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Contabilidade

Fundamentos da Introdutória I
Contabilidade

rof. SSandro
Prof.
P andro R ogérrio
Rogério Página 21
Página
Fundamentos da Contabilidade
1. CONTABILIDADE

1.1 CONCEITOS
“Ciência que estuda o patrimônio do ponto de vista econômico e financeiro, bem como os
princípios e as técnicas necessárias ao controle, à exposição e a análise dos elementos patrimoniais e de
suas modificações”.
O 1° Congresso Brasileiro de Contabilidade, realizado em 1924, definiu a contabilidade como:
“A ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de controle e de registro dos atos e fatos de
uma administração econômica”
Segundo o Conselho Federal de Contabilidade, ela é uma ciência social. Logo, para que as
técnicas contábeis sejam aplicadas de maneira adequada, faz-se necessário fixar princípios e regras a
serem observados por todos os profissionais da área contábil.
Como uma ciência social, a contabilidade tem seu desenvolvimento fundamental na evolução da
sociedade. Nesse sentido, podemos observar que, à medida que as organizações evoluem, também
aumenta a complexidade das transações e operações que desenvolvem, bem como a gama de usuários
com que a contabilidade interage.
Hendriksen e Van Breda (apud Corbari, et al, 2012) afirmam que, para ser possível atingir um
nível de informação apropriada, deve-se responder a três perguntas fundamentais, a saber:

• A quem deve ser divulgada a informação?


• Qual é a finalidade da informação?
• Quanta informação deve ser divulgada?

Neves e Viceconti (2012) define a Contabilidade como uma ciência que desenvolveu uma metodologia
própria com a finalidade de:
a) Controlar o patrimônio das aziendas;
b) Apurar o rédito (resultado) das atividades das aziendas;
c) Prestar informações às pessoas que tenham interesse na avaliação da situação patrimonial e do
desempenho dessas entidades
DIAGRAMA
CONTABILIDADE

(CIÊNCIA)

MÉTODO

FUNÇÃO ADMINISTRATIVA FUNÇÃO ECONÔMICA

Controlar o Apurar o Rédito


Patrimônio
(Resultado)

Prestar informações

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1.2 OBJETO E CAMPO DE ATUAÇÃO DA CONTABILIDADE


1.2.1 OBJETO
Objeto é o assunto do qual a ciência cuida, logo o objeto de estudo da contabilidade é o
patrimônio da entidade.
Através da contabilidade o administrador de uma empresa pode, por exemplo, gerenciar melhor
os recursos disponíveis, obter informações úteis ao planejamento de suas atividades, saber o custo do
que é produzido ou consumido, apurar o lucro ou prejuízo, controlar e reduzir despesas, aumentar
receitas e prevenir e identificar erros e fraudes.
Em síntese, por meio da contabilidade, é possível ter o controle e o conhecimento detalhado do
estado em que se encontra um patrimônio e acompanhar sua evolução.
1.2.2 CAMPO DE APLICAÇÃO DA CONTABILIDADE
Estudar o campo de aplicação da contabilidade significa saber onde ela é utilizada, ou seja, em
que os contabilistas trabalham.
O principal campo de aplicação da contabilidade é a azienda ou, segundo alguns autores, a
entidade econômico-administrativa (com ou sem fins lucrativos).
Azienda é uma palavra italiana que corresponde a “fazenda”, e etimologicamente significa
“coisa a fazer”, em geral, negócios, ocupações, afazeres: complexo de obrigações, bens materiais e
direitos que constituem um patrimônio, representado em valores ou como objeto de apreciação
econômica, considerando juntamente com a pessoa natural (Pessoa Física) ou jurídica que tem sobre ele
poderes de administração e disponibilidade. Seu conceito reúne o patrimônio e a pessoa que o
administra.

Azienda = Patrimônio + Gestão

Gestão é o ato de administrar, de gerir o patrimônio, além dos recursos humanos.


Considerando o patrimônio de uma determinada empresa, a partir do momento em que passa a
ser administrado, com o objetivo de lucro, ele sobre modificações significativas. Surge, então, a
contabilidade como instrumento necessário ao controle e à informação dos efeitos provocados pelos
fatos decorrentes da gestão patrimonial.
O patrimônio pode ser administrado com finalidade econômica ou social. Na administração com
fins econômicos, o objetivo é o lucro. As pessoas jurídicas com a finalidade econômica são
denominadas sociedades empresárias. Já as pessoas jurídicas com finalidade sociais (filantrópicas,
científicas, religiosas) são chamadas de associações.
As palavras empresa e azienda tem significados diferentes: a primeira é uma espécie da
segunda. Empresa é uma azienda com finalidade lucrativa.
No conceito de azienda se incluem, além das empresas, as entidades cujo objetivo não é obter
lucros, mas simplesmente prestar serviços à comunidade, tais como as entidades de assistência social, os
clubes desportivos, as fundações de caráter cultural, da União, dos Estados dos Municípios, etc.

NOTA: Apesar de o patrimônio poder ter como titular a pessoa física ou jurídica, trataremos
principalmente das pessoas jurídicas, especialmente das que tem finalidade lucrativa: as
sociedades empresárias

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1.3 FINALIDADE OU OBJETIVO DA CONTABILIDADE


O objetivo da contabilidade é o estudo e o controle do patrimônio e de suas variações visando
ao fornecimento de informações que sejam úteis para a tomada de decisões.
Dentre as informações destacam-se aquelas de natureza econômica e financeira. As de natureza
econômica compreendem, principalmente, os fluxos de receitas e de despesas, que geram lucros ou
prejuízos, e são responsáveis pelas variações no patrimônio líquido. As de natureza financeira abrangem
principalmente os fluxos de caixa e do capital de giro.
Os relatórios produzidos pela contabilidade podem ter como destinatários os mais diversos
usuários, tanto internos quanto externos, dependendo apenas do objetivo de quem os elabora.
1.4 USUÁRIOS DA CONTABILIDADE
Compreendem todas as pessoas físicas ou jurídicas que, direta ou indiretamente, tenham
interesse na avaliação da situação e do desenvolvimento da entidade que podemos dividir em dois
grupos:

1- Usuários internos – administradores e acionistas ou sócios controladores;

Necessitam de informações contábeis para melhor desempenhar as funções de gestão do


patrimônio, no planejamento, controle e tomada de decisões.

2- Usuários externos – fornecedores, bancos, clientes, governo, entre outros.

Fornecedores e bancos – precisam saber da situação econômico-financeira que lhe permita assumir e
saldar dívidas;

Clientes – precisam verificar se ela tem condições de realizar adequadamente o fornecimento de bens
ou serviços;

Governo – fiscaliza se o pagamento dos tributos está sendo feito de maneira correta

1.5 ESPECIALIZAÇÕES CONTÁBEIS E FUNÇÕES CONTÁBEIS TÍPICAS (O PROFISSIONAL


CONTÁBIL).

