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All content following this page was uploaded by Celita Salmaso Trelha on 15 May 2014.
Clariana Fernandes Muniz1, Amanda Carla Arnaut1, Mariana Yoshida1, Celita Salmaso Trelha2
1
Acadêmicas do quarto ano do curso de Fisioterapia da Universidade Estadual de Londrina.
2
Departamento de Fisioterapia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Estadual de Londrina.
Correspondência: Celita Salmaso Trelha (celita@dilk.com.br)
Resumo
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O envelhecimento representa a passagem do tempo, não a patologia, sendo um processo natural e
fisiológico. No idoso, as alterações como osteoporose, acuidade visual diminuída, fraqueza muscular,
diminuição de equilíbrio, doenças neurológicas, cardiovasculares e deformidades osteomioarticulares
são fatores que contribuem para a alta incidência de fratura do terço proximal de fêmur. Objetivo:
Caracterizar os pacientes idosos com 60 anos e mais que apresentaram fratura de fêmur proximal no
período de junho de 2003 a junho de 2005. Método: Foi realizado estudo retrospectivo de prontuários
de um Hospital Escola Público da Região Norte do Paraná, no Serviço de Arquivo Médico e
Estatística. A análise estatística foi descritiva e as variáveis analisadas foram: sexo, raça, idade, local
da fratura, tipo de cirurgia, tempo de internação, realização de fisioterapia e óbitos. Resultados:
Foram analisados 89 prontuários. A idade variou de 60 a 102 anos, havendo predominância do sexo
feminino (61,80%) e da raça branca (66,29%) e prevalência de fraturas transtrocanterianas (58,43%).
A principal causa da fratura foi a queda da própria altura (78,16%). Foi realizada intervenção cirúrgica
em 88,16% dos casos e a taxa de mortalidade foi de 14,61%. A maior parte dos pacientes (61,80%)
fez fisioterapia durante a internação. Conclusão: Admitindo-se ser a queda da própria altura a causa
mais freqüente das fraturas de fêmur proximal, torna-se necessária a prevenção deste tipo de trauma,
por meio da elaboração de um programa de prevenção de quedas. A fisioterapia pode atuar tanto na
prevenção de quedas quanto no pós-trauma, incluindo o pré-operatório e pós-operatório imediato,
visando uma recuperação mais breve.
Descritores: Fraturas do Fêmur; Idoso; Assistência Hospitalar; Fisioterapia.
Abstract
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Aging represents the time span, not pathology, being a natural and physiological process. On the
elders, changes such as osteoporosis, loss of visual accuracy, muscle strength, balance impairment,
neurological and cardiovascular diseases and deformities on the skeletal, muscular and articulation
systems are factors that contribute to the high incidence of fractures on the upper third of the femur
bone. Objective: Characterize aged patients with more than 60 years that presented fracture of the
upper femural region during the period of January 2003 until June 2005. Method: A retrospective study
was performed, analyzing the medical history registers of the patients from the Public School Hospital
of North Paraná, at the Medical and Statistical Archives Services. The statistical analysis was
descriptive and the study variables were: gender, race, age, fracture location, type of surgery, time of
hospital admission until discharge, physical therapy treatment and deaths. Results: 89 medical history
registers were analyzed. The age varied from 60 to 102 years, being most patients of female gender
(61.80%), belonging to the white race (66.29%) and the trochanter fractures were prevalent (58.43%).
It was caused mainly by falls from their own height (78.16%). Surgical intervention was necessary in
88.16% of cases and death mortality index was 14.61%. The majority of the patients (61.80%) during
hospitalization were submitted to physical therapy. Conclusion: Conceiving that falls are the most
frequent causes of upper femoral fractures, the prevention of this type of trauma is important and
requires the development of a prevention program from falling. Physical therapy can perform on the
prevention of falls and on the post-trauma, including the pre-operation and immediate post-operation
periods by interventions that aim a shorter time of rehabilitation.
Keywords: Femoral Fractures; Aged; Hospital Care; Physical Therapy.
Tabela 2 – Distribuição dos idosos com fratura durante a internação variaram conforme a
proximal de fêmur segundo a localização da fratura.
necessidade do paciente, com destaque para:
Londrina, 2005.
mobilizações passivas, exercícios ativo-
Local da Fratura n %
assistidos e ativos, exercícios resistidos,
Transtrocanteriana 52 58,43 exercícios metabólicos, técnicas respiratórias
Colo de Fêmur 34 38,20 de reexpansão e desobstrução, transferências
e tomadas de peso, treino de equilíbrio,
Subtrocanteriana 2 2,25 prescrição de muletas.
Cabeça do Fêmur 1 1,15
Neste estudo, 13 idosos foram a óbito, o
Total 89 100,00 que representa uma taxa de mortalidade de
14,61%. Sakaki9, aponta valores inferiores aos
encontrados no presente estudo com taxa de
O tratamento instituído em 79 (88,76%)
mortalidade de 5,5% durante a internação
dos pacientes foi a intervenção cirúrgica
hospitalar. Neste estudo, alguns idosos foram
enquanto em 10 (11,24%) não foram
a óbito pouco tempo após a fratura, não sendo
realizadas cirurgias. O tratamento da maioria
possível a intervenção cirúrgica, enquanto em
das fraturas de fêmur é cirúrgico, sendo o
outros casos, a morte esteve relacionada a
conservador reservado somente a algumas
complicações respiratórias e cardiovasculares.
fraturas incompletas ou sem desvio. A cirurgia
visa à redução e fixação estável da fratura, No estudo de Sakaki9 a existência de
utilizando os mais variados métodos de outras doenças crônicas nos pacientes idosos
osteossíntese ou, no caso específico da no momento da fratura foi apontada como um
fratura do colo femoral com desvio, a fator prognóstico importante, sendo as
substituição protética9. afecções cardíacas e pulmonares, doenças
renais, diabetes mellitus e acidente vascular
No levantamento de 1.054 fraturas de
encefálico as de maior influência. O sexo
fêmur proximal tratadas no Hospital Escola da
masculino foi mais susceptível em relação à
Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro
mortalidade. Algumas explicações estão
no período de 1985 a 2000 verificou-se o
relacionadas ao fato de que a queda do sexo
predomínio da osteossíntese no tratamento
masculino é mais traumática que da mulher e
dessas fraturas em 951 (90,232%) dos casos.
o homem tem mais doenças associadas ou
O período de internação variou de 1 a deficiência cognitiva mais grave7.
117 dias (média=12,69). Dados semelhantes
Além do impacto na morbidade-
foram encontrados em estudo realizado por
mortalidade, a fratura de fêmur apresenta
Rocha et al10, onde o tempo de internação
aspectos socioeconômicos relevantes. Araújo,
hospitalar devido fratura de fêmur variou de 1
Oliveira e Bracco apud Morales-Torres et al. 14
a 145 dias, com média de 10 dias (D.P.= 9).
em revisão de literatura, identificaram um
Participaram do estudo pacientes de várias
estudo na cidade de Marília/SP, em que a
faixas etárias, com predomínio de pessoas
incidência da fratura proximal de fêmur em
acima de 60 anos de idade.
pacientes de ambos os sexos, acima de 60
No presente estudo, 34 pacientes anos de idade foi de 343 casos por 100.000.
(38,20%) não realizaram fisioterapia e 55 Os pesquisadores estimaram ainda, o custo
(61,80%) realizaram. O número de sessões direto de um episódio agudo com
por paciente variou de 1 a 63, com média de hospitalização para tratamento de fratura
5,52 (D.P.=7,78) terapias por paciente. O proximal de fêmur no Brasil como sendo US$
tratamento fisioterapêutico era realizado uma 5.500, sem mencionar se o tratamento foi
vez ao dia e somente após o encaminhamento realizado no sistema público ou privado.
médico.Silva17 apud Hoenig et al (1997),
Araújo, Oliveira e Bracco18 estimaram o
concluíram que os pacientes que receberam
custo direto durante hospitalização para
mais de 5 sessões de fisioterapia por semana
fratura de fêmur por osteoporose no sistema
tiveram uma alta hospitalar mais precoce.
privado de saúde brasileiro, pela perspectiva
A fisioterapia durante o período das empresas de planos de saúde. Os
hospitalar tem o objetivo de prevenir resultados mostraram uma média de
complicações respiratórias, cardiovasculares, permanência hospitalar de 9,21 dias (2,13 dias
dérmicas e osteomioarticulares, promover na UTI) e o custo médio total da hospitalização
orientações quanto ao pós-operatório e de R$ 24.000. Segundo os autores o maior
estimular o retorno às atividades de vida componente de custo foi atribuído ao material
diária, desta forma melhorando a qualidade de médico (61%) e o impacto econômico foi
vida do paciente. As condutas realizadas estimado em R$ 12 milhões.
Recebido em 22/12/06
Aprovado em 05/06/07