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NOME DA OBRA:

MATEMÁTICA BÁSICA PARA TODOS

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO AUTOR:

NOME: JOÃO BATISTA PEREIRA VINHOSA

RG: 755233 IPF RJ

CPF: 053902497 04

NASCIMENTO: 24 DE AGOSTO DE 1946

CIDADE: SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA (RJ)

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MATEMÁTICA BÁSICA PARA TODOS

APRESENTAÇÃO

Este livro trata a Matemática Básica de uma maneira inovadora, intuitiva e


eficiente. Tudo isto, sem perder de vista que a única maneira de uma
pessoa se capacitar no assunto é entendendo a matéria.

Projetado em formato de fascículos – o que possibilitará seu


desmembramento de acordo com o que for mais oportuno – o livro
apresenta os assuntos necessários a levar um aluno do “zero” até o
completo domínio de Equação do Segundo Grau.

Os Fascículos são os enumerados a seguir: Fascículo 1 – Equação de


Primeiro Grau; Fascículo 2 – Sistema de Equações; Fascículo 3 – Frações
Ordinárias; Fascículo 4 – Números Relativos e Uso de Parêntesis;
Fascículo 5 – Equação e Sistema contendo Frações; Fascículo 6 – Potência
e Raízes; Fascículo 7 – Equação de Segundo Grau.

A ordem de apresentação dos Fascículos, totalmente diferente da ordem


utilizada nas escolas tradicionais, permite que o aluno seja orientado a
raciocinar matematicamente desde o início dos estudos, prendendo sua
atenção de maneira provocativa. Em outras palavras: a alteração da ordem
de apresentação da matéria permite que, em poucos minutos, qualquer
pessoa que domine apenas as quatro operações fundamentais (soma,
subtração, multiplicação e divisão) fique capacitada a raciocinar e a
enfrentar desafios, o que desperta seu interesse pelo assunto. E esse
interesse afastará os bloqueios ao aprendizado com os quais convivem
aqueles que se sentem incapazes de entender Matemática.

Considerando que as diversas partes da Matemática são interligadas de tal


forma que – para o entendimento de uma delas – é indispensável o
conhecimento antecipado de outras partes a ela relacionadas (é impossível
uma pessoa entender equação de segundo grau sem entender raiz
quadrada, que, por sua vez, depende do entendimento de potências), e
considerando, ainda, que interligação também existe entre os diversos
níveis de uma mesma parte da matéria (uma pessoa não entenderá que
“dois terços é maior que cinco nonos”, se ela não dominar os conceitos
fundamentais de frações ordinárias), todas as partes foram estudadas a
partir de seus conceitos mais elementares.

Finalizando esta apresentação, breves palavras sobre o autor: João Batista


Pereira Vinhosa, engenheiro civil formado em 1971 na Escola de
Engenharia da Universidade Federal Fluminense, foi professor
universitário de Matemática e Raciocínio Lógico nos cursos de engenharia,
matemática e sistema de informações por mais de quinze anos.

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MATEMÁTICA BÁSICA PARA TODOS

FASCÍCULO 1 - EQUAÇÃO DE PRIMEIRO GRAU

APRESENTAÇÃO

Este é o assunto inicial de nosso estudo de Matemática Básica.

Começamos por ele – utilizando uma ordem completamente diferente da


adotada em nossas escolas – por considerarmos da maior importância o
leitor ser levado a participar ativamente, raciocinando junto com o autor,
logo nos primeiros minutos do estudo.

Sem apresentar qualquer conceito teórico, o estudo começa com a


resolução de um problema.

À medida que o aluno vai progredindo, novos conceitos elementares vão


sendo introduzidos de tal forma que, quando a resposta procurada é
obtida, o aluno terá entendido toda a sistemática do raciocínio que
possibilitou a resolução do problema.

Só aí, então, depois de o aluno entender todas as passagens utilizadas, ele


será informado que acabou de resolver o problema utilizando o raciocínio
algébrico.

Dessa forma, depois de resolver o problema utilizando apenas os conceitos


mais elementares da matéria, o aluno – que, inicialmente, só sabia efetuar
as quatro operações – se sentirá capaz de navegar em um mundo cheio de
nomes que o teriam assustado, como álgebra, incógnita, equação. etc.

Após o aluno ter se familiarizado com o raciocínio algébrico, para


complementar o entendimento do assunto, lhe será oferecido uma bateria
de problemas detalhadamente resolvidos.

Torna-se importante atentar para o fato que, neste fascículo, será estudada
toda a teoria do assunto; quanto à parte prática, evitou-se a resolução de
problemas envolvendo outros conhecimentos da matemática (frações
ordinárias, números relativos e operações com parêntesis). Isso foi feito
para que não fosse desviado o foco do fascículo, que é o raciocínio
algébrico. Problemas envolvendo citados conhecimentos serão resolvidos
mais à frente, depois do estudo detalhado de referidos assuntos.

Segue o nosso primeiro assunto: Equação do Primeiro Grau.

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EQUAÇÃO DE PRIMEIRO GRAU

Começaremos este assunto mostrando como uma pessoa que domina


apenas as quatro operações fundamentais (soma, subtração, multiplicação
e divisão) poderá resolver o problema dado a seguir:

“Determinar um número, sabendo que o seu quíntuplo menos 3 é igual ao


seu dobro mais 117”.

A pessoa poderá resolver o problema utilizando o “método da


experimentação”.

Por esse método, a pessoa experimenta números até encontrar um número


que satisfaça as condições do problema, ou seja, um número cujo
quíntuplo diminuído de 3 seja igual ao dobro do número somado com 117.
Antecipadamente, devemos saber que o quíntuplo de um número é cinco
vezes o número e o dobro de um número é duas vezes o número.

Suponhamos que a pessoa experimente o número 10.

Ora, se o número 10 for a resposta do problema, a seguinte igualdade terá


que existir:

“Cinco vezes10, menos 3 é igual a duas vezes10, mais 117”

Fazendo as contas, teremos: 50 – 3 = 20 + 117

Ou melhor: 47 = 137

Verificando que a igualdade acima não é verdadeira – pois um de seus


lados dá 47, e o outro lado dá 137 – a pessoa conclui que o número 10 não
é a resposta procurada. Ou seja: 10 não é o número tal que “o seu quíntuplo
menos 3 é igual ao seu dobro mais 117”.

Visto que a resposta não é 10, a pessoa experimenta o número 20

Ora, se o número 20 for a resposta do problema, a seguinte igualdade terá


que existir:

“Cinco vezes 20, menos 3 é igual a duas vezes 20, mais 117”

Fazendo as contas, teremos: 100 – 3 = 40 + 117

Ou melhor: 97 = 157

Verificando que a igualdade acima não é verdadeira – pois um de seus


lados dá 97, e o outro lado dá 157 – a pessoa conclui que o número 20 não
é a resposta procurada.

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Visto que a resposta não é 10, nem 20, a pessoa pode experimentar o
número 50

Ora, se o número 50 for a resposta do problema, a seguinte igualdade terá


que existir:

“Cinco vezes 50, menos 3 é igual a duas vezes 50, mais 117”

Fazendo as contas, teremos: 250 – 3 = 100 + 117

Ou melhor: 247 = 217

Verificando que a igualdade acima não é verdadeira – pois um de seus


lados dá 247, e o outro lado dá 217 – a pessoa conclui que o número 50 não
é a resposta procurada.

Assim, a pessoa já constatou que a resposta não é 10, nem 20 e nem 50.

Cansada de experimentar, a pessoa diz:

“Eu não vou mais experimentar, vou afirmar: a resposta do problema é o


número “x”.

Tudo bem, o problema está resolvido, a sua solução é o número “x”......


Desde que o número “x” seja tal que o seu quíntuplo diminuído de 3 seja
igual ao dobro do número somado com 117. Ou seja, se:

“Cinco vezes X, menos 3 é igual a duas vezes X, mais 117”

NOTA: Em vez de falarmos “Cinco vezes X”, falamos simplesmente “Cinco


X”; em vez de falarmos “Duas vezes X”, falamos simplesmente “dois X”. E
assim por diante.

Logo, a igualdade acima será escrita como a seguir:

5x – 3 = 2x + 117

Assim, ficou concluído: a pessoa resolveu o problema, afirmando que a


solução é o número “x”.

Até aqui, tudo certo.

Só resta calcular o valor de “x” que satisfaça a igualdade acima, ou seja,


calcular o valor de “x” que torna, de fato, iguais, os dois lados da igualdade.

Para calcular o valor do número “x”, basta aplicar, na igualdade acima, as


óbvias propriedades das igualdades, que serão apresentadas a seguir.

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PROPRIEDADES DAS IGUALDADES

Da igualdade “8 = 8”, tiramos as seguintes igualdades:

8 + 5 = 8 + 5 (somando 5 a ambos os lados);

8 – 2 = 8 – 2 (diminuindo 2 de ambos os lados);

8 vezes 3 = 8 vezes 3 (multiplicando por 3 ambos os lados);

8 dividido por 4 = 8 dividido por 4 (dividindo por 4 ambos os lados).

Ou seja:

“Se, a partir de uma igualdade, somarmos, diminuirmos, multiplicarmos


ou dividirmos ambos os lados por um mesmo número, obteremos outra
igualdade”.

A seguir, baseado na propriedade acima mostrada, apresentaremos outra


propriedade – que será a utilizada para determinarmos o valor do número
“x” em qualquer igualdade do tipo da apresentada (5x – 3 = 2x + 117).

Essa outra propriedade, cuja validade será demonstrada da mesma


maneira simples e precisa que foi demonstrada a anterior, é a seguinte:

“Em qualquer igualdade, ao mudarmos um termo de lado, se o mesmo


estiver somando, ele ficará diminuindo; se ele estiver diminuindo, ficará
somando; se ele estiver multiplicando, ficará dividindo e, se estiver
dividindo, ficará multiplicando”.

É a seguinte a demonstração de citada propriedade:

Imagine a igualdade 30 + 8 = 38

Diminuindo 8 de ambos os lados, teremos:

30 + 8 – 8 = 38 – 8

Ou, fazendo as contas apenas no primeiro lado: 30 = 38 – 8

Conclusão: “numa igualdade, um número (no caso, 8) que está somando


de um lado da igualdade, ao ser passado para o outro lado, vem
diminuindo”.

Devido à importância do entendimento das propriedades das igualdades,


vamos repetir o mesmo raciocínio para chegar a outra propriedade
semelhante.

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Imagine a igualdade 20 – 5 = 15

Somando 5 de ambos os lados, teremos:

20 – 5 + 5 = 15 + 5

Ou, fazendo as contas apenas no primeiro lado:

20 = 15 + 5

Conclusão:

“Numa igualdade, um número (no caso, 5) que está diminuindo de um


lado da igualdade, ao ser passado para o outro lado, vem somando”.

Ainda empregando o mesmo raciocínio, chegaremos a outras propriedades


que nos ajudarão a resolver nossas equações.

É o que se segue:

Imagine a igualdade: 3 vezes 4 = 12

Dividindo por 4 ambos os lados, teremos:

3 vezes 4, dividido por 4 = 12 dividido por 4

Ou, fazendo as contas apenas no primeiro lado:

3 = 12 dividido 4

Conclusão:

“Numa igualdade, um número (no caso, 4) que está multiplicando de um


lado da igualdade, ao ser passado para o outro lado, vem dividindo”.

Por último, vamos verificar o que acontece com um número que esteja
dividindo de um lado da igualdade, ao ser passado para o outro lado.

Imagine a igualdade: 20 dividido por 5 = 4

Multiplicando por 5 ambos os lados, teremos:

20 dividido por 5, vezes 5 = 4 vezes 5

Ou, fazendo as contas apenas no primeiro lado: 20 = 4 vezes 5

Conclusão:

“Numa igualdade, um número (no caso, 5) que está dividindo de um lado


da igualdade, ao ser passado para o outro lado, vem multiplicando”.

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De uma maneira mais prática, podemos resumir tudo o que foi dito acima
sobre a mudança de lado de um termo de uma igualdade em uma única
propriedade, que é a seguinte:

“em qualquer igualdade, ao mudarmos um termo de lado, se o mesmo


estiver somando, ele ficará diminuindo; se ele estiver diminuindo, ficará
somando; se ele estiver multiplicando, ficará dividindo e, se estiver
dividindo, ficará multiplicando”.

Esta propriedade, tão facilmente demonstrada, permitirá que a pessoa que


só sabe fazer as quatro operações determine o valor do número “x” na
igualdade que resolve o nosso problema inicial.

Resumindo: pelo raciocínio acima, constatamos que, para resolver o


problema “Determinar um número, sabendo que o seu quíntuplo menos 3
é igual ao seu dobro mais 117”, basta determinar o valor de “x” que
satisfaça a igualdade “5x – 3 = 2x + 117”. E essa determinação do valor de
“x” será feita com a simples aplicação das propriedades apresentadas
acima, conforme será mostrado a seguir:

- Na igualdade: 5 x – 3 = 2 x + 117

- Passando tudo que é x para um lado, e o que não é x para o outro lado,
teremos: 5x – 2x = 117 + 3

- Fazendo as contas, teremos: 3x = 120

- Dividindo ambos os lados por 3, teremos: x = 40

Dessa maneira, a pessoa conclui que, para que exista a igualdade “5x – 3
= 2x + 117”, o valor de “x” tem que ser 40.

Assim, as passadas a serem dadas são as seguintes:

“passaremos tudo que é “x” para um lado, e o que não é “x” para o outro,
efetuamos as contas, e chegaremos à resposta”.

Logo, a pessoa poderá refletir:

- Afirmei que a resposta do problema era o número “x”;

- Verifiquei que, para ser “x” a resposta, o valor de “x” tinha que tornar
verdadeira a igualdade “5 x – 3 = 2 x + 117”;

- Determinei que o valor de “x” que tornava verdadeira citada igualdade


era “x = 40”;

- Conclui, então, que a resposta do problema era 40.

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Absolutamente Certo!!!

Isso quer dizer que, se a pessoa não tivesse tido um estalo (ao aplicar o
artifício de afirmar que a resposta era o número “x”), ela teria que continuar
tentando diferentes números até o momento em que tentasse o número 40.
Só aí, então, ela chegaria à resposta do problema.

Atenção: É da maior importância que seja verificado se a resposta do


problema está correta.

Para isso, basta conferir se a resposta satisfaz o enunciado do problema.

A seguir, a verificação da resposta.

O problema pediu para:

“Determinar um número, sabendo que o seu quíntuplo menos 3 é igual ao


seu dobro mais 117”.

Verificando o valor “40”:

Ora, se o número 40 for a resposta do problema, a seguinte igualdade terá


que existir:

“Cinco vezes 40, menos 3 é igual a duas vezes 40, mais 117”

Fazendo as contas, teremos: 200 – 3 = 80 + 117

Ou melhor: 197 = 197

Logo, a resposta está certa. O número procurado é 40.

Notamos que a pessoa que resolveu o problema só utilizou o conhecimento


das quatro operações.

Ela não conhecia, MAS FICARÁ CONHECENDO AGORA, alguns nomes, a


seguir relacionados, que muitas vezes espantam o iniciante.

Eles são os seguintes:

Primeiro: a parte da matemática que usa letras (como foi utilizada a letra
“x”) em lugar de números é chamada ÁLGEBRA.

Segundo: a igualdade que contém letras em lugar de números é chamada


EQUAÇÃO (mais adiante, será definido o que é grau de uma equação).

Terceiro: a letra utilizada para auxiliar a resolução do problema (no caso, a


letra “x”) é chamada INCÓGNITA.

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Quarto: passar o problema da linguagem corrente em que foi apresentado
para a equação correspondente é chamado de EQUACIONAR O
PROBLEMA.

Quinto: determinar o valor da incógnita de tal forma que os dois lados da


equação sejam iguais é chamado RESOLVER A EQUAÇÃO.

Sexto: todo problema resolvido utilizando-se o raciocínio algébrico consta


de duas partes distintas. A primeira é EQUACIONAR O PROBLEMA e a
segunda parte é RESOLVER A EQUAÇÃO.

ATENÇÃO:

É da maior importância que uma coisa fique bem clara: das duas partes
que são utilizadas para resolver um problema por Álgebra, A ÚNICA QUE
PODE APRESENTAR ALGUMA DIFICULDADE É A PRIMEIRA PARTE
(EQUACIONAR O PROBLEMA), já que a mesma depende de interpretação.

A segunda parte (RESOLVER A EQUAÇÃO) não pode apresentar


dificuldade, já que é uma facílima “receita de bolo”, que é feita da mesma
maneira por qualquer pessoa, um estudante que está começando seu
aprendizado, ou um experiente matemático.

Quanto a equacionar um problema, seguem duas observações:

1 – Alguns problemas já trazem a “cola” em seu enunciado. Neste caso,


basta escrever em forma de equação o que está dado no problema, e, em
seguida, resolver a equação. É o que acontece no problema abaixo:

“Determinar o número cujo dobro somado com 5 é igual ao triplo do


número diminuído de 10”.

2 – Nos problemas que não trazem a “cola” em seu enunciado, temos que
utilizar alguma informação que não se encontra dada no mesmo. Como
exemplo, temos o problema apresentado abaixo (que está detalhadamente
resolvido na seção de Problemas Resolvidos).

“Numa prova de 50 questões, um aluno deixou 2 em branco, errou uma


certa quantidade, e acertou o triplo do que errou. Determinar a quantidade
de questões que o aluno errou”.

Será impossível resolver a questão sem usar a seguinte informação, que


não foi dada no enunciado do problema: “as questões certas somadas com
as questões erradas e com as deixadas em branco dão igual a 50”.

Objetivando exemplificar o que foi mostrado até agora, vamos resolver


detalhadamente o seguinte problema:

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“Em um depósito existem vários pacotes, todos eles com a mesma
quantidade de parafusos. Determinar essa quantidade, sabendo que, se
retirarmos seis pacotes mais dez parafusos, teremos o mesmo número de
parafusos que com a retirada de dois pacotes mais 170 parafusos”.

Vamos resolver o problema aplicando o raciocínio já conhecido:

“Todo problema resolvido utilizando-se o raciocínio algébrico consta de


duas partes. A primeira delas consiste em equacionar o problema. A
segunda parte consiste em resolver a equação”.

No caso, a primeira parte, equacionar o problema, é feita considerando “x”


a quantidade de parafusos contida em um pacote. Assim sendo, teremos:

*6 pacotes mais 10 parafusos será representado por “6x + 10”.

*2 pacotes mais 170 parafusos será representado por “2x + 170”

Como o problema informou que essas expressões têm o mesmo valor, a


seguinte igualdade terá que ocorrer: “6x + 10 = 2x + 170”. Tal igualdade,
que tem a letra “x” representando um número, é a equação do problema.

Equacionado o problema, teremos feito a parte na qual poderia aparecer


alguma dificuldade. Passaremos, então à segunda parte, que é a resolução
da equação. Utilizaremos o seguinte PASSO A PASSO:

Equação a ser resolvida: 6x + 10 = 2x + 170

PASSO 1: Mudar os termos de lado (colocando tudo que é “x” de um lado


e o que não é “x” do outro lado). Notar que, ao mudarmos os termos de
lado, temos que obedecer a seguinte propriedade das igualdades: “em
qualquer igualdade, ao mudarmos um termo de lado, se o mesmo estiver
somando, ele ficará diminuindo; se ele estiver diminuindo, ficará somando;
se ele estiver multiplicando, ficará dividindo e, se estiver dividindo, ficará
multiplicando”. No caso, de “6x + 10 = 2x + 170”, passaremos a ter “6x – 2x
= 170 – 10”.

PASSO 2: Efetuar as contas em cada um dos lados da equação. No caso, a


partir de “6x – 2x = 170 – 10”, efetuando as contas de ambos os lados,
teremos que o primeiro lado dará “4x”, proveniente da subtração “6x – 2x”,
e o segundo lado dará “160”, proveniente da subtração “170 – 10”. Logo,
chegamos a 4x = 160. Teremos que prosseguir para achar o valor de “x”.

PASSO 3: Dividir ambos os lados da equação pelo número que está


multiplicando “x”. Isto nos levará ao valor de “x”. No caso, dividindo por 4
ambos os lados da equação “4x = 160”, teremos “x = 40”.

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Notemos o seguinte: inicialmente consideramos “x” a quantidade de
parafusos contida em cada pacote; e, ao final determinamos que o valor de
“x” era igual a 40. Assim, podemos concluir que a quantidade de parafusos
contida em cada pacote era 40.

Achada a resposta do problema, sempre devemos checar para ver se ela


está correta. Isso, porque qualquer um está sujeito a cometer erro.

Para checar se a resposta achada está correta, devemos voltar ao


problema. É o que se segue: o problema afirmou que em “seis pacotes mais
dez parafusos” existia a mesma quantidade que em “dois pacotes mais 170
parafusos”.

Verificando o valor de “x igual a 40” nas duas expressões, vem:

 Em “seis pacotes mais dez parafusos”, teremos:


6(40) + 10, o que dá igual a 250 parafusos
 Em “dois pacotes mais 170 parafusos”, teremos:
2 (40) + 170, o que dá igual a 250 parafusos

Constata-se, assim, que a solução está correta, pois só quando a


quantidade de parafusos contida em cada pacote for 40, teremos que em
“seis pacotes mais dez parafusos” existe a mesma quantidade que em
“dois pacotes mais 170 parafusos”.

NOTA 1: Equações do tipo das vistas até agora são chamadas de equação
de “primeiro grau”. O conceito de grau de uma equação será explicado
mais à frente.

NOTA 2: Com os conceitos apresentados até aqui, o leitor – que,


inicialmente, só tinha conhecimento das quatro operações fundamentais
(soma, subtração, multiplicação e divisão) – fica dominando por completo
a teoria da chamada equação de “primeiro grau”.

Com o objetivo de solidificar o aprendizado, será apresentada, a seguir,


uma bateria de problemas resolvidos. Por razões didáticas, em citada
bateria não serão apresentados problemas envolvendo outros
conhecimentos de Matemática como Frações Ordinárias, Números
Relativos e Uso de Parêntesis. Os problemas envolvendo referidos
conhecimentos serão resolvidos no FASCÍCULO 5, que será apresentado
depois de estudarmos, “a partir do zero”, os conhecimentos necessários
ao entendimento de citados assuntos.

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FASCÍCULO 1 (PROBLEMAS RESOLVIDOS)

PROBLEMA 1

Determinar um número, sabendo que, se somarmos 5 ao seu triplo,


teremos para resposta 32.

SOLUÇÃO: Considerando que “x” é o número procurado, teremos que “a


soma de 5 ao seu triplo” será a expressão “3X + 5”, logo, a equação do
problema será:

EQUAÇÃO: 3X + 5 = 32

RESOLUÇÃO DA EQUAÇÃO:

A partir da equação: 3X + 5 = 32

Trocando os termos de lado: 3X = 32 – 5

Efetuando as contas: 3X = 27

Dividindo por 3 ambos os lados da equação, vem: X = 9

RESPOSTA: O número procurado é 9.

CONFERÊNCIA: A resposta (9) está correta “Se somarmos 5 ao triplo de 9,


que é 27, teremos para resposta 32”.

PROBLEMA 2

Determinar o número cujo quádruplo menos 5 dá para resultado o dobro


do número somado com 35.

SOLUÇÃO: Considerando que “x” é o número procurado, teremos que seu


“quádruplo menos 5” será a expressão “4X – 5” e o seu “dobro somado
com 35” será representado por “2X + 35”. Logo:

EQUAÇÃO: 4X – 5 = 2X + 35

RESOLUÇÃO DA EQUAÇÃO:

A partir da equação: 4X – 5 = 2X + 35

Trocando os termos de lado: 4X – 2X = 35 + 5

Efetuando as contas: 2X = 40

Dividindo por 2 ambos os lados: X = 20

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RESPOSTA: O número procurado é 20

CONFERÊNCIA: O “quádruplo de 20 menos 5” dá para resultado 75,


número que é igual ao “dobro de 20 somado com 35”; logo a resposta (20)
está correta.

PROBLEMA 3

Calcular quanto Carlos tem no bolso sabendo que, se for triplicada a


quantidade que tem e, depois, dessa quantia triplicada, se retirar 110
reais, ele ficará com a mesma quantidade de dinheiro que terá se ganhar
mais 10 reais.

SOLUÇÃO: Considerando que “x” é a quantia que Carlos tem no bolso,


teremos que a expressão “se for triplicada a quantidade que tem e, depois,
retirados 110 reais”, será representada por “3X – 110”. Teremos, também,
que, tendo “x”, a expressão “se ele ganhar mais 10 reais”, será
representada por “X + 10”. Como essas quantidades são iguais, a seguinte
igualdade terá que existir: 3X – 110 = X + 10. Logo, teremos:

EQUAÇÃO: 3X – 110 = X + 10

RESOLUÇÃO DA EQUAÇÃO:

A partir da equação: 3X – 110 = X + 10

Trocando de lado: 3X – X = 10 + 110

Efetuando as contas: 2X = 120

Dividindo por 2 ambos os lados: X = 60

RESPOSTA: Carlos tem 60 Reais no bolso.

CONFERÊNCIA: Carlos tendo 60 Reais no bolso, ficará com 70 Reais, “se


ele ganhar mais 10 Reais”. E “se for triplicado os 60 Reais e depois
retirados 110 Reais”, ele ficará com (180 Reais menos 110 Reais), que é
igual aos mesmos 70 Reais. Logo, a solução está correta: Carlos tem 60
Reais no bolso.

PROBLEMA 4

Qual é a idade de Maria, sabendo-se que o triplo de sua idade somado


com 10 anos é igual à idade que ela terá daqui a 20 anos?

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SOLUÇÃO: Supondo que a idade de Maria seja “X” anos, teremos que “o
triplo de sua idade somado com 10 anos” será representado pela
expressão “3X + 10”. E “a idade que ela terá daqui a 20 anos” será
representada por “X + 20”. Como o problema afirma que as duas
expressões têm que ser iguais, a seguinte igualdade terá de ocorrer: 3X +
10 = X + 20

EQUAÇÃO: 3X + 10 = X + 20

RESOLUÇÃO DA EQUAÇÃO:

A partir da equação: 3X + 10 = X + 20

Trocando os termos de lado: 3X – X = 20 – 10

Efetuando as contas: 2X = 10

Dividindo por 2 ambos os lados: X = 5

RESPOSTA: A idade de Maria é 5 anos

CONFERÊNCIA: Tendo Maria 5 anos, “o triplo de sua idade somado com


10” será igual a 15 + 10 = 25. E esta “é igual à idade que ela terá daqui a 20
anos” (5 + 20 = 25). Logo, 5 é a resposta certa.

PROBLEMA 5

Quantas galinhas existem num galinheiro sabendo-se que, se morrerem


35 galinhas, após termos dobrado a quantidade existente, o galinheiro
ficará com a mesma quantidade que se morrerem 10 galinhas?

SOLUÇÃO: O problema diz que “se morrerem 35 galinhas, após termos


dobrado a quantidade existente, o galinheiro ficará com a mesma
quantidade que se morrerem 10 galinhas”. Supondo que existam “X”
galinhas, “se morrerem 35 após termos dobrado a quantidade existente”
será representado pela expressão “2X – 35” galinhas. E, se morrerem 10
galinhas, será representado pela expressão “X – 10” galinhas. Logo, terá
que existir a seguinte igualdade: 2X – 35 = X – 10.

EQUAÇÃO: 2X – 35 = X – 10

RESOLUÇÃO DA EQUAÇÃO:

A partir da equação: 2X – 35 = X – 10

Trocando de lado: 2X – X = 35 – 10

15
Efetuando as contas: X = 25

RESPOSTA: Existem 25 galinhas.

CONFERÊNCIA: A resposta 25 galinhas está certa, pois, neste caso, “se


morrerem 10 galinhas” (o galinheiro ficará, então, com 15 galinhas) a
quantidade será a mesma que “se morrerem 35, após termos dobrado as
25”, pois 50 – 35 = 15.

PROBLEMA 6

Têm-se vários sacos com a mesma quantidade de laranjas. Pergunta-se


qual é essa quantidade, considerando-se que se pegarmos 6 sacos
inteiros e mais 2 laranjas ficaremos com o mesmo número de laranjas que
se pegarmos 4 sacos inteiros mais 22 laranjas.

SOLUÇÃO: Imaginando que a quantidade de laranjas existente em cada um


dos sacos seja “X”, a representação de “6 sacos inteiros mais duas
laranjas” é “6X + 2” e a representação de “4 sacos inteiros mais vinte e
duas laranjas” é “4X + 22”. Como em ambos os casos teremos o mesmo
número de laranjas, vem:

EQUAÇÃO: 6X + 2 = 4X + 22

RESOLUÇÃO DA EQUAÇÃO:

A partir da equação: 6X + 2 = 4X + 22

Trocando os termos de lado: 6X – 4X = 22 – 2

Efetuando as contas: 2X = 20

Dividindo por 2 ambos os lados: X = 10

RESPOSTA: Em cada saco há 10 laranjas.

CONFERÊNCIA: A resposta, 10 laranjas, está correta, pois se pegarmos “6


sacos mais 2”, ficaremos com 62, quantidade que é igual à contida em “4
sacos mais 22”.

