
em amostra de 571 pacientes com fraturas condições de vida cotidiana, eliminando
proximais de fêmur observou-se a incidência obstáculos que eventualmente possam causar
de 86% no sexo feminino e 14% no sexo acidentes.
masculino. Já Espino et al.13 relataram, que na
amostra estudada, a incidência de fratura em O principal tipo de fratura apresentado
mulheres foi de 66% e 34% em homens. neste estudo foi a transtrocanteriana com 52
Aharonoff et al.14 encontraram uma incidência (58,43%), e de colo de fêmur com 34 (38,20%)
de 78,6% no sexo feminino. Ramalho et al. 15 dos casos. Dados mais detalhados podem ser
observaram a predominância de mulheres observados na tabela 2. A literatura apresenta
com fraturas de fêmur. Chegando a 3:1 em as fraturas transtrocanterianas como sendo as
relação aos homens. mais freqüentes, Cunha16 analisou, 190
pacientes (142 mulheres e 48 homens; média
A maior ocorrência de quedas no sexo de idade de 79 anos) provenientes do Estado
feminino pode ser explicada pela maior de Minas Gerais, internados com fratura da
prevalência de doenças crônicas, maior extremidade proximal do fêmur na enfermaria
exposição às atividades domésticas e por ortopédica do Hospital dos Servidores do
apresentar uma menor quantidade de massa Estado de Minas Gerais, onde a incidência foi
magra e de força muscular quando de fraturas transtrocanterianas foi de 50%, das
comparadas com homens da mesma idade. de colo do fêmur foi de 44% e das
As mulheres atingem o pico de potência subtrocanterianas de 6%.O local da fratura
muscular antes que os homens, sofrendo o pode estar relacionado à natureza do trauma e
declínio mais precocemente5. à condição óssea do indivíduo. Em nosso
Neste estudo, cinqüenta e nove estudo não existiu predominância em relação
pacientes eram da raça branca (66,29%), três ao lado acometido, como é apresentado em
(3,37%) parda, três (3,37%) amarela, três outros trabalhos6,9.
(3,37%) negra, e 4 (4,49%) de outras raças.
Dezessete prontuários (19,10%) não

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Muniz CF, Arnaut AC, Yoshida M et al.

Tabela 2 – Distribuição dos idosos com fratura durante a internação variaram conforme a
proximal de fêmur segundo a localização da fratura.
necessidade do paciente, com destaque para:
Londrina, 2005.
mobilizações passivas, exercícios ativo-
Local da Fratura n %
assistidos e ativos, exercícios resistidos,
Transtrocanteriana 52 58,43 exercícios metabólicos, técnicas respiratórias
Colo de Fêmur 34 38,20 de reexpansão e desobstrução, transferências
e tomadas de peso, treino de equilíbrio,
Subtrocanteriana 2 2,25 prescrição de muletas.
Cabeça do Fêmur 1 1,15
Neste estudo, 13 idosos foram a óbito, o
Total 89 100,00 que representa uma taxa de mortalidade de
14,61%. Sakaki9, aponta valores inferiores aos
encontrados no presente estudo com taxa de
O tratamento instituído em 79 (88,76%)
mortalidade de 5,5% durante a internação
dos pacientes foi a intervenção cirúrgica
hospitalar. Neste estudo, alguns idosos foram
enquanto em 10 (11,24%) não foram
a óbito pouco tempo após a fratura, não sendo
realizadas cirurgias. O tratamento da maioria
possível a intervenção cirúrgica, enquanto em
das fraturas de fêmur é cirúrgico, sendo o
outros casos, a morte esteve relacionada a
conservador reservado somente a algumas
complicações respiratórias e cardiovasculares.
fraturas incompletas ou sem desvio. A cirurgia
visa à redução e fixação estável da fratura, No estudo de Sakaki9 a existência de
utilizando os mais variados métodos de outras doenças crônicas nos pacientes idosos
osteossíntese ou, no caso específico da no momento da fratura foi apontada como um
fratura do colo femoral com desvio, a fator prognóstico importante, sendo as
substituição protética9. afecções cardíacas e pulmonares, doenças
renais, diabetes mellitus e acidente vascular
No levantamento de 1.054 fraturas de
encefálico as de maior influência. O sexo
fêmur proximal tratadas no Hospital Escola da
masculino foi mais susceptível em relação à
Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro
mortalidade. Algumas explicações estão
no período de 1985 a 2000 verificou-se o
relacionadas ao fato de que a queda do sexo
predomínio da osteossíntese no tratamento
masculino é mais traumática que da mulher e
dessas fraturas em 951 (90,232%) dos casos.
o homem tem mais doenças associadas ou
O período de internação variou de 1 a deficiência cognitiva mais grave7.
117 dias (média=12,69). Dados semelhantes
Além do impacto na morbidade-
foram encontrados em estudo realizado por
mortalidade, a fratura de fêmur apresenta
Rocha et al10, onde o tempo de internação
aspectos socioeconômicos relevantes. Araújo,
hospitalar devido fratura de fêmur variou de 1
Oliveira e Bracco apud Morales-Torres et al. 14
a 145 dias, com média de 10 dias (D.P.= 9).
em revisão de literatura, identificaram um
Participaram do estudo pacientes de várias
estudo na cidade de Marília/SP, em que a
faixas etárias, com predomínio de pessoas
incidência da fratura proximal de fêmur em
acima de 60 anos de idade.
pacientes de ambos os sexos, acima de 60
No presente estudo, 34 pacientes anos de idade foi de 343 casos por 100.000.
(38,20%) não realizaram fisioterapia e 55 Os pesquisadores estimaram ainda, o custo
(61,80%) realizaram. O número de sessões direto de um episódio agudo com
por paciente variou de 1 a 63, com média de hospitalização para tratamento de fratura
5,52 (D.P.=7,78) terapias por paciente. O proximal de fêmur no Brasil como sendo US$
tratamento fisioterapêutico era realizado uma 5.500, sem mencionar se o tratamento foi
vez ao dia e somente após o encaminhamento realizado no sistema público ou privado.
médico.Silva17 apud Hoenig et al (1997),
Araújo, Oliveira e Bracco18 estimaram o
concluíram que os pacientes que receberam
custo direto durante hospitalização para
mais de 5 sessões de fisioterapia por semana
fratura de fêmur por osteoporose no sistema
tiveram uma alta hospitalar mais precoce.
privado de saúde brasileiro, pela perspectiva
A fisioterapia durante o período das empresas de planos de saúde. Os
hospitalar tem o objetivo de prevenir resultados mostraram uma média de
complicações respiratórias, cardiovasculares, permanência hospitalar de 9,21 dias (2,13 dias
dérmicas e osteomioarticulares, promover na UTI) e o custo médio total da hospitalização
orientações quanto ao pós-operatório e de R$ 24.000. Segundo os autores o maior
estimular o retorno às atividades de vida componente de custo foi atribuído ao material
diária, desta forma melhorando a qualidade de médico (61%) e o impacto econômico foi
vida do paciente. As condutas realizadas estimado em R$ 12 milhões.

