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Aula 03
PSICOLOGIA ANÁLÍTICA
DE JUNG
Sua Vida
Segundo Fadimann (1986), Carl Gustavo Jung nasceu na
Suíça, em 26 de julho de 1875, ¿lho de Jean Paul Achille (1842-
1896), pastor e de Emilie. Desde criança foi muito inÀuenciado
pela religião. Seu pai e muitos parentes próximos eram pastores
luteranos.
Em sua autobiogra¿a 0HPyULDV6RQKRV5HÀH[}HV, Jung
relata duas experiências que afetaram profundamente sua carreira,
sendo a primeira um sonho, aos 4 anos, e a segunda experiência, JUNG
SITE: http://www.images.google.
uma visão ao meio dia, aos 12 anos. Nas duas experiências aparecem com.br
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imagens religiosas. Jung, que não queria seguir a tradição da família de ser pastor, percebe
as experiências como um enorme alívio, pois interpretou-as como uma prova enviada por
Deus para mostrar que cumprir seu desejo pode fazer com que a pessoa vá contra a Igreja e
as tradições familiares, mas que poderá ajudar aos outros da mesma maneira que dentro da
igreja.
Como parte dessas experiências Jung sentia-se cada vez mais sozinho. E cada vez
mais se interessava pela literatura.
Ingressou na faculdade de Medicina e posteriormente em “psiquiatria”, buscando
entender os distúrbios da personalidade. Nessa busca pelas ciências naturais e humanas,
procurou entender as imagens recebidas por um médium, sendo esta sua tese de ¿nal de curso
“3VLFRORJLDH3DWRORJLDGRVDVVLPFKDPDGRVIHQ{PHQRVRFXOWRV”.
Em 1900 foi estudar na Clínica Psiquiátrica Burghozli, em Zurique, uma das famosas
da Europa, e em 1902 estudou com Pierre Janet, um psiquiatra francês de renome.
Em 1904, montou um teste de associação de palavras em que, ao ser anunciada uma
palavra a pessoa deveria fazer a associação com outra. Qualquer demora nas respostas era
indício de tensão emocional.
Em 1905, tornou-se professor de psiquiatria da Universidade de Zurique e médico
efetivo da clínica psiquiátrica.
Jung interessou-se pelos trabalhos de Freud e enviou cartas a ele. O primeiro
encontro entre os dois durou 13 horas. Freud considerou Jung seu sucessor chamando-o de
“meu príncipe herdeiro”.
Porém, os dois homens discordavam em pontos fundamentais, os quais descreverei
abaixo:
• Jung não concordava com Freud que as causas da repressão eram sempre de origens
sexuais;
• Freud não concordava com a busca incessante de Jung pelos fenômenos mitológicos,
ocultos e espirituais.
O rompimento entre os dois foi em 1912, quando Jung publicou um artigo com idéias
que diferiam das de Freud. Assim, Jung desenvolveu sua própria teoria, excluindo a análise
da natureza humana e fazia investigações sobre religiões orientais, alquimia, parapsicologia
e mitologia.
Em 1944, aos 69 anos, Jung quase morreu após um ataque cardíaco no hospital. À
beira da morte, passou por mais uma experiência religiosa ao ter visões. Recuperou-se e após
esse episódio escreveu seus mais importantes trabalhos.
Jung morreu aos 86 anos, em 6 de julho de 1961. Dez dias antes terminara o ensaio
para o Livro “O Homem e seus Símbolos”. Morre deixando uma obra que ainda hoje é
considerada revolucionária.
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Sua Teoria
Fadiman e Frager (1986) relatam que Jung, estudando a personalidade, desenvolveu
os conceitos de introversão e extroversão. Jung descobriu que cada indivíduo pode ser
caracterizado como sendo orientado para seu interior ou para o exterior, “sendo que a
energia dos introvertidos se dirige em direção a seu mundo interno, enquanto a energia
do extrovertido é mais focalizada no mundo externo”. (1986, p.47)
Entretanto, destaca que ninguém é totalmente introvertido ou extrovertido.