1.5.1 PLANIFICAÇÃO DA CONTABILIDADE


Entre as providências iniciais para se colocar em funcionamento a máquina organizacional de
qualquer empresa O contador estuda a natureza da entidade, verifica os tipos de transações que
provavelmente ocorrerão e planeja a maneira pela qual essas transações deverão ser registradas,
sintetizadas e evidenciadas. Elabora, finalmente, um Plano e um Manual de Contas adequadas, que
deverão ser observados obrigatoriamente na empresa.
1.5.2 ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL
Quando a contabilidade é bem planejada, grande parte do processo de escrituração se torna
rotineira e pode ser realizada por simples escriturários ou por computadores, sob a supervisão do
contador. Todavia, em qualquer empresa surgem a todo momento problemas que só podem ser
resolvidos por profissional habilitado.
1.5.3 ELABORAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DE RELATÓRIOS
Os relatórios contábeis, tais como Balanço Patrimonial, Demonstração de Resultados,
Demonstração dos Fluxos de Caixa, Demonstração do Valor Adicionado, entre outros são o resultado
final do processo de escrituração e de alguns julgamentos de valor que o contador efetua com relação a
eventos futuros. Todo trabalho de acumulação de registros e dados sistematicamente classificados, que
constitui a rotina contábil, tem por finalidade inserir os dados colhidos em relatórios contábeis, os quais
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devem ainda ser interpretados, no sentido contábil, por profissional habilitado, a fim de proporcionar à
administração e aos demais interessados, informações relevantes para as tomadas de decisões.
Todo o trabalho de natureza contábil executado numa entidade, numa empresa ou em algum
órgão governamental tende como em todos os demais ramos do conhecimento, a especializar-se ou
sintetizar-se em várias ramificações; estas por sua fez, exigem, além do treinamento básico em
contabilidade, que todo contador deve possuir, habilidades e treinamentos adicionais, o que o leva a
especializar-se em um ou vários ramos. Entre as ramificações ou detalhamentos mais importantes da
contabilidade, destacaríamos:
• Contabilidade Financeira;
• Contabilidade de Custos;
• Auditoria (internos ou independentes);
• Análise e Interpretação de Balanços;
• Controladoria;
• Perícia (judicial ou extrajudicial)
• Consultor.
A contabilidade normalmente é dividida em áreas ou ramos

Área da
Contabilidade

Contabilidade Contabilidade Contabilidade Contabilidade


de Bancária Pública de
Custos Seguros

1.5.4 ELABORAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DE RELATÓRIOS


Pode-se afirmar, sem receio de se incorrer em erro, que o mercado de trabalho para o contador
de alto nível, hoje no Brasil, é em média, um dos melhores entre os profissionais liberais, no sentido
financeiro, principalmente.
Nem sempre foi assim, mais em virtude de várias fontes de pressão que obrigam as empresas a
aperfeiçoarem cada vez mais seu processo de controle e planejamento, o papel do contador de nível
universitário está realmente assumindo o vulto que naturalmente lhe deveria ser reservado numa
entidade.
1.5.5 HORIZONTES PARA A CONTABILIDADE, PRINCIPALMENTE A PARTIR DA
ADOÇÃO DAS NORMAS INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE.
À medida que o contador se familiariza, cada vez mais, com os métodos quantitativos e a
computação; à medida que os órgãos representativos de classe se preocupam com a melhoria sempre

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crescente dos conceitos e normas contábeis, poder-se-á assegurar que os horizontes da contabilidade
serão os mais amplos e promissores possível.
A internacionalização da contabilidade está inserida no contexto de globalização da economia
mundial, em termos principalmente da livre movimentação de recursos e diminuição de barreiras
comerciais entre as nações. Nesse sentido, ações foram e estão sendo desenvolvidas com o objetivo de
harmonizar as normas contábeis, de forma que transações idênticas tenham impactos iguais nas contas
patrimoniais e de resultado das entidades, independentemente dos países onde estão localizados.
As IFRS (International Financial Reporting Standards – Normas Internacionais de Relatório
Financeiro) emitidas pelo IASB (International Accounting Standards Board – Conselho de Normas
Contábeis Internacionais) representam a prática contábil escolhida para harmonização em termo
mundial.
Atualmente, mais de 100 países adotam as IFRS e entre eles está o Brasil, cuja adoção se deu
em duas etapas. A primeira em 2008 e a segunda em 2010. Na primeira etapa, foram feitas diversas
alterações na lei societária brasileira (Lei n° 6.404/76), através da Lei nº 11.638/07 e da Lei 11.941/09.
As normas contábeis no Brasil são emitidas pelo CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis
e não denominados de CPC. Essas normas são adotadas pelo Concelho Federal de Contabilidade e pelos
órgãos reguladores, o que torna a sua aplicação obrigatória para praticamente todas as entidades no
Brasil, independentemente se as entidades são de capital aberto ou capital fechado ou constituídas na
forma na forma de sociedades limitadas. Uma exceção a essa regra são as instituições financeiras, uma
vez que o Banco Central do Brasil ainda não determinou que elas apliquem todas as normas do CPC na
escrituração fiscal mercantil.
Compõem o CPC: a- ABRASCA – Associação Brasileira das Companhias Abertas; b-
APIMEC NACIONAL – Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de
Capitais; c- BM&FBOVESPA S.A. Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros; d- CFC – Conselho
Federal de Contabilidade; e- IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil; f-
FIPECAFI – Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuarias e Financeiras. Atualmente, também
fazem parte do CPC membros dos seguintes órgãos: a) Banco Central do Brasil;b) Comissão de Valores
Mobiliários (CVM); c) Secretaria da Receita Federal;d) Superintendência de Seguros Privados
(SUSEP). É possível ainda que outras entidades ou especialistas sejam convidados a participar, ou ainda
que comissões e Grupos de Trabalho sejam criados para temas específicos.

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2. PATRIMÔNIO
2.1 CONCEITO
O patrimônio – objeto de estudo da contabilidade – é um conjunto de bens, direitos e
obrigações avaliado em moeda e pertencente a uma pessoa física, jurídica ou a uma entidade.
Bens - tudo o que pode ser avaliado economicamente e que satisfaça a necessidade humana.
Podem ser classificados como:
a) Bens Tangíveis ou Corpóreos - que possuem forma física, que inicialmente
destacamos:
Bens numerários: dinheiro
Bens de venda: mercadorias em estoque
Bens fixos ou imobilizados: representam os bens duráveis, com vida útil
superior a um ano,
Exemplos: imóveis, veículos, máquinas, instalações, equipamentos, móveis e
utensílios etc.
b) Bens Intangíveis ou Incorpóreos - Não possuem forma física, porém representam
uma aplicação de capital indispensável aos objetivos da empresa, e cujo valor reside
em direitos de propriedade que são legalmente conferidos aos seus possuidores.
Exemplos: marcas, patentes, direitos autorais, ações ou quota do capital de
outras empresas, etc.
Direitos – Valores a serem recebidos de terceiros por vendas a prazo ou valores de propriedade
(direito de uso) da entidade que se encontram em posse de terceiros.
Exemplos: duplicatas a receber, contas a recebe, clientes, títulos a receber,
dinheiro depositado no banco, aplicações financeiras, etc.
Obrigações – São dívidas ou compromissos de qualquer espécie ou natureza assumidos perante
terceiros ou bens de terceiros que se encontram em posse (uso) da entidade.
Exemplos: contas a pagar, duplicatas a pagar, títulos a pagar, fornecedores,
salários a pagar impostos a recolher etc.

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

Note que os direitos e as obrigações são fáceis de se conhecer, pois, na contabilidade,


normalmente representam um elemento seguido das expressões “a Receber” ou “a Pagar”.
Entretanto, há exceções a essa regra: CLIENTES e FORNECEDORES, por exemplo,
representam direito e obrigação, respectivamente, porém não são seguidos das expressões “a
Receber” ou “a Pagar”. As compras a prazo feitas pelos clientes geram direitos para a
empresa; e as vendas a prazo efetuadas pelos fornecedores geram, para a empresa, obrigações.
Não é necessário, contudo, escrever “Clientes a Receber” ou “Fornecedores a Pagar”.

