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REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

Estado do Paraná
1" VARA JUDICIAL
COMARCA DE LARANJEIRAS DO SUL - PR
Rua Barão do Rio Branco, 3040, Fórum, São Francisco, Laranjeiras do Sul -
Fone/Fax (42) 3635-1262/2360

If?&;;.é~nciãde' Instrnção:e"Jülgamentô'N~.I~9J2~4(t,201~~J
DATA: 13 de Outubro do ano de 2015, ás 14h
LOCAL: Sala de Audiências da Vara Cível.
PROCESSO N°: 2912.40.2014 Ação de Aposentadoria por Idade Rural
JUíZA DE DIREITO: Df". Luciana Luchtenberg Torres Dagostim
REQUERENTE: Maria Banachak - presente
ADVOGADA: Carla Alexandra Gonsiorkiewicz - presente
REQUERIDO: Instituto Nacional do Seguro Social - INSS - ausente

Aberta audiência, foi constatada a presença dos acima nominados. Em seguida, feito o
pregão, foi tomado o depoimento pessoal da autora e realizada a oitiva de duas
testemunhas arroladas pela parte autora. Frisa-se que todos os depoentes estão
devidamente qualificados nos videos anexos, tudo por intermédio do sistema de
gravação e imagem, na forma regulada pelo Provimento nO 142/2008 da Egrégia
Corregedoria-Geral da Justiça do Estado do Paraná. Antes mesmo da realização do ato,
pela MM. Juiza foram as partes orientadas quanto á segurança e confiabilidade do
sistema adotado, bem como previamente informados sobre a gravação de som e
imagem, para o fim único e exclusivo de documentação processual, na forma
determinada no item 1.8.3 do Código de Normas da Egrégia cOrregedOria-~1 da
Justiça Estado do Paraná. A gravação digital foi efetivada em CO, com o N° <3 0l01!j
Destaca-se que o supracitado CO com a gravação digital da presente audiênci , ficará
arquivado em Cartório e a disposição das partes interessadas, visto que o Sistema de
Processo Eletrônico de Judiciário do Paraná - Projudi, não oferece a possibilidade de
gravação elou inserção de áudio e video em seu sistema de arquivamento.

Relação de Pessoas ouvidas:

1. MARIA BANACHAK (Autora)


2. VALMOR MIGUEL RIBAS (1" testemunha arrolada
pela autora).
3. AROLDO SCHISLER PADILHA (2" testemunha
arrolada pela autora).

Em seguida a MM. Juiza passou a proferir a seguinte SENTENÇA: "Visto e examinado o


presente feito de Ação de concessão de beneficio previdenciário, em que é autora
MARIA BANACHACK, já qualificada, e réu o Instituto Nacional do Seguro Social.
INSS.

Trata-se de ação de concessão de beneficio


previdenciário de aposentadoria por idade cumulada com cobrança de atrasados
proposta por MARIA BANACHAK, em face do INSS, na qual relatou a autora que
requereu administrativamente a concessão da aposentadoria por idade, com pedido de
reconhecimento de sua condição de trabalhadora rural; entretanto, tal pedido foi negado
sob o fundamento de falta periodo de carência. Sustentou que sempre laborou em
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atividade rural, razão pela qual entendeu fazer jus ao benefício. Requereu a condenação
do requerido á concessão do benefício da aposentadoria por idade desde a data do
requerimento administrativo, Com a inicial foram juntados os documentos de evento 1.
Citado, o requerido apresentou contestação (evento
13.1), Alegou que não restou demonstrado que a parte autora tenha efetivamente
exercido atividade rural pelo periodo equivalente á carência imediatamente anterior ao
requerimento do benefício, e que as notas fiscais em nome de Sergio Banachak devem
ser desconsideradas como prova da atividade rural da autora, uma vez que ele é casado
e não pertence ao grupo familiar da autora. Por esta razão, requereu a improcedência
dos pedidos da autora.
A autora impugnou a contestação (evento 16.1) e
ratificou os termos da inicial.
o feito foi saneado e designou-se audiência de
instrução e julgamento, oportunidade na qual foi tomado o depoimento pessoal da autora,
e inquiridas duas testemunhas,
É o relatório.
Decido.

