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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA

2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS

Processo Nº. : 0002000-97.2014.8.05.0088


Classe : RECURSO INOMINADO
Recorrente(s) : BANCO DO BRASIL SA

:
Recorrido(s) : ELIANE MARIA DE CARVALHO
:
Origem : 1ª VARA DO SISTEMA DOS JUIZADOS - GUANAMBI

Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

EMENTA

RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR.BANCO.


AUSÊNCIA DE CONTRATAÇÃO. BANCO QUE NÃO
JUNTA AOS AUTOS INSTRUMENTO CONTRATUAL,
NEM ELEMENTOS INDICATIVOS DA REGULAR
AVENÇA. COBRANÇA INDEVIDA. INSCRIÇÃO DO
NOME DA AUTORA NOS CADASTROS DE RESTRIÇÃO
DE CRÉDITO. DANO MORAL IN RE IPSA. QUANTUM
ARBITRADO COM BASE NOS PARÂMETROS DA
RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE.
SENTENÇA MANTIDA.

ACÓRDÃO
Acordam as Senhoras Juízas da 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais
Cíveis e Criminais do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, MARIA AUXILIADORA
SOBRAL LEITE – Relatora, CÉLIA MARIA CARDOZO DOS REIS QUEIROZ, presidente
e LEÔNIDES BISPO DOS SANTOS, em proferir a seguinte decisão: RECURSO
CONHECIDO E IMPROVIDO . UNÂNIME, de acordo com a ata do julgamento. Custas e
honorários advocatícios pela recorrente , que fixo em 20% sobre o valor da condenação.
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2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS

Salvador, Sala das Sessões, 24 de Setembro de 2015.

BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE


Juíza Relatora
BELA. CÉLIA MARIA CARDOZO DOS REIS QUEIROZ
Juíza Presidente
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA
2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS

Processo Nº. : 0002000-97.2014.8.05.0088


Classe : RECURSO INOMINADO
Recorrente(s) : BANCO DO BRASIL SA

:
Recorrido(s) : ELIANE MARIA DE CARVALHO
:
Origem : 1ª VARA DO SISTEMA DOS JUIZADOS - GUANAMBI

Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

EMENTA

RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR.BANCO.


AUSÊNCIA DE CONTRATAÇÃO. BANCO QUE NÃO
JUUNTA AOS AUTOS INSTRUMENTO CONTRATUAL,
NEM ELEMENTOS INDICATIVOS DA REGULAR
AVENÇA. COBRANÇA INDEVIDA. INSCRIÇÃO DO
NOME DA AUTORA NOS CADASTROS DE RESTRIÇÃO
DE CRÉDITO. DANO MORAL IN RE IPSA. QUANTUM
ARBITRADO COM BASE NOS PARÂMETROS DA
RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE.
SENTENÇA MANTIDA.

RELATÓRIO

Dispensado o relatório nos termos da Lei n.º 9.099/95.


Circunscrevendo a lide e a discussão recursal para efeito de registro,
saliento que o Recorrente BANCO DO BRASIL, pretende a reforma da sentença lançada
nos autos que julgou procedente em parte os pedidos formulados pela exordial para :
“CONDENO a Demandada a pagar ao requerente, referente aos danos morais causados a quantia

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de R$ 3.000,00 (TRES MIL REAIS), devendo ainda sofrer a incidência de juros legais à razão de
01% ao mês e correção monetária pelos índices do INPC, a partir da presente data até o efetivo
pagamento, nos termos do enunciado nº 362 do Egrégio Superior Tribunal de Justiça. CONFIRMO
a liminar concedida no evento 08, em todos os seus termos.”

Em suas razões recursais, a empresa recorrente alega inexistir danos


morais in casu, bem como sustenta que o quantum fora arbitrado em valor excessivo.
Em contrarrazões, a recorrida pugna pela manutenção da sentença.
Os autos foram distribuídos à 2ª Turma Recursal, cabendo-me a função de
Relatora.
Presentes as condições de admissibilidade do recurso, conheço-o,
apresentando voto com a fundamentação aqui expressa, que submeto aos demais
membros desta Egrégia Turma.

