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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO – UFOP

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E BIOLÓGICAS – ICEB


DEPARTAMENTO DE QUÍMICA – DEQUI
PROJETOS AMBIENTAIS – QUI 163

CARACTERIZAÇÃO E ALTERNATIVAS PARA UM GERENCIAMENTO


SUSTENTÁVEL DA VINHAÇA GERADA PELA CACHAÇARIA
GUARACIABA

CAROLINE DE SOUZA SANTOS


HEMYLE RANGEL ROCHA CHAVES
RICARDO GONÇALVES PENIDO

Ouro Preto - MG – Brasil

Novembro/2018
RESUMO

A indústria sucroalcoleira, no Brasil, apesar de possuir importância social e


econômica também gera impactos ambientais por produzir resíduos e efluentes como o
bagaço de cana e a vinhaça. Neste trabalho foi escolhida a vinhaça como efluente da
cachaçaria Guaraciaba, tendo como finalidade sua caracterização e um método de
tratamento alternativo à fertirrigação, utilizado pela fábrica visitada. Na etapa de
caracterização foram feitas análises de pH, determinação de DQO e quantificação de
íons através de cromatografia. Foram obtidos resultados de pH de 3,34, valor de DQO
de 57.000 mg/L e concentração de íons sulfato de 423 ppm. A partir dos mesmos foi
possível propor a produção de biogás devido a alta concentração de matéria orgânica,
pH ácido e também baixa concentração de íons SO42-. Escolhido o biogás como método
alternativo foi realizado o BMP (biochemical methane potencial) para avaliar a
capacidade de produção de metano pelo efluente escolhido. Além disso, foi feito um
dimensionamento teórico de um reator UASB de acordo com os parâmetros de vazão da
vinhaça na cachaçaria Guaraciaba, obtendo um entendimento das dimensões dos
reatores que poderiam ser utilizados no método proposto neste projeto. Até o presente
andamento do projeto a vinhaça da cachaçaria Guaraciaba tem se mostrado uma
potencial matéria prima para a produção de biogás.
Sumário
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 1
2. OBJETIVOS ................................................................................................................. 3
2.1. Objetivos gerais ...................................................................................................... 3
2.2. Objetivos específicos ............................................................................................. 3
3. REVISÃO BIBLIOGRAFICA ..................................................................................... 3
3.1. Cachaçaria Guaraciaba ........................................................................................... 3
3.2. Fluxograma cachaçaria Guaraciaba ....................................................................... 4
3.3. Etapas do processo de produção da cachaça .......................................................... 5
3.3.1. Moagem ........................................................................................................... 5
3.3.2. Filtração ........................................................................................................... 5
3.3.3. Fermentação .................................................................................................... 6
3.3.4. Destilação ........................................................................................................ 7
3.3.5. Descanso, envelhecimento e envase ................................................................ 8
3.4. Resíduos do processo ............................................................................................. 9
3.5. Legislação para vinhaça ....................................................................................... 11
3.6. Sistemas de Tratamento ....................................................................................... 12
3.6.1. Fertirrigação .................................................................................................. 12
3.6.2. Produção de biogás ........................................................................................ 13
3.6.3. Reator UASB ................................................................................................. 14
4. METODOLOGIA ....................................................................................................... 16
4.1. Amostragem e armazenamento ............................................................................ 16
4.2. Caracterização físico-química convencional........................................................ 16
4.3. Determinação da DQO ......................................................................................... 17
4.4. Medição do pH ..................................................................................................... 17
4.5. Determinação dos íons ......................................................................................... 17
4.6. Potencial bioquímico de metano - (Biochemical Methane Potentiol – BMP) ..... 18
4.7. Dimensionamento do reator UASB ..................................................................... 19
4.7.1. Produção e vazão de vinhaça ......................................................................... 19
4.7.2. Tempo de retenção hidráulica ....................................................................... 19
4.7.3. Volume do reator ........................................................................................... 20
4.7.4. Carga hidráulica volumétrica e carga orgânica volumétrica ......................... 20
4.7.5. Tanque de neutralização ................................................................................ 21
4.8. Avaliação da produção de biogás ......................................................................... 21

i
4.8.1. Conversão de DQO em metano ..................................................................... 21
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................ 22
5.1. Determinação da DQO ......................................................................................... 23
5.2. Medição do pH ..................................................................................................... 23
5.3. Determinação dos íons ......................................................................................... 24
5.4. Potencial bioquímico de metano - (Biochemical Methane Potentiol – BMP) ..... 25
5.5. Dimensionamento do reator ................................................................................. 25
6. CONCLUSÃO ............................................................................................................ 26
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 26

ii
1. INTRODUÇÃO

Descoberta nos engenhos de açúcar pelos escravos em meados do século XVI, a


cachaça é uma bebida produzida a partir da destilação do caldo fermentado da cana-de-
açúcar. Pela sua origem, era considerada como bebida de nível inferior, e só passou a
ser popularmente consumida em 1922. Atualmente, é vista com destaque, sendo a
terceira bebida destilada mais consumida no mundo e a primeira no Brasil, tendo sido
eleita bebida nacional do Brasil por Decreto Federal e Patrimônio Cultural de Minas
Gerais por Lei Estadual [1].

Pode ser produzida de forma artesanal ou em grandes indústrias por meio de


diferentes processos que acabam conferindo características específicas a ela. Como
exemplo, a fermentação do caldo muitas vezes pode levar de 24 a 36 horas se deixada
ocorrer de forma natural, porém, com a grande demanda e necessidade de aumentar
lucros e reduzir despesas, a produção industrial não permite que essa etapa seja levada
de forma natural, e procedimentos como a adição de produtos químicos são adotados
para que ela seja acelerada. Isso já não acontece na cachaça obtida artesanalmente, que
tem a etapa de fermentação ocorrendo de forma natural. Outras diferenças como uso de
alambiques de cobre para destilação ou uso de colunas de aço inox são notáveis e
influenciam diretamente na qualidade do produto final. Segundo o Programa Brasileiro
de Desenvolvimento da Aguardente de Cana, Caninha ou Cachaça (PBDAC) a
produção de cachaça no Brasil é em torno de 1,3 bilhão de litros por ano, sendo que
cerca de 75% desse total é proveniente da fabricação industrial e o restante de forma
artesanal, e São Paulo é o principal estado produtor, com quase metade da produção
nacional [1].

Figura1 - Distribuição da produção de cachaça por


Estado. Fonte: Martinelli et al. (2000).

