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ESBOÇO HISTORICO .
DO
REGIMEN ELEITORAL
DO
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( 1821 -- 1921) ·.
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RIO DE JANEIRO
Typ, do Jor11ai do Commerçlo, de Rodrlcues & C
1922
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As instrucções de 7 de Março de 1821 e a legislação
durante o lmperio
· No decreto expedido por D. João VI em 7 ,ele Março de 1821,
rnandantlo proceder á eleição ·de deputados brasileiros ás Côrtes Con-
stitHintes de Lisboa, foi .determinado que essa eleição seria realizada
segundo o methodo e as instrucções adoptadas pela Constituição Hes-
pap.hola de 1812, que, nesta parte e por esta razão, póde ser conside-
___.!'.3-da _c~mo a nossa primeira lei eleitoral. De accôrdo com. os disposi-
tívos queã'eviam sér observados, o povo em massa nomeava compro~
mis'sarios, que, por seu turno, escolhiam immediatamente os eleitores
de parochia .. Estes designavam os ·eleitores de comarca, que, dentro-
de cu.rtu prazo, concorriam á capital da província para alli eleger os
deputados. O numero de eleitores de comarca era o triplo do de
deputados a eleger; o de eleitores de parochia de un-i por 200 fogos·;
o de comi)romissarios., de 11 para um eleitor parochíal, 21 para dois
e 31 de trez para cima. .
Artigos especiaes regulavam, em detalhe, o processo da eleição,
que,~ semlo de quatro gráos, o.fferecia na pratica as mais serias ·diffi-
\:Uldades, o que levou ·o Ministro do Reino, Ignacio da Costa Quin-
tella, tendo em vista " a total disparidade de circumstancias en~re Por.
tugal e o Brasil", a permittir, por circular de 23 de Março de 1821.
qne os capitães generaes e governadore5· das capitanias, elevadas nesst1.
época a: províncias, na conformidade do systema hespanhol, fizessem
na materia as 1nodificações que a sua prudencia e o conselho de pes-
soas doutas e zelosas do bem publico lhes suggerissem, ,cingindo-se em
todo o .caso, o mais possível, ao espírito das Instrucções, que haviam ·
acompanhado o citado decreto, de 7 de Marco.
· 'N'as eleições de procuradores geraes das provif).cias, convocada!.
por decreto de 16 de Fevereiro de 1822, assigtiado por D. Pedro l;
então Príncipe Regente, ainda serviram a,s' referidas .i nstrucções; ma"
na dos 100 deputados á Constituinte, convocada por dec:-ecQ de 3 d\.
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. i'
Junho daquelle anno, já foram observadas outras: as que José Boni-
1ac10 formulara e fizera publicar em r9·do mesmo mez.
.t'or estas ultimas, que foram ligeiramente alteradas por decrett..
úe J de Agosto, tambem de 1822, a eleição era de dois gráos, tendi,
Rido simplificadas todas as tormalidades do processo eleitoral. Houve::.,
porém, restricções ao direito de voto. Só podiam votar em cada ·paru-
chia, e quando nella residissem por mais de um anno, os casados e os
maiores de 20 annos, que não fossem filhos - familia. Estavam im-
pedidos de fazel-o: os religiosos regulares, os estrangeiros não natura-
Iisados, os criminosos e os que recebessem salarios ou soldadas, exce-.
ptuados os guarda-livros, . os primeiros caixeiros de casas commer-
cia.es. os administradores pe fazendas ruraes e fabricas, e os criados
da Casa Real, menos os de galão branco.
No tocante aos requisitos para ser eleitor, dizia o n. 6 do capitulo
II: "Não póde ser eleitor quem não tiver, além das qualidades reque-
ridas para votar, dómicilio certo na provincia ha quatro annos peio
mei1os. Além disso, deverá ter 25 annos de e<lade, ser homem probo
e honrado, de bom entendimento, sem nenhuma sombra de suspeita e
mimizade á causa do Brasil, e decente subsistencia por emprego, ou
industria, ou bens". '
Dissolvida a Constituinte em 12 de Novembro de 1823, foi convo-
cada outra por decreto de 17 do mesmo mez e anno; mas a sua eleição
não chegou •a effectuar-se, porque, em 25 de Março de 1824, D. Pedro
promulgou como Constituição do Imperio o projecto que fôra organi-
zado pelo Conselho de Estado, o qual . se inspirara, quanto ·ao systema·
eleitoral, nas instrucções de 19 de Junho de 1822.
São estes. os dispositivos constituciona.\es relativos ao assumpto:
"Art. 90. As nomeações dos deputados 'e senadores para a Assem
bléa Geral, e dos membros dos Conselhos Geraes das Provincias, ,se-
rão feitas por eleições indirectas, elegendo a massa dos cidadãos acti-
vos, em assembléas parochiaes, os eleitores de provinda, e ·estes ós
representantes da Nação e provincia.