VOTO

Sem preliminares, passo ao exame do mérito.

Trata-se de ação na qual o autor alega que teve seus dados pessoais

incluidos pela ré indevidamente nos cadastros de proteção ao crédito, referente à dívida

de cartão de crédito e débito que alega desconhecer, no valor de R$2.561,46 ( dois mil,

quinhentos e sessenta e um reais e quarenta e seis centavos ), em 03/03/2014. Requer

indenização por danos morais oriundos da indevida inclusão. A demandada, por outro

lado, sustenta que agiu no exercício regular de umdireito, cobrando dívida regularmente

constituída.

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O exame dos autos evidencia que o ilustre a quo examinou com acuidade a
demanda posta à sua apreciação no que concerne à cobrança indevida, tendo em vista
que a empresa recorrente deixou de trazer elementos probatórios que refutassem as
alegações da parte autora, não apresentando elementos que legitimassem a cobrança da
dívida em comento. Tendo a parte autora alegado desconhecer ter pactuado o contrato
em tela, incumbia àparte ré trazer aos autos prova suficiente da contratação, através de
documentos que a comprovassem. Nestes termos vem decidindo a jurisprudência pátria:

AÇÃO INDENIZATÓRIA. BANCO. INSCRIÇÃO DO NOME DO


AUTOR NOS SERVIÇOS DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO QUE SE
AFIGURA INDEVIDA. DÉBITO NÃO RECONHECIDO. AUSÊNCIA
DE PROVA DO BANCO ACERCA DA CONTRATAÇÃO. DANO
MORAL CONFIGURADO. SENTENÇA REFORMADA. RECURSO
PROVIDO. (Recurso Cível Nº 71005328604, Terceira Turma
Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: Cleber Augusto Tonial,
Julgado em 12/03/2015).

Ao revés, a alegação da parte autora, de que desconhece a origem da


dívida que vinha sendo cobrada, é dotada de verossimilhança, e não fora impugnada por
elementos probatórios idôneos.

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Assim, caberia à empresa trazer aos autos elementos que indicassem a


efetiva contratação , em documento id^ôneo que contivesse a assinatura da parte
demandada, , o que justificaria a cobrança em tela e a inscrição do nome da autora nos
cadastros de proteção ao crédito.
.. Mas se assim não o fez, precluída esta a oportunidade, restando-lhe
suportar o ônus da sua inabilidade processual.
Por outro lado, o autor junta com a exordial, no evento projudi 01, a
certidão da CDL que atesta o apontamento indevido , por solicitação da
demandada, desincumbindo-se assim do ônus de provar o fato constitutivo de seu
direito , nos termos do art.333, Ido CPC. É cediço na jurisprudência pátria que a
negativação do nome do consumidor nos cadastros de proteção ao crédito por
cobrança indevida gera dano moral in re ipsa, que prescinde de comprovação.
Nesse sentido :

RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. TELEFONIA. AUSÊNCIA


DE PROVA DA CONTRATAÇÃO. DÉBITO INEXISTENTE.
INSCRIÇÃO INDEVIDA NOS ÓRGÃOS DE PROTEÇÃO AO
CRÉDITO. DANO MORAL IN RE IPSA. 1. Diante da alegação do autor
no sentido de que jamais realizou algum tipo de contratação com a
requerida, incumbia à re apresentar as provas da contratação, seja por
contrato assinado pela parte e os documentos apresentados no momento da
instalação, seja a gravação pelo Call Center, caso tenha sido realizado via
telefone. 2. Todavia, nenhuma prova neste sentido veio aos autos e as telas
de sistema apresentadas pela ré são documentos unilaterais que podem ser
facilmente manipulados pela parte interessada, não servindo como único
meio de prova para comprovar as alegações da requerida. 3. A requerida
sustenta que a dívida refere-se a um terminal fixo de telefone, instalado em
02/05/2012 e retirado em 06/01/2013, por inadimplência. Tratando-se de
terminal fixo, mais fácil ainda era a comprovação de suas alegações, pois,
nestes casos, os prepostos da ré comparecem ao local de instalação e