1
O setor sucroalcoleiro do qual a indústria da cachaça faz parte possui grande
importância econômica, social e ambiental, e isso pode ser confirmado quando colocado
em números. O setor de cachaça faturou mais de R$ 10 bilhões em 2017, com
exportação de 8,74 milhões de litros do destilado para mais de 60 países. Estima-se que
existam hoje mais de 4.000 marcas de cachaça e 40.000 produtores, gerando
aproximadamente 600 mil empregos diretos e indiretos [1,2].

Apesar da contribuição para o crescimento socioeconômico do país, a indústria


sucroalcooleira também se destaca pelo seu alto potencial poluidor, causando impactos
ambientais severos. O empobrecimento do solo após o cultivo da cana de açúcar, que
impede o desenvolvimento de outras culturas no local, e a geração de resíduos, como a
palha, torta de filtro, bagaço, águas residuais e a vinhaça, que passam por dificuldades
na hora do descarte e tratamento, são os principais impactos causados [3].

A vinhaça, por exemplo, é um efluente carregado com matéria orgânica


proveniente da etapa de destilação, podendo ser 100 vezes mais poluidor do que o
esgoto doméstico. Além da alta DBO conta também com baixo pH, alta corrosividade e,
na saída dos destiladores, temperatura entre 85 a 90ºC. Pode ser utilizada na
fertirrigação, porém por suas características intrínsecas, podem causar dano à flora,
fauna e corpos hídricos locais. Sua composição exata está relacionada aos fatores
durante todo o processo, desde a composição da matéria prima, a qual determina a
concentração de cátions (K+, Ca2+, Mg2+) e ânions (SO42-, NO3-), leveduras utilizadas até
a condução da fermentação e o destilador utilizado [4].

Felizmente, nos últimos anos uma parcela crescente da sociedade passou a


demonstrar preocupação quanto aos problemas ambientais sofridos pelo excesso de
resíduos gerados e descartados de forma indevida pelas indústrias. E, junto deste
pensamento mais verde, legislações mais rígidas e específicas foram sendo criadas com
o passar dos anos, exigindo um comportamento mais ecologicamente sustentável dos
geradores de resíduos, que tem o feito pela adoção de ações que visam diminuir ou
eliminar esses impactos a fim de contribuir para uma melhor qualidade de vida e
preservação da natureza [3].

Nesse contexto, este trabalho busca determinar os principais aspectos ambientais


ligados ao processo de produção da cachaça, assim como oportunidades de melhoria no
gerenciamento dos resíduos gerados.

2
2. OBJETIVOS

2.1. Objetivos gerais


Compreender o processo produtivo de uma cachaçaria do estado de Minas
Gerais, identificando suas fontes de produção de resíduos e efluentes industriais, e
avaliar o potencial para reaproveitamento da vinhaça, um destes resíduos.

2.2. Objetivos específicos


• Caracterizar amostras de vinhaça quanto à composição físico-química.
• Avaliar a produção de biogás a partir da vinhaça, sob condições de anaerobiose.

3. REVISÃO BIBLIOGRAFICA

3.1. Cachaçaria Guaraciaba


No presente trabalho foi visitada a cachaçaria Guaraciaba, a qual fica localizada no
interior da cidade de mesmo nome em Minas Gerais. Fundada em 1960, a produtora de
cachaça iniciou seu processo utilizando engenhos movidos à água, como mostrado na
figura 2, para a etapa de moagem da cana-de-açúcar.

Figura 2 - Roda d’água. Fonte: Elaborada pelos autores

Em 1965 a marca Guaraciaba foi registrada e ainda atua na produção artesanal


de cachaça na região, contando com 55 funcionários fixos e 26 safristas. Sua produção
tem maior escala nos meses de junho a outubro, período de safra da cana-de-açúcar,
sendo que no melhor dia de produção 4.000 litros de cachaça são feitos, representando
80% do álcool total produzido.

3
Figura 3 - Barris de cachaça.
Fonte: Elaborada pelos autores

3.2. Fluxograma cachaçaria Guaraciaba

A figura 4 apresenta o fluxograma geral da cachaçaria Guaraciaba, contendo as


principais unidades do processo de produção de cachaça, as correntes de entrada e saída
de matéria prima, produtos e resíduos gerados. Em vermelho estão as unidades
geradoras de resíduos desse processo.

Figura 4 - Processo geral da cachaçaria Guaraciaba. Fonte: Elaborada pelos autores

4
3.3. Etapas do processo de produção da cachaça
3.3.1. Moagem
O canavial fica localizado a 8 km da cachaçaria, logo a cana-de-açúcar é
transportada através de caminhões para entrar no processo. Saindo dos caminhões elas
passam pela balança para serem pesadas e seguem para a moagem, onde passam por um
moinho de facas, como mostrado na figura 5.a), movido por engenho à vapor, que por
sua vez recebe vapor proveniente da caldeira, na figura 5.b). Nesse ponto o caldo é
separado do bagaço, levando consigo o bagacilho. O caldo e o bagacilho são levados
para o filtro, enquanto o bagaço é utilizado para alimentar a caldeira.

(a) (b)
Figura 5 – a) Moinho de facas contendo bagaço de cana; b) Caldeira. Fonte: Elaborada
pelos autores

3.3.2. Filtração
Na figura 6.a) tem-se o filtro de tambor onde caldo de cana entra juntamente
com o bagacilho, figura 6.b), sendo que é necessária a remoção desse sólido devido a
formação de álcool sec-butílico durante a destilação em sua presença. Ao fim da
unidade o caldo está livre da maior parte do sólido presente até essa etapa e o bagacilho
é destinado para alimentação dos gados.

5
(a) (b)
Figura 6 – a) Filtro de tambor; b) Bagacilho. Fonte: Elaborada pelos autores

3.3.3. Fermentação
O caldo de cana entra para as dornas de fermentação, com capacidade de 10.000
litros cada, juntamente com as leveduras responsáveis pelo processo e são deixados em
repouso entre 24 e 36 horas. Após esse período de tempo o fermentado é levado
diretamente para o destilador. Esse processo de fermentação é mostrado nas figuras 7.a),
b) e c).