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2.1 ASPÉCTOS QUALITATIVO E QUANTITATIVO


Todo documento extraído dos registros contábeis da empresa – seja em forma de relatório,
mapa, demonstração, quadro, etc. – deve ser elaborado observando-se os aspectos qualitativo e
quantitativo.
O aspecto qualitativo refere-se à natureza (ou a conta) do componente patrimonial que deve ser
evidenciado segundo a sua espécie. Exemplo: caixa, móveis e utensílios, veículos, etc.
O aspecto quantitativo refere-se à expressão dos componentes patrimoniais em valores.
2.2 COMPOSIÇÃO PATRIMONIAL
O Patrimônio é divido em três partes, a saber:
I. Ativo (A) – parte positiva, composta de bens e direitos, também denominada Patrimônio
Bruto;
II. Passivo (P) – parte negativa, composta das obrigações com terceiros;
III. Patrimônio Líquido (PL) ou Situação Líquida (SL) – parte diferencial (diferença) entre
o Ativo e o Passivo. O Patrimônio Líquido representa a riqueza líquida da entidade que,
em última análise, pertence aos sócios ou acionistas (proprietários) e indica a diferença
entre o valor dos bens e diretos (Ativo) e o valor das obrigações com terceiros
(Passivo). Esta parte diferencial (PL/SL) é que vai medir ou avaliar a situação ou
condição econômica e financeira da entidade.
2.2.1 EQUAÇÃO PATRIMONIAL

PL/SL = A - P

PL = Patrimônio Líquido
SL = Situação Líquida
Onde:
A = Ativo
P = Passivo

Atenção

Os valores do Ativo e do Passivo serão, necessariamente, iguais ou maiores que zero:


A≥0
P≥0
O valor do PL ou ST, por representar a situação em que a entidade se encontra em
determinado momento, poderá ser igual, maior ou menor que zero.
PL/SL = 0
PL/SL > 0

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2.3 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PATRIMÔNIO


No lado esquerdo, denominado lado do Ativo, são relacionados os elementos positivos (Bens e
Direitos). No lado direito, temos o Passivo, onde são relacionados os elementos negativos (Obrigações)
e o Patrimônio Líquido que é a diferença entre o Ativo e o Passivo. Assim:

PATRIMÔNIO

ATIVO PASSIVO + PATRIMÔNIO


LÍQUIDO

Bens Obrigações Capital de


(lado negativo) Terceiros
+
Direitos
Capital
Total

(lado positivo)
PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Capital de
Diferença entre o Ativo e o
Próprio
Passivo

Aplicando valores teremos:

PATRIMÔNIO

ATIVO PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Bens ................................................... 2.300 PASSIVO

Obrigações ............................................ 1.100


Direitos ............................................... 2.800

PATRIMÔNIO LÍQUIDO ..................... 4.000

TOTAL ............................................... 5.100 TOTAL ................................................. 5.100

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PL/SL = A – P

PL/SL = 5.100 – 1.100 = 4.000

Observe que o total do Ativo é sempre igual ao total do Passivo mais o Patrimônio Líquido. O
PL/ST representa a parte diferencial, exibida à direita, porque representa a riqueza líquida da entidade,
ou seja, a “obrigação” de devolver esse valor aos sócios em caso de extinção da sociedade.
ATIVIDADE PRÁTICA 01
1) Classifique os elementos marcando com um X em: ATIVO, PASSIVO OU PATRIMÔNIO
LÍQUIDO

N° ELEMENTOS ATIVO PASSIVO PATRIMÔNIO


LÍQUIDO
Terrenos

Mercadorias (estoque)

Imposto de Renda a pagar


Contas a Receber

Contas a Pagar

Veículos

Dividendos a Pagar

Títulos a Receber

Duplicatas a Pagar

Equipamentos

Clientes

Duplicatas a Receber

Caixa
Máquinas e Equipamentos

Aplicações Financeiras

Móveis e Utensílios

Empréstimos Bancários

Salários a Pagar

Capital Social

Prejuízos Acumulados
Pró-labore a Pagar

Férias a Pagar

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2.4 SITUAÇÕES OU ESTADOS PATRIMONIAIS


2.4.1 SITUAÇÃO FAVORÁVEL (PL +)
Ocorre quando os bens e direitos (Ativo) excedem o valor das obrigações com terceiros
(Passivo)

PATRIMÔNIO

ATIVO PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO


PASSIVO
Bens ...................................................... 4.000
Obrigações ........................................ 2.000

Direitos ................................................. 3.000


PATRIMÔNIO LÍQUIDO ( * ) ............. 5.000

TOTAL ............................................... 7.000 TOTAL ............................................... 7.000

( * ) situação favorável

2.4.2 SITUAÇÃO DESFAVORÁVEL, PL ( - ) ou PASSIVO A DESCOBERTO


Ocorre quando os bens e direitos (ativo) forem menores que as obrigações com terceiros
(Passivo)

PATRIMÔNIO

ATIVO PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO

PASSIVO
Bens ...................................................... 4.000
Obrigações ........................................ 8.000

Direitos ................................................. 3.000


PATRIMÔNIO LÍQUIDO ( * )..............(1.000)

TOTAL ............................................... 7.000 TOTAL .................................................. 7.000

( * ) passivo a descoberto

Atenção
Quando o valor estiver entre parênteses, significa dizer que o
mesmo é NEGATIVO

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2.4.3 SITUAÇÃO NULA OU DE EQUILÍBIO APARENTE (A = P, logo PL = 0)


Ocorre quando os bens e direitos (ativo) forem iguais às obrigações com terceiros (Passivo);
nesta hipótese o Patrimônio Líquido será nulo.

PATRIMÔNIO

ATIVO PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO

PASSIVO
Bens ...................................................... 4.000
Obrigações ........................................ 7.000

Direitos ................................................. 3.000


PATRIMÔNIO LÍQUIDO ( * )................- 0 -

TOTAL ............................................... 7.000 TOTAL .................................................. 7.000


( * ) situação nula

2.4.4 SITUAÇÃO PLENA OU PROPRIEDADE TOTAL DO ATIVO (A = PL, logo P = 0)


Ocorre quando os bens e direitos (Ativo) forem iguais ao Patrimônio Líquido, nessa hipótese, as
obrigações com terceiros (Passivo) serão nulas.

PATRIMÔNIO

ATIVO PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO


PASSIVO
Bens ......................................................... 5.000
Obrigações...........................................- 0 -

Direitos ................................................... 2.000


PATRIMÔNIO LÍQUIDO ( * ) ............. 7.000

TOTAL .................................................... 7.000 TOTAL .................................................... 7.000

( * ) situação plena

Esta situação, na prática, dificilmente ocorrerá; pode acontecer,


eventualmente no início das operações ou das atividades da
entidade.