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solicitam a assinatura do cliente na ordem de serviço. No entanto, nenhum


documento foi apresentado aos autos. 4. Não havendo prova da
contratação, nem provas de que a ré tenha tomado as devidas providências
para evitar a contratação fraudulenta em nome do autor, o débito deve ser
declarado inexistente e a inscrição junto aos órgãos de inscrição ao crédito
considerada indevida. 5. A situação dos autos gerou ao autor angústias,
aborrecimentos, frustrações e abalo em sua paz psíquica, transtornos que
extrapolam os meros aborrecimentos do cotidiano. 6. O quantum arbitrado
pelo Juízo de origem (R$ 5.000,00) não comporta minoração, uma vez que
está abaixo dos parâmetros utilizados pelas Turmas Recursais em casos
semelhantes, sendo o patamar mínimo para atingir o caráter pedagógico,
evitando que a recorrente volte a praticar os mesmos erros novamente.
Ademais, deve-se considerar as peculiaridades do caso em apreço,
observando-se que o autor teve negado a renovação do seu crédito agrícola,
situação que por si só já configura a existência de danos extrapatrimoniais.
RECURSO IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA. (TJ-RS - Recurso
Cível: 71004824850 RS , Relator: Glaucia Dipp Dreher, Data de
Julgamento: 27/06/2014, Quarta Turma Recursal Cível, Data de Publicação:
Diário da Justiça do dia 03/07/2014).

Logo, vislumbrada a necessidade de reparação do dano moral decorrente da


cobrança indevida, conjugada com a negativação do nome do autor, passo a discutir o
quantum fixado.
Nesta seara obtempera Des. Luiz Gonzaga Hofmeister do TJ-RS no proc.
595032442:
O critério de fixação do valor indenizatório, levará em conta
tanto a qualidade do atingido, como a capacidade financeira
do ofensor, de molde a inibi-lo a futuras reincidências,
ensejando-lhe expressivo, mas suportável, gravame
patrimonial.

Diz ainda Wilson Melo Da Silva, em “O Dano Moral e sua Reparação”,

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obra basilar sobre a matéria:

É preponderante, na reparação dos danos morais, o papel


do juiz. A ele, a seu prudente arbítrio, compete medir as
circunstâncias, ponderar os elementos probatórios, inclinar-
se sobre as almas e perscrutar as coincidências em busca
da verdade, separando sempre o joio do trigo, o lícito do
ilícito, o moral do imoral, as aspirações justas das miragens
do lucro, referidas por DERNBURG. E após tudo, decidindo
com prudência, deverá, depois, determinar, em favor do
ofendido, se for o caso, uma moderada indenização por
danos morais. (Forense, pg. 630/631).
O valor da indenização fixado pelo juiz sentenciante, a título de danos
morais, guarda compatibilidade com o comportamento do recorrente e com a repercussão
do fato na esfera pessoal da vítima e, ainda, está em harmonia com os princípios da
razoabilidade e proporcionalidade, devendo ser mantida.
Assim sendo, ante ao exposto, voto no sentido de CONHECER DO
RECURSO e NEGAR-LHE PROVIMENTO, confirmando, consequentemente, todos
os termos da sentença hostilizada. Não logrando êxito em seu recurso, condeno a
recorrente ao pagamento das custas processuais bem como honorários advocatícios,
estes fixados em 20% sobre o valor da condenação.

Salvador, 24 de setembro de 2015

Bela. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE


Juíza Relatora

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