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Fratura de fêmur em idosos

Haentjens et al.19, na Bélgica, estimaram 2. Duarte YAO. O processo de


em US$ 9.534 o custo médio da envelhecimento e a assistência ao idoso.
hospitalização para tratamento da fratura In: Manual de enfermagem. Programa
proximal de fêmur durante estudo de coorte Saúde da família. São Paulo: Ministério da
prospectiva. Os autores contabilizaram todos Saúde; 2001.
os custos diretos, além da internação,
3. Costa EFA, Porto CC, Almeida JC, Cipullo
decorrentes da fratura de fêmur no período de
JP, Martin JFV Semiologia do Idoso. In:
um ano. Os resultados encontrados indicaram
Porto CC. Semiologia Médica. 4. ed. Rio de
que o maior impacto econômico pode ocorrer
Janeiro: Guanabara-Koogan; 2001.
nos meses subseqüentes à hospitalização
inicial. 4. IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios. Censo Demográfico 1991 e
Na realização da presente pesquisa, as
2000 e Contagem Populacional 1996.
limitações encontradas foram principalmente
[citado 2006 Out 22]. Disponível em
as seguintes: prontuários com informações
http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/idb2004/a1
incompletas nos item dados pessoais e causa
5uf.htm.
da fratura; utilização de diferentes
nomenclaturas e falta de padronização 5. Fréz AR. Fratura do fêmur em pacientes
principalmente no item localização da fratura; idosos: estudo epidemiológico. [Trabalho
e, bibliografia escassa relacionando idosos, de Conclusão de Curso]. Cascavel:
internação hospitalar e fisioterapia. Universidade Estadual do Oeste do
Paraná; 2003.
6. Vilas-Bôas Júnior A, Vercesi AE, Bodachne
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fêmur proximal, torna-se necessária a
7. Parker MJ, Palmer CR. Prediction of
prevenção deste tipo de trauma, por meio da
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elaboração de um programa de prevenção de
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quedas.
8. Riggs BL, Melton LJ. The worldwide
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de quedas através de exercícios físicos,
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orientação quanto aos riscos ambientais,
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aumento da mobilidade, fortalecimento
muscular, melhora do equilíbrio, treino de 9. Sakaki MH, Oliveira AR, Coelho FF, Leme
marcha, melhora da aferência sensorial e LEG, Suzuki I, Amatuzzi MM. Estudo da
facilidade em transferências, que levam a um mortalidade na fratura do fêmur proximal
aumento da estabilidade e permite uma maior em idosos Acta ortop bras 2004; 12(4):
independência pela recuperação da confiança 242-249.
em sua atividades.
10. Rocha MA, Carvalho WS, Zanqueta C,
No pós-trauma, incluindo o pré- Lemos SC Estudo epidemiológico
operatório e pós-operatório imediato, a retrospectivo das fraturas do fêmur
fisioterapia promove intervenções desde os proximal tratados no Hospital Escola da
posicionamentos adequados para evitar Faculdade de Medicina do Triângulo
complicações até o treino de marcha com o Mineiro. Rev Bras Ortop 2001; 36(8):311-
idoso, diminuindo, assim o tempo de 316.
internação e os gastos hospitalares.
11.Pereira GJC, Barreto AA, Curcelli EC,
Para um melhor atendimento ao idoso é Pereira HR, Gerios JC, Galvão MPL,
necessária a atuação de uma equipe Funchal LFZ. Estudo epidemiológico
interdisciplinar. A atuação conjunta de retrospectivo das fraturas do terço proximal
diversos profissionais da área da saúde do fêmur na região de Botucatu. Rev Bras
contribui para reduzir o tempo de recuperação Ortop 1993; 28:504-510.
do idoso.
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Recebido em 22/12/06
Aprovado em 05/06/07

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