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2.4.5 INEXISTÊNCIA DE ATIVOS: P=(PL), logo A = 0


Ocorre quando as obrigações com terceiros (Passivo) forem iguais ao Patrimônio Líquido Negativo;
nessa hipótese, o Ativo será nulo. Caso a entidade decidisse alienar os bens, receber os direitos e pagar
as obrigações, o Patrimônio estaria assim representado:

PATRIMÔNIO

ATIVO PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO

PASSIVO
Bens..........................................................- 0 -
Obrigações ....................................... 1.000

Direitos.....................................................- 0 -
PATRIMÔNIO LÍQUIDO ( * )..............(1.000)

TOTAL .....................................................- 0 - TOTAL ....................................................- 0 -

( * ) o PL negativo é também denominado Passivo a Descoberto

2.4.6 EXEMPLO PRÁTICO


1ª OPERAÇÃO
Constituição da Alfenas S.A com capital subscrito e integralizado em dinheiro de R$ 4.000 em
15-01-XX

Alfenas S.A
Balanço Patrimonial em 15/01/XX
Em R$ mil

ATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Caixa 4.000
Capital Subscrito 4.000

TOTAL 4.000 TOTAL 4.000

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2ª OPERAÇÃO
Aquisição de um edifício por R$ 1.200 sendo o pagamento efetuado a vista em 10-02-XX

Alfenas S.A
Balanço Patrimonial em 10/02/XX
Em R$ mil

ATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Caixa 2.800
Imóveis 1.200
Capital Subscrito 4.000

TOTAL 4.000 TOTAL 4.000

3ª OPERAÇÃO
Compra de materiais junto a fornecedores pelo valor de R$ 2.000 2m 13-02-XX

Alfenas S.A
Balanço Patrimonial em 13/02/XX
Em R$ mil

ATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Caixa 2.800 PASSIVO


Imóveis 1.200 Fornecedores 2.000
Estoque de Materiais 2.000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Subscrito 4.000

TOTAL 6.000 TOTAL 6.000

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4ª OPERAÇÃO
Aquisição de um veículo a vista por R$ 200 em 20/02/XX

Alfenas S.A
Balanço Patrimonial em 20/02/XX
Em R$ mil

ATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Caixa 2.600 PASSIVO


Imóveis 1.200 Fornecedores 2.000
Estoque de Materiais 2.000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Veículos 200 Capital Subscrito 4.000

TOTAL 6.000 TOTAL 6.000

5ª OPERAÇÃO
Venda do pavimento superior do edifício em 23/02/XX por R$ 600 (custo) mediante nota
promissória.

Alfenas S.A
Balanço Patrimonial em 23/02/XX
Em R$ mil

ATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Caixa 2.600 PASSIVO


Imóveis 600 Fornecedores 2.000
Estoque de Materiais 2.000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Veículos 200 Capital Subscrito 4.000
Títulos a Receber 600

TOTAL 6.000 TOTAL 6.000

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6ª OPERAÇÃO
Pagamento, em 05/03/XX, de R$ 1.300 a fornecedores

Alfenas S.A
Balanço Patrimonial em 05/03/XX
Em R$ mil

ATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Caixa 1.300 PASSIVO


Imóveis 600 Fornecedores 700
Estoque de Materiais 2.000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Veículos 200 Capital Subscrito 4.000
Títulos a Receber 600

TOTAL 4.700 TOTAL 4.700

7ª OPERAÇÃO
Recebimento em 10/03/XX, o valor de R$ 400 como parte da venda do edifício.

Alfenas S.A
Balanço Patrimonial em 05/03/XX
Em R$ mil

ATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Caixa 1.700 PASSIVO


Imóveis 600 Fornecedores 700
Estoque de Materiais 2.000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Veículos 200 Capital Subscrito 4.000
Títulos a Receber 200

TOTAL 4.700 TOTAL 4.700

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3. ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS


3.1 ORIGENS DE RECURSOS (Passivo e Patrimônio Líquido)
No desempenho de suas atividades, as pessoas jurídicas podem contar com recursos
provenientes de duas origens de fontes;
1- Recursos próprios;
2- Recursos de terceiros.
A constituição de uma sociedade se dá por meio de recursos fornecidos pelos sócios para a
formação do patrimônio da pessoa jurídica. Trata-se do capital social inicial, que representa recursos
próprios. Igualmente, são recursos próprios os originários dos aumentos de capital mediante o ingresso
de novos recursos.
Os resultados positivos apurados nas atividades empresariais também representam recursos
próprios, uma vez que não correspondem a obrigações. Portanto, são recursos próprios os decorrentes
de receitas, lucros e ganhos obtidos pela sociedade em transações com terceiros, tais como rendimentos
auferidos com aplicações financeiras, aluguéis de imóveis próprios, lucro na venda de mercadorias e
serviços.
Parte dos lucros apurados pela pessoa jurídica é distribuída aos seus acionistas ou sócios, na
forma de dividendos, sendo o valor restante retido para reinvestimento na empresa. A parcela não
distribuída dos lucros permanece no patrimônio, como parte do capital próprio.
No decorrer de suas operações, a empresa utiliza recursos de terceiros, oriundos de
empréstimos e financiamentos, salários a pagar, imposto a pagar, fornecedores, etc.
Empréstimos concedidos por sócios à sociedade representam recursos de terceiros, pois não são
destinados à formação do capital.
Os recursos próprios (capital próprio) são representados pelo patrimônio líquido:
PATRIMÔNIO LÍQUIDO = RECURSOS PRÓPRIOS
Os recursos alheios (capital de terceiros) são representados pelo passivo exigível:
A soma dos recursos de terceiros com os próprios forma o capital total à disposição:
Capital Total à Disposição = Recursos de Terceiros + Recursos Próprios
Capital Total à Disposição = Passivo Exigível + Patrimônio Líquido
O capital total à disposição é denominado passivo ou passivo total
Passivo Total = Passivo Exigível + Patrimônio Líquido
A análise do patrimônio líquido e do passivo exigível nos permite identificar quais são as fontes
ou origens de recursos financiadoras das operações de uma empresa. Um passivo exigível de valor
elevado, em comparação com o montante do patrimônio líquido, indica um elevado nível de
endividamento e, por consequência, maior probabilidade de insolvência futura (passivo a descoberto).
Por outro lado, um elevado capital próprio, em relação ao capital alheio, transmite mais segurança aos
credores no que diz respeito à concessão e à realização de crédito.

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Por exemplo, uma pessoa jurídica apresenta a seguinte estrutura patrimonial:


Ativo = 1.000
Passivo Exigível = 300
Patrimônio Líquido = 700
Neste caso, o capital total à disposição é igual a 1.000 (300 do passivo exigível mais 700 do
patrimônio líquido). Desse total, 30% são recursos de terceiros e 70% próprios.
O capital total à disposição é equivalente ao valor do ativo:
Ativo = Passivo Exigível + Patrimônio Líquido
Ativo = Capital de Terceiros + Capital Próprio
Ativo = Capital Total à Disposição
Ativo = 300 + 700
Ativo = 1.000
3.2 APLICAÇÕES DE RECURSOS
O ativo representa as aplicações ou uso dos recursos obtidos.
A análise do passivo exigível e do patrimônio líquido possibilita a identificação das origens ou
fontes. Já a análise do ativo evidencia de que maneira os recursos obtidos estão sendo utilizados. Assim,
as aplicações podem ser em estoque de mercadoria, bens de uso, disponibilidades financeiras (caixa,
bancos), contas a receber, etc.
Em resumo, a pessoa jurídica obtém capitais próprio e de terceiros e os aplica nos bens e
direitos que constituem o ativo.
3.3 ANÁLISE DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS
Para ilustrar o uso destes conceitos na análise da situação patrimonial, consideremos que
determinada pessoa jurídica recorra a um banco para obter um empréstimo. O gerente da instituição
financeira precisa avaliar a situação patrimonial da empresa e as garantias que ela oferece.
Digamos que o cliente, inicialmente, tivesse informado apenas o seguinte:
Ativo Total = 10.000
Empréstimo solicitado = 6.000
Uma análise precipitada da situação do cliente poderia resultar na seguinte conclusão: é
perfeitamente possível o pagamento de uma dívida de 6.000 por quem tem um ativo de 10.000. No
entanto, para o gerente, seria adequado identificar as origens ou fontes dos recursos do cliente.
Imaginemos que este demonstrasse ter capital próprio de 2.000 e dívidas de 8.000:
Ativo Total = 10.000
Passivo Exigível = 8.000
Patrimônio líquido = 2.000
Quer dizer que, do total de recursos à disposição, 80% são de terceiros. Para a instituição
financeira, talvez seja muito arriscado conceder crédito a alguém com um nível tão elevado de
endividamento.