PROBLEMA 7

Para comprar um livro, Maria necessita 4 Reais a mais do que tem. Mas,
se ela tivesse o dobro do dinheiro que tem, ela compraria o livro e ainda
ficaria com 7 Reais. Pede-se para determinar quanto tem Maria e qual o
preço do livro.

16
SOLUÇÃO: Imaginemos que Maria tenha “X” Reais. Como, para comprar o
livro Maria necessita 4 Reais a mais do que tem, o preço do livro é “X + 4”.

Se ela tivesse “2X”, ela compraria o livro (que custa “X + 4”), e ficaria com
7 Reais. Isto quer dizer que “2X = X + 4 + 7”.

EQUAÇÃO: 2X = X + 4 + 7

RESOLUÇÃO DA EQUAÇÃO:

A partir da equação: 2X = X + 4 + 7

Trocando os termos de lado: 2X - X = 4 + 7

Efetuando as contas: X = 11

RESPOSTA: Maria tem 11 Reais e o preço do livro é 15 Reais.

CONFERÊNCIA: De fato, “para comprar o livro, Maria necessita 4 Reais a


mais do que tem”, pois ela tem 11 Reais e o livro custa 15 Reais. E, “se ela
tivesse o dobro do que tem, compraria o livro e ficaria com 7 Reais de
troco”, pois teria 22 Reais e gastaria 15 Reais.

PROBLEMA 8

Numa prova de 50 questões, um aluno deixou 2 em branco, errou uma


certa quantidade, e acertou o triplo do que errou. Determinar a quantidade
de questões que o aluno errou.

SOLUÇÃO: Chamando de “X” a quantidade de questões que o aluno errou,


a quantidade que ele acertou será “3X”, já que ele “acertou o triplo do que
errou”. O problema não informa, mas temos que saber que “a soma das
quantidades das questões deixadas em branco com as das questões
erradas e as das questões certas dá a quantidade total das questões” (que
o problema informou serem 50 questões). Logo, a seguinte igualdade terá
que ser satisfeita: “2 + X + 3X = 50”.

EQUAÇÃO: 2 + X + 3X = 50

RESOLUÇÃO DA EQUAÇÃO:

A partir da equação: 2 + X + 3X = 50

Mudando de lado: X + 3X = 50 – 2

Efetuando as contas: 4X = 48

Dividindo por 4 ambos os lados: X = 12

17
RESPOSTA: O aluno errou 12 questões

CONFERÊNCIA: O problema falou que o aluno deixou 2 questões em


branco e que acertou o triplo do que errou. Ora, tendo errado 12 questões,
terá acertado 36, o triplo de 12. Logo, o aluno deixou 2 em branco, errou 12
e acertou 36, quantidades que, somadas, dão as 50 questões da prova. OK.

PROBLEMA 9

A quantia de 160 Reais deve ser dividida entre Antônio, Beatriz e Carlos
de tal forma que Beatriz ganhe 40 Reais a mais que Antônio e Carlos
ganhe o dobro do que ganhar Antônio. Quanto receberá cada um?

SOLUÇÃO: Supondo que Antônio ganhou “X” Reais, Beatriz ganhou


“X+40” Reais e Carlos ganhou “2X” Reais. O problema informou que a
soma das quantidades ganhas pelos três é igual a 160. Logo, a igualdade
que terá que ser satisfeita é “X + X+40 + 2X = 160”.

EQUAÇÃO: X + X+40 + 2X = 160

RESOLUÇÃO DA EQUAÇÃO:

A partir da equação: X + X + 40 + 2X = 160

Mudando de lado: X + X + 2X = 160 – 40

Efetuando as contas: 4X =120

Dividindo ambos os lados por 4: X = 30

RESPOSTA: Antônio ganhou 30, Beatriz 70 e Carlos 60

CONFERÊNCIA: A soma dos três valores (30 + 70 + 60) dá “160 Reais” e


“Beatriz ganha 40 Reais a mais que Antônio e Carlos ganha o dobro do que
ganha Antônio”. Portanto, confere!

PROLEMA 10

Determinar a quantidade de estados que tem um país sabendo-se que, se


forem eleitos 3 deputados por estado, sobrarão 8 cadeiras no plenário e
se cada estado eleger 5 deputados vão faltar 32 cadeiras.

SOLUÇÃO: Vamos chamar de “X” a quantidade de estados que tem o país,


e adequá-la aos dados fornecidos pelo problema – que ligam a quantidade
de deputados à quantidade de cadeiras existentes no plenário, e não à
quantidade de estados.

18
O problema informou que “se forem eleitos 3 deputados por estado,
sobrarão 8 cadeiras no plenário”.

Ora, “se forem eleitos 3 deputados por estado”, e como supusemos que
existam “X” estados, o total de deputados eleitos será “3X”.

Como, depois de acomodados os “3X” deputados, sobrarão 8 cadeiras


vazias, teremos que: “a quantidade de cadeiras no plenário é igual à soma
da quantidade de deputados que sentaram com a quantidade de cadeiras
que ficaram vazias, o que é representado por (3X + 8)”.

O problema informou, também, que “se cada estado eleger 5 deputados


vão faltar 32 cadeiras”.

Ora, “se forem eleitos 5 deputados por estado”, e como existem “X”
estados, o total de deputados eleitos será “5X”.

Nesse caso, a quantidade de cadeiras não será suficiente para acomodar


os “5X” deputados. O problema informa que, nesse caso, terão que ser
acrescidas mais 32 cadeiras no plenário.

Logo, teremos: “a quantidade de cadeiras existentes no plenário mais as


32 que foram acrescidas é igual à quantidade total de deputados, no caso,
5X”. Isso nos permite escrever a seguinte expressão: “a quantidade de
cadeiras no plenário + 32 = 5x”, equação que é a mesma que: “a quantidade
de cadeiras no plenário = 5x – 32”.

As duas informações do problema nos levam a duas diferentes expressões


para a mesma quantidade, a “quantidade de cadeiras existente no
plenário”.

Uma das expressões é a “quantidade de cadeiras existente no plenário” é


igual a “3x +8”. A outra expressão é a “quantidade de cadeiras existente no
plenário” é igual a “5x – 32”.

Logo, essas duas diferentes expressões têm que ser iguais, ou seja, terá
que existir a igualdade: “3X + 8 = 5X – 32”.

EQUAÇÃO: 3X + 8 = 5X – 32

RESOLUÇÃO DA EQUAÇÃO:

A partir da equação: 3X + 8 = 5X – 32

Mudando de lado (desta vez, resolvemos jogar o “x” para o segundo


lado): 8 + 32 = 5X – 3X

19
Efetuando as contas: 40 = 2X

Dividindo ambos os lados por 2: 20 = X

O que é o mesmo que: X = 20

Para os que estranharam que “20 = X” é o mesmo que “X = 20”: a partir de


uma igualdade, obteremos outra igualdade se, simplesmente, trocarmos
seus dois lados. Ou seja, tanto faz falar “3 + 2 = 5” como falar “5 = 3 + 2”.

RESPOSTA: 20 estados

CONFERÊNCIA: Sendo vinte os estados, caso sejam eleitos 3 deputados


por estado, o total de deputados será 60, e (como sobrarão 8 cadeiras no
plenário) a quantidade de cadeiras existente é 68. Caso sejam eleitos 5
deputados por estado, o total de deputados será 100; então, faltarão (100 –
68 = 32) cadeiras, como previsto. Logo, a resposta 20 está correta.

20
MATEMÁTICA BÁSICA PARA TODOS

FASCÍCULO 2 – SISTEMA DE EQUAÇÕES

APRESENTAÇÃO

No Fascículo 1, estudamos “Equação do Primeiro Grau”, assunto


absolutamente indispensável para o aprendizado de “Sistema de
Equações”, que é o objeto deste Fascículo 2.

Em “Equação do Primeiro Grau”, ao resolvermos um problema utilizando


o raciocínio algébrico, usamos o seguinte artifício: 1 – consideramos que
a resposta do problema fosse a incógnita “x”; 2 – a partir dos dados do
problema, escrevemos a condição que devia ser obedecida para que “x”
fosse, de fato, a resposta procurada (isso é chamado “equacionar o
problema”); 3 – determinamos o valor numérico de “x” de tal forma que a
igualdade representada pela equação fosse verdadeira (isso é chamado
“resolver a equação”).

Imaginemos, a seguir, se tivéssemos de determinar dois números cuja


soma fosse 10.

Supondo que um dos números seja “x” e o outro seja “y”, a seguinte
equação terá que ser obedecida: “x + y = 10”.

Acontece que diversos pares de números obedecem a tal equação. Por


exemplo, o par x = 1 e y = 9, o par x = 2 e y = 8, o par x = 6 e y = 4, etc.

Constatamos, assim, que, com apenas uma equação, não conseguiremos


determinar os dois números. Para que consigamos determiná-los, o
problema deverá dar outra condição que os dois números têm que
obedecer, ou seja, dar uma segunda equação.

Imaginemos que a outra condição seja “a diferença dos dois números é


quatro”. Assim, a outra equação a ser obedecida é “x – y = 4”.

Utilizando de um processo algébrico bem definido, dá para determinar os


números procurados. Eles são 3 e 7, pois são esses os dois únicos
números cuja soma dá 10 e cuja diferença dá 4.

Podemos concluir, então, que, para determinarmos os valores de duas


incógnitas, precisamos de ter duas equações. O conjunto das duas
equações é o chamado “Sistema de Equações”, assunto que será estudado
neste Fascículo 2.

21
Assim como em “Equação do Primeiro Grau”, começaremos nosso estudo
de “Sistema de Equações” resolvendo um problema sobre o assunto. E,
enquanto vamos raciocinando junto com o aluno, os diversos aspectos da
questão vão sendo analisados.

Torna-se importante destacar que, para resolvermos um sistema, as duas


equações que o formam são, após o tratamento algébrico adequado,
transformadas em uma única equação com apenas uma incógnita. E a
resolução dessa única equação pelo método já conhecido (aquele que
utiliza o PASSO 1, PASSO 2 e PASSO 3) nos possibilitará determinar o valor
dessa incógnita.

Tendo sido determinado o valor de uma das duas incógnitas, basta voltar
com este valor em qualquer uma das duas equações originais para chegar
ao valor da outra incógnita. Assim, teremos determinado os valores das
duas incógnitas, ou seja, teremos resolvido o sistema.

A seguir, o assunto do Fascículo 2, Sistema de Equações.

22
SISTEMA DE EQUAÇÕES

Já conhecido o assunto Equação de Primeiro Grau, e, portanto, a maneira


de se raciocinar algebricamente, vejamos, a seguir, como resolver o
seguinte problema,

“Calcular dois números que somados dão 50, sabendo que o triplo do
primeiro número menos o segundo número dá para resultado 10”.

Como a pessoa tem que calcular dois números, ela pode afirmar que o
primeiro número é “x” e o segundo número é “y”.

Tudo bem.... desde que “x” e “y” obedeçam as condições impostas pelo
problema. No caso, teremos:

Condição I: x + y = 50

Condição II: 3x – y = 10

Para resolver o problema, a pessoa tem que determinar o valor de “x” e o


valor de “y” que satisfaçam simultaneamente às duas condições.

Reparando que as duas condições a serem obedecidas são duas


igualdades, basta que a pessoa aplique, às duas igualdades acima, as já
conhecidas propriedades das igualdades e mais uma outra propriedade,
que é a apresentada a seguir:

𝟓+𝟐=𝟕
Imaginemos as duas igualdades {
𝟑+𝟔=𝟗
Somando lado a lado, vem: 5 + 2 + 3 + 6 = 7 + 9

O que se verifica, pois: 16 = 16

Então, podemos afirmar:

“A partir de duas igualdades, obteremos uma terceira igualdade, caso


somemos lado a lado as duas igualdades iniciais”.

O que foi facilmente verificado para duas igualdades utilizadas como


exemplo, vale para duas igualdades quaisquer.

Inclusive para as duas igualdades que devem ser satisfeitas no problema


proposto. Mesmo sabendo que nelas existem letras representando
números, ou seja, que elas são equações.

23
Assim, a pessoa que quer determinar os valores de “x” e “y” diz:

𝐱 + 𝐲 = 𝟓𝟎
A partir de {
𝟑𝐱 − 𝐲 = 𝟏𝟎
Somando lado a lado, teremos: x + y + 3x – y = 50 + 10

Ou, fazendo as contas: 4x = 60

Dividindo por 4 ambos os lados da equação 4x = 60, vem:

x = 15

Uma parte do problema já está resolvida: o primeiro número, que foi


chamado de “x”, vale 15. Resta calcular o segundo número, que foi
chamado de “y”.

Para determinar o valor de “y”, basta que a pessoa atente para as duas
condições impostas pelo problema, e, em uma delas substitua a letra “x”
pelo valor que foi calculado. Logicamente, entre as duas condições
impostas pelo problema, escolheremos a que for menos trabalhosa.

No caso, trabalharemos com a Condição I, que diz ser “x + y = 50”

Como “x” é igual a 15, a equação “x + y = 50” ficará: 15 + y = 50

Passando o 15 para o outro lado: y = 50 – 15

Dando, finalmente: y = 35

Determinados os valores de “x” e de “y”, o problema fica resolvido: o


primeiro número é 15 e o segundo número é 35.

Acabado de resolver o problema, sempre deve ser feita a conferência, para


ver se as duas condições iniciais foram obedecidas. E essa checagem deve
ser feita no próprio enunciado do problema. Assim:

A primeira condição do problema “dois números que somados dão 50” é


obedecida, pois (15 + 35 dá igual a 50)

A segunda condição do problema “o triplo do primeiro número menos o


segundo número dá para resultado 10” é obedecida, pois (3 vezes 15,
menos 35 = 10)

Logo, está correto: o primeiro número é 15 e o segundo número é 35.

Nesta altura, vamos incorporar mais dois nomes ao nosso dicionário de


termos matemáticos.

24
Quando, para resolvermos um problema, utilizamos duas letras (no caso
apresentado, “x” e “y”), o problema tem que nos dar duas condições
(equações). Dizemos, então, que estamos diante de um “SISTEMA DE
EQUAÇÕES”. Nesse caso, determinar o valor das incógnitas a partir das
equações é o que se chama “RESOLVER O SISTEMA DE EQUAÇÕES”.

Vejamos o seguinte problema:

“Calcular dois números de tal forma que o dobro do primeiro mais o triplo
do segundo é igual a 33, e o primeiro menos o segundo é igual a 4”.

Como o problema pede para calcular duas incógnitas, ele teve que dar duas
equações. Chamamos de “x” o primeiro número e de “y” o segundo, o
sistema de equações é o seguinte:

Equação I: 2x + 3y = 33

Equação II: x – y = 4

Notar que – apesar de sempre ser válido somar lado a lado as duas
equações – nem sempre, como no sistema acima, o ato de somar lado a
lado as duas equações auxilia a resolução do sistema.

No caso, se somássemos lado a lado, teríamos:

Equação I: 2x + 3y = 33

Equação II: x – y = 4

Somando lado a lado, teríamos: 2x + 3y + x – y = 33 + 4

Ou: 4x + 2y = 37

Devemos salientar que, apesar de termos chegado a uma equação correta


(os valores de x e y que satisfizerem as equações I e II, satisfarão também
a equação obtida), tal equação, “4x + 2y = 37”, de nada serve para resolver
o sistema formado pelas equações I e II.

Constatamos, assim, que só vale a pena somar lado a lado, se a soma


obtida der uma equação com apenas uma incógnita.

E, como será mostrado a seguir, poderemos aplicar um artifício elementar


para transformar o sistema inicial, formado pelas equações I e II, em outro
sistema a ele equivalente e que permita – quando for feita a soma lado – a
obtenção de uma equação com apenas uma incógnita.

Assim, teremos:

25
Equação I: 2x + 3y = 33

Equação II: x – y = 4

Multiplicando a Equação II por 3, teremos: 3 vezes (x – y) = 12

Conforme será mostrado mais tarde, “3 vezes (x – y)” é igual a “3x – 3y”

Logo, teremos uma Equação III: 3x – 3y = 12

Vê-se, assim, que a Equação III é equivalente à Equação II, pois dela foi
obtida multiplicando-se ambos os lados por 3.

Então, em vez de resolvermos o sistema formado pela Equação I e pela


Equação II, podemos resolver o sistema formado pela Equação I e pela
Equação III, já que essa última é equivalente à Equação II.

Resolvendo o sistema assim “preparado”, teremos:

Equação I: 2x + 3y = 33

Equação III (equivalente à Equação II): 3x – 3y = 12

Somando lado a lado: 2x + 3y + 3x – 3y = 33 + 12

Efetuando as contas, teremos: 5x = 45

Dividindo por 5 ambos os lados da equação 5x = 45, teremos:

x=9

Determinado que o valor de “x” é 9, volta-se na Equação I (ou na Equação


II), e calcula-se que o valor de “y” é 5. Assim, a resposta de nosso problema
é: o primeiro número é 9 e o segundo número é 5.

Para checar a resposta obtida, teremos:

O problema procura dois números tais que “o dobro do primeiro mais o


triplo do segundo é igual a 33, e o primeiro menos o segundo é igual a 4”.

Checando a resposta “o primeiro número é 9 e o segundo número é 5”,


teremos o seguinte:

A condição “o dobro do primeiro mais o triplo do segundo é igual a 33” é


satisfeita, pois o dobro de nove mais o triplo de cinco dá 33 (18 + 15 = 33)
e a condição “o primeiro menos o segundo é igual a 4” é satisfeita, pois
nove menos cinco é igual a 4.

Logo, a resposta está OK!!!

26
Até agora, os sistemas de equação foram resolvidos pelo chamado
“método da adição”, que consiste em aplicar convenientemente a
propriedade “a partir de duas igualdades, obteremos uma terceira
igualdade, caso somemos lado a lado as duas igualdades iniciais”.

De um modo geral, o “método da adição” pode ser sempre aplicado para


resolver os diferentes sistemas. Porém, por meio dele, não conseguiremos
resolver alguns sistemas especiais, como será mostrado mais à frente.

Esses outros sistemas especiais exigirão o conhecimento do chamado


“método da substituição”, que será apresentado a seguir. O chamado
“método da substituição” resolverá não só os sistemas que podem ser
resolvidos pelo “método da adição”, como todos os outros sistemas.

Naturalmente, aparece a óbvia pergunta: se o “método da substituição” é


mais geral, permitindo resolver qualquer sistema, por que aprender,
também, o “método da adição”? A resposta é simples: muitas vezes, a
resolução pelo “método da adição” é bem menos trabalhosa.

A seguir, o uso do “método da substituição” para resolver o sistema


formado pela Equação I: x + y = 70 e pela Equação II: x – y = 28:

Determinando o valor de “x” na Equação II (x – y = 28), teremos: x = 28 + y

Substituindo o valor de “x” na Equação I (x + y = 70), vem: 28 + y + y = 70

Ou, fazendo as contas: 28 + 2y = 70

Como 28 + 2y = 70, teremos que: 2y = 70 – 28 = 42

Dividindo ambos os lados por 2, teremos, finalmente: y = 21

Substituindo “y” por 21 na equação II (x – y = 28), teremos: x – 21 = 28

Mudando o 21 de lado: x = 28 + 21 = 49

Vimos, assim, que o “método da substituição” consiste em determinar o


valor de uma das incógnitas em uma das duas equações e, em seguida,
substituí-lo na outra equação.

Uma palavra final sobre a resolução de um problema contendo duas


incógnitas: após a aplicação de um artifício algébrico, o sistema dará
origem a uma equação com apenas uma incógnita; determinado o valor
dessa incógnita, basta utilizá-lo em qualquer das duas equações para
determinar o valor da outra incógnita. Isto vale tanto para o “método da
adição” como para o “método da substituição”.

27
FASCÍCULO 2 (PROBLEMAS RESOLVIDOS)

PROBLEMA 1

Sabendo-se que a soma de dois números dá 20, calcular esses números


considerando que a sua diferença dá 12.

SOLUÇÃO: Chamando um dos números de X e o outro número de Y,


teremos:

𝒙 + 𝒚 = 𝟐𝟎
SISTEMA DE EQUAÇÕES: {
𝒙 − 𝒚 = 𝟏𝟐
O sistema em questão pode ser facilmente resolvido pelo “método da
adição”, somando ambos os lados das equações.

Resolvendo o sistema, teremos:

𝒙 + 𝒚 = 𝟐𝟎
{
𝒙 − 𝒚 = 𝟏𝟐
Somando lado a lado: X + X + Y – Y = 20 + 12

Efetuando as contas: 2X = 32

Dividindo por 2 ambos os lados: X = 16

Voltando na primeira equação (x + y = 20) com o valor X = 16, teremos:

16 + Y = 20

Isolando o valor de Y, vem: Y = 20 – 16

Efetuando as contas: Y = 4

RESPOSTA: Um dos números dá 16 e o outro dá 4

CONFERÊNCIA: De fato, a soma dos dois números dá 20, e a sua diferença


dá 12.

PROBLEMA 2

Calcular dois números de tal forma que o dobro do primeiro mais o triplo
do segundo dá 80, e o triplo do primeiro menos o segundo dá 10.

28
SOLUÇÃO: Imaginando que o primeiro número seja X e o segundo número
seja Y, a equação que representa a primeira condição imposta pelo
problema é a seguinte: 2X + 3Y = 80. E a segunda condição é representada
pela equação: 3X – Y = 10

Assim, teremos que calcular os valores de X e de Y de tal forma que sejam


satisfeitas simultaneamente as duas equações. Ou seja, teremos que
resolver o sistema formado pelas duas equações:

2X + 3Y = 80 (equação I)

3X – Y = 10 (equação II)

Dos vários modos que poderiam ser empregados para resolver o sistema,
suponhamos que tivéssemos escolhido o método da adição. Em tal
método, as duas equações, quando forem somadas lado a lado, terão o
coeficiente de uma incógnita zerado, permitindo que o sistema se
transforme numa simples equação de primeiro grau.

Para que o coeficiente de uma incógnita seja zerado, o sistema terá que ser
transformado num outro sistema a ele equivalente de tal forma que os
coeficientes da incógnita a ser zerada sejam iguais e de sinais contrários.
Isso que é meio complicado de falar, será facilmente entendido na prática,
como será visto a seguir.

No caso, será mais cômodo eliminarmos o coeficiente da incógnita Y. Para


tanto, antes de somarmos lado a lado, vamos multiplicar a equação II pelo
número 3, ou seja, o nosso sistema equivalente será:

2X + 3Y = 80 (equação I)

9X – 3Y = 30 (equação II transformada)

Somando lado a lado as duas equações acima, teremos:

2X + 3Y + 9X – 3Y = 80 + 30

Efetuando as contas: 11X = 110

Dividindo ambos os lados por 11, vem: X = 10

Voltando com o valor X = 10 em uma das duas equações originais teremos


que Y = 20.

RESPOSTA: O primeiro número é 10, e o segundo é 20.

CONFERÊNCIA: De fato, o dobro de 10 mais o triplo de 20 dá 80, e o triplo


de 10 menos 20 dá 10.

29
PROBLEMA 3

Um pai deu aos seus dois filhos, Carlos e Antônio, todos os 50 reais que
tinha no bolso. Sabendo-se que a quantia recebida por Carlos foi 10 reais
maior que a quantia recebida por Antônio, quanto recebeu cada filho?

SOLUÇÃO: Pretendemos saber duas coisas: quanto recebeu Carlos e


quanto recebeu João. Vamos supor que Carlos recebeu X e que João
recebeu Y. De cara, temos que a soma de X com Y tem que dar 50; e como
o problema informou também que X é 10 reais maior que Y, temos que X
menos Y tem que ser igual a 10.

Isso quer dizer que as duas equações do problema são:

X + Y = 50

X – Y = 10

Somando lado a lado, teremos:

X + Y + X – Y = 50 + 10

Efetuando as contas: 2X = 60

Dividindo por 2 ambos os lados, vem: X = 30

Substituindo X por 30 em qualquer das duas equações iniciais, concluímos


que o valor de Y tem que ser 20.

RESPOSTA: Carlos recebeu 30 reais e João recebeu 20 reais.

CONFERÊNCIA: Os valores X=30 e Y=20 têm que satisfazer ao mesmo


tempo as duas equações do sistema.

NOTA: Mesmo que os valores satisfaçam as duas equações do sistema,


essa conferência só nos dá a certeza que o sistema foi resolvido
corretamente, e não que o problema foi resolvido de maneira certa. Isso
ocorre porque poderemos ter cometido um erro ao montar o sistema.

E de nada adianta resolver corretamente um sistema que foi montado


errado. Por causa dessa possibilidade (ter sido cometido erro ao montar o
sistema), a conferência sempre deve ser feita no próprio texto do problema,
como mostrado a seguir.

O problema diz que Carlos e Antônio receberam, juntos, 50 reais; além


disso, diz que a quantia recebida por Carlos foi 10 reais maior que a quantia
recebida por Antônio. Conferindo, vemos que essas duas condições são
satisfeitas ao ter Carlos recebido 30 reais e João 20 reais.

30
PROBLEMA 4

Num saco, tem-se 50 bolas, de cores preta e vermelha. Quantas são as


bolas de cada cor, sabendo-se que no saco ficará a mesma quantidade de
bolas de cada cor, se, ao mesmo tempo, retirarmos 20 bolas pretas e
colocarmos 20 bolas vermelhas.

SOLUÇÃO: Chamando de P a quantidade de bolas pretas e de V a


quantidade de bolas vermelhas, vem para uma das equações “P + V = 50”.

O problema informou que a quantidade de bolas pretas ficará igual à


quantidade de bolas vermelhas, se, ao mesmo tempo, retirarmos 20 bolas
pretas (o nos levará a ter no saco P – 20) e colocarmos 20 bolas vermelhas
(o que nos levará a ter no saco V + 20). Logo, como o saco passou a ter
igual quantidade de bolas de cada cor, conclui-se que a 2ª equação é “P –
20 = V + 20”.

Assim, basta resolver o sistema:

P + V = 50 (equação I)

P – 20 = V + 20 (equação II)

Trocando de lado os termos da equação II, vem:

P – V = 20 + 20 = 40

Então, o sistema a ser resolvido fica:

P + V = 50 (equação I)

P – V = 40 (equação II)

Somando lado a lado, teremos: 2 P = 90, ou P = 45

Voltando com o valor P = 45 na equação I (P + V = 50), teremos:

45 + V = 50

Logo: V = 5

RESPOSTA: 45 bolas pretas e 5 bolas vermelhas

CONFERÊNCIA: Com 45 bolas pretas e 5 bolas vermelhas, ao todo, tem-se


50 bolas. E se forem retiradas 20 bolas pretas (logo, ficarão 45 – 20 = 25
bolas pretas) e colocadas 20 bolas vermelhas (logo, ficarão 5 + 20 = 25
bolas vermelhas), no saco ficará a mesma quantidade de bolas de cada cor,
ou seja, 25 bolas pretas e 25 bolas vermelhas.

31
PROBLEMA 5

Em uma escola, a quantidade de meninos é o triplo da quantidade de


meninas. Calcular a quantidade de alunos de cada sexo, sabendo-se que,
se forem matriculados mais 100 meninos, a quantidade de meninos
passará a ser cinco vezes a quantidade de meninas.

SOLUÇÃO: Chamando de X a quantidade de meninos e de Y a quantidade


de meninas, e como “a quantidade de meninos é o triplo da quantidade de
meninas”, teremos, de imediato, a primeira equação do sistema, qual seja,
“X = 3Y”.

O problema informou que “se forem matriculados mais 100 meninos, a


quantidade de meninos passará a ser cinco vezes a quantidade de
meninas”.

Ora, se forem matriculados mais 100 meninos, a quantidade de meninos


passará a ser “X + 100” e, como o problema informou, essa quantidade será
cinco vezes a quantidade de meninas, que é Y. Assim, a segunda equação
do sistema será “X + 100 = 5Y”. Logo, o sistema a ser resolvido é:

X = 3Y (equação I)

X + 100 = 5Y (equação II)

Até agora, resolvemos os sistemas pelo chamado “método da adição”.


Poderíamos usar esse mesmo método para resolver o sistema acima.
Porém, para variar, resolveremos o sistema pelo “método da substituição”.

A seguir, o chamado “método da substituição”. Por ele, determina-se o


valor de uma incógnita em uma equação, e substitui, na outra equação, a
incógnita pelo valor determinado.

No caso, não precisamos nem mexer com a equação I para determinar que
X = 3Y; substituindo, na equação II (X + 100 = 5Y), a incógnita X pelo valor
3Y, teremos “3Y + 100 = 5Y”, donde tiramos que Y = 50, e daí determinamos
que X = 150.

RESPOSTA: 150 meninos e 50 meninas.

CONFERÊNCIA: A quantidade de meninos (150) é o triplo da de meninas


(50), e se forem matriculados mais 100 meninos, a quantidade de meninos
passará a ser 250, que é cinco vezes 50.

32
PROBLEMA 6

Numa partida de basquete, um jogador acertou cestas de 3 pontos e


cestas de 2 pontos. Sabendo-se que a quantidade de cestas de 3 pontos
acertadas foi maior 4 unidades que as cestas de 2 pontos e que o total de
pontos feitos foi 92, calcular a quantidade de cestas de 3 pontos que o
jogador acertou.

