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UNIVERSIDADE PAULISTA
PSICOLOGIA
PROJETO DE PESQUISA
MANAUS-AM
2018
DIANA ALMEIDA DO ROSARIO
NATANAEL TAVARES
SAMYA SALES
MANAUS-AM
2018
Dedicatória
naturais, deuses-argumentativos os
lógico-analíticos, deuses-
e personalizados conforme as
imaginação humana.
Agradecimentos
O vazio existencial se apresenta quando o indivíduo não encontra o sentido para a sua
vida. Este vazio se manifesta, principalmente, num estado de tédio, uma vez que estes se
deixam dominar pelas circunstâncias do cotidiano, o indivíduo age sem ter encontrado
seus objetivos e sem mesmo saber o porquê, distanciando-se da autenticidade.
A Logoterapia com base no resgate do conceito de vontade de sentido, pretende-se
estabelecer tanto uma relação entre os conceitos de pathos, finitude e morte quanto sua
articulação com a perspectiva do Homo patiens em Logoterapia; assinalando o lugar da
culpa, da doença, da dignidade, da responsabilidade e do sentido nesse contexto.
Ademais, considerando a natureza do sofrimento como inerente à constituição humana,
a teoria de Viktor Frankl considera a resiliência uma adaptação positiva do homem em
resposta às adversidades, as quais possibilitam ao homem superar-se. O estudo também
pontua as dimensões essencialmente humanas, enfatizando a dinâmica do Homo
religiosus e a dimensão noética como fatores fundamentais no processo de
identificação, enfrentamento e superação do sofrimento.
O presente trabalho analisa e explicita a fundamentação e a prática da logoterapia em
Viktor E. Frankl, aborda a natureza do homem, como ser de liberdade e
responsabilidade, e a contribuição que a logoterapia pode oferecer para o tratamento das
neuroses do indivíduo.
Palavras chaves: vazio existencial, neurose noogênica, logoterapia e sentido na vida.
RESUMEN
The existential void presents itself when the individual does not find meaning for his
life. This emptiness manifests itself mainly in a state of boredom, once these are
allowed to dominate by the circumstances of everyday life, the individual acts without
having found his goals and without even knowing why, distancing himself from
authenticity.
Logotherapy based on the rescue of the concept of will of meaning, aims to establish
both a relationship between the concepts of pathos, finitude and death as well as its
articulation with the perspective of Homo patiens in Logotherapy; pointing out the place
of guilt, illness, dignity, responsibility and meaning in that context. Moreover,
considering the nature of suffering as inherent in the human constitution, Viktor Frankl's
theory regards resilience as a positive adaptation of man in response to adversities,
which enable man to overcome himself. The study also points to essentially human
dimensions, emphasizing the dynamics of Homo religiosus and the noetic dimension as
fundamental factors in the process of identification, coping and overcoming suffering.
The present work analyzes and explains the reasoning and practice of logotherapy in
Viktor E. Frankl, discusses the nature of man, as a being of freedom and responsibility,
and the contribution that logotherapy can offer to treat the individual's neuroses.
Key words: existential emptiness, noogenic neurosis, logotherapy and meaning in
life.
Sumário
1.1 Objetivo Geral .......................................................................................................................... 11
MÉTODOLOGIA .............................................................................................................................. 36
4.2 Procedimentos.................................................................................................................................. 37
6 CONCLUSÕES ............................................................................................................................... 45
2.1 O sentido
É por isso que Vithor Frankl diz que “não se deve buscar a felicidade, pois ela
se realizará espontaneamente quando houver uma razão para ser feliz” Pereira
(2015),traz citando Frankl, que um dos acontecimentos mais imediatos da vida é notar
que o homem é impulsionado pelos instintos, porém contido pelo sentido, ou seja, ele
sempre será preciso em tomar a decisão de realizar ou não o sentido, sempre sendo
implicada uma tomada de decisão. O ser humano não só tende a perceber o meio como
uma organização cheia de sentido, mas também procura encontrar um significado que
apresente a ele próprio como sendo um indivíduo com um objetivo a cumprir, ou seja,
no intuito de encontrar uma justificativa para sua existência (CARVALHO, 1993).
Frankl experimentou vivencias extremamente instigantes no campo de
concentração, lá ele focou preso e foi capaz de superar e se dar conta de sentido para a
vida, na esperança de pós-guerra, futuramente. O sentido existe até no ultimo momento.
