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Fundamentos da Introdutória I
Contabilidade
rof. SSandro
Prof.
P andro R ogérrio
Rogério Página 21
Página
Fundamentos da Contabilidade
1. CONTABILIDADE
1.1 CONCEITOS
“Ciência que estuda o patrimônio do ponto de vista econômico e financeiro, bem como os
princípios e as técnicas necessárias ao controle, à exposição e a análise dos elementos patrimoniais e de
suas modificações”.
O 1° Congresso Brasileiro de Contabilidade, realizado em 1924, definiu a contabilidade como:
“A ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de controle e de registro dos atos e fatos de
uma administração econômica”
Segundo o Conselho Federal de Contabilidade, ela é uma ciência social. Logo, para que as
técnicas contábeis sejam aplicadas de maneira adequada, faz-se necessário fixar princípios e regras a
serem observados por todos os profissionais da área contábil.
Como uma ciência social, a contabilidade tem seu desenvolvimento fundamental na evolução da
sociedade. Nesse sentido, podemos observar que, à medida que as organizações evoluem, também
aumenta a complexidade das transações e operações que desenvolvem, bem como a gama de usuários
com que a contabilidade interage.
Hendriksen e Van Breda (apud Corbari, et al, 2012) afirmam que, para ser possível atingir um
nível de informação apropriada, deve-se responder a três perguntas fundamentais, a saber:
Neves e Viceconti (2012) define a Contabilidade como uma ciência que desenvolveu uma metodologia
própria com a finalidade de:
a) Controlar o patrimônio das aziendas;
b) Apurar o rédito (resultado) das atividades das aziendas;
c) Prestar informações às pessoas que tenham interesse na avaliação da situação patrimonial e do
desempenho dessas entidades
DIAGRAMA
CONTABILIDADE
(CIÊNCIA)
MÉTODO
Prestar informações
NOTA: Apesar de o patrimônio poder ter como titular a pessoa física ou jurídica, trataremos
principalmente das pessoas jurídicas, especialmente das que tem finalidade lucrativa: as
sociedades empresárias
Fornecedores e bancos – precisam saber da situação econômico-financeira que lhe permita assumir e
saldar dívidas;
Clientes – precisam verificar se ela tem condições de realizar adequadamente o fornecimento de bens
ou serviços;
Governo – fiscaliza se o pagamento dos tributos está sendo feito de maneira correta
devem ainda ser interpretados, no sentido contábil, por profissional habilitado, a fim de proporcionar à
administração e aos demais interessados, informações relevantes para as tomadas de decisões.
Todo o trabalho de natureza contábil executado numa entidade, numa empresa ou em algum
órgão governamental tende como em todos os demais ramos do conhecimento, a especializar-se ou
sintetizar-se em várias ramificações; estas por sua fez, exigem, além do treinamento básico em
contabilidade, que todo contador deve possuir, habilidades e treinamentos adicionais, o que o leva a
especializar-se em um ou vários ramos. Entre as ramificações ou detalhamentos mais importantes da
contabilidade, destacaríamos:
• Contabilidade Financeira;
• Contabilidade de Custos;
• Auditoria (internos ou independentes);
• Análise e Interpretação de Balanços;
• Controladoria;
• Perícia (judicial ou extrajudicial)
• Consultor.
A contabilidade normalmente é dividida em áreas ou ramos
Área da
Contabilidade
crescente dos conceitos e normas contábeis, poder-se-á assegurar que os horizontes da contabilidade
serão os mais amplos e promissores possível.
A internacionalização da contabilidade está inserida no contexto de globalização da economia
mundial, em termos principalmente da livre movimentação de recursos e diminuição de barreiras
comerciais entre as nações. Nesse sentido, ações foram e estão sendo desenvolvidas com o objetivo de
harmonizar as normas contábeis, de forma que transações idênticas tenham impactos iguais nas contas
patrimoniais e de resultado das entidades, independentemente dos países onde estão localizados.
As IFRS (International Financial Reporting Standards – Normas Internacionais de Relatório
Financeiro) emitidas pelo IASB (International Accounting Standards Board – Conselho de Normas
Contábeis Internacionais) representam a prática contábil escolhida para harmonização em termo
mundial.