6
(a) (b)

(c)
Figura 7 – a) Dornas no início da fermentação; b) Dornas durante a fermentação; c)
Dornas ao término da fermentação. Fonte: Elaborada pelos autores

3.3.4. Destilação
O caldo fermentado entra para os destiladores de cobre, figura 8.a), que estão a
uma temperatura de aproximadamente 80ºC e sofrem o processo de destilação obtendo
o etanol produzido na etapa anterior. São separados os álcoois na “cabeça” e “cauda” da
destilação usada como álcool combustível, pela alta concentração de contaminantes da
bebida, do “coração”, que é a cachaça em si. A cachaça então é destinada para os tonéis,
o álcool é armazenado para venda ou uso próprio, além da vinhaça produzida no
processo como resíduo, que é diluída pela água de lavagem, exposta na figura 8.b), e
utilizada como fertilizante do solo da fábrica, onde ficam os gados.

7
(a) (b)
Figura 8 – a) Destiladores de cobre; b) Piscina de vinhaça. Fonte: Elaborada pelos
autores

3.3.5. Descanso, envelhecimento e envase


Já fermentada, a cachaça é levada para tonéis de madeira ou aço inox, mostrados
nas figuras 9.a) e b, para o processo de descanso ou envelhecimento, onde a mesma
adquire sabores e aromas caraterísticos, de acordo com o recipiente onde se encontra,
tudo isso devido à troca de oxigênio e o contato direto com os tonéis. Existe uma
diferença entre esses dois processos supracitados. O envelhecimento é feito nos barris
de menor volume da figura 9.c), devido à maior área de contato entre a cachaça e
madeira, facilitando então a entrada e dispersão de gases pelo líquido. Já o descanso é
feito em tonéis de volume maior, preferencialmente os de madeira, onde ao contrário
dos barris, a cachaça tem pouco contato com a madeira, logo sua aeração e produção de
compostos flavorizantes e aromatizantes são comprometidas. Após o tempo adequado a
cachaça pronta é levada para o envase.

8
(a) (b)

(c)
Figura 9 – a) Tonéis de aço inox; b) Tonéis de madeira; c) Barris de madeira. Fonte:
Elaborada pelos autores

3.4. Resíduos do processo


Durante o processo de produção da cachaça, são gerados alguns resíduos como
ponta da cana, vinhaça, bagaço e cinzas, que, a partir de diferentes técnicas, podem ser
reutilizados em outras atividades, ao invés de serem apenas descartados.

O bagaço de cana é destinado à queima na caldeira e após a queima obtém a sua


escória, resíduo sólido duro, acinzentado, inodoro utilizado como adubos e fertilizantes
de canaviais e outras culturas. Tanto o bagaço, como as cinzas são definidos como
resíduos sólidos pela LEI Nº 12.305, de 2 de agosto de 2010 que Institui a Política
Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá
outras providências [5].

No Brasil, para classificar os resíduos, adota-se a NBR 10.004, da Associação


Brasileira de Normas Técnicas, que os divide da seguinte forma: classe I (perigosos),
9
classe II A (não inertes) e classe II B (inertes). As cinzas são classificadas como resíduo
sólido classe II ou classe IIl (classe II B), de código A111, pelo Anexo 6 da
RESOLUÇÃO CONAMA nº 313, de 29 de outubro de 2002, que dispõe sobre o
Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais. Elas podem ser utilizadas no co-
processamento, que consiste no reaproveitamento de resíduos nos processos de
fabricação de cimento, ser disposta em aterros, atendendo determinadas especificações
ou utilizada como adubo em plantações. Já o bagaço é classificado da mesma forma de
acordo com a resolução, recebendo código A024, e pode ser disposto em aterros, ser
incinerado, passar por pirólise, plasma ou ser reutilizado para outros fins, como a
forragem, cogeração de energia, produção de papel e produção de etanol de segunda
geração [6, 7 e 8].

A vinhaça é um subproduto obtido durante o processo de destilação do álcool,


caracterizando-se como um efluente de alto poder poluente, dada as seguintes
características: baixo pH, alta carga orgânica, alta corrosividade, altos valores de DBO,
assim como a alta temperatura de saída do destilador. É considerada altamente nociva à
fauna, flora, microfauna e microflora das águas doces, além de afugentar a fauna
marinha que vem às costas brasileiras para procriação [9]. Dentre os efluentes líquidos
da indústria sucroalcooleira, a vinhaça é a que possui maior carga poluidora,
apresentando DBO variando de 20.000 a 35.000 mg L-1. A quantidade despejada pelas
destilarias pode variar de 10 a 18L de vinhaça por litro de destilado produzido,
dependendo das condições da destilaria. A temperatura de saída da vinhaça do
destilador pode variar de 85 a 90 °C [10].

A constituição da vinhaça é afetada por diversos fatores, entre eles; composição


da matéria prima, sistema de preparação do mosto, método de fermentação, sistema de
condução da fermentação, tipo da levedura, tipo de destilador empregado. É composta
em sua maioria por matéria orgânica na forma de ácidos orgânicos e outros
carboidratos, além de íons em menor quantidade como potássio, cálcio, magnésio,
sulfato, nitrato, zinco e cobre que variam de acordo com a composição do mosto [11]. A
Tabela 1 apresenta a variação de alguns parâmetros físico-químicos da vinhaça oriunda
de diferentes tipos de mosto.

10
Tabela 1 - Variação da concentração de alguns parâmetros físico-químicos do vinhoto
proveniente de diferentes mostos.
Tipo de mosto Caldo Melaço de cana Melaço de
beterraba
‘Fonte Sartori, 2011 Satyawaly e Wilkie et al.,
Balakrishnan, 2008 2000
DQO (mg/L) 42000 80.000 - 100.000 91.100
DBO (mg/L) 11310 40.000 – 50.000 44.900
pH 3,95 3 – 5,4 5,35
Nitrogênio (mg/L) 70 1.660 – 4.200 3569
Fósforo (mg/L) 200 225 – 3.038 163
Sulfato (mg/L) 1320 2.000 – 6.000 3716
Potássio (mg/L) 2272 9.600 – 17.475 10.030

3.5. Legislação para vinhaça


A fim de permitir um descarte mais adequado para a vinhaça produzida pelas
indústrias do setor sucroalcooleiro, foram estabelecidos critérios, procedimentos e leis
de abrangência nacional, assim como normas especificas para cada estado e região.
Parte dessa legislação é apresentada a seguir [3,12]:

• Portaria do Ministério do Interior nº323, de 29 de novembro de 1978 – Proíbe o


lançamento de vinhaça em coleções de água.

• Portaria do Ministério do Interior nº158, de 03 de novembro de 1980 – Dispõe


sobre o lançamento de vinhoto em coleções hídricas e sobre efluentes de
destilaria e usinas de açúcar.