Mesmo diante daquilo que denominou de “tríade trágica”, consiste em: dor, culpa e a
morte é mesmo assim capaz de encontrar o sentido. Revela que o ser humano necessita
encontrar sentido, por tanto a falta dele atrai frustração e sofrimento e o homem é capaz
de se sentir motivado diante do vazio. O desamparo vem como sofrimento sem ser
entendido, desesperador, contudo se torna necessário priorizar um sentido para evitar o
sentimento de desesperança. Circunstancias, por ser mais variadas possíveis, ao se
depararem com um sentido nesta, pode haver transformação em forma de realização
Individual. (FRANKL 1993)
A ajuda incondicional da existência de sentido, não quer dizer que sempre esse
vai ser encontrado direto e instantaneamente de uma forma transparente e adequada. É
por isso que Frankl traz que o ser humano pode localizar e descobrir o sentido de sua
vida através de três caminhos fundamentais com três experiências basicamente
humanas. São eles os valores criativos e inovadores, valores vivenciais e valores de
atitudes. Nos valores criativos o indivíduo acaba deixando algo para o mundo através de
suas criações, de seu trabalho, em que exerce ações que acredita serem importantes e
plenas, não só através de um emprego, mas de qualquer atividade que ela considere
significativa (KROEFF, 2014).
Nos valores vivenciais ele percebe que não é habilitado apenas de dar algo de si
para o mundo, como também ganha algo do mundo, que permite diversas atividades e
encontro com outras pessoas e vivência com a natureza e as artes, a experiência mais
intensa dos valores vivenciais é o encontro com outro ser humano e descobrir a sua
unicidade, a sua singularidade, entender o potencial que pode levá-lo a se tornar uma
pessoa mais completa. E por último os valores de atitude, que se constituem pela
postura ativa diante das circunstâncias da vida, principalmente em situações de
sofrimento (HERRERA, 2007).
Uma relação continua dos valores atitudinais com a logoterapia é no encontro
com o sentido de estar aflito, em que Frankl (1973) coloca que o indivíduo tem a
oportunidade de amadurecer, de crescer, observando que o processo de sofrimento é a
base para o enfretamento. A discussão com os acontecimentos que ocasionaram por
consequência do destino é a base para o enfrentá-los, por isso se algo nos leva a padecer
é porque nos distanciamos do problema e lhe viramos as costas. Apresenta ainda que o
sofrimento guarda o indivíduo da apatia, pois quando estamos angustiados continuamos
a viver na esfera anímico-pessoal, e claramente esse procedimento nos faz amadurecer e
crescer, nos tornando seres mais ricos e poderosos, por esse motivo o sentido do
sofrimento se caracteriza não por parar de sofrer, mas sim vivenciar esse sofrimento
como uma aprendizagem.
E Kroeef (2014tgt), põe como Frankl explicava o caminho para a busca de
sentido do sofrimento, em que ele evidencia que o sofrimento não há necessidade para o
encontro de sentido, mas que o sentido é plenamente possível mesmo em situações de
sofrimento. Mas se o indivíduo não encontra sentido em que transforme sua existência
algo único, através de seus valores ele vivencia o que Vithor Frankl denomina de vazio
existencial, que resulta de frustração existencial, mas que pode ser substituído pela
vontade de sentido.
A percepção dos objetos para cada ser humano merece ser único. As pessoas
precisam buscar o sentido da vida, mesmo deixando valores, pois estes são repassados
através da tradição, assim com a ruptura desta, os valores são outros a serem
sucumbidos, porém as significações por serem singulares, são subjetivas e necessitam
ser assim uma decisão do individuo. As potencias psicológicas, externas do ambiente e
culturais interferem no homem perante sua situação no mundo. O homem não é livre
das condições, pois não tem o controle das circunstancias e não são dependentes de seu
desejo ou compromisso, este é livre para fazer escolhas e se colocar diante dos fatos
corriqueiros em sua existência. O objetivo do homem perante a vida gera angústia, pois
se torna responsável da própria existência e possui liberdade de escolhas de sua vida.