SOLUÇÃO: Considerando que o jogador tenha acertado X cestas de 3


pontos e Y cestas de 2 pontos, ele terá feito 3X pontos em cestas de 3
pontos cada, e terá feito 2Y pontos em cestas de 2 pontos cada.

Assim, o total de pontos feitos pelo jogador na partida é a soma “3X + 2Y”
pontos, que o problema informou que é igual a 92. Logo, uma das equações
do problema é “3X + 2Y = 92”

O problema informou, também, que a quantidade (por nós chamada X) de


cestas de 3 pontos acertadas foi maior 4 unidades que a quantidade (por
nós chamada Y) de cestas de 2 pontos. Logo, a outra equação do problema
é “X – Y = 4”.

𝟑𝑿 + 𝟐𝒀 = 𝟗𝟐
SISTEMA DE EQUAÇÕES: {
𝑿−𝒀=𝟒
Resolvendo o sistema, teremos:

𝟑𝑿 + 𝟐𝒀 = 𝟗𝟐
{
𝑿−𝒀 =𝟒
Multiplicando por 2 a segunda equação (X – Y = 4), e permanecendo com a
primeira, o sistema equivalente será:

𝟑𝑿 + 𝟐𝒀 = 𝟗𝟐
{
𝟐𝑿 − 𝟐𝒀 = 𝟖
Somando lado a lado, teremos: 5X = 100, o que nos leva (dividindo toda a
equação por 5) ao valor X = 20.

Substituindo o valor de X, 20, em qualquer das duas equações do sistema


inicial, obteremos o valor de Y. Vamos optar por substituir na segunda
equação (X – Y = 4), por ser tal substituição a menos trabalhosa. Assim,
teremos: 20 – Y = 4, o que dá Y = 16

RESPOSTA: Consideramos que a quantidade de cestas de 3 pontos que o


jogador acertou era X. E, calculamos que o valor de X é 20. Logo, a resposta
do problema é 20. Notar que, sabemos, também, que X sendo 20,
obrigatoriamente, a quantidade de cestas de 2 pontos terá que ser 16.

33
CONFERÊNCIA: Sendo 20 a quantidade de cestas de 3 pontos acertadas, e
16 a quantidade de cestas de 2 pontos, a quantidade de cestas de 3 pontos
acertadas foi maior 4 unidades que as cestas de 2 pontos; além disso, o
total de pontos feitos foi 92 (20 vezes 3 mais 16 vezes 2). Assim, a resposta
está correta.

PROBLEMA 7

João e Beto fizeram juntos um trabalho pelo qual receberam100 reais.


Sabendo-se que o dobro do que João recebeu somado com o triplo do
que Beto recebeu dá para resultado 240 reais, calcular quanto recebeu
cada um.

SOLUÇÃO:

Supondo que João recebeu X reais e Beto recebeu Y reais, teremos, de


cara, que X + Y = 100. Além disso, a afirmativa que “o dobro do que João
recebeu somado com o triplo do que Beto recebeu dá para resultado 240
reais” nos leva à equação 2X + 3Y = 240.

SISTEMA DE EQUAÇÕES:

X + Y = 100 (Equação I)

2X + 3Y = 240 (Equação II)

Nestas alturas, vamos fazer a importante observação: sabemos que,


diante de duas igualdades, se somarmos lado a lado, obteremos uma
terceira igualdade; acontece que, também, poderemos obter outra
igualdade se diminuirmos lado a lado. Exemplo: das igualdades “8 = 8” e
“2 = 2”, poderemos obter a igualdade “8 – 2 = 8 – 2”, ou seja, “6 = 6”.

Resolvendo o sistema, teremos:

X + Y = 100 (Equação I)

2X + 3Y = 240 (Equação II)

Multiplicando a Equação I por 2, e repetindo a Equação II, o sistema


equivalente será:

2X + 2Y = 200 (Equação I transformada)

2X + 3Y = 240 (Equação II)

34
Fazendo “Equação II menos Equação I transformada”, vem:

2X + 3Y – 2X – 2Y = 240 – 200

Efetuando as contas: Y = 40

Determinado que Y = 40, poderemos determinar o valor de X em qualquer


das equações anteriores.

Utilizando a Equação I “X + Y = 100”, e o valor de Y igual a 40, teremos que


X + 40 = 100, o que nos leva a X = 60.

Logo, com os valores de X igual a 60 e de Y igual a 40, teremos que a


resposta do problema é:

RESPOSTA: João recebeu R$ 60 e Beto recebeu R$ 40

CONFERÊNCIA: João e Beto receberam juntos R$ 100. O dobro do que


João recebeu somado com o triplo do que Beto recebeu é igual à soma “O
dobro de R$ 60 mais o triplo de R$ 40” que dá igual a R$ 240. Logo, a
resposta dada está correta.

PROBLEMA 8

No quintal de uma casa, há galinhas e coelhos. Determinar a quantidade


de cada animal, sabendo que o número total de patas é igual a 110, e, se
for dobrado a quantidade de coelhos, o total de patas passará a ser 170.

SOLUÇÃO: Supondo que haja X galinhas e Y coelhos, as condições


impostas pelo problema são as apresentadas a seguir.

Dizer que o número total de patas é igual a 110, é dizer que a soma das
patas de galinhas com as patas de coelhos é igual a 110.

Como a quantidade de patas de galinhas é igual a duas vezes a quantidade


de galinhas, temos 2X patas de galinhas. Como a quantidade de patas de
coelhos é igual a quatro vezes a quantidade de coelhos, temos 4Y patas de
coelhos. Assim, terá que existir a igualdade 2X + 4Y = 110.

Dizer que se for dobrado a quantidade de coelhos, o total de patas passará


a ser 170, deve ser interpretado da seguinte maneira: continuaremos a ter
X galinhas (portanto, 2X patas de galinhas), e passaremos a ter 2Y coelhos
(portanto, 8Y patas de coelhos), logo o total de patas passará a ser 2X + 8Y,
que o problema diz ser 170. Assim, terá que existir a igualdade 2X + 8Y =
170.

35
SISTEMA DE EQUAÇÕES:

2X + 4Y = 110 (Equação I)

2X + 8Y = 170 (Equação II)

Diminuindo lado a lado (Equação II menos Equação I), teremos:

4Y = 60

O que acarretará Y = 15

Levando o valor Y = 15 na Equação I (2X + 4Y = 110), teremos:

2X + 60 = 110

O que nos dá X = 25

RESPOSTA: A quantidade de galinhas é 25 e a quantidade de coelhos é 15

CONFERÊNCIA: “o número total de patas é igual a 110” (25 galinhas têm


50 patas e 15 coelhos têm 60 patas; 50 + 60 = 110) e “se for dobrado a
quantidade de coelhos, o total de patas passará a ser 170” (passando a ter
25 galinhas e 30 coelhos, teremos 50 patas de galinha e 120 patas de
coelho, perfazendo o total de 170 patas). Logo, a resposta está correta.

PROBLEMA 9

Um comerciante trocou uma nota de 100 reais por notas de 5 e de 10


reais, num total de 12 notas. Quantas notas de cada valor recebeu?

SOLUÇÃO: Considerando que o comerciante recebeu X notas de 5 reais e


Y notas de 10 reais, teremos que ele recebeu a quantia de 5X reais em notas
de 5 reais e a quantia de 10Y reais em notas de 10 reais.

Logo, a soma de 5X com 10Y tem que dar 100 reais. Além disso, como a
quantidade total de notas recebidas foi 12, a soma de X com Y tem que ser
igual a 12. Então:

𝟓𝑿 + 𝟏𝟎𝒀 = 𝟏𝟎𝟎 (𝐄𝐪𝐮𝐚çã𝐨 𝐈)


SISTEMA DE EQUAÇÕES: {
𝑿 + 𝒀 = 𝟏𝟐 (𝐄𝐪𝐮𝐚çã𝐨 𝐈𝐈)
Para resolver o sistema acima pelo método da adição, devemos trabalhar
com outro sistema a ele equivalente (sistema que é satisfeito pelos
mesmos valores de X e Y, ou seja, apresenta as mesmas soluções).

36
Entre os inúmeros sistemas equivalentes a esse que queremos resolver,
um dos menos trabalhosos é o sistema obtido permanecendo com a
Equação I e multiplicando a Equação II por 10.

𝟓𝑿 + 𝟏𝟎𝒀 = 𝟏𝟎𝟎
{
𝟏𝟎𝑿 + 𝟏𝟎𝒀 = 𝟏𝟐𝟎 (𝐄𝐪𝐮𝐚çã𝐨 𝐈𝐈 𝐭𝐫𝐚𝐧𝐬𝐟𝐨𝐫𝐦𝐚𝐝𝐚)
Fazendo “Equação II transformada menos Equação I”, teremos: 5X = 20, o
que nos dará: X = 4

A partir do valor de X igual a 4, para obter o valor de Y, basta voltarmos


com o valor de X na Equação I, como mostrado a seguir:

Em 5X + 10Y = 100

Substituindo “X” por 4, teremos: 5(4) + 10Y = 100

Efetuando as contas, vem: 20 + 10Y = 100

Fazendo a mudança de lado: 10Y = 100 – 20

Ou:10Y = 80

Ou, dividindo por 10 ambos os lados, teremos finalmente: Y = 8

RESPOSTA: O comerciante recebeu 4 notas de 5 reais e 8 notas de 10 reais.

CONFERÊNCIA: 4 notas de 5 reais mais 8 notas de 10 reais dão um total de


100 reais (4 vezes 5 mais 8 vezes 10) e de 12 notas (4 + 8). Logo, a resposta
está correta.

UMA PALAVRA FINAL:

Assim como no Fascículo I (Equação de Primeiro Grau) aqui, também, por


razões didáticas, não foram apresentados problemas envolvendo outros
conhecimentos de Matemática como, por exemplo, Frações Ordinárias.

37
MATEMÁTICA BÁSICA PARA TODOS

FASCÍCULO 3 – FRAÇÕES ORDINÁRIAS

APRESENTAÇÃO

No FASCÍCULO 1 e no FASCÍCULO 2, tratamos, respectivamente, de


EQUAÇÃO DE PRIMEIRO GRAU e de SISTEMA DE EQUAÇÕES.

Em citados fascículos, resolvemos diversos problemas com o objetivo de


solidificar o aprendizado do raciocínio algébrico. Conforme explicado,
tomamos o cuidado de não resolver problemas envolvendo o
conhecimento de Frações Ordinárias para não perdermos o foco de nosso
estudo.

Porém, agora chegou a hora. Neste FASCÍCULO 3 vamos estudar as


FRAÇÕES ORDINÁRIAS. O seu conhecimento é indispensável ao estudo
das ciências exatas, em especial, da Matemática.

É simplesmente obrigatório que o estudante esteja familiarizado com os


conceitos, com as propriedades e com as operações envolvendo frações.

Na realidade, não saber efetuar contas contendo frações causa tanto


prejuízo ao aprendizado de matemática como não saber efetuar contas com
números inteiros.

Acontece que, frequentemente, ao se ensinar frações, a preocupação do


professor é habilitar o aluno a fazer contas. Em outras palavras, o professor
impõe ao aluno diversas regras, sem a preocupação de fazê-lo entender o
que levou a tais regras.

O resultado a que leva tal tipo de ensino é catastrófico. Por causa dele,
muitos alunos não conseguem desenvolver seus estudos de matemática.

Conforme será constatado neste nosso FASCÍCULO 3, o estudo do assunto


é muito mais proveitoso e racional, se o aluno for levado a entender a
matéria.

A seguir, FRAÇÕES ORDINÁRIAS.

38
FRAÇÕES ORDINÁRIAS

1 – CONCEITUAÇÃO

Se uma pessoa comer três pedaços de uma pizza que havia sido dividida
em cinco partes iguais, dizemos que ela comeu três sobre cinco da pizza,
𝟑
ou três quintos da pizza, representando esta quantidade por .
𝟓
𝟑
Esse número, é chamado “fração ordinária”. O número de cima, 3, é
𝟓
chamado “numerador” e o número que fica abaixo do traço, 5, é chamado
“denominador”.

Assim, o numerador indica a quantidade de pedaços que a pessoa comeu


e o denominador representa a quantidade de partes em que foi dividida a
pizza.

Quando o denominador é um número igual ou superior a 11, costuma-se


𝟑
usar o termo “avos” para ler a fração. Assim, pode ser lido como “três
𝟏𝟏
𝟏
sobre onze” ou “três onze avos” e pode ser lido como “um sobre doze”
𝟏𝟐
ou “um doze avos”.

2 – O TRAÇO DE FRAÇÃO EQUIVALE AO SINAL DE DIVISÃO

𝟐
Do que vimos acima, podemos afirmar que é a metade de uma pizza.
𝟒
𝟒 𝟓
Podemos afirmar também: é uma pizza inteira; é mais que uma pizza
𝟒 𝟒
𝟖 𝟐𝟎
inteira; corresponde a duas pizzas inteiras; equivale a cinco pizzas
𝟒 𝟒
inteiras.

Assim, dá para concluir: o traço de fração equivale ao sinal de divisão.

3 – IGUALDADE DE FRAÇÕES

Diante do fato que “o traço de fração equivale ao sinal de divisão”, é


𝟐𝟎 𝟏𝟐
verdadeira a seguinte igualdade = , pois ambas as frações valem
𝟓 𝟑
quatro. Nessa igualdade, podemos constatar a importante propriedade:
“quando duas frações são iguais, o produto dos meios é igual ao produto
dos extremos”. No caso, dá para verificar que o produto 5x12 é igual ao
produto 20x3, ambos iguais a 60.

39
4 – PROPRIEDADES DAS FRAÇÕES

Em consequência de o traço de fração corresponder ao sinal de divisão,


ficam evidentes as duas seguintes propriedades:

Propriedade 1 – “Uma fração não se altera quando multiplicamos o seu


numerador e o seu denominador por um mesmo número”.

𝟐𝟎
Assim, o valor da fração (que sabemos ser igual a cinco) não se altera
𝟒
quando multiplicamos o numerador e o denominador da fração por um
número qualquer. Experimentemos, por exemplo, multiplicar o numerador
e o denominador por seis. Teremos:

𝟐𝟎 𝟐𝟎𝒙𝟔 𝟏𝟐𝟎
= = =5
𝟒 𝟒𝒙𝟔 𝟐𝟒

Propriedade 2 – “Uma fração não se altera quando dividimos o seu


numerador e o seu denominador por um mesmo número”.

𝟔𝟎
Assim, o valor da fração (que é igual a quatro) não se altera quando
𝟏𝟓
dividimos seu numerador e seu denominador por um mesmo número.
Experimentemos, por exemplo, dividir o numerador e o denominador pelo
número 3 e pelo número 5, conforme mostrado abaixo:

𝟔𝟎 𝟔𝟎÷𝟑 𝟐𝟎
= = =4
𝟏𝟓 𝟏𝟓÷𝟑 𝟓

𝟔𝟎 𝟔𝟎÷𝟓 𝟏𝟐
= = =4
𝟏𝟓 𝟏𝟓÷𝟓 𝟑

NOTA 1: Dizemos que uma fração está na sua forma mais simples (forma
simplificada da fração) quando não existe um número inteiro pelo qual seja
possível dividir o numerador e o denominador da fração, de maneira a
transformá-la numa fração equivalente com o numerador inteiro e o
𝟑
denominador inteiro. Exemplo: a fração é a forma simplificada das
𝟒
𝟔 𝟑𝟎 𝟒𝟓 𝟔𝟎
frações a ela equivalentes, como as frações , , , etc. A forma
𝟖 𝟒𝟎 𝟔𝟎 𝟖𝟎
𝟐𝟎 𝟏
simplificada da fração é .
𝟔𝟎 𝟑

40
NOTA 2: É importante ressaltar que o valor de uma fração permanece
inalterado apenas nos casos em que multiplicamos ou dividimos o
numerador e o denominador por um mesmo número. Essa propriedade não
vale “quando somamos ou quando diminuímos” ao numerador e ao
𝟏𝟖
denominador um mesmo número. Tomemos como exemplo a fração
𝟑
(que é igual a 6). Somando 2 ao seu numerador e ao seu denominador,
𝟐𝟎 𝟏𝟖
teremos a fração (que é igual a 4, e não igual a 6, como é ).
𝟓 𝟑

5 – SOMA DE FRAÇÕES

5 A – CASO EM QUE AS FRAÇÕES TÊM O MESMO DENOMINADOR

Imagine uma pizza que havia sido dividida em oito partes iguais. É evidente
que uma pessoa que tenha comido dois pedaços dessa pizza e, depois
disso, tenha comido mais três pedaços da mesma pizza, ao final, terá
comido cinco pedaços da pizza. Ou,

𝟐 𝟑 𝟓
+ =
𝟖 𝟖 𝟖

Essa conta é evidente porque os pedaços de pizza tinham o mesmo


tamanho (a oitava parte da pizza).

5 B – CASO EM QUE OS DENOMINADORES SÃO DIFERENTES

Imagine, agora, se a pessoa tivesse comido pedaços de duas pizzas iguais


que tivessem sido divididas em diferentes quantidades de pedaços iguais.
Por exemplo, se quiséssemos calcular a quantidade de pizza que teria
comido uma pessoa que comeu quatro pedaços de uma pizza que havia
sido dividida em cinco partes e, depois disso, comeu dois pedaços de uma
pizza de mesmo tamanho que havia sido dividida em três partes.

𝟒 𝟐
Ou seja, como efetuar a soma ( + )?
𝟓 𝟑

Lembrando-nos que uma fração tem o mesmo valor de outra fração obtida
multiplicando-se (ou dividindo-se) seu numerador e seu denominador por
um mesmo número, podemos aplicar o seguinte artifício:

𝟒 𝟒𝒙𝟏𝟐 𝟒𝟖
= =
𝟓 𝟓𝒙𝟏𝟐 𝟔𝟎
𝟐 𝟐𝒙𝟐𝟎 𝟒𝟎
= =
𝟑 𝟑𝒙𝟐𝟎 𝟔𝟎

41
𝟒 𝟐
Assim, em vez de efetuarmos a soma ( + )
que, em princípio, não
𝟓 𝟑
sabemos fazer, pois as frações têm denominadores diferentes, podemos
𝟒𝟖 𝟒𝟎
efetuar a soma ( + ) cujo valor é igual à soma procurada e, como
𝟔𝟎 𝟔𝟎
𝟖𝟖
sabemos, dá para resultado .
𝟔𝟎
𝟒 𝟐𝟒
Obviamente, poderíamos, também, ter substituído a fração pela fração
𝟓 𝟑𝟎
𝟐 𝟐𝟎 𝟐𝟒
e ter substituído a fração para, depois, efetuar a conta (
pela fração
𝟑 𝟑𝟎 𝟑𝟎
𝟐𝟎 𝟒𝟒 𝟖𝟖
+ ) que dá para resultado , valor idêntico ao valor acima achado .
𝟑𝟎 𝟑𝟎 𝟔𝟎

Resumindo: para somarmos frações cujos denominadores são diferentes,


em primeiro lugar, transformamos as frações cuja soma queremos obter
em outras frações equivalentes a elas e cujos denominadores sejam iguais.
Depois disso, basta efetuar a soma de frações com iguais denominadores.
O valor do denominador comum às diferentes frações pode ser um valor
qualquer. Porém, existem escolhas mais convenientes que outras. Vemos
que é conveniente ser escolhido para denominador comum um valor que
seja múltiplo dos dois denominadores dados.

Obedecendo à orientação acima, na conta exemplificada, poderíamos optar


tanto pelo denominador comum 60 como pelo denominador comum 30. Ou
pelo denominador comum 300.

Dá para ver, porém, que é mais conveniente (embora não seja obrigatório)
trabalhar com o menor múltiplo comum possível. É o chamado Mínimo
Múltiplo Comum (mmc), cujo valor, no exemplo acima, é 15.

6 – SUBTRAÇÃO DE FRAÇÕES

6 A – CASO EM QUE OS DENOMINADORES SÃO IGUAIS


Caso você tenha em sua mesa 13 pedaços de uma pizza que
havia sido dividida em 20 partes iguais e passe 8 pedaços para
o amigo que está na mesa ao lado, você ficará com 5 pedaços
da pizza que havia sido dividida em 20 partes. Ou seja,

𝟏𝟑 𝟖 𝟓
– = 𝟐𝟎
𝟐𝟎 𝟐𝟎
42
Fica, assim, visto que, para diminuir frações que tenham o mesmo
denominador, basta diminuir os numeradores e dar o mesmo denominador.

É de se notar que a subtração de frações é uma operação muito parecida


com a operação soma de frações.

6 B – CASO EM QUE OS DENOMINADORES SÃO DIFERENTES


Caso as frações tivessem denominadores diferentes, bastaria aplicar o
mesmo raciocínio da operação “soma”, transformando-as, primeiramente,
em frações com denominadores iguais.

E, depois, efetuando a subtração de duas frações com denominadores


iguais, o que é fácil. Assim:

𝟒 𝟐 𝟏𝟐 𝟏𝟎 𝟐
– = – =
𝟓 𝟑 𝟏𝟓 𝟏𝟓 𝟏𝟓

OBSERVAÇÃO:
Concluímos que só podemos efetuar diretamente as operações de soma e
subtração de frações quando elas têm o mesmo denominador.

Quando isso não acontece, temos que, antes de efetuar a operação,


transformar as frações em outras a elas equivalentes e que tenham o
mesmo denominador.

Concluímos, também, que podemos escolher qualquer número para ser o


novo denominador, não sendo obrigatório – como costuma ser dito – que
o denominador escolhido seja o mmc dos denominadores.

7 – MULTIPLICAÇÃO DE FRAÇÕES

Veremos, a seguir, a multiplicação de duas frações. Esta é uma operação


mais imediata que a soma de duas frações.

Para multiplicar duas frações, basta multiplicar seus numeradores e seus


denominadores, sem se preocupar – como na soma e na subtração – se os
denominadores são iguais ou diferentes. Por esta regra, teremos o
𝟑 𝟕 𝟑𝒗𝒆𝒛𝒆𝒔𝟕 𝟐𝟏
seguinte: × = =
𝟒 𝟐 𝟒𝒗𝒆𝒛𝒆𝒔𝟐 𝟖

Com a finalidade de mostrar que este método é sempre válido, vamos


comprová-lo com dois valores conhecidos quaisquer, como no exemplo:

Sabemos que 5 vezes 3 = 15.

𝟐𝟎
Sabemos, também, que 5 =
𝟒

43
𝟔
Sabemos, ainda, que 3 =
𝟐
𝟐𝟎 𝟔
Logo, vezes terá que ser igual a 5 vezes 3, que é igual a 15.
𝟒 𝟐

Dá para ver que o método utilizado para a multiplicação é correto, pois:

𝟐𝟎 𝟔 𝟐𝟎𝒙𝟔 𝟏𝟐𝟎
x = = = 15
𝟒 𝟐 𝟒𝒙𝟐 𝟖

NOTA: Um aspecto que causa estranheza é a afirmativa segundo a qual a


palavra “de” equivale ao sinal de “multiplicação”. Verifiquemos a sua
𝟒 𝟒
coerência. De fato, “ de 60” significa o mesmo que a multiplicação “
𝟔 𝟔
𝟒
vezes 60”. Isto porque, como sabemos, para determinarmos “ de 60”,
𝟔
normalmente, nós dividimos 60 por 6 (para achar o valor da sexta parte de
60), e, depois, multiplicamos esta sexta parte por 4 (para chegarmos ao
valor procurado). Ora, da mesma forma procedemos para efetuar a
𝟒
multiplicação “ vezes 60”, já que, trocando em miúdos, teríamos:
𝟔
𝟒 𝟒 𝟔𝟎 𝟒×𝟔𝟎 𝟔𝟎
vezes 60 = × = que é o mesmo que × 4
𝟔 𝟔 𝟏 𝟔 𝟔

8 – DIVISÃO DE FRAÇÕES

Para dividir uma fração por outra fração, basta multiplicar a fração do
numerador pelo inverso da fração do denominador.

𝟐𝟎 𝟒
Assim, se quisermos a divisão da fração pela fração , teremos:
𝟑 𝟓

𝟐𝟎 𝟒 𝟐𝟎 𝟓 𝟏𝟎𝟎
dividido por é igual a multiplicado por que vale
𝟑 𝟓 𝟑 𝟒 𝟏𝟐

Com a finalidade de mostrar que este método é sempre válido, vamos


comprová-lo com dois valores conhecidos quaisquer, como no exemplo a
seguir:

Sabemos que 6 dividido por 2 = 3.

𝟑𝟎
Sabemos, também, que 6 = .
𝟓
𝟐𝟎
Sabemos, ainda, que 2 =
𝟏𝟎

44
𝟑𝟎 𝟐𝟎
Logo, “ dividido por ” é o mesmo que “6 dividido por 2”.
𝟓 𝟏𝟎
𝟑𝟎 𝟐𝟎
Assim, “ dividido por ” terá que ser igual a 3.
𝟓 𝟏𝟎

Dá para ver que o método utilizado para a divisão é correto, pois:

𝟑𝟎 𝟐𝟎 𝟑𝟎 𝟏𝟎 𝟑𝟎𝟎
dividido por = multiplicado por que vale =3
𝟓 𝟏𝟎 𝟓 𝟐𝟎 𝟏𝟎𝟎

9 – OPERAÇÕES DE NÚMEROS INTEIROS COM FRAÇÕES

Em princípio, não sabemos efetuar tais operações; só sabemos efetuar


“número com número” ou “fração com fração”.

Teremos, então, de fazer uma das duas transformações: ou transformamos


a fração em um número a ela equivalente para, depois, fazermos a operação
“número com número”, ou transformamos o número em uma fração a ele
equivalente para, depois, operarmos “fração com fração”.

Ora, sabemos que transformar uma fração em número só é conveniente se


a divisão do numerador pelo denominador der um número inteiro. Assim,
𝟏𝟓
em vez de trabalharmos com a fração é mais prático trabalharmos com
𝟑
o número 5.

Porém, quando o resultado da divisão do numerador pelo denominador não


dá número inteiro, não devemos fazer a divisão. Neste caso, é mais
𝟏
conveniente trabalhar com a fração ordinária do que com a fração decimal
𝟒
equivalente, que é 0,25.

Assim, diante de uma soma ou subtração envolvendo número inteiro e


fração ordinária, é de todo conveniente transformar o número inteiro em
uma fração a ele equivalente e trabalharmos como se tudo fosse fração. A
operação poderá ser feita de imediato, se transformarmos o número inteiro
numa fração cujo denominador seja igual ao denominador da fração que
estamos querendo somar ou diminuir com o número inteiro.

𝟑
Exemplo: Na soma do número 2 com a fração basta raciocinar com o
𝟒
𝟖
número 2 como se fosse a fração e efetuar a conta “de cabeça” dando
𝟒
𝟏𝟏
para resultado .
𝟒

45
𝟑
Se quisermos diminuir do número 5 a fração basta raciocinar com o
𝟒
𝟐𝟎
número 5 como se fosse a fração e efetuar a conta “de cabeça” dando
𝟒
𝟏𝟕
para resultado .
𝟒

Vimos, assim, que somar ou subtrair números inteiros com frações é muito
mais simples que fazermos essas operações com duas frações que tenham
denominadores diferentes.

No caso da multiplicação e da divisão envolvendo números inteiros e


frações, basta considerar o número inteiro como sendo uma fração cujo
numerador é o próprio número e cujo denominador é 1, e, depois, efetuar
as operações envolvendo apenas frações. Assim:

Caso tenhamos a multiplicação do número cinco pela fração três quartos,


devemos imaginar a multiplicação da fração cinco sobre um pela fração
três quartos, conforme apresentado abaixo:

𝟓 𝟑 𝟓×𝟑 𝟏𝟓
× = =
𝟏 𝟒 𝟏×𝟒 𝟒
𝟐𝟎
Caso se queira a divisão da fração pelo número 4, basta efetuar a divisão
𝟑
𝟐𝟎 𝟒
da fração pela fração , conforme mostrado abaixo:
𝟑 𝟏
𝟐𝟎 𝟒 𝟐𝟎 𝟏 𝟐𝟎
dividido por é igual a multiplicado por que vale
𝟑 𝟏 𝟑 𝟒 𝟏𝟐
𝟐
Se tivermos a divisão do número 5 pela fração , basta efetuar a divisão da
𝟑
𝟓 𝟐
fração pela fração , conforme mostrado abaixo:
𝟏 𝟑

𝟓 𝟐 𝟓 𝟑 𝟏𝟓
dividido por é igual a multiplicado por que vale .
𝟏 𝟑 𝟏 𝟐 𝟐

Aqui, finalizamos o que realmente nos interessa no momento sobre


Frações Ordinárias; é de se destacar que deixamos para outra
oportunidade assuntos como a determinação do Mínimo Múltiplo Comum
de diversos números.

46
FASCÍCULO 3 (PROBLEMAS RESOLVIDOS)

1 – Uma pizza de peso 800 gramas foi dividida em 8 fatias iguais. Quantas
gramas de pizza comeu uma pessoa que comeu 3 fatias dessa pizza?

