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1- RELATÓRIO
Foi deferida assistência judiciária gratuita ao autor e determinada a citação da autarquia ré para
manifestação (seq. 13.1).
Saneado o feito, foram fixados os pontos controvertidos e designada audiência de instrução e julgamento,
deferindo a produção de prova testemunhal e o depoimento da parte autora (seq.35.1).
Aa audiência de instrução e julgamento foi realizada, conforme termo juntado no seq. 53.1.
As alegações finais pela parte autora foram remissivas, restando preclusa a oportunidade de apresentação
de alegações finais pela parte contrária, ante a sua ausência em audiência injustificadamente.
É o relatório.
2. FUNDAMENTAÇÃO
Na fase administrativa, o pedido do requerente foi negado por “falta de tempo de contribuição até
16/12/1998 ou até a data de entrada do requerimento”.
Primeiramente, deve-se esclarecer que se encontra devidamente reconhecido pelo próprio INSS, conforme
seq. 1.7, 27 anos, 06 meses e 13 dias de labor.
2.1. DO MÉRITO
O cálculo do tempo de serviço prestado em condições especiais é regido pela norma vigente à época da
prestação do serviço, salvo se a fórmula de cálculo de norma superveniente for mais benéfica ao titular do
direito, hipótese em que se origina, com a incidência desta, a aquisição retroativa do direito à aplicação do
preceito mais favorável ao tempo de serviço ainda não utilizado pelo respectivo titular para aposentadoria.
O segurado que trabalhou alternativamente em atividade comum e especial tem direito a ter convertido o
seu tempo de serviço especial incompleto, para efeitos de concessão de aposentadoria por tempo de
serviço, na forma do art. 57, § 5º da Lei nº 8.213/91 e art. 58, inciso XXII, e art. 64 do Decreto nº
2.172/97.
A Lei nº 8.213/91 estabeleceu, de forma genérica, as condições em que o segurado faria jus ao benefício
de aposentadoria especial, com base na sua atividade profissional.
Verifica-se, pois, que a partir da edição da citada Lei nº 9.032/95 deixou de ser considerada a categoria
profissional do trabalhador, passando a ser considerada a atividade exercida e seu efetivo prejuízo.
Nesse contexto, para que o empregado tenha direito à contagem de tempo de serviço especial, ou a
aposentadoria, nas condições anteriores à edição da Lei nº 9.032/95, basta que, além das condições
impostas, comprove o exercício de atividade incluída no rol daquelas tidas por especiais, ao passo que,
após referida legislação, imprescindível a comprovação da exposição aos agentes perigosos ou insalubres.
Feita essa consideração e tendo em vista a diversidade de diplomas legais que se sucederam na disciplina
da matéria, necessário inicialmente definir qual a legislação aplicável ao caso concreto, ou seja, qual a
legislação vigente quando da prestação da atividade pelo autor.
Tem-se, então, a seguinte evolução legislativa quanto ao tema sub judice:
a) no período de trabalho até 28-04-1995, quando vigente a Lei nº 3.807/60 (Lei Orgânica da Previdência
Social) e suas alterações e, posteriormente, a Lei nº 8.213/91, Lei de Benefícios da Previdência Social
(LBPS), em sua redação original (artigos 57 e 58), possível o reconhecimento da especialidade do
trabalho quando houver a comprovação do exercício de atividade enquadrável como especial nos decretos
regulamentadores e/ou na legislação especial ou quando demonstrada a sujeição do segurado a agentes
nocivos por qualquer meio de prova (exceto para ruído, em que necessária sempre à aferição do nível de
decibéis mediante perícia técnica, carreada aos autos ou noticiada em formulário emitido pela empresa, a
fim de se verificar a nocividade, ou não, desse agente);
d) após 28-05-1998, não seria mais possível a conversão de tempo especial para comum (artigo 28 da MP
nº 1.663/98, convertida na Lei nº 9.711/98). Há, no entanto, entendimento diverso, no sentido de que é
possível a conversão de tempo de serviço especial em comum, mesmo após 28.05.98, pois a redação do
artigo 28 da Lei nº 9.711/98, não revogou, nem expressa, nem tacitamente o art. 57, § 5º, da Lei nº
8.213/91.
Essas conclusões são suportadas por remansosa jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (REsp nº
461.800-RS, 6ª Turma, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, DJU de 25-02-2004, p. 225; REsp nº 513.832-PR,
5ª Turma, Rel. Min. Laurita Vaz, DJU de 04-08-2003, p. 419; REsp nº 397.207-RN, 5ª Turma, Rel. Min.
Jorge Scartezzini, DJU de 01-03-2004, p. 189).
Para fins de enquadramento das categorias profissionais, devem ser considerados os Decretos nº
53.831/64 (Quadro Anexo - 2ª parte) e nº 83.080/79 (Anexo II) até 28-04-1995, data da extinção do
reconhecimento da atividade especial por presunção legal. Já para o enquadramento dos agentes nocivos,
devem ser considerados os Decretos nº 53.831/64 (Quadro Anexo- 1ª parte) e 83.080/79 (Anexo I) até
05-03-1997 e o Decreto nº 2.172/97 (Anexo IV) no interregno compreendido entre 06-03-1997 e
28-05-1998. Além dessas hipóteses de enquadramento, sempre possível também a verificação da
especialidade da atividade no caso concreto, mediante perícia técnica, nos termos da Súmula nº 198 do
extinto Tribunal Federal de Recursos (AGREsp nº 228.832-SC, 6ª Turma, Rel. Min. Hamilton
Carvalhido, DJU de 30-06-2003, p. 320).
Porém, considerando que o autor requer o reconhecimento e conversão do tempo de atividade especial em
comum, verificaremos o período de acordo com a legislação aplicável à época.
Conforme exposto acima, até 28 de abril de 1995 é admissível o reconhecimento da especialidade por
categoria profissional ou por sujeição a agentes nocivos, aceitando-se qualquer meio de prova (exceto
para ruído).
Pois bem. Conforme se observa à Luz dos Decretos n.ºs 53.831/64, 72.771/73 e 83.08079, a profissão de
Mecânico amolda-se à previsão constante do Código 1.2.11 do Quadro a que se refere o art. 2º do Decreto
nº 53.831/1964, estando em exposição constante e permanente a produtos químicos, ruídos, dentre outras
substâncias nocivas.
Quanto aos referidos períodos, conforme acima mencionado, pode ser comprovado por qualquer meio de
prova, basta à comprovação de que o segurado exerceu efetivamente a atividade prevista no rol dos
decretos para fazer jus ao computo privilegiado.
No caso, há nos autos para comprovação dos referidos períodos, cópia da CTPS (seq.1.9 a 1.20),
comprovando os vínculos empregatícios e sua função de mecânico.
Conquanto o INSS alegue que o autor deixou de apresentar alguns documentos para comprovar a
atividade especial nos períodos indicados, não lhe assiste razão, uma vez que conforme já mencionado, de
acordo com a legislação aplicável ao período postulado, bastava a simples comprovação da atividade
prevista no rol dos Decretos, pois existem categorias inteiras beneficiadas, sem que os trabalhadores
estivessem expostos aos agentes nocivos à saúde e aos riscos do trabalho, sendo o caso dos autos.
Desse modo, a parte autora tem direito à averbação do acréscimo resultante da conversão do tempo de
serviço especial em comum no período acima referido, que deve ser calculado pelo INSS.
Nesse sentido:
Portanto, de acordo com a exposição acima, possível o reconhecimento do tempo de atividade especial, a
saber: 22/05/1986 e de 07/05/1987, 10/03/1989 a 20/10/1994, 24/10/1994 até 28/04/1995,os quais
multiplicados pelo coeficiente 1,4 totalizam 9 anos, 11 meses e 02 dias. Dessa forma, deve-se acrescer 02
anos, 07 meses e 15 dias ao tempo comum já reconhecido pela Autarquia Previdenciária
administrativamente.
Quanto aos referido período, conforme acima mencionado, podem ser comprovado por qualquer meio de
prova, basta à comprovação de que o segurado exerceu efetivamente a atividade prevista no rol dos
decretos e/ou na legislação especial ou quando demonstrada a sujeição do segurado a agentes nocivos por
qualquer meio de prova para fazer jus ao cômputo privilegiado.
Pois bem. Para comprovação da exposição a agente nocivo e especialidade da sua atividade nos períodos
de 24/02/1988 a 11/10/1988, juntou-se aos autos sua CTPS (seq. 1.10), na qual consta sua profissão de
“1/2 Oficial Torneiro Revólver”.
Como já mencionado, no período de trabalho até a data de 28 de abril de 1995, a especialidade das
atividades é enquadrada por categoria profissional, sem exigência de laudo técnico, conforme os ditames
do Decreto nº 53.831/1964. Nesta toada, a profissão torneiro de revolver ou mesmo torneiro mecânico
pode ser enquadrada como especial no código 2.5.3 do anexo II do Decreto nº 83.080/79 por analogia,
conforme entendimento jurisprudencial, assim, o período trabalhado pelo autor deve ser reconhecido
como especial.
Neste sentido:
Em relação aos períodos de trabalho posteriores a 28 de abril de 1995, cumpre salientar que o autor
desempenhou a profissão de mecânico e auxiliar de mecânico nos períodos de 29/04/1995 a 04/06/1999,
02/05/2000 a 09/11/2003 e 13/11/2003 a 28/05/2015.
Já nos referidos períodos, é necessário à demonstração efetiva de exposição, de forma permanente, não
ocasional nem intermitente, a agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física, por qualquer meio de
prova.
Em relação ao período supramencionados em que o autor laborou na Empresa Princesa do Norte S/A e
Viera e Mazi LTDA – ME, o PPP acostado aos autos nos seq. 1.24 a 1.26 e LTCAT juntada nos seq. 1.28
a 1.34, indicam técnico em segurança do trabalho e medico do trabalho, deste modo passo a análise.
Após 28 de abril de 1995, não é mais possível o enquadramento por categoria profissional, sendo
necessário apresentar o PPP (ou DSS 8030 acompanhado de PPRA ou LTCAT) para provar o risco da
atividade, ou então, apresentar laudo que demonstrem quais os riscos e agentes nocivos aos quais o
trabalhador foi exposto.
Consta do PPP (seq. 1.24 a 1.26) que o autor trabalhou de “24/10/1994 a 04/06/1999 e de 13/11/2003 até
hoje em atividade” com atividades ligadas ao agente físicos (ruído) “exposição existente abaixo do nível
de ação” e químicos (via respiratória e dérmica) “Monóxido de Carbono e Hidrocarbonetos”, bem como
atestou que o autor exercia as atividades: “Realizar atividades de regulagem de válvulas de motor, retirar
e colocar bomba injetora e turbina, efetuar regulagem de válvulas pneumáticas, fazer remoção de câmbio
e diferencial e revisão dos mesmos substituir reparos de válvulas em geral, revisar sistema de freios,
suspensão e pneumática, desmontar cabeçotes e efetuar troca do kit do motor, analisar o estado de peças
quanto ao seu desgaste, efetuar troca de embreagem”
No PPP apresentado no seq. 1.21, referente ao período em que trabalhou na empresa Vieira e Mazi
LTDA-ME de 02/05/2000 a 09/11/2003, verifica-se que a parte autora também esteve exposto ao agente
químico hidrocarboneto, exposição também constatada na LTCAT veiculada pela referida empresa, o que
corrobora as alegações suscitadas na petição inicial.
Destarte, de acordo com a exposição acima, possível o reconhecimento do tempo de atividade especial, a
saber:de 29/04/1995 a 04/06/1999, 02/05/2000 a 09/11/2003 e 13/11/2003 a 28/05/2015, que totaliza o
tempo comum de 19 anos e 02 meses, os quais multiplicados pelo coeficiente 1,4 totalizam um período
de 26 anos, 09 meses e 29 (vinte e nove) dias, devendo, portanto, ser acrescido ao tempo já
reconhecido 07 (sete) anos, 07 (sete) meses e 29 (vinte e nove) dias.