• Portaria do Ministério do Interior nº124, de 20 de agosto de 1980 – Dispõe sobre


as normas para a localização e construção de instalações que armazenem
substâncias que possam causar poluição hídrica.

• CONAMA nº002, de 05 de junho de 1984 – Dispõe sobre a determinação da


realização de estudos e apresentação de projeto de resolução contendo normas
para controle da poluição causada pelos efluentes das destilarias de álcool e
pelas águas de lavagem da cana de açúcar.

• Deliberação Normativa COPAM nº 164, de 30 de março de 2011 - Estabelece


normas complementares para usinas de açúcar e destilarias de álcool, referentes
ao armazenamento e aplicação de vinhaça e águas residuárias no solo agrícola.

11
Além de todos os tratamentos utilizados para tornar a produção da cachaça mais
sustentável, a Cachaçaria faz uso de uma fossa séptica no tratamento do esgoto, a fim de
não contaminar os afluentes próximos; aproveita a ponta da cana, que é pobre em
açucares e não pode ser utilizada para fermentação, na alimentação do gado e outras
criações; não utiliza queimada na região do plantio da cana e utiliza filtros anti-fuligens
nas caldeiras [13].

3.6. Sistemas de Tratamento


Anteriormente às legislações. supracitadas uma grande parte da vinhaça era lançada
diretamente nos cursos d’água, causando sérios problemas de contaminação das águas
superficiais. A solução técnica encontrada após a promulgação da Portaria n° 323/78,
foi a disposição deste resíduo na lavoura nas chamadas “áreas de sacrifício”, onde,
sacrificavam-se áreas de plantio de cana para disposição e infiltração da vinhaça,
procedimento regulamentado na época pelos órgãos ambientais, pois não havia, e ainda
não há solução técnica e econômica para o tratamento convencional eficiente da
vinhaça, que permita o seu lançamento em rios [14].

3.6.1. Fertirrigação
Trabalhos preliminares mostraram que a aplicação da vinhaça na lavoura de cana
de açúcar trazia benefícios ao solo e à cultura, sendo uma alternativa ao procedimento
convencional de adubação. Uma extensa revisão bibliográfica foi realizada sobre os
efeitos da vinhaça nas propriedades do solo que comprovam o aumento de
produtividade da cana-de-açúcar fertirrigada com vinhaça em relação à adubação
mineral convencional e seus efeitos benéficos no solo [15].

Atualmente, dentre as destinações finais que são dadas a vinhaça, a fertirrigação


é a mais utilizada pela indústria sucroalcooleira. A utilização da vinhaça como
fertilizante na agricultura é uma substituição viável da adubação mineral, pois permite a
redução dos custos de irrigação do plantio de cana de açúcar. Esta aplicabilidade foi
regulamentada somente após serem determinados os parâmetros pela CETESB em
2005, para transporte, armazenamento e aplicação da vinhaça pela Norma Técnica P4.
231.

A popularização da fertirrigação se deu, sobretudo, pelos benefícios a curto e


médio prazo ao plantio de cana de açúcar provenientes do fornecimento de nutrientes ao
solo pela vinhaça. A grande quantidade de íons necessários ao desenvolvimento da

12
lavoura, sobretudo, potássio e nitrato, assim como Mg2+, Ca2+, Na+ e fosfato presentes
na vinhaça, bem como aumento da matéria orgânica, diminuindo o risco de lixiviação
de cátions do solo, além da adequação do pH, tornaram a vinhaça um atrativo
fertilizante para o setor. No entanto, a utilização da vinhaça além da capacidade de
absorção do solo leva à lixiviação dos íons, acidificação do solo, contaminação de
corpos d’água, e perda da fertilidade do solo por saturação [16]. Ademais, as
implicações da fertirrigação do solo com a vinhaça em longo prazo ainda não são
completamente esclarecidas, o que incentiva a busca por alternativas para o tratamento
do efluente.

3.6.2. Produção de biogás


A demanda energética da população global vem crescendo exponencialmente, porém os
recursos naturais não estão suprindo as necessidades atuais da humanidade. A
perspectiva do esgotamento desses recursos tem encorajado a investigação por fontes
alternativas e economicamente viáveis, tendo em vista, sempre que possível, a criação
de novas soluções que permitam a redução do uso de recursos naturais [17].

Em 2014, foram gerados no Brasil cerca de 280 bilhões de litros de vinhaça,


quase a totalidade desse volume (97%) foi usada como fertilizante e irrigação nas
próprias lavouras de cana-de-açúcar, um desperdício do potencial energético da vinhaça
que, dado sua alta concentração de matéria orgânica, pode ser utilizada para produção
de metano, por meio de biodigestão anaeróbia [18]. O processo de biodigestão
anaeróbia consiste na biodegradação da carga orgânica da vinhaça. O processo gera
como produtos, biogás e biofertilizante com reduzida carga orgânica sem, no entanto,
alterar as propriedades fertilizantes da vinhaça [19].

Atribui-se o nome de biogás à mistura gasosa, combustível, resultante da


fermentação anaeróbica dessa matéria orgânica. A proporção de cada gás na mistura
depende de vários parâmetros, como o tipo de biodigestor e o substrato a digerir. A
mistura é essencialmente composta por metano e dióxido de carbono, sendo seu poder
calorífico diretamente relacionado com a quantidade de metano existente na mistura e
outros gases como água, H2S e amônia [20].

A biodigestão da vinhaça apresenta uma série de vantagens, tais como a redução


drástica da carga orgânica, pois a maior parte da DBO é convertida a biogás, elevação
do valor de pH, que passa a ser próximo de 7, solucionando o problema de corrosão,

13
mantendo os mesmos teores de nitrogênio, fósforo e potássio da vinhaça in natura,
conservando o seu poder fertilizante, eliminando o odor desagradável e a atração de
moscas e outros agentes causadores de doenças [19].

A geração de biogás a partir da biodigestão da vinhaça em reatores anaeróbios


não é algo novo e já foi realizada com sucesso no passado. O primeiro reator anaeróbio
UASB da Paques no Brasil foi instalado na Usina São João, em São João da Boavista,
interior de São Paulo. Este reator foi instalado em 1986 para tratar 33% da vinhaça
gerada pela usina e o biogás foi purificado e utilizado como combustível da frota de
caminhões da usina [21].