SOLUÇÃO: Ao se dividir a pizza de peso 800 gramas em 8 fatias iguais,


obteve-se 8 fatias de 100 gramas. A pessoa que comeu três dessas fatias
terá comido três vezes 100 gramas, ou seja, 300 gramas.

RESPOSTA: 300 gramas

𝟑
2 – Em um saco há 50 laranjas. Sabendo-se que dessas laranjas estão
𝟓
verdes, pergunta-se quantas são as laranjas verdes.

SOLUÇÃO: Diante de um total de 50 laranjas, e querendo saber o valor de


𝟑
desse total, podemos fazer como no caso da pizza.
𝟓
𝟏
Primeiro, dividimos o total pelo denominador 5, para saber quanto vale
𝟓
do total (corresponde a 1 pedaço de uma pizza de 50 gramas que tivesse
𝟏
sido dividida em 5 partes). Teremos: de 50 = 50 dividido por 5 = 10.
𝟓
𝟏
Em seguida, multiplicamos o valor correspondente a “ de 50” por 3, para
𝟓
𝟑
achar quanto vale de 50 (como uma pessoa que sabe quanto vale 1
𝟓
pedaço da pizza que havia sido dividida em 5 partes e quer saber quanto
𝟑 𝟏
vale 3 pedaços da pizza). Teremos: de 50 = 3 vezes de 50 = 30
𝟓 𝟓

RESPOSTA: 30 laranjas verdes

𝟒
3 – A quantidade de R$ que Carlos tem no bolso é igual a
da quantidade
𝟕
de R$ que João tem no bolso. Sabendo que João tem R$ 700,00, calcular
quanto tem Carlos.

47
𝟒
SOLUÇÃO: Considerando que João tem R$ 700,00, Carlos tem de 700.
𝟕
𝟒
Já sabemos que para determinar de 700, temos que dividir 700 por 7, e,
𝟕
depois, multiplicar o resultado achado por 4. Ora, 700 dividido por 7 dá 100,
que multiplicado por 4 dá 400.

RESPOSTA: Carlos tem R$ 400,00

𝟒
4 – Um bolo pesa de outro bolo cujo peso é 270 gramas. Determinar o seu
𝟗
peso.

𝟒
SOLUÇÃO: O problema se resume ao cálculo de de 270.
𝟗

Já vimos que basta dividir 270 por 9 (obtendo 30) e multiplicar o resultado,
30, pelo numerador da fração (4) obtendo 120.

Naturalmente, o mesmo resultado seria obtido se tivéssemos multiplicado


270 por 4 para depois dividir o produto obtido por 9. Por fim, podemos
𝟒
constatar que de 270 é o mesmo que efetuarmos a multiplicação da fração
𝟗
𝟒
pelo número inteiro 270
𝟗

RESPOSTA: 120 gramas

5 – Dar o valor das frações indicadas abaixo:

𝟐𝟎 𝟏𝟖 𝟑𝟎 𝟏𝟎 𝟏
a) ; b) ; c) ; d) ; e) .
𝟓 𝟑 𝟏𝟓 𝟐 𝟐

SOLUÇÃO: Considerando que o traço de fração é a mesma coisa que o


sinal de divisão, teremos:

Item a) 20 dividido por 5 = 4; Item b) 18 dividido por 3 = 6; Item c) 30 dividido


por 15 = 2; Item d) 10 dividido por 2 = 5; Item e) 1 divido por 2 = 0,5.

48
6 – Sabendo que uma fração tem para valor “quatro”, responder as
seguintes perguntas:

a) Qual é o numerador, caso o denominador seja 5?


b) Qual é o denominador, caso o numerador seja 32?

𝒏𝒖𝒎𝒆𝒓𝒂𝒅𝒐𝒓
SOLUÇÃO: Sabemos que uma fração, representada por , tem
𝒅𝒆𝒏𝒐𝒎𝒊𝒏𝒂𝒅𝒐𝒓
para valor a divisão do numerador pelo denominador. Assim:

𝒏𝒖𝒎𝒆𝒓𝒂𝒅𝒐𝒓
Item a) = 4. Logo, numerador é 5 vezes 4 = 20
𝟓
𝟑𝟐
Item b) = 4. Logo, 32 dá 4 vezes o denominador. Então,
𝒅𝒆𝒏𝒐𝒎𝒊𝒏𝒂𝒅𝒐𝒓
denominador é 8.

7 – Escrever três frações equivalentes a cada uma das frações dadas:

𝟐𝟎 𝟑
a) ; b)
𝟒 𝟓

SOLUÇÃO: Sabemos que para calcularmos uma fração equivalente a uma


dada fração, basta que se multiplique (ou se divida) o numerador e o
denominador da fração dada por um mesmo número. Assim, é possível se
determinar várias frações equivalentes a uma dada fração.

𝟏𝟎 𝟔𝟎 𝟏𝟎𝟎 𝟐𝟎
Item a) As três frações , e são equivalentes à fração , pois:
𝟐 𝟏𝟐 𝟐𝟎 𝟒

𝟐𝟎 𝟐𝟎 𝒅𝒊𝒗𝒊𝒅𝒐 𝒑𝒐𝒓 𝟐 𝟏𝟎
= =
𝟒 𝟒 𝒅𝒊𝒗𝒊𝒅𝒊𝒅𝒐 𝒑𝒐𝒓 𝟐 𝟐

𝟐𝟎 𝟐𝟎 𝒎𝒖𝒍𝒕𝒊𝒑𝒍𝒊𝒄𝒂𝒅𝒐 𝒑𝒐𝒓 𝟑 𝟔𝟎
= =
𝟒 𝟒 𝒎𝒖𝒍𝒕𝒊𝒑𝒍𝒊𝒄𝒂𝒅𝒐 𝒑𝒐𝒓 𝟑 𝟏𝟐

𝟐𝟎 𝟐𝟎 𝒎𝒖𝒍𝒕𝒊𝒑𝒍𝒊𝒄𝒂𝒅𝒐 𝒑𝒐𝒓 𝟓 𝟏𝟎𝟎


= =
𝟒 𝟒 𝒎𝒖𝒍𝒕𝒊𝒑𝒍𝒊𝒄𝒂𝒅𝒐 𝒑𝒐𝒓 𝟓 𝟐𝟎

𝟏𝟐 𝟏𝟖 𝟔 𝟑
Item b) As três frações , e são equivalentes à fração , pois:
𝟐𝟎 𝟑𝟎 𝟏𝟎 𝟓

𝟑 𝟑 𝒎𝒖𝒍𝒕𝒊𝒑𝒍𝒊𝒄𝒂𝒅𝒐 𝒑𝒐𝒓 𝟒 𝟏𝟐
= =
𝟓 𝟓 𝒎𝒖𝒍𝒕𝒊𝒑𝒍𝒊𝒄𝒂𝒅𝒐 𝒑𝒐𝒓 𝟒 𝟐𝟎

49
𝟑 𝟑 𝒎𝒖𝒍𝒕𝒊𝒑𝒍𝒊𝒄𝒂𝒅𝒐 𝒑𝒐𝒓 𝟔 𝟏𝟖
= =
𝟓 𝟓 𝒎𝒖𝒍𝒕𝒊𝒑𝒍𝒊𝒄𝒂𝒅𝒐 𝒑𝒐𝒓 𝟔 𝟑𝟎

𝟑 𝟑 𝒎𝒖𝒍𝒕𝒊𝒑𝒍𝒊𝒄𝒂𝒅𝒐 𝒑𝒐𝒓 𝟐 𝟔
= =
𝟓 𝟓 𝒎𝒖𝒍𝒕𝒊𝒑𝒍𝒊𝒄𝒂𝒅𝒐 𝒑𝒐𝒓 𝟐 𝟏𝟎

8 – Determinar o valor do número “n”, para que existam as seguintes


igualdades:

𝟏𝟐 𝟔 𝟑 𝟗 𝒏 𝟏𝟎 𝟓 𝒏
a) = b) = c) = d) =
𝟒 𝒏 𝒏 𝟏𝟓 𝟐 𝟒 𝟑 𝟏𝟐

SOLUÇÃO: Na igualdade de duas frações (também chamada proporção), o


produto dos extremos é igual ao produto dos meios, o que é também
chamado de multiplicação em cruz. Assim:

a) 12 n = 6 vezes 4, logo n = 2
b) 3 vezes 15 = 9 n, logo n = 5
c) 4 n = 2 vezes 10, logo n = 5
d) 5 vezes 12 = 3n, logo n = 20

9 – Simplificar as seguintes frações ordinárias:

𝟐𝟎 𝟔𝟎 𝟑𝟎 𝟖𝟎
a) b) c) d)
𝟒𝟎 𝟐𝟒 𝟏𝟐𝟎 𝟑𝟐

SOLUÇÃO: Simplificar uma fração é transformá-la na forma mais simples


que ela possa ficar, ou seja, tanto o numerador como o denominador
devem ser números inteiros de menor valor possível. Sabemos que uma
fração não se altera quando dividimos (ou multiplicamos) numerador e
denominador por um mesmo número. Assim, para obter a fração na forma
simplificada, devemos dividir seu numerador e seu denominador pelo
maior número possível que divida os dois ao mesmo tempo. Logo:

𝟐𝟎 𝟐𝟎 𝒅𝒊𝒗𝒊𝒅𝒊𝒅𝒐 𝒑𝒐𝒓 𝟐𝟎 𝟏
= =
𝟒𝟎 𝟒𝟎 𝒅𝒊𝒗𝒊𝒅𝒊𝒅𝒐 𝒑𝒐𝒓 𝟐𝟎 𝟐

𝟔𝟎 𝟔𝟎 𝒅𝒊𝒗𝒊𝒅𝒊𝒅𝒐 𝒑𝒐𝒓 𝟏𝟐 𝟓
= =
𝟐𝟒 𝟐𝟒 𝒅𝒊𝒗𝒊𝒅𝒊𝒅𝒐 𝒑𝒐𝒓 𝟏𝟐 𝟐

𝟑𝟎 𝟑𝟎 𝒅𝒊𝒗𝒊𝒅𝒊𝒅𝒐 𝒑𝒐𝒓 𝟑𝟎 𝟏
= =
𝟏𝟐𝟎 𝟏𝟐𝟎 𝒅𝒊𝒗𝒊𝒅𝒊𝒅𝒐 𝒑𝒐𝒓 𝟑𝟎 𝟒

𝟖𝟎 𝟖𝟎 𝒅𝒊𝒗𝒊𝒅𝒊𝒅𝒐 𝒑𝒐𝒓 𝟏𝟔 𝟓
= =
𝟑𝟐 𝟑𝟐 𝒅𝒊𝒗𝒊𝒅𝒊𝒅𝒐 𝒑𝒐𝒓 𝟏𝟔 𝟐

50
𝟑 𝟐 𝟕
10 – Dadas 3 frações: , e , escrevê-las com um denominador comum,
𝟒 𝟓 𝟔
nos seguintes casos:

a) O denominador comum é 120


b) O denominador comum é 60
SOLUÇÃO: Dadas diversas frações com denominadores diferentes, saber
transformá-las em frações a elas equivalentes contendo um denominador
comum é indispensável para que se efetue as operações de soma e
subtração de tais frações. A propósito, mais uma vez ressaltamos que, para
que se efetue tais operações, não é necessário que o denominador comum
seja o “mínimo múltiplo comum” dos denominadores.

Item a) denominador comum 120:

𝟑 𝑿 𝟑 𝟗𝟎
= Logo 4X = 360, ou X = 90; então: =
𝟒 𝟏𝟐𝟎 𝟒 𝟏𝟐𝟎
𝟐 𝒀 𝟐 𝟒𝟖
= Logo 5Y = 240, ou Y = 48; então: =
𝟓 𝟏𝟐𝟎 𝟓 𝟏𝟐𝟎
𝟕 𝒁 𝟕 𝟏𝟒𝟎
= Logo 6 Z = 840, ou Z = 140; então: =
𝟔 𝟏𝟐𝟎 𝟔 𝟏𝟐𝟎

Item b) denominador comum 60:

𝟑 𝑿 𝟑 𝟒𝟓
= Logo 4X = 180, ou X = 45; então =
𝟒 𝟔𝟎 𝟒 𝟔𝟎
𝟐 𝒀 𝟐 𝟐𝟒
= Logo 5Y = 120, ou Y = 24; então =
𝟓 𝟔𝟎 𝟓 𝟔𝟎
𝟕 𝒁 𝟕 𝟕𝟎
= Logo 6Z = 420, ou Z = 70; então =
𝟔 𝟔𝟎 𝟔 𝟔𝟎

11 – Verificar que uma fração não se altera quando multiplicamos (ou


dividimos) o seu numerador e o seu denominador por um mesmo número.
𝟑𝟎
Para tanto, considere a fração , que sabemos que é igual a 5, e, sobre
𝟔
ela, efetue as operações indicadas, verificando que continua dando 5, ou
seja, seu valor não se altera.

a) multiplicar numerador e denominador por 3


b) dividir numerador e denominador por 2

51
𝟑𝟎 𝟑𝟎 𝒎𝒖𝒍𝒕𝒊𝒑𝒍𝒊𝒄𝒂𝒅𝒐 𝒑𝒐𝒓 𝟑 𝟗𝟎
SOLUÇÃO: Item a) = = =5
𝟔 𝟔 𝒎𝒖𝒍𝒕𝒊𝒑𝒍𝒊𝒄𝒂𝒅𝒐 𝒑𝒐𝒓 𝟑 𝟏𝟖

𝟑𝟎 𝟑𝟎 𝒅𝒊𝒗𝒊𝒅𝒊𝒅𝒐 𝒑𝒐𝒓 𝟐 𝟏𝟓
Item b) = = =5
𝟔 𝟔 𝒅𝒊𝒗𝒊𝒅𝒊𝒅𝒐 𝒑𝒐𝒓 𝟐 𝟑

12 – Efetuar as seguintes operações:

a) Soma com denominadores iguais:

𝟑 𝟒 𝟕 𝟒
a1) + a2) +
𝟖 𝟖 𝟓 𝟓

SOLUÇÃO: Soma-se os numeradores e dá-se o mesmo denominador

𝟑 𝟒 𝟕
Item a1) + =
𝟖 𝟖 𝟖
𝟕 𝟒 𝟏𝟏
Item a2) + =
𝟓 𝟓 𝟓

b) Soma com denominadores diferentes:

𝟑 𝟓 𝟐 𝟑 𝟒
b1) + ; b2) + +
𝟒 𝟏𝟐 𝟓 𝟐𝟎 𝟑

SOLUÇÃO: Devido ao fato de as frações a serem somadas terem os


denominadores diferentes, essas frações têm que ser transformadas em
frações a elas equivalentes, contendo um mesmo denominador. Depois
disso, é só efetuar a soma das frações que passaram a ter o mesmo
denominador.

𝟑 𝟓 𝟗 𝟓 𝟏𝟒 𝟕
Item b1) + = + = que, simplificada dá
𝟒 𝟏𝟐 𝟏𝟐 𝟏𝟐 𝟏𝟐 𝟔
𝟐 𝟑 𝟒 𝟐𝟒 𝟗 𝟖𝟎 𝟏𝟏𝟑
Item b2) + + = + + =
𝟓 𝟐𝟎 𝟑 𝟔𝟎 𝟔𝟎 𝟔𝟎 𝟔𝟎

C) Subtração com denominadores iguais:

𝟓 𝟑
c1) -
𝟕 𝟕

SOLUÇÃO: Diminuem-se os numeradores e dá-se o mesmo denominador

𝟓 𝟑 𝟐
Item c1) - =
𝟕 𝟕 𝟕

52
d)Subtração com denominadores diferentes:

𝟏𝟔 𝟒 𝟏𝟐 𝟑
d1) - ; d2) -
𝟐𝟏 𝟐𝟓 𝟓 𝟏𝟓

SOLUÇÃO: Devido ao fato de as frações a serem diminuídas terem os


denominadores diferentes, essas frações têm que ser transformadas em
frações a elas equivalentes, contendo um mesmo denominador. Depois
disso, é só efetuar a subtração das frações com o mesmo denominador.

𝟏𝟔 𝟒 𝟒𝟎𝟎 𝟖𝟒 𝟑𝟏𝟔
Item d1) - = - =
𝟐𝟏 𝟐𝟓 𝟓𝟐𝟓 𝟓𝟐𝟓 𝟓𝟐𝟓
𝟏𝟐 𝟑 𝟑𝟔 𝟑 𝟑𝟑
Item d2) - = - =
𝟓 𝟏𝟓 𝟏𝟓 𝟏𝟓 𝟏𝟓

e)Multiplicação com denominadores iguais:

𝟑 𝟓
e1) ×
𝟕 𝟕

f)Multiplicação com denominadores diferentes:

𝟑 𝟓
f1) ×
𝟒 𝟕

SOLUÇÃO: Na multiplicação de frações – independente do fato de os


denominadores serem iguais ou diferentes – multiplicam-se os
numeradores e os denominadores diretamente.

𝟑 𝟓 𝟏𝟓
e1) × =
𝟕 𝟕 𝟒𝟗

𝟑 𝟓 𝟏𝟓
Item f1) × =
𝟒 𝟕 𝟐𝟖

g) Divisão com denominadores iguais e com denominadores diferentes:


𝟑 𝟒 𝟑 𝟒
g1) ÷ ; g2) ÷
𝟖 𝟖 𝟕 𝟖

SOLUÇÃO: Na divisão de duas frações, multiplica-se a fração do


numerador pelo inverso da fração do denominador.

𝟑 𝟒 𝟑 𝟖 𝟐𝟒
Item g1) ÷ = multiplicado por =
𝟖 𝟖 𝟖 𝟒 𝟑𝟐
𝟑 𝟒 𝟑 𝟖 𝟐𝟒
Item g2) ÷ = multiplicado por =
𝟕 𝟖 𝟕 𝟒 𝟐𝟖

53
h)Soma e Subtração de números inteiros com frações:

𝟑 𝟑 𝟒
h1) +2 h2) 5 + h3) 2 --
𝟖 𝟒 𝟖

SOLUÇÃO: Basta, antes de fazer a operação, transformar o número inteiro


em uma fração a ele equivalente. Para facilitar a operação, a fração
equivalente deve ter o mesmo denominador que o denominador da fração
envolvida na operação.

𝟑 𝟑 𝟏𝟔 𝟏𝟗
Item h1): +2= + =
𝟖 𝟖 𝟖 𝟖
𝟑 𝟐𝟎 𝟑 𝟐𝟑
Item h2): 5 + = + =
𝟒 𝟒 𝟒 𝟒
𝟒 𝟏𝟔 𝟒 𝟏𝟐
Item h3): 2 – = - =
𝟖 𝟖 𝟖 𝟖

i)Multiplicação de inteiro e fração:

𝟓 𝟑
i1) 3 × ; i2) x7
𝟕 𝟒

SOLUÇÃO: Basta imaginar que o número inteiro é uma fração cujo


numerador é o próprio número inteiro, e o denominador é 1, ficando, assim,
com a multiplicação de duas frações, cuja resolução é imediata.

𝟓 𝟑 𝟓 𝟏𝟓
Item i1) 3 x = x =
𝟕 𝟏 𝟕 𝟕
𝟑 𝟑 𝟕 𝟐𝟏
Item i2) x7= x =
𝟒 𝟒 𝟏 𝟒

j)Divisão de inteiro e fração:

𝟑 𝟑
j1) ÷5 j2) 4 ÷
𝟖 𝟕

SOLUÇÃO: Basta imaginar que o número inteiro é uma fração cujo


numerador é o próprio número inteiro, e o denominador é 1, ficando, assim,
com a divisão de duas frações, cuja resolução é imediata.

𝟑 𝟑 𝟓 𝟑 𝟏 𝟑
Item j1) ÷5= dividido por = multiplicado por =
𝟖 𝟖 𝟏 𝟖 𝟓 𝟒𝟎
𝟑 𝟒 𝟑 𝟒 𝟕 𝟐𝟖
Item j2) 4 ÷ = dividido por = multiplicado por =
𝟕 𝟏 𝟕 𝟏 𝟑 𝟑

54
MATEMÁTICA BÁSICA PARA TODOS

FASCÍCULO 4 – NÚMEROS RELATIVOS E PARÊNTESIS

APRESENTAÇÃO

Neste Fascículo 4, serão apresentados dois assuntos completamente


distintos: Números Relativos e Uso de Parêntesis.

A pequena quantidade de informação contida em cada um dos assuntos


justifica tratá-los em um único fascículo.

Contudo, temos que ressaltar que, apesar da quantidade de informação ser


pequena, o seu domínio é absolutamente indispensável para a
continuidade dos estudos de Matemática.

O primeiro assunto, Números Relativos, é responsável por muita dor de


cabeça de nossos estudantes.

Acontece que grande parte dos professores, em vez de tentar transmitir o


assunto de maneira mais racional, prefere induzir o aluno a uma
“decoreba” massacrante.

Neste texto, será visto que tais regras e macetes são completamente
dispensáveis, e até mesmo contraproducentes.

Na realidade, como será demonstrado, só será necessário saber de cor


uma única regra, de fácil memorização.

Quanto ao Uso do Parêntesis, o contido no Fascículo 4 abrange todo o


conhecimento necessário ao nosso estudo.

Deixaremos para outra oportunidade o estudo de outros aspectos


importantes sobre Parêntesis como, por exemplo, o estudo dos Produtos
Notáveis.

55
NÚMEROS RELATIVOS

Nosso estudo de “números relativos” (como são chamados os números


dotados de sinal) será feito a partir do raciocínio mais elementar possível,
evitando aquelas regras que atormentam a vida dos que já viram o assunto
na base da “decoreba”.

Imaginemos que uma pessoa tenha R$ 200 em sua conta bancária.

Se a pessoa depositar R$ 300, ela ficará com R$ 500, pois 200 + 300 = 500.

Se a pessoa, que tinha R$ 200, tivesse dado um cheque de R$ 50, ela teria
ficado com R$ 150, pois 200 – 50 = 150.

Caso, tendo R$ 200, a pessoa tivesse dado um cheque de R$ 200, ela ficaria
com zero, pois 200 – 200 = 0.

Naturalmente, se, tendo R$ 200, a pessoa tivesse dado um cheque de valor


acima de R$ 200, sua conta ficaria com um valor menor que zero, ou seja,
com um valor negativo.

Exemplo: se o cheque dado pela pessoa que tinha R$ 200 na conta fosse
de R$ 1000, ela ficaria com “menos oitocentos reais” em sua conta, pois
“200 menos 1000 = menos 800”.

Imaginemos, agora, as seguintes hipóteses de movimentação da conta de


outra pessoa, partindo do princípio que a conta esteja no “negativo”, com
o saldo de “menos trezentos reais”.

Hipótese 1: se a pessoa der um cheque de R$ 500, ela ficará com “menos


oitocentos reais”, pois (– 300 – 500 = – 800).

Hipótese 2: se a pessoa depositar em sua conta R$ 200, ela ficará com


“menos cem reais”, pois (– 300 + 200 = – 100).

Hipótese 3: se a pessoa depositar em sua conta R$ 300, ela ficará com


“zero”, já que (– 300 + 300 = 0).

Hipótese 4: se a pessoa depositar em sua conta R$ 700, ela ficará com


“mais quatrocentos reais”, pois (– 300 + 700 = 400).

O cheque especial é a maneira mais clara de vermos a necessidade de


trabalharmos com números dotados de sinal (números positivos e
números negativos).

Esses números dotados de sinal são chamados “números relativos”.

56
Obviamente, devemos saber fazer todas as operações com os números
relativos.

É o que veremos a seguir.

Soma e Subtração de Números Relativos

É fácil constatar que, para se efetuar a soma ou a subtração de números


relativos, desnecessário se torna decorar aquelas diversas regras que
infernizaram a vida de muitos estudantes do ensino básico.

Basta raciocinar com a movimentação da conta bancária de uma pessoa


que possa movimentar a conta mesmo estando com saldo negativo (ou,
melhor dizendo, uma pessoa que tenha o chamado “cheque especial”).

Outra maneira fácil de entendermos como se efetua a soma e a subtração


de números relativos é raciocinando com a variação de temperatura
registrada em um termômetro, conforme mostrado a seguir:

Imaginemos que se queira efetuar a conta: (50 – 20 + 5 – 40).

Basta raciocinar da seguinte maneira: Estando a temperatura a 50 graus,


se esfriar 20 graus, depois aquecer 5 graus, e depois esfriar 40 graus, a
temperatura ficará em “menos 5 graus”.

Ou seja: 50 – 20 + 5 – 40 = – 5.

Da mesma forma, teremos: – 60 + 20 + 10 – 100 + 50 = – 80.

Constatado que a soma e a subtração de números relativos podem ser


efetuadas sem o conhecimento de qualquer regra, vejamos, a seguir, como
fica a multiplicação e a divisão de números relativos.

Multiplicação e Divisão de Números Relativos

Antes de começarmos, lembremo-nos que a multiplicação de dois números


não passa de uma soma de parcelas iguais.

Assim, temos: “5 vezes 3 é igual a 3 + 3 + 3 + 3 + 3 que é igual a 15 (é


desnecessário escrever +15)”.

Do mesmo modo, temos que a multiplicação “5 vezes (– 3) é igual a – 3 – 3


– 3 – 3 – 3 = – 15”.

Isso mostra duas coisas:

1 – A multiplicação de números com sinais positivos dá para resultado


positivo;

57
2 – A multiplicação de dois números com sinais diferentes (um positivo e
outro negativo) dá para resultado um número negativo.

Resta-nos saber como fica a multiplicação de dois números que sejam


negativos.

Para entendermos que a multiplicação de dois números negativos dá para


resultado um número positivo, vejamos, antes, o que acontece com a
divisão de números relativos.

Atentemos para o seguinte exemplo:

“a divisão do número 24 pelo número 3, dá para resultado outro número


(o número 8), tal que, ele multiplicado por 3 dá para resultado 24.”

Ou seja: 24 dividido por 3 dá igual a 8, porque 8 vezes 3 é igual a 24.

Ora, isto nada mais é que a conhecida propriedade das igualdades: “um
número (no caso, 3) que está dividindo de um lado da igualdade, ao ser
passado para o outro lado vem multiplicando”.

Da mesma forma, podemos concluir que (–24) dividido por (–3) também tem
que dar 8, pois este é o número que multiplicado por (–3) é igual a (–24).

Ou seja: –24 dividido por –3 é igual a MAIS 8, porque MAIS 8 vezes –3 é


igual a –24

Assim, fica claro que, quando dividimos dois números com sinais iguais –
“mesmo que os dois sejam negativos” – o resultado será positivo.

Fica claro, também, que a divisão do número (–15) por 5 dá para resultado
(–3), pois este é o número que multiplicado por 5 dá igual a (–15).

Fica claro, ainda, que a divisão do número 15 por MENOS 5 dá para


resultado MENOS 3, pois se desse 3 positivo, teríamos a FALSA
IGUALDADE “3 vezes MENOS 5 é igual a 15”.

Por isso, temos que: 15 dividido por menos 5 = menos 3.

E, a igualdade acima acarreta o produto “MENOS 3 vezes MENOS 5 = MAIS


15”, mostrando que o produto de dois números negativos dá para resultado
um número positivo.

Portanto, podemos concluir que as regras de sinais da multiplicação e da


divisão são as mesmas.

Fica, assim, mostrado que a única regra que necessita ser conhecida para
se fazer operações com números relativos é:

58
“Na multiplicação de dois números, ou na divisão de dois números, se os
sinais forem diferentes, o resultado será negativo; se os sinais forem
iguais, a resposta será sempre positiva (mesmo se os dois números forem
negativos)”.

RESUMO DA ÓPERA:

Pelo exposto acima, dá para verificar que todas as demais regras e


“macetes” que nos foram ensinadas sobre números relativos são
absolutamente desnecessárias

USO DE PARÊNTESIS

Imaginemos a seguinte operação: 5 + 3 × 4.

Como está indicada, a operação acima poderia ter duas interpretações:


uma delas, resultante da soma de 5 com o produto de 3 vezes 4, daria para
resposta 5 + 12 = 17; a outra, resultante do produto de 8 (a soma do 5 com
o 3) pelo 4 daria para resultado 8 × 4 = 32.

Para evitar tal tipo de dúvida, a matemática utiliza o parêntesis, indicando


com ele um valor “fechado”. Assim:

5 + (3 × 4) = 5 + 12 = 17

(5 + 3) × 4 = 8 × 4 = 32

As coisas seriam bastante simples se, em todas as oportunidades em que


houvesse o risco de dupla interpretação, nós recorrêssemos aos
parêntesis.

Porém – com a justificativa de evitar uma quantidade excessiva de


parêntesis – adotou-se como regra que, em casos como o caso em estudo,
primeiro deve-se fazer a multiplicação e depois a soma.

Por essa regra, a operação 5 + 3 × 4 tem para resultado 5 + 12 = 17.

A pergunta que se faz é: Será que valeu a pena criar uma nova regra na
Matemática apenas para economizar um parêntesis?

Deixemos esta discussão para outra oportunidade, e fiquemos apenas com


a ideia segundo a qual uma expressão entre parêntesis significa uma
expressão cujo valor é “fechado”.