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2.5.1 EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO

1) A empresa X possui um capital de terceiros que é exatamente o dobro do Patrimônio Líquido. O


capital próprio, por sua vez, é exatamente o montante de bens da empresa que é igual a R$ 1.000.
Preencha o Balanço Patrimonial abaixo:

ATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Bens ..................................... 1.000 PASSIVO ...............................

Direitos ............................

PATRIMÔNIO LÍQUIDO ...........

TOTAL .............................. TOTAL ..............................

2) Estruture o Balanço Patrimonial da Cia. Simétrica em 31/12/X6.

Caixa: 1.800; Fornecedores: 4.000; Capital Social: 10.000; Máquinas: 3.000; Estoques: 6.500;
Empréstimos bancários: 7.320; Veículos: 200; Duplicatas a Receber: 3.400; Salários a Pagar: 6.500;
Participações em outras empresas; 7.320; Contas a Pagar: 200; Prédios: 4.000; Impostos a Pagar:
1.800; Férias a Pagar 3.000; Contas a Receber: 10.000; Lucros Acumulados. 3.400

ATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO

BENS .................................. OBRIGAÇÕES .........................

DIREITOS ............................

PATRIMÔNIO LÍQUIDO ...........

TOTAL .............................. TOTAL ..............................

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3) O Balanço Patrimonial

ATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Caixa 10.000 Fornecedores 200.000


Duplicatas a Receber 40.000 Empréstimos a Pagar 40.000

Estoques 50.000 Salários a Pagar 60.000

Máquinas 100.000

Terrenos 200.000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO ........... 200.000

Títulos a Receber 100.000

Capital Social 200.000

TOTAL ........................................... 500.000 TOTAL .............................................. 500.000

Com os dados da Cia. Esperança assinale as alternativas corretas:

1. Tanto as Origens quanto as Aplicações são: 5. O total de bens é:

a. ( ) 300.000 a. ( ) 500.000

b. ( ) 500.000 b. ( ) 380.000

c. ( ) 1.000.000 c. ( ) 300.000

d. ( ) n.d.a d. ( ) n.d.a

2. O Capital de terceiros é: 6. O Patrimônio Líquido é:

a. ( ) 500.000 a. ( ) 500.000

b. ( ) 300.000 b. ( ) 400.000

c. ( ) 200.000 c. ( ) 300.000

d. ( ) n.d.a d. ( ) n.d.a

3. O capital próprio é: 7. O Patrimônio é:

a. ( ) 100.000 a. ( ) 7.900.000

b. ( ) 200.000 b. ( ) 500.000

c. ( ) 500.000 c. ( ) 200.000

d. ( ) n.d.a d. ( ) n.d.a

4. O total do direito é: 8. Podemos dizer que o disponível é:

a. ( ) 200.000 a. ( ) 50.000

b. ( ) 140.000 b. ( ) Estoque a Venda


c. ( )300.000 c. ( ) Capital Social

d. ( ) n.d.a d. ( ) n.d.a

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3. ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL E O MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS

3.1. ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL

Escrituração contábil é a técnica utilizada para o registro dos fatos contábeis. Tem como
finalidade o controle do patrimônio e de suas variações, sendo processada mediante lançamentos em
livros destinados ao registro das operações que afetam o patrimônio.

Segundo estabelece o artigo 1.179 do Código Civil Brasileiro (Lei 10.406/2002), estão obrigados
a seguir um sistema de contabilidade mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus
livros, em correspondência com a documentação respectiva.

3.1.1. RAZONETE

Também denominado gráfico T ou conta T o razonete nada mais do que uma versão
simplificada do Livro Razão. Por meio do Razão se controla separadamente o movimento de cada
conta.

As contas representam registros de DÉBITOS e CRÉDITOS da mesma natureza ou espécie,


identificadas por nomes (títulos) que qualificam elementos patrimoniais (bens, direitos, obrigações,
patrimônio líquido, receitas, despesas).

3.2. PARTIDAS DOBRADAS

Para satisfazer as necessidades das pessoas e das entidades terão que ser resolvidos dois
pontos: quais os bens que podem satisfazer essas necessidades e quais os recursos para obtê-los. Aí se
resume grande parte da atividade econômica.

Por esta razão, quando a contabilidade registra os eventos econômicos das empresas que tem
influência em seu patrimônio, preocupa-se em registrar onde foram aplicados (investidos) os recursos
da empresa e quais as fontes (origens desses recursos), dinheiro ou crédito.

APLICAÇÃO ORIGEM

O método fundamental da contabilidade, que é chamado de método das partidas dobradas foi
instituído em 1494 pelo italiano, matemático, Frei Luca Pacioli (considerado o pai da contabilidade
moderna).

A essência do método é que o registro de qualquer operação implica que um débito numa ou
mais contas deve corresponder um crédito equivalente em uma ou mais contas, de forma que a soma
dos valores debitados seja sempre igual à soma dos valores creditados.

Não há debito sem crédito correspondente;

Débito = crédito ou origens = aplicações

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Como o balanço, o razonete tem dois lados e na sua parte superior coloca-se o título da conta
que será movimentada.

Balanço Patrimonial Razonete


Ativo Passivo Título da Conta

As contas representam registros de débitos e créditos da mesma natureza ou espécie,


identificadas por nomes (títulos) que qualificam elementos patrimoniais (bens, direitos, obrigações,
patrimônio líquido, receitas e despesas). Para cada conta abre-se um razonete e nele registra-se a
movimentação. De um lado representam-se os aumentos, de outro, as diminuições. Tecnicamente,
seria inadequado denominar lado esquerdo e lado direito da conta (ou do razonete). O lado esquerdo
chama-se débito e o lado direito, crédito.

Nome da Conta
VALORES ESCRITURADOS VALORES ESCRITURADOS
A DÉBITO A CRÉDITO

SALDO DEVEDOR SALDO CREDOR

Exemplo de Utilização de Razonete

Nome da Conta Nome da Conta


2.300 2.800

1.800 800 500

1 000
Saldo Devedor
Saldo Credor

3.2.1 ELEMENTOS MÍNIMOS DA CONTA RESUMIDA

• Nome (título) da conta

• Débito

• Crédito

• Saldo
Atenção
Os débitos são, por convenção, registrados no lado
esquerdo, e os créditos, no lado direito.

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3.2.2 DÉBITO, CRÉDITO E SALDO

✓ As contas que representam bens, direitos, despesas e custos tem saldo devedor.

✓ As contas que representam obrigações (P), Patrimônio Líquido (PL) e Receitas tem saldo
credor.

✓ Saldo de uma conta representa a diferença entre o valor do débito e do crédito. Os saldos
podem ser:

a) Devedor – quando o valor do débito for superior ao do crédito ( D > C )


b) Credor – quando o valor do crédito for superior ao do débito ( D < C )
c) Nulo – quando o valor do débito for igual ao do crédito ( D = C )

3.2.3 EXERCÍCIO

No mês de dezembro de 2012, foram realizadas as seguintes operações na empresa Futuro Ltda:

1- Investimento inicial de capital no valor total de R$ 20.000,00 em dinheiro


2- Compra de móveis e utensílios, no valor de R$ 5.000,00, a prazo;
3- Aquisição de mercadorias, no valor de R$ 10.000,00 à vista;
4- Compra de veículo, à vista no valor de 10.000,00;
5- Venda à vista de mercadoria com preço de R$ 7.000,00, pelo preço de custo.