Art. 91. Têm voto nestas eleições primarias:
I. Os cidadãos brasileiros, que estão no 8tJSO de seus direitos
políticos.
II. Os estrangeiros tmturalisados. , .
Art. 92. S~o exclui dos de votar nas assembléas paroch~<\.es:
I. Os menores de vinte e cinco annos, nos quaes se não comp,re-
hendem os casados e officiaes militares, que forem maiores de vinte
e um anrtos os bachareis formados e cierigos de ordens sacra.S.
II. Os' filhos-famili~, que estiverem na companhia de seµs p~is,..
s;al:vo se servirem officios publicas.
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' III. Os criados de, servir, em cuja classe ,não entram ·<(>S guarda-
livros e prim~iros· caixeiros das casas de commercio, os criados da Casa
Imperial, que não forem de galão branco, e os administradores das
fazendas ruraes e fabricas.'
IV. Os reiigiosos e quaesquer que vivam em cümmunidade
claustraJ.
V. Os que não tiverem de renda liquida annual cem mil réis .por
bens de raiz, industria, commercio ou empregos. ·
Art. 93 ., Os que não podem votar nas assembléas primarias de
parochia não podem ser membros, nem votar na nomeação de alguma
autoridade electiva nacional ou local.
. Art. · 94.; Podem ser eleitores e votar na eleição dos deputados,
senadores e membros dos Conselhos da Provincia todos os que podem
votar na assembléa parochial. Exceptuam:-se:
I. Os que não tive.remi de renda liquida annual duzentos mil réis
por bens de raiz, industria, commercio ou emprego.
II . Os libertos.
III. Os cr;iminosos pronunciados em querela ou devassa.
Art. 95. Todos os que podem ser· eleitores são habeis para serem
nomeados deputados. Exceptuam-se :
I. Os que nãd tiverem quatrocentos mil réis de renda liquida, na
fórma dos arts. 92 e 94.
II . Os estrangeiros naturalisados. .
111. Os que não professarem a religião do Estado.
'Art. 96. Os• cidadãos brasileiros em qualquer parte que existam
são elegíveis em cada districto eleitoral para deputados ou senadores,
ainda ·quango ahi não sejam nascidos, residentts óu domiciliados.
Art. 97 . Uma lei regulamentar marcará o modo ·pratiCo das elei-
ções e o "numero de deputados relativamente á população do Imperio."
Promulgada a Constituição, necessario se tornara que fossem con-
stituídas as duas camaras de que se compunha o poder legislativo,
procedendo-se á eleição dos deputados e senadores que as deviam for-
. mar, e, pára esse fim, o Governo fez baixarem as instrucções ·annexas
ao decreto de 26 de Março de 1824, organizadas pelo Ministro do
lmperio, João Severiano Maciel da Costa, mais tarde Visconde e
Marquez de Queluz.
Tratando dessas instrucções, escreveu Francisco Belisario, em seu
interessante estudo sobre "O svstema Eleitoral no Brasil" :
'As instntcções de 26 de 'Março nada garantiam, antes facilita....
vam o furor pouco escrupuloso das facções e dos partidos em con-
quistar b poder , ·
O resultado da ·eleição parochial dependia absolutamente da mesa
eleitoral: seu poder e arbítrio não conheciam limites; sua formação
'
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estando finalment_e certo de que será nulfa a eleição, cuja marcha não
foi fundada nas ·1eis existentes .
Deus guarde. a V. Exa.".
Esse acto não ficou isolado : foi tambem annullada e por eguaes
motivos a eleição realizada em Sergipe.
Não contestamos a ' procedencia das razões adduzidas pelo go'-
verno para justificar o seu procedimento, tanto mais quanto Limpo
de Ab:reu, depois Visconde de Abaeté, que, ainda em Março de 1837,
substituiu a Lima. e Silva no Mi:nisterio do Imperio, as confirmou por
completo em . relatorio apresentado naquelle anno á Assembléa Geral.
Mas as resoluções tomadas valem como prova da criminosa interven-
ção official, não sómente nos pleitos elei~oraes, como tambem em
assumpto da competencia privativa do Parlamento, essencial á organi-
zação de qualquer assembléa politica - qual o reconhecimento dos
podere:; de· seus membros. - E essa intervenção era acceita sem
protest0, · porque, no dizer de ·Paula Souza - de quem os proprios
adversarios affirmavam que uma promessa equivalia á certeza, tal a
austeridade de seu caracter - a reacção operada no período de 37 a 42
estabekcera · a omnipotencia do poder executivo, habilitando-o a es-
magar a sociedade e a collocar a opposição no dilemma de ou submet-
ter-se ou recorrer a meios illegaes de resistencia.