Exemplo: (5 + 3 – 2) + (4 × 3) – 5×(1 + 2) = 6 + 12 – 15 = 3

59
Do que foi exposto até agora sobre o uso do parêntesis, concluímos que a
operação 4 × ( 2 + 3) dá para resultado 20, que é obtido pela multiplicação
do 4 por 5.

No entanto, precisamos saber também que esta mesma conta pode ser feita
de uma maneira diferente: multiplicando-se o 4 pelo 2 e depois somando o
valor obtido com o resultado da multiplicação do 4 pelo 3.

Assim:

𝟒 𝐯𝐞𝐳𝐞𝐬 (𝟐 + 𝟑) = 𝟒 𝐯𝐞𝐳𝐞𝐬 𝟓 = 𝟐𝟎
{
𝟒 𝐯𝐞𝐳𝐞𝐬 (𝟐 + 𝟑) = 𝟒 𝐯𝐞𝐳𝐞𝐬 𝟐 + 𝟒 𝐯𝐞𝐳𝐞𝐬 𝟑 = 𝟖 + 𝟏𝟐 = 𝟐𝟎
Precisamos conhecer esta segunda maneira de fazer a mesma conta
porque muitas vezes necessitaremos efetuar a conta sem conseguir chegar
a um número para o valor do parêntesis.

Como exemplo, vejamos como efetuar “o produto de 5 pela soma 2 + A”. A


operação é feita da seguinte forma:

5 × (2 + A) = “cinco vezes dois” MAIS “cinco vezes A” que dá 10 + 5A

É de se notar que é de grande utilidade sabermos fazer, também, a


operação inversa, chamada “colocar em evidência”.

A operação “colocar em evidência” consiste em, a partir da expressão “10


+ 5 A”, chegarmos ao produto 5 (2 + A).

Notar, também, que é desnecessário o sinal de vezes antes do parêntesis


para sabermos que estamos indicando a multiplicação de 5 pela soma 2 +
A. Ou seja, tanto faz a pessoa escrever “5 × (2 + A)” como escrever “5 (2 +
A)”.

Vamos além: o sinal “×” para representar a multiplicação não só é


desnecessário, como nunca é usado. Na realidade, ele é prejudicial até
mesmo porque, em alguns casos, poderia ser confundido com a incógnita
“x”, muito usada na álgebra.

Na mesma linha de raciocínio, vemos que devemos saber que “3 (7 – 2)” é


igual a “3 vezes 7” menos “3 vezes 2”.

Assim, teremos:

𝟑(𝟕 − 𝟐) = 𝟑 𝐯𝐞𝐳𝐞𝐬 𝟓 = 𝟏𝟓
{
𝟑(𝟕 − 𝟐) = "3 vezes 7" − "𝟑 𝐯𝐞𝐳𝐞𝐬 𝟐" = 𝟐𝟏 − 𝟔 = 𝟏𝟓
Vejamos, agora o que acontece com a multiplicação de dois parêntesis.

60
Tomemos como exemplo a multiplicação do parêntesis (4 + 3) pelo
parêntesis (2 + 5).

Sabemos que “(4 + 3) multiplicado por (2 + 5)” é o mesmo que “7 vezes 7”


que dá 49.

Apesar de tal operação ser evidente, temos que saber também que ela pode
ser feita da seguinte maneira:

“(4 + 3) multiplicado por (2 + 5)” é igual a “4 vezes 2” mais “4 vezes 5”


somado com “3 vezes 2” mais “3 vezes 5”.

Ou seja:

(𝟒 + 𝟑)(𝟐 + 𝟓) = 𝟕𝐱𝟕 = 𝟒𝟗
{
(𝟒 + 𝟑)(𝟐 + 𝟓) = 𝟒𝐱𝟐 + 𝟒𝐱𝟓 + 𝟑𝐱𝟐 + 𝟑𝐱𝟓 = 𝟖 + 𝟐𝟎 + 𝟔 + 𝟏𝟓 = 𝟒𝟗
Observação:

Frequentemente, para resolver determinados problemas, é necessário


transformá-los da linguagem “corrente” para a linguagem “matemática”.
Em outras palavras, é necessário transformar o problema em uma
expressão matemática.

A seguir, exemplos de transformações de linguagem “corrente” em


linguagem “matemática”.

O dobro da soma de X com Y .............2 (X + Y)

O triplo da diferença de A e B ...............3 (A – B)

𝟑 𝟑
A soma do dobro da diferença de A e B com a fração ....... 2 (A – B) +
𝟒 𝟒

61
FASCÍCULO 4 (PROBLEMAS RESOLVIDOS)

1 – Efetuar as seguintes operações:

1 – a: 3 – 9; SOLUÇÃO: 3 – 9 = – 6

1 – b: 4 + 6 – 13; SOLUÇÃO: 4 + 6 – 13 = – 3

1 – c: – 6 + 8 – 1; SOLUÇÃO: – 6 + 8 – 1 = 1

𝟑 𝟏𝟎 𝟑 𝟏𝟎 𝟑−𝟏𝟎 −𝟕 𝟕
1 – d: – ; SOLUÇÃO: – = = =–
𝟒 𝟒 𝟒 𝟒 𝟒 𝟒 𝟒
𝟐 𝟒 𝟐 𝟒 𝟏𝟎 𝟏𝟐 𝟏𝟎−𝟏𝟐 −𝟐 𝟐
1 – e: – ; SOLUÇÃO: – = – = = =–
𝟑 𝟓 𝟑 𝟓 𝟏𝟓 𝟏𝟓 𝟏𝟓 𝟏𝟓 𝟏𝟓

𝟐 𝟑 𝟐 𝟑 𝟐 𝟐 𝟑 𝟒𝟎 𝟖 𝟏𝟓
1 – f: 2 + – ; SOLUÇÃO: 2 + – = + – = + – =
𝟓 𝟒 𝟓 𝟒 𝟏 𝟓 𝟒 𝟐𝟎 𝟐𝟎 𝟐𝟎
𝟒𝟎+𝟖−𝟏𝟓 𝟑𝟑
=
𝟐𝟎 𝟐𝟎
𝟕 𝟕 𝟕 𝟐𝟒 𝟕−𝟐𝟒 −𝟏𝟕 𝟏𝟕
1 – g: – 3; SOLUÇÃO: – 3= – = = =–
𝟖 𝟖 𝟖 𝟖 𝟖 𝟖 𝟖

1 – h: 3 × (– 4) ; SOLUÇÃO: 3 × (– 4) = – 12

𝟒 𝟐 𝟒 𝟐 𝟒×(−𝟐) −𝟖 𝟖
1 – i: × (– ) ; SOLUÇÃO: × (– ) = = =–
𝟓 𝟑 𝟓 𝟑 𝟓×𝟑 𝟏𝟓 𝟏𝟓

1 – j: (– 3) × (– 4) ; SOLUÇÃO: (– 3) × (– 4) = + 12 = 12

𝟐 𝟔 𝟐 𝟔 𝟐 𝟔 𝟏𝟐
1 – k: (– ) × (– ) ; SOLUÇÃO: (– ) × (– ) = + ( × ) = +
𝟓 𝟕 𝟓 𝟕 𝟓 𝟕 𝟑𝟓
𝟐𝟎
1 – l: 20 ÷ (– 4) ; SOLUÇÃO: 20 ÷ (– 4) = = –5
−𝟒
−𝟑𝟎 −𝟑𝟎
1 – m: ; SOLUÇÃO: = + (30÷6) = + 5 = 5
−𝟔 −𝟔

𝟒⁄ 𝟒⁄ 𝟒 𝟑 𝟒×𝟑 𝟏𝟐 𝟏𝟐
𝟓 𝟓
1 – n: −𝟐 ; SOLUÇÃO: −𝟐 = × = = =–
⁄𝟑 ⁄𝟑 𝟓 −𝟐 𝟓×(−𝟐) (−𝟏𝟎) 𝟏𝟎

𝑿 𝑿 𝑿 𝑿 𝟑𝑿 𝟒𝑿 𝑿
1 – o: – ; SOLUÇÃO: – = – =–
𝟒 𝟑 𝟒 𝟑 𝟏𝟐 𝟏𝟐 𝟏𝟐
𝐗 𝐗 𝐗 𝐗 𝟑𝑿 𝟐𝑿 𝟔𝑿 𝟑𝑿+𝟐𝑿−𝟔𝑿 −𝑿
1 – p: + – X; SOLUÇÃO: + –X= + – = =
𝟐 𝟑 𝟐 𝟑 𝟔 𝟔 𝟔 𝟔 𝟔

62
𝟓 𝟐 𝟓 𝟐 𝟏𝟓 𝟐𝑿 𝟏𝟓+𝟐𝑿
1 – q: + ; SOLUÇÃO: + = + =
𝑿 𝟑 𝑿 𝟑 𝟑𝑿 𝟑𝑿 𝟑𝑿

𝟑 𝟓 𝟑 𝟓 𝟑(𝑿−𝟐) 𝟐𝟎 𝟑(𝑿−𝟐)−𝟐𝟎
1 – r: – ; SOLUÇÃO: – = – =
𝟒 𝑿−𝟐 𝟒 𝑿−𝟐 𝟒(𝑿−𝟐) 𝟒(𝑿−𝟐) 𝟒(𝑿−𝟐)

𝑿 𝟑 𝑿 𝟑 𝑿(𝑿+𝟏) 𝟑(𝑿−𝟓)
1 – s: + ; SOLUÇÃO: + = + =
𝑿−𝟓 𝑿+𝟏 𝑿−𝟓 𝑿+𝟏 (𝑿−𝟓)(𝑿+𝟏) (𝑿−𝟓)(𝑿+𝟏)

𝑿(𝑿+𝟏)+𝟑(𝑿−𝟓) 𝑿𝟐 +𝑿+𝟑𝑿−𝟏𝟓 𝑿𝟐 +𝟒𝑿−𝟏𝟓


= =
(𝑿−𝟓)(𝑿+𝟏) (𝑿−𝟓)(𝑿+𝟏) (𝑿−𝟓)(𝑿+𝟏)

𝑿+𝟕 𝑿+𝟐 𝑿+𝟕 𝑿+𝟐 (𝑿+𝟕)(𝑿−𝟏) (𝑿+𝟐)𝟓𝑿


1 – t: + ; SOLUÇÃO: + = 𝟓𝑿(𝑿−𝟏) + =
𝟓𝑿 𝑿−𝟏 𝟓𝑿 𝑿−𝟏 𝟓𝑿(𝑿−𝟏)
(𝑿+𝟕)(𝑿−𝟏)+(𝑿+𝟐)𝟓𝑿 𝑿𝟐 −𝑿+𝟕𝑿−𝟕+𝟓𝑿𝟐 +𝟏𝟎𝒙 𝟔𝑿𝟐 +𝟏𝟔𝑿−𝟕
= =
𝟓𝑿(𝑿−𝟏) 𝟓𝑿𝟐 −𝟓𝑿 𝟓𝑿𝟐 −𝟓𝑿

2 – Estando a temperatura de uma cidade em – 8 (menos oito) graus, qual


será a nova temperatura nas seguintes hipóteses:

2 a: caso esfrie 5 graus; 2 b: caso esquente 2 graus; 2 c: caso esquente 8


graus; 2 d: caso esquente 12 graus

SOLUÇÃO: 2 a: – 8 – 5 = – 13; 2 b: – 8 + 2 = – 6; 2 c: – 8 + 8 = 0; 2 d: – 8 + 12
=+4

3 – Com quanto ficará no banco uma pessoa cuja conta está no negativo
em R$ 500,00 (diz-se que a pessoa está com “menos 500”, ou está no
“vermelho em 500”), nas seguintes hipóteses:

3 a: caso dê um cheque de R$ 300,00; 3 b: caso deposite R$ 400,00;

3 c: caso deposite R$ 500,00; 3 d: caso deposite R$ 800,00

SOLUÇÃO: 3 a: – 500,00 – 300,00 = – 800,00; 3 b: – 500,00 + 400,00 =


– 100,00; 3 c: – 500,00 + 500,00 = 0; 3 d: – 500,00 + 800,00 = + 300,00

63
4 – Efetuar as seguintes operações:

4 a: 3 (a + 5); SOLUÇÃO: 3 (a + 5) = 3a + 15

4 b: 6 (2 – m); SOLUÇÃO: 6 (2 – m) = 12 – 6m

4 c: 5 (– b – 9); SOLUÇÃO: 5 (– b – 9) = – 5b – 45

𝟒 𝟒 𝟒 𝟒 𝟒𝒃
4 d: (12 + b); SOLUÇÃO: (12 + b) = × 𝟏𝟐 + ×𝒃 = 16 +
𝟑 𝟑 𝟑 𝟑 𝟑

4 e: (a + 3) (5 – b); SOLUÇÃO: (a + 3) (5 – b) = 5a – ab + 15 – 3b

𝟒 𝟒 𝟒 𝟒
4 f: (– + 2a) (3b + 7); SOLUÇÃO: (– + 2a) (3b + 7) = (– )(3b) + (– )(7)
𝟓 𝟓 𝟓 𝟓
𝟏𝟐𝒃 𝟐𝟖
+ (2a) (3b) + 14a = – – + 6ab + 14a
𝟓 𝟓

64
MATEMÁTICA BÁSICA PARA TODOS

FASCÍCULO 5 – EQUAÇÃO E SISTEMA CONTENDO FRAÇÕES

APRESENTAÇÃO

Neste FASCÍCULO 5 não há parte teórica.

O FASCÍCULO se limita a apresentar, em sua parte prática, a resolução de


problemas sobre equação de primeiro grau e sobre sistema de equação
que deixamos para resolver depois do estudo de Frações Ordinárias, de
Números Relativos e de Parêntesis.

Assim, vamos aproveitar o espaço destinado a apresentar a parte teórica


do FASCÍCULO para exercitar a resolução de equações envolvendo
frações.

Reconhecendo a notória aversão dos alunos a operações com frações


ordinárias, vamos nos livrar de tais operações utilizando a propriedade
segundo a qual uma equação não se altera quando multiplicamos ambos
os lados por um mesmo valor.

Desse modo, diante de uma equação que contenha termos com frações,
vamos multiplicar toda a equação por um número que a transforme em uma
equação equivalente na qual não exista fração.

Caso a multiplicação de ambos os lados por um mesmo número não


transforme a equação em uma equação equivalente na qual não exista
fração, a operação deverá ser repetida até que não mais apareça termo que
contenha fração na equação.

Os exemplos a seguir apresentados são autoexplicativos.

65
RESOLUÇÃO DE EQUAÇÕES CONTENDO FRAÇÕES
𝒙
1 – Equação a ser resolvida: +5=9
𝟐
𝒙
Multiplicando por 2 ambos os lados da equação + 5 = 9, teremos:
𝟐
𝒙
2 ( + 5) = 2 (9)
𝟐

Efetuando as contas, vem: x + 10 = 18

Finalizando, a Equação x + 10 = 18 tem para solução x = 8.


𝒙
Conferência: Fazendo x = 8 na equação a ser resolvida ( + 5 = 9), teremos
𝟐
𝟖
+ 5 = 9 (igualdade válida, já que ambos os lados dão igual a 9). Logo, a
𝟐
solução x = 8 está OK

𝟑𝒙
2 – Equação a ser resolvida: –2=7
𝟒
𝟑𝒙
Multiplicando por 4 ambos os lados da equação – 2 = 7, teremos:
𝟒
𝟑𝒙
4 ( – 2) = 4 (7)
𝟒

Efetuando as contas, vem: 3x – 8 = 28

Finalizando, a Equação 3x – 8 = 28 tem para solução x = 12.

𝟑𝒙
Conferência: Fazendo x = 12 na equação a ser resolvida ( – 2 = 7),
𝟒
𝟑(𝟏𝟐)
teremos – 2 = 7 (igualdade válida, já que ambos os lados dão igual a
𝟒
7) . Logo, a solução x = 12 está OK

𝟓𝒙 𝟑𝒙
3 – Equação a ser resolvida: +4 = +5
𝟑 𝟐

𝟓𝒙 𝟑𝒙
Multiplicando por 3 ambos os lados da equação +4 = + 5, teremos:
𝟑 𝟐

𝟓𝒙 𝟑𝒙
3 ( + 4) = 3 ( + 5)
𝟑 𝟐

66
𝟗𝒙
Efetuando as contas, teremos: 5x + 12 = + 15
𝟐
𝟗𝒙
Multiplicando por 2 ambos os lados da equação 5x + 12 = + 15, vem:
𝟐
𝟗𝒙
2 (5x + 12) = 2 ( + 15)
𝟐

Efetuando as contas: 10x + 24 = 9x + 30

Finalizando, a Equação 10x + 24 = 9x + 30 tem para solução x = 6.

𝟓𝒙 𝟑𝒙
Conferência: Fazendo x = 6 na equação a ser resolvida ( +4 = + 5),
𝟑 𝟐
𝟓(𝟔) 𝟑(𝟔)
teremos +4= + 5 (igualdade válida, já que ambos os lados dão
𝟑 𝟐
igual a 14). Logo, a solução x = 6 está OK

𝟑𝒙 𝟑𝒙
4 – Equação a ser resolvida: –5= +4
𝟒 𝟓
𝟑𝒙 𝟑𝒙
Multiplicando por 4 ambos os lados da equação –5= + 4, teremos:
𝟒 𝟓
𝟑𝒙 𝟑𝒙
4 ( – 5) = 4 ( + 4)
𝟒 𝟓
𝟏𝟐𝒙
Efetuando as contas: 3x – 20 = + 16
𝟓
𝟏𝟐𝒙
Multiplicando por 5 ambos os lados da equação 3x – 20 = + 16, vem:
𝟓
𝟏𝟐𝒙
5 (3x – 20 ) = 5 ( + 16)
𝟓

Efetuando as contas: 15x – 100 = 12x + 80

Finalizando, a Equação 15x – 100 = 12x + 80 tem para solução x = 60.

𝟑𝒙 𝟑𝒙
Conferência: Fazendo x = 60 na equação a ser resolvida –5= + 4,
𝟒 𝟓
𝟑(𝟔𝟎) 𝟑(𝟔𝟎)
teremos: –5= + 4 (igualdade válida, já que ambos os lados dão
𝟒 𝟓
igual a 40). Logo, a solução x = 60 está OK

67
𝑿
5 – Equação a ser resolvida: X – + 20 = 84
𝟓
𝑿
Multiplicando por 5 ambos os lados da equação X – + 20 = 84, teremos:
𝟓
𝑿
5 (X – + 20) = 5 (84)
𝟓

Efetuando as contas: 5x – x + 100 = 420

Finalizando, a Equação 5x – x + 100 = 420 tem para solução x = 80.

𝑿
Conferência: Fazendo x = 80 na equação a ser resolvida X – + 20 = 84,
𝟓
𝟖𝟎
teremos 80 – + 20 = 84 (igualdade válida, já que ambos os lados dão
𝟓
igual a 84). Logo, a solução x = 80 está OK

𝐗 𝐗
6 – Equação a ser resolvida: + + 500 = X
𝟐 𝟑
𝐗 𝐗
Multiplicando por 2 ambos os lados da equação + + 500 = X, teremos:
𝟐 𝟑
𝐗 𝐗
2 ( + + 500) = 2 (x)
𝟐 𝟑
𝟐𝒙
Efetuando as contas: x + + 1000 = 2x
𝟑
𝟐𝒙
Multiplicando por 3 ambos os lados da equação x + + 1000 = 2x, vem:
𝟑
𝟐𝒙
3 (x + + 1000) = 3 (2x)
𝟑

Efetuando as contas: 3x + 2x + 3000 = 6x

Finalizando, a Equação 3x + 2x + 3000 = 6x tem para solução x = 3000.

𝐗 𝐗
Conferência: Fazendo x = 3000 na equação a ser resolvida + + 500 = X,
𝟐 𝟑
𝟑𝟎𝟎𝟎 𝟑𝟎𝟎𝟎
teremos + + 500 = 3000 (igualdade válida, já que ambos os lados
𝟐 𝟑
dão igual a 3000). Logo, a solução x = 80 está OK

68
𝑿 𝑿
7 – Equação a ser resolvida: +2=
𝟒 𝟑
𝑿 𝑿
Multiplicando por 4 ambos os lados da equação +2= , teremos:
𝟒 𝟑
𝑿 𝑿
4 ( + 2) = 4 ( )
𝟒 𝟑
𝟒𝒙
Efetuando as contas: x + 8 =
𝟑
𝟒𝒙
Multiplicando por 3 ambos os lados da equação x + 8 = , vem:
𝟑
𝟒𝒙
3 (x + 8) = 3 ( )
𝟑

Efetuando as contas: 3x + 24 = 4x

Finalizando, a Equação 3x + 24 = 4x tem para solução x = 24.

𝑿 𝑿
Conferência: Fazendo x = 24 na equação a ser resolvida + 2 = , teremos
𝟒 𝟑
𝟐𝟒 𝟐𝟒
+2= (igualdade válida, já que ambos os lados dão igual a 8) Logo, a
𝟒 𝟑
solução x = 24 está OK

𝑿 𝑿
8 – Equação a ser resolvida: – = 20
𝟏𝟎 𝟏𝟓
𝑿 𝑿
Multiplicando por 10 ambos os lados da equação – = 20, teremos:
𝟏𝟎 𝟏𝟓
𝑿 𝑿
10 ( – ) = 10 (20)
𝟏𝟎 𝟏𝟓
𝟏𝟎𝒙
Efetuando as contas: x – = 200
𝟏𝟓
𝟏𝟎𝒙
Multiplicando por 15 ambos os lados da equação x – = 200, vem:
𝟏𝟓
𝟏𝟎𝒙
15 (x – ) = 15 (200)
𝟏𝟓

Efetuando as contas: 15x – 10x = 3000

Finalizando, a Equação 15x – 10x = 3000 tem para solução x = 600.

69
𝑿 𝑿
Conferência: Fazendo x = 600 na equação a ser resolvida – = 20,
𝟏𝟎 𝟏𝟓
𝟔𝟎𝟎 𝟔𝟎𝟎
teremos − = 20 (igualdade válida, já que ambos os lados dão
𝟏𝟎 𝟏𝟓
igual a 20). Logo, a solução x = 24 está OK

𝐗 𝐗
9 – Equação a ser resolvida: + = 300
𝟑 𝟔
𝐗 𝐗
Multiplicando por 3 ambos os lados da equação + = 300, teremos:
𝟑 𝟔
𝐗 𝐗
3 ( + ) = 3 (300)
𝟑 𝟔
𝟑𝒙
Efetuando as contas: x + = 900
𝟔
𝟑𝒙
Multiplicando por 6 ambos os lados da equação x + = 900, vem:
𝟔
𝟑𝒙
6 (x + ) = 6 (900)
𝟔

Efetuando as contas: 6x + 3x = 5400

Finalizando, a Equação 6x + 3x = 5400 tem para solução x = 600.

𝐗 𝐗
Conferência: Fazendo x = 600 na equação a ser resolvida + = 300,
𝟑 𝟔
𝟔𝟎𝟎 𝟔𝟎𝟎
teremos + = 300 (igualdade válida, já que ambos os lados dão igual
𝟑 𝟔
a 300). Logo, a solução x = 600 está OK

𝟔𝟓−𝑿
10 – Equação a ser resolvida: 55 – X =
𝟔

𝟔𝟓−𝑿
Multiplicando por 6 ambos os lados da equação 55 – X = , teremos:
𝟔

𝟔𝟓−𝑿
6 (55 – x) = 6 ( )
𝟔

Efetuando as contas: 330 – 6x = 65 – x

70
Finalizando, a Equação 330 – 6x = 65 – x tem para solução x = 53.

𝟔𝟓−𝑿
Conferência: Fazendo x = 53 na equação a ser resolvida 55 – X = ,
𝟔
𝟔𝟓−𝟓𝟑
teremos 55 – 53 = (igualdade válida, já que ambos os lados dão igual
𝟔
a 2). Logo, a solução x = 53 está OK

𝟑𝑿
11 – Equação a ser resolvida: X – 160 =
𝟓

Multiplicando por 5 ambos os lados:

𝟑𝑿
5 (x – 160) = 5 ( )
𝟓

Efetuando as contas: 5x – 800 = 3x

Equação que tem para solução x = 400

𝟑𝑿
Conferência: Fazendo x = 400 na equação a ser resolvida X – 160 = ,
𝟓
𝟑(𝟒𝟎𝟎)
teremos 400 – 160 = (igualdade válida, já que ambos os lados dão
𝟓
igual a 240) . Logo, a solução x = 400 está OK

𝟏𝟐 𝟏𝟔
12 – Equação a ser resolvida: +2=
𝒙−𝟏 𝒙−𝟏
𝟏𝟐 𝟏𝟔
Multiplicando por “x – 1” ambos os lados da equação +2= , vem:
𝒙−𝟏 𝒙−𝟏
𝟏𝟐 𝟏𝟔
(x – 1) ( + 2) = (x – 1) ( )
𝒙−𝟏 𝒙−𝟏

Efetuando as contas: 12 + 2(x-1) = 16

Desenvolvendo: 12 + 2x – 2 = 16

Finalizando, a Equação 12 + 2x – 2 = 16 tem para solução x = 3.

𝟏𝟐 𝟏𝟔
Conferência: Fazendo x = 3 na equação a ser resolvida, + 2 =
𝒙−𝟏 𝒙−𝟏
𝟏𝟐 𝟏𝟔
teremos +2= (igualdade válida, já que ambos os lados dão igual
𝟑−𝟏 𝟑−𝟏
a 8) . Logo, a solução x = 3 está OK

71
𝟏𝟖 𝟑𝟎
13 – Equação a ser resolvida: –2= –4
𝒙+𝟐 𝒙+𝟐
𝟏𝟖 𝟑𝟎
Multiplicando por “x + 2” ambos os lados da equação –2= – 4:
𝒙+𝟐 𝒙+𝟐
𝟏𝟖 𝟑𝟎
(x + 2) ( – 2) = (x + 2) ( – 4)
𝒙+𝟐 𝒙+𝟐

Efetuando as contas: 18 – 2(x + 2) = 30 – 4 (x + 2)

Desenvolvendo: 18 – 2x – 4 = 30 – 4x – 8

Finalizando, a Equação 18 – 2x – 4 = 30 – 4x – 8 tem para solução x = 4.

𝟏𝟖 𝟑𝟎
Conferência: Fazendo x = 4 na equação a ser resolvida, –2= – 4,
𝒙+𝟐 𝒙+𝟐
𝟏𝟖 𝟑𝟎
teremos –2= – 4 (igualdade válida, já que ambos os lados dão
𝟒+𝟐 𝟒+𝟐
igual a 1) . Logo, a solução x = 4 está OK

72
FASCÍCULO 5 (PROBLEMAS RESOLVIDOS)

PROBLEMA 1

Uma fábrica produziu um lote de relógios. Calcular quantos foram os


relógios produzidos sabendo-se que a fábrica vendeu a metade para um
cliente, a terça parte para outro cliente, e ainda ficaram 500 relógios sem
serem vendidos.

SOLUÇÃO: Vamos supor que a quantidade produzida foi “X”. Logo, o


𝒙
cliente comprou a metade, comprou , e o cliente que comprou a terça
𝟐
𝒙
parte, comprou . Sabemos (apesar de o problema não falar) que o que foi
𝟑
vendido a um cliente, somado ao que foi vendido ao outro cliente, e
somado ao que restou tem que dar igual ao total que foi produzido.

𝐗 𝐗
Assim, terá que existir a seguinte igualdade: ( + + 500 = X)
𝟐 𝟑
𝐗 𝐗
EQUAÇÃO: + + 500 = X
𝟐 𝟑

RESOLUÇÃO DA EQUAÇÃO:

𝑿 𝑿
A partir da equação: + + 500 = X
𝟐 𝟑
𝑿 𝑿
Trocando de lado: + - X = – 500
𝟐 𝟑
𝑿 𝑿
Para efetuarmos a conta ( + – X), vamos transformar as três parcelas
𝟐 𝟑
em frações contendo o mesmo denominador para, depois, fazer as contas.

Vamos escolher para novo denominador o número 6, que, por acaso, é o


mínimo múltiplo comum dos denominadores 2 e 3.

𝑿 𝟑𝑿
Assim, a fração ( ) será substituída pela sua equivalente ( ), obtida
𝟐 𝟔
multiplicando por 3 o numerador e o denominador da fração inicial.

𝑿 𝟐𝑿
Da mesma forma, a fração ( ) será substituída por ( ), obtida
𝟑 𝟔
multiplicando por (2) o numerador e o denominador da fração inicial.

73
𝟔𝑿
Quanto à parcela “X”, basta substituí-la pela sua equivalente ( ).
𝟔
𝐗 𝐗
Logo, a conta ( +– X) que, em princípio, não sabemos fazer, pois as
𝟐 𝟑
frações têm denominadores diferentes será substituída pela conta a ela
𝟑𝑿 𝟐𝑿 𝟔𝑿 𝟑𝑿+𝟐𝑿−𝟔𝑿 −𝑿
equivalente ( + – ), que é igual a ( ), ou seja ( ).
𝟔 𝟔 𝟔 𝟔 𝟔
𝑿 𝑿 −𝑿
Então, a equação ( + – X = – 500) fica reduzida a ( = – 500), cuja
𝟐 𝟑 𝟔
resolução é a seguinte:

−𝑿
A partir da equação: = – 500
𝟔

Mudando de lado o denominador (6): – X = – 3000

Multiplicando por (-1) ambos os lados: X = 3000

RESPOSTA: Foram produzidos 3000 relógios.