o beneficio da aposentadoria rural por idade dos


trabalhadores rurais, fíliados á Previdência Social ao tempo da Lei 8213/91, a partir da
vigência da Lei 9032/95, requer, para a sua concessão, o preenchimento dos seguintes
requisitos: requisito etário - 60 anos para o homem e 55 anos para a mulher (artigo 48,
31°, da Lei 8213/91); e prova do efetivo exercício de atividade rural, ainda que de
forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do beneficio, em
número de meses idêntico á carência do benefício (artigo 48, 32°, e artigo 143, da Lei
8213/91, com a redação dada pela MP 598/94, convertida na Lei 9063/95), sendo
dispensável o recolhimento de contribuições.
O período de carência é fíxado na tabela do artigo
142 da referida Lei, de acordo com o ano em que o segurado implementou todas as
condições necessárias á obtenção do beneficio.
E a regra que exige a comprovação do exercício da
atividade rural, no periodo imediatamente anterior ao requerimento do benefício, deve ser
interpretada em favor do segurado, de modo que há de se levar em conta, para fíns de
concessão da aposentadoria, a data em que efetivamente foram cumpridos os requisitos
legais, embora o mesmo só seja devido a partir do requerimento.
Assim, quanto ao ano a ser utilizado para a
verificação do tempo de atividade rural necessário á obtenção do benefício, nos termos
da tabela prevista no artigo 142, da Lei 8213/91, deverá ser observado aquele em que o
segurado completou a idade mínima, desde que até então já disponha de tempo rural
suficiente para o deferimento do beneficio, É irrelevante, neste caso, que o requerímento
tenha sido efetuado em anos posteriores, ou que na data do requerimento o segurado
não esteja mais trabalhando, em homenagem ao principio do direito adquirido
(Constituição Federal, artigo 5°, XXXVI, e Lei de Beneficios, artigo 102, 31°).

(jI
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Já O tempo de serviço rural deve ser demonstrado