3.6.3. Reator UASB


Existem diversas configurações de biodigestores disponíveis no mercado, sendo
o reator anaeróbio de fluxo ascendente com manta de lodo (UASB) o mais difundido e
estudado. São sistemas muito compactos, necessitando de volume reduzido devido à sua
elevada concentração de biomassa. Tendo um regime hidráulico de fluxo ascendente
como base de operação, esse reator permite configurações variadas, como tanques
cilíndricos, quadrados e retangulares, tornando-os versáteis e aplicáveis a diferentes
sistemas [22].

O processo de funcionamento do reator UASB consiste em se ter um fluxo


ascendente do efluente através de um leito de lodo denso de elevada atividade. O perfil
de sólidos no reator varia de muito denso e com partículas granulares de elevada
capacidade de sedimentação, próximas ao fundo (leito de lodo), até um lodo mais
disperso e leve, próximo ao topo do reator (manta de lodo) [22].

A estabilização da matéria orgânica ocorre em todas as zonas de reação, sendo a


mistura do sistema promovida pelo fluxo ascensional da corrente de alimentação e das
bolhas de gás. Os efluentes entram pelo fundo do reator e os mesmos deixam o reator,
por meio de um decantador interno localizado na parte superior do reator. Um
dispositivo de separação de gases e sólidos localizados abaixo do decantador garante as
condições ótimas de sedimentação das partículas que se desgarram da manta de lodo,
permitindo que estas retornem à câmara de digestão, ao invés de serem arrastados para
fora do sistema. Embora parte das partículas mais leves são perdidas juntamente com o
efluente, o tempo médio de residência de sólidos no reator é mantido suficientemente

14
elevado para manter o crescimento de uma massa densa de microrganismos formadores
de metano, apesar do reduzido tempo de detenção hidráulica [22].

Como a entrada de matéria orgânica no reator é contínua, a biomassa cresce


continuamente. Isso traz a necessidade de remoção periódica de parte da manta de lodo
evitando-se, assim, que a biomassa venha a sair juntamente com o efluente. No entanto,
a produção de lodo em reatores tipo UASB é muito baixa e de elevada qualidade,
podendo ser simplesmente desidratado em leitos de secagem ou em equipamentos
mecânicos. A retirada do lodo é feita na parte lateral do reator, próximo ao fundo, em
diferentes níveis [23]. Por ser um processo anaeróbio, pode ocorrer a formação de gases
com odor desagradável (sulfurados). No entanto, se o projeto for bem elaborado e o
reator bem vedado, incluindo a saída do efluente, a liberação destes odores é bastante
minimizada e a eficiência de remoção da DBO do reator UASB pode atingir valores da
ordem de 90% [24].

A figura 10 mostra uma representação esquemática do funcionamento do reator


UASB.

Figura 10 - Desenho esquemático de um reator UASB.


Fonte: Rodrigues, Luciano dos Santos (2008)
Font
Os principais fatores que regem a operação de um reator UASB são [25]:

15
• As características do fluxo ascendente devem assegurar o máximo contato
entre biomassa e o substrato;

• Os curto-circuitos devem ser evitados, de forma a garantir tempo suficiente


para degradação da matéria orgânica;

• O sistema deve ter um dispositivo de separação de fases bem projetado, capaz


de separar de forma adequada o biogás, o líquido e os sólidos, liberando os dois
primeiros e permitindo a retenção do último;

• O lodo na região da manta deve ser bem adaptado, com alta atividade
metanogênica específica (AME) e excelente sedimentabilidade.

Sendo assim, uma aplicação mais nobre da vinhaça, a conversão energética do


biogás se apresenta como uma solução que agrega valor ambiental e redução de custos
do processo produtivo como um todo. Diminuindo o potencial poluente da vinhaça ao
mesmo tempo em que produz uma fonte de energia.

4. METODOLOGIA

4.1. Amostragem e armazenamento


A amostra de vinhaça foi proveniente da Cachaçaria Guaraciaba, localizada na
cidade de Guaraciaba, MG. Atualmente a vinhaça é utilizada para fertirrigação, sendo
acondicionada, junto da água de lavagem utilizada no processo, em uma lagoa revestida
com lona impermeabilizante e depois lançada cerca de 5km de distância da lagoa,
através de um canhão, em uma área da fazenda.
A amostra foi armazenada em um recipiente de plástico a -2ºC em freezer.

4.2. Caracterização físico-química convencional


Os seguintes parâmetros físico-químicos e as respectivas metodologias empregadas
para a caracterização da vinhaça são listados a seguir:
 DQO: método colorimétrico APHA; (Genesys 105, Thermo Scientific);
 pH: método potenciométrico, pHmetro digital. (827 pH Lab. Metrohm);
 Ânions: análise de Cl-, SO42-, PO43- e F-, por método cromatográfico, no
cromatógrafo iônico. (930 Compact IC flex, Detector 954, Injetor 863.
Metrohm);

16
 Cátions: análise de K+, Mg2+, Ca2+ e Na+ por método cromatográfico,
cromatógrafo iônico. (930 Compact IC flex, Detector 954, Injetor 863.
Metrohm).
Antes de todas as análises a vinhaça foi descongelada em banho maria.

4.3. Determinação da DQO


Com o propósito de determinar a quantidade de oxigênio consumido pela
oxidação da matéria orgânica, indicando então o grau de contaminação da água foi feita
a DQO. A amostra previamente coletada e armazenada foi diluída de 25, 50 e 75 vezes,
sendo que para a diluição de 50x foi preparada uma solução paralela centrifugando-a.
Uma hora antes da análise o bloco digestor foi ligado para estabilizar a temperatura à
148ºC. Para o preparo das amostras foi adicionado às cubetas 0,5mL de solução de
dicromato de potássio 0,00347 mol.L-1, 3,0mL da solução de ácido sulfúrico/sulfato de
prata e 3,0mL de cada solução de vinhaça preparada, nesta ordem. Fechada as cubetas,
as mesmas foram agitadas para homogeneização e coladas no bloco digestor por duas
horas. Durante a digestão, com uma hora de antecedência à leitura, o espectrofotômetro
foi ligado, calibrado à 446nm. Ao fim da digestão as amostras foram deixadas em
repouso até atingir a temperatura ambiente e, por fim, lidas no equipamento no
comprimento de onda citado. A partir das absorbâncias obtidas foi feito o cálculo da
DQO.

4.4. Medição do pH
Foi feita a medição de um volume da amostra no equipamento devidamente
calibrado (827 pH Lab. Metrohm) a temperatura de 20 °C.

4.5. Determinação dos íons


A fim de determinar quantitativa e qualitativamente os íons presentes na
amostra, um pequeno volume da mesma foi centrifugado em tubos falcon durante 25
minutos e então uma diluição de 100x foi feita a partir do sobrenadante dos tubos. Essa
diluição é feita com objetivo de enquadrar a concentração de íons da solução na faixa de
operação do equipamento (6mg/L para ânions e 10mg/L para cátions). A solução diluída
foi então analisada em triplicata por cromatografia de íons (930 Compact IC flex,
Detector 954, Injetor 863. Metrohm)

17
4.6. Potencial bioquímico de metano - (Biochemical Methane Potentiol –
BMP)
O Potencial Bioquímico de Metano (BMP) é um teste que objetiva avaliar a
capacidade de biodegradação de uma amostra através do monitoramento do volume de
metano gerado pela mesma durante este processo. Ele tem como principais
características positivas seu baixo custo, reprodutibilidade e facilidade de execução
[26].

Para realizar o ensaio de BMP foram utilizados como biodigestores, frascos de


borossilicato com capacidade de 150 mL, vedados com tampas com septo de borracha
que permitiram a retirada de amostras para monitoramento do biogás, com uso de uma
seringa e controle da pressão interna, a partir de um manômetro portátil. Em dois
frascos foram colocados 6 mL de vinhaça, 8 mL de água, 30 mL de lodo esgotado e 16
mL de solução nutritiva e no frasco correspondente ao teste em branco o volume de
vinhaça foi substituído por água.

O pH inicial da solução resultante dos dois frascos com vinhaça foi aferido por
meio de um pH-metro digital (827 pH Lab. Metrohm), o qual indicou valores de pH
ácido, apontando a necessidade de adição de carbonato de sódio (Na2CO3) para que a
atividade das bactérias metanogênicas, não fosse comprometida, já que elas tem um
rendimento ótimo na faixa de pH entre 6,6 e 7,6 e valores fora dessa faixa diminuem a
produção do biogás, chegando a inibir completamente sua formação [27]. Os valores
finais de pH são apresentados na tabela 2. Após esse procedimento, os biodigestores
foram selados, e, a fim de garantir a condição de anaerobiose, circulou-se uma corrente
N2 no headspace de cada um deles durante 2 min. Em seguida, a pressão foi aferida
com manômetro portátil, a fim de deixar todos os biodigestores com pressões entre 28 e
32 mmHg (tabela 2). Logo em seguida eles foram para uma incubadora de piso (Shaker)
que era mantido com agitação e temperatura entre 35 e 37°C, favorecendo a produção
de metano (estimulo do crescimento de bactérias mesofílicas) [27].

18
Tabela 2: Dados de pH e pressão dos biodigestores.

Biodigestor C.1.1 C.1.2. B.1.1


pH (final) 7,02 7,01 -
Pressão (mmHg) 30 32 28

4.7. Dimensionamento do reator UASB

4.7.1. Produção e vazão de vinhaça


A primeira etapa para o dimensionamento de um reator para tratamento de
resíduos é determinar as vazões de entrada do efluente, visto que a mesma, muitas
vezes, é inalterável, pois provém de sistemas de esgoto doméstico ou industrial, os quais
já possuem uma escala de produção com correntes de saída definidas no caso de
indústria ou vazões que variam de acordo com a localização ou horário do dia como no
caso dos domésticos.

A produção de vinhaça, como já citada neste relatório, é de 10 a 18 litros de


resíduo por litro de destilado. Para os cálculos de dimensionamento será utilizada a
média entre o mínimo e o máximo produzido, ou seja, 14 litros. E pelas informações
obtidas na visita à fábrica, a produção de cachaça é de 4.000 litros/dia e representa 80%
do destilado total, fazendo então que a vazão total de destilado seja de 5.000 litros/dia.

4.7.2. Tempo de retenção hidráulica


O tempo de detenção hidráulica é outro parâmetro que deve ser analisado no
caso de reatores UASB, pois ele representa o tempo que o efluente ficará retido no
reator para sofrer o processo de digestão [28]. Esse tempo varia de acordo com a
temperatura com a qual o efluente se encontra e pode ser determinado de acordo com a
figura 11 a seguir.

Figura 11 - Tempo de retenção hidráulico em reatores UASB. Fonte: [22]

Como a vinhaça sai a uma temperatura de aproximadamente 85ºC o tempo de


retenção hidráulica será maior que 6 horas, para este dimensionamento será utilizado o
tempo de 7 horas.

19
4.7.3. Volume do reator
Determinados o tempo de retenção hidráulica e a vazão do efluente, é possível
determinar, por fim, o volume do reator pela equação 1.

𝑄
𝑉𝑟𝑒𝑎𝑡𝑜𝑟 = (24) . 𝑡 (Equação 1)

Onde:

Vreator = Volume do reator (L)

Q = Vazão volumétrica do efluente (L/dia)

t = tempo de retenção hidráulico (h)

4.7.4. Carga hidráulica volumétrica e carga orgânica volumétrica


A carga hidráulica volumétrica (CHV) representa a vazão de efluente que entra
no reator por unidade de volume do mesmo e pode ser obtida pela equação 2.

𝑄
𝐶𝐻𝑉 = (Equação 2)
𝑉

Na qual:
CHV = Carga hidráulica volumétrica (Lefluente/Lreator.dia)
Q = Vazão volumétrica do efluente (Lefluente/dia)
V = Volume do reator (Lreator)
Já a carga orgânica volumétrica (COV) representa a quantidade de matéria
orgânica que entra no volume do reator por unidade de tempo, no caso, dias. É dada
pela equação 3.

𝑄.𝐶𝐷𝑄𝑂
𝐶𝑂𝑉 = (Equação 3)
𝑉

Na qual:
COV = Carga orgânica volumétrica (mg/L.dia)
Q = Vazão volumétrica do efluente (L/dia)
CDQO = Concentração de matéria orgânica no efluente (mg/L)
V = Volume do reator (L)

20
4.7.5. Tanque de neutralização
Para uma boa eficiência da produção de biogás é necessário que, além da
temperatura, o pH da vinhaça ou de qualquer outra biomassa utilizada esteja o mais
próximo da neutralidade possível, visto que as bactérias metanogênicas tem o
metabolismo ótimo nessa faixa [33].

Dessa forma é necessária a implementação de um tanque de neutralização


antecedendo o biorreator.

