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326 _LumzCantos Oso geo como uma modalidade psicoteripica com sua teoria¢ pris pr6- sas, quer quando o utllzamos com 0 objetivo de mobilzar emogSes sentra vio marco referencialsistémico ou psicanalitco,o psicodrama sem “feria amplia eenriquece o campo da terapia familiar, A wtlizago de seeursos psicodraméticos,taiscomo ainversio ea dublagem de paptis,o Cipalho,o sollbquo, a prospecgio 2 fururo © oemprego da expresso cepporl, tem se revelado um valoso suporte 4 abordagem psicoterdpien da familia, . ce que verapia de familias pode benefiiar-e de um modelo hi brido de abordagem técnica, no qual, por exemplo, a compreensio seja puicanaltica, o enquadre sistémico ¢ a instrumentagio pi tia. Fagase a resalva, contudo, que trabalhar com distintos marcos referen- eae pbricos requer um nivel de habilitagdo ao qual s6tém acesso profis- sionais mais experientes E para Se se encaminham as verapias de familia? Sono faiia,como vimos aoriger eo destino das profundas transfor mages sococalturzispor que passao mundo contemporieo,Enanarlments cage fenago quesetornatn marifestos os conftosinterpesoisnesse usc oleiva de novas pautas no padro relacionados ees manos; e €por iso squeaterapia amir vem constuindoseem umaabordagem destrema alia para atendimento das vicisinudesexienciaisnostemposatuais ‘ {Quer em sua vertentesitBmicacomo na psicanalitica una psicodramss tica ~¢ elas e complementamn e vem se entiquecendo muruaments Com. ‘recente intercimbio de idéias e opiniGes entre seus mentores~ 2 tetapia Eonar € ida como a modalidade psicoteripica de maior expansio hoje car dia tanto pelo mimero de profisiomais que a praticam como de pacientes que dela se benefcia, mas sobretudo pela Fiqueza€ amplitu- var conceitual de seus fandamentos e por suas ainda indeterminadas pos- sibilidades clinicas Geupos de ajuda reciproca COsgruposde ajuda reiprocana irea de sade (mpropriamentecha-) mados de “auto-ajuda”, j& que a proposta nel ita € que wns aj dem aos outros) surgiram a parr dos AAs (Aleoélatras annimos). Psco.ocia Gaur 127 (Os grupos AAs surgiram nos Estados Unidos, em 1935, a partir do encontro de dois alcodlatras tentando superar seus problemas com a bebida, um corretor da bolsa de Nova York e um cirurgio de uma cida- dede Ohio, que depois expandiram sua experiéncia de miitua ajuda para outros alcéolatras e, assim, criaram um programa que hoje aleanca mais de um milhio de dependentes do Alcool em iniimeros paises do mundo, Os grupos Ads referenciam-se na pritiea da conotacio positiva &s conquistas de seus membros na luta diuturna para superar suas respecti- ‘yas adigdes e usam a forsa da motivago grupal como principal instru- mento de sua ago terapéutica. Muitos desses grupos sustentam-se em fundamentos espirituais, ainda que nio sectirios, Curiosamente, tais grupos, que nio so coordenados por profis- sionais da 4rea de sade e sim por liderancas emergentes do prép grupo de iguais, deram origem a outros grupos de caracteristicas si- mailares, mas conduzidos por grupoterapeutas, como sejam os gru- pos ditos homogtneos, ou portadores de um sofrimento comparti- Ihado, tais como os grupos de obesos, artriticos, hipertensos, colos- tomizados, diabéticos, asmiticos, aidéticos e outros tantos. Também hoje encontramos, 20 lado dos AAs, grupos coordenados por espe- cialistas em drogadigio e que se ocupam nfo 6 dos alcodlatras, mas dos portadores de outras dependéncias qui ‘Cuidando dos cuidadores (© que entendemos por atidadores? Sao os profissionais da area de satide (médicos, dentistas, enfermeiros, fisioterapeutas, psicdlogos, as- sistentes sociais, etc), cuja func%o precipua é cuidar de pacientes e pro- mover seu bem-estarfisico, psicolégico e social. Hhabitualmente esses cuidados requerem uma atitude e disponibili dade por parte desses profissionais que vai além de suas competéncias ‘tdenicas para o exercicio de suas fungBes, além de que lidar com o sofri- ‘mento que sempre acompanha a perda da sate, muitas vezes exercen- do suas atividades nas fronteiras entre vida ea morte, é fator altamente extressante ¢, por si 6, determinante de uma sobrecarga emocional a tais “cuidadores”. Somemse a essa as sobrecargas, miv-especificas de 128 Lu Catos Oso suas fungSes, mas certamente por elas exarcerbadas, provindas da rela- Go com colegas e do contexto institucional em que atuam. Por tudo isso, sio eles também merecedores de cuidados, para que nfo enfermem também, seja no plano fisico como no mental. Nao por acaso, éalta a incidéncia de distirbios de navureza psicossomitica entre tais profissionais. ; ‘Quando os cuidadores necessitam de cuidados? : Quando, para nos utilizarmos da metSfora anteriormemte proposta, hi tum acimulo de “lixo psiquico” em fungio de situagSes de estresse provin- das de: om « atendimento a pacientes e seus familiares; © relacéo com colegas; ; ; « contexto institucional onde exercem sua atividade profissional; «# rompimentos no tecido de sua rede familiar e social. Como tais situagdes tendem a ser ubiquas nas equipes de satide e nfo afetam isoladamente cada profissional, mas a todos no contexto do grupo que constituem, taiscuidados soem ser ministrados no Ambito da propria equipe, desde que haja consenso quanto & necessidade coletiva. ‘A seguir, vamos dar aos leivores uma idéia de como empregamos os referenciais tebrico-técnicos da psicologia grupal para “cuidar dos cui- dadores” ; ‘© modelo de cuidados com os cuidadores por nés wtilizado i as seguintes opgbes: ‘ ® atengio continuada através de grupos de elaboragios ® interconsultorias vivenciais; * laboratérios de relagGes interpessoais. Atengto continuada por meio de grupos de elaboracéo Consiste em reunides de grupos de profissionais da fea da satide, em nvimero no superior a 15 (faceto facegronps), de periodicidade e dura- cdo variéveis conforme as conveniéncias dos interessados, em que si0 PscoLocia Grupa 129 trazidas situagdes vivenciais geradoras de estresse no relacionamento com pacientes e seus familiares, com participantes do proprio grupo ou com outros colegas do local de trabalho, bem como com as instincias admi- nistrativas das instituigdes onde exercem suas atividades profissionais. Os recursos técnicos utlizados em tais ocasides para abordar a pro- blemitica trazida pelos participantes ao encontro incluem desde o sim- ples relato oral ea prética reflexiva proposta nos grupos de reflexio (ver t6pico sobre grupos operativos no Capitulo 2) até a utilizagdo de role ‘Ploiings (ver topico sobre psicodrama no Capfeulo 2) ¢ interconsultorias (ver Laboratbrio de Relagdes Interpessoais mais adiante), Nessa modalidade de cuidado com os cuidadores, nosso propé- sito & proporcionar-Ihes um espago onde possam reciclar seu “lixo psiquico” em uma ambiéncia adequads, e onde, por sua incluso como fazendo parte da rotina de trabalho de seus participantes (laf a deno- minagio “atencio continuada”), encontrem eles uma oportunidade teiterada de aprendizagem de como lidar com a sobrecarga emocio- nal decorrente da natureza de seus oficios. Esses programas de atengio continuada por meio de grupos de ela- boracio nf tem, contudo, duracio indeterminada: podem ser contrata- dos por periodos de tempo renovaveis enquanto 0 grupo entenda que Ihes sejain dteis, ou até que seus participantes adquiram as ferramentas operacionais que Ihes permitam realizar por conta propria a tarefa gru- pal, transformando-se, ento, em um grupo de ajuda r Pensamos que tais programas introduzidos na graduacio dos pro- fissionais da érea de satide poderiam se constituir em valiosa contribui- fo, no apenas para o alivio das tenses a que estio sujeitos os estudan- tes da mencionada fea, como para a aprendizagem do relacionamento com pacientes e seus familiares e com colegas da sua e de profissdes afins no contexto de atividades que compartilham. £ muito possfvel que com isso pudéssemos reduzir significativamente nfo s6 0 grau de sofi- mento psiquico dos cuidadores, advindo do exercicio de suas fungSes, como ainda prevenir a ocorréncia de conflitos interpessoais emergentes nas equipes e instituigées onde desenvolvem seu trabalho. Geralmente trabalhamos com grupos que jé vém atuando como cequipesinterdisciplinares e que solicitam nossa inter venglo com um foco -oca. 130 Lum Cantos Osorno bem-definido: por exemplo, profissionais do setor de oncologia de um determinado hospital buscam ajuda para melhor suportar e aprender a lidar com as ansiedades decorrentes do trabalho com pacientes termi- nai ou uma equipe recentemente constiufda para desenvolver uma nova modilidade assistencial em uma instituigio prestadora de servigos na rea médica encontra dificuldades para ajustar profissionais de distintas procedécias em um projet comparilhado esew objetivo primordial éapren- der como conviver com as diferencas de enfoques ¢ técnicas empregadas 0, ainda, profssionais de disciplinas com fronteiras maldefinidas querem estabelocer parimetros éticos e éenicos que permitam aparar as arestas de uum rdlacionamento conflituoso em fungio da rivalidade exarcerbada pela disputa de fatias do mercado de trabalho. Como podemos perceber, nas sinuagGes mencionadas estio presentes os ingredients estressores e que le- vvam 20 actimulo de lixo psiquico por parte dos componentes dessas equi- <3. . Em outras circunstincias, recebemos essa solicitago para uma ago preventiva em equipes ainda em for magio, mas cujos participates, seja por experiéncias prévias em outros grupos de trabalho na érea de satide, scja por jé haverem se beneliciado de ajuda psicoterspica anterior, esto cénscios da natureza ansiogénica das interagdes em ambientes saturados de sofrimento fisico e psicoldgico, Interconsultorias vivenciais Essa modilidade tanto pode ser desenvolvida como uma atividade independente, como fazer parte da atengio continuada referida no item. amterior, ou dos Laboratbrios que mencionaremos 2 seguir. ‘Trata-se de um exerefcio grupal em que um dos participantes (0 consultado) relata uma situagio de trabalho que o tena sobrecarre- gado emocionalment a condicSo mérbida do pacientealvo de seus cuidados, seja pelas dificuldades em lidar com os familiares desse paciente ou ainda por desentendimentos com colegas de equir Pe ou outros profissionais no Ambito da institui¢o em que trabalha, Outro participante funciona entio como consultor, procurando au. Pscovoca Guna, 131 xiliar 0 consultado a visualizar sob diferentes fngulos a situagio que © perturba, bem como a ensaiar distintas maneiras de lidar com ela, Oconsultor éinstruido a nio sugerir solugSes que Ihe ocorram, por ‘mais pertinentes que Ihe possam parecer, e sim a incentivar o consul. tado a encontrar seus préprios e novos caminhos para encontrar sa das. A proposta é trabalhar para que uma situagio que muitas yezes parece dilemética ¢ afunilarse em um impasse possa transformar-se em uma situacio dialética, na qual o consultado possa dialogar com © consultor (¢ depois consigo mesmo), buscando alternativas para reduzir o campo tensional subjacente ao tema trazido a interconsul. toria. Enquanto isso, outros participantes funcionam como observa. dores, tanto da interacio entre consultor e consultado como do de. sentolar do processo da consultoria, Em uma ocasiio posterior, repete-se o exercicio, alternando-se 0s papéis: quem foi o consultado agora poder’ ser o consultor ou ‘um dos observadores e, por sua vez, 0 consultor poders ser consul. tado ou observador, de tal sorte que todos, por seu turno, tenham a oportunidade de exercer distintos papéis e assim trocarem suas ex. petiéncias no manejo de situagdes estressantes usuais ¢ muitas vezes compartilhadas em seu cotidiano profissional. Ao coordlenador do processo cabe estabclecer as coordenadas de tem- PO e espaco para o exercicio, além de funcionar como a meméria retroali- ‘mentadora da experiéncia efazendo, 20 final, sua sintese do que presenciou, tendo o cuidado de manter-se na mesma posigio de abstencio proposta 30s consultores, ou sea, seu objetivo € estimular 0 grupo a buscat formas de ‘eciclar seu “lixo psiquico” a partir de sua propria competéncia relacional, sendo sua fungio primordial oferecer um espago-continente onde todos se sintam predispostos a intercambiar vivencias ansiognicas de seu dia-adia profisional, bem como a reflairprospectivamente sobre formas de mitig- |ase promover as mudangas necesséras para atenuar sua reineidéncia futura Laboratérios de Relacées Interpessoais Sio encontros intensivos de fins de semana com propSsitos si- milares a0s das opges ja referidas e que, eventualmente, se opor ur

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