Pede-se efetuar lançamentos nos razonetes

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3.3. BALANETE DE VERIFICAÇÃO

De acordo com o método das partidas dobradas, cada lançamento a débito deve corresponder
a um ou mais lançamentos a crédito de igual valor. Portanto o somatório dos saldos das contas
devedoras deverá ser igual ao dos saldos das contas credoras. Com o objetivo de constatar essa
igualdade, é usual, antes do levantamento do conjunto das demonstrações contábeis, que as contas
de ativo, passivo, patrimônio líquido, receitas e despesas sejam classificadas em um relatório
denominado balancete.

A finalidade do balancete de verificação é demonstrar a correta aplicação do método das


partidas dobradas. Vale dizer, ele evidencia a igualdade matemática dos lançamentos efetuados no
período. Se para cada débito em uma ou mais contas houve crédito de igual valor em uma ou mais
contas, então o total devedor deve ser igual ao total credor. Caso isso não ocorra, existirá algum erro.
Se houver erro na transposição de contas do razão, quando da elaboração do balancete, os totais
devedores e credores não serão iguais.

Atenção
O balancete de verificação é feito a partir do livro-
razão (razonete), do qual são extraídos os saldos para a sua
elaboração.

O fato de que o total dos saldos devedores será sempre igual ao total dos saldos credores
indicará aritmeticamente a precisão de todos os lançamentos contábeis feitos, isto é, para cada
lançamento contábil a débito foi feito um lançamento contábil a crédito de igual valor.

Entretanto, haverá alguns tipos de erros que um balancete não revela, como por exemplo:

➢ A completa omissão de uma transação no razão (razonete),em relação a qual não sido
feito o débito nem o crédito.

➢ A classificação incorreta em uma conta do razão no débito ou no crédito.

A elaboração do balancete compreenderá a transposição dos saldos das contas do razonete


para as respectivas colunas do balancete

3.3.1 MODELO DO BALANETE DE VERIFICAÇÃO

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3.3.2 NORMA TÉCNICA DO BALANETE DE VERIFICAÇÃO – NBC T 2.7

1. O balancete de verificação do razão é a relação de contas, com seus respectivos saldos, extraída
dos registros contábeis em determinada data.

2. O grau de detalhamento do balancete deverá ser consentâneo (condizente) com sua finalidade.

3. Os elementos mínimos que devem constar do balancete são:

a) identificação da Entidade;

b) data a que se refere;

c) abrangência;

d) identificação das contas e respectivos grupos;

e) saldos das contas, indicando se devedores ou credores;

f) soma dos saldos devedores e credores.

4. O balancete que se destinar a fins externos à Entidade deverá conter nome e assinatura do
contabilista responsável, sua categoria profissional e número de registro no CRC.

5. O balancete deve ser levantado, no mínimo, mensalmente.

3.3.3 EXERCÍCIOS

1) Faça a transposição de contas do razão para o balancete referente ao exercício 3.2.3.

SALDO INICIAL MOVIMENT0 SALDO FINAL


CONTAS
D C D C D C

TOTAL GERAL

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2) No mês de março/X1, foram realizadas as seguintes operações na Empresa Comercial Ceará Ltda:

1- Constituição do capital inicial em dinheiro, no valor total de $ 8.000;


2- Compra de um terreno, a vista, no valor de $ 3.000 a fim de construir a sede da empresa;
3- Venda de metade do terreno pelo preço de custo, a prazo;
4- Compra, a prazo, da Cia X, de $ 3.800 em peças para reparos necessários para atividade da
empresa;
5- Recebimentos de $ 1.000, relativos à venda do terreno;
6- Pagamento de R$ 2.500 referente à compra efetuada a Cia X

RAZONETES

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BALANCETE DE VERIFICAÇÃO (Modelo simplificado)

BALANÇO PATRIMONIAL (Modelo simplificado)

ATIVO PASSIVO

PATRIMONIO LÍQUIDO

TOTAL TOTAL

Atenção
Para diferenciarmos as compras efetuadas a prazo, vamos utilizar os
seguintes critérios:

1- Compras de Mercadorias (estoque) a Prazo, a origem será a


conta FORNECEDORES;

2- Todas as demais compras a prazo, a origem será sempre


CONTAS A PAGAR

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3) No mês de novembro/X2, foram realizadas as seguintes operações na Empresa FSM Ltda:

1- Constituição do capital inicial em dinheiro, no valor total de $ 80.000;


2- Compra de computadores e periféricos, a vista, no valor de $ 4.000;
3- Compra de dois veículos, a vista, no valor de $ 25.000 cada;
4- Compra de móveis e utensílios a Cia Bandeirantes, no valor de $ 3.800, a prazo;
5- Venda a vista de um dos veículos a preço de custo;
6- Pagamento de $ 2.500 referente à compra efetuada a Cia Bandeirantes;
7- Aquisição de mercadorias, a prazo, no valor de $ 25.000, a Cia do Vale;
8- Transferência de $ 40.000 do caixa para o Banco do Brasil;
9- Emissão de cheque para pagamento de $ 5.000 referente à compra efetuada a Cia do Vale;
10- Compra de máquinas e equipamentos, a prazo, no valor de 7.000

Pede-se:

a) Registrar as operações nos razonetes;


b) Levantar o balancete de verificação;
c) Elaborar o balanço Patrimonial.

RAZONETES

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BALANCETE DE VERIFICAÇÃO (Modelo simplificado)

SALDO INICIAL MOVIMENT0 SALDO FINAL


CONTAS
D C D C D C

TOTAL GERAL

BALANÇO PATRIMONIAL (Modelo Simplificado)

ATIVO PASSIVO E PATRIMONIO LIQUIDO

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

TOTAL TOTAL

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4. VARIAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO - CONTA DE RESULTADO

4.1 INTRODUÇÃO

Contas de resultado são aquelas utilizadas para o registro das transações responsáveis pelas
mutações patrimoniais, isto é, das transações que provocam variações na situação líquida do
patrimônio. Dividem-se em despesas e receitas.

4.1.1 DESPESA

É o sacrifício patrimonial feito intencionalmente pela entidade com o objetivo de gerar


receita. Quando incorre numa despesa, o empresário sabe que está consumindo uma parcela de seu
patrimônio. Ainda assim, ele assume o ônus causado pela despesa, pois seu objetivo é a geração de
receitas que compensem esse gasto e provoquem lucro.

O sacrifício patrimonial correspondente às despesas deve-se ao fato de elas não gerarem uma
contrapartida, na forma de bens ou direitos, que se incorpore ao patrimônio.

O efeito da despesa sobre o patrimônio pode consistir na redução do ativo ou no aumento do


passivo exigível (despesa incorrida, mas não paga). De uma forma ou de outra a despesa reduz a
situação liquida.
Atenção
A conta de despesa tem como natureza ser uma conta
DEVEDORA, ou seja, sempre receberá lançamentos a DÉBITO.

De acordo com a nova Estrutura Conceitual (CPC 00), despesas são decréscimos nos benefícios
econômicos durante o período contábil sob a forma de saída de recursos ou redução de ativos ou
aumentos em passivos, que resultam em redução do patrimônio líquido, desde que não estejam
relacionados com distribuição de recursos aos sócios (dividendos, por exemplo, não é despesa)

4.1.2 RECEITA

As receitas decorrem da venda de bens ou da prestação de serviços. São aumentos do Ativo


(entrada de dinheiro ou geração de direitos) ou diminuições do Passivo (reduções ou extinções de
obrigações) sem que, em contrapartida, haja diminuição de valores patrimoniais ou aumentos de
Passivo.

Na atividade econômica, o empresário tem como objetivo principal o lucro, alcançado quando
as receitas (inclusive os ganhos) superam as despesas (inclusive as perdas).