Algumas vezes a introversão é mais apropriada, em outras ocasiões a extroversão é mais
adequada, mas as duas atitudes se excluem mutuamente, de forma que não se pode manter
ambas ao mesmo tempo. Jung também enfatizava que nenhuma das duas características é
melhor que a outra, citando que o mundo precisa dos dois tipos de pessoas.
O ideal para o ser humano é ser Àexível, capaz de adotar qualquer dessas atitudes,
quando for apropriado, e operar em equilíbrio entre as duas.
• Pensamento;
• Sentimento;
• Sensação;
• Intuição.
Cada uma dessas funções pode ser experienciada tanto de maneira introvertida
quanto extrovertida.
Tendo em vista a preocupação de Jung com os símbolos, estudou os sonhos que são
pontes importantes entre processos conscientes e inconscientes [...] Nos sonhos, o
pensamento consciente contém emoções intensas e imagens simbólicas. Os símbolos
oníricos freqüentemente envolvem tanta energia psíquica, que somos compelidos a
prestar atenção neles. (FADIMAN e FRAGER, 1986, p. 52).
ESTRUTURA DE PERSONALIDADE
O Ego
É o centro da consciência, é considerado por Jung um dos maiores Arquétipos da
personalidade. É o centro da consciência, e a instância que dá direção a nossas vidas. Ele fornece
um sentido, uma direção em nossas vidas. Ele tende a contrapor-se ao que possa ameaçar a
consistência da consciência. “Somos levados a crer que o Ego é o elemento central de toda
a psique e chegamos a ignorar sua outra metade, o inconsciente”. (p. 53).
A Persona
É a forma como nos apresentamos ao mundo. É o caráter que assumimos, pois, inclui
nossos papéis sociais, o tipo de roupa que escolhemos para usar, nosso estilo de vida, nossa
expressão pessoal, nossa maneira de portarmos. O termo Persona, signi¿ca a “máscara”. Isso
signi¿ca a mascara que usamos diante dos outros, quando não temos consciência de nossa
Personalidade total somos, às vezes, apenas papéis sociais. A análise para Jung, vai fazendo o
sujeito se conhecer melhor e com isso ser menos Persona.
A Sombra
Para Jung, a Sombra é o centro do Inconsciente Pessoal, onde ¿ca localizado todo
o material que foi reprimido da consciência. “A Sombra inclui aquelas tendências, desejos,
memórias e experiências que são rejeitadas pelo indivíduo como incompatíveis com a Persona
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e contrárias aos padrões e ideais sociais” (FADIMAN e FRAGER, 1986, p.54). Assim, como
citado anteriormente, quanto mais forte for nossa Persona, mais rejeitamos outras partes de nós
mesmos.
Cada porção reprimida da Sombra representa uma parte de nós mesmos. Nós nos
limitamos na mesma proporção que mantemos este material inconsciente e à medida que a
Sombra se faz mais consciente, recuperamos partes previamente reprimidas de nós mesmos.
Anima ou Animus
Jung postulou uma estrutura inconsciente que representa a parte sexual oposta de
cada indivíduo; ele denomina tal estrutura de Anima no homem e Animus na mulher. Que são
arquétipos de experiências masculina ou feminina.
Jung descreve este Arquétipo como um dos mais inÀuentes reguladores do
comportamento. Ele aparece em sonhos e fantasias como ¿guras do sexo oposto, e funciona
como um mediador fundamental entre processos inconscientes e conscientes.
Self
O self, seria o arquétipo central, é a junção do consciente e do inconsciente formam
um self, um todo coerente. Jung, porém, adverte que o self normalmente é pouco desenvolvido
na maioria das pessoas.
Para Jung, todo o indivíduo busca sua individuação, ou seja, ser um ser único e singular.
Isso faz parte de um processo de crescimento e amadurecimento que alguns conseguem e outros
não.
