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Novembro/2018
RESUMO
i
4.8.1. Conversão de DQO em metano ..................................................................... 21
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................ 22
5.1. Determinação da DQO ......................................................................................... 23
5.2. Medição do pH ..................................................................................................... 23
5.3. Determinação dos íons ......................................................................................... 24
5.4. Potencial bioquímico de metano - (Biochemical Methane Potentiol – BMP) ..... 25
5.5. Dimensionamento do reator ................................................................................. 25
6. CONCLUSÃO ............................................................................................................ 26
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 26
ii
1. INTRODUÇÃO
1
O setor sucroalcoleiro do qual a indústria da cachaça faz parte possui grande
importância econômica, social e ambiental, e isso pode ser confirmado quando colocado
em números. O setor de cachaça faturou mais de R$ 10 bilhões em 2017, com
exportação de 8,74 milhões de litros do destilado para mais de 60 países. Estima-se que
existam hoje mais de 4.000 marcas de cachaça e 40.000 produtores, gerando
aproximadamente 600 mil empregos diretos e indiretos [1,2].
2
2. OBJETIVOS
3. REVISÃO BIBLIOGRAFICA
3
Figura 3 - Barris de cachaça.
Fonte: Elaborada pelos autores
4
3.3. Etapas do processo de produção da cachaça
3.3.1. Moagem
O canavial fica localizado a 8 km da cachaçaria, logo a cana-de-açúcar é
transportada através de caminhões para entrar no processo. Saindo dos caminhões elas
passam pela balança para serem pesadas e seguem para a moagem, onde passam por um
moinho de facas, como mostrado na figura 5.a), movido por engenho à vapor, que por
sua vez recebe vapor proveniente da caldeira, na figura 5.b). Nesse ponto o caldo é
separado do bagaço, levando consigo o bagacilho. O caldo e o bagacilho são levados
para o filtro, enquanto o bagaço é utilizado para alimentar a caldeira.
(a) (b)
Figura 5 – a) Moinho de facas contendo bagaço de cana; b) Caldeira. Fonte: Elaborada
pelos autores
3.3.2. Filtração
Na figura 6.a) tem-se o filtro de tambor onde caldo de cana entra juntamente
com o bagacilho, figura 6.b), sendo que é necessária a remoção desse sólido devido a
formação de álcool sec-butílico durante a destilação em sua presença. Ao fim da
unidade o caldo está livre da maior parte do sólido presente até essa etapa e o bagacilho
é destinado para alimentação dos gados.
5
(a) (b)
Figura 6 – a) Filtro de tambor; b) Bagacilho. Fonte: Elaborada pelos autores
3.3.3. Fermentação
O caldo de cana entra para as dornas de fermentação, com capacidade de 10.000
litros cada, juntamente com as leveduras responsáveis pelo processo e são deixados em
repouso entre 24 e 36 horas. Após esse período de tempo o fermentado é levado
diretamente para o destilador. Esse processo de fermentação é mostrado nas figuras 7.a),
b) e c).
6
(a) (b)
(c)
Figura 7 – a) Dornas no início da fermentação; b) Dornas durante a fermentação; c)
Dornas ao término da fermentação. Fonte: Elaborada pelos autores
3.3.4. Destilação
O caldo fermentado entra para os destiladores de cobre, figura 8.a), que estão a
uma temperatura de aproximadamente 80ºC e sofrem o processo de destilação obtendo
o etanol produzido na etapa anterior. São separados os álcoois na “cabeça” e “cauda” da
destilação usada como álcool combustível, pela alta concentração de contaminantes da
bebida, do “coração”, que é a cachaça em si. A cachaça então é destinada para os tonéis,
o álcool é armazenado para venda ou uso próprio, além da vinhaça produzida no
processo como resíduo, que é diluída pela água de lavagem, exposta na figura 8.b), e
utilizada como fertilizante do solo da fábrica, onde ficam os gados.
7
(a) (b)
Figura 8 – a) Destiladores de cobre; b) Piscina de vinhaça. Fonte: Elaborada pelos
autores
8
(a) (b)
(c)
Figura 9 – a) Tonéis de aço inox; b) Tonéis de madeira; c) Barris de madeira. Fonte:
Elaborada pelos autores
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Tabela 1 - Variação da concentração de alguns parâmetros físico-químicos do vinhoto
proveniente de diferentes mostos.