Atualmente, mais de 100 países adotam as IFRS e entre eles está o Brasil, cuja adoção se deu
em duas etapas. A primeira em 2008 e a segunda em 2010. Na primeira etapa, foram feitas diversas
alterações na lei societária brasileira (Lei n° 6.404/76), através da Lei nº 11.638/07 e da Lei 11.941/09.
As normas contábeis no Brasil são emitidas pelo CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis
e não denominados de CPC. Essas normas são adotadas pelo Concelho Federal de Contabilidade e pelos
órgãos reguladores, o que torna a sua aplicação obrigatória para praticamente todas as entidades no
Brasil, independentemente se as entidades são de capital aberto ou capital fechado ou constituídas na
forma na forma de sociedades limitadas. Uma exceção a essa regra são as instituições financeiras, uma
vez que o Banco Central do Brasil ainda não determinou que elas apliquem todas as normas do CPC na
escrituração fiscal mercantil.
Compõem o CPC: a- ABRASCA – Associação Brasileira das Companhias Abertas; b-
APIMEC NACIONAL – Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de
Capitais; c- BM&FBOVESPA S.A. Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros; d- CFC – Conselho
Federal de Contabilidade; e- IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil; f-
FIPECAFI – Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuarias e Financeiras. Atualmente, também
fazem parte do CPC membros dos seguintes órgãos: a) Banco Central do Brasil;b) Comissão de Valores
Mobiliários (CVM); c) Secretaria da Receita Federal;d) Superintendência de Seguros Privados
(SUSEP). É possível ainda que outras entidades ou especialistas sejam convidados a participar, ou ainda
que comissões e Grupos de Trabalho sejam criados para temas específicos.
2. PATRIMÔNIO
2.1 CONCEITO
O patrimônio – objeto de estudo da contabilidade – é um conjunto de bens, direitos e
obrigações avaliado em moeda e pertencente a uma pessoa física, jurídica ou a uma entidade.
Bens - tudo o que pode ser avaliado economicamente e que satisfaça a necessidade humana.
Podem ser classificados como:
a) Bens Tangíveis ou Corpóreos - que possuem forma física, que inicialmente
destacamos:
Bens numerários: dinheiro
Bens de venda: mercadorias em estoque
Bens fixos ou imobilizados: representam os bens duráveis, com vida útil
superior a um ano,
Exemplos: imóveis, veículos, máquinas, instalações, equipamentos, móveis e
utensílios etc.
b) Bens Intangíveis ou Incorpóreos - Não possuem forma física, porém representam
uma aplicação de capital indispensável aos objetivos da empresa, e cujo valor reside
em direitos de propriedade que são legalmente conferidos aos seus possuidores.
Exemplos: marcas, patentes, direitos autorais, ações ou quota do capital de
outras empresas, etc.
Direitos – Valores a serem recebidos de terceiros por vendas a prazo ou valores de propriedade
(direito de uso) da entidade que se encontram em posse de terceiros.
Exemplos: duplicatas a receber, contas a recebe, clientes, títulos a receber,
dinheiro depositado no banco, aplicações financeiras, etc.
Obrigações – São dívidas ou compromissos de qualquer espécie ou natureza assumidos perante
terceiros ou bens de terceiros que se encontram em posse (uso) da entidade.
Exemplos: contas a pagar, duplicatas a pagar, títulos a pagar, fornecedores,
salários a pagar impostos a recolher etc.
INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
PL/SL = A - P
PL = Patrimônio Líquido
SL = Situação Líquida
Onde:
A = Ativo
P = Passivo
Atenção
PATRIMÔNIO
(lado positivo)
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital de
Diferença entre o Ativo e o
Próprio
Passivo
PATRIMÔNIO
PL/SL = A – P
Observe que o total do Ativo é sempre igual ao total do Passivo mais o Patrimônio Líquido. O
PL/ST representa a parte diferencial, exibida à direita, porque representa a riqueza líquida da entidade,
ou seja, a “obrigação” de devolver esse valor aos sócios em caso de extinção da sociedade.