(FRANKL, 2005)
Por isso há de se declarar que, de uma forma ou de outra, o ser humano está
sempre à procura de um sentido para a vida, ainda bem mais diante de uma condição de
vazio existencial. Este desejo primário é decorrente das situações vividas pelo indivíduo
ao longo de sua história. O anseio de sentido é uma indicação que ele é insatisfeito e por
isso procura sentido para suas frustrações. De acordo com Frankl, pela ausência de
ciências capazes de considerar o homem na sua globalidade: algumas constroem seus
métodos pela relação estímulo-reação, ou seja, reduzem a capacidade humana a fatores
de funcionalidade e prática E não percebem que o homem necessita de ferramentas
necessários para responder às suas situações adequada e dar sentido a seus
questionamentos. (KROEEF 2014)
Para Frankl, o homem deve ser reconhecido pela sua potencialidade. Este é um
indício da sua existência. Ao procurar sentido, ele procura saúde mental. De outra
forma, quando rejeita o sentido, despreza sua própria vida, já que não encontra prazer e
nem a definição pela sua existência. Portanto, a procura do sentido é uma questão de
sobrevivência, pois, segundo Albert Einstein, “o homem que considera sua vida sem
sentido, não é simplesmente um infeliz, mas alguém que dificilmente se adapta à vida”
(FRANKL,1989).
4.2 Procedimentos
Deste modo, o terapeuta existencial, precisa conduzir para que a psicologia seja
algo vivo e sentido no esgotar de uma emoção, e bem longe das teorizações frias que se
tornam obscura à própria realidade da existência. A Psicologia Fenomenológica
Existencial por atuar trabalhando no indivíduo a necessidade capaz de conectar o seu
projeto de vida, proporcionar o resgate de sua identidade e autenticidade buscando
sentido existencial e revertendo as ideações suicidas, por exemplo (TEIXEIRA, 1988).
A psicoterapia é um campo com múltiplos sistemas e propostas de atuação.
Apresentamos aqui uma visão de psicoterapia, segundo a logoterapia, a qual poderia ser
classificada como de orientação humanista-existencial. Na logoterapia, o ser humano é
definido como um ser livre, capaz de tomar consciência desta liberdade, agindo de
forma responsável, motivado pelo que considera o sentidos de sua vida. Quando o
sentido de vida não está presente na vida da pessoa, ela pode experienciar um vazio
existencial.
Para Frankl (1986, 1984) a motivação fundamental da existência seria a procura
de significado, significado único e específico da existência individual. Sendo que a falta
de significado conduziria à frustração existencial, levá-lo-ia às neuroses. Frankl
qualificou a neurose como noogénica, para evidenciar a sua relação com a dimensão
existencial. Elegendo a procura desse significado como objetivo central na existência
individual. A proposta de Logoterapia é a de facilitar ao cliente a procura do significado
(logos) e propósito da sua vida, procurando superar o vazio e o desespero.
A logoterapia concentra-se em dois princípios para agir de forma preventiva
contra os efeitos desastrosos desses modelos, que seriam: eliminar tanto quanto possível
o modelo negativo e imunizar o indivíduo contra esses modelos negativos. Enquanto a
prevenção de suicídios, no que diz respeito às situações de desespero, deve oferecer
soluções para os problemas e conflitos encontrados no indivíduo, e desenvolver ações
que gerem uma resistência às situações que não tiverem mais soluções possíveis. A
prevenção em relação aos atos de indiferença devem se concentrar em uma das
máximas da logoterapia, que valoriza a vida apesar de tudo, ou seja, pode existir o
encontro do sentido da vida independente das circunstâncias (PINTOS, 2014)
O método da logoterapia tem por finalidade ajudar os indivíduos que sofrem ou
não de neuroses noogénicas a redescobrirem o significado e propósito das suas vidas,
em situações em que o sofrimento seja induzido por fatores externos ou por fatores
internos, uma vez que Frankl defendeu que o espírito humano é a capacidade para
transcender e desafiar as experiências corporais (por exemplo, as experiências dolorosas
mas também as experiências psicológicas (normais e perturbadas).Assim, assume
importância a procura de significado para o próprio sofrimento psicológico. Trata-se,
portanto, de ajudar a descobrir o significado da experiência – “O que é que eu posso
fazer com esta situação? Em que é que esta situação me desafia?” – fundamentalmente a
partir de valores atitudinais, que podem ser atualizados através da mudança da atitude
individual em relação à situação (LUKAS, 1992).
Mais recentemente, Wong (1998), propôs uma integração da logoterapia com a
terapia cognitivo comportamental (aconselhamento centrado nos significados) e
sistematizou como objetivos terapêuticos para ajudar o cliente a descobrir novos
significados para o seu passado, presente e futuro: propósito da sua vida, compreensão
de si próprio, modos de viver e de se relacionar e os seus papéis sociais. O foco do
trabalho terapêutico, que procura clarificar significados passados, presentes e futuros,
pode incluir as distorções cognitivas, dificuldades de aprendizagem, regulação afetiva,
dificuldades relacionais, confronto com problemas e potencialidades, dificuldades de
identidade, significação e projeção ao futuro.