Tipo de mosto Caldo Melaço de cana Melaço de
beterraba
‘Fonte Sartori, 2011 Satyawaly e Wilkie et al.,
Balakrishnan, 2008 2000
DQO (mg/L) 42000 80.000 - 100.000 91.100
DBO (mg/L) 11310 40.000 – 50.000 44.900
pH 3,95 3 – 5,4 5,35
Nitrogênio (mg/L) 70 1.660 – 4.200 3569
Fósforo (mg/L) 200 225 – 3.038 163
Sulfato (mg/L) 1320 2.000 – 6.000 3716
Potássio (mg/L) 2272 9.600 – 17.475 10.030
11
Além de todos os tratamentos utilizados para tornar a produção da cachaça mais
sustentável, a Cachaçaria faz uso de uma fossa séptica no tratamento do esgoto, a fim de
não contaminar os afluentes próximos; aproveita a ponta da cana, que é pobre em
açucares e não pode ser utilizada para fermentação, na alimentação do gado e outras
criações; não utiliza queimada na região do plantio da cana e utiliza filtros anti-fuligens
nas caldeiras [13].
3.6.1. Fertirrigação
Trabalhos preliminares mostraram que a aplicação da vinhaça na lavoura de cana
de açúcar trazia benefícios ao solo e à cultura, sendo uma alternativa ao procedimento
convencional de adubação. Uma extensa revisão bibliográfica foi realizada sobre os
efeitos da vinhaça nas propriedades do solo que comprovam o aumento de
produtividade da cana-de-açúcar fertirrigada com vinhaça em relação à adubação
mineral convencional e seus efeitos benéficos no solo [15].
12
lavoura, sobretudo, potássio e nitrato, assim como Mg2+, Ca2+, Na+ e fosfato presentes
na vinhaça, bem como aumento da matéria orgânica, diminuindo o risco de lixiviação
de cátions do solo, além da adequação do pH, tornaram a vinhaça um atrativo
fertilizante para o setor. No entanto, a utilização da vinhaça além da capacidade de
absorção do solo leva à lixiviação dos íons, acidificação do solo, contaminação de
corpos d’água, e perda da fertilidade do solo por saturação [16]. Ademais, as
implicações da fertirrigação do solo com a vinhaça em longo prazo ainda não são
completamente esclarecidas, o que incentiva a busca por alternativas para o tratamento
do efluente.
13
mantendo os mesmos teores de nitrogênio, fósforo e potássio da vinhaça in natura,
conservando o seu poder fertilizante, eliminando o odor desagradável e a atração de
moscas e outros agentes causadores de doenças [19].
14
elevado para manter o crescimento de uma massa densa de microrganismos formadores
de metano, apesar do reduzido tempo de detenção hidráulica [22].
15
• As características do fluxo ascendente devem assegurar o máximo contato
entre biomassa e o substrato;
• O lodo na região da manta deve ser bem adaptado, com alta atividade
metanogênica específica (AME) e excelente sedimentabilidade.
4. METODOLOGIA
16
Cátions: análise de K+, Mg2+, Ca2+ e Na+ por método cromatográfico,
cromatógrafo iônico. (930 Compact IC flex, Detector 954, Injetor 863.
Metrohm).
Antes de todas as análises a vinhaça foi descongelada em banho maria.
4.4. Medição do pH
Foi feita a medição de um volume da amostra no equipamento devidamente
calibrado (827 pH Lab. Metrohm) a temperatura de 20 °C.
17
4.6. Potencial bioquímico de metano - (Biochemical Methane Potentiol –
BMP)
O Potencial Bioquímico de Metano (BMP) é um teste que objetiva avaliar a
capacidade de biodegradação de uma amostra através do monitoramento do volume de
metano gerado pela mesma durante este processo. Ele tem como principais
características positivas seu baixo custo, reprodutibilidade e facilidade de execução
[26].