ATIVIDADE PRÁTICA 01
1) Classifique os elementos marcando com um X em: ATIVO, PASSIVO OU PATRIMÔNIO
LÍQUIDO
Mercadorias (estoque)
Contas a Pagar
Veículos
Dividendos a Pagar
Títulos a Receber
Duplicatas a Pagar
Equipamentos
Clientes
Duplicatas a Receber
Caixa
Máquinas e Equipamentos
Aplicações Financeiras
Móveis e Utensílios
Empréstimos Bancários
Salários a Pagar
Capital Social
Prejuízos Acumulados
Pró-labore a Pagar
Férias a Pagar
PATRIMÔNIO
( * ) situação favorável
PATRIMÔNIO
PASSIVO
Bens ...................................................... 4.000
Obrigações ........................................ 8.000
( * ) passivo a descoberto
Atenção
Quando o valor estiver entre parênteses, significa dizer que o
mesmo é NEGATIVO
PATRIMÔNIO
PASSIVO
Bens ...................................................... 4.000
Obrigações ........................................ 7.000
PATRIMÔNIO
( * ) situação plena
PATRIMÔNIO
PASSIVO
Bens..........................................................- 0 -
Obrigações ....................................... 1.000
Direitos.....................................................- 0 -
PATRIMÔNIO LÍQUIDO ( * )..............(1.000)
Alfenas S.A
Balanço Patrimonial em 15/01/XX
Em R$ mil
Caixa 4.000
Capital Subscrito 4.000
2ª OPERAÇÃO
Aquisição de um edifício por R$ 1.200 sendo o pagamento efetuado a vista em 10-02-XX
Alfenas S.A
Balanço Patrimonial em 10/02/XX
Em R$ mil
Caixa 2.800
Imóveis 1.200
Capital Subscrito 4.000
3ª OPERAÇÃO
Compra de materiais junto a fornecedores pelo valor de R$ 2.000 2m 13-02-XX
Alfenas S.A
Balanço Patrimonial em 13/02/XX
Em R$ mil
4ª OPERAÇÃO
Aquisição de um veículo a vista por R$ 200 em 20/02/XX
Alfenas S.A
Balanço Patrimonial em 20/02/XX
Em R$ mil
5ª OPERAÇÃO
Venda do pavimento superior do edifício em 23/02/XX por R$ 600 (custo) mediante nota
promissória.
Alfenas S.A
Balanço Patrimonial em 23/02/XX
Em R$ mil
6ª OPERAÇÃO
Pagamento, em 05/03/XX, de R$ 1.300 a fornecedores
Alfenas S.A
Balanço Patrimonial em 05/03/XX
Em R$ mil
7ª OPERAÇÃO
Recebimento em 10/03/XX, o valor de R$ 400 como parte da venda do edifício.
Alfenas S.A
Balanço Patrimonial em 05/03/XX
Em R$ mil
Direitos ............................
Caixa: 1.800; Fornecedores: 4.000; Capital Social: 10.000; Máquinas: 3.000; Estoques: 6.500;
Empréstimos bancários: 7.320; Veículos: 200; Duplicatas a Receber: 3.400; Salários a Pagar: 6.500;
Participações em outras empresas; 7.320; Contas a Pagar: 200; Prédios: 4.000; Impostos a Pagar:
1.800; Férias a Pagar 3.000; Contas a Receber: 10.000; Lucros Acumulados. 3.400
DIREITOS ............................
3) O Balanço Patrimonial
Máquinas 100.000
a. ( ) 300.000 a. ( ) 500.000
b. ( ) 500.000 b. ( ) 380.000
c. ( ) 1.000.000 c. ( ) 300.000
d. ( ) n.d.a d. ( ) n.d.a
a. ( ) 500.000 a. ( ) 500.000
b. ( ) 300.000 b. ( ) 400.000
c. ( ) 200.000 c. ( ) 300.000
d. ( ) n.d.a d. ( ) n.d.a
a. ( ) 100.000 a. ( ) 7.900.000
b. ( ) 200.000 b. ( ) 500.000
c. ( ) 500.000 c. ( ) 200.000
d. ( ) n.d.a d. ( ) n.d.a
a. ( ) 200.000 a. ( ) 50.000
d. ( ) n.d.a d. ( ) n.d.a
Escrituração contábil é a técnica utilizada para o registro dos fatos contábeis. Tem como
finalidade o controle do patrimônio e de suas variações, sendo processada mediante lançamentos em
livros destinados ao registro das operações que afetam o patrimônio.