Figura 11 – Tanque de neutralização. Fonte: http//:www.celuloseonline.com.br

4.8. Avaliação da produção de biogás

4.8.1. Conversão de DQO em metano


Para a avaliação da produção de biogás o primeiro passo é a avaliação da
conversão da matéria orgânica em gás metano, para isso se utiliza dados empíricos e a
equação 4.

𝐷𝑄𝑂𝐶𝐻4 = (𝑄. (𝐶𝐷𝑄𝑂0 − 𝐶𝐷𝑄𝑂𝑓 )) ∗ (𝑌. 𝑄. 𝐶𝐷𝑄𝑂0 ) (Equação 4)

Na qual:
DQOCH4 = Conversão de matéria orgânica em metano (mgDQO/dia)

21
Q = Vazão volumétrica do efluente (L/dia)
CDQO0 = Concentração de DQO inicial (mg/L)
CDQOf = Concentração de DQO final (mg/L)
Y = coeficiente de produção de sólido (mgDQOsol/mgDQOaplicado)
A partir desse valor é possível encontrar o fator de correção de volume que varia
de acordo com a temperatura do sistema de acordo com a equação 5.

𝑃.𝑚𝑔𝐷𝑄𝑂𝐶𝐻4
𝑓(𝑇) = (Equação 5)
𝑅.𝑇

Na qual:
f(T) = Fator de correção de volume (mgDQOCH4/L)
P = Pressão atmosférica (atm)
mgDQOCH4 = Consumo de DQO em 1 mol de metano (mgDQO/molCH4)
R = Constante dos gases (atm.L/mol.K)
T = Temperatura (K)
E por fim, a produção volumétrica de metano produzida é dada pela razão entre
as equações 4 e 5, resultando na equação 6.

𝑄 𝐷𝑄𝑂𝐶𝐻
4
(Equação 6)
𝐶𝐻4 =
𝑓(𝑇)

Na qual:
QCH4 = Vazão volumétrica de metano (L/dia)
DQOCH4 = Conversão de matéria orgânica em metano (mgDQO/dia)
f(T) = Fator de correção de volume (mgDQOCH4/L)

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados obtidos até o presente momento, através dos testes realizados em


laboratório com a amostra de vinhaça coletada da cachaçaria, são mostrados na tabela 3
a seguir:

22
Tabela 3: Características qualitativas e quantitativas de vinhaça procedente da
Cachaçaria Guaraciaba.

DQO K+ Mg2+ Na+ Ca2+ Sr Cl- SO42- PO43- F-


Parâmetro pH (mg/L) (ppm) (ppm) (ppm) (ppm) (ppm) (ppm) (ppm) (ppm) (ppm)

Leitura 3,34 57.000 1017 68 184 32 175 752,8 423,1 129,3 1554,70

5.1. Determinação da DQO


Normalmente, a vinhaça possui um valor de DQO esperado entre 20.000 e
35.000 mg.l-1 [11], contudo esse valor varia de acordo com o processo, precedência da
matéria prima, destiladores e leveduras utilizados e também do solo onde é plantada a
cana-de-açúcar. A partir do valor de absorbância de 0,341 e da curva de calibração
padrão para essa análise foi encontrado o valor de DQO apresentado na tabela 3

Considerando os valores encontrados na literatura, se compararmos à amostra


analisada, a última está com concentração de DQO acima do esperado, reforçando ainda
mais a necessidade de tratamento da mesma, porém para a produção de biogás uma
quantidade alta de matéria orgânica favorece a produção de biomassa, logo com uma
otimização dos biorreatores será possível gerenciar a vinhaça de forma a produzir o
máximo possível de matéria a partir da mesma.

5.2. Medição do pH
Assim como a DQO, o pH também interfere na produção de biogás por interferir
diretamente na atividade dos microrganismos utilizados, visto que alta concentração de
ácidos provoca a inibição da digestão anaeróbia, sejam das bactérias metanogênicas ou
até mesmo acidogênicas, sendo necessário então manter o pH entre 6,6 e 7,8 [27]. Na
amostra analisada o pH encontrado foi de 3,34, muito abaixo do ideal, sendo então
necessário um tratamento prévio dessa amostra antes da inserção do mesmo em um
biorreator anaeróbio.

23
5.3. Determinação dos íons
Embora existam valores esperados de íons presentes na vinhaça, pode existir
uma discrepância devido a fatores como: concentração de nutrientes no solo onde a
matéria prima foi cultivada e características do processo de produção da cachaça [29].

Os valores dos outros íons encontrados em maior concentração estão de acordo


com dados da literatura, sendo seles (Al, Ca, Fe, Mg e Na) [29].

A concentração de K (Tabela 3) encontrada na vinhaça foi de 1.017 ppm,


mostrando que seu uso direto na fertirrigação é possível, mas que seu tratamento para
recuperação apenas desse macronutriente específico é viável. Sabe-se que potássio (K),
juntamente do fósforo (P) e do nitrogênio (N), além de ter grande importância para a
agricultura, possui uma distribuição limitada de jazidas pelo mundo que sofrem com
uma atual escassez, de modo que a possibilidade da aplicação de técnicas para a
recuperação desse nutriente é extremamente interessante.

Os outros cátions se encontram em quantidades insuficientes para classificar a


vinhaça como poluidora e inviabilizar seu uso na fertirrigação. O principal deles seria o
sódio (Na), que em excesso ou o seu desequilíbrio em relação ao cálcio e ao magnésio,
classificaria a vinhaça como imprópria para ser aplicada no solo. [30]

A presença dos íons cloreto e fluoreto em grandes concentrações (Tabela 3)


podem ser devido à fonte de água utilizada para irrigação da lavoura de cana, a
composição do mosto e da constituição do solo no local do plantio sendo que a alta
concentração (752,8 ppm) de cloreto pode apresentar toxicidade às bactérias [31]. Os
íons nitrato e fosfato, de grande valor para a fertirrigação, apresentam baixa
concentração ou, no caso do íon fosfato, não foram detectados por cromatografia de
íons. Portanto, o potencial fertilizante da vinhaça da Cachaçaria Guaraciaba é devido,
principalmente à alta concentração de potássio na vinhaça e, futuramente, a acumulação
do potássio pode levar à lixiviação do mesmo do solo.

O enxofre é um nutriente básico para as bactérias metanogênicas, porém em


teores muito elevados, haverá o crescimento excessivo de bactérias redutoras de
sulfatos, convertendo os sais de enxofre em sulfeto de hidrogênio, um gás venenoso e
dificultador da queima do metano [32], logo, a baixa concentração do íon sulfato na
vinhaça é um bom indicativo para a produção de biogás.

24
Apesar dos benefícios gerados pela aplicação da vinhaça no solo, é necessário
que haja uma dosagem de acordo com o tipo de solo e com a finalidade do mesmo. A
aplicação sem critérios pode causar um desequilíbrio de nutrientes, que podem lixiviar e
contaminar o lençol freático [15].

A utilização da vinhaça para fertirrigação na Cachaçaria Guaraciaba, portanto


não pode ser considerado um substituinte completo da adubação mineral, dado a
ausência de fontes de nitrogênio para o solo, além da presença de outros íons que viriam
a saturar o mesmo. A produção de biogás para suprir a demanda energética da
cachaçaria é recomendada devido ao baixo teor de sulfato na vinhaça.

5.4. Potencial bioquímico de metano - (Biochemical Methane Potentiol –


BMP)
A pressão interna dos frascos está sendo monitorada diariamente através do
manômetro portátil e, a geração de biogás, controlada pela injeção de alíquotas de 1 mL
em um cromatógrafo a gás (SHIMADZU modelo QP-2014). Os frascos encontram-se
incubados, e serão retirados apenas quando não se observar mais geração de biogás

Todos os parâmetros (pH, demanda química de oxigênio (DQO) e presença de


determinados íons), foram medidos de modo a relacioná-los futuramente com os
resultados para a produção de biogás observada no período de biodigestão.

5.5. Dimensionamento do reator


Utilizando os valores da tabela 5 e da equação 1, foi possível determinar que o
volume total dos reatores será de 20.416,7 litros.

Tabela 5 - Valores para o dimensionamento do reator UASB


Parâmetro Valor
Vazão volumétrica da 70000
vinhaça (L/dia)
Tempo de retenção 7
hidráulico (h)

25
Tabela 6 - Dimensões teóricas do reator
Comprimento (m) 1,84
Largura (m) 1,84
Altura (m) 6
Seção transversal (m2) 3,40

6. CONCLUSÃO

Através do processo de produção de cachaça apresentado foi possível identificar


as unidades de geração de resíduo e, através dele, realizar um estudo ambiental em cima
dos dados obtidos. Dentre eles os mais impactantes foram o bagaço de cana e a vinhaça,
os quais são produzidos em grande quantidade, porém a vinhaça foi selecionada para
uma avaliação mais detalhada.

Na cachaçaria a vinhaça é utilizada na fertirrigação dos solos de pastagem dentro


da própria fábrica, porém ainda não se sabe seus efeitos no solo em longo prazo, visto
que a vinhaça possui baixo pH, alta carga de matéria orgânica e grande quantidade de
íons, o que faz dela um potencial poluidor ambiental.

Para solucionar esse possível impacto ao solo, foi sugerido a produção de biogás
e pelas análises feitas de concentração de íons e de matéria orgânica é fato que é
possível de ser feita, além de trazer benefícios ambientais.

A produção de biogás é interessante devido ao alto poder calorífico do mesmo, a


partir de 5000 kcal/m3, podendo variar de acordo com a pureza do gás, a qual está
relacionada com a quantidade de metano presente no mesmo. Sendo produzida esta
forma alternativa de energia a partir de um resíduo que é gerado em grande quantidade,
é possível favorecer o balanço de energia do próprio processo de produção da cachaça e,
pela facilidade da produção do gás, essa será a alternativa proposta para gerenciar a
vinhaça produzida pela cachaçaria Guaraciaba.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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(Mestrado em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos) – Universidade
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[5] BRASIL. LEI Nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Disponível em


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12305.html

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[7] KAWA, L. Resíduos da produção de cana-de-açúcar, 2015. Notícias Agrícolas.


Disponível em <https://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/sucroenergetico/156845-
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novembro de 2018.

[8] BRASIL RESOLUÇÃO CONAMA nº 313, de 29 de outubro de 2002 Publicada no


DOU no 226, de 22 de novembro de 2002, Seção 1, páginas 85-91. Disponível em <
http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=335> Acesso no dia 14 de
novembro de 2018.

[9]FREIRE, W. J.; CORTEZ, L. A. B. Vinhaça de cana-de-açúcar. Guaíba:


Agropecuária. 203 p. 2000.

[10]ROSSETTO, A. J. Utilização agronômica dos subprodutos e resíduos da


indústria açucareira e alcooleira. In: Paranhos, S.B. (ed.). Cana-de-açúcar: cultivo e
utilização. Campinas, Fundação Cargill,1987, v.2, p.435-504

[11] SZYMANSKI, M. S. E.; BALBINOT, R.; SCHIRMER, W. N. Biodigestão


anaeróbia da vinhaça: aproveitamento energético do biogás e obtenção de créditos
de carbono – estudo de caso. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, 01 jan. 1964. Vol.
31, p. 901-912. Disponível em: <https://www.uel.br>. Acesso em: 01 nov. 2018.

[12] BRASIL, Deliberação Normativa COPAM nº 164 de 30 março de 2011.


Disponível em <https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=142793> Acesso no dia
20 de outubro de 2018.

[13] Disponível em <https://cachacaguaraciaba.com.br/index.php/sustentabilidade/>


Acesso dia 13 de novembro de 2018.

27
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[17] ASSIREU, A. T. et al.; Ciências Ambientais para engenharia. 1. ed. Brasil:


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[18] ZAIAT, M.; Vinhaça para gerar energia. Revista Pesquisa Fapesp. ed. 238
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alcooleira brasileira. UNICAMP – Faculdade de Engenharia Mecânica –
Departamento de Energia, 2016.

[20] QUINTINO, F. M.; TRINDADE, T. P.; FERNANDES, E. C. Biogas combustion:


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1998, Poços de Caldas. Resumos. Poços de Caldas: SBEA/UFLA, 1998, p.3.

28
[26] SILVA, G. A.; MORAIS, J. A.; ROCHA, E. R. Proposta de procedimento
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resíduos sólidos urbanos. Revista Eng. Sanit. Ambient., v.21, jan/mar 2016.

[27] ELAIUY, M. L. D. Biodigestão anaeróbia da vinhaça de cana-de-açúcar:


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[28] SILVA, A. M. L.; VIEIRA, P. DE C. Estudo do tempo de detenção hidráulico


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