O pH inicial da solução resultante dos dois frascos com vinhaça foi aferido por
meio de um pH-metro digital (827 pH Lab. Metrohm), o qual indicou valores de pH
ácido, apontando a necessidade de adição de carbonato de sódio (Na2CO3) para que a
atividade das bactérias metanogênicas, não fosse comprometida, já que elas tem um
rendimento ótimo na faixa de pH entre 6,6 e 7,6 e valores fora dessa faixa diminuem a
produção do biogás, chegando a inibir completamente sua formação [27]. Os valores
finais de pH são apresentados na tabela 2. Após esse procedimento, os biodigestores
foram selados, e, a fim de garantir a condição de anaerobiose, circulou-se uma corrente
N2 no headspace de cada um deles durante 2 min. Em seguida, a pressão foi aferida
com manômetro portátil, a fim de deixar todos os biodigestores com pressões entre 28 e
32 mmHg (tabela 2). Logo em seguida eles foram para uma incubadora de piso (Shaker)
que era mantido com agitação e temperatura entre 35 e 37°C, favorecendo a produção
de metano (estimulo do crescimento de bactérias mesofílicas) [27].
18
Tabela 2: Dados de pH e pressão dos biodigestores.
19
4.7.3. Volume do reator
Determinados o tempo de retenção hidráulica e a vazão do efluente, é possível
determinar, por fim, o volume do reator pela equação 1.
𝑄
𝑉𝑟𝑒𝑎𝑡𝑜𝑟 = (24) . 𝑡 (Equação 1)
Onde:
𝑄
𝐶𝐻𝑉 = (Equação 2)
𝑉
Na qual:
CHV = Carga hidráulica volumétrica (Lefluente/Lreator.dia)
Q = Vazão volumétrica do efluente (Lefluente/dia)
V = Volume do reator (Lreator)
Já a carga orgânica volumétrica (COV) representa a quantidade de matéria
orgânica que entra no volume do reator por unidade de tempo, no caso, dias. É dada
pela equação 3.
𝑄.𝐶𝐷𝑄𝑂
𝐶𝑂𝑉 = (Equação 3)
𝑉
Na qual:
COV = Carga orgânica volumétrica (mg/L.dia)
Q = Vazão volumétrica do efluente (L/dia)
CDQO = Concentração de matéria orgânica no efluente (mg/L)
V = Volume do reator (L)
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4.7.5. Tanque de neutralização
Para uma boa eficiência da produção de biogás é necessário que, além da
temperatura, o pH da vinhaça ou de qualquer outra biomassa utilizada esteja o mais
próximo da neutralidade possível, visto que as bactérias metanogênicas tem o
metabolismo ótimo nessa faixa [33].
Na qual:
DQOCH4 = Conversão de matéria orgânica em metano (mgDQO/dia)
21
Q = Vazão volumétrica do efluente (L/dia)
CDQO0 = Concentração de DQO inicial (mg/L)
CDQOf = Concentração de DQO final (mg/L)
Y = coeficiente de produção de sólido (mgDQOsol/mgDQOaplicado)
A partir desse valor é possível encontrar o fator de correção de volume que varia
de acordo com a temperatura do sistema de acordo com a equação 5.
𝑃.𝑚𝑔𝐷𝑄𝑂𝐶𝐻4
𝑓(𝑇) = (Equação 5)
𝑅.𝑇
Na qual:
f(T) = Fator de correção de volume (mgDQOCH4/L)
P = Pressão atmosférica (atm)
mgDQOCH4 = Consumo de DQO em 1 mol de metano (mgDQO/molCH4)
R = Constante dos gases (atm.L/mol.K)
T = Temperatura (K)
E por fim, a produção volumétrica de metano produzida é dada pela razão entre
as equações 4 e 5, resultando na equação 6.
𝑄 𝐷𝑄𝑂𝐶𝐻
4
(Equação 6)
𝐶𝐻4 =
𝑓(𝑇)
Na qual:
QCH4 = Vazão volumétrica de metano (L/dia)
DQOCH4 = Conversão de matéria orgânica em metano (mgDQO/dia)
f(T) = Fator de correção de volume (mgDQOCH4/L)
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
22
Tabela 3: Características qualitativas e quantitativas de vinhaça procedente da
Cachaçaria Guaraciaba.
Leitura 3,34 57.000 1017 68 184 32 175 752,8 423,1 129,3 1554,70
5.2. Medição do pH
Assim como a DQO, o pH também interfere na produção de biogás por interferir
diretamente na atividade dos microrganismos utilizados, visto que alta concentração de
ácidos provoca a inibição da digestão anaeróbia, sejam das bactérias metanogênicas ou
até mesmo acidogênicas, sendo necessário então manter o pH entre 6,6 e 7,8 [27]. Na
amostra analisada o pH encontrado foi de 3,34, muito abaixo do ideal, sendo então
necessário um tratamento prévio dessa amostra antes da inserção do mesmo em um
biorreator anaeróbio.