CONFERÊNCIA: Está correta a resposta: a fábrica produziu 3000 relógios.


Ela vendeu a metade (1500) para um cliente, a terça parte (1000) para outro
cliente, ficando sobrando 500 relógios.

PROBLEMA 2
Um corredor desistiu da competição ao completar a quarta parte do
percurso total. Se tivesse corrido mais 2 km, teria completado a terça
parte do percurso total. Qual é o comprimento total do percurso?

SOLUÇÃO: Supondo que o comprimento total do percurso seja “X” km, o


𝑿
corredor desistiu da competição ao completar ( ) km. Se tivesse corrido
𝟒
𝑿
mais 2 km, teria completado ( + 2) km, que o problema diz ser a terça parte
𝟒
𝑿
do percurso total, ou seja, ser ( ) km.
𝟑
𝑿 𝑿
Logo, ( + 2) tem que ser igual a .
𝟒 𝟑
𝑿 𝑿
EQUAÇÃO: +2=
𝟒 𝟑

74
RESOLUÇÃO DA EQUAÇÃO:

𝑿 𝑿
A partir da equação: +2=
𝟒 𝟑
𝑿 𝑿
Trocando os membros de lado: - =–2
𝟒 𝟑
𝟑𝑿 𝟒𝑿
Preparando as contas: - =–2
𝟏𝟐 𝟏𝟐
𝑿
Efetuando as contas: – =–2
𝟏𝟐

Mudando o denominador de lado: – X = – 24

Multiplicando por (-1) ambos os lados: X = 24

RESPOSTA: O comprimento total do percurso é 24 km.

CONFERÊNCIA: Como o corredor desistiu da competição ao completar a


quarta parte do percurso total (de 24 km), ele desistiu ao completar 6 km.
Se tivesse corrido mais 2 km, teria corrido 8 km, que, de fato, é a terça parte
do total do percurso.

PROBLEMA 3

Uma determinada quantidade de reais deveria ser distribuída para 15


pessoas. No dia da distribuição, faltaram 5 pessoas, e a quantia foi então
dividida pelas 10 pessoas presentes. Nessas condições, cada pessoa
ganhou 20 reais a mais que teria ganhado se os 15 estivessem presentes.
Determinar a quantidade de reais que foi distribuída.

SOLUÇÃO: Considerando “X” a quantidade de reais que foi distribuída.


𝐗
Distribuindo “X” para 15 pessoas, cada pessoa ganhará ( ) reais. Como
𝟏𝟓
faltaram 5 pessoas, e a quantia “X” foi dividida por 10 pessoas, cada
𝑿 𝑿
pessoa ganhou ( ). Como, ao ganhar ( ) cada pessoa ganhou 20 reais
𝟏𝟎 𝟏𝟎
𝑿 𝑿 𝑿
a mais que se tivesse ganhado ( ), temos que ( - = 20).
𝟏𝟓 𝟏𝟎 𝟏𝟓
𝑿 𝑿
EQUAÇÃO: - = 20
𝟏𝟎 𝟏𝟓

75
RESOLUÇÃO DA EQUAÇÃO:

𝑿 𝑿
A partir da equação: - = 20
𝟏𝟎 𝟏𝟓
𝟑𝒙 𝟐𝒙
Preparando o 1° membro: - = 20
𝟑𝟎 𝟑𝟎
𝒙
Efetuando as contas: = 20
𝟑𝟎

Mudando o denominador (30) de lado: X = 600

RESPOSTA: Foram distribuídos 600 reais.

CONFERÊNCIA: Se os 600 reais tivessem sido distribuídos por 15 pessoas,


cada pessoa teria ganhado 40 reais. Como os 600 reais foram divididos por
10 pessoas, cada pessoa ganhou 60 reais. De fato, na segunda condição,
as pessoas ganharam 20 reais a mais.

PROBLEMA 4

Calcular a quantidade de alunos matriculados em uma sala, considerando


que, se a quinta parte deles abandonar os estudos, e, depois disso, 20
novos alunos forem matriculados, o total de alunos passará a ser 84.

SOLUÇÃO: Supondo que a quantidade de alunos matriculados seja “X”, o


𝑿
problema diz que, se ( ) abandonarem os estudos, e, depois disso, 20
𝟓
novos alunos forem matriculados, o total de alunos passará a ser 84. Ora,
com a informada saída e entrada de novos alunos, “a quantidade de alunos
𝑿
matriculados” passará a ser (X - + 20), quantidade esta que o problema
𝟓
diz ser 84.

𝑿
EQUAÇÃO: X - + 20 = 84
𝟓

RESOLUÇÃO DA EQUAÇÃO:

𝑿
A partir da equação: X - + 20 = 84
𝟓
𝑿
Mudando os termos de lado: X - = 84 – 20
𝟓

76
𝟒𝑿
Efetuando as contas: = 64
𝟓

Multiplicando por (5) os dois lados da equação: 4X = 320

Dividindo por (4) ambos os lados: X = 80

RESPOSTA: A quantidade de alunos matriculados é 80.

CONFERÊNCIA: De fato, havia 80 alunos matriculados. Neste caso, a quinta


parte deles (16 alunos) abandonando os estudos, e, se depois disso, 20
novos alunos forem matriculados, o total de alunos passará a ser 84.

PROBLEMA 5

Qual era o saldo existente na conta de uma pessoa, sabendo que, depois
dela depositar 4 cheques de R$ 400, e pagar compromissos com 3
cheques de R$ 600, ela ficou com metade do que tinha inicialmente?

SOLUÇÃO: Vamos imaginar que, inicialmente, existia “X” reais de saldo na


conta da pessoa.

Assim sendo, depois dela depositar 4 cheques de R$ 400 (ou seja,


depositar 1600), e pagar compromissos com 3 cheques de R$ 600 (ou seja,
pagar 1800), ficará com “X + 1600 – 1800”.

O problema diz que ela ficará com metade do que tinha inicialmente, ou
𝑿
seja, ( ). Logo, teremos:
𝟐
𝑿
EQUAÇÃO: X + 1600 – 1800 =
𝟐

RESOLUÇÃO DA EQUAÇÃO:

𝑿
A partir da equação: X + 1600 – 1800 =
𝟐
𝑿
Mudando de lado: X – = – 1600 + 1800
𝟐
𝑿
Efetuando as contas: = 200
𝟐

Passando o (2) para o outro lado: X = 400

RESPOSTA: O saldo existente na conta era 400 reais.

77
CONFERÊNCIA: Tendo, a pessoa, 400 reais, se ela depositar 4 cheques de
R$ 400, aumentará 1600 reais em sua conta, ficando com 2000 reais. Após
isso, pagando compromissos com 3 cheques de R$ 600, ela diminuirá 1800
reais de sua conta, ficando com 200 reais, que é a metade dos 400 que tinha
inicialmente. Logo, 400 reais é a resposta correta!

PROBLEMA 6

“Hoje, Antônio tem 65 anos e Paulo tem 55 anos. Há quanto tempo atrás,
a idade de Paulo era a sexta parte da idade de Antônio?”

SOLUÇÃO: Suporemos que a idade de Paulo era a sexta parte da idade de


Antônio há “X” anos atrás. Ora, nessa época, Antônio tinha (65 – X) anos e
Paulo tinha (55 – X) anos. Logo, afirmar que, nessa época, a idade de Paulo
𝟔𝟓−𝑿
era a sexta parte da idade de Antônio é afirmar que (55 – X = ).
𝟔

𝟔𝟓−𝑿
EQUAÇÃO: 55 – X =
𝟔

RESOLUÇÃO DA EQUAÇÃO:

𝟔𝟓−𝑿
A partir da equação: 55 – X =
𝟔

Mudando o (6) de lado: 6 (55 – X) = 65 – X

Multiplicando o indicado: 330 – 6X = 65 – X

Trocando de lado: – 6X + X = 65 – 330

Efetuando as contas: – 5X = – 265

Multiplicando por (-1): 5X = 265

Dividindo a equação por (5): X = 53

RESPOSTA: Há 53 anos atrás, a idade de Paulo era a sexta parte da idade


de Antônio.

CONFERÊNCIA: O problema falou que, hoje, Antônio tem 65 anos e Paulo


tem 55 anos. Logo, há 53 anos atrás, a idade de Paulo era 2 anos e a idade
de Antônio era 12 anos. Portanto, a resposta está correta pois 2 é a sexta
parte de 12.

78
PROBLEMA 7

Ana foi a uma papelaria e comprou canetas e lapiseiras. Gastou 30 reais


pelas canetas e 20 reais pelas lapiseiras. Sabendo-se que o preço de uma
caneta é o dobro do preço de uma lapiseira e sabendo-se ainda que Ana
comprou 4 lapiseiras mais que a quantidade de canetas, pergunta-se
quantas foram as canetas e as lapiseiras compradas por Ana.

SOLUÇÃO: Consideremos que Ana comprou X canetas e Y lapiseiras.


𝟑𝟎
Como gastou 30 reais pelas canetas, cada caneta custou . Como gastou
𝑿
𝟐𝟎
20 reais pelas lapiseiras, cada lapiseira custou . Como o preço de uma
𝒀
𝟑𝟎
caneta é o dobro do preço de uma lapiseira, concluímos que é o dobro
𝑿
𝟐𝟎 𝟑𝟎 𝟐𝟎
de . Logo, a primeira equação do sistema é = 2 , ou, a primeira
𝒀 𝑿 𝒀
𝟑𝟎 𝟒𝟎
equação do sistema é = , ou, ainda, multiplicando em cruz, 30Y =
𝑿 𝒀
40X. Dividindo por 10 ambos os lados da equação, vem “3Y= 4X”. Isso nos
permite escrever a primeira equação do sistema na forma “4 X – 3 Y = 0”.

Como Ana comprou 4 lapiseiras mais que a quantidade de canetas, temos


para segunda equação do sistema “Y – X = 4”, que, ordenada (colocada em
ordem, primeiro a incógnita X, depois a incógnita Y) dá “– X + Y = 4”. Logo:

𝟒𝑿 − 𝟑𝒀 = 𝟎
SISTEMA: {
−𝑿 + 𝒀 = 𝟒
RESOLUÇÃO DO SISTEMA:

Para resolver o sistema acima pelo “método da adição”, tanto faz qualquer
das duas alternativas a seguir mencionadas:

Alternativa 1 – O sistema equivalente ser obtido permanecendo com a


primeira equação, e colocando, em lugar da segunda equação, a mesma
multiplicada por 4, ou seja, – 4X + 4Y = 16. Nesta hipótese, depois de somar
lado a lado, teremos Y = 16, e, consequentemente, X = 12.

Alternativa 2 – O sistema equivalente ser obtido permanecendo com a


primeira equação, e colocando, em lugar da segunda equação, a mesma
multiplicada por 3, ou seja, – 3X + 3Y = 12. Nesta hipótese, depois de somar
lado a lado, teremos X = 12, e, consequentemente, Y = 16.

RESPOSTA: Ana comprou 12 canetas e 16 lapiseiras.

79
CONFERÊNCIA: O problema disse que Ana “Gastou 30 reais pelas
canetas”. Como calculamos que ela comprou 12 canetas, cada caneta tem
que ter custado (30 dividido por 12, que é igual a R$ 2,50).

O problema disse, também, que Ana gastou “20 reais pelas lapiseiras”.
Como calculamos que ela comprou 16 lapiseiras, cada lapiseira tem que ter
custado (20 dividido por 16), que é igual a R$ 1,25.

Com os números acima, vê-se que são verdadeiras as seguintes


afirmativas: “o preço de uma caneta é o dobro do preço de uma lapiseira”
e “Ana comprou 4 lapiseiras mais que a quantidade de canetas”.

PROBLEMA 8

Num estacionamento, existem carros e motos num total de 110 veículos e


300 rodas. Quantos são os carros e quantas são as motos?

SOLUÇÃO: Chamando de X a quantidade de carros e de Y a quantidade de


motos, a primeira equação do sistema é imediata: “X + Y = 110”.

Considerando que cada carro tem 4 rodas, a quantidade de rodas de carros


é 4X; da mesma maneira, a quantidade de rodas de moto é 2Y. Logo, a
segunda equação do sistema é “4X + 2Y = 300”.

𝑿 + 𝒀 = 𝟏𝟏𝟎 (𝑬𝑸𝑼𝑨ÇÃ𝑶 𝑰)
SISTEMA: {
𝟒𝑿 + 𝟐𝒀 = 𝟑𝟎𝟎 (𝑬𝑸𝑼𝑨ÇÃ𝑶𝑰𝑰)

RESOLUÇÃO DO SISTEMA:

Multiplicaremos a equação I por “menos 2”, ficando o sistema equivalente


como abaixo:

−𝟐𝑿 − 𝟐𝒀 = −𝟐𝟐𝟎
{
𝟒𝑿 + 𝟐𝒀 = 𝟑𝟎𝟎
Somando lado a lado, teremos 2X = 80, ou X = 40. Levando esse valor de X
na equação I, concluímos que Y = 70.

RESPOSTA: 40 carros e 70 motos

CONFERÊNCIA: Havendo 40 carro (que têm 160 rodas) e 70 motos (que têm
140 rodas), temos 110 veículos e 300 rodas, como determina o problema.

PROBLEMA 9

Calcular a idade de Manoel e de Pedro, sabendo que, há dois anos atrás, a


idade de Manoel era seis vezes a idade de Pedro, e, daqui a dez anos, a
idade de Manoel será o dobro da idade de Pedro.

80
SOLUÇÃO: O problema pede para que determinemos a idade, hoje, de
Manoel e de Pedro. Consideremos que a idade de Manoel hoje seja X, e a
idade de Pedro hoje seja Y. O problema diz, também, que, há dois anos
atrás, a idade de Manoel era seis vezes a idade de Pedro. Ora, há dois anos
atrás, Manoel tinha (X – 2) anos, e a idade de Pedro era (Y – 2) anos. Como
o problema diz que, nessa época, a idade de Manoel era seis vezes a idade
de Pedro, temos: X – 2 = 6 (Y – 2), ou, “X – 2 = 6 Y – 12”, equação que,
ordenada, dá “X – 6Y = – 10”.

O problema diz, ainda, que daqui a dez anos, a idade de Manoel será o
dobro da idade de Pedro. Ora, sabemos que, daqui a dez anos, a idade de
Manoel será (X + 10), e a idade de Pedro será (Y + 10). Como o problema diz
que, nessa época, a idade de Manoel será o dobro da idade de Pedro,
teremos: X + 10 = 2 (Y + 10), ou, X + 10 = 2 Y + 20, ou, ainda: X – 2Y = 10.

𝑿 − 𝟔𝒀 = −𝟏𝟎
SISTEMA: {
𝑿 − 𝟐𝒀 = 𝟏𝟎
RESOLUÇÃO DO SISTEMA:

Pelo “método da adição”, tanto podemos somar lado a lado, como


podemos diminuir lado a lado as duas equações. Neste caso, vamos optar
por fazer “segunda equação menos primeira equação”.

Assim: X – 2Y – (X – 6Y) = 10 – (– 10).

Ou: X – 2Y – X + 6Y = 10 + 10.

Fazendo as contas, teremos: 4 Y = 20

Dividindo por (4) ambos os lados: Y = 5.

Substituindo (Y por 5) na 1ª equação, vem: X – 6(5) = – 10.

Fazendo as contas: X – 30 = – 10.

Ou, finalmente, X = 20

RESPOSTA: Manoel tem 20 anos e Pedro tem 5 anos.

CONFERÊNCIA: Há dois anos atrás, a idade de Manoel era seis vezes a


idade de Pedro, pois Manoel tinha 18 anos e Pedro tinha 3 anos. E, daqui a
dez anos, a idade de Manoel será o dobro da idade de Pedro, pois Manoel
terá 30 anos, e Pedro terá 15 anos. Logo, a resposta está correta.

81
PROBLEMA 10

Uma pessoa foi ao supermercado e comprou abacaxis e melões.


Determinar a quantidade de cada fruta que a pessoa comprou, sabendo
que: a) se cada abacaxi custar 2 reais e cada melão custar 6 reais, a
pessoa gastará 50 reais; b) se cada abacaxi custar 3 reais e cada melão
custar 5 reais, a pessoa gastará 55 reais.

SOLUÇÃO: Considerando que a quantidade comprada de abacaxis seja X


e a quantidade de melões seja Y, as condições impostas pelo problema se
traduzem como a seguir esclarecido.

A condição “a” estipula que se cada abacaxi custar 2 reais e cada melão
custar 6 reais, a pessoa gastará 50 reais. Ora, se cada abacaxi custar 2
reais, comprando X abacaxis, a pessoa gastará 2X reais; e, se cada melão
custar 6 reais, comprando Y melões, a pessoa gastará 6Y reais. Então, de
acordo com esta condição, teremos que 2X + 6Y = 50.

A condição “b” estipula que se cada abacaxi custar 3 reais e cada melão
custar 5 reais, a pessoa gastará 55 reais. Ora, se cada abacaxi custar 3
reais, comprando X abacaxis, a pessoa gastará 3X reais; e, se cada melão
custar 5 reais, comprando Y melões, a pessoa gastará 5Y reais. Então, de
acordo com esta condição, teremos que 3X + 5Y = 55

𝟐𝑿 + 𝟔𝒀 = 𝟓𝟎
SISTEMA: {
𝟑𝑿 + 𝟓𝒀 = 𝟓𝟓
RESOLUÇÃO DO SISTEMA:

Para resolvermos este sistema pelo “método da adição”, teremos que, ao


somarmos as duas equações lado a lado, obter uma equação de primeiro
grau com apenas uma incógnita. Ou seja, a resolução do sistema deve se
transformar na resolução de uma equação com apenas uma incógnita, o
que é uma coisa imediata. Para isso, ao somarmos lado a lado, uma
incógnita terá que desaparecer.

No caso, para desaparecer com a incógnita Y, vamos multiplicar a primeira


equação por 5, e a segunda equação por (–6). O sistema equivalente ao
sistema original ficará, então, como mostrado a seguir.

𝟏𝟎𝑿 + 𝟑𝟎𝒀 = 𝟐𝟓𝟎


{
−𝟏𝟖𝑿 − 𝟑𝟎𝒀 = −𝟑𝟑𝟎
Somando lado a lado, teremos: (– 8X = – 80), o que acarretará X = 10.

Levando o valor de X, 10, na primeira equação do sistema original, teremos:


2(10) + 6Y = 50, cuja solução é Y = 5.

82
RESPOSTA: 10 abacaxis e 5 melões.

CONFERÊNCIA: Tendo comprado 10 abacaxis e 5 melões, as duas


condições impostas pelo problema ficarão satisfeitas, como será visto a
seguir.

Primeira condição: se cada abacaxi custar 2 reais e cada melão custar 6


reais, a pessoa gastará 50 reais, pois gastará 20 reais em abacaxis e 30
reais em melões. Segunda condição: se cada abacaxi custar 3 reais e cada
melão custar 5 reais, a pessoa gastará 55 reais, pois gastará 30 reais em
abacaxis e 25 reais em melões.

PROBLEMA 11

Numa oficina, temos parafusos defeituosos e parafusos perfeitos.


Determinar a quantidade de defeituosos e a quantidade de perfeitos,
sabendo de duas coisas: a) o dobro dos parafusos perfeitos somado com
o triplo dos parafusos defeituosos é igual ao dobro dos parafusos
existentes somado com 100; b) o triplo dos perfeitos somado com o
dobro dos defeituosos é igual ao dobro dos parafusos existentes mais 50.

SOLUÇÃO: Supondo que temos X parafusos defeituosos e Y parafusos


perfeitos, “o dobro dos parafusos perfeitos somado com o triplo dos
parafusos defeituosos” é representado pela seguinte expressão “2Y + 3 X”.
Já “o dobro dos parafusos existentes somado com 100” é representado
por “2 (X + Y) + 100”. Como a condição “a” nos diz que essas duas
quantidades são iguais, teremos que a equação correspondente à
condição “a” é “2Y + 3 X = 2 (X + Y) + 100”.

Transformemos, a seguir, o que determina a condição “b” em uma


equação. Ora, “o triplo dos perfeitos somado com o dobro dos
defeituosos” é representado pela expressão “3 Y + 2 X” e “o dobro dos
parafusos existentes mais 50” é representado por “2(X + Y) + 50”. Como a
condição “b” nos diz que essas duas quantidades são iguais, teremos, em
consequência que a equação correspondente à condição “b” é a seguinte:
“3 Y + 2 X = 2(X + Y) + 50”.

𝟐𝒀 + 𝟑𝑿 = 𝟐(𝑿 + 𝒀) + 𝟏𝟎𝟎
SISTEMA: {
𝟑𝒀 + 𝟐𝑿 = 𝟐(𝑿 + 𝒀) + 𝟓𝟎

RESOLUÇÃO DO SISTEMA:

Fazendo as contas:
𝟐𝒀 + 𝟑𝑿 = 𝟐𝑿 + 𝟐𝒀 + 𝟏𝟎𝟎
{
𝟑𝒀 + 𝟐𝑿 = 𝟐𝑿 + 𝟐𝒀 + 𝟓𝟎
83
Trocando os termos de lado:

𝟐𝒀 + 𝟑𝑿 − 𝟐𝑿 − 𝟐𝒀 = 𝟏𝟎𝟎
{
𝟑𝒀 + 𝟐𝑿 − 𝟐𝑿 − 𝟐𝒀 = 𝟓𝟎
Ou, finalmente:
𝑿 = 𝟏𝟎𝟎
{
𝒀 = 𝟓𝟎
RESPOSTA: A quantidade de parafusos defeituosos é 100, e a quantidade
de parafusos perfeitos é 50.

CONFERÊNCIA: O item “a” diz que o dobro dos parafusos perfeitos (100)
somado com o triplo dos parafusos defeituosos (300) é igual ao dobro dos
parafusos existentes (dobro de 150) somado com 100. OK, ambos dão 400.

O item “b” diz que o triplo dos perfeitos (150) somado com o dobro dos
defeituosos (200) é igual ao dobro dos parafusos existentes (dobro de 150)
mais 50. OK, pois ambos dão 350.

PROBLEMA 12

A metade da quantia que João tem no bolso excede de 20 reais a quantia


que Pedro tem. A quantia que João tem no bolso excede de 85 reais a
metade da quantia que Pedro tem. Determinar quanto tem no bolso cada
um dos amigos.

SOLUÇÃO: Supondo que João tenha X reais e Pedro tenha Y reais, para
satisfazer a primeira condição do problema “A metade da quantia que João
tem no bolso excede de 20 reais a quantia que Pedro tem”, teremos a
𝑿
seguinte igualdade: – 20 = Y.
𝟐

E para satisfazer a segunda condição do problema “A quantia que João


tem no bolso excede de 85 reais a metade da quantia que Pedro tem”, a
𝒀
seguinte igualdade terá que existir: X – 85 =
𝟐
𝑿
– 𝟐𝟎 = 𝐘
𝟐
SISTEMA: { 𝒀
𝐗 − 𝟖𝟓 =
𝟐

84
RESOLUÇÃO DO SISTEMA:

Para evitar fazer contas com frações, podemos empregar o artificio de


multiplicar ambos os lados da equação por um mesmo número. Neste
problema, poderemos multiplicar ambos os lados da primeira equação por
2, e, coincidentemente, também multiplicar por 2 ambos os lados da
segunda equação.

Assim, o novo sistema, dito “equivalente” ao inicial é:

𝑿 − 𝟒𝟎 = 𝟐𝒀
{
𝟐𝑿 − 𝟏𝟕𝟎 = 𝒀
𝑿 − 𝟐𝒀 = 𝟒𝟎
Ordenando os termos, teremos: {
𝟐𝑿 − 𝒀 = 𝟏𝟕𝟎
𝑿 − 𝟐𝒀 = 𝟒𝟎
Multiplicando a 2ª equação por (- 2) {
− 𝟒𝑿 + 𝟐𝒀 = −𝟑𝟒𝟎
Somando lado a lado as duas equações do sistema, cairemos na equação
do primeiro grau (– 3X = – 300), que dá para resposta X = 100. Voltando com
o valor de X = 100 na equação X – 2Y = 40, teremos 100 – 2Y = 40, que,
resolvida dá Y = 30

RESPOSTA: João tem 100 reais e Pedro tem 30 reais.

CONFERÊNCIA: O problema afirmou que “A metade da quantia que João


tem no bolso (50 reais) excede de 20 reais a quantia que Pedro tem (30
reais)”, o que se verifica.

Afirmou também que “A quantia que João tem no bolso (100 reais) excede
de 85 reais a metade da quantia que Pedro tem (15 reais)”, o que também
se verifica.

85
MATEMÁTICA BÁSICA PARA TODOS

FASCÍCULO 6 – POTÊNCIA E RAÍZES

APRESENTAÇÃO

Nesta oportunidade, falaremos de Potências e de Raízes, dois assuntos


estreitamente ligados e, ambos, indispensáveis ao estudo de Equações de
Segundo Grau, que será apresentado no próximo fascículo.

Na parte que trata de Potências, serão apresentados apenas os conceitos


iniciais que terão de ser conhecidos para o estudo de Equações de
Segundo Grau.

Da mesma forma, na parte que trata de Raízes, serão apresentados apenas


os conceitos iniciais que terão de ser conhecidos para o estudo de
Equações de Segundo Grau.

O estudo detalhado de ambas as matérias, da maior importância para


diversas partes da Matemática, será apresentado em outra oportunidade.

86
1 – POTÊNCIA

Sabemos que da soma de várias parcelas iguais originou-se a operação


“multiplicação”. Assim, da soma 2 + 2 + 2 originou-se o produto 2 vezes 3.

Da mesma forma, do produto de vários fatores iguais, originou-se a


operação “potenciação”. Assim, do produto 3 x 3 x 3 x 3 originou-se a
potência 3 elevado a 4.

Diz-se que 7 elevado a 3 é uma potência de base 7 e de expoente 3. Tal


potência é escrita com o número 7 na posição normal e um pequeno 3 na
parte superior à direita da base 7, ou seja, 𝟕𝟑 .

Ela tem para valor 7 x 7 x 7 que é igual a 343.

A partir desses conhecimentos de Potências e do que já estudamos de


Equações, poderemos falar a respeito de Grau de uma Equação, assunto
que será tratado no FASCÍCULO 7.

Lembremo-nos dos seguintes conhecimentos de Equações: 1 – Equação é


uma igualdade que contém letras em lugar de números; 2 – A letra utilizada
para auxiliar a resolução do problema (usualmente, a letra “x”) é chamada
Incógnita; 3 – determinar o valor da incógnita de tal forma que os dois lados
da equação sejam iguais é chamado Resolver a Equação.

2 – RAÍZES

Assim como a operação inversa da multiplicação é a divisão, a operação


inversa da potenciação é a radiciação.

Exemplo: da multiplicação “3x8 = 24”, temos a divisão “24 dividido por 3 =


8”; da potência “2 elevado a 4 = 16”, criou-se a “raiz de ordem 4 de 16 = 2”.

A seguir, algumas notas sobre raízes:

1 – Afirmar que a “raiz de ordem 4 de 16 = 2” é, simbolicamente, escrito


𝟒
como indicado: √𝟏𝟔 = 2
2 – Do que sabemos, podemos dizer: “raiz de ordem 8 (ou raiz oitava) do
número 97” é um certo número N que elevado a 8 dá para resultado 97, ou
seja, se “raiz oitava de 97 é N, então N elevado a 8 é igual a 97”.
Simbolicamente, teremos:
𝟖
Se √𝟗𝟕 = N então 𝑵𝟖 = 97

87
3 – Quando queremos indicar a raiz quinta de um número N, escrevemos
𝟓
√𝑵 e dizemos que 5 é o índice da raiz e N é o radicando.
4 – A raiz de índice 2, também chamada raiz quadrada, é tão comum que
até dispensa-se escrever o número 2 quando se representa a raiz quadrada.
𝟐
Assim, √𝟗 significa a mesma coisa que √𝟗.
5 – É necessário que se saiba de cor as raízes quadradas correspondentes
aos dez primeiros números inteiros. Ou seja, temos que saber de cor que
√𝟖𝟏 = 9, que √𝟒𝟗 = 7 e que √𝟑𝟔 = 6.

6 – Além da raiz quadrada, a única outra raiz que tem nome especial é a raiz
de índice 3, chamada raiz cúbica.

7 – Não existe, no campo real, raiz quadrada de número negativo. Não


existe, no campo real, raiz quadrada de número negativo porque a
multiplicação de qualquer número (positivo ou negativo) por si mesmo
sempre dá para resposta um número positivo. Exemplo: Não existe a raiz
quadrada de (– 9) porque tanto o produto de “(+ 3) por (+ 3)”, como o
produto de “(– 3) por (– 3)” dá para resposta (+9).