Segundo estabelece o artigo 1.179 do Código Civil Brasileiro (Lei 10.406/2002), estão obrigados
a seguir um sistema de contabilidade mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus
livros, em correspondência com a documentação respectiva.
3.1.1. RAZONETE
Também denominado gráfico T ou conta T o razonete nada mais do que uma versão
simplificada do Livro Razão. Por meio do Razão se controla separadamente o movimento de cada
conta.
Para satisfazer as necessidades das pessoas e das entidades terão que ser resolvidos dois
pontos: quais os bens que podem satisfazer essas necessidades e quais os recursos para obtê-los. Aí se
resume grande parte da atividade econômica.
Por esta razão, quando a contabilidade registra os eventos econômicos das empresas que tem
influência em seu patrimônio, preocupa-se em registrar onde foram aplicados (investidos) os recursos
da empresa e quais as fontes (origens desses recursos), dinheiro ou crédito.
APLICAÇÃO ORIGEM
O método fundamental da contabilidade, que é chamado de método das partidas dobradas foi
instituído em 1494 pelo italiano, matemático, Frei Luca Pacioli (considerado o pai da contabilidade
moderna).
A essência do método é que o registro de qualquer operação implica que um débito numa ou
mais contas deve corresponder um crédito equivalente em uma ou mais contas, de forma que a soma
dos valores debitados seja sempre igual à soma dos valores creditados.
Como o balanço, o razonete tem dois lados e na sua parte superior coloca-se o título da conta
que será movimentada.
Nome da Conta
VALORES ESCRITURADOS VALORES ESCRITURADOS
A DÉBITO A CRÉDITO
1 000
Saldo Devedor
Saldo Credor
• Débito
• Crédito
• Saldo
Atenção
Os débitos são, por convenção, registrados no lado
esquerdo, e os créditos, no lado direito.
✓ As contas que representam bens, direitos, despesas e custos tem saldo devedor.
✓ As contas que representam obrigações (P), Patrimônio Líquido (PL) e Receitas tem saldo
credor.
✓ Saldo de uma conta representa a diferença entre o valor do débito e do crédito. Os saldos
podem ser:
3.2.3 EXERCÍCIO
No mês de dezembro de 2012, foram realizadas as seguintes operações na empresa Futuro Ltda:
De acordo com o método das partidas dobradas, cada lançamento a débito deve corresponder
a um ou mais lançamentos a crédito de igual valor. Portanto o somatório dos saldos das contas
devedoras deverá ser igual ao dos saldos das contas credoras. Com o objetivo de constatar essa
igualdade, é usual, antes do levantamento do conjunto das demonstrações contábeis, que as contas
de ativo, passivo, patrimônio líquido, receitas e despesas sejam classificadas em um relatório
denominado balancete.
Atenção
O balancete de verificação é feito a partir do livro-
razão (razonete), do qual são extraídos os saldos para a sua
elaboração.
O fato de que o total dos saldos devedores será sempre igual ao total dos saldos credores
indicará aritmeticamente a precisão de todos os lançamentos contábeis feitos, isto é, para cada
lançamento contábil a débito foi feito um lançamento contábil a crédito de igual valor.
Entretanto, haverá alguns tipos de erros que um balancete não revela, como por exemplo:
➢ A completa omissão de uma transação no razão (razonete),em relação a qual não sido
feito o débito nem o crédito.
1. O balancete de verificação do razão é a relação de contas, com seus respectivos saldos, extraída
dos registros contábeis em determinada data.
2. O grau de detalhamento do balancete deverá ser consentâneo (condizente) com sua finalidade.
a) identificação da Entidade;
c) abrangência;
4. O balancete que se destinar a fins externos à Entidade deverá conter nome e assinatura do
contabilista responsável, sua categoria profissional e número de registro no CRC.