23
5.3. Determinação dos íons
Embora existam valores esperados de íons presentes na vinhaça, pode existir
uma discrepância devido a fatores como: concentração de nutrientes no solo onde a
matéria prima foi cultivada e características do processo de produção da cachaça [29].
24
Apesar dos benefícios gerados pela aplicação da vinhaça no solo, é necessário
que haja uma dosagem de acordo com o tipo de solo e com a finalidade do mesmo. A
aplicação sem critérios pode causar um desequilíbrio de nutrientes, que podem lixiviar e
contaminar o lençol freático [15].
25
Tabela 6 - Dimensões teóricas do reator
Comprimento (m) 1,84
Largura (m) 1,84
Altura (m) 6
Seção transversal (m2) 3,40
6. CONCLUSÃO
Para solucionar esse possível impacto ao solo, foi sugerido a produção de biogás
e pelas análises feitas de concentração de íons e de matéria orgânica é fato que é
possível de ser feita, além de trazer benefícios ambientais.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] SAKAI, R. H. Árvore do conhecimento: Cana-de-Açúcar. Ageitec. Disponível
em < http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/cana-de-
26
acucar/arvore/CONT000fiog1ob502wyiv80z4s473agi63ul.html> Acesso no dia 18 de
outubro de 2018.
[4] SILA, M. A. S.; et al. Uso de vinhaça e impactos nas propriedades do solo e
lençol freático. R. Bras. Eng. Agríc. Ambiental, v.11, n.1, p.108–114, 2007.
27
[14] NETO, A. E.; Estado da Arte da Vinhaça. ÚNICA – União da Industria de Cana de
açúcar. Piracicaba, SP, 31 de agosto de 2016.
[15] FERREIRA, E.S. & MONTEIRO, A.O. Efeitos da Aplicação da Vinhaça nas
Propriedades Químicas, Físicas e Biológicas do Solo. Boletim Técnico.
COPERSUCAR, Piracicaba, (37):3-7, jan. 1987.
[16] PANT D, ADHOLEYA A. Biological approaches for treatment of distillery
wastewater: a review. Bioresour Technol. 2007 Sep;98(12):2321-34.
[18] ZAIAT, M.; Vinhaça para gerar energia. Revista Pesquisa Fapesp. ed. 238
dez. 2015. Disponível em <http://revistapesquisa.fapesp.br/2015/12/15/vinhaca-para-
gerar-energia/> Acesso em 7 de setembro de 2018.
[21] SILVIUS, M.; VOGELAAR, J.; CRUZ, S. Geração de biogás da vinhaça com
um novo tipo de reator anaeróbio, 2016. Portal Tratamento de Água. Disponível em
<https://www.tratamentodeagua.com.br/artigo/geracao-de-biogas-da-vinhaca-com-um-
novo-tipo-de-reator-anaerobio/> Acesso em: 9 de outubro de 2018.
[22] CHERNICHARO, C. A. L. Reatores Anaeróbios. 2 ed. Belo Horizonte: DESA,
UFMG, 2007. 380 p. (Princípios do Tratamento Biológico de Águas Residuárias, v. 5).
[23] VON SPERLING, M. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de
esgotos. 3. ed. Belo Horizonte: Departamento de Engenharia Sanitária e
Ambiental/UFMG, 2005.
[24] LAMO, P. Sistema produtor de Gás Metano Através de Tratamento de
Efluentes Industriais – METHAX/BIOPAQ – CODISTIL – Piracicaba, 1991.
28
[26] SILVA, G. A.; MORAIS, J. A.; ROCHA, E. R. Proposta de procedimento
operacional padrão para o teste do Potencial Bioquímico do Metano aplicado a
resíduos sólidos urbanos. Revista Eng. Sanit. Ambient., v.21, jan/mar 2016.
[33] SAWAZAKI, Haiko Enok; TEIXEIRA, João Paulo Feijão; MORAIS, Roberto
Machado de. O pH e a temperatura na produção de biogás a partir de casca de
arroz. Bragantia, Campinas, v. 44, n. 2, p. 715-721, 1985. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/brag/v44n2/19.pdf>. Acesso em: 26 nov. 2018.
29