A eleição de 1840, a primeira depois da Maioridade, mostra bem
que, nesse tempo e a este respeito, os dois partidos monarchicos não
agiam de modo differente. O liberalismo tríumphante, que promovera
<' movimento ele que resultou para D. Pedro II entrar, aos qinze annos
de edade, nõ ·exercício de suas elevadas funcções magestaticas, não
vacillou em associai-o, logo no inicio de seu reinado, aos maiores atten-
tados contra a liberdade de. voto.
São bem ·conhecidos os acontecimentos políticos que então se des-
dobraram, tornando ephemera a existencia do ministerio constituído
em 24 de Julho de 1840, dia immediato ao daquelle movimento, e .a o
qual coubera presidir á mesma eleição. Succedeu-lhe o de 23 de 1\farço ·
de 1841, com orientação e tendencias ·inteiramente diversas; e a este
ultimo se deve a dissolução da Camara eleita em Outubro do anno
anterior. Essa dissolução, a primeira do Imperio sob o regímen con-
stitucional, se revestiu de circumstancias especi.aes: foi decretada dois
dia~ antes da abertura .da Camara eleita e solicitada ao Soberano n'uma
exposição collectiva do Ministerio, na qual s!io . assim descriptas as
condições em que se realizou o pleito : ·
"Senhor:
''Os ministros de V . M. Imperial incorreriam em grave respon-
sabilidade para com o paiz, trahiriam as suas consCiencias, seriam in-
dignos da confiança que V. M. Imperial tem nelles depositado, si não
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ficos ciue ahi concorrem para exercer um dos mais preciosos direitos
elo cidadão livre,-· qual o de eleger os seus repre~entantes. E, si esses
regimentos não bastam, si o cidadão não se acobarda, a um aceno da-
quelles agentes, obedecidos pela força armada, são accommettidos os
templos, profanados por baionetas, e corre o ~angue brasileiro !
"Quando todos esses meios falham. é empregado outro recurso :
·· empenham-se em perturbar por todos os modos as operações eleito-
raes. Si a maiorià dos cidadãos indignada se retira sem entregar as
suas fütas, apparecem, não obstante, pejadas as urnàs de um numero
dellas excedent~ aos dos cidadãos activos da parochia. Das mãos dos
que as proclamaram recebem as mesas as listas aos maços, aos centos e
sem conta, quer venham ou não assignadas, quer os nomes que por
baixo clellas se leem sejam ou não de cidadãos activos, de meninos, de
-.escravos, e ainda mesmo imaginarias. E, como si tanto não bastara, é
a apuração feita por essas mesas uma amarga e criminosa. irrisão do
direito de votar ! Contam os votos como lhes apraz ; leem os nomes
dos votados como lhes parece ; apuram listas cm massa.
"Esta capital foi, com indignação, ,testemunha dessas saturnaes, as
quaes disseram ser eleições de um povo livre. ·
"A esses attentados outros· accrescem: roubam-se as urnas; sub-
stituem-se nellas as listas yerdadeiras, ou pelo menos publicamente
recebidas, por outras falsas; (f até não se hesita diante da escandalosa
e tão publica falsi.fkaÇão das actas, quando o resultado que apresentam
não está em tudo ao sabor dos interessados.
"Em alguns logai.-es é o numero de eleitores apparentemente au-
gmentado por uma maneira incrivel e espantosa. Collegios houve que,
não podendo sequer dar cem eleitores, apre?entaram todavia mais
de mil.
'Não ha quasi parte alguma do Imperió, Senhor, onde alguns
desses <tttentaclos contra ,a liberdade do voto não fossem perpetrados
em as eleições da actual Camara dos Deputados" .
A seguir, a exposição, que é datada de 1º de Maio de 1842 e assi-
. g-nada pelos ministros Marquez de Paranaguá, Candido José de Ai.-aujo
Vianna; Paulino José Soares de Souza. Visconde de Abrantes, Aure-
fümo de Souza e Oliveira Coutinho e José .CleII}.ente Pereira, procura
justificar a dissolução . da Camàra, invocando a salvação do Estado,
velho 'argumento de que tanto se abusou naquelle tempo para disfàrçar
a fraqueza dos governos ou illudir as exigencias da opinião.
De passagem, convém declarar que as causas reaes da dissolução
não foram as indicadas: existisse unidade de vistas entre os •membros
do Gabinete e não'. tivessem surgido os attritos que se verificaram en-·
tre Au;:-eliano -Coutinho (depois Visconde de Sepetiba) e os seus col-
legas do ministerio de 24 ele Julho de 1840, especialmente quando se
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A lei não era má; mas não podia extinguir de um dia para outro
o phosphoro, o capanga, os cabos eleitoraes, os mandões de aldeia,
<!mfim, os potentados de toda ordem, que appareciam em scena quando
se feriam pleitos disputados e, contando com a tolerancia e a cumpli-
çidade das autoridades, annullavam muitas vezes qs beneficos effeitos
que della era, licito esperar.