3.3.3 EXERCÍCIOS
TOTAL GERAL
2) No mês de março/X1, foram realizadas as seguintes operações na Empresa Comercial Ceará Ltda:
RAZONETES
ATIVO PASSIVO
PATRIMONIO LÍQUIDO
TOTAL TOTAL
Atenção
Para diferenciarmos as compras efetuadas a prazo, vamos utilizar os
seguintes critérios:
Pede-se:
RAZONETES
TOTAL GERAL
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
TOTAL TOTAL
4.1 INTRODUÇÃO
Contas de resultado são aquelas utilizadas para o registro das transações responsáveis pelas
mutações patrimoniais, isto é, das transações que provocam variações na situação líquida do
patrimônio. Dividem-se em despesas e receitas.
4.1.1 DESPESA
O sacrifício patrimonial correspondente às despesas deve-se ao fato de elas não gerarem uma
contrapartida, na forma de bens ou direitos, que se incorpore ao patrimônio.
De acordo com a nova Estrutura Conceitual (CPC 00), despesas são decréscimos nos benefícios
econômicos durante o período contábil sob a forma de saída de recursos ou redução de ativos ou
aumentos em passivos, que resultam em redução do patrimônio líquido, desde que não estejam
relacionados com distribuição de recursos aos sócios (dividendos, por exemplo, não é despesa)
4.1.2 RECEITA
Na atividade econômica, o empresário tem como objetivo principal o lucro, alcançado quando
as receitas (inclusive os ganhos) superam as despesas (inclusive as perdas).
As contas de receitas registram variações patrimoniais positivas, vale dizer, a receita aumenta
a situação líquida.
Segundo o CPC que dispões sobre a Estrutura Conceitual para a Elaboração e Divulgação de
Relatório Contábil-Financeiro (CPC 00), receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o
período contábil sob a forma de entrada de recursos ou aumento de ativos (prestação de serviço à
vista, por exemplo), ou diminuição de passivos (obtenção de desconto financeiro no pagamento de
duplicata, por exemplo) que resultam em aumentos do patrimônio líquido e que não sejam
provenientes de aporte de recursos dos proprietários da entidade.
4.2.1 CONCEITO
Ao fim de cada exercício social, as contas de resultado têm seus saldos encerrados, com a finalidade de
que as receitas e despesas de um exercício não sejam afetadas por receitas de despesas de períodos
anteriores. Assim, o resultado corresponde ás receitas e despesas exclusivamente do exercício social
encerrado.
Em função de terem seus saldos encerrados ao fim de cada exercício, as contas de resultado as
denominadas contas transitórias. No inicio de cada exercício social, o saldo das contas de resultado
deve ser igual a zero. Já as contas patrimoniais são denominadas contas permanentes, pois seus saldos
ao fim de um exercício serão os saldos iniciais no exercício seguinte.
Consideramos que durante o exercício, uma empresa tenha apurado as receitas e despesas indicadas
abaixo de forma resumida:
DESPESAS RECEITAS
3.000 5.000
O lançamento de encerramento do saldo da conta de despesas, com a sua transferência para a conta
de resultado do exercício seria:
D- Resultado do Exercício
C- Despesas
D- Receitas
C- Resultado do Exercício
Após esses lançamentos, as contas de receitas e despesas tiveram seus saldos encerrados e a conta de
Resultado do Exercício apresenta saldo de 2.000:
RESULTADO
3.000 5.000
2.000
Se o seu saldo é credor, a conta Resultado do Exercício indica que houve lucro no exercício, pois as
receitas superaram as despesas. Quando o saldo desta conta é devedor, significa que foi apurado
prejuízo.
A conta Resultado do Exercício, também denominada Rédito, Apuração do Resultado, Resultado, etc.,
é transitória. Uma vez apurado o resultado do exercício, o valor correspondente é transferido para o
patrimônio líquido, para a conta LUCRO OU PREJUÍZOS ACUMULADOS. No exemplo anterior, essa
transferência seria feita por intermédio do lançamento:
D- Resultado do Exercício
C- Lucros ou Prejuízos Acumulados
Fato administrativo ou fato de gestão é qualquer operação realizada pela administração que
modifique o patrimônio da empresa, tem termos de qualidade ou quantidade.
São fatos administrativos: compras à vista ou a prazo de bens, vendas à vista ou a prazo de
mercadorias e serviços, pagamentos e recebimentos, etc.