À luz da Emenda Constitucional nº 20/98, das Leis Federais nºs. 8.213/1991 e 9.876/1999, e valendo-se
das premissas gerais proficuamente consolidadas pelo e. TRF da 4ª Região (Apelação/Reexame
necessário nº 5002254-36.2011.404.7109/RS) têm-se as seguintes hipóteses e requisitos para a
aposentação por tempo de serviço/contribuição:
A Emenda Constitucional n. 20, de 15/12/98, que representou marco divisor nas regras para concessão da
aposentadoria por tempo de serviço, expressamente garantiu (art. 3.º) o direito adquirido à concessão do
referido benefício, a qualquer tempo, aos segurados que até a data de sua publicação (16/12/98) tenham
cumprido todos os seus requisitos, com base nos critérios da legislação então vigente.
Registre-se que direito adquirido pressupõe preenchimento de todas as condições para a fruição do direito.
Ademais, por força do princípio tempus regit actum resta claro que o tempo de serviço/contribuição
posterior à Emenda não está mais sob a égide do regramento anterior, submetendo-se à nova disciplina,
mesmo porque não há direito adquirido a regime jurídico. Assim, se o segurado pretende agregar tempo
posterior à Emenda n. 20/98, não pode exigir a incidência da legislação anterior ao referido normativo,
pois estaria, neste caso, se valendo de regime híbrido, com aproveitamento das novas regras sem que
observadas as restrições por elas introduzidas.
Assim, utilizado somente tempo de serviço até 16/12/98, serão esses os critérios a serem observados para
a concessão da aposentadoria por tempo de serviço: (I) comprovação de, no mínimo, 25 (vinte e cinco)
anos de tempo de serviço, se mulher, e 30 (trinta), se homem; (II) cumprimento da carência, de acordo
com a tabela do artigo 142 da Lei n. 8.213/91.
Cumpridos esses requisitos, a renda mensal inicial do benefício apresentará coeficiente básico de 70%
(setenta por cento) do salário-de-benefício, acrescido de 6% (seis por cento) por ano adicional de tempo
de serviço, até o limite de 100% (cem por cento). O salário-de-benefício será apurado com base na média
de todos os últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores ao do afastamento da
atividade ou da data da entrada do requerimento, até o máximo de 36 (trinta e seis), em período não
superior a 48 (quarenta e oito) meses.
Não é exigida idade mínima para obtenção do benefício, tampouco necessidade de cumprimento de
pedágio. Sobretudo, não há incidência do fator previdenciário.
Com o advento da EC n. 20/98, a aposentadoria por tempo de serviço passou a ser designada por
aposentadoria por tempo de contribuição, permitida tão-somente pelas novas regras na forma integral, aos
35 (trinta e cinco) e 30 (trinta) anos de contribuição, respectivamente para homem ou mulher, sem
exigência de idade mínima. Foi extinta, pois, a aposentadoria proporcional.
Sem embargo, o § 1.º do art. 9.º da EC n. 20/98 estatuiu regras de transição para aqueles filiados ao
Regime Geral da Previdência Social - RGPS até 16/12/98 (data da sua publicação). Assim, ficou
assegurada, transitoriamente, aposentadoria por tempo de contribuição proporcional, desde que
implementada idade mínima - 53 (cinquenta e três anos se homem e 48 (quarenta e oito) anos, se mulher -
e cumprido o período adicional de 40% (quarenta por cento) sobre o tempo que faltaria, em 16/12/98, para
completar 30 (trinta) ou 25 (vinte e cinco) anos de tempo de serviço (pedágio). Da mesma forma,
estabeleceu a regra de transição que o acréscimo por ano de contribuição passaria a ser de 5% (cinco por
cento).
Por outro lado, dispondo sobre a transição do regime de tempo de serviço para tempo de contribuição,
estabeleceu o art. 4.º da EC n. 20/98 que o tempo de serviço prestado nos termos da legislação até então
vigente deverá ser contado como tempo de contribuição.