Em todo caso,- ella já representava um grande avanço: con-
sagrava a relativa estabilidade das qualificaçõe5 dos votantes . .
Essas qualificações e uma lei creando as incompatibilidades elei-,
toraes. eram consideradas então por quasi todos como medidas effi-
.:azes para moralizar os nossos costumes políticos. Não eram, porém,
as unicas. Outras tinham sido suggeridas quando fôra discutida a lei
de 19 de Agosto de 1846; e Paula Souza se aproveitou de varias dellas,.
algumas de sua iniciativa e outras que haviam merecido o seu apoio,
para formular, ainda na sessão legislativa daque!le anno, um projecto.
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que, com alterações e emendas, veio á ser transformado na lei de 19
de Setembro de 1855, cujo historico Nabuco, Belisario e Mello Mattos,
t-ntre outros, se encarregaram de fazer em paginas que se não es-
quecem.
Foi a essa lei que se chamou a lei dos circulos.
Consignava, além de ligeiras ino.dificações na lei de 1846, tres
idéas cap1taes : a) as incomp~tibilidades eleitoraes ; b) a divisão das
províncias em círculos ou districtos de um só deputado; c ) a eleição
de sµppl~ntes çle deputados.
Quanto ás incompatibilidades, dispunha no 1§: 20 do art . 1° : "Os
Presidentes de Província e seus Secretarias, os Commandantes de
Armas e .Generaes em' Chefe, os Inspectores. de Fazenda Geral e Pro-
vincial, os Chefes de PoliCia, os Delegados e Sub-delegados, os Juízes
de Direito e Municipaes não poderão ser votados para membros das
assembléas provinciaes, deptitàdos ou senadores nos collegios eleito-
~aes dos districtos em que· exercerem autoridade ou jurisdicção. Os
votos que recahirem em taes empregados serão reputados nullos."
A constituo:ionalidade deste dispositivo era duvidosa, ·porque am-
pliava textos da lei fundamental do paiz, que, em artigos precisos,
estabelecera as condições de elegibilidade dos cidadãos para o Senado
e para a Camara, só reservando para o poder legislativo ordinario
( art. 97) a competencia, para marcar o modo pratico das eleições e o
-nume_ro de deputados. Não se póde, todavia, desconhec<:r as inestima-·
veis vantagens que advieram do preceito legal, obstando que certas
autoridades interviessem nos pleitos eleitoraes por interesse pessoal
immediato, directo.
A creação dos círculos foi assumpto largamente debatido, já tendo
sido assim resumidos os argumentos que lhe eram favoraveis:
1° diminuir a influencia do governo e as fraudes eleitoraes ;
·2°, pôr o eleito em contacto com o eleitor; · •
3°, facilitar a fiscalisação da eleição por parte das· camaras, o que
é difficil e embaraçoso, quando se trata de uma província inteira;
4°, offerecer menores perigos e abalos á sociedade do que uma
eleição geral em toda a província, pondo em jogo o conjunto de pai-
xões e interesses provinciaes ;
5°, moderar o espir'ito. de provincialismo·;
6°, tirar ás grandes deputações o espírito de união e disciplina
que as tornam preponderantes sobre as pequenas;
7°, diminuir a pressão que sobre o governo exercem as grandes
deputações vinculadas p~los mesmos interesses ;
8°, dar logar à ·serem consultados os inter.esses locaes, natural-
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mente melhor conhecidos dos deputados de districto;
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;
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; . Foi em 1868 que ella surgiu, pela· primeira vez, n'um programma.
de partido: o dos liberaes radicaes, que promettiam se esforçar e, de ·
facto, se esforçaram pelo estabele~imento do s-itffragio· directo . e gene-
ralizado, .formula tambem adoptada em 1870 pelos republicanos.
o grosso do partido liberal, entretanto, tinha ponto de vista mais.
restricto: em seu programma de 1869 declarava que a eleição directa~
t~ndo por base ·a. renda, só seria pleiteada para a Côrte, .as capitaes.
das provincias e as cidades que tivessem m~is de dez mil almas, con-
tinuando a ser de dois gráos nos demais Jogares (Americo Brasiliense.·
- "frogrammas dos Partidos").
E Nabuco de Araujo, que fôra quem rédigira esse programma,.
ainda mantinha a mesma opinião em 1871, no Senado . E' seu illustre·
fjlho quem o affirma n' Um Estadista do lmperio:
"O programma liberal, dissera elle, é censurado porque contem.
disposições diversas para as cidades e para o campo. Isto vem, se-
nhores, do preconceito que nos tem sido tão fatal, isto é, o preconceitcr
das leis absolutas; entretanto que a melhor qualidade da lei é a sua
relação com as circumstancias locaes" . E, para mostrar que não ,hóde-
ronvir ao sertão a lei que convem ao Municipi,J Neutro, pintava. o es-
tado da nossa grande propriedade rodeada de servos da gleba. Nesse-
ponto é curioso o contraste da previsão de Nabuco com a de Cotegipe,
pé!-ra quem a eleição <lirecta no interior é exactamente o meio de des-
truir a excessiva influencia dos senhores, a especie de feudalismo elei-·
torai a que Nabuco se referia. "Entre os senhores e os escravos. a
classe intermediaria é absolutamente dependente", . dizia N abuco .
"Ora, como confiar a ~leição directa no interior do paiz a essa classe·
intermedia, sem condição de independencia ' e liberdade, a qual, na
phrase do Sr. Diogo Velho, presidente de Pernambuco, se compõe de·
servos da gleba? Tenho medo que o senhor da terra, com seus capan-
gas, designe immediatamente o deputado. Ainda hoje aquelle depende
da classe intermedia para as funcções do eleitorado; na eleição directa
seria elle só". ·
"Cotegipe, porém, pensava o contrario: "Para não haver isso, é·
que é preciso· no centro a eleição directa" . Com o progresso da idéa,
porém, Nabuco tinha cedido aos adeantados e aos dominados do espí-
rito de uniformidade. E' o que elle diz em carta a Affonso Celscr
( 1877) : "A idéa da eleição directa nas cidades e indirecta no interfor
é ,d o nosso programma de 1869, e eu a sustentei na sessão de 1871 como·
idéa nossa; ao depois, e com o desenvolvimento da opinião em favor
d~ eleição directa, sentimo-nos fortes e autorizados para generalizar o·
qµe antes queríamos parcialmente. e como por ensaio; assim que o
programma foi alterado e eu acompanhei e segui a alteração" ..
Eis ahi o que occorrera em relação ao partido liberal. E quanto· ,
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que compõem o ministerio. Não careço dizer quem elles são; pois <>
paiz os conhece pelos seus altos merecimentos e pelos relevantes ser-
viços que todos lhe têm prestado.
"Acceitando este encargo, nossa confiança está depositada no·
parlamento. E, como a eleição directa é um principio commum entre
o ministerio e a representação nacional, principalmente a camara dos
senhores deputados, estamos persuadidos de que ella, inspiqmdo-se em
verdadeiro patriotismo, com o seu poderoso concurso, ha ·de facilitar a
tarefa, esforçando-se para que seja realidade o que tem sido ~té agora
alvo constante de nossas aspirações .
"Creio não haver neste paiz quem desconheça que, nas circum-
stancias actuaes, com as provas repetidas que temos tido,· as nossas
instituições não podem marchar com segurança para um futuro tran-
quillisador 'si não conseguirmos effectuar a reforma eleitoral pelo-
systema da eleição directa~
"A missão que me foi confiada tornara-se ainda mais difficil de
·desempenhar, porque então estava dispersa a camara dos senhores
deputados e achavam-se ausentes muitos dos meus amigos, de.
c1uem podia tomar conselho. Vi-me, portanto, forçado a tomar a res-
ponsabilidade de resolver por mim só, confiando que não me faltariam
elles com o s~u apoio e concurso.
"Poderíamos seguir um dos dois caminhos para realizar a eleição.
clirecta: por meio de uma lei ordinaria ou mediante reforma consti-
tucional. ·
"Creio que o partido, de convicções sinceras, e que está persuadid<>
da necessidade de executar uma idéa como meio de tornar praticavel
·o systema representativo, não deve fazer questão de formas.
"Accrescentarei mais que, pelo conhecimento que tinha das opi-
niões manifestadas no Senado por diversos membros do partido con-
servador, sabia que muitos votavam pela reforma eleitoral, precedendo
:i da constituição.
"Entendi, pois, que, tratando-se de uma medida da maior impor-
tancia, que intere.ssa tão de perto ao futuro das nossas instituiçõe's .
de uma reforma destinada a garantir o exercício dos direitos políticos
de todos os cidadãos ~ a~sim firmar a verdadeira base do systema re-
presentativo, devia resalvar todos os escrupulos de consciencia dos
que podem concorrer comnosco para a sua realização; e foi precisa-
mente .o que aconselhei á corôa" .. .
Assim procedendo, o inaugurador da situação liberal de 1878
commetteu um grave erro. Sabia-se que o Imperante sempre receiara
n reunião da constituinte, como uma ameaça e um perigo para a mo-
narchia, embora a esphera de acção de uma assembléa .desta natureza
estivesse constitucionalmente delimitada; e Sinimbú, para acalmar os.
I. -25-
seus justos temores, julgou que a difficuldade seria contornada desde
que se convocasse a mesma com poderes limitados, isto é, desde que
fossem estabelecidos os moldes dentro dos quaes se faria a reforma.
Era ·uma illusão, porque o projecto da constit·z~inte con.stituida, como
a qualificara José Bonífacio, provocaria, como provocou, fundos dis-
sentimentos entre os liberaes, sem lograr triumphar das resistencias
dos conservadores. ·
E aquelle illustre estadista, aliás contraindicado para desempe-
nhar o papel que lhe ·dis!ribuiram, por . não ser um chefe de partido,
teve de abandonar o poder, .passando-o a Saraiva, que inspirava res-
peito e confiança inegualaveis, conforme informa o Conde de Affonso
Celso (Affonso Celso Filho - 'Oito Annos de Parlamento".), que
traçou deste modo o seu perfil político:
"Possuía predicad<:,>s especiaes, exercia magnetismo pessoal pouco
vulgar. Bom senso, faro agudo das occasiões, arte em as aproveitar,
idéas daras e praticas, confiança em si, conhecimento do meio em que
vivia, prudencia, altivez, decisão, geito sob apparencias rudes, 'm anha
idisfarçada em explosões de brutal franqueza, conferiam-lhe inquestio-
navel superioridade .
"Ave de vôo curto, mas sabendo bem onde pousar, era, ao que
.dizem, como o definia Té!-yares Bastos". E accrescentou: "Saraiva
arguido de uma feita por não ter tomado certa resolução opportuna
respondeu "a medida era bôa, mas arriscada ; não a puz em pratica
porque, si acertasse, ninguem me agradecia, e, si errasse, todos me
cahiam em cima" .
"Nesta resposta se synthetisa a sua philosophia pólitica".
O. solitario de Pojuca foi um dos mais opportunistas dos nossos
homens de.governo durante o segundo reinado. Em 1880, é esse oppor-
. tunismo que explica o successo que alcança á frente do Gabinete 28
<le Março, que succedeu ao de Sinimbú: reduz o seu programma á
reforma eleitoral e, sendo preciso para conseguil-a pôr de lado o pro-
jecto de reforma da constituição, alija-o como carga inutil e pesada,
porq,ue não devia mostrar mais escrupulos do que os seus adversarios
(vide "Organizações e Programmas Ministeriaes"). E decretou-se a
eleição Jtrecta por uma lei ordinaria, de cuja redacção foi incumbido
Ruy Barbosa, então deputado geral pela primeira vez.
Essa lei, - lei Saraitva ou, lei do censo, - é de 9 de Janeiro de
1881 e estabelece que são eleitores todos os cidadãos brasileiros que
tiverem renda liquida annual de 200$000 por bens de raiz, industria,
commercio ou emprego, excluídas as praças de pret e os serventes das
repartições e estabelecimentos publicos; indica os meios de prova da
mesma renda e as pessoas que ficam is'entas de fazer essa prova em
-27-
..
,
A. legislação eleitoral da Republica
Deposta a realez~ a 15 de Novembro de 1889, o Governo Provi-
sorio decretou, em 19 do mesmo mez e anno, que seriam eleitores todos
os cidadãos brasileiros no goso de seus direitos civis e politicos, que
soubessem ler e escrever, excluiclos os menores ele 21 annos, com ex-
cepção cios casados, cios officiaes militares, cios bachareis formados,
dos doutores e dos clerigos ele ordens sacras.
Não podiam votar, além dos analphabetos, os filhos-familia (não
sendo como taes considerados os de mais de 21 annos, ainda que em
companhia dos pais) e as praças de :pret do exercito, da armada e dos
corpos policiaes, exceptuados os reformados.
Em relação .aos analphabetos, é, entretanto, de notar que o Mi-
nisterio do I nterior ·resolveu, em 12 de Maio de' 1890, que se incluíssem
no alistamento os já alistados de accôrdo com · a lei Saraiva, aos
.quaes, embora não fossem novamente qualificados, se mandou depois
tomar os votos, desde que exhibissem os seus respectivos titules.
O alistame~to e a eleição para a Constituinte Republicana foram
regulados de modo geral pelos decretos ns . 200 A, de 8 de Fevereiro,
277 D e 277 E, de 22 de Março, 480 e 511, de 13 e 23- de Junho, e
563, de 14 de Agosto, todos de 1890, havendo sobre as duvidas que se
suscitaram uma avultada serie de decisões e avisos.
Para a convocação e eleição das assembléas legislativas dos Esta-
<los foram expedidos os decretos ns. 802, de 4 ele O utubro, e 1 .189,
de 20 de Dezem1Jro, ainda de 1890.
Toda esta legislação ficou, em muitos pontos, a quem da do
I mper io.
Foi, porém, provisoria: desappareceu logo que foi inaugurado o
regimen constitucional .
Dispondo sobre as qualidades de cidadão brasileiro, prescreveu a
lei fundamental da Republica:
"Art. 69. São cidadãos brasileiros:
1 . 0 Os nascidos no Brasil. ainda que ele paj estrangeiro, não resi-
<linclo este a serviço ele sua nação ; .
- 30-
0
_2. Os fill_10S de pai brasileiro. e os illegitimos de niãi brasileira,
nasc~dos em J.?ªlz estrangeiro, si estabelecerem domicilio na Republica;
0
3. ~s filhos de pai brasileiro, que .estiver n'outro paiz ao ·serviço
eh Republica, embora nella não venham domiciliar-se·
0
4. Os estrangeiros, que, achando-se no Brasil aos' 15 de Novembro
d~ 1889, não declararem, dentro em seis mezes depois de entrar em
vigor a constituição, o animo de conservar a nacionalidade de origem;
S.º Os estrangeiros, que possuírem bens immoveis no Brasil e
forem casados .com brasileiras ou tiverem filhos brasileiros, comtanto
que residam no Brasil, salvo si manifestarem. a 'inte1Íção 'de não mudar
de nacionalidade ;
6.0 Os est:rangeiros por .outro modo naturalizados .
. "Art. 70. São eleitores os cidadãos maiores de 21 .annos, que .se
.alistareri:i na forma da lei.
§ .l.º Não podem alistar-se eleitores para .eleições federaes; ou pa;a
as dos.
Estados : . .
1
1.0 Os mendigos;
2;0 Os .analphabetos;
3. 0 As praças de pret, exceptuados os alumnos das escolas militares
·de ensino st:iperior ; · .
. . 4. 0 Os religiosos de ordens monasticas, companhias, congregaçõe.s
·ou cómi:nimidades de qualquer denominação, sujeitas a voto de obe-
.. rlieneiá, regra ou estatuto, que importe a renuncia da liberdade indi-
vidual . ·
.§ 2. 0 São ineleg.iveis os cidadãos não alistaveis .
'Art. 71 . Os direitos de cidadão brasileiro só se suspendem ou
:1)erdem nos c~sos aqui particularizados: · ·
§ V Suspendem-se :
a) ·por incapacidade .phys'ica ou moral; . .
b) por condemnação criminal, emquanto durarem os ~.eus eff.eitos. ·
-§ 2:.0 Perdem-se :
a) por naturalizaÇão em paiz estrangeiro ; . ·,
b) por acceitação de emprego ou pensão àe governo estrangei ro~
sem . licença do· poder executivo federal. ·
1§ 3.0 Uma lei federal determinará as condições de reacquisiçã(j) .dos
direitõs ·.de cidàdão brasileiro".
Pelos cidadãos brasileiros com direito de voto, nos termos · dos
nispositivos 'tran.scfiptos, são eleitos os rep1·esentantes do poder !legis-
lativo e os chefes do poder executivo, observado' ·os preceitos constitu;..
cionaes e as disposições das leis ordinarias, quei· quanto· aos requisitos
de elegi'bilidade dos que te'nham de ser investid0s ·de .mandatos electi-
vos, quer quanto ao exercício elas furicções delles decorrentes. ·•
r
Após a promulgaç~q da , constituição de 24 de Fevereír0· de 1891,
:) primeira lei eleitoral que üvemo~ foi a de n. 35, de 26 de •Janeiro
(~é -1892, na qual toda a mater~ é trataçla methodicamente em eapitulos'
<jue se- intitulam dos eleitores, do alistamento, da comm.issãó .múnici.
pal, dos recursos, dos t~tulos dos eleitores, dos elegiveis, das eleições,
elo i)rocesso el.eitoral, da apuração geral, disposições. penaes e d'isp0si-
ções geraes . ; ·
Segundo essà Jei,. o alistamento era organizado por commissões
seccionaes eleitas 'pelos membros .das cam(;l.ras, intendencias ou conse-
Ü10s municipaes e os seus . immediatos em votos, em numero egual; os
recursos de iuclusão ou . exclusão de eleitores eram para commissões
que, errÍ, cada município, se compunham do presidente da camara, in-
tendencia".OU conselho, e dos presidentes das commissões seccionaes,
:1ave11do ainda recurso das decisões dessas commissões para uma junta
eleitora·!, coD;stituicla, em cada Estado, pelo juiz federal, seu substitutu
e q procurador· seccional ; as mesas eleitoraes eram eleitas pela mesma
forma que as commissões seccionaes de alistamento; os districtos elei-
~oraes l'ram,, como na lei de 1875, de trez deputados; o voto secreto;
os casos de inelegilibidade e de incompatibilidades eleitoraes bem defi-
iiidos; a apuração geral teita pelos cinco vere.adores, intendentes ou
conselheiros muriicipaes rriais votados, e os cinco cidadãos immediatos
em votos ao menos votado da camara,. intendencia ou conselho da séde
do districto, dirigi11do os trabalhos o seu respectivo presidente. No
mais, a lei reproduzia textualmente ou com alterações, procurando
melhorar, tudo que se continha nas leis anteriores. Alguns dispositivos
rtovos t'ram de alcance secundario .