O Self não é apenas o centro, mas também toda a circunferência que abarca tanto o
consciente quanto o inconsciente, ele é o centro desta totalidade, tal como o Ego é o centro da
consciência. O desenvolvimento do Self não signi¿ca que o Ego seja dissolvido. Este último
continua sendo o centro da consciência, mas agora ele é vinculado ao Self como conseqüência
de um longo e árduo processo de compreensão e aceitação de nossos processos inconscientes.
Entende-se por individuação tornar-se um ser único, homogêneo, na medida em que
por individualidade entendemos nossa singularidade mais íntima, última e incomparável,
signi¿cando também que nos tornamos o nosso próprio “si mesmo”. Pode-se traduzir
Individuação como tornar-se “si mesmo”, ou realização do “si mesmo”. Individuação é um
processo de desenvolvimento da totalidade e, portanto, de movimento em direção a uma maior
liberdade. Isso inclui o desenvolvimento de várias partes da psique: Ego, Persona, Sombra,
Anima ou Animus e outros Arquétipos inconscientes. Quanto mais conscientes nos tornamos
de nós mesmos através do autoconhecimento, tanto mais se reduzirá a camada do inconsciente
pessoal que recobre o inconsciente coletivo. Dessa forma, sai emergindo uma consciência livre
do mundo mesquinho, suscetível e pessoal do Eu, aberta para a livre participação de um mundo
mais amplo de interesses objetivos.
Jung apud Fadiman (1986), cita que aqueles que vinham a ele na primeira metade de vida
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estavam bem distantes do processo de individuação, suas preocupações estavam mais centradas
na vida e nas escolhas materiais. Já os mais velhos chegavam na busca da individualidade.
Conforme Jung, para alcançarmos esse processo de individuação, o primeiro passo é
o confronto com a personalidade, pois é necessário viver sem “máscaras” ser quem realmente
somos. O segundo passo é o confronto com a sombra, na medida em que nós aceitamos a
realidade da Sombra e dela nos distinguimos, podemos ¿car livres de sua inÀuência. O terceiro
passo é o confronto com o anima ou animus. Sendo o estágio ¿nal o desenvolvimento do self,
trazendo unidade à psique e integrando o material consciente e o inconsciente.
Jung escreve que devemos ser aquilo que somos e precisamos descobrir nossa
própria individualidade, aquele centro da personalidade que é eqüidistante do consciente e do
inconsciente. Dizia que precisamos visar este ponto ideal em direção ao qual a natureza parece
estar nos dirigindo. Só a partir deste ponto podemos satisfazer nossas necessidades.
Chegamos ao ¿nal dessa aula que teve como intuito demonstrar a psicologia analítica
de Jung.
Jung foi muitas vezes criticado, mas é, sem dúvida, um nome muito importante no
cenário da psicologia. Construiu uma teoria psicológica e teve muita inÀuência da religião,
buscou através da Alquimia, da espiritualidade, do folclore, da mitologia e da religião,
desenvolver a cienti¿cidade.
Segundo Fadimann e Frager (1986), Jung via as crenças como expressões importantes
de idéias e aspirações humanas, como dados que não deveriam ser isolados da amplitude que é
o ser humano.
Apesar da complexidade de sua teoria, Jung mostrou verdadeiro interesse pelos
fenômenos místicos e religiosos, e que fazem parte da vida humana, o que dá especial importância
a esse cientista.
Vejamos em nossa próxima aula, mais um importante nome da psicologia cientí¿ca,
Carl Rogers, que desenvolveu a psicologia Humanista.
ATIVIDADES
As atividades referentes a esta aula estão disponibilizadas na ferramenta “Atividades”.
Após respondê-las, envie-nas por meio do Portfólio- ferramenta do ambiente de aprendizagem
UNIGRAN Virtual. Em caso de dúvidas, utilize as ferramentas apropriadas para se comunicar
com o professor.
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LEITURA SUGERIDA:
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