As contas de receitas registram variações patrimoniais positivas, vale dizer, a receita aumenta
a situação líquida.

Segundo o CPC que dispões sobre a Estrutura Conceitual para a Elaboração e Divulgação de
Relatório Contábil-Financeiro (CPC 00), receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o
período contábil sob a forma de entrada de recursos ou aumento de ativos (prestação de serviço à
vista, por exemplo), ou diminuição de passivos (obtenção de desconto financeiro no pagamento de
duplicata, por exemplo) que resultam em aumentos do patrimônio líquido e que não sejam
provenientes de aporte de recursos dos proprietários da entidade.

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Atenção
A conta de receita tem como natureza ser uma conta
CREDORA, ou seja, sempre receberá lançamentos a CRÉDITO.

4.2 APURAÇÃO DO RESULTADO

4.2.1 CONCEITO

Ao fim de cada exercício social, as contas de resultado têm seus saldos encerrados, com a finalidade de
que as receitas e despesas de um exercício não sejam afetadas por receitas de despesas de períodos
anteriores. Assim, o resultado corresponde ás receitas e despesas exclusivamente do exercício social
encerrado.

4.2.2 CONTAS TRANSITÓRIAS E PERMANENTES

Em função de terem seus saldos encerrados ao fim de cada exercício, as contas de resultado as
denominadas contas transitórias. No inicio de cada exercício social, o saldo das contas de resultado
deve ser igual a zero. Já as contas patrimoniais são denominadas contas permanentes, pois seus saldos
ao fim de um exercício serão os saldos iniciais no exercício seguinte.

4.2.3 ENCERRAMENTO DOS SALDOS DAS CONTAS DE RESULTADO

Consideramos que durante o exercício, uma empresa tenha apurado as receitas e despesas indicadas
abaixo de forma resumida:

DESPESAS RECEITAS

3.000 5.000

O lançamento de encerramento do saldo da conta de despesas, com a sua transferência para a conta
de resultado do exercício seria:
D- Resultado do Exercício
C- Despesas

O lançamento de encerramento do saldo da conta de receita seria:

D- Receitas
C- Resultado do Exercício

Após esses lançamentos, as contas de receitas e despesas tiveram seus saldos encerrados e a conta de
Resultado do Exercício apresenta saldo de 2.000:

RESULTADO

3.000 5.000

2.000

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Se o seu saldo é credor, a conta Resultado do Exercício indica que houve lucro no exercício, pois as
receitas superaram as despesas. Quando o saldo desta conta é devedor, significa que foi apurado
prejuízo.

4.2.4 TRANSFERENCIA DO RESULTADO PARA O PATRIMÔNIO LÍQUIDO

A conta Resultado do Exercício, também denominada Rédito, Apuração do Resultado, Resultado, etc.,
é transitória. Uma vez apurado o resultado do exercício, o valor correspondente é transferido para o
patrimônio líquido, para a conta LUCRO OU PREJUÍZOS ACUMULADOS. No exemplo anterior, essa
transferência seria feita por intermédio do lançamento:

D- Resultado do Exercício
C- Lucros ou Prejuízos Acumulados

Na hipótese de o saldo da conta Resultado do Exercício ser devedor, o lançamento de transferência é:

D- Lucros ou Prejuízos Acumulados


C- Resultado do Exercício

5. FATOS E ATOS ADMINISTRATIVOS, FÓRMULAS DE LANÇAMENTOS

5.1 FATOS ADMINISTRATIVOS

Fato administrativo ou fato de gestão é qualquer operação realizada pela administração que
modifique o patrimônio da empresa, tem termos de qualidade ou quantidade.

Os administradores (diretores, sócios-gerentes) atuam em nome da sociedade e, com essa


finalidade, executam uma série de negócios envolvendo a pessoa jurídica. Quando esses negócios
afetam o patrimônio da empresa, recebem o nome de fatos administrativos.

São fatos administrativos: compras à vista ou a prazo de bens, vendas à vista ou a prazo de
mercadorias e serviços, pagamentos e recebimentos, etc.

5.1.1 CLASSIFICAÇÃO DOS FATOS ADMINISTRATIVOS

Os fator administrativos são classificados em:

• Fatos Permutativos

• Fatos Modificativos

• Fatos Mistos

5.1.1.1 FATOS PERMUTATIVOS OU COMPENSATIVOS

São os que não provocam alterações no valor do Patrimônio Líquido. A alteração se dar
apenas em termos qualitativos (nas contas)

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5.1.2.1 EXEMPLOS

1) Compra de uma máquina à vista no valor de $ 10.000

Há apenas uma permuta: deixa de existir o dinheiro no caixa da empresa (diminuição do


Ativo), fato que é compensado pela aquisição da máquina (aumento do Ativo). Não há alteração do PL.

D- Máquinas e Equipamentos (Ativo)

C- Caixa / Bancos (Passivo)

2) Compra de uma máquina com financiamento bancário no valor de $ 10.000

No caso, há um aumento do Ativo (compra da Máquina), que é compensado por um aumento


igual no passivo (Financiamento), deixando inalterado o PL.

D- Máquinas e Equipamentos (Ativo)

C- Financiamentos (Passivo)

3) Pagamento de contas a pagar (em dinheiro) no valor de $ 10.000

Neste caso há uma diminuição no ativo (deixa de existir dinheiro no caixa), que é compensado
por igual diminuição do Passivo.

D- Contas a Pagar (Passivo)

C- Banco / Caixa

4) Aumento de capital com incorporação de reservas ou de lucros acumulados.

Há apenas uma transferência entre contas do PL, cujo valor permanece inalterado.

D- Reserva de Lucros (PL)

C- Capital Social (PL)

5.1.1.2 FATOS MODIFICATIVOS

São os que provocam alterações no valor do PL, provocando aumento ou redução de valor
idêntico no Passivo ou no Ativo. Estes fatos podem ser:

a) Aumentativos ou positivos – Quando provocam acréscimos no PL;

Exemplos: Receita de aluguel, receita de juros, aumento de capital com recursos


provenientes dos proprietários.

D- Aluguéis a Receber / Caixa (Ativo)

C- Receita de Aluguéis (Resultado)

b) Diminutivos ou negativos – Quando provocam reduções no PL.

Exemplos: despesas de salários, despesas financeiras, distribuição de lucros aos sócios ou


acionistas.

D- Despesa de Salários (Resultado)

C- Salários a Pagar (Passivo)

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5.1.1.3 FATOS MISTOS OU COMPOSTOS

São os que combinam fatos permutativos com fatos modificativos, logo podem ser:

a) Aumentativos ou positivos – é quando ocorre uma permuta e, simultaneamente, o


aumento no PL.

Exemplo: Recebimento de duplicatas com juros, pagamento de duplicatas com desconto,


venda à vista de mercadorias em estoque por um preço superior ao valor do seu custo, cuja diferença
(lucro) aumenta o PL.

D- Banco (Ativo)

C- Juros Ativos (Resultado)

C- Duplicatas a Receber (Ativo)

b) Diminutivos ou negativos – é quando ocorre uma permuta e simultaneamente uma


redução no PL.

Exemplo: Pagamento de duplicatas com juros, recebimento de duplicatas com desconto.

D- Duplicatas a Pagar (Passivo)

D- Juros Passivos (Resultado)

C- Caixa / Banco (Ativo)

5.2 ATOS ADMINISTRATIVOS

Ato administrativo é qualquer negócio realizado pela administração que não modifique o
patrimônio.

Alguns atos administrativos têm como consequência fatos administrativos.

Exemplo: quando a empresa, por intermédio de seus diretores, é fiadora num contrato de
aluguel, ocorre um ato administrativo. Todavia, se o valor da locação não for honrado pelo locatário, a
empresa poderá ter de pagar o aluguel, isto será um fato administrativo.

Os atos administrativos que possam provocar efeitos relevantes sobre o patrimônio devem ser
indicados em notas explicativas (esclarecimentos que acompanham as demonstrações contábeis e têm
como objetivo facilitar o entendimento e a análise da situação do patrimônio e de suas variações).

5.3 FÓRMULAS DE LANÇAMENTOS

Primeira Fórmula: são de primeira fórmula os lançamentos que envolverem apenas uma conta de
débito e uma conta de crédito.

Exemplo: pagamento em dinheiro do aluguel do prédio, no valor de R$ 800,00:

D – Aluguéis Passivos*....... 800,00

C – Caixa ........................................ 800,00

* Parte do princípio que o aluguel foi provisionado anteriormente

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Segunda Fórmula: São os lançamentos que envolvem apenas uma conta a débito e mais de uma conta
a crédito.

Tomemos como exemplo o pagamento de obrigação com fornecedores, em dinheiro, no valor


de R$ 1.000,00; com desconto de 10% por antecipação:

D – Fornecedores ........ 1.000,00

C – Caixa ...................................... 900,00

C – Descontos Ativos .................... 100,00

Terceira Fórmula: São os lançamentos que envolvem mais de uma conta a débito e apenas uma conta
a crédito.

Exemplo: recebimento, em dinheiro, de duplicata de um cliente, no valor de R$ 150,00; com


desconto de 20%:

D – Caixa ............................... 120,00

D – Descontos Passivos .......... 30,00

C – Clientes .......................................... 150,00

Quarta Fórmula: São os lançamentos que envolvem mais de uma conta a débito, e mais de uma conta
a crédito.

Exemplo: compra, na mesma nota fiscal, de mercadorias e material de consumo, sendo 50%
pago em espécie no ato da compra e o saldo a ser pago em 30 dias.

D – Estoque de mercadorias (para revenda) .......... 8.000,00

D – Estoque de material para consumo ................... 2.000,00

C – Caixa ................................................................................... 5.000,00

C – Fornecedores ...................................................................... 5.000,00

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6. INSUBSISTÊNCIAS E SUPERVENIENCIAS

6.1 INSUBSISTÊNCIA

6.1.1 INSUBSISTÊNCIA PASSIVA

Insubsistência é a condição de algo que deixa de existir, que desaparece. O vocábulo passiva
tem o sentido de negativa ou que causa efeito negativo, que não se confunde com a expressão do
passivo (obrigações, do passivo exigível). Logo, a insubsistência passiva é relativa àquilo que, ao deixar
de existir, provoca efeito negativo sobre o patrimônio.

Exemplo: A mercadoria perdida em um incêndio.

(lembrando que não se trata de uma insubsistência do passivo). Como o que deixou de existir foi um
bem, com a perda da mercadoria, houve uma insubsistência do ativo.

Portanto, a conta Insubsistência Passiva é de despesa (de natureza devedora).

6.1.2 INSUBSISTÊNCIA ATIVA

Por analogia, Insubsistência ativa é quando algo que deixou de existir provoca o aumento do
patrimônio, significa o efeito positivo de algo que deixou de existir.

Exemplo: A prescrição de uma dívida, que é uma insubsistência do passivo.

A conta Insubsistências Ativas é de receita (de natureza credora)

6.1.3 INSUBSISTÊNCIA DO PASSIVO

Consiste no desaparecimento de uma dívida. Observe que a insubsistência do passivo é uma


insubsistência ativa (tem efeito positivo sobre o patrimônio).

6.1.4 INSUBSISTÊNCIA DO ATIVO – consiste no desaparecimento de um bem ou direito. Trata-se de


uma insubsistência passiva (tem efeito negativo sobre o patrimônio)

6.2 SUPERVENIENCIA

É a condição de algo que vem além, que adiciona ou acresce. Em contabilidade, significa algo
que provoca aumento do ativo ou do passivo, aumentando ou diminuindo o PL.

Se a superveniência for passiva, tal aumento tem efeito negativo.

Exemplo: Os juros de mora por atraso de uma obrigação aumenta a dívida, o que provoca
efeito negativo sobre o patrimônio. Assim, tem-se uma superveniência passiva (despesa).

Se a superveniência for ativa, ocorre o aumento do patrimônio (receita).

Exemplo: O recebimento em doação

6.3 BREVE RESUMO

Insubsistência do Ativo → Redução do Ativo → Insubsistência Passiva → Despesa

Insubsistência do Passivo → Redução do Passivo → Insubsistência Ativa → Receita

Superveniência do Ativo → Aumento do Ativo → Superveniência Ativa → Receita

Superveniência do Passivo → Aumento do Passivo → Superveniência Passiva → Despesa

Prof. Sandro Rogério Página 36


Fundamentos da Contabilidade

7. PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE

Os Princípios de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à


Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico e
profissional de nosso País. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência
social, cujo objeto é o patrimônio das entidades.

Os profissionais da área contábil são obrigados a adotar, em suas atividades, os conceitos


enunciados pela Resolução CFC nº 750/93 com atualização e consolidação conforme Resolução CFC
1.282/10, sob pena de multa e de suspensão do exercício profissional (Decreto 9.295/46). Além disso,
para o contabilista a observância dos princípios significa prestigiar a entidade reguladora de sua
profissão, o Conselho Federal de Contabilidade, responsável por baixar as Normas Internacionais de
Contabilidade.

São Princípios de Contabilidade:

➢ Da ENTIDADE;

➢ Da CONTINUIDADE;

➢ Da OPORTUNIDADE;

➢ Do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL

➢ Da COMPETÊNCIA e

➢ Da PRUDÊNCIA

7.1 PRINCÍPIO DA ENTIDADE

O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a


autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos
patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas,
uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos.

Por consequência, nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios
ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.

7.2 PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE

O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro e,


portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta
circunstância.

7.3 PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE

O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos


componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas.

A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil


pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a
oportunidade e a confiabilidade da informação.

Prof. Sandro Rogério Página 37


Fundamentos da Contabilidade

O princípio da oportunidade exige o registro de todas as variações sofridas pelo patrimônio


da entidade no momento em que elas ocorrem, ainda que sejam considerados valores estimados. Um
exemplo é o registro da depreciação. O tempo de vida útil de um bem é baseado numa hipótese mais
ou menos fundamentada tecnicamente e depende de diversos fatores aleatórios. Apesar disso, a
depreciação deve ser registrada no momento em que há a perda do valor do bem. Como é difícil
determinar o valor exato dessa perda, os cálculos são feitos por estimativas.

A integridade diz respeito à necessidade de os registros serem confiáveis, isto é, sem faltas ou
excessos. A tempestividade determina que as variações sejam registradas no momento oportuno,
mesmo na hipótese de alguma incerteza de valor.

7.4 PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL

O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do patrimônio


devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda
nacional.

Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser
reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da expressão formal dos valores dos
componentes patrimoniais.

São resultantes da adoção da atualização monetária:

I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade
constante em termos do poder aquisitivo;

II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais, é
necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam
substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por consequência, o do
Patrimônio Líquido; e

III – a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente o ajustamento
dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores ou outros
elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período.
(Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10)

7.5 PRINCÍPIO DA COMPENTÊNCIA

O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam
reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento.

O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas


correlatas. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10)

7.6 PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA

O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do MENOR valor para os componentes do


ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para
a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.

Prof. Sandro Rogério Página 38

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