88
FASCÍCULO 6 (PROBLEMAS RESOLVIDOS)

1 – Efetuar as seguintes operações:

1 a) 𝟕𝟐 ; SOLUÇÃO: 𝟕𝟐 = 7 vezes 7 = 49

𝟓 𝟓 𝟓 𝟓 𝟐𝟓
1 b) ( )𝟐 ; SOLUÇÃO: ( )𝟐 = 𝟑 𝐯𝐞𝐳𝐞𝐬 =
𝟑 𝟑 𝟑 𝟗
𝟐 𝟐 𝟐𝟑 𝟖 𝟏
1 c) ( )𝟑 ; SOLUÇÃO: (𝟒)𝟑 = 𝟒𝟑 = 𝟔𝟒 = 𝟖
𝟒

1 d) −𝟐𝟑 ; SOLUÇÃO: −𝟐𝟑 = (-2)(-2)(-2) = − 8

1 e) 𝟑𝟐 + 𝟐𝟑 ; SOLUÇÃO: 𝟑𝟐 + 𝟐𝟑 = 9 + 8 = 17

𝟐 𝟐
1f) √𝟔𝟒 ; 𝐒𝐎𝐋𝐔ÇÃ𝐎: √𝟔𝟒 = √𝟔𝟒 = + 8 e – 8

(já que tanto um quanto outro multiplicado por si mesmo dá igual a 64)
𝟐 𝟐
1g) √−𝟑𝟔 ; SOLUÇÃO: √−𝟑𝟔 = √−𝟑𝟔 = (não existe no campo
real, já que não existe número real que multiplicado por si mesmo dá -36)

1h) Determinar o valor da expressão √𝑩𝟐 − 𝟒𝑨𝑪, considerando que


A = 1, B = “menos 9” e C =18; SOLUÇÃO: √𝑩𝟐 − 𝟒𝑨𝑪 = √(−𝟗)𝟐 − 𝟒(𝟏)(𝟏𝟖) =
√𝟖𝟏 − 𝟕𝟐 = √𝟗 = + 3 e – 3

1i) Determinar qual o valor da expressão " − B ±√𝑩𝟐 − 𝟒𝑨𝑪”


considerando que A = 1, B = “menos 9” e C = 20; SOLUÇÃO: Calcularemos,
primeiramente o valor de √𝑩𝟐 − 𝟒𝑨𝑪, que é igual a √(−𝟗)𝟐 − (𝟒)(𝟏)(𝟐𝟎), ou
√𝟖𝟏 − 𝟖𝟎, ou ainda √𝟏, que é igual a 1. Logo, " − B ±√𝑩𝟐 − 𝟒𝑨𝑪” é igual a
“mais nove ± 1”, expressão que tem duas respostas: 10 e 8.

1j) Uma das fórmulas mais utilizadas em Matemática é a que dá as


− 𝐁 ±√𝑩𝟐 − 𝟒𝑨𝑪
duas raízes de uma equação de segundo grau: . Determinar
𝟐𝑨
o valor da expressão para o caso em que A = 1, B = 2 e C = − 15.

− 𝐁 ±√𝑩𝟐 − 𝟒𝑨𝑪 − 𝟐 ±√𝟐𝟐 − 𝟒(𝟏)(−𝟏𝟓) − 𝟐 ±√𝟒− (−𝟔𝟎) − 𝟐 ±√𝟔𝟒


SOLUÇÃO: = = = =
𝟐𝑨 𝟐(𝟏) 𝟐 𝟐
−𝟐±𝟖 −𝟐+𝟖 −𝟐−𝟖
que dá para resposta dois valores: =3e = “menos 5”.
𝟐 𝟐 𝟐

89
MATEMÁTICA BÁSICA PARA TODOS

FASCÍCULO 7 – EQUAÇÃO DE SEGUNDO GRAU

APRESENTAÇÃO
Para que se entenda a matéria deste FASCÍCULO 7, Equação de Segundo
Grau, é necessário que o aluno compreenda bem os conceitos que foram
vistos em sistemas de equações – que, por sua vez, depende do
conhecimento de equação de primeiro grau. Além disso, para entender
Equação do Segundo Grau, o aluno deverá adicionar à sólida noção de
sistemas de equações acima mencionada, as noções elementares de
potências e de raízes abordadas no FASCÍCULO 6.

Isto, sem se esquecer de falar nos conceitos de frações ordinárias,


números relativos (números dotados de sinal) e operações com parêntesis,
assuntos que já haviam sido necessários ao aprofundamento do estudo de
equação de primeiro grau, o nosso primeiro assunto em Álgebra.

Assim, dá para constatar que, ao dominar Equação de Segundo Grau, o


aluno estará capacitado na espinha dorsal da Álgebra (equações de
primeiro e de segundo grau e sistemas de equações), parte da Matemática
absolutamente indispensável ao prosseguimento do estudo da matéria e
de outros assuntos que dela dependem, como, por exemplo, a Física.

Pelo que foi dito, fica acentuada a mais marcante característica da


Matemática: a interligação entre os diversos assuntos que compõem a
matéria. E é da maior importância notar que, em consequência de referida
interligação, para se entender determinado assunto da matéria, é de todo
necessário que o aluno saiba os outros assuntos dos quais ela depende.

Nesta altura, torna-se interessante salientar que, devido a tal interligação,


o aprendizado de Matemática é completamente diferente do aprendizado
de outras áreas do conhecimento. Tomemos como exemplo a História,
onde a pessoa pode saber tudo da Segunda Guerra Mundial, e nada da
Primeira; outro exemplo pode ser encontrado na Geografia, onde a pessoa
pode saber tudo da Europa, e nada da Ásia.

Portanto, dá para se concluir que um aluno só entenderá determinadas


partes da Matemática se ele for capacitado em seus pré-requisitos. Em
obediência aos princípios ressaltados, começaremos do “zero” os novos
conceitos sobre equações de segundo grau, e, raciocinando junto com o
leitor, caminharemos no sentido de alcançar nosso objetivo.

É o que se segue.

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EQUAÇÃO DE SEGUNDO GRAU

Imaginemos o seguinte problema:

Determinar dois números de tal forma que sua soma dá 13 e o seu


produto dá 42.

O sistema de equações correspondente ao problema proposto é facilmente


obtido. É o que é conhecido como sistema “soma-produto”, no caso, o
seguinte:

Equação I: x + y = 13

Equação II: xy = 42

Tirando o valor de y na Equação I, (x + y = 13), vem y = 13 – x

Levando o valor de “y” na Equação II (xy = 42), teremos: x (13 – x) = 42

Como o produto x (13 – x) vale 13x – 𝑿𝟐 , a equação x (13 – x) = 42 dará:


13x - 𝑿𝟐 = 42

Notemos que a resolução do sistema nos levou a uma situação diferente


daquelas com as quais estávamos acostumados. Agora apareceu a
multiplicação da incógnita “x” por ela mesma. Dizemos que “x” está
elevado ao segundo grau, ou “x” está elevado ao quadrado. A equação
correspondente é chamada EQUAÇÃO DE SEGUNDO GRAU, e a sua
resolução é obtida de uma maneira especial, como veremos mais à frente.

Antes de entrarmos no estudo das equações de segundo grau, vamos


definir o que é Grau de uma Equação.

Chama-se Grau de uma Equação ao valor do expoente máximo ao qual está


elevada a incógnita da equação.

Logo, temos:

I– 4x + 3 = 2x – 7 (Equação do 1º grau)

II – 4𝑿𝟐 + 12 = 3𝑿𝟐 + 8X – 3 (Equação do 2º grau)

III – 𝑿𝟒 – 7𝑿𝟐 = 4𝑿𝟑 – 34X + 24 (Equação do 4º grau)

Importante: é provado que uma equação apresenta tantas soluções


(também chamadas raízes) quanto o seu grau. Lembremo-nos que solução
de uma equação é o valor numérico da incógnita para o qual a equação se
torna uma igualdade verdadeira.

91
Como o número de raízes de uma equação é igual ao seu grau, podemos
afirmar:

1 – Uma equação do primeiro grau apresenta uma única solução.


Assim, a equação 4x + 3 = 2x – 7 tem como única solução o valor – 5.

2 – Uma equação do segundo grau apresenta, normalmente, duas


soluções. Por exemplo, a equação 4𝑿𝟐 + 12 = 3𝑿𝟐 + 8X – 3 tem como
raízes os valores 3 e 5.

3 – Uma equação do quarto grau apresenta quatro soluções. Assim, a


equação 𝑿𝟒 – 7𝑿𝟐 = 4𝑿𝟑 – 34X + 24 tem como soluções os valores 1, 2,
4 e – 3.

É de se ressaltar que – até o presente momento – só sabemos resolver


equações de 1º grau. A resolução de equações de 2º grau será estudada
nesta oportunidade. E, a resolução de equações de grau superior a dois só
será estudada num estágio mais avançado da matemática.

É de se ressaltar, também, que – mesmo nos casos em que não sabemos


resolver a equação – nós sempre podemos conferir se um determinado
número é, ou não, solução da equação. Em outras palavras, sempre
podemos checar se um determinado número é, ou não, raiz de uma
equação.

Logo, é de todo aconselhável que, depois de resolver uma equação, a


pessoa cheque para saber se o valor encontrado está correto.

Para efeito de exemplificação, vamos constatar a seguir, como podemos


conferir que os valores 1, 2, 4 e – 3 são, de fato, as raízes da equação de
quarto grau 𝑿𝟒 – 7𝑿𝟐 = 4𝑿𝟑 – 34X + 24.

*O valor 1 é raiz da equação, pois, substituindo “X” pelo valor 1, teremos:

𝟏𝟒 − 𝟕(𝟏)𝟐 = 𝟒(𝟏)𝟑 − 𝟑𝟒(𝟏) + 𝟐𝟒


Efetuando as contas: 1 – 7 = 4 – 34 + 24

Ou: – 6 = – 6, o que é uma igualdade de fato

*O valor 2 é raiz da equação, pois, substituindo “X” pelo valor 2, teremos:

𝟐𝟒 − 𝟕(𝟐)𝟐 = 𝟒(𝟐)𝟑 − 𝟑𝟒(𝟐) + 𝟐𝟒


Efetuando as contas: 16 – 28 = 32 – 68 + 24

Ou: – 12 = – 12, o que é uma igualdade de fato

92
*O valor 4 é raiz da equação, pois, substituindo “X” pelo valor 4, teremos:

𝟒𝟒 − 𝟕(𝟒)𝟐 = 𝟒(𝟒)𝟑 − 𝟑𝟒(𝟒) + 𝟐𝟒


Efetuando as contas: 256 – 112 = 256 – 136 + 24

Ou: 144 = 144, o que é uma igualdade de fato

*O valor “–3” é raiz da equação, pois, substituindo “X” por “–3”, teremos:

(−𝟑)𝟒 − 𝟕(−𝟑)𝟐 = 𝟒(−𝟑)𝟑 − 𝟑𝟒(−𝟑) + 𝟐𝟒


Efetuando as contas: 81 – 63 = – 108 + 102 + 24

Ou: 18 = 18, o que é uma igualdade de fato

O que foi visto para a equação de 4º grau do exemplo acima – verificar se


um determinado número é raiz de uma equação – pode ser visto para
qualquer equação. Assim, no caso que é o objeto de nosso estudo,
Equação de 2º Grau, devemos verificar se as duas raízes por nós
calculadas satisfazem à equação correspondente.

Conhecidos os conceitos acima, vamos, a seguir, ao estudo da equação de


segundo grau.

Sabemos que equação de segundo grau é uma igualdade na qual aparece


uma letra, chamada incógnita, elevada ao expoente 2. Sabemos, também,
que determinar o valor numérico que deve ter essa letra de tal forma que a
equação represente, de fato, uma igualdade é o chamado “resolver a
equação” ou “determinar as raízes da equação”.

Para resolver uma equação do 2º grau, devemos, antes de tudo, colocá-la


na forma A𝑿𝟐 +BX+C=0, bastando, para tanto, que se utilize das
conhecidíssimas propriedades das igualdades, que nos permitem mudar
seus termos de lado. A seguir, um exemplo de como colocar uma equação
dada na forma “A𝑿𝟐 + BX + C = 0”.

Equação dada: 3𝑿𝟐 – 3X + 10 = 2X + 4 + 2𝑿𝟐

Passando todos os termos para o primeiro lado, teremos:

3𝑿𝟐 – 2𝑿𝟐 – 3X – 2X + 10 – 4 = 0

Ou, fazendo as contas: 𝑿𝟐 – 5X + 6 = 0

Comparando a equação 𝑿𝟐 – 5X + 6 = 0 com a forma geral A𝑿𝟐 + BX + C = 0,


teremos os seguintes valores: A = 1; B = – 5; C = 6.

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Resumidamente, sabemos as três coisas a seguir:

Primeira: Resolver uma equação do 2º grau é determinar os valores de “x”


que tornam a equação uma igualdade “de fato”. Segunda: Normalmente,
uma equação do 2º grau apresenta dois valores que a satisfazem. Esses
valores são chamados soluções ou raízes da equação. Terceira: Qualquer
equação de 2º grau pode ser colocada na forma A𝑿𝟐 + BX+ C = 0, na qual A,
B e C são chamados coeficientes.

Diferentemente da resolução da equação do 1º grau, a resolução da


equação do 2º grau é feita por meio de uma fórmula. Objetivando não
perdermos a sequência do raciocínio, deixaremos para outra oportunidade
a demonstração da fórmula (chamada fórmula de Bhaskara) que nos
permite calcular as duas raízes da equação.

Pela fórmula de Bhaskara, as raízes x’ e x” da equação A𝑿𝟐 + BX+ C = 0


sempre têm os seguintes valores:

−𝑩+√𝑩𝟐 −𝟒𝑨𝑪 −𝑩−√𝑩𝟐 −𝟒𝑨𝑪


X’ = ; X” =
𝟐𝑨 𝟐𝑨

A seguir, como exemplo, vamos aplicar a fórmula de Bhaskara para


resolver a equação 𝑿𝟐 – 5X + 6 = 0.

Nesta equação, os valores dos coeficientes são: A = 1; B = – 5; C = 6.

Então, substituindo os valores de A, B e C na fórmula de Bhaskara,


teremos:

𝟓+√𝟐𝟓−𝟐𝟒 𝟓− √𝟐𝟓−𝟐𝟒
X’ = = 3 ; X”= =2
𝟐 𝟐

Conferindo os valores, tanto da raiz 3 como da raiz 2, na equação 𝑿𝟐 – 5X


+ 6 = 0, dá para verificar que ambos estão corretos. É o que se segue:

 valor 3: 𝟑𝟐 – 5 (3) + 6 = 9 – 15 + 6 = 0
 valor 2: 𝟐𝟐 – 5 (2) + 6 = 4 – 10 + 6 = 0

NOTA: Ao utilizar a fórmula de Bhaskara, para evitar confusão nas contas,


é usual, mas não obrigatório, chamar de ∆ a expressão (𝑩𝟐 – 4AC),
radicando da raiz quadrada que se encontra na fórmula, e calcular seu valor
à parte. Então, as raízes ficam:

−𝑩+√∆ −𝑩−√∆
X’ = ; X” =
𝟐𝑨 𝟐𝑨

94
O fato é que qualquer equação de segundo grau pode ser resolvida pela
fórmula de Bhaskara.

Contudo, é muito importante saber que algumas equações de segundo


grau podem ser resolvidas mais facilmente utilizando a propriedade
conhecida como “relação entre coeficientes e raízes”. É o que será
mostrado a seguir.

São duas as relações entre os coeficientes (A, B e C) e as raízes (X’ e X”)


de uma equação de segundo grau colocada na forma A𝑿𝟐 + BX+ C = 0. Uma
das relações nos dá o produto das duas raízes, ou seja, o produto X’ vezes
X”. A outra relação nos dá a soma das duas raízes (X’ mais X”).

Vejamos, primeiramente, a relação entre a soma das raízes e os


coeficientes da equação.

Considerando o valor de X’ e de X”, efetuar a sua soma nada mais é que


fazer a soma de duas frações com denominadores iguais. É o seguinte:

−𝑩+√𝑩𝟐 −𝟒𝑨𝑪 −𝑩−√𝑩𝟐 −𝟒𝑨𝑪


X’ + X” = +
𝟐𝑨 𝟐𝑨

Apesar do tamanho da expressão, esta soma de duas frações é fácil de ser


feita, pois, como os denominadores são iguais, a soma será uma fração
cujo denominador é o próprio denominador igual, e cujo numerador é a
soma dos numeradores. Assim, teremos:

−𝑩+√𝑩𝟐 −𝟒𝑨𝑪−𝑩−√𝑩𝟐 −𝟒𝑨𝑪


X’ + X” =
𝟐𝑨
−𝟐𝑩
Efetuando as contas, vem: X’ + X” =
𝟐𝑨
−𝑩
Que dá, finalmente: X’ + X” =
𝑨

Muito bem. Está correto: em qualquer equação do 2º grau, a soma das duas
−𝑩
raízes é igual a .
𝑨

Contudo, de nada adianta saber que, em qualquer equação do 2º grau, a


−𝑩
soma das suas duas raízes é igual a .
𝑨

O que é importante, e muito importante mesmo, é podermos concluir que


– “no caso em que A = 1” – a soma das duas raízes é igual a (– B).

95
A seguir, a relação entre o produto das raízes e os coeficientes da equação.

Efetuando o produto das duas raízes, teremos:

𝑪
X’ vezes X” =
𝑨

Isso nos mostra que, em qualquer equação do segundo grau, o produto de


𝑪
suas duas raízes é igual a .
𝑨

Mas isso não serve para nada.

O que é importante é podermos concluir que – “no caso em que A = 1” – o


produto das duas raízes é igual a C.

NOTA: As duas relações entre coeficientes e raízes acima demonstradas


são realmente importantes, e poderão facilitar nossa vida em muitas
oportunidades. Assim, é de todo necessário que elas sejam sabidas “de
cabeça”. Elas podem ser resumidas em uma só propriedade, a saber:

“Em uma equação de 2º grau da forma 𝑨𝑿𝟐 + BX + C = 0, na qual o


coeficiente A é igual a 1, o produto das duas raízes é igual a “C”, e a soma
das duas raízes é igual a “menos B”.

Será mostrado, a seguir, como a referida relação entre coeficientes e raízes


é utilizada para resolver uma equação colocada na forma A𝒙𝟐 + Bx + C = 0
na qual o valor de A é igual a 1.

APLICAÇÃO DA SOMA PRODUTO

Observação: a aplicação da “soma produto” só é viável se “o valor de A for


igual a 1” e se os valores de “B” e de “C” forem de fácil manuseio. Caso
estas condições não sejam atendidas, teremos de utilizar a fórmula de
Bhaskara, que, apesar de trabalhosa, sempre resolve a equação. Vejamos
o caso da equação 𝑿𝟐 – 5X + 6 = 0, que já havíamos resolvido antes pela
fórmula de Bhaskara.

Aplicando a “soma produto”, nosso problema se resume a determinar X’ e


X”, tais que sejam obedecidas as seguintes condições:

𝐨 𝐩𝐫𝐨𝐝𝐮𝐭𝐨 𝐗 ′ 𝐯𝐞𝐳𝐞𝐬 𝐗" 𝐭𝐞𝐦 𝐪𝐮𝐞 𝐝𝐚𝐫 𝐨 𝐯𝐚𝐥𝐨𝐫 𝐝𝐞 𝐂 (+𝟔)


{
𝐚 𝐬𝐨𝐦𝐚 𝐝𝐞 𝐗 ′ 𝐜𝐨𝐦 𝐗" 𝐭𝐞𝐦 𝐪𝐮𝐞 𝐝𝐚𝐫 𝐨 𝐯𝐚𝐥𝐨𝐫 𝐝𝐞 – 𝐁 (+𝟓)

Calculando experimentalmente, chega-se a { 𝑿 = 𝟐
𝑿" = 𝟑
96
Nota 1: A determinação dos dois números (raízes) que obedeçam a relação
“soma e produto” é feita por experimentação. É conveniente começar pelo
produto, pois o sinal de C já nos orienta: se C for positivo, as raízes têm o
mesmo sinal; se C for negativo, as raízes terão sinais contrários.

Nota 2: Só compensa utilizar a relação para resolver a equação quando a


determinação dos dois números é relativamente fácil, como no caso dado.
Vejamos, em seguida, uma equação bastante parecida com a que foi
mostrada, que, contudo, não dará para ser resolvida pela “soma produto”.

Equação a ser resolvida: 𝒙𝟐 – 5x + 3 = 0

𝒐 𝒑𝒓𝒐𝒅𝒖𝒕𝒐 𝑿′ 𝒗𝒆𝒛𝒆𝒔 𝑿" 𝒕𝒆𝒎 𝒒𝒖𝒆 𝒅𝒂𝒓 + 𝟑


{
𝒂 𝒔𝒐𝒎𝒂 𝒅𝒆 𝑿′ 𝒄𝒐𝒎 𝑿" 𝒕𝒆𝒎 𝒒𝒖𝒆 𝒅𝒂𝒓 + 𝟓
Visto que é, praticamente, impossível determinar por experimentação dois
números que multiplicados dão 3, e, somados dão 5, teremos que utilizar a
fórmula de Bhaskara para determina-los. Aplicando Bhaskara, teremos:

𝟓+√𝟏𝟑 𝟓−√𝟏𝟑
X’ = ; X” =
𝟐 𝟐

Obviamente, experimentando, nunca chegaríamos aos dois valores acima


calculados para X’ e X” (que somados dão 5, e multiplicados dão 3).

Nota 3: Com a utilização da relação entre coeficientes e raízes, podemos,


facilmente, montar uma equação de segundo grau cujas raízes sejam por
nós escolhidas. Por exemplo: Determinar a equação de segundo grau cujas
duas raízes são X’= 3 e X”= – 5.

Sabemos que a equação procurada terá a forma A𝑿𝟐 + BX+ C = 0.

No caso, teremos: 1 – A soma das raízes (X’= 3 e X”= – 5) dá “menos dois”.


Logo, o valor do coeficiente B será “mais 2”. 2 – O produto das raízes (X’=
3 e X”= –5) dá “menos quinze”. Logo, o valor do coeficiente C será “menos
15”. 3 – Sabemos que “a soma das raízes é igual a menos B” e “o produto
das raízes é igual a C” apenas no caso em que “o valor de A é igual a 1”.

Assim, a equação procurada será: “𝑿𝟐 + 2X – 15 = 0”.

NOTA FINAL:

Aqui fica terminada a parte teórica dos sete fascículos que levaram o aluno
do nível “zero” ao completo domínio de Equação de Segundo Grau. A
seguir, a bateria de problemas de equação de segundo grau.

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FASCÍCULO 7 (PROBLEMAS RESOLVIDOS)

PROBLEMA 1

Determinar dois números sabendo que a sua soma dá 15 e o produto de


um pelo outro tem para resultado 54. Para efeito de treinamento, resolver
este problema dando os seguintes passos: a) montar o sistema de
equações; b) resolver o sistema de equações, que, necessariamente,
levará a uma equação de segundo grau; c) resolver a equação do
segundo grau pela fórmula de Bhaskara; d) checar as raízes encontradas,
tanto na equação, quanto no texto do problema.

SOLUÇÃO: Chamando de X e Y os dois números e sabendo que a sua soma


dá 15, teremos que ter “X + Y = 15”; além disso, sabendo que o produto de
um pelo outro tem para resultado 54, teremos que ter “XY = 54”. Assim:
𝐗 + 𝐘 = 𝟏𝟓
SISTEMA DE EQUAÇÕES: {
𝐗𝐘 = 𝟓𝟒
RESOLUÇÃO DO SISTEMA:

Este sistema não dá para ser resolvido pelo “Método da Adição”. Vamos
resolvê-lo pelo “Método da Substituição”, tirando o valor de Y na primeira
equação, e substituindo-o na segunda equação. É o que veremos a seguir.

De X + Y = 15, teremos: Y = 15 – X

Substituindo Y por “15 – X” na equação “XY = 54”, teremos:

X (15 – X) = 54

Ou, efetuando a multiplicação de “X” pelo parêntesis (15 – X):

15X – 𝑿𝟐 = 54

Ordenando: – 𝑿𝟐 + 15X – 54 = 0.

Colocada a equação na forma A𝑿𝟐 + BX + C = 0, vamos resolvê-la. Como


sabemos, toda equação do segundo grau pode ser escrita na forma A𝑿𝟐 +
BX + C = 0. E, de um modo geral, apresenta duas soluções (chamadas
raízes) dadas pelas fórmulas de Bhaskara, a seguir apresentadas:

−𝑩+√𝑩𝟐 −𝟒𝑨𝑪 −𝑩−√𝑩𝟐 −𝟒𝑨𝑪


X’ = ; X”=
𝟐𝑨 𝟐𝑨

No caso da equação (– 𝑿𝟐 + 15X – 54 = 0), temos: A = – 1; B = 15; C = – 54.


Calculando à parte, temos “𝑩𝟐 – 4AC” = 225 – 216 = 9. Então, os valores
das raízes são:

98
−𝟏𝟓+√𝟗 −𝟏𝟓−√𝟗
X’ = = 6 ; X”= =9
−𝟐 −𝟐

RESPOSTA: Os números procurados são 6 e 9

CONFERÊNCIA: Conforme orientação do problema, checaremos os valores


das raízes encontradas (6 e 9) na equação “– 𝑿𝟐 + 15X – 54 = 0”. É o que
se vê a seguir.

A raiz 6 está correta, pois quando “X é igual a 6”, teremos “ – 36 + 90 – 54


= 0”. A raiz 9 também está correta, pois quando “X = 9”, teremos “– 81 +
135 – 54 = 0”.

Para checarmos os valores “6 e 9” no problema, basta verificarmos que “a


sua soma dá 15 e o produto de um pelo outro tem para resultado 54”, o que
de fato ocorre, pois “6 + 9 = 15” e “6 vezes 9 = 54”.

PROBLEMA 2

Determinar dois números sabendo que a sua soma dá 19 e o produto de


um pelo outro tem para resultado 84.

SOLUÇÃO: Chamando um dos números de X e o outro de Y, teremos que


resolver o sistema formado pelas duas equações “X + Y = 19” e “XY = 84”,
que, como será mostrado a seguir, nos levará a uma equação do segundo
grau.

𝐗 + 𝐘 = 𝟏𝟗
A partir do sistema: {
𝐗𝐘 = 𝟖𝟒
Tirando o valor de Y na equação X + Y = 19, vem: Y = 19 – X

Substituindo Y por (19 – X) na 2ª equação (XY = 84), vem: X (19 – X) = 84

Multiplicando o “X” por (19 – X), teremos : 19X – 𝑿𝟐 = 84

Colocando em ordem, fica: – 𝑿𝟐 + 19 X = 84

Deixando apenas “zero” no segundo membro, fica: – 𝑿𝟐 + 19 X – 84 = 0

Multiplicando ambos os lados por (–1), teremos: 𝑿𝟐 – 𝟏𝟗𝑿 + 84 = 0

Logo, para determinar o valor de X, basta resolver a equação do segundo


grau originada da resolução do sistema formado pelas equações “X + Y =
19” e “XY = 84”, ou seja, resolver a equação 𝑿𝟐 – 𝟏𝟗𝑿 + 84 = 0.

99
EQUAÇÃO: 𝑿𝟐 – 𝟏𝟗𝑿 + 84 = 0

RESOLUÇÃO DA EQUAÇÃO:

A equação em questão – assim como qualquer outra equação do segundo


grau – pode ser resolvida pela fórmula de Bhaskara, já apresentada.

Para a aplicação da fórmula neste caso, teremos: A = 1; B = – 19; C = 84; e,


em consequência, 𝑩𝟐 – 4AC = 25. Logo:

𝟏𝟗+√𝟐𝟓 𝟏𝟗−√𝟐𝟓
X’ = = 12 e X”= =7
𝟐 𝟐

RESPOSTA: Os números são 12 e 7

CONFERÊNCIA: Para conferir se 12 e 7 são as raízes da equação 𝑿𝟐 – 𝟏𝟗𝑿 +


84 = 0, vamos fazer como a seguir:

Substituindo X por 12 na equação (𝑿𝟐 – 𝟏𝟗𝑿 + 84 = 0), teremos: (144 – 228


+ 84 = 0), o que dá para concluir que o valor (X = 12) está correto.

Substituindo X por 7 na equação (𝑿𝟐 – 𝟏𝟗𝑿 + 84 = 0), teremos: (49 – 133 +


84 = 0), o que dá para concluir que o valor (X = 7) está correto.

Verificamos, assim, a validade da utilização da fórmula de Bhaskara para a


resolução de uma equação de segundo grau.

Na realidade, o correto é conferirmos o resultado com os dizeres do


problema, já que poderia ter acontecido um erro ao passarmos do
problema para a equação.

A seguir, a conferência pelo problema:

O problema pediu para “Determinar dois números sabendo que a sua soma
dá 19 e o produto de um pelo outro tem para resultado 84”. E, como
podemos ver “12 + 7 = 19” e “12 vezes 7 = 84”. Assim, “12 e 7” são os dois
únicos números que satisfazem as condições impostas.

NOTA IMPORTANTE:

Conforme foi visto na parte teórica, a utilização das “relações entre


coeficientes e raízes” facilita muito a resolução de determinadas equações
de segundo grau (como a equação em questão).

De acordo com citadas relações, em qualquer equação de segundo grau


cujo valor de “A” é igual a 1, o produto das duas raízes é igual ao valor de
“C”, e a soma das duas raízes é igual a “menos B”.

100
Assim, resolver a equação (𝑿𝟐 – 𝟏𝟗𝑿 + 84 = 0) é o mesmo que “determinar
dois números sabendo que a sua soma dá 19 e o produto de um pelo outro
tem para resultado 84”.

Logicamente, só usaremos as “relações entre coeficientes e raízes” nos


casos em que, além de ser possível, o seu uso é fácil.

No caso, “determinar dois números sabendo que a sua soma dá 19 e o


produto de um pelo outro tem para resultado 84”, devemos começar por
procurar dois números inteiros cujo produto seja 84. Devemos começar
pelo produto, pois, se o produto for negativo, sabemos de cara que as duas
raízes terão sinais diferentes e se o produto for positivo, as duas raízes
terão o mesmo sinal.

E, entre os vários números inteiros cujo produto é 84 (1 vezes 84; 2 vezes


42; 3 vezes 28; 4 vezes 21; 6 vezes 14 e 7 vezes 12), verificar se alguma
dobradinha dá para soma 19. Vê-se que a dobradinha 7 e 12 é a única que
satisfaz às condições impostas.

PROBLEMA 3

Calcular dois números de tal forma que somados dão “três” e


multiplicados um pelo outro tem-se para resultado “menos cinqüenta e
quatro.

SOLUÇÃO: Os números procurados, que também são as raízes da equação


do segundo grau “𝑿𝟐 – 3X – 54 = 0”, podem ser calculados por
“experimentação”, conforme será a seguir mostrado. Devemos, sempre,
começar a trabalhar com o produto das duas raízes.

Os dois números cujo produto dá “menos 54” têm que ter sinais contrários
(um é positivo, e o outro negativo).

Conforme sabemos, os números inteiros que dão para produto 54 são: “1


vezes 54”; “2 vezes 27”; “3 vezes 18” e “6 vezes 9”.

Sabendo, também, que a soma das duas raízes terá que ser igual a “mais
três”, teremos que os números procurados são “9 e menos 6”.

RESPOSTA: Os números são “9” e “menos 6”.

CONFERÊNCIA: De fato, a soma dos dois números (9) e (menos 6) dá para


resultado (3), e o produto dos dois dá para resultado (– 54).

101
PROBLEMA 4

Sabendo-se que o perímetro do retângulo é a soma de seus quatro lados


e que a sua área é o produto de suas duas dimensões (comprimento e
largura), calcular as dimensões de um retângulo cujo perímetro é 30
metros e cuja área é 44 metros quadrados.

SOLUÇÃO: Chamando de X um dos lados do retângulo e de Y o outro lado,


o seu perímetro será “2X + 2Y” e a sua área será “XY”. Logo, o sistema
será:

Equação 1: 2x + 2y = 30

Equação 2: xy = 44

Dividindo a primeira equação por 2, teremos o sistema equivalente:

𝑿 + 𝒀 = 𝟏𝟓
{
𝑿𝒀 = 𝟒𝟒
Resolvendo o sistema, cairemos na equação 𝑿𝟐 – 15X + 44 = 0

EQUAÇÃO: 𝑿𝟐 – 15X + 44 = 0

RESOLUÇÃO DA EQUAÇÃO:

Em vez de utilizarmos a fórmula de resolução da equação de segundo grau,


notamos, sem dificuldade, que os números “11 e 4” satisfazem as
condições impostas: a soma ser 15 e o produto ser 44.

RESPOSTA: Os lados do retângulo são 11 e 4.

CONFERÊNCIA: De fato, o perímetro do retângulo (11 + 11 + 4 + 4) é 30, e a


área (11 vezes 4) é 44.

PROBLEMA 5

Determinar a equação do 2° grau que tem para raízes os valores 4 e 5.

SOLUÇÃO: É uma equação da forma A𝑿𝟐 + BX + C = 0, em que o valor de A


é igual a “1”, o valor de B é “menos 9” (pois a soma das raízes é “mais 9”)
e o valor de C é “20” (pois o produto das raízes é “20”).

RESPOSTA: A equação é 𝑿𝟐 – 9X + 20 = 0

CONFERÊNCIA: O valor “4” é raiz da equação, já que “16 – 36 + 20 = 0”. O


valor “5” também é raiz da equação, pois “25 – 45 + 20 = 0”.

102
NOTA:

Para efeito de treinamento, é aconselhável que o próprio aluno se exercite,


resolvendo problemas deste tipo por ele mesmo criado. O aluno pode criar
equações de segundo grau que tenha raízes por ele mesmo arbitradas.

𝟑
Ele pode, por exemplo, determinar uma equação cujas raízes sejam − e
𝟒
𝟐
+ . E, depois de determinar a equação, o próprio aluno deve verificar se a
𝟕
equação por ele obtida tem as raízes que ele havia arbitrado inicialmente.
No caso, tal tipo de exercício servirá não só para o aluno testar seus
conhecimentos de equação de segundo grau como também para que ele
relembre as operações com frações ordinárias e com números relativos.

PROBLEMA 6

Determinar o valor de “m” de tal forma que uma das raízes da equação
"𝑿𝟐 –12X + m = 0” tenha para valor 3.

SOLUÇÃO: Sabemos que a soma das raízes da equação "𝑿𝟐 –12X + m = 0”


é “12”. Como, por exigência do problema, uma das raízes deve ser “3”, a
outra raiz tem que ser “9”. Logo, o valor de “m” é igual a “27”, já que o
termo independente é o produto das duas raízes, 3 e 9.

RESPOSTA: O valor de “m” é 27

CONFERÊNCIA: Como “m” é 27, a equação fica 𝑿𝟐 – 12X + 27 = 0, cujas


raízes são “3” e “9”. Logo, a resposta (o valor de “m” é 27) está correta.

NOTA: A solução de um problema deste tipo será muito trabalhosa se a


pessoa não souber utilizar a relação “soma produto”. Dá para imaginar a
confusão que seria fazê-lo utilizando a fórmula de Bhaskara.

PROBLEMA 7

Calcular o número cujo quadrado somado com o dobro do número dá


para resultado 80.

SOLUÇÃO: Considerando que o número seja “X”, a afirmativa segundo a


qual o seu “quadrado somado com o dobro do número dá para resultado
80” é traduzida pela equação “𝑿𝟐 + 2X = 80”. Teremos, então:

103
EQUAÇÃO: 𝑿𝟐 + 2X = 80

RESOLUÇÃO DA EQUAÇÃO:

A partir da equação: 𝑿𝟐 + 2X = 80

Colocando em ordem: 𝑿𝟐 + 2X – 80 = 0

Como o coeficiente A de 𝑿𝟐 tem para valor “1”, resolveremos essa equação


utilizando a “relação entre coeficientes e raízes”. Sabendo que uma das
raízes será positiva e a outra negativa, pois elas dão para produto um
número negativo (– 80), e sabendo, ainda, que a maior delas é negativa,
pois a soma das duas dá o número negativo (– 2), deduzimos que elas são
“menos10” e “8”.

RESPOSTA: Dois são os números que obedecem às condições do


problema, o “menos10” e o “8”.

CONFERÊNCIA: A exigência é que o quadrado do número somado com o


seu dobro seja igual a 80. Conferindo o número “–10”: (−𝟏𝟎)𝟐 + 2 (−10) =
80 ou seja: 100 – 20 = 80. OK!!!Conferindo o número “8”: 64 + 16 = 80. OK!!!

PROBLEMA 8

Determinar o comprimento e a largura de uma piscina retangular,


sabendo que o comprimento tem 1 metro a mais que a largura, e sabendo
também que a área da piscina é igual a 20 metros quadrados.

SOLUÇÃO: Chamando de “X” a largura, o comprimento será “(X + 1)”, e


como a área é o produto das duas dimensões, teremos que “X (X + 1) = 20”,
ou “𝐗 𝟐 + X = 20”, o que, ordenando dá “𝑿𝟐 + X – 20 = 0”

EQUAÇÃO: 𝑿𝟐 + X – 20 = 0

RESOLUÇÃO DA EQUAÇÃO:

Aplicando a “relação entre coeficientes e raízes”, basta determinar dois


números cujo produto seja “menos 20” (portanto, dois números de sinais
contrários) e cuja soma seja “menos 1” (portanto, o número negativo é o
maior dos dois números).

Logo, facilmente, fica visto que as raízes são “4” e “menos 5”. Como não
existe uma largura “negativa”, o valor “menos 5”, apesar de resolver a
equação, não pode ser considerado como resposta do problema. Assim, a
largura da piscina é “4” e, em consequência, o seu comprimento é “5”.

104
RESPOSTA: Comprimento 5 metros e largura 4 metros.

CONFERÊNCIA: Com isso , tem-se que “o comprimento tem 1 metro a mais


que a largura”, e que “a área da piscina é igual a 20 metros quadrados”.

PROBLEMA 9
𝟑
Calcular um número tal que a soma de sua metade com 𝟒 de seu
quadrado dá para resposta 4.

SOLUÇÃO: Considerando que seja “X” a resposta procurada, a sua metade


𝑿 𝟑 𝟑
será , e de seu quadrado será ( 𝑿𝟐 ).
𝟐 𝟒 𝟒
𝑿 𝟑
Assim, terá que existir a seguinte igualdade ( + 𝑿𝟐 = 4)
𝟐 𝟒
𝑿 𝟑
EQUAÇÃO: + 𝑿𝟐 = 4
𝟐 𝟒

RESOLUÇÃO DA EQUAÇÃO:

Para evitar trabalhar com frações, multiplicaremos toda a equação por 4.

𝑿 𝟑
Logo: 4 ( + 𝑿𝟐 ) = 4 vezes 4
𝟐 𝟒

Fazendo as contas, virá: 2X + 3𝑿𝟐 = 16. Ordenando: 3𝑿𝟐 + 2X – 16 = 0.

Usando Bhaskara para os valore A = 3; B = 2; C = – 16 (o que dará ∆ = 𝑩𝟐


– 4AC = 196), teremos:

−𝟐+ √𝟏𝟗𝟔 −𝟐+𝟏𝟒


X’ = = =2
𝟔 𝟔

−𝟐−√𝟏𝟗𝟔 −𝟐−𝟏𝟒 𝟏𝟔 𝟖
X”= = =– =–
𝟔 𝟔 𝟔 𝟑

RESPOSTA: Dois são os números que atendem ao pedido no problema: o


𝟖
número “2” e o número “– “ (menos oito terços).
𝟑

CONFERÊNCIA: Verifiquemos, a seguir, que os dois números satisfazem a


𝟑
condição do problema: “a soma de sua metade com de seu quadrado dá
𝟒
para resposta 4”.

105
𝟐 𝟑
Verificando o número “2”: + (4) = 1 + 3 = 4 OK!!!
𝟐 𝟒
𝟏 𝟖 𝟑 𝟔𝟒
Verificando o número “menos oito terços”: ( de menos ) + ( de )=
𝟐 𝟑 𝟒 𝟗
𝟖 𝟔𝟒
(menos ) + ( ) = 4 OK !!!
𝟔 𝟏𝟐

PROBLEMA 10

Calcular dois números de tal forma que somados dão (“menos 11”), e
multiplicados um pelo outro dão 24. Resolver este problema, obtendo
diretamente a equação do segundo grau e calculando suas raízes pela
fórmula de Bhaskara.

SOLUÇÃO: A equação de segundo grau “A𝑿𝟐 + BX + C = 0” que dá para


resultado dois números que “somados dão (menos 11), e multiplicados um
pelo outro dão 24” deve ter A = 1; B = 11; C = 24.

EQUAÇÃO: 𝑿𝟐 + 11X + 24 = 0

RESOLUÇÃO DA EQUAÇÃO:

Conforme pedido no problema, usaremos Bhaskara:

−𝑩+√𝑩𝟐 −𝟒𝑨𝑪 −𝑩−√𝑩𝟐 −𝟒𝑨𝑪


X’ = e X”=
𝟐𝑨 𝟐𝑨

Para A = 1; B = 11; e C = 24, teremos:

−𝟏𝟏+√𝟐𝟓 −𝟏𝟏−√𝟐𝟓
X’= = – 3 e X”= =–8
𝟐 𝟐

RESPOSTA: Os números procurados são “menos 3” e “menos 8”

CONFERÊNCIA: De fato, os números “somados dão (menos 11), e


multiplicados um pelo outro dão 24”.

PROBLEMA 11

Determinar a equação de segundo grau que tem para raízes os valores 4 e


8. Depois de determinar a equação, verifique que ela está correta,
substituindo na mesma os valores das raízes (tanto 4, como 8).

106
SOLUÇÃO: Como as raízes são “4” e “8”, o seu produto dá 32 (que será o
termo independente da equação) e a sua soma dá 12 (obrigando o
coeficiente de “X” ser “menos 12”). Além disso, o valor de A na equação
A𝑿𝟐 + BX + C = 0 é igual a “1”.

RESPOSTA: 𝑿𝟐 – 12X + 32 = 0
CONFERÊNCIA: O valor “4” é raiz da equação já que “16 – 48 + 32 = 0”. E
o valor “8” também é raiz da equação já que “64 – 96 + 32 = 0”.

PROBLEMA 12

Determinar a equação de segundo grau que tem para raízes os valores


zero e cinco.

SOLUÇÃO: Como o produto das 2 raízes dá “zero”, a equação não terá o


termo independente, ou seja o valor de C na equação “A𝑿𝟐 + BX + C = 0”
será igual a “zero”. E como a soma das raízes dá “5”, o coeficiente de “X”
na equação “A𝑿𝟐 + BX + C = 0” será “menos 5”. Além disso, o coeficiente
do termo em segundo grau, A, será igual a “1”.

RESPOSTA: 𝑿𝟐 – 5X = 0

CONFERÊNCIA: Para X = 0, teremos: “0 – 0 = 0” e para X = 5, teremos: “25


– 25 = 0”, logo, a equação tem para raízes os valores zero e cinco.

NOTA: A equação 𝑿𝟐 – 5X = 0 poderia, também, ser resolvida colocando-


se em evidência o termo X, ficando: X (X – 5) = 0. Ora, o produto “X (X – 5)”
será igual a zero ou se o valor de “X” for igual a zero ou se o valor de “X”
for igual a 5, o que anula o fator (X – 5).

PROBLEMA 13

Determinar o valor de “m” de tal forma que uma das raízes da equação
𝑿𝟐 – mX + 20 = 0 tenha para valor 5.
SOLUÇÃO: Pela “relação entre coeficientes e raízes”, sabemos que a soma
das duas raízes da equação 𝑿𝟐 – mX + 20 = 0 dá “m” e o produto das duas
raízes dá “20”. Como o problema afirmou que uma das raízes é “5”, a outra,
obrigatoriamente, tem que ser “4” para o produto dar “20”. E, como a soma
das duas raízes dá “m”, o valor de “m” terá que ser “a soma 5+4 = 9”.

107
RESPOSTA: O valor de “m” é “9”

CONFERÊNCIA: A equação 𝐗 𝟐 – 9X + 20 = 0 admite a raiz “5”, já que "𝟓𝟐 –


9 (5) + 20 = 0”

PROBLEMA 14

Determinar o valor de “m” de tal forma que uma das raízes da equação
𝑿𝟐 + 5X + m = 0 tenha para valor 8.

SOLUÇÃO: Pela “relação entre coeficientes e raízes”, sabemos que a soma


das duas raízes da equação (𝑿𝟐 + 5X + m = 0) dá “menos 5”, e que o produto
das duas raízes dá “m”. Como uma das raízes tem que ser “8”, a outra, terá
que ser “menos 13”. Assim, o produto das duas raízes dá “menos 104”,
que é o valor de “m”.

RESPOSTA: O valor de “m” é “menos 104”.

CONFERÊNCIA: A equação 𝑿𝟐 + 𝟓𝑿 – 104 = 0 admite a raiz “8”, pois "𝟖𝟐 +


5(8) – 104 = 0”.

PROBLEMA 15

Calcular o número cujo triplo somado com o seu quadrado é igual ao


próprio número somado com 80.

SOLUÇÃO: Chamando o número procurado de “X”, temos que o seu triplo


somado com o seu quadrado é representado por “3X + 𝑿𝟐 ”. E, como o
problema diz, essa quantidade é igual a “X + 80” (o próprio número somado
com 80). Logo, a igualdade 3X + 𝑿𝟐 = X + 80 terá que existir

EQUAÇÃO: 3X + 𝑿𝟐 = X + 80

RESOLUÇÃO DA EQUAÇÃO:

A partir da equação: 3X + 𝑿𝟐 = X + 80

Teremos: 𝑿𝟐 + 2X – 80 = 0

Pela “relação entre coeficientes e raízes”, vemos que as raízes são “8” e
“menos 10”, já que não só o produto das duas raízes dá “menos 80” (o
termo independente de X na equação “A𝑿𝟐 + BX + C = 0”), como também a
soma das duas raízes dá “menos 2” (o valor oposto do coeficiente de X na
equação “A𝑿𝟐 + BX + C = 0”).

108
RESPOSTA: Dois são os números que solucionam o problema: o número
“8” e o número “menos 10”.

CONFERÊNCIA: Vamos verificar se as respostas obedecem ao pedido no


problema “número cujo triplo somado com o seu quadrado é igual ao
próprio número somado com 80”.

Número “8”: “3(8) + 𝟖𝟐 = 8 + 80”; OK, pois “24 + 64 = 88”.

Número “(–10)”: “3(–10) + (−𝟏𝟎)𝟐 = (–10) + 80”; OK, pois “(–30) + 100 = 70”.

PROBLEMA 16

Dividindo-se um número pelo seu antecessor, obtém-se quatro vezes o


inverso do número. Qual é esse número?

SOLUÇÃO: Chamando o número procurado de “X”, seu antecessor será


𝟏 𝑿 𝟏
“X-1”, e o seu inverso será . Assim, teremos a igualdade: “ = 4 ( )”.
𝑿 (𝑿−𝟏) 𝑿

la fórmula de Bhaskara, as raízes são:

−𝑩+√𝑩𝟐 −𝟒𝑨𝑪 −𝑩−√𝑩𝟐 −𝟒𝑨𝑪


X’ = ; X”=
𝟐𝑨 𝟐𝑨

Vê-se que, quando “𝑩𝟐 − 𝟒𝑨𝑪” é igual a zero, como no caso em questão,
−𝑩
temos X’ = X” = ( ). É o que acontece com a equação 𝑿𝟐 – 4X + 4 = 0.
𝟐𝑨
𝑿 𝟏
EQUAÇÃO: =4( )
(𝑿−𝟏) 𝑿

RESOLUÇÃO DA EQUAÇÃO:

𝑿 𝟏
A partir da equação: =4( )
(𝑿−𝟏) 𝑿

𝑿 𝟒
Efetuando a multiplicação indicada: =
(𝑿−𝟏) 𝑿

Multiplicando em cruz: 𝑿𝟐 = 4 (X – 1)

Operando o parêntesis, teremos: 𝑿𝟐 = 4X – 4

Ordenando: 𝑿𝟐 – 4X + 4 = 0

109
Equação que tem duas raízes iguais: X’= 2 e X”= 2.

RESPOSTA: O número procurado é 2.

CONFERÊNCIA: Dividindo-se o número “2” pelo seu antecessor “1”, tem-


se para resposta o próprio número “2”, que é igual a quatro vezes o seu
𝟏
inverso, ou seja, é igual a quatro vezes .
𝟐

NOTA: Algumas equações de segundo grau – como a equação deste


problema – têm duas raízes iguais (no caso, ambas iguais a “2”).
Analisemos o que acontece, observando a fórmula de Bhaskara.

Ora, pela fórmula de Bhaskara, as raízes são:

−𝑩+√𝑩𝟐 −𝟒𝑨𝑪 −𝑩−√𝑩𝟐 −𝟒𝑨𝑪


X’ = ; X”=
𝟐𝑨 𝟐𝑨

Vê-se que, quando “𝑩𝟐 − 𝟒𝑨𝑪” é igual a zero, como no caso em questão,
−𝑩
temos X’ = X” = ( ). É o que acontece com a equação 𝑿𝟐 – 4X + 4 = 0.
𝟐𝑨

PROBLEMA 17

Sabendo-se que o produto de dois números é igual a 20 e que o quociente


de um pelo outro é igual a 5, pede-se os números.

SOLUÇÃO: Chamando um número de “X” e o outro número de “Y”, as duas


𝑿
seguintes igualdades deverão ser obedecidas: XY = 20 e = 5
𝒀

𝑿𝒀 = 𝟐𝟎
SISTEMA { 𝑿
=𝟓
𝒀

RESOLUÇÃO DO SISTEMA:

𝑿𝒀 = 𝟐𝟎
A partir do sistema { 𝑿
=𝟓
𝒀

𝑿𝒀 = 𝟐𝟎
Vem o sistema equivalente: {
𝑿 = 𝟓𝒀
110
Substituindo “X por 5Y” na 1ª Equação: (5Y) Y = 20

Efetuando: 5𝒀𝟐 = 20

Dividindo por (5) ambos os lados: 𝒀𝟐 = 4

Dois são os valores que satisfazem a equação de 2º grau 𝒀𝟐 = 4. São eles:


“Y = + 2 e Y = – 2”. Para Y = + 2, teremos X = + 10, e para o valor Y = – 2
teremos X = – 10.

RESPOSTA: Teremos duas respostas: “os números procurados são 10 e


2” e “os números procurados são – 10 e – 2”.

CONFERÊNCIA: Em ambos os casos, o produto dos dois números é igual


a 20 e o quociente de um pelo outro é igual a 5.

PROBLEMA 18

Um automóvel percorreu 240 km em x horas. Logo, como sabemos, a sua


𝟐𝟒𝟎𝒌𝒎 𝟐𝟒𝟎 𝒌𝒎
velocidade média foi , ou, melhor dizendo, . Sabendo que,
𝒙𝒉𝒐𝒓𝒂𝒔 𝒙 𝒉
𝒌𝒎
se a velocidade média tivesse sido aumentada de 20 , o automóvel
𝒉
teria feito o mesmo percurso em 1 hora menos, calcular o número x de
horas que o automóvel gastou para fazer o percurso.

SOLUÇÃO: Ao ter percorrido 240 km em x horas, a velocidade média do


𝟐𝟒𝟎 𝐤𝐦 𝐤𝐦
automóvel foi . Aumentando a velocidade média em 20 , os
𝐱 𝐡 𝐡
mesmos 240 km foram percorridos em (x – 1) horas, ou seja, a nova
𝟐𝟒𝟎
velocidade média passou a ser .
(𝒙−𝟏)

Assim, temos que “a nova velocidade média menos a velocidade média


𝟐𝟒𝟎 𝟐𝟒𝟎
inicial tem que ser igual a 20”, ou seja ( - = 20)
(𝒙−𝟏) 𝐱

𝟐𝟒𝟎 𝟐𝟒𝟎
EQUAÇÃO: - = 20
(𝒙−𝟏) 𝐱

RESOLUÇÃO DA EQUAÇÃO:

Primeiramente, faremos apenas as contas do 1º lado da equação. Para


tanto, igualaremos os denominadores, utilizando para denominador
comum o produto dos denominadores, ou seja, o produto (X – 1) X.

111
Assim, teremos:

𝟐𝟒𝟎 𝟐𝟒𝟎
A partir da equação: - = 20
(𝒙−𝟏) 𝐱

𝟐𝟒𝟎𝑿 𝟐𝟒𝟎(𝑿−𝟏)
Vem:
(𝑿−𝟏)𝑿
– = 20
𝑿(𝑿−𝟏)

𝟐𝟒𝟎𝑿−𝟐𝟒𝟎𝑿+𝟐𝟒𝟎
Efetuando as contas: = 20
(𝑿−𝟏)𝑿

𝟐𝟒𝟎
Ou: = 20
(𝑿−𝟏)𝑿

Trocando de lado o denominador: 240 = 20 (X-1)X

Efetuando o 2º membro: 240 = 20 𝑿𝟐 – 20X

Ordenando a equação: 20𝑿𝟐 – 20X – 240 = 0

Ou, dividindo ambos os lados por 20: 𝑿𝟐 – X – 12 = 0

OBSERVAÇÃO:

A equação (𝑿𝟐 – X – 12 = 0) dá para raízes “menos 3” e “4”.

Como o que o problema pede é a quantidade de horas, uma grandeza


necessariamente positiva, a raiz “menos 3” deve ser desprezada, por ser
incompatível com o que se pede.

RESPOSTA: Foi gasto 4 horas para fazer o percurso.

CONFERÊNCIA: O automóvel gastou 4 horas para percorrer 240 km (logo,


𝒌𝒎
a sua velocidade média foi 60 ). Se sua velocidade média tivesse sido
𝒉
𝐤𝐦 𝐤𝐦
aumentada em 20 (ou seja, se a sua velocidade média fosse 80 )o
𝐡 𝐡
percurso seria percorrido em 3 horas, que é 1 hora menos que o dado
inicial. Logo, a resposta 4 horas está correta.

112
PROBLEMA 19

Pretendia-se dividir igualmente a quantia de R$ 600 entre uma


determinada quantidade de pessoas. Na hora da divisão, apareceram
mais duas pessoas; a quantia foi então dividida igualmente por uma
maior quantidade de pessoas, diminuindo-se R$ 10 de cada uma das
pessoas que, inicialmente, receberiam o valor de R$ 600. Qual era a
quantidade de pessoas que, inicialmente, participaria da partilha?

SOLUÇÃO: Inicialmente, participariam da partilha “X” pessoas. Então, cada


𝟔𝟎𝟎
pessoa receberia .
𝑿

Por terem aparecido mais duas pessoas, cada pessoa passou a ganhar os
𝟔𝟎𝟎
R$ 600 divididos por “X + 2”, ou seja, .
(𝑿+𝟐)

Além disso, o problema afirma que, por terem aparecido mais duas
pessoas, cada uma das pessoas receberia a sua parte diminuída de R$ 10.

Assim, temos que “a diferença entre o que cada pessoa receberia


inicialmente e o que recebe quando aparecem mais duas pessoas é igual a
R$ 10”.

𝟔𝟎𝟎 𝟔𝟎𝟎
EQUAÇÃO: – (𝑿+𝟐) = 10
𝑿

RESOLUÇÃO DA EQUAÇÃO:

Poderíamos, de início, efetuar a subtração das duas frações existentes no


𝟔𝟎𝟎 𝟔𝟎𝟎
primeiro membro, ou seja, efetuar a subtração ( – (𝑿+𝟐)) , e, depois,
𝑿
igualarmos o resultado a 10. Porém, para evitar fazer conta com frações,
vamos multiplicar toda a equação por um fator que faz sumir os
denominadores. E este fator é o produto “X (X+2)”.

Portanto, vamos multiplicar ambos os lados da equação pelo produto dos


denominadores das frações, ou seja, pelo produto “X (X+2)”.

𝟔𝟎𝟎 𝟔𝟎𝟎
Assim, teremos: X(X+2) ( – (𝑿+𝟐)) = X( X+2) (10)
𝑿

Fazendo as contas: 600(X+2) – 600X = (𝑿𝟐 + 2X) 10

Efetuando os parêntesis: 1200 = 10𝑿𝟐 + 20X

113
Ordenando a equação: 10𝑿𝟐 + 20X – 1200 = 0

Dividindo por (10) ambos os lados: 𝑿𝟐 + 2X – 120 = 0

Pelas “relações entre coeficientes e raízes” vê-se que as raízes da equação


são “menos 12” e “10”.

Mas, como a quantidade de pessoas não pode ser negativa, a única raiz
que satisfaz o problema é “10”.

RESPOSTA: A quantidade de pessoas que participaria inicialmente da


partilha é “10”.

CONFERÊNCIA: A quantia de R$ 600 seria dividida por 10 pessoas,


cabendo R$ 60 a cada pessoa, mas, na hora da divisão, apareceram mais
duas pessoas; a quantia foi, então, dividida igualmente por 12 pessoas,
cabendo R$ 50 para cada pessoa. Assim, a cota de cada pessoa foi
diminuída de R$ 10. Logo, está correta a resposta: a quantidade de pessoas
que participaria inicialmente da partilha é “10”.

NOTA FINAL:

Aqui fica terminada esta coleção de sete fascículos. Com ela, o leitor, que
só sabia efetuar as quatro operações fundamentais, foi levado a entender
a essência do raciocínio algébrico, normalmente ensinado em nossas
escolas durante quatro anos.

A opção de dividir a obra em fascículos apresenta duas vantagens: uma


delas é permitir que determinado fascículo seja destacado para ser
estudado separadamente; a outra vantagem é possibilitar o acréscimo de
novos fascículos em futuras oportunidades.

Relativamente a novos fascículos, já fomos estimulados a produzir outros


textos tratando de assuntos também relevantes para o domínio da
Matemática Básica como Regra de Três, Percentagem, Juros, Razões e
Proporções, etc. Tais textos serão oportunamente apresentados.

114

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