• Fatos Permutativos
• Fatos Modificativos
• Fatos Mistos
São os que não provocam alterações no valor do Patrimônio Líquido. A alteração se dar
apenas em termos qualitativos (nas contas)
5.1.2.1 EXEMPLOS
C- Financiamentos (Passivo)
Neste caso há uma diminuição no ativo (deixa de existir dinheiro no caixa), que é compensado
por igual diminuição do Passivo.
C- Banco / Caixa
Há apenas uma transferência entre contas do PL, cujo valor permanece inalterado.
São os que provocam alterações no valor do PL, provocando aumento ou redução de valor
idêntico no Passivo ou no Ativo. Estes fatos podem ser:
São os que combinam fatos permutativos com fatos modificativos, logo podem ser:
D- Banco (Ativo)
Ato administrativo é qualquer negócio realizado pela administração que não modifique o
patrimônio.
Exemplo: quando a empresa, por intermédio de seus diretores, é fiadora num contrato de
aluguel, ocorre um ato administrativo. Todavia, se o valor da locação não for honrado pelo locatário, a
empresa poderá ter de pagar o aluguel, isto será um fato administrativo.
Os atos administrativos que possam provocar efeitos relevantes sobre o patrimônio devem ser
indicados em notas explicativas (esclarecimentos que acompanham as demonstrações contábeis e têm
como objetivo facilitar o entendimento e a análise da situação do patrimônio e de suas variações).
Primeira Fórmula: são de primeira fórmula os lançamentos que envolverem apenas uma conta de
débito e uma conta de crédito.
Segunda Fórmula: São os lançamentos que envolvem apenas uma conta a débito e mais de uma conta
a crédito.
Terceira Fórmula: São os lançamentos que envolvem mais de uma conta a débito e apenas uma conta
a crédito.
Quarta Fórmula: São os lançamentos que envolvem mais de uma conta a débito, e mais de uma conta
a crédito.
Exemplo: compra, na mesma nota fiscal, de mercadorias e material de consumo, sendo 50%
pago em espécie no ato da compra e o saldo a ser pago em 30 dias.
6. INSUBSISTÊNCIAS E SUPERVENIENCIAS
6.1 INSUBSISTÊNCIA
Insubsistência é a condição de algo que deixa de existir, que desaparece. O vocábulo passiva
tem o sentido de negativa ou que causa efeito negativo, que não se confunde com a expressão do
passivo (obrigações, do passivo exigível). Logo, a insubsistência passiva é relativa àquilo que, ao deixar
de existir, provoca efeito negativo sobre o patrimônio.
(lembrando que não se trata de uma insubsistência do passivo). Como o que deixou de existir foi um
bem, com a perda da mercadoria, houve uma insubsistência do ativo.
Por analogia, Insubsistência ativa é quando algo que deixou de existir provoca o aumento do
patrimônio, significa o efeito positivo de algo que deixou de existir.
6.2 SUPERVENIENCIA
É a condição de algo que vem além, que adiciona ou acresce. Em contabilidade, significa algo
que provoca aumento do ativo ou do passivo, aumentando ou diminuindo o PL.
Exemplo: Os juros de mora por atraso de uma obrigação aumenta a dívida, o que provoca
efeito negativo sobre o patrimônio. Assim, tem-se uma superveniência passiva (despesa).
7. PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE
➢ Da ENTIDADE;
➢ Da CONTINUIDADE;
➢ Da OPORTUNIDADE;
➢ Da COMPETÊNCIA e
➢ Da PRUDÊNCIA
Por consequência, nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios
ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.
A integridade diz respeito à necessidade de os registros serem confiáveis, isto é, sem faltas ou
excessos. A tempestividade determina que as variações sejam registradas no momento oportuno,
mesmo na hipótese de alguma incerteza de valor.
Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser
reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da expressão formal dos valores dos
componentes patrimoniais.
I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade
constante em termos do poder aquisitivo;
II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais, é
necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam
substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por consequência, o do
Patrimônio Líquido; e
III – a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente o ajustamento
dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores ou outros
elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período.
(Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10)
O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam
reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento.