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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ

COMARCA DE SANTO ANTÔNIO DA PLATINA


COMPETÊNCIA DELEGADA DE SANTO ANTÔNIO DA PLATINA - PROJUDI
Av. Oliveira Mota, 745 - Centro - Santo Antônio da Platina/PR - Fone: 43 3534-3478
.Processo: 0001440-46.2017.8.16.0153
Classe Processual: Procedimento Comum
Assunto Principal: Aposentadoria Especial (Art. 57/8)
Valor da Causa: R$20.000,00
Autor(s): Reinaldo Rodrigues da Cunha
Réu(s): INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
SENTENÇA

1- RELATÓRIO

REINALDO RODRIGUES DA CUNHA, já qualificado nestes autos, promove a presente ação


ordinária de CONCESSÃO DE APOSENTADORIA ESPECIAL COM RECONHECIMENTO DE
ATIVIDADE INSALUBRE E CONVERSÃO DE TEMPO DE ATIVIDADE COMUM EM
ATIVIDADE ESPECIAL contra o INSS, alegando em síntese que o autor é segurado da previdência
social e que requereu o benefício da aposentadoria em 28/05/2015 sob o nº 166.509.882-9, sendo
indeferido sob motivo “falta tempo de contribuição até 16/12/1998 ou até a DER”. Que postulou
administrativamente pelo reconhecimento da atividade insalubre para suas atividades de mecânico e de
auxiliar de mecânico, o qual contabilizou 27 anos, 06 meses e 13 dias. Assim, pleiteia pelo
reconhecimento das atividades insalubres de torneiro de revolver, mecânico e auxiliar de mecânico nos
períodos de 23/09/1985 a 19/05/1986, 22/05/1986 a 07/05/1987, 24/02/1988 a 11/10/1988, 10/03/1989 a
20/10/1994, 24/10/1994 a 04/06/1999, 02/05/2000 a 09/11/2003, 13/11/2003 a 28/05/2015. Ao final, pede
a procedência do pedido com o reconhecimento de atividades especiais nos referidos períodos e a
concessão do benefício de aposentadoria por tempo de contribuição. Juntou documentos (seq. 1.2-1.34).

Foi deferida assistência judiciária gratuita ao autor e determinada a citação da autarquia ré para
manifestação (seq. 13.1).

Citado, o requerido apresentou contestação (seq.22.1), aduzindo preliminarmente pela prescrição


quinquenal das parcelas vencidas anteriormente ao quinquênio que precede o ajuizamento da ação. No
mérito, alegou que a parte autora não contabilizou até a DER o necessário tempo de contribuição nem a
carência exigida em Lei. Além disso, não demonstrou ter cumprido os requisitos necessários para fazer
jus ao benefício de aposentadoria especial tendo em conta que não demonstrou ter atingido 25 anos de
atividade especial, nem a carência exigida em Lei. Que o PPP apresenta atividades de supervisão de
setores sem demonstrar uma exposição habitual e permanente à agentes químicos. Que houve o uso de
EPI’s, sendo possível assim concluir que a proteção ocorreu. No mais, alegou, que a caracterização da
atividade especial deve se dar de acordo com a legislação aplicável à época dos fatos. Juntou documentos
no seq. 22.2 a 22.5.

O autor impugnou a contestação, conforme petição de seq. 25.1.

Posteriormente, em seq.33.1, manifestou interesse na produção de prova documental e testemunhal. O


INSS por sua vez, pugnou pelo depoimento pessoal da parte autora (seq.30.1).

Saneado o feito, foram fixados os pontos controvertidos e designada audiência de instrução e julgamento,
deferindo a produção de prova testemunhal e o depoimento da parte autora (seq.35.1).

Aa audiência de instrução e julgamento foi realizada, conforme termo juntado no seq. 53.1.

As alegações finais pela parte autora foram remissivas, restando preclusa a oportunidade de apresentação
de alegações finais pela parte contrária, ante a sua ausência em audiência injustificadamente.

Posteriormente, os autos foram convertidos em diligência, a fim de determinar a intimação da parte


contrária para a juntada do processo administrativo na sua integra, o que fora devidamente cumprido,
conforme seq. 59.1.

É o relatório.

Tudo bem visto, examinado e ponderado, passo aos fundamentos da decisão.

2. FUNDAMENTAÇÃO

Trata-se de ação previdenciária proposta por REINALDO RODRIGUES DA CUNHA, em face do


INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS.

Na fase administrativa, o pedido do requerente foi negado por “falta de tempo de contribuição até
16/12/1998 ou até a data de entrada do requerimento”.

Primeiramente, deve-se esclarecer que se encontra devidamente reconhecido pelo próprio INSS, conforme
seq. 1.7, 27 anos, 06 meses e 13 dias de labor.

2.1. DO MÉRITO

2.1.1 DO RECONHECIMENTO DA ATIVIDADE ESPECIAL

Pretende o autor o reconhecimento de atividade especial nos períodos de 23/09/1985 a 19/05/1986,


22/05/1986 a 07/05/1987, 24/02/1988 a 11/10/1988, 10/03/1989 a 20/10/1994, 24/10/1994 a 04/06/1999,
02/05/2000 a 09/11/2003, 13/11/2003 a 28/05/2015, bem como a conversão dos respectivos períodos para
fins de aposentadoria por tempo de contribuição.

O cálculo do tempo de serviço prestado em condições especiais é regido pela norma vigente à época da
prestação do serviço, salvo se a fórmula de cálculo de norma superveniente for mais benéfica ao titular do
direito, hipótese em que se origina, com a incidência desta, a aquisição retroativa do direito à aplicação do
preceito mais favorável ao tempo de serviço ainda não utilizado pelo respectivo titular para aposentadoria.

O segurado que trabalhou alternativamente em atividade comum e especial tem direito a ter convertido o
seu tempo de serviço especial incompleto, para efeitos de concessão de aposentadoria por tempo de
serviço, na forma do art. 57, § 5º da Lei nº 8.213/91 e art. 58, inciso XXII, e art. 64 do Decreto nº
2.172/97.

A Lei nº 8.213/91 estabeleceu, de forma genérica, as condições em que o segurado faria jus ao benefício
de aposentadoria especial, com base na sua atividade profissional.

Posteriormente, em 28.04.95, a Lei nº 9.032/95 alterou os critérios para a concessão da referida


aposentadoria, bem como a contagem de tempo como especial, passando a considerar qualquer atividade
profissional, independentemente da categoria, desde que comprovado o prejuízo à saúde ou integridade
física do empregado, por meio de efetiva exposição a agentes físicos, químicos ou biológicos.

Verifica-se, pois, que a partir da edição da citada Lei nº 9.032/95 deixou de ser considerada a categoria
profissional do trabalhador, passando a ser considerada a atividade exercida e seu efetivo prejuízo.

Nesse contexto, para que o empregado tenha direito à contagem de tempo de serviço especial, ou a
aposentadoria, nas condições anteriores à edição da Lei nº 9.032/95, basta que, além das condições
impostas, comprove o exercício de atividade incluída no rol daquelas tidas por especiais, ao passo que,
após referida legislação, imprescindível a comprovação da exposição aos agentes perigosos ou insalubres.

Feita essa consideração e tendo em vista a diversidade de diplomas legais que se sucederam na disciplina
da matéria, necessário inicialmente definir qual a legislação aplicável ao caso concreto, ou seja, qual a
legislação vigente quando da prestação da atividade pelo autor.
Tem-se, então, a seguinte evolução legislativa quanto ao tema sub judice:

a) no período de trabalho até 28-04-1995, quando vigente a Lei nº 3.807/60 (Lei Orgânica da Previdência
Social) e suas alterações e, posteriormente, a Lei nº 8.213/91, Lei de Benefícios da Previdência Social
(LBPS), em sua redação original (artigos 57 e 58), possível o reconhecimento da especialidade do
trabalho quando houver a comprovação do exercício de atividade enquadrável como especial nos decretos
regulamentadores e/ou na legislação especial ou quando demonstrada a sujeição do segurado a agentes
nocivos por qualquer meio de prova (exceto para ruído, em que necessária sempre à aferição do nível de
decibéis mediante perícia técnica, carreada aos autos ou noticiada em formulário emitido pela empresa, a
fim de se verificar a nocividade, ou não, desse agente);

b) a partir de 29-04-1995, inclusive, foi definitivamente extinto o enquadramento por categoria


profissional, de modo que, no interregno compreendido entre esta data e 05-03-1997, em que vigentes as
alterações introduzidas pela Lei nº 9.032/95 no artigo 57 da Lei de Benefícios, necessária a demonstração
efetiva de exposição, de forma permanente, não ocasional nem intermitente, a agentes prejudiciais à saúde
ou à integridade física, por qualquer meio de prova, considerando-se suficiente, para tanto, a apresentação
de formulário-padrão preenchido pela empresa, sem a exigência de embasamento em laudo técnico;

c) no lapso temporal compreendido entre 06-03-1997 e 28-05-1998, em que vigente o Decreto nº


2.172/97, que regulamentou as disposições introduzidas no artigo 58 da LBPS pela Medida Provisória nº
1.523/96(convertida na Lei nº 9.528/97), passou-se a exigir, para fins de reconhecimento de tempo de
serviço especial, a comprovação da efetiva sujeição do segurado a agentes agressivos pela apresentação
de formulário-padrão, embasado em laudo técnico, ou mediante perícia técnica;

d) após 28-05-1998, não seria mais possível a conversão de tempo especial para comum (artigo 28 da MP
nº 1.663/98, convertida na Lei nº 9.711/98). Há, no entanto, entendimento diverso, no sentido de que é
possível a conversão de tempo de serviço especial em comum, mesmo após 28.05.98, pois a redação do
artigo 28 da Lei nº 9.711/98, não revogou, nem expressa, nem tacitamente o art. 57, § 5º, da Lei nº
8.213/91.

Essas conclusões são suportadas por remansosa jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (REsp nº
461.800-RS, 6ª Turma, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, DJU de 25-02-2004, p. 225; REsp nº 513.832-PR,
5ª Turma, Rel. Min. Laurita Vaz, DJU de 04-08-2003, p. 419; REsp nº 397.207-RN, 5ª Turma, Rel. Min.
Jorge Scartezzini, DJU de 01-03-2004, p. 189).

Para fins de enquadramento das categorias profissionais, devem ser considerados os Decretos nº
53.831/64 (Quadro Anexo - 2ª parte) e nº 83.080/79 (Anexo II) até 28-04-1995, data da extinção do
reconhecimento da atividade especial por presunção legal. Já para o enquadramento dos agentes nocivos,
devem ser considerados os Decretos nº 53.831/64 (Quadro Anexo- 1ª parte) e 83.080/79 (Anexo I) até
05-03-1997 e o Decreto nº 2.172/97 (Anexo IV) no interregno compreendido entre 06-03-1997 e
28-05-1998. Além dessas hipóteses de enquadramento, sempre possível também a verificação da
especialidade da atividade no caso concreto, mediante perícia técnica, nos termos da Súmula nº 198 do
extinto Tribunal Federal de Recursos (AGREsp nº 228.832-SC, 6ª Turma, Rel. Min. Hamilton
Carvalhido, DJU de 30-06-2003, p. 320).

Porém, considerando que o autor requer o reconhecimento e conversão do tempo de atividade especial em
comum, verificaremos o período de acordo com a legislação aplicável à época.

PERÍODO DE TRABALHO ATÉ 28-04-1995:

MECÂNICO: 22/05/1986 e de 07/05/1987, 10/03/1989 a 20/10/1994, 24/10/1994 até 29/04/1995

Conforme exposto acima, até 28 de abril de 1995 é admissível o reconhecimento da especialidade por
categoria profissional ou por sujeição a agentes nocivos, aceitando-se qualquer meio de prova (exceto
para ruído).

Pois bem. Conforme se observa à Luz dos Decretos n.ºs 53.831/64, 72.771/73 e 83.08079, a profissão de
Mecânico amolda-se à previsão constante do Código 1.2.11 do Quadro a que se refere o art. 2º do Decreto
nº 53.831/1964, estando em exposição constante e permanente a produtos químicos, ruídos, dentre outras
substâncias nocivas.

Neste diapasão, os Tribunais Superiores têm entendido:

PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. APOSENTADORIA ESPECIAL.


MECÂNICO. EXPOSIÇÃO A ÓLEOS, GRAXAS E SOLVENTES. MANUTENÇÃO
DO MOTOR DE VEÍCULOS NAS EMPRESAS VIAÇÃO BEIRA MAR S/A E
VIAÇÃO RIO VERMELHO LTDA. CARACTERIZAÇÃO DO TRABALHO SOB
CONDIÇÕES ESPECIAIS. SENTENÇA MANTIDA. 1. Até o advento da Lei nº
9.032/95 era possível a comprovação do tempo de trabalho em condições especiais
mediante o simples enquadramento da atividade profissional exercida nos quadros
anexos aos Decretos 53.831/64 e 83.080/79. 2. A partir da entrada em vigor da Lei nº
9.032, em 29/04/1995, a comprovação da natureza especial do labor passou a se dar
mediante o preenchimento pelo empregador dos formulários SB-40 e DSS-8030,
expedidos pelo INSS. Finalmente, com a publicação da Lei 9.528, em 11/12/1997, que,
convalidando a Medida Provisória nº 1.596-14/1997, alterou o art. 58, § 1º, da Lei
8.213/91, a mencionada comprovação passou a exigir laudo técnico de condições
ambientais do trabalho (LTCAT) expedido por médico do trabalho ou engenheiro de
segurança do trabalho. 3. A exigência legal de que a exposição aos agentes agressivos se
dê de modo permanente somente alcança o tempo de serviço prestado após a entrada em
vigor da Lei nº 9.032/95. De todo modo, a constatação do caráter permanente da
atividade especial não exige que o trabalho desempenhado pelo segurado esteja
ininterruptamente submetido a um risco para a sua incolumidade. 4. A CTPS de fls.
09/11 prova que o autor laborou como mecânico/auxiliar de mecânico entre maio de
1974 e setembro de 2000. Por seu turno, o laudo pericial de fls. 12/13, que abrange o
período de maio de 1980 a setembro de 2000, menciona que o autor realizava serviços
de manutenção, verificando o nível de óleo da caixa diferencial do motor e trocando
quando necessário. Traz, ainda, a informação de exposição a ruídos que alcançam o
nível máximo de 109,3 dB. 5. O contato constante com óleos, graxas, solventes e
outros produtos expõe os mecânicos a hidrocarbonetos, agentes químicos que
autorizam a conversão, na forma do item 1.2.11 do Decreto 83.080/79. 6. Correta a
sentença que determinou a concessão ao autor de aposentadoria especial, desde o
requerimento administrativo (12.06.2002), uma vez que cumprido tempo superior a 25
anos de trabalho em condições especiais naquela data. 7. Correção monetária e juros de
mora conforme Manual de Orientação de Procedimentos para os Cálculos na Justiça
Federal em sua versão em vigor no momento da execução. 8. Honorários advocatícios
corretamente fixados em 10% (dez por cento) das prestações vencidas até a data da
sentença, na forma do art. 20, §§ 3º e 4º do CPC e Súmula 111/STJ. 9. Remessa oficial
parcialmente provida, apenas quanto ao cálculo dos juros e da correção monetária (item
7 supra). Recurso do INSS desprovido. (TRF-1 - AC: 00108685120094013300
0010868-51.2009.4.01.3300, Relator: JUIZ FEDERAL ANTONIO OSWALDO
SCARPA, Data de Julgamento: 16/11/2015, 1ª CÂMARA REGIONAL
PREVIDENCIÁRIA DA BAHIA, Data de Publicação: 13/01/2016 e-DJF1 P. 2089).

PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL.


ENQUADRAMENTO. MECÂNICO E SOLDADOR. PROVA PERICIAL.
DESNECESSIDADE. 1. Desnecessária a produção de prova pericial e testemunhal para
comprovação da exposição aos agentes agressivos nos períodos em questão, haja vista
que os formulários preenchidos pela empresa fazem prova suficiente para o deslinde da
questão. (AC 0049449-85.2012.4.01.3800 / MG, Rel. DESEMBARGADORA
FEDERAL GILDA SIGMARINGA SEIXAS, PRIMEIRA TURMA, e-DJF1 p.245 de
31/08/2015) 2. A redação original do art. 57 da Lei 8.213/91 permitia o reconhecimento
do tempo de serviço especial por enquadramento da categoria profissional, conforme a
atividade realmente desempenhada pelo segurado, ou por exposição a agentes
agressivos previstos na legislação. Assim, até o advento da Lei 9.032/95, bastava-se
comprovar o exercício de uma das atividades previstas no anexo do Dec. 53.831/64 ou
nos anexos I e II do Decreto n. 83.080/79, não havendo necessidade de se provar
efetivamente as condições prejudiciais à saúde ou integridade física, pois o tempo de
serviço prestado com exposição a agentes agressivos, bem como os meios de sua
comprovação, devem ser disciplinados pela lei vigente à época em que foi efetivamente
prestado o serviço. 3. A partir do advento da Lei nº. 9.032/95 foi exigida a comprovação
efetiva do trabalho prestado em condições especiais, de formahabitual e permanente.
Ocorre que, ainda aí, não havia necessidade de se apresentar laudo técnico, porque a
prova da exposição era feita mediante as informações sobre agentes agressivos, o que se
dava mediante os formulários SB 40 ou DSS 8030. 4. Consoante jurisprudência pacífica
do e. TRF da 1ª Região, os Formulários, os PPP's, os laudos técnicos e demais
documentos fornecidos pela empresa têm presunção de veracidade e constituem provas
suficientes para comprovar o labor em atividade especial. 5. No que tange ao formulário
PPP, anote-se que o campo de referido documento dedicado à enumeração dos agentes
agressivos pressupõe, logicamente, a exposição de modo habitual e permanente aos
fatores de risco nele indicados. 6. O anexo 15 da Instrução Normativa 45 INSS/PRES,
de 06.08.2010, o qual traz o modelo de PPP a ser utilizado, bem como as instruções de
seu preenchimento, em nenhum momento exige expressa menção acerca da
habitualidade da exposição do agente nocivo. 7. O reconhecimento do tempo especial
não pode ser afastado em razão de os documentos serem extemporâneos à prestação do
serviço. Desde que comprovado o exercício da atividade especial, através de PPP's,
formulários ou laudos periciais, com os requisitos necessários, embora tais documentos
tenham sido elaborados em data posterior à prestação dos serviços, tal fato não
compromete aprova do exercício de atividade em condições especiais. 8. Quanto ao uso
de equipamento de proteção individual, o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do
ARE 664335, com repercussão geral reconhecida, assentou a tese de que, na hipótese de
exposição do trabalhador a ruído acima dos limites legais de tolerância, a declaração do
empregador, no âmbito do Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP), no sentido da
eficácia do Equipamento de Proteção Individual - EPI, não descaracteriza o tempo de
serviço especial para aposentadoria. (Cf. ARE 664335, Rel. Min. Luiz Fux, Tribunal
Pleno, julgado em 04/12/2014, Repercussão Geral - Mérito, Publicação 12/02/2015.) 9.
O demandante laborou como mecânico de automóveis no período de 01/10/1976 e
13/09/1977 e como soldador nos períodos de 01/03/1978 a 30/11/1983, 02/07/1984 a
21/02/1991, 01/051992 a 13/03/1993, 16/02/1994 a 15/03/1994 e 01/02/1995 a
25/02/1997. Referidos períodos devem ser considerados "especiais" por mero
enquadramento até a data anterior à vigência da Lei 9.032/95 (28/04/1995). 10. A
profissão de mecânico de automóveis amolda-se à previsão constante do Código
1.2.11 do Quadro a que se refere o art. 2º do Decreto nº 53.831/1964 (insalubridade
decorrente de exposição permanente a gases, vapores, neblinas e fumos de
derivados do carbono, tais como cloreto de metila, tetracloreto de carbono,
tricoloroetileno, clorofórmio, bromureto de netila, nitrobenzeno, gasolina, alcoois,
acetona, acetatos, pentano, metano, hexano, sulfureto de carbono, etc.). Já a
profissão de soldador amolda-se à previsão constante do item 2.5.3 do Decreto n.
53.831/64 e anexo II, item 2.5.1, do Decreto n. 83.080/79. 11. O PPP anexado às fls.
62/63 não é apto a comprovar a exposição, após 28/04/1995, a agentes insalubres que
justifiquem o cômputo diferenciado de tempo de contribuição, uma vez que referido
documento não traz sequer o nome do profissional responsável pelos registros
ambientais ou pela monitoração biológica nos períodos nele consignados. 12. Apelação
do INSS e remessa oficial, tida por interposta, desprovidas. 13. Apelação do autor
parcialmente provida para reconhecer, como laborados sob condições especiais, os
períodos de 01/03/1978 a 30/11/1983, 02/07/1984 a 21/02/1991, 01/051992 a
13/03/1993, 16/02/1994 a 15/03/1994 e 01/02/1995 a 28/04/1995, determinado ao INSS,
em consequência, que promova sua contagem diferenciada. (TRF-1 - AC:
00014353420114013500 0001435-34.2011.4.01.3500, Relator: JUIZ FEDERAL
MARK YSHIDA BRANDÃO, Data de Julgamento: 14/10/2015, PRIMEIRA TURMA,
Data de Publicação: 28/10/2015 e-DJF1 P. 666).
PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. AUXILIAR DE OFICINA E
MECÂNICO DE MÁQUINAS PESADAS. EXPOSIÇÃO A AGENTES NOCIVOS.
COMPROVAÇÃO. CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. 1. Hipótese em que o autor
pretende sejam averbados, para fins de aposentadoria especial, os seguintes períodos:
09.06.1976 a 28.02.1987, de 02.03.1987 a 19.04.1993, de 02.08.1993 a 11.07.1994, de
01.07.1995 a 01.12.1998, de 05.06.2000 a 12.01.2001 e de 01.11.2005 a 15.03.2011,
laborados na função de "Auxiliar de Oficina" e "Mecânico de Máquinas Pesadas",
consoante documentos acostados aos autos. 2. A Lei nº. 9.032/95 apresentou algumas
alterações importantes quanto à comprovação do tempo de serviço especial e a forma de
cálculo do benefício. Passou a exigir que o segurado comprovasse ao INSS que estava
submetido aos agentes nocivos, sem dizer, no entanto, como. A inovação se deu com a
Medida Provisória nº 1.523/96, convertida na Lei nº 9.528/97, que passou a exigir,
expressamente, o laudo técnico individualizado das condições de trabalho. 3. A partir de
01.01.2004, passou-se a exigir o Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) do
segurado, como substitutivo dos formulários e laudo pericial, ante a regulamentação do
58, parágrafo 4º da Lei 8.213/91, pelo Decreto nº 4.032/01, IN 95/03 e art. 161 da IN
11/06 e IN 20/07. 4. "II. Asseverando o parágrafo 1º, inc. IV, do art. 161, da Instrução
Normativa INSS/PRES nº 27, de 30/04/08 que "quando for apresentado o documento de
que trata o parágrafo 14 do art. 178 desta Instrução Normativa (Perfil Profissiográfico
Previdenciário), contemplando também os períodos laborados até 31 de dezembro de
2003, serão dispensados os demais documentos referidos neste artigo", afigura-se
descabido exigir do segurado, mesmo em se tratando dos agentes nocivos ruído e calor,
a apresentação de laudo técnico correspondente, quer na esfera administrativa, quer na
judicial" (PEDILEF 200772590036891, JUIZ FEDERAL RONIVON DE ARAGÃO,
TNU, DOU 13/05/2011 SEÇÃO 1). 5. Analisando os autos, depreende-se que o autor
laborou na EIT - Empresa Industrial Técnica S/A nos períodos de 09.06.1976 a
28.02.1987, de 02.03.1987 a 19.04.1993, de 02.08.1993 a 11.07.1994, de 01.07.1995 a
01.12.1998, de 05.06.2000 a 12.01.2001 e de 01.11.2005 a 15.03.2011, na função de
"Auxiliar de Oficina" e "Mecânico de Máquinas Pesadas", ficando comprovado através
do Laudo Técnico Pericial, assinado por Engenheiro de Segurança do Trabalho, bem
como pelo Perfil Profissiográfico Previdenciário -PPP que esteve exposto ao agente
nocivo físico (ruído de 91dB (A)), bem como ao agente nocivo químico (derivados de
petróleo, graxas, combustíveis e lubrificante) de forma "habitual e permanente, não
ocasional nem intermitente com potencial elevado de danos a saúde do trabalhador". 6.
Considerando que o autor possui mais de 25 (vinte e cinco) anos de serviço, faz jus ao
benefício de aposentadoria especial, a contar do requerimento administrativo (DER:
15/03/2011). 7. Juros moratórios fixados em 1% (um por cento) ao mês e correção
monetária pelo INPC. O STF declarou a inconstitucionalidade por arrastamento do art.
5º da Lei nº. 11.960/2009, que deu nova redação ao art. 1º-F da Lei nº. 9.494/97 (ADI
nº. 4.357-DF e ADI nº. 4.425-DF), motivo por que reformo a sentença nesse ponto. 8.
Honorários advocatícios no percentual de 10% (dez por cento) sobre o valor da
condenação, nos termos do art. 20, parágrafo 3º, do CPC, observada a Súmula nº. 111
do STJ. 9. Remessa oficial e apelação do INSS improvidas. Apelação do autor provida.
(PROCESSO: 08008304720134058100, DESEMBARGADOR FEDERAL
FREDERICO KOEHLER (CONVOCADO), Primeira Turma, JULGAMENTO:
30/01/2014, PUBLICAÇÃO:)

Quanto aos referidos períodos, conforme acima mencionado, pode ser comprovado por qualquer meio de
prova, basta à comprovação de que o segurado exerceu efetivamente a atividade prevista no rol dos
decretos para fazer jus ao computo privilegiado.

No caso, há nos autos para comprovação dos referidos períodos, cópia da CTPS (seq.1.9 a 1.20),
comprovando os vínculos empregatícios e sua função de mecânico.

Conquanto o INSS alegue que o autor deixou de apresentar alguns documentos para comprovar a
atividade especial nos períodos indicados, não lhe assiste razão, uma vez que conforme já mencionado, de
acordo com a legislação aplicável ao período postulado, bastava a simples comprovação da atividade
prevista no rol dos Decretos, pois existem categorias inteiras beneficiadas, sem que os trabalhadores
estivessem expostos aos agentes nocivos à saúde e aos riscos do trabalho, sendo o caso dos autos.

Portanto, de acordo com a exposição acima, possível o reconhecimento e conversão do tempo de


atividade especial em comum pelo período pleiteado de 22/05/1986 e de 07/05/1987, 10/03/1989 a
20/10/1994, 24/10/1994 até 29/04/1995, conforme precedentes do Superior Tribunal de Justiça (REsp nº
507.287-SC, Rel. Min. Laurita Vaz, 5ª Turma, DJU de 17-11-2003, p. 364, e REsp nº 410.660-RS, Rel.
Min. Hamilton Carvalho, 6ª Turma, DJU de 10-03-2003, p. 328), respaldados no artigo 28 da Lei nº
9.711/98, mediante a utilização do fator multiplicador 1,4 (homem - 25 anos de especial para 35 anos de
comum).

Desse modo, a parte autora tem direito à averbação do acréscimo resultante da conversão do tempo de
serviço especial em comum no período acima referido, que deve ser calculado pelo INSS.

Nesse sentido:

AGRAVO REGIMENTAL – PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR


TEMPO DE SERVIÇO – CONVERSÃO DE TEMPO ESPECIAL EM COMUM –
POSSIBILIDADE – LEI 8.213/91, ART. 57, §§ 3º E 5 – I - O segurado que presta
serviço em condições especiais, nos termos da legislação então vigente, e que teria
direito por isso à aposentadoria especial, faz jus ao cômputo do tempo nos moldes
previstos à época em que realizada a atividade. Isso se verifica à medida em que se
trabalha. Assim, eventual alteração no regime ocorrida posteriormente, mesmo que não
mais reconheça aquela atividade como especial, não retira do trabalhador o direito à
contagem do tempo de serviço na forma anterior, porque já inserida em seu patrimônio
jurídico. II - É permitida a conversão de tempo de serviço prestado sob condições
especiais em comum, para fins de concessão de aposentadoria. Agravo regimental
desprovido. ” (STJ – AGRESP 525381 – PR – 5ª T. – Rel. Min. Felix Fischer – DJU
17.11.2003– p. 00369).

AGRAVO PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE


CONTRIBUIÇÃO/SERVIÇO. REQUISITOS. ATIVIDADE ESPECIAL.
CATEGORIA PROFISSIONAL. TRABALHADORES NA AGROPECUÁRIA.
AGENTE PERICULOSO. 1. O reconhecimento da especialidade e o enquadramento da
atividade exercida sob condições nocivas são disciplinados pela lei em vigor à época em
que efetivamente exercidos, passando a integrar, como direito adquirido, o patrimônio
jurídico do trabalhador. 2. Considerando que o § 5.º do art. 57 da Lei n. 8.213/91 não foi
revogado pela Lei n. 9.711/98, e que, por disposição constitucional (art. 15 da Emenda
Constitucional n. 20, de 15-12-1998), permanecem em vigor os arts. 57 e 58 da Lei de
Benefícios até que a lei complementar a que se refere o art. 201, § 1.º, da Constituição
Federal, seja publicada, é possível a conversão de tempo de serviço especial em comum
inclusive após 28-05-1998. Precedentes do STJ. 3. Até 28-04-1995 é admissível o
reconhecimento da especialidade por categoria profissional ou por sujeição a agentes
nocivos, aceitando-se qualquer meio de prova (exceto para ruído e calor); a partir de
29-04-1995 não mais é possível o enquadramento por categoria profissional, devendo
existir comprovação da sujeição a agentes nocivos por qualquer meio de prova até
05-03-1997 e, a partir de então, por meio de formulário embasado em laudo técnico, ou
por meio de perícia técnica. 4. A exposição à periculosidade decorrente do risco de
explosão enseja o reconhecimento do tempo de serviço como especial, mediante o
enquadramento na Súmula 198 do Extinto TFR. 5. As atividades dos trabalhadores na
agropecuária exercidas até 28-04-1995 devem ser reconhecidas como especial em
decorrência do enquadramento por categoria profissional. 6. Comprovado o tempo de
serviço/contribuição suficiente e implementada a carência mínima, é devida a
aposentadoria por tempo de serviço proporcional na data da Emenda Constitucional n.
20, de 1998, e aposentadoria por tempo de contribuição integral na data do requerimento
administrativo, devendo a Autarquia realizar os cálculos e implantar o benefício que
resultar mais vantajoso, a contar da data do requerimento administrativo, nos termos do
art. 54 c/c art. 49, II, da Lei n. 8.213/91. (TRF-4 - AC: 99807520124049999 SC
0009980-75.2012.404.9999, Relator: CELSO KIPPER, Data de Julgamento:
09/07/2014, SEXTA TURMA, Data de Publicação: D.E. 17/07/2014)

Portanto, de acordo com a exposição acima, possível o reconhecimento do tempo de atividade especial, a
saber: 22/05/1986 e de 07/05/1987, 10/03/1989 a 20/10/1994, 24/10/1994 até 28/04/1995,os quais
multiplicados pelo coeficiente 1,4 totalizam 9 anos, 11 meses e 02 dias. Dessa forma, deve-se acrescer 02
anos, 07 meses e 15 dias ao tempo comum já reconhecido pela Autarquia Previdenciária
administrativamente.

TORNEIRO DE REVOLVER: 24/02/1988 a 11/10/1988

Quanto aos referido período, conforme acima mencionado, podem ser comprovado por qualquer meio de
prova, basta à comprovação de que o segurado exerceu efetivamente a atividade prevista no rol dos
decretos e/ou na legislação especial ou quando demonstrada a sujeição do segurado a agentes nocivos por
qualquer meio de prova para fazer jus ao cômputo privilegiado.

Pois bem. Para comprovação da exposição a agente nocivo e especialidade da sua atividade nos períodos
de 24/02/1988 a 11/10/1988, juntou-se aos autos sua CTPS (seq. 1.10), na qual consta sua profissão de
“1/2 Oficial Torneiro Revólver”.

Como já mencionado, no período de trabalho até a data de 28 de abril de 1995, a especialidade das
atividades é enquadrada por categoria profissional, sem exigência de laudo técnico, conforme os ditames
do Decreto nº 53.831/1964. Nesta toada, a profissão torneiro de revolver ou mesmo torneiro mecânico
pode ser enquadrada como especial no código 2.5.3 do anexo II do Decreto nº 83.080/79 por analogia,
conforme entendimento jurisprudencial, assim, o período trabalhado pelo autor deve ser reconhecido
como especial.

Neste sentido:

PREVIDENCIÁRIO. ATIVIDADE ESPECIAL. TORNEIRO MECÂNICO.


ENQUADRAMENTO POR CATEGORIA PROFISSIONAL. CROMO. PREVISÃO
COMO AGENTE QUÍMICO NOCIVO. REVISÃO DA APOSENTADORIA POR
TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. CONCESSÃO. 1. Em todos os períodos pleiteados na
inicial, conforme CTPS colacionada, o autor trabalhou como torneiro mecânico. Tal
profissão pode ser enquadrada como especial no código 2.5.3 do anexo II do Decreto nº
83.080/79, por analogia, nos termos da jurisprudência deste tribunal. 2. O
enquadramento por categoria profissional é possível até 28/04/1995. Para o período
posterior, até 10/12/1997, o autor trouxe o PPP de fls. 72/75, que atesta que laborou
exposto a agentes químicos como o cromo, que possui previsão no item 1.0.10 do anexo
IV do Decreto n. 3.048/99, estando caracterizada a atividade especial. 3. O termo inicial
para a revisão da aposentadoria por tempo de contribuição deve ser fixado na data do
pedido na esfera administrativa (19/11/2010, fl. 29), nos termos do art. 57, § 2º c/c art.
49, da Lei nº 8.213/91. 4. Vislumbrando a necessidade de serem uniformizados e
consolidados os diversos atos normativos afetos à Justiça Federal de Primeiro Grau,
bem como os Provimentos da Corregedoria desta E. Corte de Justiça, a Consolidação
Normativa da Corregedoria-Geral da Justiça Federal da 3ª Região (Provimento COGE
nº 64, de 28 de abril 2005)é expressa ao determinar que, no tocante aos consectários da
condenação, devem ser observados os critérios previstos no Manual de Orientação de
Procedimentos para Cálculos da Justiça Federal. 5. Honorários advocatícios devidos no
percentual de 10% (dez por cento) sobre as prestações vencidas até a prolação da
sentença, nos termos do enunciado da Súmula 111 do Superior Tribunal de Justiça. 6.
Remessa necessária não conhecida. Apelação do autor parcialmente provida. Apelação
do INSS improvida. (TRF-3 - APELREEX: 00114634120114036140 SP, Relator:
DESEMBARGADOR FEDERAL LUIZ STEFANINI, Data de Julgamento: 20/03/2017,
OITAVA TURMA, Data de Publicação: e-DJF3 Judicial 1 DATA:03/04/2017).
Portanto, de acordo com a exposição acima, possível o reconhecimento do tempo de atividade especial
exercido em atividade de torneiro de revolver, a saber: 24/02/1988 a 11/10/1988, os quais multiplicados
pelo coeficiente 1,4 totalizam 10 meses e 19 dias. Dessa forma, deve-se acrescer 03 meses e 1 dia ao
tempo comum já reconhecido pela Autarquia Previdenciária administrativamente.

PERÍODO DE TRABALHO APÓS 28/04/1995:

Em relação aos períodos de trabalho posteriores a 28 de abril de 1995, cumpre salientar que o autor
desempenhou a profissão de mecânico e auxiliar de mecânico nos períodos de 29/04/1995 a 04/06/1999,
02/05/2000 a 09/11/2003 e 13/11/2003 a 28/05/2015.

Já nos referidos períodos, é necessário à demonstração efetiva de exposição, de forma permanente, não
ocasional nem intermitente, a agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física, por qualquer meio de
prova.

Em relação ao período supramencionados em que o autor laborou na Empresa Princesa do Norte S/A e
Viera e Mazi LTDA – ME, o PPP acostado aos autos nos seq. 1.24 a 1.26 e LTCAT juntada nos seq. 1.28
a 1.34, indicam técnico em segurança do trabalho e medico do trabalho, deste modo passo a análise.

Após 28 de abril de 1995, não é mais possível o enquadramento por categoria profissional, sendo
necessário apresentar o PPP (ou DSS 8030 acompanhado de PPRA ou LTCAT) para provar o risco da
atividade, ou então, apresentar laudo que demonstrem quais os riscos e agentes nocivos aos quais o
trabalhador foi exposto.

Consta do PPP (seq. 1.24 a 1.26) que o autor trabalhou de “24/10/1994 a 04/06/1999 e de 13/11/2003 até
hoje em atividade” com atividades ligadas ao agente físicos (ruído) “exposição existente abaixo do nível
de ação” e químicos (via respiratória e dérmica) “Monóxido de Carbono e Hidrocarbonetos”, bem como
atestou que o autor exercia as atividades: “Realizar atividades de regulagem de válvulas de motor, retirar
e colocar bomba injetora e turbina, efetuar regulagem de válvulas pneumáticas, fazer remoção de câmbio
e diferencial e revisão dos mesmos substituir reparos de válvulas em geral, revisar sistema de freios,
suspensão e pneumática, desmontar cabeçotes e efetuar troca do kit do motor, analisar o estado de peças
quanto ao seu desgaste, efetuar troca de embreagem”

No PPP apresentado no seq. 1.21, referente ao período em que trabalhou na empresa Vieira e Mazi
LTDA-ME de 02/05/2000 a 09/11/2003, verifica-se que a parte autora também esteve exposto ao agente
químico hidrocarboneto, exposição também constatada na LTCAT veiculada pela referida empresa, o que
corrobora as alegações suscitadas na petição inicial.

Segue o entendimento do TRF5ª Região:

PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. AÇÃO RESCISÓRIA. ART. 485, V E


IX DO CPC. VIOLAÇÃO A LITERAL DISPOSIÇÃO DE LEI E ERRO DE FATO.
CONTAGEM DE TEMPO ESPECIAL. ELETRICISTA. FATOR DE CONVERSÃO
1,4. ADMISSÃO EQUIVOCADA DE VÍNCULO PARA MAIOR. VÍCIOS QUE NÃO
PREJUDICARAM O DIREITO À APOSENTADORIA PROPORCIONAL POR
TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. I. Ação rescisória proposta pelo INSS contra acórdão
que reconheceu o direito à aposentadoria por tempo de contribuição com a contagem de
tempo especial do segurado como eletricista. Alegação de violação à literal disposição
do art. 57 da Lei nº 8.213/91 c/c Decretos nºs 53.831/64 e 3.049/99, que dispõem sobre
o modo de contagem do tempo para a referida atividade, e de erro de fato no
julgamento, pela consideração para maior de um dos vínculos empregatícios. II. A
leitura combinada dos Decretos nºs 53.831/64 e 3.049/99 indicam que aos que
desempenham atividades com exposição a tensões elevadas de eletricidade é garantida a
aposentadoria especial em 25 (vinte e cinco) anos, do que se deduz a incidência do fator
de conversão 1,4 (um vírgula quatro), e não de 1,75 (um vírgula setenta e cinco) como
fixado no acórdão rescindendo. III. A fundamentação do acórdão em tempo de
contribuição contado a maior, sem manifestação expressa no julgamento, configura erro
de fato. Inteligência do art. 485, IX e §1º do CPC. IV. Procedência do pedido rescisório.
(TRF-5-AR:5851 AL 0097805-30.2007.4.05.0000, Relator: Desembargadora Federal
Margarida Cantarelli, Data de Julgamento: 30/09/2009).

Destarte, de acordo com a exposição acima, possível o reconhecimento do tempo de atividade especial, a
saber:de 29/04/1995 a 04/06/1999, 02/05/2000 a 09/11/2003 e 13/11/2003 a 28/05/2015, que totaliza o
tempo comum de 19 anos e 02 meses, os quais multiplicados pelo coeficiente 1,4 totalizam um período
de 26 anos, 09 meses e 29 (vinte e nove) dias, devendo, portanto, ser acrescido ao tempo já
reconhecido 07 (sete) anos, 07 (sete) meses e 29 (vinte e nove) dias.

2.1.2. DA APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO/CONTRIBUIÇÃO.

2.1.2.1. DAS PREMISSAS DE JULGAMENTO.

À luz da Emenda Constitucional nº 20/98, das Leis Federais nºs. 8.213/1991 e 9.876/1999, e valendo-se
das premissas gerais proficuamente consolidadas pelo e. TRF da 4ª Região (Apelação/Reexame
necessário nº 5002254-36.2011.404.7109/RS) têm-se as seguintes hipóteses e requisitos para a
aposentação por tempo de serviço/contribuição:

“(a)Direito adquirido à aposentadoria por tempo de serviço, integral ou proporcional, antes da


publicação da Emenda Constitucional n. 20/98:

A Emenda Constitucional n. 20, de 15/12/98, que representou marco divisor nas regras para concessão da
aposentadoria por tempo de serviço, expressamente garantiu (art. 3.º) o direito adquirido à concessão do
referido benefício, a qualquer tempo, aos segurados que até a data de sua publicação (16/12/98) tenham
cumprido todos os seus requisitos, com base nos critérios da legislação então vigente.

Registre-se que direito adquirido pressupõe preenchimento de todas as condições para a fruição do direito.
Ademais, por força do princípio tempus regit actum resta claro que o tempo de serviço/contribuição
posterior à Emenda não está mais sob a égide do regramento anterior, submetendo-se à nova disciplina,
mesmo porque não há direito adquirido a regime jurídico. Assim, se o segurado pretende agregar tempo
posterior à Emenda n. 20/98, não pode exigir a incidência da legislação anterior ao referido normativo,
pois estaria, neste caso, se valendo de regime híbrido, com aproveitamento das novas regras sem que
observadas as restrições por elas introduzidas.

Assim, utilizado somente tempo de serviço até 16/12/98, serão esses os critérios a serem observados para
a concessão da aposentadoria por tempo de serviço: (I) comprovação de, no mínimo, 25 (vinte e cinco)
anos de tempo de serviço, se mulher, e 30 (trinta), se homem; (II) cumprimento da carência, de acordo
com a tabela do artigo 142 da Lei n. 8.213/91.

Cumpridos esses requisitos, a renda mensal inicial do benefício apresentará coeficiente básico de 70%
(setenta por cento) do salário-de-benefício, acrescido de 6% (seis por cento) por ano adicional de tempo
de serviço, até o limite de 100% (cem por cento). O salário-de-benefício será apurado com base na média
de todos os últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores ao do afastamento da
atividade ou da data da entrada do requerimento, até o máximo de 36 (trinta e seis), em período não
superior a 48 (quarenta e oito) meses.

Não é exigida idade mínima para obtenção do benefício, tampouco necessidade de cumprimento de
pedágio. Sobretudo, não há incidência do fator previdenciário.

(b)Direito adquirido à aposentadoria por tempo de contribuição proporcional com cômputo de


tempo posterior a 16/12/98 (EC n. 20/98) e anterior a 28/11/99 (Lei n. 9.876/99):

Com o advento da EC n. 20/98, a aposentadoria por tempo de serviço passou a ser designada por
aposentadoria por tempo de contribuição, permitida tão-somente pelas novas regras na forma integral, aos
35 (trinta e cinco) e 30 (trinta) anos de contribuição, respectivamente para homem ou mulher, sem
exigência de idade mínima. Foi extinta, pois, a aposentadoria proporcional.
Sem embargo, o § 1.º do art. 9.º da EC n. 20/98 estatuiu regras de transição para aqueles filiados ao
Regime Geral da Previdência Social - RGPS até 16/12/98 (data da sua publicação). Assim, ficou
assegurada, transitoriamente, aposentadoria por tempo de contribuição proporcional, desde que
implementada idade mínima - 53 (cinquenta e três anos se homem e 48 (quarenta e oito) anos, se mulher -
e cumprido o período adicional de 40% (quarenta por cento) sobre o tempo que faltaria, em 16/12/98, para
completar 30 (trinta) ou 25 (vinte e cinco) anos de tempo de serviço (pedágio). Da mesma forma,
estabeleceu a regra de transição que o acréscimo por ano de contribuição passaria a ser de 5% (cinco por
cento).

Por outro lado, dispondo sobre a transição do regime de tempo de serviço para tempo de contribuição,
estabeleceu o art. 4.º da EC n. 20/98 que o tempo de serviço prestado nos termos da legislação até então
vigente deverá ser contado como tempo de contribuição.

A Lei n. 9.876/99, de 26/11/99, publicada em 29/11/99, que também estabeleceu regras para concessão de
aposentadoria por tempo de contribuição, alterando substancialmente dispositivos da Lei n. 8.213/91, em
especial a forma de cálculo da renda mensal inicial (art. 29), ressalvou (art. 6.º), no entanto, o direito
adquirido ao benefício segundo as regras vigentes até o dia anterior à sua publicação (28/11/99).

Ressalte-se, todavia, que a pretensão de computar tempo posterior a 28/11/99 implica aplicação plena da
Lei n. 9.876/99, pois, como já esclarecido anteriormente, observado o princípio tempus regit actum, o
tempo de serviço/ contribuição posterior à alteração legislativa é disciplinado pelo novo regramento.

Assim, utilizado somente tempo de serviço posterior a 16/12/98, mas limitado a 28/11/99, serão esses os
critérios a serem observados para a concessão da aposentadoria por tempo de contribuição proporcional:
(I) comprovação de, no mínimo, 25 (vinte e cinco) anos de tempo de serviço, se mulher, e 30 (trinta), se
homem; (II) cumprimento da carência, de acordo com a tabela do artigo 142 da Lei n. 8.213/91; (III) o
segurado deverá ter no mínimo 53 (cinquenta e três) anos de idade se homem e 48 (quarenta e oito) anos,
se mulher; (IV) cumprimento do período adicional de 40% (quarenta por cento) sobre o tempo que
faltava, em 16/12/98, para completar 25 (vinte e cinco) 30 (trinta) anos de tempo de serviço,
respectivamente mulher e homem (pedágio).

Cumpridos esses requisitos, a renda mensal inicial do benefício apresentará coeficiente básico de 70%
(setenta por cento) do salário-de-benefício, acrescido de 5% (cinco por cento) por ano adicional de
contribuição, até o limite de 100% (cem por cento). O salário-de-benefício será apurado com base na
média de todos os últimos salários-de- contribuição dos meses imediatamente anteriores ao do
afastamento da atividade ou da data da entrada do requerimento, até o máximo de 36 (trinta e seis), em
período não superior a 48 (quarenta e oito) meses. Não há incidência do fator previdenciário.

(c)Direito adquirido à aposentadoria por tempo de contribuição integral com cômputo de tempo
posterior a 16/12/98 (EC n. 20/98) e anterior a 28/11/99 (Lei n. 9.876/99):

O art. 9.º da EC n. 20/98 também estabeleceu regras de transição para a aposentadoria integral (idade
mínima e pedágio). Ocorre que a idade mínima para aposentadoria no regime geral, que constava no
projeto de Emenda Constitucional não foi aprovada pelo Congresso Nacional na mesma ocasião, de modo
que prejudicadas as disposições transitórias atinentes a esta modalidade, como, aliás, reconhecido pelo
próprio Instituto Nacional do Seguro Social - INSS na Instrução Normativa INSS/DC n. 57/2001, e nas
que lhe sucederam.

Portanto, no caso de aposentadoria integral com cômputo de tempo posterior a 16/12/98 (EC n. 20/98),
mas limitado a 28/11/99 (Lei n. 9.876/99), afiguram-se irrelevantes os critérios estabelecidos na regra
constitucional de transição.

Assim, utilizado somente tempo de serviço posterior a 16/12/98, mas limitado a 28/11/99, serão esses os
critérios a serem observados para a concessão da aposentadoria por tempo de contribuição proporcional:
(I) comprovação de 30 (trinta) anos de tempo de serviço, se mulher, e 35 (trinta e cinco), se homem; (II)
cumprimento da carência, de acordo com a tabela do artigo 142 da Lei n. 8.213/91.
Cumpridos esses requisitos, a renda mensal inicial do benefício apresentará coeficiente de 100% (cem por
cento) do salário-de-benefício. O salário-de-benefício será apurado com base na média de todos os
últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores ao do afastamento da atividade ou
da data da entrada do requerimento, até o máximo de 36 (trinta e seis), em período não superior a 48
(quarenta e oito) meses.

Não é exigida idade mínima para obtenção do benefício, tampouco necessidade de cumprimento de
pedágio. Sobretudo, não há incidência do fator previdenciário.

(d)Direito à aposentadoria por tempo de contribuição proporcional com cômputo de tempo


posterior a 28/11/99 (Lei n. 9.876/99):

As regras de transição da EC 20/98 já foram esclarecidas. Quanto à Lei n. 9.876/99, estabeleceu no art. 3.º
que, para o segurado filiado à Previdência Social até o dia anterior à data de sua publicação (28/11/99), no
cálculo do salário-de-benefício será considerada a média aritmética simples dos maiores
salários-de-contribuição, correspondentes a, no mínimo, 80% (oitenta por cento) de todo o período
contributivo decorrido desde a competência julho de 1994, observado o disposto nos incisos I e II do
caput do art. 29 da Lei n. 8.213/91, e que o divisor considerado no cálculo da média não poderá ser
inferior a 60% (sessenta por cento) do período decorrido da competência julho de 1994 até a data de
início do benefício, limitado a 100% (cem por cento) de todo o período contributivo.

Assim, utilizado tempo de contribuição posterior a 28/11/99, serão esses os critérios a serem observados
para a concessão da aposentadoria por tempo de contribuição proporcional: (I) comprovação de, no
mínimo, 25 (vinte e cinco) anos de contribuição, se mulher, e 30 (trinta), se homem; (II) cumprimento da
carência, de acordo com a tabela do artigo 142 da Lei n. 8.213/91; (III) o segurado deverá ter no mínimo
53 (cinquenta e três) anos de idade se homem e 48 (quarenta e oito) anos, se mulher; (IV) cumprimento
do período adicional de 40% (quarenta por cento) sobre o tempo que faltava, em 16/12/98, para completar
25 (vinte e cinco) 30 (trinta) anos de tempo de serviço, respectivamente mulher e homem (pedágio).

Cumpridos esses requisitos, a renda mensal inicial do benefício apresentará coeficiente básico de 70%
(setenta por cento) do salário-de-benefício, acrescido de 5% (cinco por cento) por ano adicional de
contribuição, até o limite de 100% (cem por cento). O salário-de-benefício será apurado com base na
média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição, correspondentes a, no mínimo, 80%
(oitenta por cento) de todo o período contributivo decorrido desde a competência julho de 1994, sendo
que o divisor considerado no cálculo da média não poderá ser inferior a 60% (sessenta por cento) do
período decorrido da competência julho de 1994 até a data de início do benefício, limitado a 100% (cem
por cento) de todo o período contributivo. Há incidência do fator previdenciário.

(e)Direito à aposentadoria por tempo de contribuição integral com cômputo de tempo posterior a
28/11/99 (Lei n. 9.876/99):

Implementados os requisitos para a obtenção da aposentadoria por tempo de contribuição integral após o
advento da EC n. 20/98 e da Lei n. 9.876/99, as regras dos referidos Diplomas deverão ser respeitadas.
Reitere-se que para a aposentadoria integral, a regra de transição da EC n. 20/98 não tem aplicação, visto
que não foi instituída idade mínima para esta modalidade de benefício. Deverá ser observada, todavia,
para os segurados filiados à Previdência Social até o dia anterior à data de publicação da Lei n. 9.876/99
(28.11.99), a regra de transição prevista no seu artigo 3.º.

Registre-se que para os segurados filiados após 28/11/99 não se aplica a regra de transição do art. 3.º da
Lei n. 9.876/99 (que trata do período básico de cálculo). Trata-se, todavia, de hipótese que no momento
não apresenta interesse prático, porquanto somente disciplinará benefícios concedidos em futuro
relativamente distante.

Assim, utilizado tempo de contribuição posterior a 28/11/99, serão esses os critérios a serem observados
para a concessão da aposentadoria por tempo de contribuição integral: (I) comprovação de 30 (trinta) anos
de tempo de serviço, se mulher, e 35 (trinta e cinco), se homem; (II) cumprimento da carência, de acordo
com a tabela do artigo 142 da Lei n. 8.213/91.
Cumpridos esses requisitos, a renda mensal inicial do benefício apresentará coeficiente de 100% (cem por
cento) do salário-de-benefício. O salário-de-benefício será apurado com base na média aritmética simples
dos maiores salários-de-contribuição, correspondentes a, no mínimo, 80% (oitenta por cento) de todo o
período contributivo decorrido desde a competência julho de 1994, sendo que o divisor considerado no
cálculo da média não poderá ser inferior a 60% (sessenta por cento) do período decorrido da competência
julho de 1994 até a data de início do benefício, limitado a 100% (cem por cento) de todo o período
contributivo. Há incidência do fator previdenciário. ” (TRF4, Apelação/Reexame necessário nº
5002254-36.2011.404.7109/RS).

2.1.2.2. DO CASO CONCRETO.

No caso em tela, são incontroversas a qualidade de segurado e a carência, conforme já dito anteriormente,
restando apenas à análise do efetivo tempo de contribuição/serviço.

Para averiguar a existência ou não do direito do autor à aposentadoria pleiteada, o período reconhecido
nesta decisão como desempenhado em atividade especial, deve ser somado ao período já reconhecido
administrativamente pelo INSS.

No que se refere ao tempo de contribuição, considerando o período reconhecido administrativamente pela


autarquia previdenciária (seq. 1.7), 27 anos, 06 meses e 13 dias de contribuição, tempo esse que somado
ao reconhecido nessa sentença, a saber:

Período de atividade especial reconhecido, que impõe o acréscimo de 10 (dez) anos, 06 (seis)
meses e 15 (quinze) dias ao tempo comum já reconhecido pela Autarquia Previdenciária
administrativamente;

Chega-se ao total de 38 (trinta e oito) anos e 28 (vinte e oito) dias.

Portanto, faz jus o autor ao benefício de aposentadoria por tempo de contribuição INTEGRAL
desde a data de entrada do requerimento administrativo (28/05/2015). A renda mensal inicial do
benefício apresentará coeficiente de 100% (cem por cento) do salário-de-benefício. O salário-de-benefício
será apurado com base na média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição, correspondentes
a, no mínimo, 80% (oitenta por cento) de todo o período contributivo decorrido desde a competência
julho de 1994, sendo que o divisor considerado no cálculo da média não poderá ser inferior a 60%
(sessenta por cento) do período decorrido da competência julho de 1994 até a data de início do benefício,
limitado a 100% (cem por cento) de todo o período contributivo. Há incidência do fator previdenciário.

3. DISPOSITIVO.

Diante o exposto, JULGO PROCEDENTE O PEDIDO deduzido pelo autor, extinguindo o processo
com resolução do mérito, nos termos do artigo 487, I, do CPC, para os fins de:

a) RECONHECER o labor especial do autor nos períodos de 22/05/1986 e de 07/05/1987, 24/02/1988 a


11/10/1988, 10/03/1989 a 20/10/1994, 24/10/1994 a 04/06/1999, 02/05/2000 a 09/11/2003 e 13/11/2003 a
28/05/2015, devendo ser AVERBADO pelo INSS 10 (dez) anos, 06 (seis) meses e 15 (quinze) dias
como tempo de contribuição por atividade especial.

b) CONDENAR o INSS a conceder (obrigação de fazer) o benefício de aposentadoria por tempo de


contribuição INTEGRAL ao autor, a renda mensal inicial do benefício apresentará coeficiente de 100%
(cem por cento) do salário-de-benefício. O salário-de-benefício será apurado com base na média
aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição, correspondentes a, no mínimo, 80% (oitenta por
cento) de todo o período contributivo decorrido desde a competência julho de 1994, sendo que o divisor
considerado no cálculo da média não poderá ser inferior a 60% (sessenta por cento) do período decorrido
da competência julho de 1994 até a data de início do benefício, limitado a 100% (cem por cento) de todo
o período contributivo. Há incidência do fator previdenciário;
c) CONDENAR o INSS a pagar as parcelas vencidas desde a data do requerimento administrativo (
28/05/2015);

No que diz respeito à correção monetária do valor da condenação, cabe destacar que, em virtude do
julgamento das ADIs 4357 e 4425 pelo Supremo Tribunal Federal, não são mais aplicáveis as disposições
do art. 1º-F da Lei 9.494/97, posteriormente alterada pela Lei nº 11.960/09. Isso porque o Supremo
Tribunal Federal, ao apreciar a constitucionalidade do artigo 100, §12° da Constituição da República,
declarou a inconstitucionalidade das expressões “índice oficial de remuneração básica da caderneta de
poupança” e “independente de sua natureza”, constantes do dispositivo questionado, julgando, ainda, por
arrastamento, a inconstitucionalidade do artigo 5° da Lei n° 11.960/2009, que alterou o artigo 1º-F da Lei
n° 9.494/1997, sem atingir, todavia, a disciplina dos juros de mora.

Posteriormente, a Corte concluiu o julgamento modulando os efeitos da decisão, para considerar válido o
índice básico da caderneta de poupança (Taxa Referencial) para a correção dos precatórios, até o dia 25
de março de 2015, determinando que após essa data os valores sejam corrigidos pelo Índice de Preços
ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E), critério adotado, portanto, nesta sentença. Os juros de mora,
contados a partir da citação (Súmula nº. 204 do Superior Tribunal de Justiça), incidem nos percentuais
aplicados à caderneta de poupança após 30 de junho de 2009. Antes desta data devem incidir os juros
moratórios de 0,5 % ao mês, posto que a matéria, tal como disciplinada em lei, não foi atingida pela
decisão do Supremo Tribunal Federal.

d) CONDENAR o INSS ao pagamento das custas e despesas processuais (Súmula n. 20 do E. TRF da 4ª


Região) e nos honorários advocatícios, os quais, tendo em vista a complexidade do processo e o empenho
demonstrado pelo causídico, arbitro em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, incidentes
sobre as prestações vencidas até a data desta sentença, observado o que reza a Súmula nº 111 do STJ, “os
honorários advocatícios, nas ações previdenciárias, não incidem sobre prestações vincendas”,
levando-se em conta que os valores evidentemente não ultrapassarão os 200 salários mínimos (art. 85,
§3º, I, CPC).

Segundo o entendimento consolidado no âmbito do no egrégio TRF da 4ª REGIÃO – no que em sintonia


com a Súmula 490 e acórdão proferido Recurso Especial Repetitivo n.º 1101727/PR, ambos emanados do
colendo STJ – é obrigatório o reexame de sentença ilíquida proferida contra a União, os Estados, o
Distrito Federal, os Municípios e as respectivas autarquias e fundações públicas.

É a hipótese dos autos.

Destarte, em cumprimento ao que prevê o art. art. 496, §1º, do Código de Processo Civil, determino que,
com ou sem a interposição de Recurso de Apelação pelas partes, sejam os autos remetidos ao egrégio
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4º REGIÃO, para o reexame necessário da sentença proferida
nos autos.

Cumpram-se as instruções contidas no Código de Normas da e. Corregedoria Geral da Justiça do Paraná,


no que forem pertinentes.
Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Demais diligências na forma do CNCGJ.

Santo Antônio da Platina, datado e assinado digitalmente.

Heloísa Helena Avi Ramos


Juíza de Direito

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