A Lei n. 9.876/99, de 26/11/99, publicada em 29/11/99, que também estabeleceu regras para concessão de
aposentadoria por tempo de contribuição, alterando substancialmente dispositivos da Lei n. 8.213/91, em
especial a forma de cálculo da renda mensal inicial (art. 29), ressalvou (art. 6.º), no entanto, o direito
adquirido ao benefício segundo as regras vigentes até o dia anterior à sua publicação (28/11/99).
Ressalte-se, todavia, que a pretensão de computar tempo posterior a 28/11/99 implica aplicação plena da
Lei n. 9.876/99, pois, como já esclarecido anteriormente, observado o princípio tempus regit actum, o
tempo de serviço/ contribuição posterior à alteração legislativa é disciplinado pelo novo regramento.
Assim, utilizado somente tempo de serviço posterior a 16/12/98, mas limitado a 28/11/99, serão esses os
critérios a serem observados para a concessão da aposentadoria por tempo de contribuição proporcional:
(I) comprovação de, no mínimo, 25 (vinte e cinco) anos de tempo de serviço, se mulher, e 30 (trinta), se
homem; (II) cumprimento da carência, de acordo com a tabela do artigo 142 da Lei n. 8.213/91; (III) o
segurado deverá ter no mínimo 53 (cinquenta e três) anos de idade se homem e 48 (quarenta e oito) anos,
se mulher; (IV) cumprimento do período adicional de 40% (quarenta por cento) sobre o tempo que
faltava, em 16/12/98, para completar 25 (vinte e cinco) 30 (trinta) anos de tempo de serviço,
respectivamente mulher e homem (pedágio).
Cumpridos esses requisitos, a renda mensal inicial do benefício apresentará coeficiente básico de 70%
(setenta por cento) do salário-de-benefício, acrescido de 5% (cinco por cento) por ano adicional de
contribuição, até o limite de 100% (cem por cento). O salário-de-benefício será apurado com base na
média de todos os últimos salários-de- contribuição dos meses imediatamente anteriores ao do
afastamento da atividade ou da data da entrada do requerimento, até o máximo de 36 (trinta e seis), em
período não superior a 48 (quarenta e oito) meses. Não há incidência do fator previdenciário.
(c)Direito adquirido à aposentadoria por tempo de contribuição integral com cômputo de tempo
posterior a 16/12/98 (EC n. 20/98) e anterior a 28/11/99 (Lei n. 9.876/99):
O art. 9.º da EC n. 20/98 também estabeleceu regras de transição para a aposentadoria integral (idade
mínima e pedágio). Ocorre que a idade mínima para aposentadoria no regime geral, que constava no
projeto de Emenda Constitucional não foi aprovada pelo Congresso Nacional na mesma ocasião, de modo
que prejudicadas as disposições transitórias atinentes a esta modalidade, como, aliás, reconhecido pelo
próprio Instituto Nacional do Seguro Social - INSS na Instrução Normativa INSS/DC n. 57/2001, e nas
que lhe sucederam.
Portanto, no caso de aposentadoria integral com cômputo de tempo posterior a 16/12/98 (EC n. 20/98),
mas limitado a 28/11/99 (Lei n. 9.876/99), afiguram-se irrelevantes os critérios estabelecidos na regra
constitucional de transição.
Assim, utilizado somente tempo de serviço posterior a 16/12/98, mas limitado a 28/11/99, serão esses os
critérios a serem observados para a concessão da aposentadoria por tempo de contribuição proporcional:
(I) comprovação de 30 (trinta) anos de tempo de serviço, se mulher, e 35 (trinta e cinco), se homem; (II)
cumprimento da carência, de acordo com a tabela do artigo 142 da Lei n. 8.213/91.
Cumpridos esses requisitos, a renda mensal inicial do benefício apresentará coeficiente de 100% (cem por
cento) do salário-de-benefício. O salário-de-benefício será apurado com base na média de todos os
últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores ao do afastamento da atividade ou
da data da entrada do requerimento, até o máximo de 36 (trinta e seis), em período não superior a 48
(quarenta e oito) meses.
Não é exigida idade mínima para obtenção do benefício, tampouco necessidade de cumprimento de
pedágio. Sobretudo, não há incidência do fator previdenciário.
As regras de transição da EC 20/98 já foram esclarecidas. Quanto à Lei n. 9.876/99, estabeleceu no art. 3.º
que, para o segurado filiado à Previdência Social até o dia anterior à data de sua publicação (28/11/99), no
cálculo do salário-de-benefício será considerada a média aritmética simples dos maiores
salários-de-contribuição, correspondentes a, no mínimo, 80% (oitenta por cento) de todo o período
contributivo decorrido desde a competência julho de 1994, observado o disposto nos incisos I e II do
caput do art. 29 da Lei n. 8.213/91, e que o divisor considerado no cálculo da média não poderá ser
inferior a 60% (sessenta por cento) do período decorrido da competência julho de 1994 até a data de
início do benefício, limitado a 100% (cem por cento) de todo o período contributivo.
Assim, utilizado tempo de contribuição posterior a 28/11/99, serão esses os critérios a serem observados
para a concessão da aposentadoria por tempo de contribuição proporcional: (I) comprovação de, no
mínimo, 25 (vinte e cinco) anos de contribuição, se mulher, e 30 (trinta), se homem; (II) cumprimento da
carência, de acordo com a tabela do artigo 142 da Lei n. 8.213/91; (III) o segurado deverá ter no mínimo
53 (cinquenta e três) anos de idade se homem e 48 (quarenta e oito) anos, se mulher; (IV) cumprimento
do período adicional de 40% (quarenta por cento) sobre o tempo que faltava, em 16/12/98, para completar
25 (vinte e cinco) 30 (trinta) anos de tempo de serviço, respectivamente mulher e homem (pedágio).
Cumpridos esses requisitos, a renda mensal inicial do benefício apresentará coeficiente básico de 70%
(setenta por cento) do salário-de-benefício, acrescido de 5% (cinco por cento) por ano adicional de
contribuição, até o limite de 100% (cem por cento). O salário-de-benefício será apurado com base na
média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição, correspondentes a, no mínimo, 80%
(oitenta por cento) de todo o período contributivo decorrido desde a competência julho de 1994, sendo
que o divisor considerado no cálculo da média não poderá ser inferior a 60% (sessenta por cento) do
período decorrido da competência julho de 1994 até a data de início do benefício, limitado a 100% (cem
por cento) de todo o período contributivo. Há incidência do fator previdenciário.
(e)Direito à aposentadoria por tempo de contribuição integral com cômputo de tempo posterior a
28/11/99 (Lei n. 9.876/99):
Implementados os requisitos para a obtenção da aposentadoria por tempo de contribuição integral após o
advento da EC n. 20/98 e da Lei n. 9.876/99, as regras dos referidos Diplomas deverão ser respeitadas.
Reitere-se que para a aposentadoria integral, a regra de transição da EC n. 20/98 não tem aplicação, visto
que não foi instituída idade mínima para esta modalidade de benefício. Deverá ser observada, todavia,
para os segurados filiados à Previdência Social até o dia anterior à data de publicação da Lei n. 9.876/99
(28.11.99), a regra de transição prevista no seu artigo 3.º.
Registre-se que para os segurados filiados após 28/11/99 não se aplica a regra de transição do art. 3.º da
Lei n. 9.876/99 (que trata do período básico de cálculo). Trata-se, todavia, de hipótese que no momento
não apresenta interesse prático, porquanto somente disciplinará benefícios concedidos em futuro
relativamente distante.
Assim, utilizado tempo de contribuição posterior a 28/11/99, serão esses os critérios a serem observados
para a concessão da aposentadoria por tempo de contribuição integral: (I) comprovação de 30 (trinta) anos
de tempo de serviço, se mulher, e 35 (trinta e cinco), se homem; (II) cumprimento da carência, de acordo
com a tabela do artigo 142 da Lei n. 8.213/91.
Cumpridos esses requisitos, a renda mensal inicial do benefício apresentará coeficiente de 100% (cem por
cento) do salário-de-benefício. O salário-de-benefício será apurado com base na média aritmética simples
dos maiores salários-de-contribuição, correspondentes a, no mínimo, 80% (oitenta por cento) de todo o
período contributivo decorrido desde a competência julho de 1994, sendo que o divisor considerado no
cálculo da média não poderá ser inferior a 60% (sessenta por cento) do período decorrido da competência
julho de 1994 até a data de início do benefício, limitado a 100% (cem por cento) de todo o período
contributivo. Há incidência do fator previdenciário. ” (TRF4, Apelação/Reexame necessário nº
5002254-36.2011.404.7109/RS).
No caso em tela, são incontroversas a qualidade de segurado e a carência, conforme já dito anteriormente,
restando apenas à análise do efetivo tempo de contribuição/serviço.
Para averiguar a existência ou não do direito do autor à aposentadoria pleiteada, o período reconhecido
nesta decisão como desempenhado em atividade especial, deve ser somado ao período já reconhecido
administrativamente pelo INSS.
Período de atividade especial reconhecido, que impõe o acréscimo de 10 (dez) anos, 06 (seis)
meses e 15 (quinze) dias ao tempo comum já reconhecido pela Autarquia Previdenciária
administrativamente;
Portanto, faz jus o autor ao benefício de aposentadoria por tempo de contribuição INTEGRAL
desde a data de entrada do requerimento administrativo (28/05/2015). A renda mensal inicial do
benefício apresentará coeficiente de 100% (cem por cento) do salário-de-benefício. O salário-de-benefício
será apurado com base na média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição, correspondentes
a, no mínimo, 80% (oitenta por cento) de todo o período contributivo decorrido desde a competência
julho de 1994, sendo que o divisor considerado no cálculo da média não poderá ser inferior a 60%
(sessenta por cento) do período decorrido da competência julho de 1994 até a data de início do benefício,
limitado a 100% (cem por cento) de todo o período contributivo. Há incidência do fator previdenciário.
3. DISPOSITIVO.
Diante o exposto, JULGO PROCEDENTE O PEDIDO deduzido pelo autor, extinguindo o processo
com resolução do mérito, nos termos do artigo 487, I, do CPC, para os fins de:
No que diz respeito à correção monetária do valor da condenação, cabe destacar que, em virtude do
julgamento das ADIs 4357 e 4425 pelo Supremo Tribunal Federal, não são mais aplicáveis as disposições
do art. 1º-F da Lei 9.494/97, posteriormente alterada pela Lei nº 11.960/09. Isso porque o Supremo
Tribunal Federal, ao apreciar a constitucionalidade do artigo 100, §12° da Constituição da República,
declarou a inconstitucionalidade das expressões “índice oficial de remuneração básica da caderneta de
poupança” e “independente de sua natureza”, constantes do dispositivo questionado, julgando, ainda, por
arrastamento, a inconstitucionalidade do artigo 5° da Lei n° 11.960/2009, que alterou o artigo 1º-F da Lei
n° 9.494/1997, sem atingir, todavia, a disciplina dos juros de mora.
Posteriormente, a Corte concluiu o julgamento modulando os efeitos da decisão, para considerar válido o
índice básico da caderneta de poupança (Taxa Referencial) para a correção dos precatórios, até o dia 25
de março de 2015, determinando que após essa data os valores sejam corrigidos pelo Índice de Preços
ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E), critério adotado, portanto, nesta sentença. Os juros de mora,
contados a partir da citação (Súmula nº. 204 do Superior Tribunal de Justiça), incidem nos percentuais
aplicados à caderneta de poupança após 30 de junho de 2009. Antes desta data devem incidir os juros
moratórios de 0,5 % ao mês, posto que a matéria, tal como disciplinada em lei, não foi atingida pela
decisão do Supremo Tribunal Federal.
Destarte, em cumprimento ao que prevê o art. art. 496, §1º, do Código de Processo Civil, determino que,
com ou sem a interposição de Recurso de Apelação pelas partes, sejam os autos remetidos ao egrégio
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4º REGIÃO, para o reexame necessário da sentença proferida
nos autos.