.Posteriormente, a lei n. 35 foi modificadé,l pelas de n. 69, de 1<>
. tie Ágosto de 1892, ns. 153 e 184, de 3 de Agosto e 23 de Setembro de
1893, ns. 342 e 347, de 4 e 7 'de Dezembro de 1895, ns. 380, 411 e
426, de 22 de Agosto, i2 de Novembro e 7 de Dezembro de 1896, nu-
1íiero 620, de 11 de Outµbro de 1899, ns. 907, 908 e 917, de 13 de
Novembro e 9 de Dezembro de 1902, sendo em grande numero os actos
'emanados do poder executivo regulamentando, dando instrucções e
interpretando varios de seus disp0sitivos. .
A lei n. 35, de 26 de Janeiro de 1892, foi applicada pela primeira
\·ez, de mQdo geral, em 1° de Março de 1894, na eleição a que se pro-
cedeu para a renovação da Camara, terço do Senado e escolha do pre-
sidente e vice-presidente da Republica (os primeiros eleitos por suf-
fragio directo), merecendo a sua execução os mais francos applausos.
Houve mesmo. alguns factos dignos de nota: em Pernambuco, por
~xemplo, a apposição ·fez seis, entre os dezesete deputados, sendo' que
(lois dos candidatos eleitos, - Drs. José Mariano Carneiro da ·cunha
~_Loll:r.ep.ço Augusto de Sá e Albuq.uerque --:, estavam presos; e outros
32 ~
..
-37-
·"Precisamos garantir o alistamento e a eleição contra os assaltos
dos defraudadores; precisamos impedir as d.uplicatas e triplicatas de
actas e de juntas apuradoras.
. "E' tambem indispensavel que a apuração e o reconhecimento se-
Jam a expressão da verdade eleitoral . .
. ~'De nada valerão, porém, taes medidas, por melhores que sejam,
s1 nao houver a elevação moral e patriotica dos que têm a missão de
cumprir a lei eleitoral.
"Não fechemos os olhos á evidencia: o actual regímen eleitoral
não póde continuar; a naç~o está a exigir do Congresso a ·reforma
eleitoral e o ~umprimento exacto dessa ref9rma por parte de todos,
mas especialmente dos membros do Congresso, que devem dar o
exemplo". . - - ,,~.. .,>l'!"'
Ainda nesse anno ficou sem echo o appello do chefe do poder
executivo, que o renovou na mensagem de 1916, nestes termos: "Na
minha primeira mensagem ao Congresso tive opportunidç,de de accen-
tuar. como o faço agora, a absoluta necessidade de uma reforma elei-
. torai capaz de produzir os resultados por que anceia a opinião publica
do Brasil" e reoroduziu o que affirmara naque~la mensagem .
· Desta vez foi attendido, sendo votadas as leis ns. 3 . 139 e 3. 208,
de 2 de Ag-osto e 27 de Dezembro de 1916.
A primeira declarou insubsistentes, quatro mezP.s depois de sua
promulgação, os alistamentos em vigor, só permittindo votar nas elei-
ções federaes e nas locaes do Districtó Federal e do Territorio do ·
Acre aos qué, - estando nas condições previstas no art. 70 da Con-
stituição e exceptuados os de que trata o § 1° do citado artig-o, - fos-
sem ou viessem a ser alistados na conformidade de suas disoosições,
estabelecendo a seguir: a faculdade de se:r ·requerida a inclusão nii.
lista de eleitores erri qualquer dia util do anno; ci. competencia exclusiva
dos juízes de direito para. resolverem sobre o 'pedido. autorizando ou
não· a inclusão solicitada; a não acceitação .de justificações para as
provas de edade, de residencia e elo exercício de industria ou profissão
ou de 1)0sse ele renda que assegure a subsistenCia; a exigencia de ser o
requerimento escripto em vernaculo e do prôorio punho do alistando,
com a lettra e firma reconhecidas por tabellião, bem como a de ser
exh!bida a carteira de identidade. si no Jogar ·houver e;abinete de iden-
tificação; a declaração em cartorio, no livro a esse fim destinado, dos
documentos que acompanham o requerimento ; a entrega de'iSes do-
cnmentos mediante. recibo, aci escrivão do juízo, que os autoará, fá-
zendo conclusos ao juiz dentro de 48 horas; o prazo maximo de 8 élias
para que o jui- profira seu despacho. aue deverá ser fundamentado
p.o caso de ~er inde;erido o pedido de inclusão; él. oublicação de editaes,
de 15 em JS dias, contendo .os n~mes, edade, profissã,o (; residencia dos
_l.. 38 -
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1
1 nnrnm 1111.