A logoterapia de Viktor Frankl tem o objetivo de auxiliar o ser humano a
encontrar a cura para o vazio existencial, apenas a pessoa tem essa capacidade de
encontrar o sentido, o analista funciona como um mediador, um facilitador, que irá usar
da escuta clínica e mediar este feito, bem como interpretar as respostas do paciente,
sugerindo meios, estimulando a capacidade do próprio indivíduo em direção à cura,
neste caso só ele deve responder e manejar sua existência, de acordo com os quatro
princípios da logoterapia o homem é espiritual pessoal, tem poder de se autodeterminar,
direcionar-se para significados e valores e autotranscendente. (FRANKL, 2003).
Atualmente, observa-se que cada dia aumenta as estatísticas de pessoas que
possuem recursos válidos para ter uma vida melhor, mas nem sempre existe um sentido
na vida. Algumas pessoas que ainda não encontraram o sentido para viver, independente
do motivo, portanto todo ser humano possui suas inclinações e individualidades. A
logoterapia se dispõe a contribuir para que o paciente possa encontrar este sentido,
sugerindo ao indivíduo caminhos que lhe conduza descobrir valores no mundo objetivo
e promover um sentido para a vida. Esta abordagem de psicoterapia auxilia o indivíduo
na sua auto-transcendência ou renunciar-se, à caminho do mundo exterior. Desta forma
o processo de transcendência do sujeito necessita haver algo ou uma pessoa a quem se
invista ou ame, ter algo a executar em prol da realização. (FRANKL, 1989).
O papel da logoterapia é melhorar o indivíduo a descobrir o sentido de sua vida,
pois é a maior energia motivadora do ser humano é de se encontrar sentido, essa energia
é o que o fortalece a “cede” de vida. Na modernidade o sujeito necessita encontrar um
sentido para a sua existência. Portanto, realizou um efeito terapêutico atribuído a vida
do indivíduo e a batalha do sofrimento existencial (SANTOS,2013).
A procura pelo sentido é livre, considerando o sujeito imerso as circunstâncias.
Mas para decidir, essa liberdade acarreta capacidade de lidar em todas as situações,
adquirindo propósito e sentido. A vida é uma só, o significado modifica de homem para
homem, de forma que todos devem agir e escolher através das próprias necessidades.
Para a logoterapia o sujeito até no extremo da aflição consegue dar respostas. Por ser
responsável, jamais vítima, mesmo se deparando nesta situação, pode assim escolher,
pode até não ser livre das circunstâncias, mas é livre para decidir se vai lidar com ela,
ou procurar formas de encarar o fato. (FRANKL, 1989).
A logoterapia desenvolve na pessoa seu terreno observável de valores da
totalidade ao alcance, e na possibilidade de efetivações de sentido, comprova que a
partir da dimensão noética ou espiritual é possível acessar as possibilidades de valores,
responsabilidade e liberdade com isso encontrar o sentido, entendendo que o noético se
distancia da doença psíquica. Esta se aproveita de algumas técnicas com finalidade de
realizar uma orientação ao paciente com o objetivo de atingir o equilíbrio e libertação
espiritual, estas técnicas não são programas teóricos fechados previstos, depende de
cada paciente, pois a necessidade de ferramentas e sistemas teóricos é capaz de levar
uma interpretação somente aproximada. Neste contexto é um erro as verdadeiras
motivações pessoais, sem a consideração da “natureza” interna do indivíduo, assim ao
usá-las é necessário possuir segurança e entendimento clínico. (NETO, 2013)
O laço de paciente e terapeuta, na sessão da logoterapia, nada tem a ver com
uma relação de poder, vai além dos seres humanos num encontro das existências
logoterapeuta, é capaz de realizar transcendência e adentrar verdadeiramente em seu
paciente por meio da empatia por ser característica fundamental do terapeuta. No
momento em que o sujeito busca a psicoterapia normalmente está em busca de um
sentido no seu sofrer. Por meio deste desespero vivenciado pelo paciente a
logoterapeuta pode mostrar ao paciente que ele detém a liberdade para decidir por
outras possibilidades, que sejam mais valorosas. Através do diálogo o homem é capaz
de ter um encontro vivencial e um caminho para acesso do “tu”. (SANTOS, 2013).