mediante a apresentação de inicio de prova material contemporâneo do período a ser
comprovado, complementada por prova testemunhal idônea, não sendo esta admitida,
em principio, exclusivamente, a teor do disposto no artigo 55, S 3°, da Lei 8213/91, e na
Súmula 149, do SH
Cabe salientar que embora o artigo 106, da Lei de
Benefícios, relacione os documentos aptos a essa comprovação, tal rol não é exaustivo.
Não se exige, por outro lado, prova documental plena
da atividade rural em relação a todos os anos integrantes do período correspondente à
carência, mas início de prova material (como notas físcaís, talonário de produtor,
comprovantes de pagamento do ITR ou prova de titularidade de imóvel rural, certidões de
casamento, de nascimento, de óbito, certificado de dispensa de serviço militar, etc) que,
juntamente com a prova oral, possibilite um juizo de valor seguro acerca dos fatos que se
pretende comprovar.
Segurado especial da previdência é aquele que
exerce atividade rural individualmente ou em regime de economia familiar, sendo esta a
atividade em que o trabalho dos membros da família é indispensável á própria
subsistência e é exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem a
utilização de empregados
No caso do presente feito, a autora implementou o
requisito etário, e há provas do exercicio da atividade rural no periodo de carência.
Para comprovar o exerci cio da atividade rural pelo
período de carência a autora juntou ao processo cópia da matricula de imóvel rural, em
nome de Ana Wasiak, mãe da autora, de 1957 (evento 1.2); matricula de imóvel rural, em
nome da mãe da autora, do ano de 2006 (evento 1.3); notas fiscais de produtor rural, em
nome da autora, Jose Banachak e Maria Banachk, dos anos de 1997,1998,2000,2001,
2002,2005,2006,2007,2008,2010,2011, (evento 1.4 a 1.7), nota fiscal em nome de
Sergio Banachak e OUTROS, dos anos de 2011, 2012, 2013 (evento 1.8); cadastro de
produtor rural do Paraná, no qual consta como titular do cadastro Sergio Banachak e
associados Cecilia, Jose e Maria Banachak, início das atividades em 05/2008 (evento
1.9); declaração do sindicato dos trabalhadores rurais em nome da autora, referente ao
periodo de 01.01.1996 a 2013 (evento 1.10); certidão de óbito do genitor, Teodoro
Banachak, em data de 23.10.1984, onde constou ele como lavrador (evento 1.11);
certidão de nascimento da autora, sem qualificação dos genitores (evento 1.17).
Em seu depoimento pessoal a autora, disse: "Moro
no Marquinho, no interior; eu trabalho na lavoura; tenho cinquenta e sete anos; durante
minha vida trabalhei na lavoura; nos últimos quinze, vinte anos trabalhei na terra da
minha mãe Ana Banachak; a terra fica na zona rural de Marquinho; a terra tem onze
alqueires; quem ajudava era o Sergio e o José, meus irmãos; nós plantávamos milho,
arroz, feijão; sou solteira; não plantamos soja; não tinha empregados e nem maquinário;
só trabalhei na agricultura".
A testemunha Valmir Miguel Ribas, disse: "Sou
conhecido da dona Maria; faz uns trinta e cinco anos; conheço ela da zona rural do {no
Marquinho; eu moro no Sítio Engenho Velho, a dona Maria é na Lapa; durante todo esse
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tempo ela trabalhou na lavoura; na terra dela; tem onze alqueires; trabalha com ela os
irmãos e a mãe dela; um irmão dela; eles plantavam milho e feijão; eles não tinham
maquinário e nem empregados; ela não trabalhou em outra atividade que não fosse a
agricultura".
Por fim a testemunha Aroldo Schisler Padilha, disse:
"Moro no interior de Marquinho; trabalho na lavoura; sou conhecido da dona Maria;
conheço a dona Maria faz uns quarenta anos; nos criamos juntos ali no Marquinho; ela só
trabalhou na lavoura em terra própria com os irmãos e a mãe; a terra tem nove, dez
alqueires; ela planta milho, feijão, miúdos; não teve empregados e nem maquinário; ela
só trabalhou na agricultura; é da agricultura que ela tira o sustento".
O ponto nodal arguido pelo INSS para indeferimento
do pedido administrativo foi que as notas não estão em nome de pessoa do mesmo
núcleo familiar.
Todavia, na instrução processual restou
demonstrado que a autora não se afastou das terras da mãe, trabalhando juntamente
com os irmãos e a cunhada.
Ademais as notas fiscais de produtor rural constam a
nomenclatura Sérgio Banachak E OUTROS, o que coaduna as informações de que os
irmãos trabalham juntos e que a autora está inserida no "e outros".
As testemunhas inquiridas em juizo relataram
conhecer a autora há muitos anos, e que ela sempre trabalhou na agricultura.
A corroborar tais declarações deve-se salientar que a
autora desde sempre dependeu das atividades realizadas no meio rural para sobreviver.
No caso do presente processo, os documentos que
demonstram que a autora reside na zona rural, aliadas à prova testemunhal produzida
em Juizo, são suficientes para atestar o direito da autora ao beneficio da aposentadoria
por idade.
Ademais, não é necessária prova material plena
referente a todo o periodo de carência para que seja reconhecido o direito ao beneficio.
Neste sentido:

PREVIDENCIÁRIO. AVERBAÇÃO DE TEMPO DE


SERViÇO. A TlVIDADES RURAIS. REQUISITOS.
REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR. PROVA
DOCUMENTAL HÁBIL. CORROBORADA POR
PROVA TESTEMUNHASL TESTEMUNHAL.
DOCUMENTOS EM NOME DE TERCEIROS.
CONTEMPORANEIDADE. IDADE MíNIMA DE 12
ANOS. ATIVIDADES ESPECIAIS. CONVERSÃO.
LEI N° 9.711/98. DECRETO N° 3.048/99. 1. O tempo
de serviço rural que a parte autora pretende ver
reconhecido pode ser comprovado mediante a
produção de prova material suficiente, ainda que
inicial, complementada por prova testemunhal
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idônea. 2. Os documentos que caracterizam o efetivo


exercicio da atividade rural não necessitam figurar
em nome da parte autora para serem tidos como
inicio de prova do trabalho rural, pois não há essa
exigência na lei e, via de regra, nesse tipo de
entidade familiar os atos negociais são efetivados em
nome do chefe do grupo familiar, geralmente o
genitor. 3. A qualificação de lavrador ou agricultor em
atos do registro civil tem sido considerada como
inicio de prova material, se contemporânea aos fatos,
podendo estender-se ao cônjuge, se caracterizado o
regime de economia familiar. 4. Não se exige prova
material plena da atividade rural em todo o
período requerído, mas ínício de prova material, o
que vai ao encontro da realidade social no
sentido de não invíabílízar a concessão desse
tipo de benefício. S. Possivel a contagem do
trabalho rural a partir dos doze anos, não se tratando
de inobservância do preceito contido no art. 7°,
XXXIII da Constituição Federal de 1988, o qual tem
por finalidade evitar o labor infantil, porém não pode
servir de restrição aos direitos previdenciários (Resp
nO 447,10S/PR, STJ, S" Turma, ReI. Jorge
Scartezzini, DJU, seção I, de 02-08-2004, p. 486).( ..)
(TRF 4" Reg., Ac. 2001.72.01.003116-8, DE
26/01/2009, ReI. NICOLAU KONKEL JÚNIOR

Assim, restou efetivamente comprovado o exercício


da atividade rural pela parte autora conforme o período de carência exigido, razão pela
qual se impõe a condenação da autarquia previdenciária á concessão do benefício.
Em relação ao período a partir do qual o benefício é
devido, deve-se levar em conta a data do requerimento administrativo.

Diante do exposto, julgo PROCEDENTE o pedido


da autora para o fim de condenar o INSS a conceder-lhe o benefício da aposentadoria
rural por idade, desde a data do requerimento administrativo, Quanto aos consectários
legais, não são aplicáveis no que toca á correção monetáría, os critérios previsto na Lei
nO. 11960/2009, que modificou a redação do art. 1°-F da Lei nO.9494197, por conta da
decisão proferida pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal, no julgamento das ADls
4357 e 4425. Aplicável o INPC. Até 30/06/2009, os juros de mora, apurados a contar da
data da citação, devem ser fixados á taxa de 1% ao mês, com base no art. 3° do Decreto
lei 2322/87, aplicável analogicamente aos benefícios pagos com atraso, tem em vista seu
caráter eminentemente alimentar, consoante firme entendimento consagrado na j) " .
jurisprudência do STJ e na súmula 75 do TRF da 4" Região. A partir de 30/06/2009, por /\lJ

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força da Lei nO.11.960, de 29106/2009, que alterou o art. 1°-F da Lei nO9494/97, para fins
de apuração dos juros de mora haverá a incidência, uma única vez, até o efetivo
pagamento, do indice oficial aplicado á caderneta de poupança. Por consequência,
JULGO EXTINTO O PROCESSO, COM RESOLUÇÃO DE MÉRITO, nos termos do art.
269, I, do CPC.
Ante á sucumbência, condeno o INSS ao pagamento
das custas processuais e dos honorários advocalicios de sucumbência, os quais fixo em
10 % sobre o valor da condenação, excluidas as parcelas vincendas, observando-se a
Súmula 111, do STJ.
Sentença sujeita ao reexame necessário
conforme Súmula 490 do STJ.
Dou a sentença por publicada e as partes presentes
por intimadas.
Intime-se o INSS.
Registre-se.

ENCERRAMENTO: Nada mais, Eu, Ol'i.Üi ~, Anieli Cristiane Arruda,


Funcionária Juramentada, Portaria OS/2015.

~'(JvvJO-- j. i1)o.~
LUCIANA LUCHTENBERG TORRES ÕÃlf'ÓSTIM
Juiza,de D,i,reito •.•. ?
dJ!'~A. q;~~~,\
MA~A BANACHAK ~
Autora

CAR~~'~6z
Adv. tia au~IUKKI

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