Em Frankl (2003) no momento em que o sofrimento é inevitável, o indivíduo
ainda tem a opção de fazer escolhas e discernir responsavelmente, pois os fatos, ou o
passado, não pode ter poder total sobre o homem, nem torná-lo escravo dos
acontecimentos. Portanto, até na dificuldade precisa-se encontrar um sentido. A
logoterapia na qualidade técnica atua, dentre outras três técnicas elaboradas por Victor
Frankl que podem auxiliar o indivíduo em seus problemas a encontrar um sentido, as
quais são: a intenção paradoxal o diálogo socrático e a de reflexão, estas por sua vez são
técnicas podem impulsionam o sujeito para autoconhecimento, através de um
autodistanciamento, bem como a autotranscendência.
Frankl combate esta concepção de psicoterapia e sublinha que o sentido
não se dá, ou não se revela, por uma análise instrumental. Não é possível compreender a
“natureza” interna de uma pessoa através de sistemas teóricos ou cálculos aproximados
(que podem conduzir uma interpretação errônea das motivações da pessoa). O sentido,
segundo Frankl, deve ser encontrado, e não dado à pessoa. Contudo, cabe ao terapeuta
interpretar as respostas do paciente, para que também o sentido não seja resultado de
análises reduzidas. Isto significa dizer: o terapeuta tem papel fundamental na auto-
descoberta do seu paciente. Ele deve indicar os meios e não produzir uma nova pessoa.
Deve considerar a capacidade do indivíduo de ser portador da sua cura, e não objeto de
reflexão (SANTOS, 2013).
Diante de uma situação de vazio e perda de sentido, a logoterapia surge com a
função de ajudar o indivíduo a encontrar sua cura. Ele mesmo é portador de sanidade
para sua vida e somente ele pode desvendar os mistérios que invadem sua pessoa. O
terapeuta será um facilitador, amigo confidente que desenvolve a atitude de escuta e
oferece meios para que o neurótico tome consciência da sua angústia e encontre a cura.
O médico tem a responsabilidade de purificar as aflições que atinge o paciente e
conduzi-lo à harmonia do seu espírito. Mesmo que seja sombria uma relação
psicoterápica, a função do médico será sempre de “energético da alma”, inserido na
prática de consolar a alma do paciente (FRANKL, 1973).
No entanto, o ofício do médico não se presta na transmissão de conteúdo, de
forma a convencer o paciente da sua enfermidade e indicá-lo medidas necessárias para
sua cura. Ele não pode receitar sentido da vida, invadir a interioridade do seu paciente
para a aquisição de valores e mudanças de atitudes, assim como não pode predizer as
incertezas e as aflições que o angustiam. Portanto o médico não pode dar sentido à vida
do paciente. Em última análise, sentido nem pode ser dado, mas precisa ser encontrado”
(CARVALHO, 1993).
Dessa forma, apresenta o ofício da logoterapia frankliana e suas práticas de
tratamento do paciente: uma logoterapia que tem como função a cura da alma na
tentativa de restituir ao homem a sua condição de sanidade (perdida pelas neuroses
introjetadas na sua história de vida) através de um método particular fundado no
“encontro” e na conquista da liberdade.
Por tudo que foi exposto, percebe-se que a logoterapia, à medida do seu
desenvolvimento e ampliação, evoluiu de uma proposta inicial de complemento à
psicoterapia, para ser a terapia específica nos casos de neurose noogênica, avançando
para ser também uma escola de psicoterapia entre outras, chegando por fim, a
apresentar-se como possibilidade de um complemento para as outras psicoterapias.
Consideramos que os objetivos deste trabalho foram atingidos, pois o conteúdo
estudado está de acordo com a literatura vigente e pesquisada, e com o que propusemos
inicialmente.
Foram pesquisados e expostos aspectos como: neuroses noogênicas, tédio
existencial (frustração existencial) e Logoterapia. Compreendemos que a partir do tédio
existencial surgem as chamadas “neuroses noogênicas”. Este tédio existencial
(frustração existencial) se dá com a perda do sentido da vida, em que o indivíduo não
sabe mais se sua vida vale ou não a pena ser vivida. Para o tratamento dessa neurose,
Viktor Frankl criou a Logoterapia, a psicoterapia que resgata a vontade de sentido.
6 CONCLUSÕES
BAUMAN, Z. Vida liquida; tradução Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar Ed., 2007
FRANKL, V. E. (1970). The will to meaning. New York: The NewAmerican Library.
SARAIVA, C.B. (2010) – In Prefácio ao livro “ Suicídio nas prisões”. Porto: Legis.